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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Jesus é o sol invictus que veio para nos salvar!

Sol invictus e Jesus (laislademinervaonline)

JESUS É O SOL INVICTUS QUE VEIO PARA NOS SALVAR!

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, 

Hoje, nesta aurora abençoada, nos reunimos para celebrar o nascimento do Salvador, Jesus Cristo. Enquanto o sol nasce no horizonte, nossos corações se enchem de alegria, pois o Filho de Deus veio ao mundo para trazer esperança, amor e redenção a todos nós. Jesus é o sol invictus que veio para nos salvar! 

Na simplicidade do estábulo em Belém, Deus escolheu nascer entre nós. A passagem do Evangelho de Lucas nos lembra deste evento extraordinário: “Ela deu à luz seu filho primogênito, o envolveu em faixas e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2,7). Nessa cena humilde, testemunhamos a grandeza do amor de Deus, que se manifesta na simplicidade e na ternura do nascimento de Jesus. 

A aurora deste novo dia é um lembrete do início de uma jornada de luz que Cristo trouxe ao mundo. Como nos diz o Evangelho de João: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (João 1,4-5). Jesus é a luz que veio para dissipar as trevas do pecado e da desesperança, oferecendo-nos a oportunidade de viver uma vida plena em comunhão com Deus. 

O nascimento de Jesus não é apenas um evento histórico, mas um presente divino que continua a transformar nossas vidas. Ele veio ao mundo para nos ensinar sobre a importância do amor, da humildade, do perdão e da compaixão. Em sua infinita misericórdia, Deus se fez homem para caminhar ao nosso lado, para nos mostrar o verdadeiro caminho para a salvação. 

Nesta aurora de Natal, somos chamados a acolher o nascimento de Jesus em nossos corações e a refletir sobre o significado de sua vinda. Ele veio como um presente para cada um de nós, convidando-nos a partilhar esse amor e essa luz com todos ao nosso redor. 

Assim como os pastores acorreram ao estábulo para testemunhar o nascimento do Salvador, também somos chamados a ser testemunhas vivas do amor de Deus em nossas vidas. Que possamos seguir o exemplo de humildade e serviço de Jesus, irradiando sua luz para iluminar os caminhos daqueles que precisam de esperança e consolo. 

Que neste Natal, a luz de Cristo brilhe intensamente em nossos corações, guiando-nos na jornada da fé e inspirando-nos a viver como verdadeiros discípulos de Cristo. 

Que Deus abençoe cada um de nós e que a alegria desta aurora de Natal permaneça conosco, iluminando nossas vidas hoje e sempre. Amém.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

ARTE QUE CONSOLA: Os anjos cantavam a paz

Bartolo di Fredi (Siena, notizie 1352 - 1410) e bottega Natività e adorazione dei pastori 1385 ca. Tempera e oro su tavola Scomparto di polittico, © Musei Vaticani

"Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus". Como lembra o Papa Francisco, o nascimento de Jesus inspirou gerações de artistas que, ao longo dos séculos, evangelizaram por meio da beleza. Para viver a época do Natal, os Museus do Vaticano e o Vatican News propõem uma obra-prima das coleções pontifícias acompanhada pelas palavras dos Papas.

Bartolo di Fredi (Siena, notizie 1352 - 1410) e bottega Natività e adorazione dei pastori 1385 ca. Tempera e oro su tavola Scomparto di polittico, © Musei Vaticani

Oito séculos atrás, em Greccio, São Francisco de Assis expressou o desejo de representar o mistério da Encarnação do Senhor "e de alguma forma ver com os olhos do corpo as dificuldades em que se encontrava por falta das coisas necessárias a um bebê, como foi colocado em uma manjedoura e como se encontrava sobre o feno entre o boi e o burro" (Fontes Franciscanas XXX, 468). O impacto foi notável, assim como o número de artistas que se dedicaram à representação do Natal nos séculos seguintes, em uma incrível riqueza e vivacidade de obras. Não raro, o episódio do Anúncio aos Pastores ou da Adoração dos Pastores também aparece na mesma cena, como pode ser visto neste compartimento políptico, retratado pela oficina de Bartolo di Fredi por volta de 1385.

“"Ao lado do berço do Menino, do Filho de Deus feito homem, todo homem que caminha por aqui reflete com a consciência aberta e franca de que na travessia suprema lhe será pedido que dê o dom da vida; e isso terá a sanção final de mérito ou punição. É a partir daqui, então, pela consciência desse relato, que se mede a participação dos cristãos e de todos os homens no grande mistério que comemoramos nesta noite; daqui vem o desejo de que, da luz da Palavra de Deus, as civilizações humanas possam receber a centelha que pode levá-las a um esplendor mais brilhante, para o benefício das nações. Ao redor da manjedoura de Jesus, os anjos cantaram a paz. E aquele que acreditou na mensagem celestial e a honrou teve glória e alegria. Assim foi ontem, como sempre será ao longo dos séculos. A história de Jesus perece. Bem-aventurado é aquele que a compreende e dela extrai graça, força e bênção."”

(João XXIIII - 24 de dezembro de 1962)

* organizado por Paolo Ondarza

Bartolo di Fredi (Siena, notizie 1352 - 1410) e bottega Natività e adorazione dei pastori 1385 ca. Tempera e oro su tavola Scomparto di polittico, © Musei Vaticani

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

NAZARENO: "Mulher, não chores" (o filho da viúva de Naim) - (22)

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 22 - "Mulher, não chores" (o filho da viúva de Naim)

Nos dias seguintes, Jesus e seus seguidores continuaram a se deslocar entre os vilarejos da Galileia. A doze quilômetros de Nazaré, há uma pequena cidade chamada Naim, que fica no sopé da pequena montanha Hermon. Ela é cercada por muros e tem apenas um portão de entrada. Quando o Mestre e os discípulos, juntamente com uma grande multidão que o seguia, aproximaram-se do portão de Naim, passaram por um cortejo fúnebre que levava para o cemitério o corpo de Ezequiel, um rapaz de quatorze anos que morreu por causa de uma infecção. Ele era o único filho de Yael, uma mulher ainda jovem que já havia ficado viúva há uma década. Sua mãe está desesperada com a perda de sua única razão de viver. Seus olhos estão vermelhos e inchados de lágrimas. Ela não tem mais fôlego para gritar sua dor e desespero. Ao vê-la, o Senhor teve grande compaixão por ela e disse: "Não chore!" Ele se aproximou, tocou o caixão: "Rapaz, eu lhe digo, levante-se!". O morto se levanta e começa a falar. Jesus o devolveu à sua mãe. Ezequiel grita várias vezes: "Mãe!" Ela agradece ao Nazareno, lançando-se aos seus pés.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/12/22/11/137562700_F137562700.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

S. ESTÊVÃO, PRIMEIRO MÁRTIR

S. Estevão (@ BAV  barb. lat. 487. f. 102r)

26 de dezembro

Santo Estêvão

A dolorida fronte debruçava,

Já mal ferido, o mártir para a terra:

Portas ao céu os olhos seus tornava,

Pedindo a Deus, naquela horrível guerra,

Que aos seus perseguidores perdoasse:

Riso piedoso os olhos lhe descerra. (Purgatório, XV)

Na Divina Comédia, Dante narra ter assistido a uma cena impressionante: a lapidação de um jovem que, moribundo, invoca o perdão para seus perseguidores. O poeta florentino ficou comovido pela mansidão de Estêvão, que, de fato, emerge com toda a sua força na narração dos Atos dos Apóstolos, onde encontramos este acontecimento. “Senhor, não lhes imputes este pecado”, grita Estêvão, ajoelhando-se um pouco antes de expirar.

O jovem Estêvão, cheio de Espírito Santo, foi um dos primeiros a seguir os Apóstolos. Supõe-se que ele era grego ou judeu, educado na cultura helênica. Mas, com certeza, era muito estimado na Comunidade de Jerusalém, tanto que seu nome aparece nos Atos como o primeiro, entre os sete, que foram eleitos para ajudar na missão dos Apóstolos. “Homem cheio de fé e de Espírito Santo”, fazia prodígios e milagres. Porém, alguns da Sinagoga incitaram o povo, os anciãos e os escribas, dizendo tê-lo ouvido pronunciar expressões blasfemas contra Moisés e contra Deus. Era o período do pós-Pentecostal.

Estêvão foi arrastado para diante do Sinédrio, onde falsas testemunhas o acusaram terem ouvido suas afirmações de que Jesus Nazareno teria destruído aquele lugar e alterado os costumes transmitidos por Moisés.

Lapidação e perdão

Estêvão pronunciou o discurso mais longo dos Atos dos Apóstolos, um discurso forte no qual repercorreu a história da salvação. Deus havia preparado a vinda do Justo, mas eles se opuseram ao Espírito Santo, da mesma forma como seus pais perseguiram os profetas. E Estêvão concluiu: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus”. Tais palavras lhe custaram caro. Mas eles gritaram em alta voz e, arremetendo-se contra ele, se puseram a apedrejá-lo. Entre os que aprovaram a sua morte estava Saulo, que, depois se tornou São Paulo, passando de feroz perseguidor dos cristãos a Apóstolo dos gentios. Aos seus pés, depositaram o manto de Estêvão. Enquanto era apedrejado, o jovem pedia a Jesus para acolher o seu espírito e perdoar seus assassinos.

Grande devoção pelo Protomártir

O lugar do martírio de Santo Estêvão, em Jerusalém, situa-se, segundo a Tradição, um pouco fora da Porta de Damasco, onde hoje surge a igreja de Saint-Étienne. No cristianismo, era muito forte a devoção por Santo Estêvão. As notícias sobre as suas relíquias remontam ao ano 400 d.C. A sua vida, sobretudo o seu martírio, repercutiu profundamente na arte. Quase sempre, ele é representado com a palma ou com pedras decorativas.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Dom Vital: Feliz Natal para todas as pessoas

Noite de Natal (Vatican Media)

O sentido do Feliz Natal está ligado ao Salvador, que é Jesus Cristo pois Ele veio na realidade humana para dar a todos a vida nova, ele que viera do Pai. O Natal é a contemplação no presépio desta verdade que anima a todos a prosseguir na missão.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

Nós desejamos para todas as pessoas um Feliz Natal, porque é o nascimento de Jesus Cristo na realidade humana. É um período de muitas luzes nas ruas e também nas casas, nas Igrejas, que retratam o nascimento de Deus feito carne. É um tempo de graça e de amor a Deus, ao próximo como a si mesmo.

As primeiras pessoas a receberem o anúncio do anjo, foram os pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz e o anjo lhes disse que era para eles não terem medo naquela noite, pois ele lhes anunciava uma grande alegria para todo o povo, na cidade de Davi, nasceu para eles e para todos um Salvador, que é o Cristo Senhor (cfr. Lc 2, 9-11). O anjo lhes anunciou um feliz nascimento do Senhor. O fato é que Jesus é o Salvador para toda a humanidade. A palavra Salvador vem do latim: Salvator-oris, cujo significado é salvar, uma pessoa é salva de um perigo, material ou espiritual. Jesus Cristo, o Redentor salva e dá a salvação, como dom de Deus à humanidade[1]. A seguir dar-se-á esta visão nos padres da Igreja, os primeiros escritores cristãos, teólogos na vida eclesial.

A recapitulação da obra plasmada

Santo Ireneu, bispo de Lião dos séculos II e III afirmou que o Verbo de Deus pela sua encarnação recapitulou em si mesmo a obra por ele plasmada, tornando-se Filho do Homem. “Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4,4) e na epístola aos romanos diz:... “Acerca do seu Filho, ele nasceu da posteridade de Davi, segundo a carne, declarado Filho de Deus, com poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo Senhor Nosso” (Rm 1,3-4)[2].

A salvação é dada como dom de Deus

O bispo de Lião afirmou que Deus Pai, pela sua imensa misericórdia, enviou o seu Verbo Criador que vindo para salvar a todas as pessoas, esteve nos mesmos ambientes onde o ser humano perdeu a vida, rompeu as cadeias que o mantinha prisioneiro. Com a aparição de sua luz desapareceram as trevas da prisão, santificou o nascimento humano, e destruída a morte, desligou os mesmos laços que tinham prendido o ser humano. Ele manifestou a ressurreição, tornando-se o primogênito dos mortos (cfr. 2Tm 1,10) e levantou na sua pessoa o homem caído por terra, ao ser elevado às alturas do céu até a direita da glória do Pai[3]. Santo Ireneu também disse que o Verbo é Salvador. Emanuel se traduz por “Deus-conosco”, Deus esteja conosco. Por isso, Ele é a interpretação e a revelação da “Boa-Nova”. O profeta disse que um menino foi dado à humanidade, e foi lhe dado o nome como Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno, Príncipe da paz (Is 9, 5)[4].

A salvação foi dada em vista da renovação humana

Santo Atanásio, bispo de Alexandria, século IV disse que o Filho santíssimo do Pai, Imagem dele, veio à terra a fim de renovar o ser humano que fora feito em conformidade com ele, e a fim de recuperar os que estavam perdidos, no perdão dos pecados, conforme diz o Senhor no evangelho que ele veio procurar e salvar o que estava perdido (cfr. Lc 19,10)[5].

A lei antiga era incapaz de salvar o ser humano

São Leão Magno, bispo de Roma e Papa, afirmou que o ensinamento da Lei não era suficiente para a salvação, pois a nossa origem, viciada desde o começo depois do pecado original, não renasceria com novos começos. Em vista da reconciliação da humanidade com Deus era preciso uma vítima de nossa raça, Jesus Cristo, isenta de nossa corrupção. Desta forma o plano de Deus, que era de apagar o pecado do mundo pelo nascimento de Jesus e de sua paixão, morte e ressurreição se estenderia a todas as gerações e em todos os séculos[6].

O Salvador, Verbo de Deus e servo

São Leão Magno também disse que em seu abaixamento humano, Jesus se tornou filho de mulher e sujeito à Lei, mas na sua condição divina, permaneceu o Verbo de Deus, na qual todas as coisas foram feitas. Aquele que em sua condição de Deus, fez o ser humano, na sua condição de servo, se fez ser humano, mas um com o outro é Deus pelo poder da natureza que assumiu um com o outro é homem pela humildade da natureza assumida. O Senhor assumiu a condição de servo sem a mancha do pecado, elevando a humanidade, mas sem a diminuição da divindade, porque o aniquilamento pelo qual o invisível se tornou visível, foi abaixamento de sua misericórdia[7] em vista da salvação do ser humano.

O nascimento do Salvador em Belém

Eusébio de Cesaréia, bispo na Palestina, interpretou a profecia de Malaquias( cfr. Ml 5, 1-4) no qual o Salvador Jesus Cristo deveria nascer em Belém. Ele seria o novo pastor, na qual as suas origens são desde o início dos tempos, isto é, eternas. A sua existência provem desde a eternidade, portanto divina. É de Belém que sairá o condutor que subsiste desde sempre, vindo daquele vilarejo, o nosso Salvador Jesus, o Cristo de Deus. Esta Escritura é cumprida naquele que é o verdadeiro Emanuel, o Logos preexistente a toda a criação, que é chamado Deus conosco (cfr. Mt 1,23)[8].

O Salvador veio ao mundo

São Beda Venerável, presbítero dos séculos VII e VIII afirmou que o Salvador veio ao mundo realizando a promessa a Abraão e aos seus filhos, no caso, aos filhos da promessa dos quais se diz que sendo de Cristo, as pessoas são da descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa (cfr. Gl 3,29). Como a morte entrou no mundo pela desobediência humana diante de Deus, pela profecia do Senhor dada às duas mulheres, Maria e Isabel, as quais carregavam o Salvador e o Precursor, anunciou-se ao mundo a Salvação.

O sentido do Feliz Natal está ligado ao Salvador, que é Jesus Cristo pois Ele veio na realidade humana para dar a todos a vida nova, ele que viera do Pai. O Natal é a contemplação no presépio desta verdade que anima a todos a prosseguir na missão, de vivê-la na paz e no amor junto aos pobres, aos necessitados, e a todas as pessoas. O Natal seja o nascimento do Salvador em nossos corações e no mundo inteiro.

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[1] Cfr. Salvatóre. In: Il vocabolario treccaniIl Conciso. Milano, Trento, 1998, pg. 1467.

[2] Cfr. Ireneu de Lião, III Livro, 22,1. Paulus, SP, 1995, pg. 350.

[3] Cfr. Irineu de Lyon. Demonstração da pregação apostólica, 38. Paulus, SP, 2014, pg. 98.

[4] Cfr. Idem, 54, pg. 111.

[5] Cfr. Santo Atanásio. A Encarnação do Verbo, 14,2. Paulus, SP, 2002, pg. 143.

[6] Cfr. Leão Magno. Sermões. XXIII Sermão, 3. Terceiro Sermão no Natal do Senhor, 3. Paulus, 1996, pgs. 47.

[7] Cfr. Leão Magno. Idem, 2, pg. 46.

[8] Cfr. Eusebio di Cesarea. Dimostrazione Evangelica, VI, 2,2-4Introduzione traduzione e note di Paolo Carrara. Paoline, Milano, 2000, pgs. 586-587.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Por um Natal com Jesus

FILIPPO MONTEFORTE | AFP

Por Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 25/12/23

Natal é essa luz que vem para brilhar no horizonte da família e dizer: encontre no perdão a luz de Cristo.

Neste ano de 2023, mais uma vez Jesus nasce. Deus se desnuda, diante de mim e de você, para trazer luz e será que nós vamos recusar a luz de Deus? Vamos continuar errantes neste mundo, fazendo besteira, construindo muros, construindo armas de destruição, incentivando e colocando lenha nos conflitos, nas discórdias?

Deus assumiu a forma humana e não podemos esquecer-nos de algo fundamental: Deus entrou na humanidade para dizer “O que fiz foi bem feito e, como ser humano, eu já experimentei todas as limitações, então vocês também podem ser santos”.

Esse mistério da humanidade de Deus é tão profundo. Ele se tornar um de nós, é uma decisão da vontade de Deus tão grande que Ele se desnuda de toda majestade para dizer eu os amo incondicionalmente.

Ele veio trazer a luz para quem andava errante no mundo, vagando na escuridão, mas parece que São João se deu conta de que nem todos viram a luz e se viram a luz rejeitaram. (cf. Jo 1,9-12)

Natal é essa luz que vem para brilhar no horizonte da família e dizer: encontre no perdão, a luz de Cristo. Perdoe, volte, se fez besteira, corrija. Olhe para esta pessoa que está ao seu lado e pense: “Ela está, como eu, buscando a Deus! Então eu vou dar a ela o meu braço e vamos junto seguir na luz”.

Geralmente os presentes que oferecemos no Natal vêm com o prazo de validade muito curto. Podemos comprar o melhor presente do mundo para uma criança, é novidade no dia de Natal, talvez três, quatro dias, uma semana, depois, acabou! O presente que Deus nos dá é para sempre. Ofereçamos também um presente que vai para a vida inteira, nosso amor, nosso sorriso, nosso afeto, nosso perdão, um abraço a quem faz tanto tempo que não abraçamos.

Diga para a pessoa que está do seu lado, o quanto ela é importante para você. São palavras que parece romantismo, mas fazem tão bem para o ouvido e para o coração. A grande magia do Natal, o grande mistério do Natal é o amor de Deus por nós. 

Eu gostaria de instigar e incentivar você, que está lendo esse texto, seja o exemplo de Deus, se desnude, tire a armadura, tire a máscara, tire a hipocrisia, não tenha medo de renascer, de voltar às essências da sua humanidade porque, às vezes, a gente se torna algo que nós não reconhecemos. Certas situações nos fazem tomar decisões que vão contra a nossa natureza e vamos nos tornando pessoas amargas, tristes, desanimadas.

Aproveite o Natal e tente recuperar o que de melhor você tem. Aquele sorriso largo, aquele coração que era bom, aquela pessoa que era capaz de chorar de emoção. Resgate em você aquela pessoa que era capaz de acreditar, que era boa, simples, verdadeira, autêntica, amorosa, não deixe a vida lhe estragar.

Volte a ser bom, porque Deus é bom.

Padre Reginaldo Manzotti

Fonte: https://pt.aleteia.org/

25 de dezembro, uma data histórica (3/4)

A viagem para Belém (30Giorni)
Arquivo 30Dias – 11/2000

25 de dezembro, uma data histórica

Não foi uma escolha arbitrária suplantar os antigos festivais pagãos. Quando a Igreja celebra o nascimento de Jesus na terceira década de dezembro, inspira-se na memória ininterrupta das primeiras comunidades cristãs sobre os acontecimentos evangélicos e os lugares onde aconteceram. Tommaso Federici, professor emérito de teologia bíblica, faz um balanço de pistas e descobertas recentes que confirmam a historicidade da data do Natal.

por Tommaso Federici

“Problemas litúrgicos”

A data do Natal está rodeada de um enxame de problemas. Em primeiro lugar, há o fato de em algumas Igrejas o 25 de Dezembro ter sido acumulado e por vezes confundido com o dia 6 de Janeiro, dia que acumulou a memória dos acontecimentos que rodearam o nascimento do Salvador.

Depois, sobretudo, a pouco clara distinção entre a memória de um fato, que pode durar gerações, a devoção em torno deste fato, que pode exprimir-se com um culto não litúrgico, e a instituição de uma festa “litúrgica” com data própria. e com um ofício real, que inclui a liturgia das horas santas e a dos mistérios divinos.

Aqui devemos levar em conta, como geralmente se ignora, a incrível memória das comunidades cristãs em relação aos acontecimentos evangélicos e aos lugares que os testemunharam.

A Anunciação, por exemplo, já havia entrado na formulação de alguns “símbolos batismais” mais antigos no século II. Foi representado na arte cristã primitiva ao mesmo tempo, como nas catacumbas de Priscila. Na própria Nazaré, como a arqueologia agora demonstra esplendidamente, o local da Anunciação foi preservado e venerado sem interrupção pela comunidade local, e foi visitado por um ininterrupto afluxo de peregrinos devotos, que ao longo dos séculos também deixaram grafites e escritos comoventes, até os dias atuais. Quando o culto “litúrgico” da Mãe de Deus começou, já no século V, houve a grande festa “litúrgica” do Euaggelismós , a anunciação a Maria. Isto adquiriu uma ressonância tão extraordinária que no Ocidente os Padres o incluíram entre os "inícios da nossa redenção" (com o Natal, os Reis Magos e as bodas de Caná), e no Oriente foi considerado tão solene e quase avassalador que a sua data em O rito bizantino abole o domingo e até a Quinta-feira Santa, cede apenas à Sexta-feira Santa e, se cair no Domingo da Ressurreição, divide a celebração de modo que sejam celebrados metade do Cânon Pascal e metade do Cânone da Anunciação.

Em Belém, ainda antes da construção da Basílica Constantiniana (primeiros trinta anos do século IV), a comunidade cristã preservou a memória e a veneração ininterruptas do lugar do nascimento do Senhor.
No Egito, a Igreja Copta preserva com devoção ininterrupta a memória dos lugares onde a sagrada família parou na sua fuga ( Mt 2, 13-18), onde foram construídas igrejas que ainda hoje funcionam.

Podemos falar aqui dos lugares sagrados da Palestina, especialmente os de Jerusalém: a Anástasis, da Ressurreição (assim chamada "santo sepulcro") e do Gólgota, do Cenáculo, do "Monte da Galiléia" que é o da Ascensão, do Getsêmani, de Betânia, do Tanque Probático ( Jo 5, 1- 9), onde foi construída uma igreja, do lugar da “Dormição” da Mãe de Deus em Cedron, e assim por diante. Em todos estes locais existe documentação preciosa, impressionante e ininterrupta ao longo dos séculos até aos nossos dias, dos peregrinos que os visitaram sempre com graves sacrifícios e perigos, e deixaram descrições e relatos escritos da veneração de que foram objeto, e dos usos da devoção dos habitantes e demais visitantes.

O problema de grande interesse aqui é a escolha das datas das próprias celebrações “litúrgicas”. Quanto à celebração “litúrgica”, no sentido acima exposto, do Senhor, da sua Mãe Sempre Virgem, de João Batista, foram escolhas arbitrárias, provenientes de ideologias ou de cálculos engenhosos? Não parece. Os dias 23 de setembro e 24 de junho para o anúncio e nascimento de João Batista, e 25 de março e 25 de dezembro para o anúncio do Senhor e seu nascimento, não foram arbitrários, e não provêm de ideologias transitórias. As Igrejas preservaram memórias ininterruptas e, quando decidiram torná-las celebrações “litúrgicas”, apenas sancionaram um uso imemorial da devoção popular.

Deve-se também ter em conta o fato pouco notado de que as Igrejas comunicavam entre si as “datas” das suas celebrações e, portanto, por exemplo, as dos “depoimentos dos mártires”, que chamavam de “aniversário dos mártires”. para a glória do céu. Para os grandes aniversários, como as festas do Senhor, dos apóstolos, dos mártires, dos santos bispos das Igrejas locais, e a partir do século V também das da Mãe de Deus, as Igrejas acolheram de bom grado as propostas de as Igrejas irmãs. Na prática, quase todas as grandes festas do Senhor e da Mãe de Deus vêm do Oriente palestino e foram aceitas com grande entusiasmo pelas Igrejas do Império, e antes dos grandes cismas do século V, também pelo imenso cristianismo de que estou deixando o império. O Natal, ao que parece, veio de Roma e foi aceito, ainda que com alguma hesitação, por todas as Igrejas.

Com isto queremos dizer que as Igrejas tinham a possibilidade de controlos e verificações, e deve ser dito que os nossos antigos pais não eram de todo crédulos, mas muitas vezes desconfiados, com razão, de modo a rejeitar qualquer tentativa ilícita e ilegítima de adoração "não comprovada". .

O evangelista Lucas tem um papel significativo em tudo isto, quando com sugestões oportunas e hábeis se refere a lugares e acontecimentos, datas e pessoas.


Fonte: https://www.30giorni.it/

O Papa: Natal, inaudita ternura de Deus que salva o mundo encarnando-se

O Papa Francisco durante a missa da noite de Natal (Vatican Media)

"Como os pastores que deixaram os seus rebanhos, deixa o recinto das tuas melancolias e abraça a ternura do Deus Menino. Sem máscaras nem couraças, confia-Lhe os teus cansaços, e Ele cuidará de ti: Ele, que se fez carne, espera, não as tuas performances de sucesso, mas o teu coração aberto e confiado", disse Francisco em sua homilia da missa da noite de Natal.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco presidiu a missa da noite de Natal, neste domingo (24/12), na Basílica de São Pedro.

Francisco iniciou sua homilia, enfatizado as seguintes palavras do Evangelista Lucas: «O recenseamento de toda a terra». "Este é o contexto em que nasce Jesus e no qual se detém o Evangelho. Podia limitar-se a uma rápida alusão, mas ao contrário fala dele com grande esmero. Assim, faz surgir um grande contraste: enquanto o imperador conta os habitantes do mundo, Deus entra nele quase às escondidas; enquanto quem manda procura colocar-se entre os grandes da história, o Rei da história escolhe o caminho da pequenez. Nenhum dos poderosos se dá conta d’Ele; apenas alguns pastores, colocados à margem da vida social", disse o Papa.

"Nesta noite, irmãos e irmãs, podemos perguntar-nos: Em que Deus acreditamos? No Deus da encarnação ou no da performance? Sim, porque há o risco de viver o Natal tendo na cabeça uma ideia pagã de Deus, como se fosse um patrão poderoso que está no céu; um deus que se alia com o poder, o sucesso mundano e a idolatria do consumismo", sublinhou Francisco.

Fixemos o Menino, olhemos para a sua manjedoura

O Pontífice convidou a olhar para o «Deus vivo e verdadeiro». "Ele que está para além de todo o cálculo humano, no entanto, deixa-se recensear pelos nossos registos; Ele que revoluciona a história, habitando nela; Ele que nos respeita até ao ponto de nos permitir rejeitá-Lo; Ele que apaga o pecado assumindo a responsabilidade pelo mesmo, que não tira a dor, mas a transforma, que não nos tira os problemas da vida, mas dá às nossas vidas uma esperança maior do que os problemas. Deseja tanto abraçar as nossas existências que, sendo infinito, por nós se fez finito; grande, se fez pequeno; sendo justo, habita as nossas injustiças", disse ainda o Papa, acrescentando:

Aqui está a maravilha do Natal: não uma mistura de sentimentos adocicados e confortos mundanos, mas a inaudita ternura de Deus que salva o mundo encarnando-se. Fixemos o Menino, olhemos para a sua manjedoura, para o presépio, que os anjos chamam «o sinal»: realmente constitui o sinal revelador do rosto de Deus, que é compaixão e misericórdia, onipotente sempre e só no amor.

Carne, uma palavra que evoca a nossa fragilidade

O Pontífice convidou a nos deixamos "surpreender por Ele ter-se feito carne. Carne! Uma palavra que evoca a nossa fragilidade e que o Evangelho utiliza para nos dizer como Deus entrou profundamente na nossa condição humana".

"Irmão, irmã, para Deus, que mudou a história durante o recenseamento, tu não és um número, mas um rosto; o teu nome está escrito no seu coração", sublinhou o Papa.

Como os pastores que deixaram os seus rebanhos, deixa o recinto das tuas melancolias e abraça a ternura do Deus Menino. Sem máscaras nem couraças, confia-Lhe os teus cansaços, e Ele cuidará de ti: Ele, que se fez carne, espera, não as tuas performances de sucesso, mas o teu coração aberto e confiado. E n’Ele descobrirás quem és: um filho amado de Deus, uma filha amada de Deus. Agora podes acreditar nisto, porque, nesta noite, o Senhor nasceu para iluminar a tua vida, e os olhos d’Ele cintilam de amor por ti.

A adoração é a forma de acolher a encarnação

"Sim, Cristo não olha para os números, mas para os rostos. Contudo quem é que olha para Ele, por entre as inúmeras coisas e as corridas loucas de um mundo sempre agitado e indiferente? Em Belém, enquanto muitas pessoas, preocupadas com o recenseamento, iam e vinham, enchiam as hospedarias e pousadas falando de tudo e de nada, houve alguns que estiveram junto de Jesus: Maria e José, os pastores e depois os magos. Aprendamos com eles. Ei-los com o olhar fixo em Jesus, com o coração voltado para Ele; não falam, mas adoram."

A adoração é a forma de acolher a encarnação, porque é no silêncio que Jesus, Palavra do Pai, Se faz carne nas nossas vidas. Façamos nós também como se fez em Belém, que significa «casa do pão»: permaneçamos diante d’Ele, Pão da vida. Redescubramos a adoração, porque adorar não é perder tempo, mas permitir a Deus que habite o nosso tempo; é fazer florescer em nós a semente da encarnação, é colaborar na obra do Senhor, que, como o fermento, muda o mundo; é interceder, reparar, consentir a Deus que endireite a história.

O Papa concluiu sua homilia, dizendo que "nesta noite, o amor muda a história. Fazei, Senhor, que acreditemos no poder do vosso amor, tão diverso do poder do mundo. Fazei que, à semelhança de Maria, José, os pastores e os magos, nos estreitemos ao vosso redor para Vos adorar. Feitos por Vós mais semelhantes a Vós, poderemos testemunhar ao mundo a beleza do vosso rosto".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Anastácia

Santa Anastácia (Ecclesia)

A Grande Mártir Anastácia, a Herborista,
«Alívio dos Cativos»

Comemoração: 22 de dezembro

Tradução: Ricardo Williams G. Santos

A grande mártir Anastácia nasceu em Roma e foi martirizada durante o período de perseguições contra os cristãos perpetrado por Diocleciano entre os séculos III e IV d.C. Seu pai era pagão e sua mãe convertera-se secretamente ao cristianismo.

O mentor de Santa Anastácia durante sua juventude era um cristão piedoso e erudito chamado Crisógono (também celebrado em 22 de dezembro). Após a morte de sua mãe, seu pai lhe oferecera em casamento, contra sua vontade, a um pagão de nome Públio. Por recusar-se a consumar seu casamento com um pagão, e visando preservar sua virgindade, Anastácia sofreu muito nas mãos do marido.

Sendo criada como cristã desde pequena, ela encontrava consolo ao visitar as prisões romanas, para alimentar e cuidar daqueles que sofriam por sua fé em Cristo. Nessas visitas, Santa Anastácia se disfarçava de mendiga, e ia acompanhada apenas por um criado. Através de subornos, os guardas lhe permitiam acesso livre aos prisioneiros.

Quando seu criado contou a Públio o que ela fazia, ele espancou a esposa e a trancou em casa. Santa Anastácia então só mantinha contato com seu mentor, Crisógono, através de cartas. Escrevendo sobre seu sofrimento, ele lhe aconselhou a ser fosse paciente e aceitar a vontade de Deus, além de avisá-la que Públio morreria no mar, o que não tardou a acontecer – algum tempo depois, seu marido morreu afogado em um acidente com um navio que estava a caminho da Pérsia. Após a morte do marido, ela passou a distribuir seus bens para os pobres e necessitados.

Nesse tempo, a perseguição de Diocleciano tornou-se mais acirrada e sangrenta. Crisógono, que não aceitou renunciar sua fé mesmo diante das ameaças do imperador, que o interrogou pessoalmente, foi decapitado e teve o corpo jogado ao mar. O corpo e a cabeça do santo mártir foram trazidos à praia pela maré, e pela Divina Providência, seu corpo fora encontrado por um presbítero e secretamente enterrado.

Após a morte de seu mentor, a santa ia de cidade em cidade para cuidar de prisioneiros cristãos. Conhecedora das ervas medicinais da época, ela cuidava dos ferimentos e aliviava o sofrimento dos cativos. Por causa de seu talento médico, Santa Anastácia recebe em grego o título de Pharmakolytria (“aquela que cura os venenos”), e por sua intercessão muitas pessoas foram curadas dos efeitos nocivos de poções, venenos e outras substâncias malignas.

Em suas visitas ela conheceu uma jovem viúva romana chamada Teodota, que se tornou sua auxiliar. Quando as autoridades descobriram que Teodota era cristã, a levaram para a prisão.

Nessa época, Santa Anastácia estava na Ilíria (que corresponde atualmente à Albânia e partes da Bósnia). Ao chegar na prisão e encontrar as celas vazias, Santa Anastácia descobriu que eles haviam sido executados naquela mesma noite. Tomada pela tristeza, ela começou a chorar. Os guardas perceberam então que ela era cristã, e levaram-na para o governador[1] que, após interrogá-la, tentou, por meio de ameaças de tortura, persuadir Santa Anastácia a abrir mão de sua fé e oferecer sacrifício aos ídolos. Sem obter sucesso, ele a enviou de volta a Roma, onde seria questionada por um sacerdote pagão chamado Ulpiano.

O astuto pagão ofereceu duas opções a Santa Anastácia: uma vida de luxo e riquezas ou temíveis sofrimentos. Ele lhe apresentou ouro, pedras preciosas e roupas finas, e também seus instrumentos de tortura. Sem pensar duas vezes, Santa Anastácia recusou-se a abrir mão de Jesus Cristo e escolheu o martírio.

Abismado pela escolha da prisioneira, ele lhe ofereceu três dias para reconsiderar, não por pena, mas porque, arrebatado pela beleza da santa, planejava violentá-la após esse período, caso ela não cedesse. Passados os três dias, Ulpiano tentou saciar sua luxúria à força, mas assim que a tocou, ficou imediatamente cego, e sua cabeça doía tanto que ele gritava como se estivesse enlouquecido. Dizendo que fora amaldiçoado, ele exigiu ser levado a um templo pagão para fazer um sacrifício a seus ídolos, mas morreu no caminho.

Após o episódio, Santa Anastácia foi libertada, e novamente junto com sua assistente, voltou a cuidar de cristãos cativos. Porém, pouco tempo depois, Teodota e seus três filhos foram presos novamente. Seu filho mais velho, Evódio, desafiou corajosamente o magistrado, e foi espancado até a morte. Sua mãe e seus irmãos, após longa tortura, foram queimados vivos – também no dia 22, celebramos os santos mártires Teodota e filhos.

Santa Anastácia foi capturada novamente e condenada à morte por inanição. Ela ficou na prisão por sessenta dias sem alimento. Santa Teodota e os filhos apareciam para ela todas as noites para lhe encorajar e dar forças.

Vendo que Santa Anastácia não sofrera no cárcere, o magistrado ordenou que ela fosse afogada com outros prisioneiros, entre eles um presbítero [2] chamado Eutiquiano.

Os prisioneiros foram postos em um barco que foi lançado em mar aberto. Os soldados perfuraram o casco e partiram em outra embarcação. Então um anjo apareceu para os prisioneiros na proa do barco e os guiou até uma praia. Ao atingir terra firme devido ao milagre, os criminosos aceitaram Jesus Cristo e foram batizados por Santa Anastácia e Santo Eutiquiano. Posteriormente, todos foram recapturados e receberam a coroa do martírio.

Santa Anastácia foi presa a um poste e queimada viva. Seu corpo, que não havia se carbonizado, foi recolhido por uma cristã chamada Apolinária, que a enterrou no jardim de sua casa.

No século V as relíquias de Santa Anastácia foram transladadas para Constantinopla, em uma igreja construída e dedicada à santa. Posteriormente alguns de seus ossos foram transladados para o mosteiro de Santa Anastácia, próximo ao Monte Atos, na Grécia, onde estão até hoje.


NOTAS:

[1] Muito provavelmente Santa Anastácia era uma patrícia, e não plebéia. Do contrário, ela teria sido presa, e não levada para falar com o governador distrital – esse era um privilégio apenas dos patrícios.

[2] Padre.

Fonte: www.oca.org

https://www.ecclesia.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF