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domingo, 4 de fevereiro de 2024

Em defesa da santidade dos sacramentos (1/2)

Monsenhor Tarcísio Bertone (30Giorni)

Arquivo 30Dias – 02/2002

Em defesa da santidade dos sacramentos

Entrevista com Monsenhor Tarcisio Bertone, secretário do antigo Santo Ofício, sobre o forte aumento dos delica graviora especialmente nas últimas décadas: «Certamente houve um aumento. O que não diz respeito, como parecem sugerir os meios de comunicação social, apenas aos casos de pedofilia, mas também aos relacionados com crimes contra a penitência e a Eucaristia”.

por Gianni Cardinale

«A proteção da santidade dos sacramentos, especialmente da santíssima Eucaristia e da penitência, bem como o respeito pela observância do sexto mandamento do Decálogo pelos fiéis escolhidos por vocação pelo Senhor, exigem que, para Para procurar a salvação das almas, “que deve ser a lei suprema da Igreja” (Código de Direito Canónico, cân. 1752), a própria Igreja deve intervir com a sua própria preocupação pastoral, a fim de prevenir os perigos da violação”.

O motu proprio Sacramentorum sanctitatis tutela assinado por João Paulo II em 30 de abril do ano passado e publicado na Acta Apostolicae Sedis , datada de 5 de novembro de 2001, mas publicada em janeiro, começa com estas palavras. O documento pontifício dá indicações «para definir mais detalhadamente tanto os crimes mais graves ( delita graviora ) cometidos contra a moral e na celebração dos sacramentos, cuja competência permanece exclusiva da Congregação para a Doutrina da Fé, como também da normas processuais especiais para declarar ou infligir sanções canônicas”. Na prática trata-se de uma promulgação motu proprio das «Normas relativas aos crimes mais graves reservadas à Congregação para a Doutrina da Fé, divididas em duas partes: a primeira contém as Normas substantivas, e a segunda as Normas processuais». Estas Normas, porém, não se encontram no referido arquivo da Acta Apostolicae Sedis , que no entanto publica uma Carta do antigo Santo Ofício aos bispos de todo o mundo, datada de 18 de maio de 2001, na qual são anunciadas e resumidas.
Esta documentação, dizíamos, tornou-se pública no início deste ano. Já em Dezembro, porém, alguns meios de comunicação social dos EUA (a agência Catholic News Service e o semanário National Catholic Reporter ) tinham noticiado o facto, centrando-se sobretudo num destes delita graviora em particular (ver caixa para a lista completa): a pedofilia.

Sobre o tema, 30Giorni fez algumas perguntas a Dom Tarcisio Bertone, 67 anos, salesiano, arcebispo emérito de Vercelli, secretário da Congregação para a Doutrina da Fé desde 1995.

Excelência, por que este motu proprio pontifício e esta Carta de sua Congregação sobre delita graviora ?
TARCISIO BERTONE: Devemos lembrar que nos últimos anos a Congregação revisou um pouco todos os regulamentos sobre o seu modus proceder e nos vários setores. Por exemplo, nos problemas de proteção da doutrina católica, no exame dos livros, no exame das posições teológicas menos conformes ou diferentes da herança da fé católica; publicou a ratio agendi in doctrinarum examine , depois reformulou a legislação sobre a dissolução do casamento em favor do fidei e, portanto, toda a prática da secção matrimonial. No que diz respeito ao delita graviora, ficámos presos às normas reorganizadas e publicadas em 1962 em torno do crimen sollicitationis ad turpia , relativas a toda a área dos abusos sexuais e de forma especial àquelas ligadas à celebração do sacramento da penitência. Nos últimos anos tem havido portanto um projeto de revisão de toda esta legislação, independentemente da questão da pedofilia e da maior sensibilidade da opinião pública em torno deste problema. Na revisão da legislação sobre delita graviora , o nosso trabalho teve como objeto de particular atenção a proteção da santidade dos sacramentos e da missão típica do ministro ordenado, tanto que o motu proprio começa com as palavras Sacramentorum sanctitatis tutela .
A nova legislação diz respeito antes de mais a dois sacramentos...

BERTONE: Sim, o da penitência, que é o sacramento que mais personaliza o encontro salvífico de Deus, através do ministro ordenado, com os fiéis; o sacramento que talvez tenha tido mais problemas na história da Igreja, tanto na sua evolução como nas traições da sua celebração. E depois o sacramento da Eucaristia, com a perda de fé na celebração eucarística que facilita comportamentos criminosos no sentido canónico, como a profanação das espécies eucarísticas, ritos satânicos como as chamadas "missas negras", e concelebrações entre ministros ordenados e ministros que não têm uma ordenação verdadeira e válida nem a Eucaristia válida e, portanto, o que diz respeito à chamada intercomunhão.

O Massacre dos Inocentes, Giotto, Capela Scrovegni, Pádua (30Giorni)

E depois também o abuso sexual de clérigos contra menores...
BERTONE: O Código de Direito Canônico promulgado em 1983 já tratou desses crimes. A nova legislação tem em conta a experiência passada, a sensibilidade da opinião pública de hoje, mas sobretudo tem em conta os danos reais causados ​​por estes abusos às vítimas, às suas famílias, à comunidade cristã, que tem o direito de ser protegida e orientada por ministros ordenados verdadeiramente exemplares.

Há alguma mudança concreta em comparação com o Código de 83?
BERTONE: Sim. Com as regras antigas, poderia falar-se de pedofilia se um clérigo se envolvesse num comportamento criminoso deste tipo com um menor de 16 anos de idade. Agora esse limite de idade foi aumentado para 18 anos. Então, para esse tipo de crime, estendemos o prazo de prescrição para dez anos e estabelecemos que ele começa quando a vítima completa 18 anos, independentemente de quando ela sofreu o abuso. Sobre este ponto gostaria de abrir um parêntese...

Por favor...
BERTONE: Nos Estados Unidos e em outros países acontece que em alguns casos as denúncias contra abusos deste tipo chegam muito tarde. Ora, sem prejuízo de que se mantenha a opinião absolutamente negativa sobre estes comportamentos, mesmo que tenham, por hipótese, ocorrido há trinta ou quarenta anos, existe efetivamente alguma fundada suspeita de que estas denúncias tardias servem apenas para arrecadar dinheiro em ações cíveis...

A edição destas Normas significa que os casos desses delitos graviora aumentaram nas últimas décadas?
BERTONE: Certamente houve um aumento. O que não diz respeito, como parecem sugerir os meios de comunicação social, apenas aos casos de pedofilia, mas também aos relacionados com crimes contra a penitência e a Eucaristia. Isto também resultou num aumento da carga de trabalho dos escritórios da nossa Congregação, que funciona como tribunal eclesiástico.

Entre os objetivos destas Normas sobre delita graviora está também o de exortar as dioceses a enfrentar prontamente tais crimes?
BERTONE: Sem dúvida. Houve especialmente no passado – mas às vezes ainda existe hoje – o risco de negligência, de menor atenção à gravidade do problema por parte das dioceses. Depois, há também a necessidade de uma maior ligação entre as Igrejas locais e o centro da Igreja universal, de uma maior coordenação, de uma atitude homogénea por parte das Igrejas locais, respeitando a diversidade das situações e das pessoas.

E o elemento de garantia que também está presente neste documento?
BERTONE: Na legislação também existe um elemento, digamos, garantista. Serve para afastar os perigos da prevalência de uma cultura de suspeita. A legislação prevê um processo real e devido para apurar os factos, para confirmar a prova da culpa perante um tribunal. Certamente insistimos na rapidez do processo. Mas também insistimos em investigações prévias que permitam tomar medidas de precaução para evitar que o indivíduo suspeito cause maiores danos.


https://www.30giorni.it/

Papa: quando descobrimos o verdadeiro rosto do Pai, a nossa fé amadurece

Papa Francisco no Ângelus do dia 04/02/2024 (Vatican News)

"Jesus, que vai ao encontro da humanidade ferida, mostra-nos o rosto do Pai. Pode ser que dentro de nós ainda exista a ideia de um Deus distante, frio, indiferente à nossa sorte. O Evangelho, ao invés disso, mostra-nos que Jesus, depois de ter ensinado na sinagoga, sai, para que a Palavra que pregou possa alcançar, tocar e curar as pessoas."

https://youtu.be/Ko_uK8c575Y

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Abandonar a imagem do Deus que pensamos conhecer e converter-nos a cada dia ao Deus que Jesus nos mostra no Evangelho, Pai de amor e compaixão.

Contínuo movimento de Jesus nos fala de Deus e nos interpela

Esta foi o convite do Papa em sua alocução antes de rezar o Angelus neste 4 de fevereiro, V Domingo do Tempo Comum, em que a liturgia nos propõe o Evangelho de Marcos 1, 29-39. E precisamente o "contínuo movimento de Jesus" narrado pelo evangelista, "nos diz algo muito importante sobre Deus e nos interpela com algumas perguntas sobre a nossa fé".

De fato, a passagem bíblica nos mostra uma contínua movimentação de Jesus, que tem dois sentidos: uma horizontal e outra ascendente, vertical. Inicialmente Ele prega na sinagoga, depois vai à casa de Pedro onde cura sua sogra da febre, então vai à porta da cidade onde cura doentes e possuídos pelo demônio. Mas na manhã seguinte, retira-se para rezar, onde no silêncio da oração, "entrega tudo e todos ao coração do Pai". Depois, volta a caminhar pela Galileia, vai às aldeias da redondeza. E precisamente nesses movimentos, revela o verdadeiro rosto do Pai:

Jesus, que vai ao encontro da humanidade ferida, mostra-nos o rosto do Pai. Pode ser que dentro de nós ainda exista a ideia de um Deus distante, frio, indiferente à nossa sorte. O Evangelho, ao invés disso, mostra-nos que Jesus, depois de ter ensinado na sinagoga, sai, para que a Palavra que pregou possa alcançar, tocar e curar as pessoas.

Deus é proximidade, compaixão e ternura

E ao fazer isso, acrescenta o Papa, Ele revela-nos que Deus não é um Senhor distante que nos fala do alto:

Pelo contrário, é um Pai cheio de amor que se faz próximo, que visita as nossas casas, que quer salvar e libertar, curar de todo mal do corpo e do espírito. Deus está sempre perto de nós. A atitude de Deus pode ser expressa em três palavras: proximidade, compaixão e ternura. Deus que se faz próximo para nos acompanhar, terno, e para nos perdoar. Não se esqueçam disto: proximidade, compaixão e ternura. Esta é o comportamento de Deus.

Esse caminhar de Jesus nos interpela, diz Francisco, que sugere que nos façamos algumas perguntas:

Descobrimos o rosto de Deus como Pai da misericórdia ou acreditamos e proclamamos um Deus frio, um Deus distante? A fé nos provoca a inquietação do caminho ou para nós é uma consolação intimista, que nos deixa tranquilos? Rezamos somente para nos sentirmos em paz ou a Palavra que ouvimos e pregamos nos faz ir, como Jesus, ao encontro dos outros, para difundir a consolação de Deus?

Converter-se ao Deus que Jesus nos apresenta no Evangelho

Devemos então olhar para este movimento de Jesus e recordar do primeiro trabalho espiritual, sugeriu o Santo Padre:

O nosso primeiro trabalho espiritual é este: abandonar o Deus que pensamos conhecer e converter-nos a cada dia ao Deus que Jesus nos apresenta no Evangelho, que é o Pai de amor e o Pai da compaixão. O Pai próximo, compassivo e terno. E quando descobrimos o verdadeiro rosto do Pai, a nossa fé amadurece: não ficaremos mais “cristãos da sacristia”, ou “de sala”, mas sentimo-nos chamados a tornar-nos portadores da esperança e da cura de Deus.

"Que Maria Santíssima, Mulher em caminho - disse ao concluir - ajude-nos a dar testemunho do Senhor que é próximo, compassivo e terno."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo André Corsini

Santo André Corsini (A12)
04 de fevereiro
Santo André Corsini

MENSAGEM POR OCASIÃO DAS CELEBRAÇÕES
 DO VII CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE
 SANTO ANDRÉ CORSINI
BISPO DE FIESOLE


Ao venerado Irmão LUCIANO GIOVANNETTI
Bispo de Fiesole

1. Foi com alegria que tomei conhecimento de que este ano, na Diocese de Fiesole, se celebra o VII centenário do nascimento de Santo André Corsini, Bispo desde 1349 a 1374. Nesta feliz circunstância, desejo unir-me a toda a Comunidade diocesana, que dá graças ao Senhor pelos benefícios com que a enriqueceu mediante o testemunho e a intercessão deste seu insigne Co-padroeira. Enquanto o saúdo com afeto, venerado Irmão, e ao povo cristão confiado aos seus cuidados pastorais, desejaria aproveitar a ocasião para realçar alguns aspectos da poliédrica personalidade deste filho tão ilustre dessa Região.

Em 1349, quando André Corsini, na época Provincial da Ordem dos Carmelitas na Toscana, foi nomeado Bispo de Fiesole, a fama da sua caridade e piedade já se tinha difundido fora do território de Florença, onde nasceu a 30 de Novembro de 1301, de uma das mais insignes famílias e onde, com 15 anos, vestira o hábito religioso no Convento do Carmelo. Tendo-se tornado presbítero, distinguiu-se nos numerosos e importantes cargos que desempenhou pelo fervor com que viveu o ideal carmelita e pelo empenho com que se ocupou da formação dos Irmãos. O amor a Deus e ao próximo, posto por ele constantemente no centro da vida, resplandeceram com um esplendor particular por ocasião da terrível peste de Florença de 1348, quando, juntamente com os seus frades, se dedicou heroicamente ao serviço das pessoas atingidas pela peste.

2. Na Bula de nomeação para a sede de  Fiesole,  publicada  em  Avinhão  no dia 13 de Outubro de 1349, o meu venerado predecessor Clemente VI realçava "o zelo pela religião, a cultura e a pureza da vida e dos costumes, a habilidade no governo das almas" e "a circunspecção nas coisas temporais e os outros méritos de muitas virtudes" do Eleito. Ele, por seu lado, confirmou logo esses apreços favoráveis, aceitando o cargo com espírito de fé e pondo a sua missão nas mãos da Mãe de Deus, por ele ternamente amada.

Os anos que se seguiram trouxeram novas provas das singulares virtudes do Prelado. Ele escolheu viver em Fiesole, renunciando ao confortável palácio florentino, sede dos seus predecessores a partir de 1225, e manifestou um zelo particular na pregação, na assiduidade à oração, na austeridade de vida, na visita às paróquias, na abolição dos abusos e na defesa da liberdade da Igreja contra abusos e ingerências indevidas, assim como no acolhimento com caridade dos humildes e dos deserdados que batem à porta da sua casa.
3. Santo André Corsini dedicou um especial cuidado aos seus sacerdotes, aos quais pedia que vivessem de modo conforme  com  a  santidade  e  a  responsabilidade do seu estado. Para essa finalidade,  fundou  uma  Confraria  com o  título  da  Santíssima  Trindade  e, antecipando os decretos do Concílio Tridentino, emanou normas concretas acerca do recrutamento e da preparação cultural e espiritual dos candidatos ao presbiterado.

Foi chamado a ocupar numerosos e importantes cargos ao serviço da Sé Apostólica. Por ocasião da legação em Bolonha de 1368, ele revelou-se um homem de paz, capaz de conciliar as discórdias, de resolver as controvérsias e mitigar os ânimos exacerbados pelo ódio. Dotes que lhe foram amplamente reconhecidas e fizeram dele um apreciado servidor da Igreja, animado por uma profunda espiritualidade.

A união constante com Deus, característica dominante da sua existência, não impediu Santo André Corsini de se dedicar com diligência à administração dos bens eclesiásticos. Isto permitiu-lhe empregar grandes somas de dinheiro na construção e na restauração de mosteiros, igrejas e capelas e sobretudo da catedral e do paço episcopal, há muitos séculos em degradação.
O santo Bispo faleceu na noite da Epifania de 1374. Os seus restos, sepultados na catedral de Fiesole, foram sucessivamente, transferidos para a Basílica florentina do Carmelo. Lá, a família Corsini fez erigir em 1386 uma maravilhosa capela, não inferior à que em 1734 lhe iria ser dedicada por Clemente XII, da mesma linhagem, na Basílica de São João em Latrão.

A fama de santidade que circundou a sua vida, depois da sua morte difundiu-se rapidamente na Itália e na Europa. O culto popular, que se espalhou desde os primeiros anos de 1400, através dos conventos carmelitas, teve uma confirmação autorizada pelo Papa Eugénio IV, o qual o proclamou beato e pelo pontífice florentino Urbano VIII, que o declarou Santo no dia 22 de Abril de 1629.

4. A partir deste dia 30 de Novembro de 2001 os seus restos mortais encontrar-se-ão na catedral de Fiesole durante alguns dias. Oxalá esta "peregrinação", com que têm início as celebrações centenárias do seu nascimento, ofereçam a toda a Comunidade diocesana a oportunidade de se encontrar com este grande Santo para descobrir a própria vocação e anunciar aos irmãos com ardor renovado a boa nova de que "Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu o Seu Filho único, para que todo aquele que n'Ele crê não pereça mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16).

Apoiada e encorajada pelos exemplos e pelos ensinamentos do antigo Pastor, esta Comunidade, entrevendo nos sinais da santidade de Santo André Corsini preciosas indicações para o presente, está chamada a um renovado impulso apostólico e a um mais intenso fervor espiritual, como foi realçado também no recente Sínodo Diocesano.

Olhando  para  o  fervoroso  zelo  que estimulou  Santo  André  Corsini  a  consagrar-se  ao  crescimento  humano  e espiritual do Povo de Deus, ela está convidada a reconsiderar, à luz da centralidade do Mistério eucarístico, a importância dos ministérios ordenados para uma fecunda vida litúrgica e um anúncio incisivo da Palavra de Deus, assim como a realçar outras formas de serviço, que exprimem a sua presença no território, a atenção aos desafios emergentes e a solicitude pelos afastados e pelos pobres.

5. Seguindo os exemplos do antigo Pastor, a Diocese de Fiesole continuará a privilegiar a formação do Clero e dedicará todo o empenho para que o Seminário diocesano seja cada vez mais adequado para a preparação dos candidatos ao sacerdócio, no contexto de uma ampla e pormenorizada pastoral vocacional, aspecto irrenunciável de qualquer programação eclesial autêntica.

Depois, como não ver na ação paciente  e  generosa  de  Santo  André Corsini pela conciliação das discórdias, um encorajamento a fazer da busca da concórdia e da justiça, assim como da promoção do diálogo entre culturas diversas, um distintivo constante da vida cristã?
E que dizer da solicitação para administrar com sabedoria os bens terrenos, e sobretudo os da Igreja, como ocasião para socorrer as necessidades pastorais e prover às necessidades dos pobres, que acompanharão sempre a vida da Comunidade dos discípulos do Senhor (cf. Jo 12, 8)?
6. Toda a vida de Santo André Corsini testemunha que a nova relação entre Igreja e sociedade, longe de afastar o crente das vicissitudes do mundo, o estimula a um corajoso anúncio de Jesus Cristo para animar em sentido cristão a convivência civil.

As celebrações jubilares do nascimento do filho da nobre família Corsini, que se fez pobre por amor a Cristo e, como Bispo de Fiesole, se empenhou em formar nos corações dos seus contemporâneos os ideais evangélicos, sirvam de estímulo para os fiéis desta Diocese a tornarem-se instrumentos ativos e conscientes de progresso religioso e civil na sua Terra.
Com estes votos, confio Vossa Excelência, venerado Irmão, e toda a Comunidade  diocesana  à  celeste  proteção de Santo André Corsini e concedo a todos, de coração, uma especial Bênção apostólica.

Vaticano, 30 de Novembro de 2001.

Fonte: https://www.vatican.va/

sábado, 3 de fevereiro de 2024

O Conselho Pastoral Paroquial

Conselho Pastoral Paroquial (Paróquia São Pedro Tarouca)

O Conselho Pastoral Paroquial

Um dos institutos jurídicos presentes na nova codificação canônica que representa uma importante forma de participação ativa dos fiéis leigos na vida e missão da Igreja é o conselho pastoral paroquial, que aparece como uma novidade na legislação da Igreja no c. 536 do atual Código de Direito Canônico, e é apresentado da seguinte forma: 

§1. A juízo do Bispo diocesano, ouvido o conselho presbiteral, se for oportuno, seja constituído em cada paróquia o conselho pastoral, presidido pelo pároco, no qual os fiéis ajudem a promover a ação pastoral, juntamente com os que participam do cuidado pastoral em virtude do próprio ofício.

§2. O conselho pastoral tem somente voto consultivo e se rege pelas normas estatuídas pelo Bispo diocesano.

Ao Bispo diocesano corresponde estabelecer as regras relativas à composição e atividade do conselho pastoral paroquial, que devem incluir: a presidência do pároco (portador do princípio hierárquico), o valor consultivo das decisões, a participação daqueles que, por ofício, auxiliam ao pároco na cura pastoral da paróquia (vigários paroquiais, diáconos, e representantes – não necessariamente os coordenadores – dos diversos grupos ativos na paróquia), a duração da participação dos membros no conselho, número máximo e mínimo de membros, etc.

Os conselhos pastorais têm adquirido uma presença cada vez maior na atividade cotidiana das paróquias, constituindo-se em uma das instâncias mais propícias para a implicação dos leigos nas atividades paroquiais. Por um lado, ele permite ao pároco dar a conhecer aos leigos que colaboram com ele as reais necessidades da paróquia, e, por outro, oferece a estes mesmos fiéis uma ocasião propícia para comunicar ao pároco e suas perspectivas e anseios sobre a paróquia.

Para evitar uma compreensão equivocada acerca do papel do conselho pastoral paroquial, é importante esclarecer que – conforme prevê o c. 536 §2 – ele possui apenas caráter consultivo na administração da paróquia, ou seja, as decisões pastorais últimas sempre se encontram sob a responsabilidade do pároco. Isso não quer dizer que a intervenção dos leigos neste caso seja, assim, menos valorizada, senão que a competência última do governo de uma paróquia recai sobre seu pároco, que, em virtude da ordenação sagrada e do ofício que recebeu da Igreja, foi constituído pastor próprio de tal parcela do povo de Deus.

Por outro lado, isso não implica que o pároco tenha uma liberdade para governar com justiça sem ter em conta o parecer de seus paroquianos (o sensus Ecclesiae), já que os fiéis têm o direito de manifestar – e os Pastores o correlato dever de ouvir –  aos Pastores da Igreja as próprias necessidades, principalmente espirituais, e os próprios anseios (cfr. c. 212 §2).

Juntamente com o conselho pastoral paroquial existem diversos outros modos de colaboração dos fiéis leigos com o ministério dos sacerdotes. Gostaria de indicar aqui a leitura de uma importante Instrução do Magistério a respeito. Trata-se da Instrução “Ecclesiae de Mysterio”, feita em conjunto entre vários dicastérios da Cúria Romana, acerca da colaboração dos fiéis leigos no sagrado ministério dos sacerdotes, de 15 de agosto de 1997.

Pe. Demétrio Gomes

Arquidiocese de Niterói – RJ

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Encontro Mundial dos Párocos em preparação à segunda Sessão do Sínodo

Santa Missa com ordenações sacerdotais presidida pelo Papa Francisco em 25/04/2021 (Vatican Media)

O encontro mundial “Os párocos para o Sínodo. Um encontro internacional", reunirá em Roma, de 28 de abril a 2 de maio, 300 párocos escolhidos pelas Conferências Episcopais e pelas Igrejas Orientais Católicas, com o objetivo de ouvir e valorizar a experiência que vivem nas respetivas Igrejas locais e oferecer-lhes a oportunidade de experimentar o dinamismo do trabalho sinodal a nível universal.

Vatican News

A Secretaria Geral do Sínodo e o Dicastério para o Clero, em colaboração com o Dicastério para a Evangelização (setor para a primeira evangelização e as novas Igrejas particulares) e com o Dicastério para as Igrejas Orientais, promovem um encontro mundial de escuta, oração e discernimento para representantes dos Párocos, intitulado "Párocos em vista do Sínodo: encontro internacional”.

Tomarão parte trezentos párocos, escolhidos pelas Conferências Episcopais e pelas Igrejas Orientais Católicas, com o objetivo de ouvir e avaliar a experiência, que vivem em suas respetivas Igrejas locais. Assim, os participantes terão a oportunidade de encarnar o dinamismo do trabalho sinodal em nível universal.

A iniciativa realiza-se pelo desejo expresso pelos participantes na Primeira Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (4-29 de outubro de 2023). No Relatório de Síntese, eles destacaram a necessidade de “descobrir métodos para envolver, de modo mais ativo, diáconos, sacerdotes e bispos no processo sinodal, durante o próximo ano; uma Igreja sinodal não pode prescindir das suas vozes, experiências e contribuição”.

O encontro mundial envolverá os participantes, de modo ativo, com mesas redondas, a fim de partilhar suas boas práticas, workshops de propostas pastorais, diálogo com especialistas, celebrações litúrgicas.

O encontro internacional de Párocos se realizará de domingo, 28 de abril, a quinta-feira, 2 de maio de 2024, na sede da “Fraterna Domus” de Sacrofano, na periferia de Roma. O encontro será coroado, no último dia de trabalhos, com uma audiência concedida pelo Santo Padre.

O número de participantes foi decidido segundo um critério semelhante ao da eleição dos membros da Assembleia Sinodal.

Para a Igreja de Rito Latino, com base no número de membros de cada Conferência Episcopal, poderá participar 1 representante de cada Conferência Episcopal, no máximo 25 membros; 2 representantes das Conferências Episcopais, que têm de 26 a 50 membros; 3 para as que tenham de 51 a 100 membros; 4 para as com mais de 100 membros. Além do mais, participará um Pároco de cada continente, representando as jurisdições eclesiásticas, sem Conferência Episcopal.

Para as Igrejas Orientais Católicas, poderão participar: 1 representante, para cada Sínodo dos Bispos ou Conselho da Hierarquia das Igrejas Orientais Católicas, no máximo 25 membros; 2 representantes para cada Sínodo ou Conselho, que tenha de 26 a 50 membros; 3 representantes para cada Sínodo ou Conselho com mais de 50 membros.

Para a escolha dos participantes, as Conferências Episcopais e as Igrejas Orientais Católicas deverão levar em conta, na medida do possível, os seguintes critérios: dar preferência aos párocos, que tenham uma experiência significativa, na perspectiva de uma Igreja sinodal; favorecer certa variedade de contextos pastorais de proveniência: ambiente rural, urbano, contextos socioculturais específicos etc.

O programa definitivo do encontro mundial, ainda em elaboração, será enviado aos Párocos, escolhidos pelas Conferências Episcopais ou Igrejas Orientais Católicas, até o próximo dia 15 de março. No programa estará incluído também um encontro de diálogo com o Santo Padre.

Os resultados do encontro contribuirão para a elaboração do “Instrumentum laboris”, documento de trabalho, para a Segunda Sessão da Assembleia Sinodal em outubro de 2024.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II

A atividade humana (Blog Marcelo Coruja)

Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II (N. 35-36)

(Séc. XX)

A atividade humana

A atividade humana origina-se no homem e para o homem se ordena. De fato, ao trabalhar, o homem não apenas modifica os seres e a sociedade, mas aperfeiçoa-se a si também. Aprende muitas coisas, desenvolve suas faculdades, sai de si mesmo e se supera.

Este crescimento, se bem entendido, vale muito mais que toda a riqueza que possa ajuntar. O homem vale mais pelo que é do que pelo que tem.

Igualmente, tudo quanto os homens fazem para obter maior justiça, fraternidade mais larga e uma ordem mais humana nas relações sociais, tem maior valor do que os progressos técnicos. Estes podem proporcionar base material para a promoção humana, mas, por si sós, não conseguem realizá-la.

Esta é, pois, a norma da atividade humana: que corresponda ao genuíno bem da humanidade, de acordo com o desígnio de Deus, e permita ao homem, como indivíduo ou como membro da sociedade, a plena realização de sua vocação.

Contudo, muitos contemporâneos parecem temer um vínculo muito estreito entre a atividade humana e a religião. Vêem nisso um perigo para a autonomia das pessoas, das sociedades e das ciências. Se por autonomia das realidades terrenas entendemos que toda criatura e as sociedades gozam de leis e de valores próprios, que o homem deve gradualmente reconhecer, utilizar e organizar, tal exigência de autonomia é plenamente legítima. Não só é exigida pelos homens de hojemas concorda com a vontade do Criador. Em virtude mesmo da criação todas as coisas possuem consistência própria, verdade, bondade, leis e ordens específicas. Deve o homem respeitá-las reconhecendo os métodos próprios de cada ciência e técnica.

Seja-nos, portanto, permitido deplorar certas atitudes existentes mesmo entre cristãos, insuficientemente advertidos da legítima autonomia da ciência, que levaram, pelas tensões e controvérsias suscitadas, muitos espíritos a julgar que a fé e a ciência se opõem.

Se, porém, por “autonomia das realidades temporais” se entende que as criaturas não dependem de Deus e que o homem pode usar delas sem qualquer referência ao Criador, quem reconhece a Deus não pode deixar de perceber a que ponto é falsa esta afirmação.

 Porque, sem o Criador, a criatura se reduz a nada.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

"Para a validade dos sacramentos, as fórmulas e a matéria não podem ser modificadas"

Na Festa do Batismo do Senhor, Papa Francisco batiza algumas crianças na Capela Sistina (Vatican Media)

Diante da perpetuação dos abusos litúrgicos, com a Nota “Gestis verbisque” o Dicastério para a Doutrina da Fé reitera que as palavras e os elementos estabelecidos no rito essencial de cada sacramento não podem ser alterados, porque neste caso o sacramento não existe.

Vatican News

Intitula-se “Gestis verbisque” a Nota do Dicastério para a Doutrina da Fé publicada neste sábado, 3 de fevereiro. Um texto discutido e aprovado pelos cardeais e bispos membros na recente Plenária do Dicastério e, portanto, aprovado pelo Papa Francisco, com o qual se reitera que as fórmulas e os elementos materiais estabelecidos no rito essencial do sacramento não podem ser alterados por vontade própria em nome da criatividade. Assim fazendo, de fato, o próprio sacramento não é válido e, portanto, nunca existiu.

A apresentação de Fernández

Na apresentação do documento, o cardeal Victor Fernández, prefeito do Dicastério, explica a sua gênese, isto é, «o multiplicar-se de situações em que se era obrigado a constatar a invalidade dos sacramentos celebrados» com modificações que «tinham depois levado à necessidade de rastrear as pessoas envolvidas para repetir o rito do batismo ou da crisma e um número significativo de fiéis expressou corretamente a sua preocupação».

São citadas como exemplo as alterações na fórmula do batismo, por exemplo: «Eu te batizo em nome do Criador...» e «Em nome do pai e da mãe... nós te batizamos». Circunstâncias que preocuparam também alguns sacerdotes ,que «tendo sido batizados com fórmulas deste tipo, descobriram dolorosamente a invalidade da sua ordenação e dos sacramentos celebrados até então».

O cardeal explica que «enquanto em outros âmbitos da ação pastoral da Igreja se dispõe de amplo espaço para a criatividade», no âmbito da celebração dos sacramentos isso «transforma-se antes em uma “vontade manipuladora”».

Prioridade ao agir de Deus

«Com eventos e palavras intimamente interligadas – lê-se na Nota doutrinária – Deus revela e realiza o seu plano de salvação para cada homem e mulher». Infelizmente «deve-se constatar que a celebração litúrgica, em particular a dos sacramentos, nem sempre se realiza em plena fidelidade aos ritos prescritos pela Igreja». A Igreja «tem o dever de assegurar a prioridade do agir de Deus e de salvaguardar a unidade do Corpo de Cristo naquelas ações que não têm igual porque são sagradas «por excelência» com uma eficácia garantida pela ação sacerdotal de Cristo». A Igreja é além disso «consciente de que administrar a graça de Deus não significa apropriar-se dela, mas tornar-se instrumento do Espírito no transmitir o dom de Cristo pascal. Ela sabe, em particular, que a sua potestas em relação aos sacramentos para diante da sua substância” e que “nos gestos sacramentais ela deve salvaguardar os gestos salvíficos que Jesus lhe confiou”.

Matéria e forma

A Nota explica, portanto, que «a matéria do sacramento consiste na ação humana por meio da qual Cristo age. Nela, às vezes, está presente um elemento material (água, pão, vinho, óleo), outras vezes um gesto particularmente eloquente (sinal da cruz, imposição de mãos, imersão, infusão, consentimento, unção)”.

Quanto à forma do sacramento, ela «é constituída pela palavra, que confere um significado transcendente à matéria, transfigurando o significado ordinário do elemento material e o sentido puramente humano da ação realizada. Tal palavra inspira-se sempre, em vários graus, na Sagrada Escritura, alicerça suas raízes na viva Tradição eclesial e foi definida com autoridade pelo Magistério da Igreja”. Portanto, matéria e forma “nunca dependeram e não podem depender da vontade de um único indivíduo ou de uma única comunidade”.

Não se pode alterar

O documento reitera que «para todos os sacramentos, em cada caso, sempre foi exigida a observância da matéria e da forma para a validade da celebração, com a consciência de que modificações arbitrárias de uma e/ou de outra – cuja gravidade e força que invalidam são verificadas de tempos em tempos comprometem a efetiva concessão da graça sacramental, com evidente dano aos fiéis”. O que se lê nos livros litúrgicos promulgados deve ser fielmente observado sem “acrescentar, retirar ou alterar nada”.

A arte de celebrar

A liturgia permite a variedade que preserva a Igreja da «rígida uniformidade», como afirma a Constituição conciliar Sacrosanctum Concilium. Mas esta variedade e a criatividade que favorecem uma maior inteligibilidade do rito e a participação ativa dos fiéis, não podem dizer respeito ao que é essencial na celebração dos sacramentos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Brás

São Brás (A12)
03 de fevereiro
São Brás

São Brás nasceu na Armênia, Turquia, em meados do século III, uma época de perseguição religiosa à Igreja Católica. Foi médico, procurando curar o corpo mas também, através do apostolado, a alma dos seus pacientes.

Por tamanhas virtudes, a comunidade cristã de Sebaste, onde habitava, o elegeu como bispo. Diante das perseguições, deu exemplo de firmeza na fé, exortando os fiéis a perseverar ainda que Licínio, o imperador romano, fizesse muitos mártires em Sebaste (como Eustácio Carcério e os 40 soldados colocados para morrer, nus, num campo gelado). Jesus havia aconselhado que, se perseguidos, os discípulos deveriam fugir para outra cidade (cf. Mt 10,23), Assim fez São Brás, recolhendo-se a um lugar deserto, mas de onde permanecia a pastorear o seu rebanho. Este local foi descoberto e soldados romanos o foram prender; a eles, disse o santo: “Sede benditos, vós me trazeis uma boa-nova: que Jesus Cristo quer que o meu corpo seja imolado como hóstia de louvor”.

Depois de processado e condenado, submeteram-no a cruéis torturas, e em seguida o penduraram num andaime e o deixaram para morrer. Mas como isto não ocorreu, descarnaram os seus ossos usando pentes de ferro; finalmente, o degolaram, pois ainda não havia morrido.

A tradicional bênção de São Brás, ou “bênção da garganta”, concedida pela Igreja neste dia, está relacionada a um dos muitos milagres do santo. Uma mãe, em desespero, lhe apresentou o filho pequeno sufocando, com uma espinha de peixe entalada na garganta. Brás o curou imediata e miraculosamente. A bênção e a iconografia do santo incluem um par de velas que ele segura, cruzadas, pois teria recebido, no calabouço escuro do cativeiro, um par de velas de um amigo, as quais o iluminavam e aqueciam. São Brás é venerado tanto no Ocidente como no Oriente.

::Reze pelos males na garganta na novena de São Brás

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:

A barbárie das perseguições aos cristãos dos primeiros séculos ainda hoje nos impressiona, e os mártires de então foram repletos da graça de Deus e de glória, merecendo os nossos louvores até o fim dos tempos. Hoje persistem as perseguições cruentas em alguns lugares do mundo, muitas delas, talvez, tão monstruosas quanto as do início da cristandade, talvez menos divulgadas e conhecidas; e na maior parte do globo existe a perseguição moral, política, ideológica, cultural e midiática, que tanto afasta, de modo mais disfarçado – e por isso, eventualmente, mais perigoso – as almas de Deus. Contra ambas as formas, necessário é que confiemos em Cristo e perseveremos no Seu amor, pois também os impérios mundanos de hoje cairão, e a promessa de Cristo se cumprirá: as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (cf. Mt 16,18).

Oração:

Senhor Deus Todo Poderoso, pela intercessão e heroico exemplo de São Brás, concedei-nos a graça da firmeza na Fé, diante de qualquer dificuldade nesta vida, para que possamos, como ele, receber a luz e o calor infinitos do Vosso amor, na verdadeira e definitiva vida futura. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que não hesitou em sofrer por nós o martírio da Cruz, e por Nossa Senhora, Vossa e nossa Mãe, e nossa infalível protetora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

3 freiras nos contam para que serve a vida consagrada

Mônica Muñoz
Por Mónica Muñoz publicado em 01/02/24
Celebramos o dia da vida consagrada e talvez tenhamos uma ideia disso, mas para que serve esta vocação ao mundo? Três freiras nos contam.

O dia 2 de fevereiro é dedicado a uma forma especial de viver a vocação específica que cada um de nós recebe no batismo, que é a vida consagrada. O Catecismo da Igreja Católica diz que:

«O estado de vida consagrada surge, portanto, como uma das formas de viver uma consagração “mais íntima”, que tem as suas raízes no Batismo e é totalmente dedicada a Deus (cf.  PC  5). Na vida consagrada, os fiéis de Cristo propõem-se, sob a moção do Espírito Santo, a seguir mais de perto Cristo, a doar-se a Deus amado acima de tudo e, perseguindo a perfeição da caridade ao serviço do Reino, a significar e anunciar na Igreja a glória do mundo futuro (cf. CIC, cân. 573)” ( CEC 916 ).

Os testemunhos

Trindade69 | Obturador

É interessante notar que existem centenas de institutos, ordens e congregações de vida religiosa, porém, o seu objetivo é o mesmo: evangelizar com carismas próprios e em realidades diversas, sempre com total dedicação aos desígnios de Deus.

Aleteia entrevistou três freiras e fez três perguntas:

1. Pela sua experiência, o que é a vida consagrada?

2. Para que serve isso no mundo?

3. Você está feliz com sua vocação?

Isto é o que eles compartilharam conosco.

1
IRMÃ ROSA MARIA LUNA

Congregação: Oblatos da igreja missionária ecumênica

“A vida consagrada serve para dar testemunho ao mundo”.

Para Irmã Rosa, em poucas palavras, a vida consagrada é um estilo de vida que tem como modelo Jesus, casto, pobre e obediente, esse é o seu modelo de vida. É também uma resposta ao apelo a viver esta vida, a conformar-se, a tentar configurar-se cada vez mais com Ele numa vida de fraternidade em comunidade e num carisma especial que o Espírito Santo inspirou em cada fundador da Igreja. .

Comenta que a vida consagrada serve para testemunhar no mundo a presença de Jesus, do Evangelho de forma prática e experiencial. Cada instituto tem o seu carisma pessoal e quer expressar uma parte específica desse rosto de Jesus para o mundo.

«Queremos mostrar aquele Jesus que viu e viveu a divisão do mundo, e viu que ele ia ser dividido por Ele mesmo. Depois, pede ao Pai no último momento, no seu último desejo, a unidade de todos em Cristo. Para isso nos consagramos e por isso rezamos todos os dias ao Pai: ‘para que todos sejamos um’”.

Irmã Rosa, sem hesitar, afirma que está feliz na sua vocação. «Deus meu Senhor, que me chamou sem que eu merecesse, é incrivelmente fiel e em momentos muito específicos ele proporciona e se faz sentir, enchendo-me de alegria e felicidade. “Foi um caminho de aprendizagem, de quedas e retrocessos, mas o que é admirável é a sua fidelidade que não deixa senão o desejo de segui-lo com todo o coração e com todas as forças na vocação cumprida na missão”.

Mônica Muñoz

2
IRMÃ DORIS JIMÉNEZ SIMROTH

Congregação: Oficinas de Oblatos da Santíssima Trindade.

"Se eu nascesse de novo, seria religioso novamente."

Para Irmã Doris, a vida consagrada é uma entrega total a Deus. É uma resposta incondicional a um apelo de amor e uma experiência radical do próprio batismo através da profissão dos conselhos evangélicos; isto através da vida em comunidade, com carisma próprio e na busca da santidade no amor e na dedicação ao próximo.

Ela compartilha que a vida consagrada testemunha Cristo presente na vida da humanidade, oferece às pessoas identidade, oportunidade, aspiração, aprendizagem e, acima de tudo, credibilidade de amor e santidade para tornar credível o testemunho e sentir a civilização do Amor.

Ele felizmente acrescenta à Aleteia que está “extremamente feliz”. "É a melhor coisa que me aconteceu. O chamado do meu Deus para esta entrega incondicional. “Acho que nada melhor poderia ter acontecido comigo nesta vida e, se eu nascesse de novo, seria religioso novamente”.

«Mesmo com as suas adversidades e contratempos, não é nada quando se tem o olhar amoroso de Jesus, é a alegria, a alegria de sentir a sua palavra curativa, o seu encontro curador em cada Eucaristia; e muito menos o amor de Maria que dá segurança ao projeto de vida.

3
IRMÃ LOURDES GONZÁLEZ

Congregação: Discípulos de Maria no Espírito Santo

É viver ao máximo o nosso batismo.

Irmã Lourdes define a vida consagrada como uma vida totalmente entregue a Deus, que só pertence a Ele. É viver plenamente o nosso batismo.

Nos Discípulos de Maria, unidos a Jesus, dão a conhecer o seu amor na nossa vida “para que todos nos voltemos para Ele e nos deixemos amar; e assim alcançar a santidade à qual somos chamados. Acima de tudo, alcance os corações que estão afastados Dele por causa do pecado.

“Estou feliz”, declara antes de acrescentar: “Quando estamos na vocação à qual Jesus nos chama, então podemos ser felizes”.

Fonte: https://es.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF