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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Santa Josefina Bakhita

Santa Josefina Bakhita (A12)
08 de fevereiro
Santa Josefina Bakhita

Esta santa, cujo nome original africano é desconhecido, nasceu no Sudão, em 1869. Aos nove anos, foi raptada para ser vendida como escrava, e o trauma deste fato a fez esquecer seu nome e o dos seus pais. Os sequestradores, muçulmanos mercadores, a chamaram de Bakhita, que significa “afortunada”.

Foi vendida e comprada várias vezes nos mercados de El Obeid e Cartum, passando pelas humilhações e sofrimentos físicos e morais da escravidão; por exemplo, um general turco que a comprou marcou seu corpo com 114 cortes de faca, que foram cobertas com sal para permanecerem em evidência.

Afinal, ainda menina, foi comprada em Cartum pelo Cônsul italiano Calixto Legnani. Ele e a sua família a trataram muito bem, com carinho e consideração. Dois anos depois, a revolução mahdista obriga o cônsul a voltar para a Itália; “Ousei pedir-lhe que me levasse à Itália com ele”, registrou Bakhita, e foi atendida. Nesta viagem a família é acompanhada pela de um seu amigo, Augusto Michieli, cuja esposa gosta de Bakhita, levando o cônsul a deixá-la com esta outra família.

Desembarcam na Itália em 1884, e vão para Zeniago (Veneza) e, quando nasceu Alice, a filhinha do casal, Bakhita se tornou sua babá e amiga. Porém, em 1888, a compra e administração de um grande hotel em Suakin, no Mar Vermelho, obrigam o casal a se mudar para lá. Aconselhados pelo seu administrador, Iluminado Checchini, Alice e Bakhita foram confiadas, durante nove meses, às Irmãs Canossianas do Instituto dos Catecúmenos de Veneza.

No convento, a seu pedido, Bakhita conhece aquele Deus que desde pequena ela “sentia no coração, sem saber quem Ele era”. Aprende o catecismo e é batizada, aos 21 anos, recebendo o nome de Giuseppina Margherita Fortunata; na mesma ocasião é crismada e recebe a Primeira Comunhão. Quando do retornou dos Michieli da África para buscar a filha e Bakhita, esta, com firme decisão e coragem fora do comum, manifestou a vontade de permanecer com as Irmãs Canossianas. J

á então percebia que Deus a conduzira por misteriosos caminhos para um bem maior. Consagrou-se definitivamente em 1896 no Instituto de Santa Madalena de Canossa, em Schio. Por mais de 50 anos, até a morte, ali permaneceu, trabalhando como cozinheira, sacristã, bordadeira, responsável pelo guarda-roupa, e principalmente porteira, onde se destacou pelo carinho com que recebia as pessoas. Era estimada pela sua alegria, paz, generosidade, bondade, humildade e desejo de fazer conhecer a Cristo. As irmãs a chamavam de “irmã morena”, e as crianças de “irmã de chocolate” – não só pela cor, mas também pela doçura do seu trato.

Em certa ocasião, deflagrada uma peste que a muitos matou, Bakhita preferiu ficar na cidade ao invés de sair, auxiliando no cuidado dos enfermos.

 Já idosa e doente, sofreu longa e dolorosamente, mas sem perder a doçura e o bom humor. Na agonia, reviveu os terríveis anos de sua escravidão, gravados no seu inconsciente, e vária vezes suplicava à enfermeira que a assistia: «Solta-me as correntes ... pesam muito!». Segundo seu próprio testemunho, foi a Virgem Maria Quem a libertou destes sofrimentos. Suas últimas palavras foram "Nossa Senhora!". Bakhita faleceu no dia 8 de fevereiro de 1947, de pneumonia, e muitos milagres passaram a ser registrados através da sua intercessão. Ela é padroeira dos escravos e dos sequestrados. O milagre reconhecido pelo Vaticano para a sua canonização foi a cura milagrosa de uma brasileira, Eva Tobias da Costa, da cidade de Santos-SP, que a ela recorrera.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28). A ironia do nome “afortunada” que lhe foi dado pelos mercadores de escravos, Cristo tranformou em profecia, na santidade de Bakhita. Ela mesma tem várias frases que sintetizam seu entendimento profundo de como o Senhor, em Sua infinita Sabedoria e Bondade, quer não apenas salvar cada alma, mas através dos santos tocar o coração dos demais para a conversão: “Muitas vezes as vias de Deus são incompreensíveis aos olhos humanos. Mas Ele sabe como conduzir as almas e os acontecimentos para realizar Seu plano de amor e salvação”; “Se encontrasse aqueles negreiros que me sequestraram e mesmo aqueles que me torturaram, eu me colocaria de joelhos para beijar as suas mãos, porque se tudo isso não tivesse acontecido, eu não seria agora cristã e religiosa”; “Eu sou definitivamente amada e aconteça o que acontecer, eu sou esperada por este Amor. Assim a minha vida é bela”; "Vou devagar, passo a passo, porque levo duas grandes malas: numa vão os meus pecados, e na outra, muito mais pesada, os méritos infinitos de Jesus. Quando chegar ao céu abrirei as malas e direi a Deus: Pai Eterno, agora podes julgar. E a São Pedro: fecha a porta, porque fico".

Oração:

Deus Pai de amor, concedei-nos pelas mãos de Santa Bakhita a verdadeira liberdade, natural e principalmente espiritual, para que como ela sejamos capazes de valorizar e agradecer o nosso Batismo, o conhecimento de Vós e da Vossa Vontade, o pertencer à Igreja, por tudo na nossa vida; e também como ela Vos chamar de “meu Patrão”, pois é só a escravidão a Vós que nos salva e liberta. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, em tudo obediente a Vós, e Nossa Senhora, Ancilla Domini – escrava do Senhor. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

O Papa: a liturgia não é apenas para especialistas, é preciso formar bem os leigos

Papa Francisco com os participantes da Assembleia Plenária dos Dicastérios do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos (Vatican Media)

Sem reforma litúrgica não há reforma da Igreja, disse o Papa em seu discurso à plenária do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos: uma Igreja que não tenta falar de uma forma que seja compreensível aos homens e mulheres de seu tempo "é uma Igreja doente", o papel da mulher é central, mas não deve ser reduzido apenas à "ministerialidade”.

Vatican News

Uma Igreja que não sente a paixão pelo crescimento espiritual, que não tenta falar de uma forma que seja compreensível para os homens e mulheres de seu tempo, que não se entristece com a divisão entre os cristãos, que não treme com o anseio de proclamar Cristo aos povos, é uma Igreja doente. Esses são os sintomas de uma Igreja doente.

Em seu discurso à Assembleia Plenária do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, cujos participantes foram recebidos pelo Papa na manhã desta quinta-feira, 8 de fevereiro, na Sala Clementina, no Vaticano, Francisco usou palavras contundentes para enfatizar que "sem reforma litúrgica não há reforma da Igreja". O Pontífice recordou o 60º aniversário da Sacrosanctum Concilium, a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, elaborada durante o Concílio Vaticano II com o objetivo de "fazer com que a vida cristã dos fiéis cresça cada vez mais a cada dia", adaptando "as instituições sujeitas a mudanças" às necessidades dos tempos, favorecendo tudo o que pudesse "contribuir para a união de todos os crentes em Cristo" e revigorando tudo o que pudesse ajudar "a chamar todos para o seio da Igreja". Na prática, explicou o Papa, "um profundo trabalho de renovação espiritual, pastoral, ecumênica e missionária".

A fidelidade esponsal da Igreja

Quando se fala em "reformar a Igreja", sempre se está diante de uma "questão de fidelidade esponsal", esclareceu Francisco, acrescentando que "a Igreja Esposa será sempre mais bela quanto mais amar Cristo Esposo, a ponto de pertencer totalmente a Ele, a ponto de se conformar plenamente a Ele". A esse respeito, o Pontífice se deteve sobre as ministerialidades da mulher.

A Igreja é mulher e a Igreja é mãe, e a Igreja é a figura de Maria e a Igreja-mulher, figura de Maria, é mais do que Pedro, ou seja, é outra coisa. Não se pode reduzir tudo à ministerialidade. A mulher em si mesma tem um símbolo muito grande na Igreja como mulher, sem reduzi-la à ministerialidade. É por isso que eu disse que toda instância de reforma da Igreja é sempre uma questão de fidelidade esponsal, porque há uma mulher.

A importância da formação litúrgica

Como os Padres conciliares, que abordaram o tema da liturgia, "o lugar por excelência onde encontrar o Cristo vivo", exortando a formação dos fiéis e promovendo ações pastorais, o Papa também insistiu na necessidade da "formação litúrgica" e ressaltou a importância que ela tem para todos.

Não se trata de uma especialização para alguns especialistas, mas de uma disposição interior de todo o povo de Deus. Isso, é claro, não exclui que haja uma prioridade na formação daqueles que, em virtude do sacramento da Ordem, são chamados a ser mistagogos, ou seja, a tomar os fiéis pela mão e acompanhá-los no conhecimento dos santos mistérios.

A preparação dos ministros ordenados

Para Francisco, é essencial que "os pastores saibam conduzir o povo ao bom pasto da celebração litúrgica, onde o anúncio de Cristo morto e ressuscitado se torna uma experiência concreta de sua presença transformadora da vida", e por isso pede que, "no espírito de colaboração sinodal entre os Dicastérios esperada na Praedicate Evangelium", a formação litúrgica dos ministros ordenados seja "tratada também com o Dicastério para a Cultura e a Educação, com o Dicastério para o Clero e com o Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica", de modo que cada um possa oferecer "a própria contribuição específica". Isto porque, sendo a liturgia "o ápice para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte da qual brota toda a sua energia", como se lê na Sacrosanctum Concilium, então é necessário "que a formação dos ministros ordenados tenha também, cada vez mais, um cunho litúrgico-sapiencial, tanto no currículo dos estudos teológicos quanto na experiência de vida dos seminários".

Caminhos formativos para o povo de Deus

Mas também é necessário pensar em "novos caminhos de formação" para o povo de Deus, exortou o Santo Padre, e isso a partir das assembleias que se reúnem aos domingos, "o dia do Senhor", "nas festas do ano litúrgico", que são "a primeira oportunidade concreta de formação litúrgica", e depois novamente nas "festas patronais ou nos Sacramentos da iniciação cristã", ocasiões "nas quais as pessoas participam mais das celebrações" e que, se "preparadas com cuidado pastoral", permitem que as pessoas "redescubram e aprofundem o significado de celebrar hoje o mistério da salvação".

Por fim, Francisco destacou a grande tarefa que cabe ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, "trabalhar para que o povo de Deus cresça na consciência e na alegria de encontrar o Senhor celebrando os santos mistérios e, encontrando-o, tenha vida em seu nome", e agradeceu o empenho dos que ali trabalham.

Francisco com os participantes da Assembleia Plenária do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Vatican Media)
Fonte> https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Relíquias de Santa Teresinha visitam a Cúria Metropolitana de Brasília

Recepção das Relíquias de Santa Teresinha na Cúria Metropolitana de Brasília (arqbrasilia)

As Relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus visitaram a Cúria Metropolitana de Brasília, na tarde de segunda-feira (05/02), e foram recebidas com grande devoção pelos colaboradores.

O Cardeal Dom Paulo Cezar participou da recepção às Relíquias na Cúria e fez uma bonita reflexão sobre a importância das Relíquias de Santa Teresinha, destacando que elas relembram a santidade da religiosa, uma pessoa que viveu com heroísmo os desejos de Deus.

“Santa Teresinha é a Santa de uma delicadeza sem igual, da caridade. Uma mulher que vivendo as pequenas coisas foi se santificando e, quando nós recebemos as suas Relíquias, recebemos a parte do corpo de alguém que na sua corporeidade se identificou com Cristo. Por isso, as Relíquias para nós têm um sentido muito importante e bonito. Na Igreja Primitiva, os padres celebravam a Eucaristia sobre as Relíquias dos mártires, porque foram pessoas que identificaram a própria vida com Cristo. Os Santos são sinais e exemplos para nós que também buscamos identificar a nossa vida com Cristo”, frisou o Cardeal.

Na ocasião, Dom Fernando Guimarães, Bispo Emérito do Ordinariado Militar do Brasil, Vigário Judicial e Presidente do Tribunal Eclesiástico de Brasília, compartilhou detalhes sobre a vida de Santa Teresinha e seu exemplo de fiel seguidora de Jesus Cristo, ainda que estivesse passando por dificuldades, com sua saúde muito debilitada.

“Santa Teresinha disse que queria percorrer o mundo para anunciar o amor de Cristo. Então, hoje ela faz isso através de suas Relíquias que atraem tantas pessoas, de diferentes religiões, que a admiram e veneram. A vida de Santa Teresinha, que sofreu tanto com a tuberculose, nos convida a entregar a nossa vida de forma plena a Deus. As dificuldades fazem parte da vida do ser humano, mas em tudo temos que dar graças a Deus e nos entregarmos aos planos do Senhor”, explicou o Bispo.

As Relíquias de Santa Teresinha continuarão peregrinando na Arquidiocese de Brasília até o dia 09 de fevereiro. Acompanhe a programação:

06/02

10h – Dom Ricardo Hoepers (CNBB)

19H30 – Missa e vigília (Seminário Redemptoris Mater)

07/02

08h – Mosteiro das Carmelitas Descalças

19h – Missa (Catedral Militar)

08/02

08h – Seminário Arquidiocesano de Brasília

14h30 – Paróquia Santa Teresinha (Taguatinga)

19h – Missa (Carmelo das Carmelitas Descalças)

09/02

19h – Missa (Carmelo das Carmelitas Descalças)

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Cardeal You Heung-sik: queremos formar sacerdotes que levem luz ao mundo secularizado

Cardeal Lazzaro You Heung-sik (Vatican Media)

De 6 a 10 de fevereiro, terá lugar no Vaticano o Simpósio Internacional sobre a Formação Permanente dos Sacerdotes. Cerca de 1.000 participantes de 60 países estão presentes. O programa inclui momentos de oração, conferências, além de diálogos em pequenos grupos no estilo sinodal. O prefeito do Dicastério para o Clero destaca a intenção de enfrentar as dificuldades concretas da vida sacerdotal e, ao mesmo tempo, evidenciar sua beleza, graças aos numerosos "testemunhos maravilhosos" existentes.

Renato Martinez e Adriana Masotti - Cidade do Vaticano

"Reaviva o dom de Deus que recebeste" (2 Tm 1,6) é o tema do "Simpósio Internacional para a formação permanente dos sacerdotes", que se inicia hoje, terça-feira, 6 de fevereiro, no Vaticano, encerrando-se no dia 10. A iniciativa é promovida pelo Dicastério para o Clero, em colaboração com o Dicastério para a Evangelização, a seção para a primeira evangelização e as novas igrejas particulares, e com o Dicastério para as Igrejas Orientais. O objetivo é iniciar um processo compartilhado com todas as Igrejas locais para fortalecer o acompanhamento dos sacerdotes.

Um encontro no estilo sinodal

O congresso conta com a participação ativa de todos os inscritos, especialistas e responsáveis pela formação. Cada sessão de trabalho prevê, além das conferências, a divisão em grupos linguísticos para o intercâmbio, no estilo sinodal, de experiências e reflexões sobre os temas propostos. As conclusões do encontro serão apresentadas no sábado, 10 de fevereiro, pelos prefeitos dos três Dicastérios envolvidos, seguidas pela celebração eucarística presidida pelo cardeal Lazzaro You Heung-sik, prefeito do Dicastério para o Clero, na Basílica de São Pedro. Em uma entrevista à Rádio Vaticano - Vatican News-, o cardeal fala sobre o congresso e a necessidade de responder às demandas dos sacerdotes em um contexto desafiador no âmbito sócio-cultural e da fé.

Sacerdotes presentes na missa do Dia Mundial da Vida Consagrada, 2 de fevereiro de 2024 (Vatican Media)

Eminência, pode nos contar como surgiu a iniciativa deste congresso e qual é o seu propósito?

Observando os sacerdotes no mundo de hoje, fica claro que eles precisam de apoio. Até São Paulo, em sua Carta, escreve que, naquele momento, Timóteo estava um pouco desanimado, então ele sente a necessidade de reavivar o dom de Deus nele e diz: "Reaviva o dom de Deus que recebeste". A beleza de ser discípulo hoje não surge repentinamente, mas sempre requer desenvolvimento, educação, formação integral, comunitária e missionária. E os sacerdotes constantemente buscam formação e acompanhamento, para que possam viver sempre alegres e felizes. E isso é o que nós queremos.

Eminência, este congresso tem como ponto de partida a pesquisa enviada a todas as Conferências Episcopais nos últimos meses sobre a Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, o documento sobre a formação dos sacerdotes de 2016. Quais foram os resultados desta pesquisa? Qual é a realidade da formação permanente dos sacerdotes que emergiu desta consulta?

Recebemos cerca de 800 respostas de todo o mundo. Através delas, podemos ver não apenas a beleza, as boas práticas e os bons testemunhos existentes, mas também o que está faltando: é necessária uma melhor formação, e portanto, este é um passo muito importante para nós, e nossos Dicastérios, juntamente com consultores e especialistas, estamos trabalhando concretamente nisso. Preparamos o programa destes dias para não ficarmos vagos, mas para irmos direto ao ponto, através de muitas boas práticas, ou seja, testemunhos maravilhosos, que são muito úteis. E então, inauguraremos um site do Dicastério para o Clero para estabelecer uma rede global, para que possamos nos ajudar mutuamente e seguir em frente juntos.

Certamente será muito importante para os sacerdotes do mundo poderem acessar este site para compartilhar sua experiência pastoral e também suas dificuldades. E falando sobre dificuldades, quais são os desafios para a formação e acompanhamento dos sacerdotes no mundo de hoje?

Vejo que muitos sacerdotes lamentam a solidão e também que o mundo de hoje está muito secularizado. Neste contexto, para seguirmos em frente, é necessário um cuidado mútuo, tanto para os mais velhos quanto para os mais jovens, e assim nos tornamos presentes uns para os outros. Portanto, viver uma realidade de lar, de família entre os sacerdotes, ajudará no cuidado mútuo e também dará bom testemunho. Isso significa para nós uma Igreja sinodal: ir todos juntos, trabalhar juntos, servir juntos.

Membros do clero durante a missa do Dia Mundial da Vida Consagrada, 2 de fevereiro de 2024 (Vatican Media)

Este estilo sinodal também será vivido durante o Congresso. Pode nos explicar qual metodologia será utilizada para envolver todos os sacerdotes?

No programa, temos momentos de oração e uma introdução com uma mensagem inspiradora do Santo Padre. Também teremos momentos de reflexão com bons palestrantes, então formaremos pequenos grupos de sete, oito pessoas para compartilhar nossas experiências, será um simpósio muito participativo, porque no mundo somos tão diversos. Também os especialistas a nível nacional e diocesano compartilharão suas experiências, e tudo isso será posteriormente publicado em nosso site e será muito útil para o futuro, para caminharmos juntos. Temos muitas expectativas em relação a isso.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

CATEQUESE: O que temos feito como batizados na fé católica?

Batizado (Crédito: Cléofas)

O que temos feito como batizados na fé católica?

 POR PROF. FELIPE AQUINO

“Tudo o que aconteceu com Cristo dá-nos a conhecer que, depois da imersão na água, o Espírito Santo voa sobre nós do alto do Céu e que, adotados pela Voz do Pai, nos tornamos filhos de Deus” S. Hilário de Poitiers.

Antes de tudo, é necessário compreendermos com profundidade qual é o verdadeiro sentido do Batismo…

Bem, primeiro, recordemos o batismo de Jesus. Qual o significado do batismo de Jesus no Rio Jordão com João Batista?

Não foi o Batismo sacramental que Jesus recebeu, pois Ele não tinha o pecado original. João Batista foi o escolhido pelo pai para preparar o caminho do Redentor, anunciar a Israel a chegada do Messias. Ele é a “Voz que clama no deserto. Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para Ele” (Mt 3,3). João deixou claro: “Eu vos batizo com água… Ele vos batizará com o Espírito santo e com fogo” (Mt 3,11).

Por que, então, Jesus entrou na fila dos pecadores?

Ensina a Igreja que foi para “ser solidário com os pecadores”, e aceitar ser o “Servo de Javé”, que Jesus, por Sua Paixão e morte de cruz, salvaria o Mundo, pagaria à Justiça Divina a culpa de toda a humanidade.

Ali começou a vida pública de Jesus; o Espírito Santo desce sobre Sua humanidade e o Pai confirma a predileção por Seu Filho. É a Epifania de Jesus a Israel como o Seu messias.

Diz a Liturgia das Horas que ele entrou nas águas do Jordão para “lavar todas as águas, até às fontes”, para a purificação dos cristãos pelo Batismo.

Foi um gesto de obediência à vontade do Pai e de profunda humildade, pelo qual Jesus dissolveu a desobediência e a soberba de Adão. Ele é o Novo Adão. Ali no Jordão “Ele aceitou, por amor a nós, este batismo de morte para a remissão dos nossos pecados” (CIC, §536). E ali Ele recebeu o Espírito Santo em plenitude para ser a fonte do Espírito para toda a humanidade. No batismo de Jesus, “abriram-se os Céus” (Mt 3,16) que o pecado de Adão havia fechado e as águas são santificadas, que é o prelúdio de uma nova criação.

Nós, que também fomos batizados, voltamos a ser filhos de Deus no Filho de Deus, membros da Igreja, novamente, herdeiros do Céu. Pelo Batismo fomos sacramentalmente assimilados a Jesus, devendo repetir este mistério de rebaixamento humildade e de arrependimento, desceu à água com Jesus para subir novamente com Ele “renasceu da água e do Espírito” (Jo 3) “para tornar-se, no Filho, filho bem amado do Pai” (CIC,§ 537) e viver Nele uma vida nova.

No Batismo, somos sepultados com Cristo para ressuscitar com Ele. São Paulo disse: “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto… Pois morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo, em Deus” (Col 3,1-3).

O Batismo, portanto, nos chama a uma vida nova; é a “entrada sacramental na vida da fé” (CIC, §1236). Nele o batizado recebe “a semente da fé” que deve fazer crescer, pois “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6), e o “justo vive pela fé” (Rom 1,17). Ao catecúmeno ou ao seu padrinho é feita a pergunta: “Que pedis à Igreja de Deus?”. E este deve responder: “A fé”.

Então, o cristão deve viver pela fé; fazê-la crescer na luta contra as fraquezas da natureza e os pecados. O batismo nos faz “cristãos”, isto é, “imitadores de Cristo”. São leão Magno dizia: “De que vale carregarmos o nome de cristãos, se não imitamos a Jesus Cristo?”

Em nosso Batismo, nossos pais e padrinhos, na fé da Igreja, assumiram por nós as promessas do Batismo, renunciaram o pecado, a satanás e a todos as suas obras e professaram a Fé da Santa Igreja. Rezaram o Credo!

E nós? Será que estamos cumprindo essa promessa?

Será que lutamos todos os dias, sem cessar, para renunciar as obras do demônio?

Combatemos os pecados como: soberba, ganância, impurezas, gula, ódio, inveja, preguiça, maledicência, respeito humano, mentira, egoísmo?…

Será que obedecemos a Jesus que nos manda “vigiar e orar” porque o espírito é forte, mas a carne é fraca?

Sem a oração, “sem cessar”; sem vigilância; sem vida sacramental, com confissão e comunhão permanente; não podemos cumprir as promessas de nosso Batismo. E São Paulo exorta-nos: “Mortificai os vossos membros: imoralidade sexual, paixão, maus desejos, especialmente a ganância, que também é uma idolatria… Rejeitai a tudo isto: ira, furor, malvadeza, ultrajes, e não saia de vossa boca nenhuma palavra indecente… pois já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir, e vos revestistes do homem novo” (Col 3,5-10). Jesus disse com todas as letras: “Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). Então, busquemos o Senhor e a Sua força, sobretudo na oração de intimidade com Ele e na Eucaristia.

E Jesus nos deu a Sua Mãe para ser nossa Mãe espiritual: guia, consolo, conforto, apoio e segurança nos caminhos da vida.

Com Jesus e Maria, com a intercessão dos santos por nós, sem cessar, cumpramos as promessas do nosso Batismo; nossa salvação!

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

Relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus

Relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus (CNBB)

DURANTE REUNIÃO DO CONSEP, SEDE DA CNBB RECEBE AS RELÍQUIAS DE SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS

A sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebe, nesta terça-feira, 6 de fevereiro, as relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus. Durante todo o dia, os bispos que participam da reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) e os colaboradores da Conferência realizam momentos de oração diante da urna com os restos mortais da Santa de Lisieux.

A visita acontece no contexto do aniversário de 150 anos de nascimento de Santa Teresinha, celebrado em 2023. Na programação, as relíquias serão levadas a 70 cidades brasileiras. Em Brasília, a urna foi acolhida em missa presidida pelo arcebispo emérito do Ordinariado Militar no Brasil, dom Fernando José Monteiro Guimarães. O bispo, inclusive, acompanhou a chegada na sede da CNBB.

Foto: Luiz Lopes Jr/CNBB
Foto: Pe. Arnaldo Rodrigues/CNBB
Foto: Luiz Lopes Jr/CNBB

Relicário do Brasil

Dom Fernando contou que Santa Teresinha tem uma ligação muito grande com o Brasil, uma vez que na época da beatificação foi feita uma campanha para doar a Lisieux a urna dourada que contém os ossos de Santa Teresinha, chamada de “urna do Brasil”. A caixa que faz a peregrinação internacional é uma cópia em madeira da original.

“Na urna original, quando abrimos, descobrimos que tem uma placa com o nome de todas as dioceses do Brasil naquela época da beatificação, pois foram todas que doaram e estão em contato direto com as relíquias de Santa Teresinha. Para as viagens intercontinentais, o Carmelo preferiu escolher um fac-símile de madeira com prata dourada e colocar dentro uma relíquia insigne de Santa Teresinha. E eu tive a graça, pelo Vaticano, de ser encarregado de preparar esse relicário em 1997, e ver que agora, como bispo para mim também é uma grande emoção”, disse dom Fernando Guimarães.

Relíquias insignes

De acordo com a Santa Sé, são consideradas “relíquias insignes” o corpo dos Beatos e dos Santos ou as partes notáveis dos corpos ou todo o volume das cinzas decorrentes da cremação. Elas devem ser conservadas “em urnas especiais seladas” em lugares onde se possa “garantir a segurança, respeitar a sacralidade e favorecer o culto”.

Relíquias insignes (CNBB)

Igreja no Brasil reunida

O arcebispo de Olinda e Recife (PE) e segundo vice-presidente da CNBB, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, manifestou alegria pela relação do relicário de Santa Teresinha com o Brasil e destacou a representação da unidade da Igreja com o encontro dos bispos na Conferência Episcopal.

“Nós nos alegramos imensamente por essa placa simbolizando toda a Igreja no Brasil. E aqui na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil temos simbolicamente e teologicamente essa representação, essa pluralidade de igrejas na única unidade do amor e da missão. Bênçãos de Deus, chuvas de rosas e de graças por intercessão de Santa Teresinha para você e sua família!”, disse dirigindo-se aos internautas.

CNBB
Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: atenção à tristeza, é como um verme que corrói o coração

Audiência Geral 07/02/2024 - Papa Francisco (Vatican News)

Há uma tristeza "que nos leva à salvação", mas há também aquela que pode se transformar "em um estado de espírito maligno". Francisco ao refletir na Audiência Geral desta quarta-feira, 07/02, sobre o vício da tristeza, advertiu: "é preciso combater esse demônio perverso e isso pode ser feito pensando em Jesus, que nos traz sempre a alegria da ressurreição".

Thulio Fonseca - Vatican News

"Entendida como um abatimento da alma, uma aflição constante que impede o homem de sentir alegria em sua própria existência." Com estas palavras, o Papa Francisco introduziu o tema de sua reflexão dedicada à tristeza nesta quarta-feira, 7 de fevereiro. Esta é a sétima catequese do itinerário sobre os vícios e as virtudes.

O Santo Padre recordou logo no início que, em relação à tristeza, os Padres do deserto desenvolveram uma distinção importante: "existe uma tristeza que é própria da vida cristã e que com a graça de Deus se transforma em alegria: esta, obviamente, não deve ser rejeitada e faz parte do caminho de conversão. Mas há também um segundo tipo de tristeza que se infiltra na alma e a prostra em um estado de desânimo; este segundo deve ser combatido.

Uma tristeza amiga

Ao sublinhar que existe "uma tristeza amiga, que nos leva à salvação" o Santo Padre trouxe como exemplo o filho pródigo da parábola, quando chega ao fundo da sua degeneração, sente uma grande amargura, e isso o leva a voltar a si mesmo e a decidir voltar para a casa do pai (cf. Lc 15, 11-20).

"É uma graça sentir dor pelos nossos pecados, lembrar o estado de graça do qual caímos, chorar porque perdemos a pureza na qual Deus nos sonhou."

A tristeza está ligada à vivência da perda e da frustração

"Mas há uma segunda tristeza, que é antes uma doença da alma", continuou o Papa, "este vício nasce no coração do homem quando desaparece um desejo ou uma esperança". Ao se referir à história dos discípulos de Emaús, presente no Evangelho de Lucas, Francisco recorda que "aqueles dois discípulos saem de Jerusalém com o coração desiludido" e, a certa altura, confidenciam ao "desconhecido" que se junta a eles a experiência triste que estavam sentindo com a morte daquele que era o Salvador: 

"A dinâmica da tristeza está ligada à vivência da perda. No coração do homem surgem esperanças que às vezes são frustradas. Pode ser o desejo de possuir algo que não pode ser obtido; mas também algo importante, como uma perda emocional. Quando isso acontece, é como se o coração do homem caísse num precipício, e os sentimentos que ele experimenta são desânimo, fraqueza de espírito, depressão, angústia".

O sentimento de melancolia adoece o coração

O Papa enfatizou que "todos nós passamos por provações que nos geram tristeza, pois a vida nos faz conceber sonhos que depois desmoronam". Nesta situação, alguns, depois de um período de turbulência, confiam na esperança, mas outros se afundam na melancolia, permitindo que ela gangrene os seus corações, e assim ficam felizes por um fato que não aconteceu, é como comer uma bala amarga, sem açúcar: "a tristeza é um prazer do não prazer", disse o Pontífice.

"Certos lutos prolongados, em que uma pessoa continua a ampliar o vazio daqueles que já não estão mais lá, não são próprios da vida no Espírito. Certas amarguras rancorosas, pelas quais uma pessoa sempre tem em mente uma reivindicação que a faz assumir as roupas da vítima, não produzem em nós uma vida saudável, e muito menos cristã. Há algo no passado de todos que precisa ser curado".

“A tristeza pode transformar-se de uma emoção natural num estado de humor maligno. É um demônio sorrateiro, o da tristeza. Os Padres do deserto o descreviam como um verme do coração, que corrói e esvazia aquele que o hospedou.”

Por fim, o Papa convidou os fiéis a estarem atentos ao vício da tristeza e a recordarem sempre que Jesus traz a alegria da Ressurreição. E de modo concreto, com algumas perguntas, falou o que pode-se fazer quando vem o sentimento de tristeza:

"Pare e reflita: essa tristeza é boa? Essa tristeza não é boa? E reaja de acordo com a natureza da tristeza. Não se esqueça de que a tristeza pode ser uma coisa muito ruim que nos leva ao pessimismo, que nos leva a um egoísmo que dificilmente pode ser curado", concluiu Francisco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Eugênia Smet

Eugênia Smet (arquisp)
07 de fevereiro
Eugênia Smet

Eugênia Maria Josefina Smet, nasceu na cidade de Loos Lez Lille, na França, no dia 25 de março de 1825. Sua infância foi tranquila, no seio de uma família burguesa de origem flamenga, recebendo uma educação com sérios princípios morais e cristãos.

Aos dezessete anos, terminou os estudos e queria seguir a vida religiosa como as irmãs do colégio do Sagrado Coração, onde ficou interna por dez anos. Mas, regressou para a família. Pela inclinação religiosa e com sua sólida formação, caracterizada pela total confiança na Providência Divina, pelo amor dedicado as almas benditas do Purgatório, ela ingressou no apostolado leigo da paróquia. Primeiro comunicou ao seu confessor que havia feito o voto privado de castidade e depois começou a trabalhar nas obras de caridade.

Nestas obras, ninguém da paróquia, tinha tanta dedicação quanto Eugênia. Distribuía diariamente alimentos aos carentes e para os enfermos. Sua participação ativa e objetiva aumentava cada vez mais os donativos para as obras Missionárias, deixando os padres admirados com seu senso de organização e carisma. "É necessário ajudar bem a Providência", dizia ela, justificando os crescentes donativos e pacotes de alimentos que conseguia.

Eugenia, aos vinte e oito anos resolveu criar uma associação leiga de fiéis para interceder com orações, pelas almas do Purgatório. Apesar das adesões, tantas foram as dificuldades que decidiu fundar uma congregação de religiosa. Durante três anos, Eugênia pediu conselhos a muitas pessoas influentes da Igreja, inclusive ao papa Pio IX e ao padre Cura d'Arns, que a apoiaram. Mais tarde ambos foram canonizados.

Em 1856, Eugênia foi para Paris, onde com a orientação espiritual de um padre jesuíta e com mais cinco religiosas, iniciou a congregação das madres Auxiliadoras das Almas do Purgatório. Mas, como ela conheceu o duríssimo "purgatório" que muitos passavam ainda em vida, concluiu que deveriam interceder nas duas frentes: as almas receberiam as orações e os vivos carentes, alimentação, alfabetização e tratamento quando enfermos. Assim, sempre confiante na Providência, seguiu avante serena e decidida.

Em 1859, o padre jesuíta elaborou o Regulamento da congregação, submetido às Regras da Companhia de Jesus, que foi aceito e adotado. No mesmo ano, as religiosas fizeram o juramento de cumprir as Regras. A fundadora recebeu o nome de madre Maria da Providência. Depois ela fundou novas casas na França e enviou religiosas para a China.

Madre Maria da Providência, faleceu em paz no dia 7 de fevereiro de 1871 consumida por um câncer. Após a morte seu rosto, crispado pelas dores, voltou a ficar sereno e tranqüilo. O papa Pio XII declarou Eugênia Smet, madre Maria da Providência, Beata, em 1957, com sua celebração litúrgica no dia 7 de fevereiro.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF