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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Papa: inveja e vanglória, vícios de quem sonha ser o centro do mundo

Audiência Geral de 28/02/2024 - Papa Francisco (Vatican News)

Na Audiência Geral desta quarta-feira (28), Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre os vícios e as virtudes. O texto da reflexão dedicado à inveja e à vanglória foi proferido por mons. Ciampanelli, colaborador da Secretaria de Estado. Para combater esses vícios, os remédios são o amor gratuito e o reconhecimento de que Deus está presente em nossa própria fraqueza.

Thulio Fonseca - Vatican News

Após uma semana de pausa, devido ao retiro espiritual quaresmal dos membros da Cúria Romana, e ainda se recuperando de uma "leve gripe", conforme comunicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, que levou o Pontífice a cancelar algumas atividades no sábado e na segunda-feira, Francisco esteve presente na Sala Paulo VI para a Audiência Geral desta quarta-feira, 28 de fevereiro.

Ao saudar os fiéis e peregrinos, o Papa afirmou: "Queridos irmãos e irmãs, ainda estou um pouco resfriado. Por isso, pedi ao mons. Ciampanelli para ler a catequese de hoje", e em seguida, o colaborador da Secretaria de Estado proferiu o discurso que dá continuidade à reflexão sobre os vícios e as virtudes.

Francisco, no momento em que explica aos fiéis que confiou a leitura da catequese ao monsenhor Ciampanelli (Vatican Media)

O rosto do invejoso é sempre triste

"Hoje examinaremos dois pecados capitais que encontramos nas grandes listas que a tradição espiritual nos deixou: a inveja e a vanglória", introduz mons. Ciampanelli, dedicando a primeira parte da reflexão à inveja:

"Quando lemos a Sagrada Escritura, percebemos que este vício nos é apresentado como um dos mais antigos: o ódio de Caim por Abel é desencadeado quando ele percebe que os sacrifícios do seu irmão agradam a Deus. O rosto do invejoso é sempre triste: o seu olhar está abaixado, parece examinar continuamente o chão, mas na realidade não vê nada, porque a mente está envolvida por pensamentos cheios de malícia. A inveja, se não for controlada, leva ao ódio pelos outros. Abel será morto pelas mãos de Caim, que não podia suportar a felicidade do irmão."

Deus tem uma "matemática" própria

O texto do Papa sublinha que "na raiz deste vício existe uma relação de ódio e amor: deseja-se mal ao outro, mas secretamente deseja-se ser como ele".

A inveja nos faz criar uma falsa ideia de Deus, não se aceita que Deus tenha uma "matemática" própria, diferente da nossa:

"Gostaríamos de impor a Deus a nossa lógica egoísta, mas a lógica de Deus é o amor. Os bens que Ele nos dá são feitos para serem partilhados. É por isso que São Paulo exorta os cristãos: 'Com amizade fraterna, sede afetuosos uns com os outros. Rivalizai uns com os outros na estima recíproca' (Rm 12,10). Eis aqui o remédio para a inveja!"

Aula Paulo VI durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 28 de fevereiro (Vatican Media)

A vanglória é uma autoestima inflada e infundada

A segunda parte da catequese de Francisco volta-se para a vanglória, e mons. Ciampanelli, na leitura do texto, recorda que este vício anda de mãos dadas com o demônio da inveja, sendo típico de quem aspira ser o centro do mundo, livre para explorar tudo e todos, objeto de todo louvor e todo amor:

"A pessoa vangloriosa não tem empatia e não percebe que existem outras pessoas no mundo além dela. As suas relações são sempre instrumentais, caracterizadas pela opressão dos outros. A sua pessoa, as suas façanhas, os seus sucessos devem ser mostrados a todos: é uma perpétua mendiga da atenção. E se, às vezes, suas qualidades não são reconhecidas, fica extremamente irritada. Os outros são injustos, não entendem, não estão à altura."

Nas fraquezas, a força de Cristo

"Para curar os vangloriosos, os mestres espirituais não sugerem muitos remédios", recorda o texto do Papa, "porque, em última análise, o mal da vaidade tem em si o seu remédio: os elogios que o vanglorioso esperava colher no mundo logo se voltarão contra ele. E quantas pessoas, iludidas por uma falsa imagem de si mesmas, caíram em pecados dos quais logo se envergonhariam!"

Na conclusão, mons. Ciampanelli ressalta na leitura da catequese, que a mais bela instrução para vencer a vanglória encontra-se no testemunho de São Paulo:

"O Apóstolo sempre teve de lidar com uma falha que nunca foi capaz de superar. Três vezes pediu ao Senhor que o libertasse daquele tormento, mas no final Jesus respondeu-lhe: 'Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força se consuma'. A partir daquele dia, Paulo foi libertado. E a sua conclusão deveria tornar-se também a nossa: 'É, portanto, de bom grado que prefiro gloriar-me nas minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo' (2Cor 12,9)."

Audiência Geral com o Papa Francisco (Vatican Media)
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Serapião, bispo

São Serapião (A12)
28 de fevereiro
São Serapião

Serapião foi um grande monge e bispo de Thmuis, no Egito. Temos poucas informações sobre ele, mas sabemos que estudou na escola catequética de Alexandria. Aí conheceu Santo Antão, de quem se fez discípulo e de quem herdou uma túnica de pelos. São Serapião também foi grande amigo de Atanásio e lutou contra o arianismo.

Quando recebeu a indicação para tornar-se bispo, São Serapião mostrou-se um pouco triste em ter que abandonar a vida monástica. Para ele a vida de perfeição cristã era a vida do monge.

O santo que hoje comemoramos escreveu muitos livros e cartas pastorais. Quando Atanásio foi preso, Serapião foi até o imperador Constâncio II interceder pelo amigo, mas o grupo dos defensores da heresia ariana conseguiram derrubar Serapião e martirizá-lo em 370 no Egito.

historiador Eusébio de Cesaréia registra seu martírio, com as seguintes palavras: "Preso Serapião em sua casa, foram-lhe infligidas cruéis torturas. Desfizeram-lhe todas as juntas dos membros e o precipitaram do andar de cima da casa, de cabeça para baixo". Crucificaram-no numa cruz de santo André e, depois torturaram e decapitaram-no.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:

O mártir é a testemunha mais genuína da verdade da existência. Ele sabe que, no seu encontro com Jesus Cristo, alcançou a verdade a respeito da sua vida, e nada nem ninguém poderá jamais arrancar-lhe esta certeza. Nem o sofrimento, nem a morte violenta poderão fazê-lo retroceder da adesão à verdade que descobriu no encontro com Cristo.

Oração:

Querido Deus, mais uma vez celebramos a vida de um mártir. Ajudai-nos a seguir o exemplo da vida de São Serapião e buscar em primeiro lugar a Verdade, que vem do seu Filho Jesus. Que nossa vida seja testemunha do amor e que vivamos a vocação de ser sal da terra e luz do mundo. Por Cristo nosso Senhor. Amém!


Fonte: https://www.a12.com/

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Unidade da Igreja: Papa Francisco enfrenta 3 crises

Antoine Mekary | ALETEIA
Por Camille Dalmas – publicado em 26/02/24
Nas últimas semanas, o Papa Francisco teve de enfrentar as réplicas da Fiducia Suplicante, um grave conflito litúrgico dentro da Igreja Siro-Malabar da Índia e tensões crescentes sobre o futuro do “Sínodo Alemão”. Três crises que desafiam a sua missão de garante da unidade da Igreja Católica.

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As consequências dos Suplicantes de Fiducia

Publicada em 18 de Dezembro do ano passado, a declaração Fiducia suplicans, que autoriza bênçãos não rituais para casais homossexuais e casais divorciados que se reuniram sob certas condições, dividiu profundamente a Igreja Católica. Na verdade, a questão foi retirada dos debates no Sínodo de Roma, em Outubro passado.

Embora Fiducia supplicans tenha sido bem recebida em algumas dioceses, especialmente na Alemanha, Bélgica e Suíça, provocou um tsunami de oposição em África. Mas, como confessa uma fonte do Vaticano intimamente envolvida no assunto, “o clamor não está apenas no continente africano, mas também em metade da Europa e grande parte da América Latina”.

O cardeal congolês Fridolin Abongo conseguiu finalmente que o Papa concordasse que o texto não se aplicaria em África. Esta concessão acalmou os ânimos, mas existe agora o risco de uma Igreja a múltiplas velocidades, semelhante à observada entre os anglicanos, onde o Arcebispo de Canterbury já não fala em nome de toda a Comunhão Anglicana sobre certas questões. A conclusão do Sínodo sobre a Sinodalidade, em Outubro próximo, deverá constituir a oportunidade de rever este episódio, que marca uma ruptura para alguns.

A revolta litúrgica siro-malabar

Numa mensagem enviada no início de dezembro, o Papa Francisco deu o Natal de 2023 como um ultimato a 400 padres da Igreja Indiana Siro-Malabar que se recusam a cumprir uma reforma litúrgica votada pelo sínodo da sua Igreja há décadas. O Sínodo concordou com um retorno parcial a uma liturgia tradicional para redescobrir as suas raízes orientais.

Os clérigos rebeldes, que defendem uma versão mais moderna da liturgia, finalmente obedeceram ao Papa no dia de Natal para evitar a excomunhão. No entanto, continuam a contestar vigorosamente a reforma e opõem-se agora abertamente ao novo chefe da pequena Igreja Oriental, o Arcebispo Mar Raphael Thattil, cuja eleição foi aprovada pelo Papa em Janeiro.

Sucessor do Cardeal George Alencherry, cuja renúncia foi vista como uma admissão de fracasso face a esta crise litúrgica, o Arcebispo Thattil tem a missão de impor a reforma votada pelo Sínodo e restaurar a unidade desta Igreja, que tem mais de 4 milhões de habitantes. fiéis na Índia.

Obstinação alemã

Desde o lançamento do seu “caminho sinodal” em 2019, a Igreja Católica Alemã e o seu programa de reformas estão a suscitar preocupações crescentes em Roma. Apesar de várias advertências do Papa e da Cúria Romana, em Fevereiro a Conferência dos Bispos preparava-se para votar os estatutos de uma “comissão sinodal”, um órgão destinado a integrar os leigos nas estruturas de governo da Igreja alemã.

Um ano antes, a Santa Sé tinha pedido explicitamente aos alemães que não avançassem nessa direcção. Desta vez, três altos funcionários da Cúria Romana enviaram, no último minuto, uma carta aos interessados ​​para anular a votação. Portanto, a votação foi adiada, mas nada indica que o projeto da comissão sinodal será abandonado.

“Estou impressionado com a paciência com que o Papa e os dicastérios romanos se esforçam para permanecer em contato com os bispos alemães e manter a unidade e a comunhão”, comentou o cardeal arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, em resposta à revista Communio. O austríaco também pediu aos seus vizinhos que reconsiderassem os seus planos de realizar um concílio sinodal, que chamou de um problema “do ponto de vista da unidade da fé”. “Recusar ceder seria obstinatio, um sinal claro de um cisma que ninguém pode desejar”, ​​insiste.

Fonte: https://es.aleteia.org/

Querida Igreja Católica: 40 motivos para permanecer na Igreja fundada por Jesus Cristo

Livro, Querida Igreja Católica - Pe. Joãozinho, SCJ

Livro original e obrigatório na estante de sacerdotes, catequistas, católicos que amam a sua Igreja e que frequentemente precisam dizer a seus filhos, amigos, parentes, pessoas de outra igreja ou religião, ateus: por que SOU FELIZ POR SER CATÓLICO?

Vatican News

Padre Joãozinho, autor conhecido por composições como CONHEÇO UM CORAÇÃO, pregações, eventos, programas de TV e presença na Internet com mais de um milhão de seguidores nas redes sociais, há dez anos publica diariamente reflexão de um minuto que chega aos celulares de milhões de pessoas como verdadeiro viral: o #minisermao. Este é o livro de número sessenta do padre Joãozinho, SCJ que escolheu esta maneira para agradecer a Deus a entrada nos sessenta anos de idade (10.05.1964). É sacerdote há 31 anos e já atuou em todas as emissoras católicas de TV. Atualmente é o Diretor da EDITORA SCJ, responsável por essa publicação.

QUERIDA IGREJA CATÓLICA é um livro em linguagem simples e totalmente apoiado no Magistério da Igreja, especialmente no Catecismo da Igreja Católica. Há milênios que os católicos professam a fé: CREIO NA IGREJA UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA. Mas o que isso significa exatamente? Ao final da leitura o Católico Praticante terá ainda mais motivos para ser feliz em permanecer na “Igreja fundada por Jesus Cristo”. Aquele que deixou suas práticas religiosas, ou até saiu da Igreja Católica, poderá fazer um sincero exame de consciência. Boa parte dos ataques e mentiras de Internet ficarão sem argumento diante dos fatos. Milhões de santos e mártires no Céu e milhares de obras sociais e espirituais na Terra dão testemunho de que SER CATÓLICO É UM MARAVILHOSO CAMINHO DE FELICIDADE.

https://youtu.be/OUKrYQyExgQ

DIFERENCIAL

Este livro é uma declaração de amor à Igreja Católica que continua sendo alvo de diversos ataques, de fora e até mesmo de dentro. Com isso, muitos católicos acabam ficando confusos. O autor mostra, de 40 maneiras diferentes, o quanto é bom pertencer à Igreja Fundada por Jesus Cristo. Um livro que faz a diferença!

DADOS TÉCNICOS Formato aberto: 28x21; Formato fechado: 14x21; Capa: Reserva/Verniz, Supremo 250 g/m2, Orelhas: 8x8, 4x0 cores; Laminação: Fosco/Reserva Verniz (Capa Reserva/Verniz) Miolo: 256 págs. em Polen Natural 70g/m², 1x1 cores; Peso aproximado: 290 gramas. 1ª Edição: 2024. ISBN: 978-65-997895-9-5. Editora SCJ - CNPJ 04.528.424/0014-07. Taubaté-SP. CONTATO COMERCIAL Maísa Campos: (12) 99145-2155 - @editorascj

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

«Só com a tua força não te consegues levantar: aperta a mão d’Aquele que desce até ti»

Jesus salva Pedro das águas, mosaico na Catedral de Monreale, Palermo [© Enzo Lo Verso]  | 30Giorni

Revista 30Dias - 07/08 - 2011

«Só com a tua força não te consegues levantar: aperta a mão d’Aquele que desce até ti»

Santo Agostinho, imaginando dirigir-se ao apóstolo, comenta: o Senhor «se abaixou e tomou-te pela mão. Com sua própria força você não consegue se levantar. Aperta a mão daquele que desce até ti" ( Enarrationes no Salmos 95, 7) e ele diz isso não só a Pedro, mas também a nós.

Bento XVI

Palácio Apostólico de Castel Gandolfo


Domingo , 7 de agosto de 2011

Queridos irmãos e irmãs, no Evangelho deste domingo encontramos Jesus que, retirando-se para o monte, reza a noite toda. O Senhor, separado do povo e dos discípulos, manifesta a sua intimidade com o Pai e a necessidade de rezar na solidão, ao abrigo das turbulências do mundo. Este distanciamento, porém, não deve ser entendido como um desinteresse pelas pessoas ou como um abandono dos apóstolos. Com efeito – narra São Mateus – fez com que os discípulos entrassem no barco para “precedê-lo até à outra margem” ( Mt 14, 22), para os encontrar novamente. Entretanto, o barco «já estava a muitos quilómetros da terra e era agitado pelas ondas: o vento era contrário» (v. 24), e eis que «ao fim da noite [Jesus] foi ao encontro deles, caminhando em frente. o mar” (v. 25); os discípulos ficaram chocados e, confundindo-o com um fantasma, “gritaram de medo” (v. 26), não o reconheceram, não compreenderam que era o Senhor. Mas Jesus tranquiliza-os: «Coragem, sou eu, não tenham medo!» (v. 27). É um episódio do qual os Padres da Igreja captaram uma grande riqueza de significado. O mar simboliza a vida presente e a instabilidade do mundo visível; a tempestade indica todo tipo de tribulação, de dificuldade, que oprime o homem. O barco, porém, representa a Igreja construída por Cristo e liderada pelos apóstolos. Jesus quer educar os seus discípulos para suportarem com coragem as adversidades da vida, confiando em Deus, Naquele que se revelou ao profeta Elias no Horeb, no "sussurro de uma leve brisa" ( 1 Reis 19, 12). A passagem continua então com o gesto do apóstolo Pedro, que, tomado por uma explosão de amor para com o Mestre, pediu para ir ao seu encontro, caminhando sobre as águas. «Mas, vendo que o vento estava forte, teve medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”» ( Mt 14, 30). Santo Agostinho, imaginando dirigir-se ao apóstolo, comenta: o Senhor «se abaixou e tomou-te pela mão. Com sua própria força você não consegue se levantar. Aperte a mão daquele que desce até você" ( Enarrationes in Psalmos95, 7) e diz isto não só a Pedro, mas diz-nos também a nós. Pedro caminha sobre as águas não pelas suas próprias forças, mas pela graça divina, na qual acredita, e quando é dominado pela dúvida, quando já não fixa o olhar em Jesus, mas tem medo do vento, quando não o faz. confiar plenamente na palavra do Mestre, significa que você está se afastando interiormente Dele e é então que você corre o risco de afundar no mar da vida, e assim também para nós: se olharmos apenas para nós mesmos, nos tornamos dependentes nos ventos e não pode mais passar pelas tempestades, pelas águas da vida. O grande pensador Romano Guardini escreve que o Senhor «está sempre próximo, estando na raiz do nosso ser. Contudo, devemos vivenciar nosso relacionamento com Deus entre os polos da distância e da proximidade. Somos fortalecidos pela proximidade, postos à prova pela distância” ( Aceitando-se , Brescia 1992, p. 71).

Queridos amigos, a experiência do profeta Elias, que ouviu a passagem de Deus, e o trabalho de fé do apóstolo Pedro, nos fazem compreender que o Senhor, antes mesmo de buscá-lo ou invocá-lo, é Ele mesmo quem vem para nos encontrar, baixar o céu para nos alcançar e nos levar à sua altura; Ele apenas espera que confiemos totalmente Nele, para realmente segurarmos Sua mão. Invocamos a Virgem Maria, modelo de plena entrega a Deus, para que, no meio de tantas preocupações, problemas e dificuldades que agitam o mar da nossa vida, a palavra tranquilizadora de Jesus ressoe nos nossos corações, dizendo para nós também: Coragem, sou eu, não tenha medo! , e que nossa fé Nele cresça.

Fonte: https://www.30giorni.it/

A amizade social na família e na formação dos filhos

Família (Divulgação: internet)

A família é nossa primeira comunidade, o primeiro contato que temos, busquemos ser um bom exemplo para esse ser em formação, trazendo acolhimento, escuta real e diálogo satisfatório para todos.

Camila Peçanha dos Santos Leite - Psicóloga

Entender que somos seres biopsicossociais nos dá a compreensão de que temos nossa carga biológica, nossas emoções e também somos frutos do meio em que vivemos, por isso é importante perceber o quanto temos falhado ao entender que as crianças sentem como nós sentimos, elas ainda não tem maturidade emocional para expressar bem os sentimentos, e nós precisamos ser esse meio, essa ajuda para construir em nossos filhos a capacidade de ser, de lidar com as frustrações, medos e todas as emoções que permeiam nossa existência, sejam boas ou ruins precisam ser sentidas e entendidas.

Camila Peçanha dos Santos Leite - Psicóloga (Vatican News)

Como seremos um canal de auxílio se não depositarmos tempo para o diálogo e compreensão? Num tempo de imediatismo tendemos a respostas rápidas e impensadas, fazendo as perguntas e a curiosidade de nossas crianças uma afronta a nossa falta de paciência, dedicar tempo ao que é realmente importante se faz mais que necessário, em um momento que o telefone celular ocupa cada vez mais o lugar do contato real e a presença, precisamos ir na contramão dessa demanda e ousar brincar, entrar no mundo mágico da imaginação infantil para dedicar verdadeira atenção as crianças.

Camila com a família (Vatican News)

A família é nossa primeira comunidade, o primeiro contato que temos, busquemos ser um bom exemplo pra esse ser em formação, trazendo acolhimento, escuta real e diálogo satisfatório para todos. 

Nossas crianças querem e precisam de atenção real, olho no olho e carinho para se tornar um adulto assertivo e confiante em si mesmo, achar valor em si mesmo depende muito de como somos vistos. Sendo criado assim, acolhido e se sentindo amado terá a certeza que sempre terá uma família para o acolher quando for preciso.

https://youtu.be/4l02RQPqEXo

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Leandro

São Leandro (A12)
27 de fevereiro
São Leandro

Leandro, irmão dos santos Fulgêncio e Isidoro, bispos, e Florentina, abadessa, nasceu em Cartagena, Espanha, por volta de 520. A sua família, distinta na posição social e na espiritualidade, o formou no Catolicismo, e jovem fez-se monge no primeiro mosteiro beneditino da Espanha.

Nos séculos V e VI o país, por 170 anos, foi dominado pelo arianismo. Esta heresia, que não reconhecia a divindade de Cristo, veio com os bárbaros que venceram o Império Romano do Ocidente, e que não eram mais pagãos, pois um bispo ariano chamado Ulfilas havia pregado este erro entre várias tribos germânicas, incluindo os visigodos que chegaram à Espanha (e outros povos fizeram o mesmo nos diversos países europeus, de modo que o arianismo afetou toda a Europa, e também o Oriente).

Em Sevilha reinava o rei ariano Leovigildo, que se opôs ao apostolado de Leandro, feito bispo provavelmente em 579. Leandro havia criado uma escola na qual se ensinavam as artes conhecidas daquele tempo, mas também a catequese, e entre os alunos estavam Hermenegildo e Recaredo, filhos do rei. Muitos pagãos e arianos, incluindo Hermenegildo, se converteram ao Catolicismo; por isso o rei, em 584, iniciou uma guerra civil contra este seu filho mais velho e natural sucessor, acabando por condená-lo à morte. Hermenegildo não renegou a fé e tornou-se mártir. São Leandro foi forçado ao exílio pela perseguição do rei, indo a Constantinopla pedir auxílio ao imperador; lá ficou amigo do futuro Papa São Gregório Magno. Ali escreveu livros contra o arianismo, defendendo a ortodoxia católica.

O desterro terminou em 586. Voltando à Sevilha, continuou no seu zelo missionário, e afinal o rei, arrependido, e reconhecendo que é necessária a coerência entre a Fé e a vida prática, antes de morrer pediu ao santo a educação católica dos filhos. O seu filho Recaredo, convertido e novo rei, atraiu muitos súditos para a Igreja, e aconselhado por Leandro convocou o Concílio III de Toledo; este e o Concílio de Sevilha, também com a influência de Leandro, finalmente levaram a Espanha visigótica a abjurar do arianismo, em todas as suas formas (pois foram várias as sutilezas que esta heresia assumiu).

Outras muitas atividades de São Leandro foram a regra monástica que escreveu para a irmã, o impulso para a fundação de mosteiros, o estabelecimento de paróquias, junto com uma vida de oração, penitência e jejum. Acrescentou o Credo Niceno-Constantinopolitano à Liturgia espanhola, onde fica clara a negação ao arianismo, na afirmação da verdadeira divindade e humanidade de Cristo.

 Já idoso, Leandro sofreu muitas enfermidades, principalmente a gota. Faleceu por volta do ano 600 aos 80 anos, sucedido no bispado pelo irmão Santo Isidoro. Ficou conhecido como o “Apóstolo dos Godos”.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

O nome Leandro significa “força do Leão”, e, de acordo com isto, este santo batalhou com a força do Leão da tribo de Judá, isto é, o Cristo. Isto implica em dizer que ele em tudo se empenhou pela causa da Igreja, porém consciente de que é necessário para isto a ajuda sobrenatural de Deus, conseguida pela mediação de Maria – nenhum ser humano consegue sucesso apostólico apenas com seus próprios esforços. E o apostolado, tanto a nível pessoal quanto social, é indispensável para que se possa viver com menos erros e mais paz, uma condição essencial para que Cristo reine na Terra, a partir dos corações. O primeiro campo de apostolado é o próprio coração: a partir desta conversão, pode-se ter verdadeiramente a conversão das comunidades. Uma situação prática disto é justamente o legado de São Leandro, pois quando Recaredo, por ele convertido, assumiu o trono, auxiliou na obra do santo bispo, com proveito para toda a nação espanhola, um admirável exemplo de colaboração entre a Igreja e o Estado. Para estas condições devemos igualmente trabalhar também nós, os católicos de hoje, de modo que, levando uma coerente vida de Fé no dia-a-dia, emprego, família, lazer, dificuldades e sucessos, contribuamos para a santidade das nossas almas e consequentemente da sociedade.

Oração:

Senhor Deus, perfeito e imutável, concedei-nos por intercessão de São Leandro a coragem e estabilidade na Fé, para lutar contra as heresias do nosso tempo, isto é, todas as ideias mundanizantes na área religiosa, cultural, ideológica, política, econômica, morrendo para o pecado e os respeitos humanos, incluindo, se for o caso, os familiares, para sermos fiéis ao nosso Credo e imitarmos Jesus na Sua humanidade, e assim Dele recebermos também a comunhão com a Divindade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Formar o caráter na virtude

Formar o caráter na virtude (Opus Dei)
13/07/2015

Formar o caráter na virtude

A maturidade cristã implica tomar as rédeas de nossa vida, perguntar-nos, de verdade, diante de Deus, o que ainda nos falta.

«Tendo ele saído para se pôr a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançara vida eterna?» [1]. Nós, discípulos do Senhor, presenciamos a cena com os Apóstolos, e talvez nos surpreendamos diante da resposta: «Por que me chamas bom? Só Deus é bom» [2]. Jesus não dá uma resposta direta. Com suave pedagogia divina, quer conduzir aquele jovem para o sentido último de suas aspirações: «Jesus mostra que a pergunta do jovem é, na verdade, uma pergunta religiosa, e que a bondade que atrai e simultaneamente vincula o homem, tem a sua fonte em Deus, mais, é o próprio Deus, o único que é digno de ser amado “com todo o coração, com toda a alma e com toda a mente”». [3]

Para entrar na Vida

Logo, o Senhor retorna àquela consulta audaz: o que devo fazer? «Se queres entrar na vida, – responde – observa os mandamentos» [4]. Tal como o apresentam os evangelhos, o jovem é um judeu piedoso que poderia ter ido embora satisfeito com esta resposta; o Mestre confirmou suas convicções, porque o remete aos mandamentos que observou desde a sua adolescência [5]. Porém, quer ouvi-lo da boca deste novo Rabi que ensina com autoridade. Intui, e não se engana, que pode abrir-lhe horizontes inéditos. «Quais?» [6], pergunta. Jesus recorda-lhe os deveres relacionados com o próximo: «Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo» [7]. São os preceitos – a chamada segunda tábua – que protegem «bem da pessoa, imagem de Deus, mediante a proteção dos seus bens» [8]. Constituem a primeira etapa, a via para liberdade, não a liberdade perfeita, como observa Santo Agostinho [9]; dito de outro modo, são a fase inicial no caminho do amor, mas não no amor maduro, plenamente realizado.

Que me falta ainda?

O jovem conhece e vive estas prescrições, mas algo em seu interior pede-lhe mais; tem que haver – pensa – algo mais que possa fazer. Jesus lê no seu coração: «fixou nele o olhar, amou-o» [10]. E lança o maior desafio de sua vida: «Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu» [11]. Jesus Cristo pôs aquele homem perante a sua consciência, a sua liberdade, o seu desejo de ser melhor. Não sabemos até que ponto entendeu as exigências do Mestre, apesar de que pela sua pergunta – que me falta ainda? –, parece que teria esperado outras “coisas para fazer”. As suas disposições são boas, embora talvez ainda não houvesse entendido a necessidade de interiorizar o sentido dos mandamentos do Senhor.

A vida a que Deus chama não consiste somente em fazer coisas boas, mas em «ser bons», virtuosos. Como costumava precisar nosso Padre [12], não basta ser bonzinhos, mas retos, de acordo com o panorama imenso – “só Deus é bom” [13] – que Jesus abre diante de nós.

A maturidade cristã implica tomar as rédeas da nossa vida, perguntar-nos de verdade, diante de Deus, o que ainda nos falta. Estimula-nos a sair do cômodo refúgio de quem é um cumpridor da lei para descobrir que o que importa é seguir Jesus, apesar dos próprios erros. Deixamos então que seus ensinamentos transformem nosso modo de pensar e de sentir. Experimentamos que nosso coração, antes pequeno e encolhido, se dilata com a liberdade que Deus pôs nele: «correrei pelo caminho de vossos mandamentos, porque sois vós que dilatais meu coração» [14]

O desafio da formação moral

O jovem não esperava que “a coisa que faltava” era precisamente pôr a sua vida aos pés de Deus e dos outros, perdendo sua segurança de cumpridor. E se afastou triste, como acontece a todo aquele que prefere seguir exclusivamente a sua própria rota, em vez de deixar que Deus o guie e surpreenda. Deus nos chamou para viver com sua liberdade – «hac libertate nos Christus liberavit» [15] – e, no fundo, nosso coração não se conforma com menos.

Amadurecer é aprender a viver de acordo com ideais altos. Não se trata simplesmente de conhecer uns preceitos ou adquirir uma visão cada vez mais afinada das repercussões dos nossos atos. Decidir-se a ser bons – santos, em última instância – supõe identificar-se com Cristo, sabendo descobrir as razões do estilo de vida que Ele nos propõe. Implica, portanto, conhecer o sentido das normas morais, que nos ensinam a que bens devemos aspirar, como devemos viver para alcançar uma existência plena. E isto se consegue incorporando as virtudes cristãs ao nosso modo de ser.

Os pilares do caráter

O saber moral não é um discurso abstrato, nem uma técnica. A formação da consciência requer um fortalecimento do caráter que se apoia sobre as virtudes como seus pilares. Estas assentam a personalidade, estabilizam-na, transmitem-lhe equilíbrio. Capacitam-nos a sair de nós mesmos, do egocentrismo, e dirigir o foco dos nossos interesses para fora de nós, para Deus e para os outros. A pessoa virtuosa está centrada, possui medida em todo, é reta, íntegra. Em troca, quem carece de virtudes dificilmente será capaz de empreender grandes projetos ou de realizar grandes ideais. Sua vida será feita de improvisações e oscilações, de modo que não será confiável, nem sequer para si mesma.

Cultivar as virtudes expande a nossa liberdade. A virtude não tem nada a ver com o acostumar-se ou com a rotina. É claro que não basta uma única ação para que um hábito operativo bom arraigue, para que se solidifique no nosso modo de ser e leve- nos a realizar o bem com mais facilidade. A repetição sucessiva ajuda os hábitos a se estabilizarem: tornamo-nos bons sendo bons. Repetir a resolução de estudar na hora marcada, por exemplo, faz que a segunda vez nos custe menos que a primeira, e a terceira menos que a segunda, mas é preciso perseverar na determinação de começar a estudar para manter o hábito de estudo, senão este se perde.

A renovação do espírito

As virtudes, humanas e sobrenaturais, orientam-nos para o bem, para o que satisfaz as nossas aspirações. Ajudam-nos a alcançar a autêntica felicidade, que consiste em unir-se a Deus: «Ora, a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste» [16]. Conferem facilidade para atuar de acordo com os preceitos morais, que não são vistos somente como normas a cumprir, mas como um caminho que conduz à perfeição cristã, à identificação com Jesus Cristo de acordo com o estilo de vida das bem-aventuranças, que são como o retrato de seu rosto e «falam de atitudes e disposições de fundo da existência» [17] que levam à vida eterna.

Abre-se, então, um caminho de crescimento na vida cristã, segundo as palavras de São Paulo: «transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito» [18]. A graça muda o modo de julgarmos os diversos acontecimentos, e dá-nos critérios novos para atuar. Progressivamente, aprendemos a ajustar nosso modo de ver as coisas à vontade de Deus, que se expressa também na lei moral, de modo que amamos o bem, a vida santa, e saboreamos «o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito» [19]. Alcança-se uma maturidade moral e afetiva com sentido cristão, que leva a apreciar com facilidade o que é autenticamente nobre, verdadeiro, justo e belo, e a repelir o pecado, que ofende a dignidade dos filhos de Deus.

Este caminho leva a formar, como dizia São Josemaria, uma «alma de critério» [20]. Mas, quais são as características deste critério? Em outro momento, ele mesmo acrescenta: «o critério implica maturidade, firmeza de convicções, conhecimento suficiente da doutrina, delicadeza de espírito, educação da vontade» [21]. Que grande retrato da personalidade cristã! Uma maturidade que nos ajuda a tomar decisões com liberdade interior e fazê-las próprias, ou seja, com a responsabilidade de quem sabe prestar conta delas. Ter convicções fortes seguras, baseadas num conhecimento profundo da doutrina cristã que alcançamos através de aulas ou palestras de formação, leituras, reflexão e, especialmente, do exemplo dos outros, pois as «verdadeiras estrelas da nossa vida são as pessoas que souberam viver com retidão» [22]. Isto é combinado com a delicadeza de espírito, que se traduz em afabilidade com as pessoas, e com a educação da vontade, que consiste em viver uma vida virtuosa. Uma «alma de critério», portanto, sabe perguntar-se nas diversas circunstâncias: o que espera Deus de mim? Pede luzes ao Espírito Santo, recorre aos princípios que assimilou, aconselha-se com quem pode ajudá-lo, e sabe atuar em consequência.

Fruto do amor

Assim entendido, o comportamento moral – que se concretiza em viver os mandamentos com a força da virtude – é fruto do amor, que nos compromete na busca e promoção do bem. Um amor assim vai além do sentimento, que por sua própria natureza é flutuante e fugaz: não depende dos humores do momento, do que me agrada, ou do que gostaria em determinada circunstância. Pelo contrário, amar e ser amado supõe uma doação de si, que se fundamenta na alegria que um coração sente ao saber-se amado por Deus e ao aspirar aos grandes ideais pelos quais vale à pena empenhar a liberdade: «Na entrega voluntária, em cada instante dessa dedicação, a liberdade renova o amor, e renovar-se é ser continuamente jovem, generoso, capaz de grandes ideais e de grandes sacrifícios» [23]

A perfeição cristã não se limita ao cumprimento de umas normas, mas também não consiste no desenvolvimento isolado de capacidades como o autocontrole ou a eficiência. Impulsiona a entrega da liberdade ao Senhor, a responder ao seu convite: «vem e segue-me» [24], com a ajuda de sua graça. Trata-se de viver segundo o Espírito [25], movidos pela caridade, de modo que se deseja servir aos outros, e se compreende que a lei de Deus é o melhor caminho para praticar esse amor escolhido livremente. Não é questão de cumprir regras, mas de aderir a Jesus, de compartilhar a sua vida e o seu destino, obedecendo amorosamente à vontade do Pai.

Sem ser perfeccionistas

Este empenho por amadurecer em virtudes é alheio a qualquer desejo narcisista de perfeição. Lutamos por amor a nosso Pai Deus, é nEle que temos nosso olhar fixo e não em nós mesmos. Convém, portanto, descartar a tendência ao perfeccionismo, que talvez poderia surgir se considerássemos a nossa luta interior erroneamente de acordo com critérios de eficácia, precisão, rendimento..., muito em voga em alguns contextos profissionais, mas que diluem a vida moral cristã. A santidade consiste principalmente em amar a Deus.

De fato, a maturidade leva a harmonizar o desejo de atuar bem, com as limitações reais que experimentamos em nós mesmos e nas outras pessoas. Em algumas ocasiões podemos sentir vontade de dizer com São Paulo: «Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço (...). Sou um homem infeliz! Quem me livrará deste corpo que me acarreta a morte?» [26]. Sem dúvida, não perdemos a paz, pois Deus nos diz o mesmo que ao Apóstolo: «Basta-te a minha graça» [27]. Enchamo-nos de agradecimento e esperança, pois o Senhor conta com as nossas limitações, contanto que nos impulsionem a converter-nos, a recorrer à sua ajuda.

De novo aqui, o cristão encontra uma explicação na primeira resposta de Jesus ao jovem: «Só Deus é bom» [28]. Da bondade de Deus vivemos nós, seus filhos. Ele nos dá a força para orientar toda nossa vida para o que realmente é valioso, compreender o que é bom e amá-lo, de nos prepararmos para a missão que Ele nos confiou.

J.M. Barrio e R. Valdés


[1]Mc 10, 17.

[2]Mc 10, 18.

[3]São João Paulo II, Enc. Veritatis splendor (6-08-1993), n. 9. Cf. Mt 22, 37.

[4]Mt 19, 17.

[5]Cf. Mc 10, 20.

[6]Mt 19, 18.

[7]Mt 19, 18-19.

[8]São João Paulo II, Enc. Veritatis splendor, n. 13.

[9]Cf. In Ioannis Evangelium Tractatus, 41, 9-10 (cit. em Veritatis splendor, n. 13).

[10]Mc 10, 21.

[11]Ibid.

[12]Cf. Caminho, n. 337.

[13]Mt 19, 17.

[14]Sl 118 (119), 32.

[15]Gal 5, 1

[16]Jo 17, 3.

[17]São João Paulo II, Enc. Veritatis splendor, n. 16.

[18]Rm 12, 2.

[19]Ibid.

[20]Caminho, ao leitor.

[21]Questões atuais do cristianismo, n. 93.

[22]Bento XVI, Enc. Spe salvi (30-XI-2007), n. 49.

[23]Amigos de Deus, n. 31.

[24]Mc 10, 21.

[25]Cf. Ga 5, 16.

[26]Rm 7, 15.24

[27]2 Cor 12, 9.

[28]Mt 19, 17.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF