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sábado, 24 de fevereiro de 2024

NAZARENO: A insistência de uma mulher (a cananeia e a cura do surdo-mudo) - (31)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 31 - A insistência de uma mulher (a cananeia e a cura do surdo-mudo)

O Nazareno deixa seu vilarejo para se retirar com seus discípulos para a região de Tiro e Sidom, na terra que os judeus chamavam de cananeia e os romanos de fenícia. Seus habitantes são muito mal vistos pelos judeus, que os consideram pagãos dos quais devem se manter afastados. Mas até mesmo nessa região há rumores sobre ele. Então uma mulher, vendo-os passar, clamou: 'tem misericórdia de mim, Senhor, filho de Davi! Minha filha está muito atormentada por um demônio". Jesus parece não a ver ou ouvi-la, apesar de seus gritos insistentes. A mulher não para de se aproximar e continua a gritar sua súplica, ela se aproxima e se prostra diante dele, dizendo: "Senhor, ajuda-me!" E ele responde: "Não é bom pegar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos". "É verdade, Senhor", diz a mulher, "mas os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos.... Não me trate como filha, mas pelo menos como um cachorrinho, não me expulse e me dê as migalhas...". Então Jesus lhe responde: "Mulher, grande é a sua fé! Que aconteça com você o que deseja". A filha, Palma, é salva. O grupo se dirige a Hipona, alguns homens lhe trazem um surdo-mudo e lhe pedem que ponha a mão sobre ele. Também dessa vez, Jesus se comove e não recua, leva-o para um lado, longe da multidão, coloca os dedos em seus ouvidos e com a saliva toca sua língua; depois, olhando para o céu, solta um suspiro e diz: "Effatà", ou seja, "Abra!". E imediatamente seus ouvidos se abrem, o nó em sua língua se solta e ele começa a falar corretamente.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/02/22/15/137723410_F137723410.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Toribio Romo: testemunhos chocantes de imigrantes

Santo Toribio Romo é o padroeiro dos imigrantes mexicanos
FranchiscoPersuaJal, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
Por Larry Peterson publicado em 26/06/16 atualizado em 23/02/24
Santo Toribio Romo González, canonizado por São João Paulo II, é o padroeiro dos imigrantes. Muitos deles tiveram encontros surpreendentes com ele.

Não se pode falar de São Toribio Romo sem falar de seus protegidos, os imigrantes mexicanos :

Em algum momento do início do verão de 1973, Jesús Gaytán e dois amigos iniciaram sua jornada para o norte, em direção aos Estados Unidos. O plano deles era atravessar a fronteira e encontrar trabalho como trabalhadores agrícolas. Eles não se importavam onde, eles apenas queriam – precisavam – trabalhar.

Uma vez na fronteira, seus planos foram rapidamente frustrados. Uma patrulha de fronteira os localizou e, com medo, voltaram correndo para o México.

Jesus separou-se de seus amigos e começou a vagar pelo deserto. Ele não tinha ideia de onde estava. Após vários dias de caminhada – sem direção, comida ou água – ele teve certeza de que sua morte estava próxima.

Olhando para a paisagem inóspita, os olhos fixos nas ondas de calor que subiam do solo, ele vislumbrou uma caminhonete vindo em sua direção.

Como ele não sabia quem poderia estar se aproximando dele, ele imediatamente se sentiu aterrorizado e aliviado.

Um encontro surpreendente

O caminhão parou e um jovem de pele clara e olhos azuis desceu. Ele sorriu para Jesus e lhe ofereceu comida e água. Ele então o levou a uma fazenda próxima, onde eram necessários trabalhadores.

Ele também deu a Jesus alguns dólares para colocar no bolso. Jesus agradeceu-lhe profusamente e perguntou-lhe como poderia retribuir.

O homem lhe disse, em espanhol perfeito:

Quando você finalmente tiver emprego e dinheiro, procure-me em Santa Ana de Guadalupe, Jalisco. Peça por Toribio Romo.

E assim a história: anos depois, Jesús Gaytán finalmente conseguiu fazer aquela viagem a Santa Ana de Guadalupe. Ao chegar, perguntou onde poderia encontrar Toribio Romo. Ele foi direcionado para uma pequena igreja próxima.

Pendurado na parede externa da capela havia um grande retrato. Jesus olhou para ele com extraordinário espanto. Toribio Romo era aquele homem do deserto !

Jesus havia chegado ao santuário de Toribio, onde estavam guardados seus restos mortais. Ficou chocado ao descobrir que o homem que o ajudou no deserto 20 anos antes tinha sido beatificado pelo Papa João Paulo II em 1992.

Ele ficou duplamente chocado com a notícia de que seu salvador havia sido assassinado em 1928, durante a Guerra Cristero. Jesús Gaytán percebeu então que havia sido salvo por um homem enviado do céu.

Uma figura embaçada no deserto

Luciano López conta que, a caminho do Colorado em busca de trabalho, se perdeu no calor sufocante do deserto do Arizona. Luciano se lembra de ter visto uma figura “confusa” parada ao lado do que parecia ser um oceano. Ele conta que aquela pessoa o cumprimentou com a mão e começou a caminhar e, dessa forma, o guiou até um local de descanso com comida e água, salvando sua vida.

De volta ao México, quando ele contou à esposa o que aconteceu, ela respondeu:

«Quem te conduziu a um lugar seguro foi São Toribio, padroeiro dos migrantes. "Eu estava orando pelo seu bem-estar."

Curta biografia

Santo Toribio Aguascalientes

Toribio Romo nasceu em 16 de abril de 1900 em Santa Ana de Guadalupe, Jalisco, México. Com a permissão do bispo, foi ordenado sacerdote aos 22 anos.

Sua idade não importava para as autoridades. A Constituição anti-religiosa do México foi promulgada em 1917, pelo que Toribio - imediatamente - foi objeto de vigilância governamental. E então chegou o fatídico ano de 1927.

Naquele ano, o presidente do México, Plutarco Elías Calles, que detestava os católicos, ordenou aos seus soldados que impusessem estritamente a Constituição anti-religiosa de 1917.

Além de celebrar a missa secretamente, cuidar dos enfermos e ouvir confissões, o Padre Toribio também ensinava catecismo a crianças e adultos.

Foi-lhe ordenado que se confinasse à sua residência e não rezasse o Rosário em público nem celebrasse mais missas.

Seu martírio

O jovem sacerdote refugiou-se numa antiga fábrica perto de uma cidade chamada Agua Caliente. A partir daí, ele desafiou as autoridades seculares, celebrando missas e cumprindo o seu ministério da melhor maneira possível.

Em 22 de fevereiro de 1928, Padre Toribio começou a organizar o seu registro paroquial. Terminou em 24 de fevereiro.

Padre Toribio sabia do perigo que corria e ficou com medo. Ele orava diariamente pela graça e força de Deus, mas não permitia que seus medos o impedissem de fazer seu trabalho.

No dia 25 de fevereiro, às 4 horas da manhã, o jovem sacerdote foi dormir para dormir. Uma hora depois, as tropas do governo invadiram o local e entraram na sala do padre. Um soldado gritou: «Encontrei o padre. Mate ele!

Padre Toribio disse: “Estou aqui, mas você não precisa me matar”.

Os soldados o ignoraram. Um deles disparou e o padre, ferido, levantou-se novamente e começou a caminhar em direção aos soldados. Depois de alguns passos, abriram fogo e Padre Toribio caiu morto.

A história do martírio do jovem padre espalhou-se rapidamente e a sua popularidade disparou. Muitos mexicanos que tomaram o caminho para o norte do país contam histórias inspiradoras sobre como a intervenção do Padre Toribio salvou as suas vidas.

Sua canonização

Em 2000, o Papa João Paulo II canonizou o Padre Toribio e outros 24 mártires mortos pela sua fé durante a Guerra Cristero.

Hoje, São Toribio Romo é venerado como padroeiro dos migrantes mexicanos e dos imigrantes clandestinos.

https://es.aleteia.org/slideshow/santo-toribio-romo-gonzalez/

Fonte: https://es.aleteia.org/

Primeira Pregação da Quaresma 2024 do cardeal Cantalamessa - Parte 2

1ª Pregação da Quaresma com o cardeal Cantalamessa (Vatican Media)

Primeira Pregação da Quaresma do cardeal Cantalamessa

"Nós, porém, encontramo-nos aqui no contexto da Cúria, que não é uma comunidade religiosa ou matrimonial, mas de serviço e de trabalho eclesial. As ocasiões para não desperdiçar, se quisermos também nós sermos moídos para nos tornarmos trigo de Deus, são muitas, e cada um deve identificar e santificar aquela que lhe é oferecida em seu posto de serviço".

Fr. Raniero Card. Cantalamessa, OFMCap
“EU SOU O PÃO DA VIDA”
Primeira Pregação da Quaresma de 2024

Todo o discurso de Jesus tende, portanto, a esclarecer que a vida é aquela que ele dá: não vida da carne, mas vida do Espírito, a vida eterna. Não é, porém, nesta linha que eu gostaria de prosseguir a minha reflexão, nos poucos minutos que me restam. Em relação ao Evangelho, há sempre duas operações a se fazer respeitando rigorosamente a sua ordem: primeiro, a apropriação, depois, a imitação. Temos nos apropriado até agora do pão da vida mediante a fé e o fazemos cada vez que recebemos a Comunhão. Trata-se de ver agora como traduzi-los na prática em nossa vida.

Para fazer isso, colocamo-nos uma simples pergunta: Como ele, Jesus, se tornou pão de vida para nós? A resposta, deu-nos ele mesmo no Evangelho de João: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só; mas se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24). Sabemos bem a que aludem as imagens de cair na terra e apodrecer. Toda a história da Paixão está contida nelas. Devemos buscar ver o que essas imagens significam para nós. Jesus, de fato, com a imagem do grão de trigo não indica apenas o seu destino pessoal, mas o de cada seu verdadeiro discípulo.

Não se pode escutar a palavra dirigida à Igreja de Roma pelo bispo Inácio de Antioquia sem nos comover e sem permanecer atônitos, vendo o que a graça de Cristo é capaz de fazer de uma criatura humana:

Deixai que eu seja pasto das feras, por meio das quais me é concedido alcançar a Deus. Sou trigo de Deus, e serei moído... Suplicai a Cristo por mim, para que eu, com esses meios, seja vítima oferecida a Deus. Não vos dou ordens como Pedro e Paulo; eles eram apóstolos, eu sou um condenado [4].

Antes dos dentes das feras, o bispo Inácio experimentou outros dentes que o moíam, não dentes de feras, mas de homens: “Desde a Síria até – escreve – luto contra as feras, por terra e por mar, de noite e de dia, acorrentado a dez leopardos, a um destacamento de soldados; quando se lhes faz bem, tornam-se piores ainda”[5]. Isto tem algo a dizer também para nós. Cada um de nós tem, em seu ambiente, destes dentes de feras que o moem. Santo Agostinho dizia que nós, seres humanos, somos “vasos de argila que se ferem uns com os outros”: lutea vasa quae faciunt invicem angustias[6]. Devemos aprender a fazer desta situação um meio de santificação e não de endurecimento do coração, de raiva e lamentação!

Uma sentença frequentemente repetida em nossas comunidades religiosas afirma Vita communis mortificatio maxima: “viver em comunidade é a maior de todas as mortificações”. Não só a maior, mas também a mais útil e mais merecedora de tantas outras mortificações de própria escolha. Esta sentença não se aplica apenas a quem vive em comunidades religiosas, mas em toda convivência humana. Onde ela se realiza no modo mais exigente é, na minha opinião, o matrimônio, e devemos ficar cheios de admiração diante de um matrimônio levado adiante com fidelidade até a morte. Passar a vida inteira, dia e noite, lidando com a vontade, o caráter a sensibilidade e as idiossincrasias de uma outra pessoa, especialmente em uma sociedade como a nossa, é algo de grande e, se feito com espírito de fé, já deveria ser qualificado como “virtude heroica”.

Nós, porém, encontramo-nos aqui no contexto da Cúria, que não é uma comunidade religiosa ou matrimonial, mas de serviço e de trabalho eclesial. As ocasiões para não desperdiçar, se quisermos também nós sermos moídos para nos tornarmos trigo de Deus, são muitas, e cada um deve identificar e santificar aquela que lhe é oferecida em seu posto de serviço. Menciono apenas uma ou duas que considero válidas para todos.

Uma ocasião é aceitar sermos contrariados, renunciar a nos justificar e querer ter sempre razão, quando não é pedido pela importância da coisa. Uma outra é suportar alguém, sujo caráter, modo de falar ou de fazer nos dá nos nervos, e fazê-lo nos irritar interiormente, pensando melhor que também nós talvez sejamos para alguém tal pessoa. O Apóstolo exortava os fiéis de Colossos com estas palavras: “Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro” (Cl 3,12-13). O que é mais difícil para “moer” em nós não é a carne, mas o espírito, isto é o amor próprio e o orgulho, e estes pequenos exercícios servem magnificamente ao objetivo.

Hoje infelizmente existe na sociedade uma espécie de dentes que moem sem piedade, mais cruelmente que os dentes de leopardo de que falava o mártir Santo Inácio. São os dentes dos meios de comunicação e das chamadas redes sociais. Não quando eles relevam as distorções da sociedade ou da Igreja (nisso merecem todo o respeito e a estima!), mas quando se enfurecem contra alguém por tomada de partido, simplesmente porque não pertence ao próprio lado. Com maldade, com intuito destrutivo, não construtivo. Coitado de quem acaba hoje neste moedor, seja ele um leigo ou um eclesiástico!

Neste caso, é lícito e um dever fazer valer as próprias razões nos lugares apropriados e, se isso não for possível, ou então se ver que não serve a nada, não resta a um fiel senão unir-se a Cristo flagelado, coroado de espinhos e no qual cuspiram. Na Carta aos Hebreus, lê-se esta exortação aos primeiros cristãos, que pode ajudar em ocasiões semelhantes: “Pensai pois naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores, para que não vos deixeis abater pelo desânimo” (Hb 12,3).

É algo difícil e doloroso ao máximo, sobretudo quando no meio disso está a própria família natural ou religiosa, mas a graça de Deus pode fazer – e frequentemente tem feito – de tudo isso ocasião de purificação e santificação. Trata-se de ter confiança de que, no fim, como aconteceu para Jesus, a verdade triunfará sobre a mentira. E triunfará melhor, talvez, com o silêncio, mais do que com as mais aguerridas autodefesas.

_______________

Tradução de Frey Ricardo Luiz Farias

Notas

[4] Cf. Inácio de Antioquia, Carta aos Romanos, IV,1.
[5] Cf. Ib. V,1.
[6] Cf. Agostinho, Discursos, 69,1 (PL 38, 440).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A vida sob o olhar da misericórdia do Pai

O Pai Misericordioso (Canção Nona)

A VIDA SOB O OLHAR DA MISERICÓRDIA DO PAI

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! A Quaresma é um tempo especial de preparação espiritual para a celebração da Páscoa do Senhor Jesus. A Igreja, ciente da sua missão de zelar pela vida espiritual de seus filhos e filhas, nos oferece, através da palavra de Deus e do Sacramento da Reconciliação, um itinerário de formação espiritual, para que possamos participar intensamente deste tempo de graça e de conversão, em que o coração tocado pela misericórdia do Pai se abre para estender a mão em direção aos irmãos e irmãs necessitados, num gesto generoso de solidariedade, que expressa amor ao próximo.   

No caminho espiritual de “conversão” do cristão está presente o deserto, símbolo da aridez, das tentações, das provações, do despojamento e da purificação. Mas o deserto, visto como o lugar de provação física, na Bíblia, é também lembrado como o lugar da purificação, da escuta e do encontro com Deus. Portanto, a Quaresma deveria ser na vida do cristão o tempo do silêncio, da escuta, da reflexão e do discernimento. Não o silêncio visto como fuga da realidade da vida, buscando um mundo paralelo e mais fácil. Mas o silêncio que busca contemplar o rosto transfigurado de Jesus Cristo, sobre o qual resplandece a luz divina do Pai.  

No peregrinar da vida, e de modo especial neste tempo da Quaresma, não devemos esquecer que o rosto transfigurado de Cristo está presente hoje no rosto desfigurado do pobre, do enfermo, do prisioneiro, do imigrante, dos idosos, dos jovens que tinham sonhos em relação ao futuro, mas perderam a esperança e o encanto pela vida. E nós somos chamados a testemunhar, através da nossa fé, traduzida em obras de caridade, o rosto da bondade e da compaixão de Jesus, porque diante do amor e da misericórdia do Pai, somos filhos e filhas e deveríamos viver como irmãos e irmãs. 

Na realidade em que vivemos é fundamental fazermos e incentivarmos as pessoas a fazerem uma experiência de Deus. Mas de qual Deus? Eu diria do Deus de Jesus Cristo. Um Deus que é pai, próximo e humilde, que é capaz de compreender o homem na sua dimensão humana e divina, marcada pelo amor, a alegria e as provações, nos acontecimentos do dia-a-dia. Um Deus pai, que por amor vai ao encontro dos seus filhos e filhas, vê a dor e o sofrimento provocados pela falta de amor, que gera injustiças e desfigura o rosto de Deus, nos irmãos e irmãs. 

Pode acontecer que percorrendo um caminho de crescimento espiritual, que nos leva ao fortalecimento da nossa fé e ao encontro do Pai, podemos até desanimar, e, ser tentados a dizer como Filipe: “Senhor mostra-nos o Pai e isso nos basta” (Jo 14,8). Para Filipe, conhecer o Pai era o suficiente, não percebia que ao ver e contemplar o filho Jesus, estava vendo e contemplando o rosto da misericórdia do Pai.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Exercícios Espirituais com o cardeal Cantalamessa (IV)

Exercícios Espirituais - Cardeal Cantalamessa (Vatican News)

De 19 a 24 de fevereiro, é proposto um minuto com o pregador da Casa Pontifícia para rezar com o Papa e a Cúria Romana através das redes sociais do Vatican News.

Vatican News

Nesta semana em que o Papa Francisco e seus colaboradores da Cúria Romana estão fazendo os Exercícios Espirituais da Quaresma, o Vatican News propõe em suas redes sociais X, Facebook, Instagram e WhatsApp uma reflexão por dia, de 19 a 24 de fevereiro, do pregador da Casa Pontifícia, cardeal Raniero Cantalamessa.

"Pediram-me para compartilhar com vocês, durante seis dias, uma reflexão de cerca de um minuto. Existem, no mundo, poucas palavras capazes de dizer em um minuto o suficiente para preencher um dia e, de fato, uma vida: aquelas que saem da boca de Jesus. Oferecerei a vocês uma de cada vez, pedindo-lhes que a 'mastiguem' durante todo o dia, como se fosse uma goma de mascar da alma", disse o cardeal Cantalamessa.

A reflexão do cardeal

A palavra de hoje a acolher é aquela que Jesus dirigiu à adúltera, depois que os seus acusadores foram embora: "Mulher, ninguém te condenou?" "Ninguém, Senhor." "Eu também não te condeno. E a partir de agora, não peques mais!". Cada um de nós, se examinar bem, perceberá que, ao lado dos muitos pecados que comete, há um diferente dos outros. Trata-se daquele pecado ao qual se é secretamente um pouco apegado, que se confessa, mas sem uma real vontade de dizer "chega!".

Santo Agostinho, nas Confissões, nos descreve a sua luta para se libertar do pecado da sensualidade. Houve um momento em que rezava a Deus, dizendo: "Concede-me castidade e continência". Porém, uma voz acrescentava: "Não imediatamente, Senhor!". Chegou o momento em que ele gritou para si mesmo: "Por que amanhã", amanhã? que em latim se diz "cras". Por que este corvo que diz "cras"? Por que não agora? Foi suficiente que dissesse este "chega!" para se sentir livre. Que se deve fazer concretamente? Colocar-se por um instante na presença de Deus e dizer-Lhe: "Senhor, tu conheces bem a minha fragilidade. Confiando por isso unicamente na tua graça, eu te digo que, a partir de agora, quero dizer "chega" daquela satisfação, daquela liberdade, daquela amizade, daquele rancor, daquele subterfúgio financeiro, enfim, chega daquele pecado que eu e Tu conhecemos bem". Venho para receber o teu perdão sacramental. Você poderá talvez recair. Poderemos talvez recair mais tarde, mas para Deus algo mudou: a sua liberdade se aliou a Ele. Vocês estão juntos agora a lutar contra o mesmo inimigo. Você verá quanto é mais belo viver livre da escravidão do pecado, em paz com Deus e consigo mesmo!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Sérgio

São Sérgio (arquisp)
24 de fevereiro
São Sérgio

Sérgio, mártir da Cesarea, na Capadócia, por muito pouco não se manteve totalmente ignorado na história do cristianismo. Nada foi escrito sobre ele nos registros gregos e bizantinos da Igreja dos primeiros tempos. Entretanto, ele passou a ter popularidade no Ocidente, graças a uma página latina, datada da época do imperador romano Diocleciano, onde se descreve todo seu martírio e o lugar onde foi sepultado.

O texto diz que no ano 304, vigorava a mais violenta perseguição já decretada contra os cristãos, ordenada pelo imperador Diocleciano. Todos os governadores dos domínios romanos, sob pena do confisco dos bens da família e de morte, tinham de executá-la. Entretanto alguns, já simpatizantes dos cristãos, tentavam em algum momento amenizar as investidas. Não era assim que agia Sapricio, um homem bajulador, oportunista e cruel que administrava a Armênia e a Capadócia, atual Turquia.

A narrativa seguiu dizendo que durante as celebrações anuais em honra do deus Júpiter, Sapricio, estava na cidade de Cesarea da Capadócia, junto com um importante senador romano. Num gesto de extrema lealdade, ordenou que todos os cristãos da cidade fossem levados para diante do templo pagão, onde seriam prestadas as homenagens àquele deus, considerado o mais poderoso de todos, pelos pagãos. Caso não comparecessem e fossem denunciados seriam presos e condenados à morte.

Poucos conseguiram fugir, a maioria foi ao local indicado, que ficou tomado pela multidão de cristãos, à qual se juntou Sérgio. Ele era um velho magistrado, que há muito tempo havia abandonado a lucrativa profissão para se retirar à vida monástica, no deserto. Foi para Cesarea, seguindo um forte impulso interior, pois ninguém o havia denunciado, o povo da cidade não se lembrava mais dele, podia continuar na sua vida de reclusão consagrada, rezando pelos irmãos expostos aos martírios. A sua chegada causou grande surpresa e euforia, os cristãos desviaram toda a atenção para o respeitado monge, gerando confusão. O sacerdote pagão que preparava o culto ficou irado. Precisava fazer com que todos participassem do culto à Júpiter, o qual, segundo ele, estava insatisfeito e não atendia as necessidades do povo. Desta forma, o imperador seria informado pelo seu senador e o cargo de governador continuaria com Sapricio. Mas, a presença do monge produziu o efeito surpreendente de apagar os fogos preparados para os sacrifícios. Os pagãos atribuíram imediatamente a causa do estranho fenômeno aos cristãos, que com suas recusas haviam irritado ainda mais o seu deus.

Sérgio, então se colocou à frente e explicou que a razão da impotência dos deuses pagãos era que estavam ocupando um lugar indevido e que só existia um único e verdadeiro Deus onipotente, o venerado pelos cristãos. Imediatamente foi preso, conduzido diante do governador, que o obrigou a prestar o culto à Júpiter. Sérgio não renegou a Fé, por isto morreu decapitado naquele mesmo instante. Era o dia 24 de fevereiro. O corpo do mártir, recolhido pelos cristãos, foi sepultado na casa de uma senhora muito religiosa. De lá as relíquias foram transportadas para a cidade andaluza de Ubeda, na Espanha.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

18 maneiras de caminhar em família durante a Quaresma

Imagem ilustrativa | Shutterstock

Muitas práticas de Quaresma são, por natureza, privadas e individuais; mas isso não significa que esse tempo de preparação seja essencialmente voltado para si mesmo. Tudo o que fazemos como cristãos é como comunidade, e como a nossa família é uma comunidade, podemos viver a nossa Quaresma com eles, tal como fazemos com qualquer outra coisa que seja bela, importante e profunda.

Abaixo, algumas atividades para se fazer junto com a família. No entanto, sinta-se livre para explorá-las e adicionar suas próprias tradições religiosas familiares:

1. A hora do jantar é tempo da família. Trate as refeições como um momento sagrado que deve ser respeitado e honrado. Sempre haverá emergências e horários complicados sempre serão difíceis de trabalhar, mas deve-se fazer um esforço para aproveitar esse momento em família.

2. Agradecer antes das refeições, tanto nos restaurantes como em casa. De um modo geral, pode-se levar a sério o aviso de Cristo para orar longe de olhares indiscretos, mas quando feito para o bem dos outros, pode ser um meio gentil e eficaz de evangelização. Tal como outras demonstrações públicas de piedade, isto pode parecer imodesto, mas é uma oportunidade maravilhosa de dar a Deus o que é Seu.

3. Uma família que reza unida permanece unida. Muitos dos problemas do mundo são resultado direto de não trazer Deus para nossas vidas. A oração pode unir, curar, esclarecer, iluminar e motivar. Pode-se começar agradecendo pelas refeições e depois continuar com o rosário. Neste mundo, só isso pode ajudar.

4. Abençoar a casa. É uma sensação calorosa e reconfortante ter um lar abençoado e dedicado. Se a família não tiver um padre amigo para fazer as honras, a paróquia pode providenciar a visita de um. A casa poderia ser abençoada duas vezes por ano, uma vez durante o Advento e outra durante a Quaresma. Isto ajudará a família a ter em conta a mudança dos tempos litúrgicos e a santidade da vida familiar.

5. Fazer decorações litúrgicas em casa. As famílias que mantêm uma coroa de flores na porta o ano todo podem complementá-la com uma simples fita em volta, cuja cor reflita o período litúrgico atual. É uma ferramenta maravilhosa de evangelização e um interessante ponto de partida para conversas.

6. Rezar um terço em família. O padre Patrick Peyton, sacerdote da Santa Cruz que foi muito ativo na pastoral familiar, repetia muitas vezes a sua expressão: “A família que reza unida, permanece unida”. Dificilmente alguém poderia pensar em uma maneira mais bonita de levar a oração e a Luz de Cristo para dentro de casa. Cria intimidade, humildade, espiritualidade e profunda introspecção – todas as coisas que tanto faltam nas nossas vidas e na sociedade em geral.

7. Catequisar os filhos. O principal dever para com as crianças é amá-las e mantê-las seguras. Algo importante para isso é ensinar-lhes a fé preservada por seus pais e antepassados. Nesse sentido, a Quaresma é uma oportunidade para a família aprender e crescer junta na fé.

8. Celebrar os sacramentos em família. Não há maior atividade comunitária na Igreja do que a celebração dos sacramentos, incluindo a santa missa. Viver os sacramentos em família os tornará mais próximos uns dos outros, da Igreja e de Deus.

9. Montar um altar na casa. Colocar um altar em casa pode servir como símbolo e foco da fé e como testemunho para aqueles que não são cristãos.

10. Retiro familiar. À medida que a vida fica mais ocupada, o tempo dedicado ao recolhimento torna-se ainda mais importante. Portanto, dedicar um tempo em família irá ajudá-lo a se reconectar consigo mesmo, com os outros membros da casa e com Deus.

11. Ser voluntários na paróquia em família. Nenhuma paróquia no mundo tem voluntários suficientes para executar todos os seus trabalhos pastorais, por isso, uma ajuda sempre é bem-vinda. Fale com o seu pároco ou com os líderes das pastorais da paróquia. Há dezenas de oportunidades para as famílias ajudarem a espalhar o Reino de Deus na terra.

12. Visitar as pessoas sozinhas. Imagine a solidão e o desespero vividos pelos esquecidos deste e mundo. Se queremos viver em Deus, devemos estender a mão aos doentes, aos idosos e aos desfavorecidos e demonstrar o amor de Deus por eles.

13. Colocar citações da Bíblia na porta. Os judeus praticantes costumam colocar a mezuzá, um pequeno pedaço de pergaminho com várias passagens bíblicas e a palavra Shaddai, um antigo nome para Deus. O pergaminho é enrolado na mezuzá e colocado nas portas. Imitando sua declaração de fé, muitos cristãos fazem de forma semelhante sua própria mezuzá cristã. Pode ser tão simples quanto uma cruz. O objetivo é fazer uma declaração ousada e antissecular sobre fé, família e lar.

14. Participar da vigília pascal em família. Assistir à Vigília Pascal é uma oportunidade única para participar juntos da missa. Estar em uma igreja escura que gradualmente se enche de luz à medida que as leituras avançam é emocionante e as crianças vão se lembrar disso por muitos meses.

15. Preparar cestas básicas de Páscoa. Prepare duas cestas de alimentos e peça ao sacerdote que as abençoe. Uma pode ser para a festa de domingo em família e outro para uma casa necessitada. Pergunte ao padre se toda a paróquia pode participar nesta doação anual.

16. Contribuir para uma despensa de alimentos. Ao fazer compras para a família, compre alguns itens extras para ajudar a abastecer a despensa de alimentos da paróquia. Pergunte a opinião de seus filhos sobre o que comprar. Pergunte-lhes o que acham que você deveria fazer para ajudar outras pessoas necessitadas.

17. Viver uma vida exemplar. Você pode gritar do alto o seu amor a Jesus, mas se você não for capaz de amar, o seu discurso não passará de um tambor barulhento ou um sino que se expande. O exemplo mais perfeito que você pode dar do amor de Deus no lar é amar e honrar seu cônjuge. Esta é a base da educação moral e do desenvolvimento espiritual de qualquer criança.

18. Colocar Deus em primeiro lugar. Como exatamente você coloca Deus em primeiro lugar? Provavelmente seria o mesmo meio usado para substituí-lo com outras coisas. Como a profissão se torna número um em nossas vidas? Trocando coisas de valor por coisas que não têm valor duradouro. O mesmo acontece com Deus, nosso Criador, a pessoa mais valiosa do universo e aquele que nos chama para sermos d’Ele. Coloque-O em primeiro lugar e o amor e a alegria sempre serão seus.

Fonte: https://www.acidigital.com

Exercícios Espirituais com o cardeal Cantalamessa (III)

Exercícios Espirituais - Cardeal Cantalamessa (Vatican News)

De 19 a 24 de fevereiro, é proposto um minuto com o pregador da Casa Pontifícia para rezar com o Papa e a Cúria Romana por meio das redes sociais do Vatican News.

https://youtu.be/Xhq_HJCNdFY

Vatican News

Nesta semana em que o Papa Francisco e seus colaboradores da Cúria Romana estão fazendo os Exercícios Espirituais da Quaresma, o Vatican News propõe em suas redes sociais X, Facebook, Instagram e WhatsApp uma reflexão por dia, de 19 a 24 de fevereiro, do pregador da Casa Pontifícia, cardeal Raniero Cantalamessa.

"Pediram-me para compartilhar com vocês, durante seis dias, uma reflexão de cerca de um minuto. Existem, no mundo, poucas palavras capazes de dizer em um minuto o suficiente para preencher um dia e, de fato, uma vida: aquelas que saem da boca de Jesus. Oferecerei a vocês uma de cada vez, pedindo-lhes que a 'mastiguem' durante todo o dia, como se fosse uma goma de mascar da alma", disse o cardeal Cantalamessa.

A reflexão do cardeal

A palavra a "mastigar" hoje é a pergunta que Jesus dirigiu à irmã de Lázaro, diante do túmulo do irmão morto: "Tu crês?" Deixe de lado por um momento tudo o que você aprendeu de cor com o catecismo e que repete no Credo. Entre naquele âmbito secreto, onde estão só você e Deus. Pergunte-se: Eu creio? Eu acreditei realmente, pessoalmente, e não "por meio de um intermediário", nem que seja a Igreja universal? São Paulo escreve que "com o coração se crê e com a boca se faz a profissão de fé". A minha profissão de fé vem realmente do coração?

A fé abre horizontes novos; é a única capaz de dar resposta às perguntas eternas do homem e da mulher: "Quem sou? De onde venho? Aonde vou?". A era eletrônica nos oferece uma imagem inédita da fé: a conexão com a internet. Abra a página do Google e estará conectado! Todo o mundo virtual se abre diante de você. Algo semelhante se obtém com a fé. Sem fios, sem custos. Uma breve oração, um simples movimento do coração, um olhar para a imagem de Jesus que você talvez tenha diante de si, sobre a mesa, e você está conectado! Conectado a um mundo não virtual, mas real. O único realmente real, porque eterno: porque é o mundo de Deus! Experimente e veja se estou dizendo a verdade!"

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O jejum que agrada a Deus!

O jejum que agrada a Deus! (Canção Nova)

O JEJUM QUE AGRADA A DEUS!

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR) 

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, 

Hoje nos reunimos para refletir sobre a segunda catequese quaresmal, que nos chama a contemplar o valor espiritual do jejum em nossas vidas. O jejum é uma prática antiga, enraizada na tradição religiosa, e é especialmente significativo durante a Quaresma, um período de preparação para a celebração da Páscoa. 

A palavra jejum pode evocar diferentes imagens e ideias em nossas mentes. Alguns podem associá-la a abstinência de alimentos, enquanto outros podem considerá-la como um ato de privação de algo querido. No entanto, o verdadeiro significado do jejum vai além da simples abstenção física. Envolve uma renúncia voluntária, um desapego das necessidades do corpo em busca de um alimento espiritual mais profundo. 

Nas Escrituras Sagradas, encontramos várias passagens que nos incentivam a jejuar como um meio de nos aproximarmos de Deus e fortalecer nossa vida espiritual. O próprio Jesus nos ensinou sobre o jejum e exemplificou sua importância durante seu ministério terreno. Em Mateus 4,2, lemos: “Depois jejuou quarenta dias e quarenta noites, e finalmente teve fome.” Jesus usou esse tempo de jejum no deserto para fortalecer sua comunhão com o Pai e resistir às tentações de Satanás. 

Além disso, em Mateus 6,16-18, Jesus instrui seus seguidores sobre como jejuar de maneira significativa: “Quando jejuarem, não mostrem uma aparência sombria, como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os outros vejam que estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você jejuar, perfume a cabeça e lave o rosto, para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que está em secreto; e seu Pai, que vê em secreto, o recompensará.”0 

Essas palavras de Jesus destacam a importância da humildade e da sinceridade em nosso jejum. Não devemos jejuar para impressionar os outros, mas sim como uma expressão de nosso amor e devoção a Deus. 

Além disso, o jejum nos convida a refletir sobre nossas próprias fraquezas e dependência de Deus. Quando nos privamos de algo, somos confrontados com nossas próprias limitações e necessidades. Isso nos lembra da necessidade constante de buscar força e orientação divina em nossas vidas. 

Portanto, durante esta Quaresma, que possamos abraçar o jejum como uma oportunidade de crescimento espiritual. Que possamos nos aproximar de Deus com humildade e sinceridade, renunciando não apenas aos prazeres terrenos, mas também aos nossos próprios desejos egoístas. Que possamos seguir o exemplo de Jesus, encontrando força e sustento em nosso Pai celestial. 

Que o Espírito Santo nos guie e fortaleça neste caminho de renúncia e autoconhecimento, para que possamos experimentar a plenitude da vida que Deus tem para nós. 


Que assim seja. Amém!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF