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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Por que São João Evangelista é celebrado após o Natal

Andreas F. Borchert | CC BY-SA 4.0
Por Philip Kosloski - publicado em 27/12/21
Alguns especialistas apontaram a ênfase de São João na divindade de Cristo em seu Evangelho como uma razão apropriada para celebrá-lo na oitava do Natal.

 Os dois primeiros santos celebrados durante a oitava do Natal não estão diretamente ligados ao Natal de Jesus Cristo, mas são inseridos nesta época do ano em reconhecimento aos seus extraordinários exemplos de santidade. A festa de Santo Estêvão, em 26 de dezembro, é seguida pela de São João Evangelista, em 27 de dezembro.

Ênfase na divindade de Cristo

Em primeiro lugar, alguns especialistas apontaram a ênfase de São João na divindade de Cristo em seu Evangelho como uma razão apropriada para celebrá-lo na oitava do Natal.

St. Andrew Daily Missal mostra esse ponto em seu comentário acerca da festa:

“É a Deus que adoramos em Belém na época do Natal. Assim, era natural que São João, o principal evangelista da divindade de Cristo, fosse encontrado ao lado do presépio, para revelar a grandeza do Menino que nele repousa.”

Príncipe das virgens

Dom Prosper Guéranger aborda uma questão diferente em seu livro Liturgical Year, explicando que São João é homenageado por seu exemplo de amor virginal:

Mais perto do presépio de Jesus, depois de Estêvão, está o apóstolo João e Evangelista. Era justo que fosse atribuído o primeiro lugar àquele que amou tanto a seu Deus que derramou seu sangue em seu serviço … Mas depois do sacrifício de Sangue, o mais nobre, o mais valente e o que mais conquista o coração d’Ele, que é a Esposa das almas, é o sacrifício da Virgindade.”

Agora, assim como Santo Estêvão é considerado mártir, São João é homenageado como o Príncipe das Virgens. O martírio conquistou para Estêvão a Coroa e a palma, a virgindade mereceu para João as prerrogativas mais singulares que, ao mesmo tempo em que mostram quão querida a Deus é a santa castidade, colocam este discípulo entre aqueles que, por sua dignidade e influência, estão acima dos demais homens.”

É este amor puro que deu a São João a força para ficar ao lado de Cristo aos pés da cruz, quando todos os outros apóstolos se dispersaram.

Enquanto refletimos sobre os mistérios do Natal, aguardamos o ato supremo de salvação de Jesus, seu sacrifício na cruz.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

O que eu penso do Natal?

Presépio do Menino Jesus
Paróquia Imaculada Conceição - Sobradinho DF
(Foto: Benjamim)

O Natal tem para mim, um significado especial!

25/12/2023

Por Benjamim  Bezerra

Deste criança, o Natal marcou a minha vida e de minha família porque  ganhávamos roupa nova para irmos a Missa do Galo na Catedral do Senhor do Bonfim em nossa cidade, Crateús - CE. E depois tínhamos a Ceia em família, que era composta de nosso Pai (José), nossa mãe (Francisca), sete irmãos: Luiz, Antônio, Assis, Manoel, João, Ribamar e Benjamim, e quatro irmãs: Ana, Stael, Graças e Terezinha. Este acontecimento ficou marcado como um selo de Deus para o resto de minha vida. Mesmo acontecido quando criança, carrego comigo esta lembrança. É como uma semente plantada dentro de mim e que nunca deixará de dar frutos.

Catedral de Crateús - CE (Foto: Folha da Igreja Católica)

Hoje participei da Missa de Natal em minha paróquia e na homilia o padre celebrante perguntou: Onde o Menino Jesus mora em você? E todos respondemos, no nosso coração. E ele continuou, mas como? Se em seu coração mora também a murmuração, o desamor, o orgulho, como Jesus pode habitar em seu coração, sendo Ele luz! Parece que ele estava falando para mim. Ele explicou que a palavra é a luz que ilumina o nosso coração para que as trevas desapareçam e troquemos o nosso coração de pedra por um coração de carne, para que Jesus possa habitar.

Presépio do Menino Jesus
Paróquia Imaculada Conceição - Sobradinho DF
(Foto: Benjamim)

Agora estou aposentado e sinto uma grande alegria quando começa o Advento e espero ansiosamente a chegado do Natal para que eu possa reviver a espera da vinda de nosso Salvador. Isto, eu agradeço aos meus pais por terem plantado esta sementinha em meu coração. Nossos pais não estão mais entre nós, mas, deixaram as lembranças e os ensinamentos. Hoje procuro fazer a Ceia de Natal e agradecer a Deus por nos ter dado uma família; eu, minha esposa Elenice e nossos dois filhos Frederico e Felipe, pois amamos imensamente o Menino Jesus e o seu Natal.

Mas, nem sempre foi assim. Teve um tempo em minha vida que me esqueci um pouco de todo este ensinamento e passei a viver o Natal como uma festa mundana onde bebia muito, me esquecia do aniversariante da noite. Quando me recordo desses fatos, bate um arrependimento de culpa por não ter valorizado o Menino Jesus como deveria. Mas isto passou. Voltei e me lembrei do tempo de criança. Hoje eu acredito que o Natal é o amor de Deus por mim por ter se encarnado no seio da Virgem Maria para me dar um sentido novo à minha vida e de toda a humanidade, porque Ele se fez Homem e habitou entre nós para nos dar o seu amor e a salvação.

Penso que o Natal é início da preparação para a Páscoa, onde Jesus Cristo vive a sua Paixão, Morte e Ressurreição, e depois Pentecostes, onde nos envia o Espírito Santo e também a Igreja para nos ensinar a viver plenamente todos os seus ensinamentos.

Um Feliz e Abençoado Natal. A Paz para todos!

Benjamim Bezerra

O que o Natal exige de nós?

MNStudio I Shutterstock

Por Prof. Felipe Aquino - publicado em 25/12/23

É tão importante a celebração do Natal de Jesus, que se prolonga por oito dias em sua Oitava, para que possamos desfrutar de tão grandes graças. Como disse São Leão Magno: “Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade”.

Mas agora precisamos assumir as suas consequências para que esta Solenidade prolongada continue a dar em nós os seus frutos de santidade.

Em seus Sermões de Natal, Santo Agostinho recordava:

“Estarias morto para sempre, se Ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias da carne do pecado, se ele não tivesse assumido uma carne semelhante à do pecado. Estarias condenado a uma eterna miséria, se não fosse a sua misericórdia. Não voltarias à vida, se ele não tivesse vindo ao encontro da tua morte. Terias perecido, se ele não te socorresse. Estarias perdido, se ele não viesse salvar-te”.

Esta libertação do pecado, da morte e do demônio, que Jesus veio nos trazer, exige de nós um ato de vontade que corresponda a este amor de Deus por nós, sem limites.

São Leão Magno pregava a seus fiéis, em seus Sermões de Natal:

“Nosso Senhor, vencedor do pecado e da morte, não tendo encontrado ninguém isento de culpa, veio libertar a todos. Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida”.

E o Santo doutor aponta-nos as exigências do Natal:

“Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra-te de que Cabeça e de que Corpo és membro. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas e levado para a luz e o reino de Deus. Pelo sacramento do batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço de tua salvação é o sangue de Cristo”.

O mistério da Encarnação é a manifestação do “grande amor com que Deus nos amou” (Ef 2,4). Será que Deus poderia nos ter concedido alguma coisa mais sublime do que o próprio Filho feito homem para nos salvar?

Santa Catarina de Sena, Doutora da Igreja (†1380), disse que “Deus enxertou a sua divindade na árvore morta da nossa humanidade, pela Encarnação do Verbo”. A humanidade descaída no pecado original é o tronco selvagem onde Deus enxertou a boa planta divina para dar frutos de santidade.

Santa Ângela de Foligno, exprimia seu amor ao Verbo humanado, dizendo: “Ver e compreender que Tu nasceste para mim, enche-me de grande alegria”.

São Basílio Magno (†369), doutor da Igreja, mostrou a profundidade do mistério da Encarnação:

“Deus assume a carne precisamente para destruir a morte nela escondida. Como os antídotos a um veneno, quando são ingeridos, anulam os seus efeitos, e como as trevas de uma casa se dissipam à luz do sol, assim a morte que predominava sobre a natureza humana foi destruída pela presença de Deus. E como o gelo que permanece sólido na água, enquanto dura a noite e reinam as trevas, mas derrete-se imediatamente ao calor do sol, assim a morte que reinara até à vinda de Cristo, logo que surgiu a graça de Deus Salvador e despontou o sol da justiça, “foi engolida pela vitória” (1Cor 15, 54), pois não podia coexistir com a Vida” (Homilia sobre o Nascimento de Cristo).

Qual deve ser a nossa resposta a tanto amor? São João da Cruz, Doutor da Igreja (†1591), amigo de Santa Teresa, responde: “Amor só se paga com amor!”.

Mas que amor é esse que Deus espera de nós? A resposta está nas Sagradas Escrituras: fazer a vontade de Deus! Deus quer a nossa santificação, e a Igreja existe para isso. E o edifício da santidade cristã se levanta na vontade divina revelada nas Escrituras e no ensinamento da Igreja, especialmente nos Mandamentos de Deus.

Somente Deus pode nos santificar, pois Ele conhece o que mais convém à nossa santificação. O único caminho que infalivelmente nos conduz à santidade é o indicado por Deus. Aceitar a sua santa vontade é trilhar o caminho da perfeição.

O Papa Bento XV afirmou: “A santidade consiste própria e exclusivamente na conformidade do querer de Deus, manifestado no exato cumprimento dos deveres do próprio estado” (AAS, 1920, p. 173). Cumprindo bem nossos deveres profissionais, familiares e religiosos, estaremos trilhando o caminho da santidade que o Natal nos aponta.

Santa Teresa de Ávila ensinava às suas monjas:

“Claro está que a suma perfeição não consiste em regalos interiores, nem em grandes arroubamentos, nem em visões, nem em espírito de profecia, mas tem ter a nossa vontade tão conforme com a de Deus, que não entendamos querer Ele alguma coisa sem que a queiramos com toda a vontade, e tomemos com a mesma alegria, tanto o saboroso como o amargo, como quer Sua Majestade” (Fundações A, 1,2).

Quem celebra o Natal decidiu viver como cristão, seguidor de Cristo, ser “luz e sal da terra”, pelo caminho da santidade. São Leão Magno perguntava a seus ouvintes: “De que vale carregar o nome de cristão se não imitar a Jesus Cristo?”

Nada melhor do que contemplar as figuras santas do Presépio, para termos os exemplos de como imitar a Jesus: a pureza, a humildade, a disposição para fazer a vontade de Deus e o abandono tranquilo da vida nas mãos da Providencia divina que Maria e José viveram.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Jesus é o sol invictus que veio para nos salvar!

Sol invictus e Jesus (laislademinervaonline)

JESUS É O SOL INVICTUS QUE VEIO PARA NOS SALVAR!

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, 

Hoje, nesta aurora abençoada, nos reunimos para celebrar o nascimento do Salvador, Jesus Cristo. Enquanto o sol nasce no horizonte, nossos corações se enchem de alegria, pois o Filho de Deus veio ao mundo para trazer esperança, amor e redenção a todos nós. Jesus é o sol invictus que veio para nos salvar! 

Na simplicidade do estábulo em Belém, Deus escolheu nascer entre nós. A passagem do Evangelho de Lucas nos lembra deste evento extraordinário: “Ela deu à luz seu filho primogênito, o envolveu em faixas e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2,7). Nessa cena humilde, testemunhamos a grandeza do amor de Deus, que se manifesta na simplicidade e na ternura do nascimento de Jesus. 

A aurora deste novo dia é um lembrete do início de uma jornada de luz que Cristo trouxe ao mundo. Como nos diz o Evangelho de João: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (João 1,4-5). Jesus é a luz que veio para dissipar as trevas do pecado e da desesperança, oferecendo-nos a oportunidade de viver uma vida plena em comunhão com Deus. 

O nascimento de Jesus não é apenas um evento histórico, mas um presente divino que continua a transformar nossas vidas. Ele veio ao mundo para nos ensinar sobre a importância do amor, da humildade, do perdão e da compaixão. Em sua infinita misericórdia, Deus se fez homem para caminhar ao nosso lado, para nos mostrar o verdadeiro caminho para a salvação. 

Nesta aurora de Natal, somos chamados a acolher o nascimento de Jesus em nossos corações e a refletir sobre o significado de sua vinda. Ele veio como um presente para cada um de nós, convidando-nos a partilhar esse amor e essa luz com todos ao nosso redor. 

Assim como os pastores acorreram ao estábulo para testemunhar o nascimento do Salvador, também somos chamados a ser testemunhas vivas do amor de Deus em nossas vidas. Que possamos seguir o exemplo de humildade e serviço de Jesus, irradiando sua luz para iluminar os caminhos daqueles que precisam de esperança e consolo. 

Que neste Natal, a luz de Cristo brilhe intensamente em nossos corações, guiando-nos na jornada da fé e inspirando-nos a viver como verdadeiros discípulos de Cristo. 

Que Deus abençoe cada um de nós e que a alegria desta aurora de Natal permaneça conosco, iluminando nossas vidas hoje e sempre. Amém.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

ARTE QUE CONSOLA: Os anjos cantavam a paz

Bartolo di Fredi (Siena, notizie 1352 - 1410) e bottega Natività e adorazione dei pastori 1385 ca. Tempera e oro su tavola Scomparto di polittico, © Musei Vaticani

"Representar o acontecimento da natividade de Jesus equivale a anunciar, com simplicidade e alegria, o mistério da encarnação do Filho de Deus". Como lembra o Papa Francisco, o nascimento de Jesus inspirou gerações de artistas que, ao longo dos séculos, evangelizaram por meio da beleza. Para viver a época do Natal, os Museus do Vaticano e o Vatican News propõem uma obra-prima das coleções pontifícias acompanhada pelas palavras dos Papas.

Bartolo di Fredi (Siena, notizie 1352 - 1410) e bottega Natività e adorazione dei pastori 1385 ca. Tempera e oro su tavola Scomparto di polittico, © Musei Vaticani

Oito séculos atrás, em Greccio, São Francisco de Assis expressou o desejo de representar o mistério da Encarnação do Senhor "e de alguma forma ver com os olhos do corpo as dificuldades em que se encontrava por falta das coisas necessárias a um bebê, como foi colocado em uma manjedoura e como se encontrava sobre o feno entre o boi e o burro" (Fontes Franciscanas XXX, 468). O impacto foi notável, assim como o número de artistas que se dedicaram à representação do Natal nos séculos seguintes, em uma incrível riqueza e vivacidade de obras. Não raro, o episódio do Anúncio aos Pastores ou da Adoração dos Pastores também aparece na mesma cena, como pode ser visto neste compartimento políptico, retratado pela oficina de Bartolo di Fredi por volta de 1385.

“"Ao lado do berço do Menino, do Filho de Deus feito homem, todo homem que caminha por aqui reflete com a consciência aberta e franca de que na travessia suprema lhe será pedido que dê o dom da vida; e isso terá a sanção final de mérito ou punição. É a partir daqui, então, pela consciência desse relato, que se mede a participação dos cristãos e de todos os homens no grande mistério que comemoramos nesta noite; daqui vem o desejo de que, da luz da Palavra de Deus, as civilizações humanas possam receber a centelha que pode levá-las a um esplendor mais brilhante, para o benefício das nações. Ao redor da manjedoura de Jesus, os anjos cantaram a paz. E aquele que acreditou na mensagem celestial e a honrou teve glória e alegria. Assim foi ontem, como sempre será ao longo dos séculos. A história de Jesus perece. Bem-aventurado é aquele que a compreende e dela extrai graça, força e bênção."”

(João XXIIII - 24 de dezembro de 1962)

* organizado por Paolo Ondarza

Bartolo di Fredi (Siena, notizie 1352 - 1410) e bottega Natività e adorazione dei pastori 1385 ca. Tempera e oro su tavola Scomparto di polittico, © Musei Vaticani

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

NAZARENO: "Mulher, não chores" (o filho da viúva de Naim) - (22)

Nazareno (Vatican Media)

Cap. 22 - "Mulher, não chores" (o filho da viúva de Naim)

Nos dias seguintes, Jesus e seus seguidores continuaram a se deslocar entre os vilarejos da Galileia. A doze quilômetros de Nazaré, há uma pequena cidade chamada Naim, que fica no sopé da pequena montanha Hermon. Ela é cercada por muros e tem apenas um portão de entrada. Quando o Mestre e os discípulos, juntamente com uma grande multidão que o seguia, aproximaram-se do portão de Naim, passaram por um cortejo fúnebre que levava para o cemitério o corpo de Ezequiel, um rapaz de quatorze anos que morreu por causa de uma infecção. Ele era o único filho de Yael, uma mulher ainda jovem que já havia ficado viúva há uma década. Sua mãe está desesperada com a perda de sua única razão de viver. Seus olhos estão vermelhos e inchados de lágrimas. Ela não tem mais fôlego para gritar sua dor e desespero. Ao vê-la, o Senhor teve grande compaixão por ela e disse: "Não chore!" Ele se aproximou, tocou o caixão: "Rapaz, eu lhe digo, levante-se!". O morto se levanta e começa a falar. Jesus o devolveu à sua mãe. Ezequiel grita várias vezes: "Mãe!" Ela agradece ao Nazareno, lançando-se aos seus pés.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2023/12/22/11/137562700_F137562700.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

S. ESTÊVÃO, PRIMEIRO MÁRTIR

S. Estevão (@ BAV  barb. lat. 487. f. 102r)

26 de dezembro

Santo Estêvão

A dolorida fronte debruçava,

Já mal ferido, o mártir para a terra:

Portas ao céu os olhos seus tornava,

Pedindo a Deus, naquela horrível guerra,

Que aos seus perseguidores perdoasse:

Riso piedoso os olhos lhe descerra. (Purgatório, XV)

Na Divina Comédia, Dante narra ter assistido a uma cena impressionante: a lapidação de um jovem que, moribundo, invoca o perdão para seus perseguidores. O poeta florentino ficou comovido pela mansidão de Estêvão, que, de fato, emerge com toda a sua força na narração dos Atos dos Apóstolos, onde encontramos este acontecimento. “Senhor, não lhes imputes este pecado”, grita Estêvão, ajoelhando-se um pouco antes de expirar.

O jovem Estêvão, cheio de Espírito Santo, foi um dos primeiros a seguir os Apóstolos. Supõe-se que ele era grego ou judeu, educado na cultura helênica. Mas, com certeza, era muito estimado na Comunidade de Jerusalém, tanto que seu nome aparece nos Atos como o primeiro, entre os sete, que foram eleitos para ajudar na missão dos Apóstolos. “Homem cheio de fé e de Espírito Santo”, fazia prodígios e milagres. Porém, alguns da Sinagoga incitaram o povo, os anciãos e os escribas, dizendo tê-lo ouvido pronunciar expressões blasfemas contra Moisés e contra Deus. Era o período do pós-Pentecostal.

Estêvão foi arrastado para diante do Sinédrio, onde falsas testemunhas o acusaram terem ouvido suas afirmações de que Jesus Nazareno teria destruído aquele lugar e alterado os costumes transmitidos por Moisés.

Lapidação e perdão

Estêvão pronunciou o discurso mais longo dos Atos dos Apóstolos, um discurso forte no qual repercorreu a história da salvação. Deus havia preparado a vinda do Justo, mas eles se opuseram ao Espírito Santo, da mesma forma como seus pais perseguiram os profetas. E Estêvão concluiu: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus”. Tais palavras lhe custaram caro. Mas eles gritaram em alta voz e, arremetendo-se contra ele, se puseram a apedrejá-lo. Entre os que aprovaram a sua morte estava Saulo, que, depois se tornou São Paulo, passando de feroz perseguidor dos cristãos a Apóstolo dos gentios. Aos seus pés, depositaram o manto de Estêvão. Enquanto era apedrejado, o jovem pedia a Jesus para acolher o seu espírito e perdoar seus assassinos.

Grande devoção pelo Protomártir

O lugar do martírio de Santo Estêvão, em Jerusalém, situa-se, segundo a Tradição, um pouco fora da Porta de Damasco, onde hoje surge a igreja de Saint-Étienne. No cristianismo, era muito forte a devoção por Santo Estêvão. As notícias sobre as suas relíquias remontam ao ano 400 d.C. A sua vida, sobretudo o seu martírio, repercutiu profundamente na arte. Quase sempre, ele é representado com a palma ou com pedras decorativas.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Dom Vital: Feliz Natal para todas as pessoas

Noite de Natal (Vatican Media)

O sentido do Feliz Natal está ligado ao Salvador, que é Jesus Cristo pois Ele veio na realidade humana para dar a todos a vida nova, ele que viera do Pai. O Natal é a contemplação no presépio desta verdade que anima a todos a prosseguir na missão.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

Nós desejamos para todas as pessoas um Feliz Natal, porque é o nascimento de Jesus Cristo na realidade humana. É um período de muitas luzes nas ruas e também nas casas, nas Igrejas, que retratam o nascimento de Deus feito carne. É um tempo de graça e de amor a Deus, ao próximo como a si mesmo.

As primeiras pessoas a receberem o anúncio do anjo, foram os pastores, a glória do Senhor os envolveu em luz e o anjo lhes disse que era para eles não terem medo naquela noite, pois ele lhes anunciava uma grande alegria para todo o povo, na cidade de Davi, nasceu para eles e para todos um Salvador, que é o Cristo Senhor (cfr. Lc 2, 9-11). O anjo lhes anunciou um feliz nascimento do Senhor. O fato é que Jesus é o Salvador para toda a humanidade. A palavra Salvador vem do latim: Salvator-oris, cujo significado é salvar, uma pessoa é salva de um perigo, material ou espiritual. Jesus Cristo, o Redentor salva e dá a salvação, como dom de Deus à humanidade[1]. A seguir dar-se-á esta visão nos padres da Igreja, os primeiros escritores cristãos, teólogos na vida eclesial.

A recapitulação da obra plasmada

Santo Ireneu, bispo de Lião dos séculos II e III afirmou que o Verbo de Deus pela sua encarnação recapitulou em si mesmo a obra por ele plasmada, tornando-se Filho do Homem. “Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher” (Gl 4,4) e na epístola aos romanos diz:... “Acerca do seu Filho, ele nasceu da posteridade de Davi, segundo a carne, declarado Filho de Deus, com poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo Senhor Nosso” (Rm 1,3-4)[2].

A salvação é dada como dom de Deus

O bispo de Lião afirmou que Deus Pai, pela sua imensa misericórdia, enviou o seu Verbo Criador que vindo para salvar a todas as pessoas, esteve nos mesmos ambientes onde o ser humano perdeu a vida, rompeu as cadeias que o mantinha prisioneiro. Com a aparição de sua luz desapareceram as trevas da prisão, santificou o nascimento humano, e destruída a morte, desligou os mesmos laços que tinham prendido o ser humano. Ele manifestou a ressurreição, tornando-se o primogênito dos mortos (cfr. 2Tm 1,10) e levantou na sua pessoa o homem caído por terra, ao ser elevado às alturas do céu até a direita da glória do Pai[3]. Santo Ireneu também disse que o Verbo é Salvador. Emanuel se traduz por “Deus-conosco”, Deus esteja conosco. Por isso, Ele é a interpretação e a revelação da “Boa-Nova”. O profeta disse que um menino foi dado à humanidade, e foi lhe dado o nome como Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno, Príncipe da paz (Is 9, 5)[4].

A salvação foi dada em vista da renovação humana

Santo Atanásio, bispo de Alexandria, século IV disse que o Filho santíssimo do Pai, Imagem dele, veio à terra a fim de renovar o ser humano que fora feito em conformidade com ele, e a fim de recuperar os que estavam perdidos, no perdão dos pecados, conforme diz o Senhor no evangelho que ele veio procurar e salvar o que estava perdido (cfr. Lc 19,10)[5].

A lei antiga era incapaz de salvar o ser humano

São Leão Magno, bispo de Roma e Papa, afirmou que o ensinamento da Lei não era suficiente para a salvação, pois a nossa origem, viciada desde o começo depois do pecado original, não renasceria com novos começos. Em vista da reconciliação da humanidade com Deus era preciso uma vítima de nossa raça, Jesus Cristo, isenta de nossa corrupção. Desta forma o plano de Deus, que era de apagar o pecado do mundo pelo nascimento de Jesus e de sua paixão, morte e ressurreição se estenderia a todas as gerações e em todos os séculos[6].

O Salvador, Verbo de Deus e servo

São Leão Magno também disse que em seu abaixamento humano, Jesus se tornou filho de mulher e sujeito à Lei, mas na sua condição divina, permaneceu o Verbo de Deus, na qual todas as coisas foram feitas. Aquele que em sua condição de Deus, fez o ser humano, na sua condição de servo, se fez ser humano, mas um com o outro é Deus pelo poder da natureza que assumiu um com o outro é homem pela humildade da natureza assumida. O Senhor assumiu a condição de servo sem a mancha do pecado, elevando a humanidade, mas sem a diminuição da divindade, porque o aniquilamento pelo qual o invisível se tornou visível, foi abaixamento de sua misericórdia[7] em vista da salvação do ser humano.

O nascimento do Salvador em Belém

Eusébio de Cesaréia, bispo na Palestina, interpretou a profecia de Malaquias( cfr. Ml 5, 1-4) no qual o Salvador Jesus Cristo deveria nascer em Belém. Ele seria o novo pastor, na qual as suas origens são desde o início dos tempos, isto é, eternas. A sua existência provem desde a eternidade, portanto divina. É de Belém que sairá o condutor que subsiste desde sempre, vindo daquele vilarejo, o nosso Salvador Jesus, o Cristo de Deus. Esta Escritura é cumprida naquele que é o verdadeiro Emanuel, o Logos preexistente a toda a criação, que é chamado Deus conosco (cfr. Mt 1,23)[8].

O Salvador veio ao mundo

São Beda Venerável, presbítero dos séculos VII e VIII afirmou que o Salvador veio ao mundo realizando a promessa a Abraão e aos seus filhos, no caso, aos filhos da promessa dos quais se diz que sendo de Cristo, as pessoas são da descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa (cfr. Gl 3,29). Como a morte entrou no mundo pela desobediência humana diante de Deus, pela profecia do Senhor dada às duas mulheres, Maria e Isabel, as quais carregavam o Salvador e o Precursor, anunciou-se ao mundo a Salvação.

O sentido do Feliz Natal está ligado ao Salvador, que é Jesus Cristo pois Ele veio na realidade humana para dar a todos a vida nova, ele que viera do Pai. O Natal é a contemplação no presépio desta verdade que anima a todos a prosseguir na missão, de vivê-la na paz e no amor junto aos pobres, aos necessitados, e a todas as pessoas. O Natal seja o nascimento do Salvador em nossos corações e no mundo inteiro.

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[1] Cfr. Salvatóre. In: Il vocabolario treccaniIl Conciso. Milano, Trento, 1998, pg. 1467.

[2] Cfr. Ireneu de Lião, III Livro, 22,1. Paulus, SP, 1995, pg. 350.

[3] Cfr. Irineu de Lyon. Demonstração da pregação apostólica, 38. Paulus, SP, 2014, pg. 98.

[4] Cfr. Idem, 54, pg. 111.

[5] Cfr. Santo Atanásio. A Encarnação do Verbo, 14,2. Paulus, SP, 2002, pg. 143.

[6] Cfr. Leão Magno. Sermões. XXIII Sermão, 3. Terceiro Sermão no Natal do Senhor, 3. Paulus, 1996, pgs. 47.

[7] Cfr. Leão Magno. Idem, 2, pg. 46.

[8] Cfr. Eusebio di Cesarea. Dimostrazione Evangelica, VI, 2,2-4Introduzione traduzione e note di Paolo Carrara. Paoline, Milano, 2000, pgs. 586-587.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Por um Natal com Jesus

FILIPPO MONTEFORTE | AFP

Por Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 25/12/23

Natal é essa luz que vem para brilhar no horizonte da família e dizer: encontre no perdão a luz de Cristo.

Neste ano de 2023, mais uma vez Jesus nasce. Deus se desnuda, diante de mim e de você, para trazer luz e será que nós vamos recusar a luz de Deus? Vamos continuar errantes neste mundo, fazendo besteira, construindo muros, construindo armas de destruição, incentivando e colocando lenha nos conflitos, nas discórdias?

Deus assumiu a forma humana e não podemos esquecer-nos de algo fundamental: Deus entrou na humanidade para dizer “O que fiz foi bem feito e, como ser humano, eu já experimentei todas as limitações, então vocês também podem ser santos”.

Esse mistério da humanidade de Deus é tão profundo. Ele se tornar um de nós, é uma decisão da vontade de Deus tão grande que Ele se desnuda de toda majestade para dizer eu os amo incondicionalmente.

Ele veio trazer a luz para quem andava errante no mundo, vagando na escuridão, mas parece que São João se deu conta de que nem todos viram a luz e se viram a luz rejeitaram. (cf. Jo 1,9-12)

Natal é essa luz que vem para brilhar no horizonte da família e dizer: encontre no perdão, a luz de Cristo. Perdoe, volte, se fez besteira, corrija. Olhe para esta pessoa que está ao seu lado e pense: “Ela está, como eu, buscando a Deus! Então eu vou dar a ela o meu braço e vamos junto seguir na luz”.

Geralmente os presentes que oferecemos no Natal vêm com o prazo de validade muito curto. Podemos comprar o melhor presente do mundo para uma criança, é novidade no dia de Natal, talvez três, quatro dias, uma semana, depois, acabou! O presente que Deus nos dá é para sempre. Ofereçamos também um presente que vai para a vida inteira, nosso amor, nosso sorriso, nosso afeto, nosso perdão, um abraço a quem faz tanto tempo que não abraçamos.

Diga para a pessoa que está do seu lado, o quanto ela é importante para você. São palavras que parece romantismo, mas fazem tão bem para o ouvido e para o coração. A grande magia do Natal, o grande mistério do Natal é o amor de Deus por nós. 

Eu gostaria de instigar e incentivar você, que está lendo esse texto, seja o exemplo de Deus, se desnude, tire a armadura, tire a máscara, tire a hipocrisia, não tenha medo de renascer, de voltar às essências da sua humanidade porque, às vezes, a gente se torna algo que nós não reconhecemos. Certas situações nos fazem tomar decisões que vão contra a nossa natureza e vamos nos tornando pessoas amargas, tristes, desanimadas.

Aproveite o Natal e tente recuperar o que de melhor você tem. Aquele sorriso largo, aquele coração que era bom, aquela pessoa que era capaz de chorar de emoção. Resgate em você aquela pessoa que era capaz de acreditar, que era boa, simples, verdadeira, autêntica, amorosa, não deixe a vida lhe estragar.

Volte a ser bom, porque Deus é bom.

Padre Reginaldo Manzotti

Fonte: https://pt.aleteia.org/

25 de dezembro, uma data histórica (3/4)

A viagem para Belém (30Giorni)
Arquivo 30Dias – 11/2000

25 de dezembro, uma data histórica

Não foi uma escolha arbitrária suplantar os antigos festivais pagãos. Quando a Igreja celebra o nascimento de Jesus na terceira década de dezembro, inspira-se na memória ininterrupta das primeiras comunidades cristãs sobre os acontecimentos evangélicos e os lugares onde aconteceram. Tommaso Federici, professor emérito de teologia bíblica, faz um balanço de pistas e descobertas recentes que confirmam a historicidade da data do Natal.

por Tommaso Federici

“Problemas litúrgicos”

A data do Natal está rodeada de um enxame de problemas. Em primeiro lugar, há o fato de em algumas Igrejas o 25 de Dezembro ter sido acumulado e por vezes confundido com o dia 6 de Janeiro, dia que acumulou a memória dos acontecimentos que rodearam o nascimento do Salvador.

Depois, sobretudo, a pouco clara distinção entre a memória de um fato, que pode durar gerações, a devoção em torno deste fato, que pode exprimir-se com um culto não litúrgico, e a instituição de uma festa “litúrgica” com data própria. e com um ofício real, que inclui a liturgia das horas santas e a dos mistérios divinos.

Aqui devemos levar em conta, como geralmente se ignora, a incrível memória das comunidades cristãs em relação aos acontecimentos evangélicos e aos lugares que os testemunharam.

A Anunciação, por exemplo, já havia entrado na formulação de alguns “símbolos batismais” mais antigos no século II. Foi representado na arte cristã primitiva ao mesmo tempo, como nas catacumbas de Priscila. Na própria Nazaré, como a arqueologia agora demonstra esplendidamente, o local da Anunciação foi preservado e venerado sem interrupção pela comunidade local, e foi visitado por um ininterrupto afluxo de peregrinos devotos, que ao longo dos séculos também deixaram grafites e escritos comoventes, até os dias atuais. Quando o culto “litúrgico” da Mãe de Deus começou, já no século V, houve a grande festa “litúrgica” do Euaggelismós , a anunciação a Maria. Isto adquiriu uma ressonância tão extraordinária que no Ocidente os Padres o incluíram entre os "inícios da nossa redenção" (com o Natal, os Reis Magos e as bodas de Caná), e no Oriente foi considerado tão solene e quase avassalador que a sua data em O rito bizantino abole o domingo e até a Quinta-feira Santa, cede apenas à Sexta-feira Santa e, se cair no Domingo da Ressurreição, divide a celebração de modo que sejam celebrados metade do Cânon Pascal e metade do Cânone da Anunciação.

Em Belém, ainda antes da construção da Basílica Constantiniana (primeiros trinta anos do século IV), a comunidade cristã preservou a memória e a veneração ininterruptas do lugar do nascimento do Senhor.
No Egito, a Igreja Copta preserva com devoção ininterrupta a memória dos lugares onde a sagrada família parou na sua fuga ( Mt 2, 13-18), onde foram construídas igrejas que ainda hoje funcionam.

Podemos falar aqui dos lugares sagrados da Palestina, especialmente os de Jerusalém: a Anástasis, da Ressurreição (assim chamada "santo sepulcro") e do Gólgota, do Cenáculo, do "Monte da Galiléia" que é o da Ascensão, do Getsêmani, de Betânia, do Tanque Probático ( Jo 5, 1- 9), onde foi construída uma igreja, do lugar da “Dormição” da Mãe de Deus em Cedron, e assim por diante. Em todos estes locais existe documentação preciosa, impressionante e ininterrupta ao longo dos séculos até aos nossos dias, dos peregrinos que os visitaram sempre com graves sacrifícios e perigos, e deixaram descrições e relatos escritos da veneração de que foram objeto, e dos usos da devoção dos habitantes e demais visitantes.

O problema de grande interesse aqui é a escolha das datas das próprias celebrações “litúrgicas”. Quanto à celebração “litúrgica”, no sentido acima exposto, do Senhor, da sua Mãe Sempre Virgem, de João Batista, foram escolhas arbitrárias, provenientes de ideologias ou de cálculos engenhosos? Não parece. Os dias 23 de setembro e 24 de junho para o anúncio e nascimento de João Batista, e 25 de março e 25 de dezembro para o anúncio do Senhor e seu nascimento, não foram arbitrários, e não provêm de ideologias transitórias. As Igrejas preservaram memórias ininterruptas e, quando decidiram torná-las celebrações “litúrgicas”, apenas sancionaram um uso imemorial da devoção popular.

Deve-se também ter em conta o fato pouco notado de que as Igrejas comunicavam entre si as “datas” das suas celebrações e, portanto, por exemplo, as dos “depoimentos dos mártires”, que chamavam de “aniversário dos mártires”. para a glória do céu. Para os grandes aniversários, como as festas do Senhor, dos apóstolos, dos mártires, dos santos bispos das Igrejas locais, e a partir do século V também das da Mãe de Deus, as Igrejas acolheram de bom grado as propostas de as Igrejas irmãs. Na prática, quase todas as grandes festas do Senhor e da Mãe de Deus vêm do Oriente palestino e foram aceitas com grande entusiasmo pelas Igrejas do Império, e antes dos grandes cismas do século V, também pelo imenso cristianismo de que estou deixando o império. O Natal, ao que parece, veio de Roma e foi aceito, ainda que com alguma hesitação, por todas as Igrejas.

Com isto queremos dizer que as Igrejas tinham a possibilidade de controlos e verificações, e deve ser dito que os nossos antigos pais não eram de todo crédulos, mas muitas vezes desconfiados, com razão, de modo a rejeitar qualquer tentativa ilícita e ilegítima de adoração "não comprovada". .

O evangelista Lucas tem um papel significativo em tudo isto, quando com sugestões oportunas e hábeis se refere a lugares e acontecimentos, datas e pessoas.


Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF