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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

O Papa: que o homem não se torne alimento para os algoritmos

Mensagem do Papa Francisco para o 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais (Vatican Media)

A mensagem de Francisco para o Dia Mundial das Comunicações Sociais é dedicada ao tema da Inteligência Artificial e a sabedoria do coração. Segundo o Pontífice, "apenas recuperando uma sabedoria do coração é que poderemos ler e interpretar a novidade do nosso tempo e descobrir o caminho para uma comunicação plenamente humana".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

Foi divulgada, nesta quarta-feira (24/01), a mensagem do Papa Francisco para o 58° Dia Mundial das Comunicações Sociais intitulada "Inteligência artificial e sabedoria do coração: para uma comunicação plenamente humana".

Francisco inicia o texto, ressaltando que "a rápida difusão de maravilhosas invenções, cujo funcionamento e potencialidades são indecifráveis para a maior parte de nós, suscita um espanto que oscila entre entusiasmo e desorientação e põe-nos inevitavelmente diante de questões fundamentais: O que é então o homem, qual é a sua especificidade e qual será o futuro desta nossa espécie chamada homo sapiens na era das inteligências artificiais? Como podemos permanecer plenamente humanos e orientar para o bem a mudança cultural em curso?"

A sabedoria que dá gosto à vida

"Neste tempo que corre o risco de ser rico em técnica e pobre em humanidade, a nossa reflexão só pode partir do coração humano", escreve ainda o Pontífice. "Somente dotando-nos de um olhar espiritual, apenas recuperando uma sabedoria do coração é que poderemos ler e interpretar a novidade do nosso tempo e descobrir o caminho para uma comunicação plenamente humana", ressalta.

Segundo o Papa, "a sabedoria do coração é a virtude que nos permite combinar o todo com as partes, as decisões com as suas consequências, as grandezas com as fragilidades, o passado com o futuro, o eu com o nós".

Esta sabedoria do coração "é um dom do Espírito Santo, que permite ver as coisas com os olhos de Deus, compreender as interligações, as situações, os acontecimentos e descobrir o seu sentido. Sem esta sabedoria, a existência torna-se insípida, pois é precisamente a sabedoria que dá gosto à vida: a sua raiz latina sapere associa-a ao sabor".

Cada coisa nas mãos do homem torna-se oportunidade ou perigo

De acordo com Francisco, "não podemos esperar esta sabedoria das máquinas. Embora o termo inteligência artificial já tenha suplantado o termo mais correto utilizado na literatura científica de machine learning (aprendizagem automática), o próprio uso da palavra «inteligência» é falacioso. É certo que as máquinas têm uma capacidade imensamente maior que os seres humanos de memorizar os dados e relacioná-los entre si, mas compete ao homem, e só a ele, descodificar o seu sentido.

“Não se trata, pois, de exigir das máquinas que pareçam humanas; mas de despertar o homem da hipnose em que cai devido ao seu delírio de onipotência, crendo-se sujeito totalmente autônomo e autorreferencial, separado de toda a ligação social e esquecido da sua condição de criatura.”

O Papa escreve ainda na mensagem que "cada coisa nas mãos do homem torna-se oportunidade ou perigo, segundo a orientação do coração. Os sistemas de inteligência artificial podem contribuir para o processo de libertação da ignorância e facilitar a troca de informações entre diferentes povos e gerações. Por exemplo, podem tornar acessível e compreensível um patrimônio enorme de conhecimentos, escrito em épocas passadas, ou permitir às pessoas comunicarem em línguas que lhes são desconhecidas".

Ao mesmo tempo "podem ser instrumentos de «poluição cognitiva», alteração da realidade através de narrações parcial ou totalmente falsas, mas acreditadas – e partilhadas – como se fossem verdadeiras. Basta pensar no problema da desinformação que enfrentamos, há anos, no caso das fake news e que hoje se serve da deep fake, isto é, da criação e divulgação de imagens que parecem perfeitamente plausíveis, mas são falsas ou mensagens-áudio que usam a voz de uma pessoa, dizendo coisas que ela própria nunca disse. A simulação, que está na base destes programas, pode ser útil em alguns campos específicos, mas torna-se perversa quando distorce as relações com os outros e com a realidade".

Efeitos socialmente injustos da inteligência artificial 

Segundo o Papa, "é importante ter a possibilidade de perceber, compreender e regulamentar instrumentos que, em mãos erradas, poderiam abrir cenários negativos. Os algoritmos, como tudo o mais que sai da mente e das mãos do homem, não são neutros. Por isso é necessário prevenir propondo modelos de regulamentação ética para contornar os efeitos danosos, discriminadores e socialmente injustos dos sistemas de inteligência artificial e contrastar a sua utilização para a redução do pluralismo, a polarização da opinião pública ou a construção do pensamento único".

A esse propósito, Francisco exorta a "Comunidade das Nações a trabalhar unida para adotar um tratado internacional vinculativo, que regule o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial nas suas variadas formas". "Entretanto, como em todo o âmbito humano, não é suficiente a regulamentação", sublinha.

Não reduzir as pessoas a dados

O Papa escreve em sua mensagem que "somos chamados a crescer juntos, em humanidade e como humanidade. O desafio que temos diante de nós é realizar um salto de qualidade para estarmos à altura de uma sociedade complexa, multiétnica, pluralista, multirreligiosa e multicultural. Cabe a nós questionar-nos sobre o progresso teórico e a utilização prática destes novos instrumentos de comunicação e conhecimento. As suas grandes possibilidades de bem são acompanhadas pelo risco de que tudo se transforme em um cálculo abstrato que reduz as pessoas a dados, o pensamento a um esquema, a experiência a um caso, o bem ao lucro, com o risco sobretudo de que se acabe por negar a singularidade de cada pessoa e da sua história, dissolvendo a realidade concreta numa série de dados estatísticos".

"Não é aceitável que a utilização da inteligência artificial conduza a um pensamento anônimo, a uma montagem de dados não certificados, a uma desresponsabilização editorial coletiva. A representação da realidade por big data (grandes dados), embora funcional para a gestão das máquinas, implica na realidade uma perda substancial da verdade das coisas, o que dificulta a comunicação interpessoal e corre o risco de danificar a nossa própria humanidade. A informação não pode ser separada da relação existencial: implica o corpo, o situar-se na realidade; pede para correlacionar não apenas dados, mas experiências; exige o rosto, o olhar, a compaixão e ainda a partilha."

A este propósito, Francisco pensa "na narração das guerras e naquela «guerra paralela» que se trava através de campanhas de desinformação". "Penso em tantos repórteres que ficam feridos ou morrem no local em efervescência para nos permitir ver o que viram os olhos deles. Pois só tocando pessoalmente o sofrimento das crianças, das mulheres e dos homens é que poderemos compreender o caráter absurdo das guerras", escreve ainda o Papa.

"A utilização da inteligência artificial poderá proporcionar uma contribuição positiva no âmbito da comunicação, se não anular o papel do jornalismo no local, antes pelo contrário se o apoiar; se valorizar o profissionalismo da comunicação, responsabilizando cada comunicador; se devolver a cada ser humano o papel de sujeito, com capacidade crítica, da própria comunicação", ressalta o Pontífice.

Construir novas castas baseadas no domínio informativo

Segundo o Papa, "a inteligência artificial acabará por construir novas castas baseadas no domínio informativo, gerando novas formas de exploração e desigualdade ou se, pelo contrário, trará mais igualdade, promovendo uma informação correta e uma maior consciência da transição de época que estamos atravessando, favorecendo a escuta das múltiplas carências das pessoas e dos povos, num sistema de informação articulado e pluralista. De um lado, vemos assomar o espectro de uma nova escravidão, do outro uma conquista de liberdade; de um lado, a possibilidade de que uns poucos condicionem o pensamento de todos, do outro a possibilidade de que todos participem na elaboração do pensamento".

“A resposta não está escrita; depende de nós. Compete ao homem decidir se há de tornar-se alimento para os algoritmos ou nutrir o seu coração de liberdade, sem a qual não se cresce na sabedoria.”

Esta sabedoria amadurece valorizando o tempo e abraçando as vulnerabilidades. Cresce na aliança entre as gerações, entre quem tem memória do passado e quem tem visão de futuro", conclui Francisco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Francisco de Sales

São Francisco de Sales (cruzterrasanta)
24 de janeiro
São Francisco de Sales

Origens

Francisco de Sales nasceu em 21 de agosto de 1567, no castelo de Sales, em Saboia, atual Ródano-Alpes, na França. Foi o primogênito de treze filhos que os Barões de Boisy tiveram. Seu nome foi escolhido por causa da devoção que a família tinha a São Francisco de Assis. Para cada filho os pais escolheram um mentor, e o de Francisco foi o Pe. Deage, que o acompanhou por toda a sua vida, até a hora de sua morte.

Formação

Francisco estudou em Paris, fazendo seus estudos universitários com os jesuítas. Estudou Filosofia, Retórica e Teologia. Por esta formação, tornou-se diretor espiritual e grande pregador, características marcantes de sua vida apostólica. Ele recebeu, também, aulas de dança, esgrima e equitação. Aos 24 anos de idade Francisco volta para a terra natal e para junto de sua família, que já lhe tinha arrumado um cargo como Senador de Saboia e escolhido, para sua noiva, uma jovem rica e nobre.

Vocação

Apesar de ser o principal herdeiro da família e de ter seu futuro garantido, sentia-se fortemente chamado para servir exclusivamente a Deus, a ponto de fazer voto de castidade. A Virgem Maria, por quem tinha especial devoção, era a sua principal protetora.

Seu pai ficou sabendo de seu desejo através do Cônego de Genebra, tio de Francisco. Nessa época o capelão da catedral de Chamberi faleceu, e seu tio conseguiu sua nomeação para ocupar o posto. Assim, seu pai permitiu que ele se entregasse inteiramente a Deus sem saber que seu filho Francisco estava predestinado às honras dos altares, como Doutor da Igreja.

Combatendo as heresias

Pe. Francisco ocupou-se da evangelização da cidade de Chablais, às margens do lago de Genebra. Talvez sua principal missão era a de converter os calvinistas, correndo o risco de perder a própria vida. Para esse difícil trabalho, distribuía folhetos combatendo heresias, apresentando as verdades do catolicismo, através da Palavra de Deus. Ele conseguiu muitas conversões, reconduzindo as pessoas ao seio da Igreja novamente. Pe. Francisco tornava-se um importante confessor e diretor espiritual. Isso nos primeiros 5 anos de sua ordenação sacerdotal.

Um bispo revolucionário

Francisco de Sales foi sagrado Bispo auxiliar de Genebra em 1599, assumindo definitivamente a diocese três anos depois. Dom Francisco catequisava crianças e adultos, fundou escolas e conduziu à uma vida de santidade importantes pessoas da nobreza. Com ele, essas pessoas, juntamente com Madre Joana de Chantal, foram responsáveis por uma grande mudança religiosa na região. Com Dom Francisco, Madre Joana foi cofundadora da Ordem da Visitação, em 1610, tornando-se, depois, santa. Pelos escritos, pela pregação e aconselhamentos, Francisco realizou verdadeiros milagres em seu apostolado.

Pregador e escritor

Todos queriam ouvir as palavras do Bispo-Príncipe de Genebra, convidado a anunciar o Evangelho em todos os lugares, inclusive para a família real da Saboia.

Dom Francisco escreveu alguns livros revolucionários, como “Introdução à vida devota”. Escreveu, especialmente para as filhas da Visitação, o célebre “Tratado do Amor de Deus”, desenvolvendo a ideia de que “a medida de amar a Deus é amá-lo sem medida”.

Morte e canonização

Dom Francisco de Sales faleceu em Lion, na França, em 28 de dezembro de 1622. Porém, a Igreja o celebra no dia 24 de janeiro, pois, neste dia, em 1623, seus restos mortais foram levados para Anneci, atual capital da Alta Saboia. Ele foi beatificado em 1661. Foi a primeira beatificação ocorrida na Basílica de São Pedro, em Roma. Sua canonização aconteceu quatro anos depois, em 1665.

Doutor da Igreja

Francisco de Sales foi declarado Doutor da Igreja pelo Papa Pio IX e proclamado Padroeiro dos jornalistas e escritores católicos pelo Papa Pio XI.

Tempos depois, pela admiração que Dom Bosco nutria por São Francisco de Sales, ele deu o nome de Congregação Salesiana à magnifica Obra que criou para a educação de jovens.

Oração a São Francisco de Sales

“Oh! São Francisco de Sales, que em sua vida mortal se fez sobressair em todas as virtudes, especialmente no amor à Deus e ao próximo, eu humildemente suplico colocar-me sob a sua proteção imediata, para obter de Deus a minha perfeita conversão, e a de todos os pecadores, especialmente... (mencionar os nomes das pessoas para quem você quiser rezar).

Ensina-me, São Francisco de Sales, a fixar os olhos no céu; que eu possa enfrentar todos os obstáculos que se apresentam no meu caminho, e de atingir, um dia, a glória no céu, com auxílio de vossa intercessão.

Obtende também o especial favor... (mencionar intenção). Ajudai-nos, ó Senhor, nós vos suplicamos, através dos méritos de São Francisco de Sales. Que aquilo que os nossos esforços não podem obter, possa ser-nos dada por sua intercessão.

Oremos: Ó Deus, que, para a salvação das almas, fez São Francisco de Sales seu confessor e bispo, que lutava para que todos os homens e mulheres se submetessem a Vossa misericordiosa vontade, e fossem infundidos com a suavidade da caridade, guiados por seus ensinamentos pedimos, pela intercessão deste vosso servo, a graça de obter a felicidade eterna, através de Cristo, Nosso Senhor. Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

CATEQUESE: Eucaristia, alimento e remédio

Eucaristia, alimento e remédio (Cléofas)

Eucaristia, alimento e remédio

 POR PROF. FELIPE AQUINO

“A Eucaristia é o pão de cada dia, que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia” Santo Agostinho.

São Paulo mostrou seu desapontamento verificando que, apesar da celebração da Eucaristia, havia ainda na comunidade de Corinto “muitos fracos e enfermos e um bom número de mortos” (1Cor 11, 30). As primeiras gerações cristãs acreditavam nas curas pela Eucaristia. Por exemplo, S. Cirilo de Alexandria (370-444) disse: “Se apenas o contato com a sua santa carne restituía a vida à matéria já deteriorada, quão grande proveito não haveríamos de tirar da Eucaristia vivificante, quando a recebemos, visto que não é possível que a Vida não faça viver aqueles aos quais ela se infunde”.

São João Crisóstomo (344-407), o grande Patriarca de Constantinopla, convidava os fiéis a “aproximar-se da Eucaristia com fé”, “cada qual com as suas doenças”; e S. Efrém (306-372), doutor da Igreja, exclamava: “Glória ao remédio da vida!”. Na verdade, dizia, Cristo “corta uma parte do seu próprio corpo; aplica-a à ferida, e cura, como a sua carne e o seu sangue, as chagas”.

O Papa Leão XIII disse que na Eucaristia “estão concentradas, com singular riqueza e variedade de milagres, todas as realidades sobrenaturais” (Carta encicl. Mirae Caritatis).

O Concílio de Trento (1565-1583) afirmou: “A Eucaristia é Remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e preservados dos pecados mortais”. É o próprio Jesus combatendo em nós contra a “concupiscência da carne e soberba da vida”.

Sabemos que a penitência apaga em nós o pecado, mas a tendência ao pecado continua em nós; a Eucaristia contrabalança essa inclinação ao mal e impede que o demônio se apodere de nossa alma.

Pela Eucaristia nos unimos com o “Santo”, e somos nele transformados. Assim como o ferro, no fogo, vai assumindo a sua cor, pela Comunhão vamos assumindo a “imagem e semelhança” do Senhor. Santo Agostinho explicava que o Alimento eucarístico é diferente dos outros; o alimento comum se transforma em nosso corpo; mas na Eucaristia, somos nós transformados no corpo de Cristo.

A Eucaristia é o alimento espiritual de nossa caminhada para Deus, como foi o maná que alimentou o povo de Deus por quarenta anos, a caminho da Terra Prometida. (Ex 8, 2-16). Esse maná era apenas uma figura do verdadeiro “pão vivo descido do céu”, que quem comer “viverá eternamente” (Jo 6, 51).

No discurso sobre a Eucaristia, na sinagoga de Cafarnaum, Jesus deixou claro: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (v. 53).

Se não temos a vida de Jesus sem a Eucaristia, muito menos poderemos ter a santidade, pois esta é exatamente a consequência da participação na vida divina.

O Papa João Paulo II disse: “Não se trata de alimento em sentido metafórico, mas “a minha carne é, em verdade, uma comida, e o meu sangue é, em verdade, uma bebida” (Jo 6, 55)” (EE, 16).

Através da Comunhão do seu corpo e sangue, Cristo comunica-nos também o seu Santo Espírito. Escreve S. Efrém: “Chamou o pão seu corpo vivo, encheu-o de Si próprio e do seu Espírito. […] E aquele que o come com fé, come Fogo e Espírito. […] Tomai e comei-o todos; e, com ele, comei o Espírito Santo. De fato, é verdadeiramente o meu corpo, e quem o come viverá eternamente” (Homilia IV para a Semana Santa).

Uma das Orações Eucarísticas leva o celebrante a rezar: Fazei que, alimentando-nos do Corpo e Sangue do vosso Filho, cheios do seu Espírito Santo, sejamos em Cristo um só corpo e um só espírito. (Or. Euc. III). Assim, pelo dom do seu corpo e sangue, Cristo aumenta em nós o dom do seu santo Espírito, já infundido em nós no Batismo e recebido como “selo” no sacramento da Confirmação.

Assim como o corpo não pode ter vida sem comida e sem bebida, da mesma forma a alma não tem a vida eterna sem a Eucaristia, sem o Corpo ressuscitado de Jesus.

No discurso de Jesus há uma promessa maravilhosa: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e eu nele” (v. 56).

Jesus, na última Ceia, insistiu com os discípulos: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tão pouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, essa dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,1-5).

No final Jesus completa dizendo: “Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”.

Para que pudéssemos, então, “permanecer nele”, Ele, nos deixou a Eucaristia, o maior de todos os milagres do seu amor por nós. O seu próprio Ser nos é dado. É o próprio Jesus ressuscitado que vem a cada um de nós.

Seu Corpo se funde ao nosso, sua Alma se une à nossa, seu Sangue se mistura com o nosso, e sua Divindade se junta à nossa humanidade. Não pode haver união mais íntima e mais intensa na face da terra. É o amado (Jesus) que vai em busca da sua amada (nossa alma) para unir-se a ela. O amor exige a união. E nessa união Ele nos santifica.

São Cirilo de Jerusalém disse que após a Comunhão, somos “Cristóforos”, portadores de Cristo.

“Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11, 28). A maneira mais fácil de acolher esse convite amoroso do Senhor é na Eucaristia.

Antes de realizar o milagre da multiplicação dos pães, figura da Eucaristia, Jesus disse aos Apóstolos, olhando a multidão: “não os quero despedir em jejum para que não desfaleçam no caminho” (Mt 15, 32). Aquela multidão faminta o seguia há três dias pelo deserto. Agora Ele “multiplica” o seu próprio Corpo para que não desfaleçamos na caminhada dura desta vida até a Casa do Pai. Temos mais necessidade do Pão do Céu do que do pão da terra.

Para estar a nosso lado e ser o nosso remédio e o nosso alimento, Ele deu-se todo a nós, sem reservas; é por isso que nós também temos que nos dar a Ele, também sem reservas, no estado de vida em que estamos, vivendo segundo sua vontade. O amor exige reciprocidade, senão fica inerte.

Na Eucaristia Ele é nosso, como dizia santa Terezinha: “agora Jesus, o Senhor é meu!” No discurso eucarístico Ele deixou claro como os seus discípulos “permaneceriam nele”, para poder dar muito fruto. E fez questão de enfatizar a importância desta união conosco na Eucaristia:

“Assim como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que come a minha carne viverá por mim” (Jo 6, 57).

É essencial entender esse “viverá por mim”. Quer dizer, com a Sua presença em nós, Ele “agirá” em nós; Ele será a nossa força; Ele será a nossa paz; Ele será tudo em nós! A nossa miséria será trocada pela Sua força. É aquilo que São Paulo experimentou: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2, 20). São Paulo disse: “Jesus Cristo, vossa vida” (Cl 3, 4). Pela Eucaristia Jesus toma posse de nós; torna-nos propriedade sua; devemos, então, entregar-lhe totalmente a nossa vida, sejamos casados ou celibatários, leigos ou clérigos. Assim acontecerá em nós uma nova Encarnação do Verbo que continuará a dar glória ao Pai como quando vivia entre nós.

A menor ação de Jesus era divina, porque era ação do Verbo que governava as suas duas naturezas, humana e divina. A sua natureza humana era submissa ao Verbo. Assim também deve ser com quem Comunga, a vontade humana deve ser serva da vontade do Senhor, guiado pelo Espírito Santo.

Vivendo em nós pela Eucaristia Jesus nos enche com os seus desejos, seus pensamentos, palavras, atos, etc. Ele torna-se em nós uma personalidade divina. Nosso Senhor faz suas as nossas obras e os nossos atos, de modo que eles se tornam divinos, imprimindo-lhes um mérito de valor também divino. Assim nossas obras humanas, sem valor, tornam-se revestidas dos méritos de Cristo. E quanto maior for a nossa união com Ele, tanto mais valor terão nossas obras e tanto maior será a glória que reverterá para nós.

Jesus disse “Eu sou o Pão da Vida” (Jo 6, 35); isto é, Ele, na Eucaristia, é o “sustento e remédio” para a nossa vida.

Quem Comunga vive “por Jesus”, com a Sua Força. Por isso, a piedade sem a Comunhão, é fraca. Com a Eucaristia Jesus carrega o meu fardo pesado; então podemos dizer com S. Paulo “Tudo posso Naquele que me sustenta” (Fl 4, 13). Quer dizer, é Ele a nossa força; e Ele age em nós dando-nos a graça de fazermos coisas boas e santas; é Ele que “realiza em nós o querer e o fazer” (Fl 2,13). São Paulo disse aos filipenses: “Tende os mesmos sentimentos de Cristo” (Fl 2, 5); para isto é preciso se alimentar de Jesus; assim teremos os seus sentimentos e desejos.

Recebemos a Vida da Graça no Batismo, e a recuperamos pela Penitência (Confissão) após os pecados, e seu alimento é Jesus na Hóstia Sagrada. Não bastam a oração e a piedade para enfrentar as lutas que o inferno nos prepara, é preciso mais, a Eucaristia.

Quantos são os que se lembram de que Ele está vivo, ressuscitado, verdadeiro, em nossos Sacrários? Ali, “prisioneiro dos nossos Sacrários”, ele o espera com as mãos cheias de graças. O Papa Bento XVI, em sua primeira encíclica, disse que, “Deus nos amou primeiro”, e que, então, amar a Deus e aos irmãos já não é apenas um mandamento, mas uma necessária retribuição de amor de nossa parte.

Resumo da Pregação do dia 02/04/15 – Acampamento de Semana Santa – Canção Nova

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

ARTE: Um laboratório de arte no coração do Vaticano (2/4)

A apresentação do tondo com o retrato de Bento XVI, realizado pelos artistas do Ateliê sobre uma caricatura do artista Ulisse Sartini e colocado na nave direita da Basílica de São Paulo Fora dos Muros ao lado da de João Paulo II (30Giorni)

Arquivo 30Dias – 03/2006

Uma viagem ao Estúdio de Mosaicos do Vaticano

Um laboratório de arte no coração do Vaticano

O Estúdio de Mosaicos do Vaticano nasceu no século XVI. Confira e restaure os dez mil metros quadrados de mosaico presentes na Basílica de São Pedro. Do seu laboratório emergem continuamente mosaicos preciosos para clientes privados ou para o Papa, que muitas vezes os doa durante visitas oficiais.

por Pina Baglion

Roma vence Veneza: romana mais do mosaico

Tudo começa na segunda metade do século XVI, quando o Papa Gregório XIII decidiu decorar, principalmente com mosaico, a nova Basílica de São Pedro, construída por iniciativa do Papa Júlio II a partir de a partir de 1506, após a demolição daquela construída pelo imperador Constantino no século IV. A intenção do Papa Gregório era reconectar-se com a tradição mosaica das antigas basílicas romanas primitivas cristãs, repletas de mosaicos. Chamou a Roma o que de melhor havia na praça, depois do esgotamento da técnica do mosaico local: isto é, os mestres venezianos que, ensinando a técnica aos estudantes locais, criaram uma primeira equipa de mosaicos romanos. «Não é em Veneza que o mosaico renascentista conclui as suas glórias, mas em Roma e em São Pedro» escreve o historiador da arte Carlo Bertelli em Rinascimento nel mosaico (A.a.V.v, Il mosaico , Mondadori, Milão 1988, editado por Carlo Bertelli ), acrescentando que: «Na Basílica do Vaticano, onde o mosaico de Giotto continuou a ser admirado ao longo do Renascimento como obra-prima indiscutível, o mosaico quer reafirmar a continuidade com a história e fá-lo da forma mais imperiosa, com a imensa inscrição em grego e Latim, em letras de mosaico sobre fundo dourado, que circunda toda a igreja... Os mosaicos estão espalhados na Basílica de São Pedro por quase todos os lugares e, sobretudo, coberta de mosaicos está a cúpula, que pelas suas proporções constitui o maior empreendimento mosaico já tentado" [Giotto criou um mosaico representando a Navicella degli apostoli para a Basílica Constantiniana original , colocada acima das três portas do antigo pórtico. Desmontado e remontado diversas vezes, atualmente está localizado no pórtico de San Pietro. Tal como Clemente X mandou arranjar em 1674, ed. ].

A primeira fase da empreitada consistiu na decoração, em 1578, da Capela Gregoriana a partir de caricaturas do pintor Girolamo Muziano. Imediatamente a seguir ficou a abóbada da cúpula de Michelangelo: a tampa, dividida por dezesseis nervuras com seis ordens de mosaicos, foi desenhada por Giuseppe Cesari, conhecido como o Cavalier d'Arpino, um dos mais ilustres pintores de Roma, grande rival de Caravaggio. Aos poucos, um imenso tapete de mosaico cobriu as outras nove cúpulas de São Pedro.

Para essas primeiras intervenções foram utilizados esmaltes - misturas de vidros coloridos fundidos com óxidos metálicos - produzidos em Veneza. E para fixar os mosaicos às cúpulas, utilizou-se pela primeira vez uma espécie de estuque à base de linho, cuja receita, zelosamente guardada durante quatro séculos ou mais, ainda hoje é utilizada pelos mosaicistas do Atelier.

Girolamo Muziano e Paolo Rossetti: foram os pioneiros do grande empreendimento. Que foi seguido, durante o século XVII, por Marcello Provenzale, Giovanni Battista Calandra, Fabio Cristofari. Ao lado desses mestres, especialistas na técnica do mosaico, mas também bons na pintura, pintores muito importantes como Cristofaro Cavallo, conhecido como Pomarancio, Cesare Nebbia, Giovanni Lanfranco, Andrea Sacchi, Pietro da Cortona e o já citado Cavaleiro de Harpin.

Naquela época, em Roma, só se falava de todo aquele fervor artístico de São Pedro. Os guias que acompanhavam os visitantes fizeram o possível para fornecer as surpreendentes medidas dos mosaicos petrinos: explicaram que, por exemplo, em uma das plumas da cúpula, a caneta de São Marcos desenhada por Cesare Nebbia tinha um metro e meio de comprimento. metros de altura; a cruz que separava a inscrição sob a cúpula tinha mais de dois metros de altura e assim por diante.

A certa altura, porém, surgiu um problema de natureza técnica: os esmaltes venezianos utilizados nas cúpulas da Basílica do Vaticano propagavam um brilho de luzes coloridas que não correspondia à intenção de fazer com que os resultados da técnica do mosaico se assemelhassem cada vez mais aos de pintura. . O objetivo do mosaico era imitar a pintura, para conseguir efeitos que enganassem os olhos. Mas imitar a pintura significava poder ter esmaltes capazes de cobrir uma escala cromática infinitamente extensa, tal como o pincel consegue modular com muita facilidade uma extraordinária gama de tons a partir de uma cor.

Foi assim que, desde o século XVII, o Reverendo Fabbrica di San Pietro promoveu pesquisas destinadas a encontrar compostos vítreos adequados para o efeito e favoreceu o nascimento de fornos especializados no setor. Até porque o aumento da produção significava escapar ao monopólio veneziano. Em suma , pouco depois de meados do século XVII, Roma conseguiu produzir esmaltes. Tanto que a própria Veneza, que na terrível peste de 1630 havia perdido 46 mil pessoas, incluindo todos os principais mosaicos, teve que recorrer aos mosaicos romanos.

Fonte: https://www.30giorni.it/

A importância dos Estudos nas Escrituras Sagradas

As Sagradas Escrituras (Canção Nova)

A IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS NAS ESCRITURAS SAGRADAS

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR) 

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, 

Neste terceiro domingo do Tempo Comum, a Palavra de Deus nos convida a refletir sobre a importância dos estudos nas Sagradas Escrituras, sobre como a Palavra do Senhor ilumina nossas vidas e nos orienta no caminho da fé. Neste período litúrgico do Tempo Comum, somos chamados a mergulhar mais profundamente na riqueza das Escrituras e a cultivar um relacionamento mais íntimo com o Senhor por meio do conhecimento de Sua Palavra. 

O Evangelho de hoje, retirado do livro de Lucas (Lc 1, 1-4; 4, 14-21), destaca o papel fundamental das Escrituras na missão de Jesus. Lucas, ao escrever seu evangelho, busca apresentar um relato ordenado dos eventos ligados à vida de Jesus, para que todos possam “conhecer a solidez dos ensinamentos que receberam” (Lc 1, 4). A Palavra de Deus não é apenas uma história antiga, mas uma narrativa viva que continua a impactar nossas vidas hoje. 

Jesus, ao iniciar o Seu ministério público, vai à sinagoga e lê trechos do profeta Isaías, anunciando a chegada do Espírito do Senhor e Sua missão de trazer a Boa Nova aos pobres, proclamar a libertação aos cativos e devolver a visão aos cegos. Ele declara que este trecho das Escrituras se cumpre hoje em sua presença (Lc 4, 21). Assim, Jesus nos ensina que as Escrituras são uma fonte viva de graça e revelação divina. 

O Tempo Comum nos oferece a oportunidade de aprofundar nosso conhecimento nas Escrituras e de fortalecer nossa relação com Deus por meio da meditação e reflexão sobre Sua Palavra. Na Primeira Leitura de hoje (Ne 8, 2-6.8-10), vemos Esdras, o sacerdote e escriba, lendo o Livro da Lei para o povo. A resposta do povo é notável: “Amém! Amém! Levantando as mãos, inclinaram-se e prostraram-se diante do Senhor com o rosto em terra” (Ne 8, 6). Essa atitude de reverência diante da Palavra de Deus nos lembra da necessidade de nos humilharmos diante da grandiosidade da Revelação Divina. 

Na Segunda Leitura (1 Cor 12, 12-30), São Paulo usa a imagem do corpo para descrever a comunidade cristã. Assim como um corpo tem muitos membros, cada um com uma função específica, assim também a Igreja é formada por diversos membros, cada um com dons diferentes. O estudo das Escrituras nos ajuda a entender o papel que cada um de nós desempenha no corpo de Cristo, promovendo a unidade na diversidade. 

Neste Tempo Comum, encorajo cada um de vocês a se dedicar ao estudo das Escrituras. Participem de grupos de estudo bíblico, leiam diariamente a Palavra de Deus e permitam que ela penetre em seus corações. Ao fazê-lo, vocês crescerão em sabedoria e compreensão, fortalecendo sua fé e sua relação com o Senhor.

Que o Espírito Santo nos guie neste tempo de estudos e reflexões, capacitando-nos a viver a Palavra de Deus em nossas vidas diárias. Que, como a comunidade de fé, possamos proclamar com convicção: “Tua Palavra, Senhor, é lâmpada para os meus passos, luz que ilumina o meu caminho” (Salmo 119, 105). Amém.


Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Hoje é celebrado santo Ildefonso, capelão e fiel notário da Virgem

Santo Ildefonso (ACI digital)
23 de janeiro
Santo Ildefonso

“Tu és meu capelão e meu fiel notário; recebe esta casula que meu Filho te envia”, disse a Virgem Maria quando apareceu a santo Ildefonso. O santo tinha profunda devoção pela Imaculada Conceição doze séculos antes que fosse proclamado o dogma. Sua festa é celebrada hoje (23).

Santo Ildefonso nasceu em Toledo (Espanha), no ano 606. Foi educado em Sevilha, por santo Isidoro. Ildefonso optou pela vida monástica e, com o tempo, foi eleito Abade de Agalia. Em 657, foi eleito arcebispo de Toledo e unificou a liturgia na Espanha. Escreveu muitas obras importantes sobre a Virgem Maria.

Certa noite de dezembro, santo Ildefonso, junto com seus clérigos e alguns outros, foram à Igreja para cantar hinos em honra à Virgem. Viram que a capela brilhava com luz deslumbrante. A maioria saiu fugindo, exceto o santo e seus dois diáconos.

Quando se aproximaram do altar, encontraram Maria, a Imaculada Conceição, sentada na cadeira do bispo e acompanhada de virgens que entoavam cantos celestiais. A Virgem lhes fez um sinal para que se aproximassem. O santo assim o fez e a Virgem lhe presentou com uma casula. Ela mesma o investiu e lhe disse para usá-la apenas nos dias festivos em sua honra.

A aparição e a casula foram tão evidentes que o Concílio de Trento fixou um dia de festa especial para perpetuar sua memória.  Na Acta Sanctorum, este fato aparece como “Descida da Santíssima Virgem e de sua Aparição”.

Santo Ildefonso morreu em 669. Os peregrinos podem observar na catedral a pedra em que a Mãe de Deus colocou seus pés quando apareceu ao santo.

Oração a Maria de santo Ildefonso

A ti recorro, Virgem singular e Mãe de Deus, e me prostro diante de ti, única a cooperar na encarnação do meu Deus. Humilho-me diante de ti, única escolhida para Mãe do meu Senhor, e rogo a ti, única serva de teu Filho; alcança-me o perdão dos meus pecados, dá-me ser purificado de minhas obras, faze-me amar a glória de tua virtude, revela-me a abundância da doçura do teu Filho, concede-me defender e falar da verdadeira fé, em teu Filho. Ajuda-me também a aderir a Deus e a ti. A ele como a meu Criador, a ti como Mãe do meu Criador; a ele como ao Senhor das virtudes: a ti como à serva do Senhor do universo; a ele como a Deus, a ti como à Mãe de Deus, a ele como ao meu Redentor, a ti como aquela que cooperou na minha redenção.

Pois o que ele realizou para me redimir foi verdadeiramente de tua pessoa que formou. Para se fazer meu Redentor, tornou-se teu Filho. Para se transformar no preço de meu resgate, encarnou-se na tua carne. O corpo no qual curou nossas feridas, foi da tua carne que o tirou para que pudesse ser ferido. O corpo no qual devia aniquilar os meus pecados, ele o recebeu de ti, sem pecado. A minha natureza, que como meu predecessor colocou em seu reino, na glória do trono do Pai que está acima dos anjos, ele a assumiu de ti, na sua humildade.

Sou teu servo, porque meu Senhor é teu Filho.  És minha senhora, porque és a serva do meu Senhor. Sou o servo da serva do meu Senhor, porque tu, minha Senhora, te tornaste a Mãe do teu Senhor. Tornei-me teu servo porque te tornaste a Mãe do meu Criador.

Eu te suplico, Virgem Santa, que o Espírito do qual geraste Jesus me obtenha possuir Jesus. Que o Espírito pelo qual tua carne concebeu Jesus conceda à minha alma receber Jesus. Que o Espírito que te fez saber o que é possuir e dar à luz a Jesus me faça conhecer Jesus.  Que nesse Espírito no qual te declaraste a serva do Senhor, aceitando que se fizesse em ti segundo a palavra do Anjo, também proclame humildemente as grandezas de Jesus. Que nesse Espirito no qual tu o adoras como Senhor e o contemplas como Filho, também eu ame a Jesus. E possa eu, realmente, ter para com Jesus o mesmo respeito que ele tinha para com seus pais, embora, na verdade, fosse Deus.

Fonte: https://www.acidigital.com/

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Como São João Paulo II foi salvo do aborto

Emilia Wojtyła e Karolem Wojtyłą em 1920
NOTÍCIAS DO LESTE
Por Philip Kosloski publicado em 20/01/24
Um médico aconselhou o aborto à mãe de São João Paulo II sem saber que ele seria o futuro Papa, pois o nascimento ameaçava a sua própria vida.

São João Paulo II foi um forte defensor durante todo o seu papado da proteção de toda a vida humana, desde a concepção até a morte natural. Ele defendeu as mães e seus filhos, instando-os a escolher a vida.

Era uma mensagem que lhe era muito familiar, pois um médico aconselhou a sua própria mãe a fazer um aborto.

De acordo com um artigo da Agência Católica de Notícias, “Emilia Wojtyla ficou deprimida com a insistência de seu primeiro médico, Dr. Jan Moskała, para que ela fizesse um aborto”.

Uma gravidez difícil

A gravidez de Emília foi difícil e ameaçou a sua vida. Seu primeiro médico acreditava firmemente que se ela continuasse com o parto, ela morreria. Porém, Emília não quis matar o próprio filho e mudou de médico, pois não quis seguir o conselho do anterior.

Seu novo médico o aconselhou a descansar e conservar as forças. Ela também se confiou à Virgem Maria durante a gravidez.

A escritora da Aleteia, Silvia Lucchetti, escreveu num artigo que “a parteira de Emília deixou testemunho escrito de que, durante o parto, a mãe do futuro Papa queria que as janelas fossem abertas. Não foi para deixar entrar ar fresco, mas porque naquele momento se ouvia o canto de uma litania mariana vindo da igreja próxima. “Quero que a primeira coisa que meu filho ouça seja um hino à Virgem”, explicou Emília à parteira.

Feliz Aniversario

Ela conseguiu dar à luz São João Paulo II com sucesso em 18 de maio de 1920 e também sobreviveu ao processo.

Infelizmente, ele morreria nove anos depois devido a uma nefrite, deixando ao futuro São João Paulo II uma pesada cruz para carregar quando criança, após perder a mãe.

No entanto, São João Paulo II foi profundamente impactado pela escolha da sua mãe e foi um defensor pró-vida ao longo dos seus anos na terra, fazendo o que pôde para apoiar as mães em gestações de crise.

Fonte: https://es.aleteia.org/

Da Constituição pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II

Santidade Matrimonial (schoenstatt)

Da Constituição pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II
(N. 48) (Séc. XX)

Santidade do matrimônio e da família

O homem e a mulher que, pela aliança conjugal, já não são dois, mas uma só carne, em íntima união das pessoas e das atividades, prestam-se mútuo auxílio e serviço e dia por dia fazem a experiência de sua unidade cada vez mais plena. Esta união profunda, recíproca doação de duas pessoas, e o bem dos filhos exigem a total fidelidade dos cônjuges e a indissolubilidade.

O Cristo Senhor abençoou largamente este amor multiforme, brotado da fonte do amor divino, tendo por modelo sua união com a Igreja.

Assim como outrora Deus tomou a iniciativa da aliança de amor e de fidelidade com seu povo, agora o Salvador dos homens, Esposo da Igreja, vem pelo sacramento do matrimônio ao encontro dos esposos cristãos. Com eles permanece, dando-lhes a força de, tal como amou a Igreja e se entregou por ela, se entregarem um ao outro, amando-se com perpétua fidelidade. O genuíno amor conjugal é assumido no amor divino e sua norma e riqueza são a força redentora de Cristo e a ação salvífíca da Igreja. Deste modo os cônjuges cristãos são eficazmente conduzidos a Deus, fortalecidos e ajudados na sublime missão de pai e de mãe. É esta a razão de haver um sacramento particular para confortar e consagrar os deveres e a dignidade do estado conjugal cristão. Munidos desta força, cumprem sua missão conjugal e familiar, cheios do Espírito de Cristo que impregna sua vida inteira com a fé, a esperança e a caridade, progridem sempre mais na própria perfeição e na mútua santificação e podem assim, os dois juntos, dar glória a Deus.

Os filhos, bem como todos os que com eles convivem, vendo e seguindo o exemplo dos pais e a oração familiar, encontram mais fácil caminho de humanidade, de salvação e de santidade. Os esposos, investidos da dignidade e da missão de paternidade e maternidade, esforçar-se-ão por cumprir com amor a tarefa da educação, principalmente da formação religiosa que lhes cabe em primeiro lugar.

Como membros vivos da família, os filhos contribuem a seu modo para a santificação dos pais. Com gratidão, afeto e confiança, correspondem aos benefícios recebidos dos pais.

 Assistem-nos filialmente nas adversidades e na solidão da velhice.


Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF