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terça-feira, 5 de março de 2024

Maria, Mãe de todos os povos!

Maria, Mãe de todos os povos! (A12)

“Totus tuus”. Esse o lema de João Paulo II, o papa mariano, que se consagrou a Maria como “todo teu”, porque encarnava as virtudes emanadas do coração da Mãe.

Por que Mãe? Porque somos feitos à imagem e semelhança de Deus; Ela, como Mãe de Jesus, que é Deus, é também nossa Mãe, portanto, Mãe de todos os povos.

Ladainha de Nossa Mãe é bem extensa, pois temos diversos títulos, conforme o lugar em que se manifestou à humanidade sofredora.

Conforme São Justino de Roma“Maria é a segunda Eva”, pois nela encontramos a realização das profecias do Antigo Testamento. A encarnação do Cristo no ventre materno de Maria traz para todos os povos a semente da vida divina; em consequência, somos divinizados em Jesus, sendo seus irmãos, portanto, fazendo parte desse Corpo Místico.

Santo Irineu de Lion, tido como pioneiro dos estudos Mariológicos, nos ensina que “assim como Maria transmite a Cristo toda a humanidade de Adão, Maria é a serva de Emanuel, pois seu seio materno acolhe o Amor divino”.

Para nos fortalecer na fé, a Virgem tem aparecido em muitos lugares do mundo, como em Fátima (Portugal), em Aparecida (Brasil), em Guadalupe (México), em Medjugorje (Iugoslávia), onde continua se revelando a alguns videntes, há várias décadas, enfim, em diversas localidades, cujos nomes preencheriam centenas de páginas, dada a diversidade de títulos com que foi contemplada.

Celebração: 'Aparecida pelo Brasil' (Thiago Leon)

Maria é a personagem central do projeto de Deus

doutrina acerca de Maria nos aponta quatro títulos principais, que são:

1) A Maternidade divinadeclarada no Concílio de Éfeso (431 d.C.), definida como dogma pelo Papa Clementino I;

2) A virgindade perpétua (“Aeiparthenos”, a sempre virgem), manifestando a sua devoção e consagração ao projeto de seu Filho, com exclusividade;

3) A Imaculada Conceiçãodogma proclamado, em 1854, pela Bula “Ineffabilis Deus”, sendo confirmada pela sua aparição a Bernadete Soubirous, em Lourdes-França;

4) A assunção de Mariapela Constituição “Munificentissimus Deus”, de Pio XII, no Ano Santo de 1950, declarando que Maria subiu aos céus de corpo e alma, antecipando, pois, a sua ressurreição.

Todas essas prerrogativas vêm enfeitar e coroar a Virgem Santíssima, depois de anos e anos que o povo já a venerava com esses predicados.

Maria é a personagem central do projeto de Deus; Ela certamente nos escuta e nos fortalece com sua intercessão junto a seu Divino Filho, conseguindo-nos tudo aquilo que pedirmos com fé, conforme nos ensinou São Bernardo:

“Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que, tendo recorrido a Vossa proteção, fosse por Vós abandonado”

Oração esta muito conhecida e que deve ser rezada sempre pelos cristãos fervorosos, pois Ela é o canal das graças que podemos alcançar. Dela nunca será demais falar; se quisermos conseguir alguma coisa, convém sempre suplicar a Deus por seu intermédio.


Fonte: https://www.a12.com/

França, aprovado aborto na Constituição. Paglia: a vida deve ser protegida

O Congresso da França (Vatican News)

O Congresso aprovou por 780 votos a inclusão na Constituição francesa da garantia da liberdade das mulheres de abortar. Uma declaração da Pontifícia Academia para a Vida, na tarde desta segunda-feira, reiterou o apoio à posição da Conferência Episcopal Francesa: "precisamente na era dos direitos humanos universais, não pode haver um 'direito' de suprimir uma vida humana". Presidente da PAV: essa não é a maneira de defender as mulheres e seus filhos.

Vatican News

"Precisamente na era dos direitos humanos universais, não pode haver um 'direito' de suprimir uma vida humana". Em uma nota, a Pontifícia Academia para a Vida apoia a posição da Conferência Episcopal Francesa sobre a proposta de inserir na Constituição a garantia de liberdade para as mulheres recorrerem ao aborto, aprovada na tarde desta segunda-feira, 4 de março, por ampla maioria pelo Congresso reunido em Versalhes.

A proposta havia sido aprovada pelo Senado em primeira leitura e sem emendas (267 votos a favor e 50 contra) no último dia 29 de fevereiro. Para a aprovação final, era necessário o voto de três quintos dos parlamentares reunidos em sessão plenária no Congresso. Na noite desta segunda-feira, 780 deputados e senadores aprovaram a inserção no artigo 34 do texto básico da frase: "A lei determinará as condições em que será exercida a liberdade garantida à mulher de recorrer à interrupção voluntária da gravidez". Apenas 72 deputados votaram contra.

Paglia: todos juntos devemos proteger cada vida

Entrevistado pela mídia do Vaticano, o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, dom Vincenzo Paglia, reitera sua proximidade "aos bispos franceses que declaram sua tristeza". "Eu", afirma, "acredito que este não é o método ou estas não são as palavras com as quais podemos proteger e defender as mulheres e seus filhos. Diante de vidas marcadas pela dor e pelas dificuldades, devemos todos trabalhar juntos para que a vida seja sempre salvaguardada e preservada, a vida de todos, particularmente a dos mais fracos". "É nesse sentido", acrescenta o arcebispo, "que a Pontifícia Academia para a Vida continua a apoiar o compromisso de todos para que ela seja protegida em todo tempo, momento e situação. Nisso, nossa proximidade aos bispos franceses me parece ser um dever".

Proteção da vida, o primeiro objetivo da humanidade

No início da tarde desta segunda-feira, a mesma Academia para a Vida – organismo encarregado de "estudar, informar e formar sobre os principais problemas da biomedicina e do direito, relacionados à promoção e defesa da vida" - disse que estava próxima aos bispos que, em um comunicado emitido há alguns dias, reiteraram que "o aborto, que continua sendo um ataque à vida desde o início, não pode ser visto exclusivamente da perspectiva dos direitos das mulheres", lamentando o fato de que "o debate lançado não mencionou medidas de apoio para aquelas que gostariam de manter seu filho".

A Pontifícia Academia guiada por dom Vincenzo Paglia - cuja tarefa é "estudar, informar e formar sobre os principais problemas da biomedicina e do direito, relativos à promoção e defesa da vida" - apoia o episcopado da França e com sua declaração "apela a todos os governos e a todas as tradições religiosas" para que façam o melhor possível, "para que, nesta fase da história, a proteção da vida se torne uma prioridade absoluta, com passos concretos em favor da paz e da justiça social, com medidas eficazes para o acesso universal aos recursos, à educação e à saúde".

"As situações particulares de vida e os contextos difíceis e dramáticos do nosso tempo devem ser enfrentados com as ferramentas de uma civilização jurídica que se preocupa, em primeiro lugar, com a proteção dos mais fracos e vulneráveis", argumenta o PAV, acrescentando que "a proteção da vida humana é o primeiro objetivo da humanidade e só pode se desenvolver em um mundo livre de conflitos e lacerações, com a ciência, a tecnologia e a indústria a serviço da pessoa humana e da fraternidade".

Não ideologia, mas realidade que envolve todos

Na nota, a Pontifícia Academia para a Vida ressalta que, para a Igreja Católica, "a defesa da vida não é uma ideologia", como enfatizou o Papa Francisco na audiência geral de 25 de março de 2020, mas "uma realidade humana que envolve todos os cristãos, precisamente porque são cristãos e porque são humanos" e que "é uma questão de agir em nível cultural e educacional para transmitir às gerações futuras a atitude à solidariedade, ao cuidado, à acolhida", conscientes "de que a cultura da vida não é patrimônio exclusivo dos cristãos, mas pertence a todos aqueles que, trabalhando para construir relações fraternas, reconhecem o valor de cada pessoa, mesmo quando frágil e sofredora".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São João José da Cruz

São João José da Cruz (arquisp)
05 de março

São João José da Cruz

Nasceu na ilha de Ischia com o nome de Carlos Caetano Calosirto, aos 15 de agosto de 1654, na cidade de Ponte, Itália, filho do nobre José e de Laura. Recebeu os ensinamentos básicos e os alicerces religiosos frequentando os colégios dos padres agostinianos, na própria ilha.

Aos quinze anos optou pela vida religiosa pela grande vocação que sentia, ingressando na Ordem dos Franciscanos descalços da Reforma de São Pedro de Alcântara, conhecidos também como alcantarinos, pela austeridade das Regras dessa comunidade, dependentes do convento de Santa Lucia, em Nápolis.

Tomou o nome de João José da Cruz e fez o noviciado sob a orientação monástica do padre José Robles. Em 1671 foi enviando com mais onze sacerdotes, dos quais ele era o mais jovem, para o Piedimonte d'Alife para construírem um convento. Diante das dificuldades encontradas no local não hesitou em juntar as pedras com suas próprias mãos, depois usando cal, madeira e um enxadão fez os alicerces. Estimulando assim os outros sacerdotes e o povo, que no começo acharam que ele era louco, mas, percebendo que estavam errados começaram a ajudá-lo, de modo que um grande convento foi edificado em pouco tempo. João José da Cruz ordenou-se sacerdote em 1677.

Ao completar vinte e quatro de idade foi nomeado mestre dos noviços e, quase ao mesmo tempo, guardião da ordem do convento. Durante a sua permanência em Piedimonte, construiu, num local isolado na encosta do bosque, um outro pequeno convento chamado de "ermo", ainda hoje meta de peregrinações, para poder rezar em retiro. Conseguiu ainda, trabalhando de forma muito ativa e singular, construir o convento do Granelo em Portici, também em Nápolis.

João José da Cruz era muito austero, comia pouco, só uma vez ao dia, dormia poucas horas, tinha o hábito de se levantar a meia noite para agradecer a Deus pelo novo dia. Tornou-se famoso entre o povo por sua humildade e foi venerado ainda em vida pela população por causa de sua extrema dedicação aos pobres e doentes. Fazia questão de ser pobre na vida e na própria personalidade, como São Francisco de Assis, seu modelo de vida.

Em 1702 foi nomeado vigário provincial da Reforma de São Pedro de Alcântara, na Itália. Assim a Ordem, abençoada por Deus, desceu de Norte a Sul, adquirindo um bem espiritual tão grande que chegou ao Vaticano, o qual tornou a reunir os dois ramos dos alcantarinos. Dessa forma o convento de Santa Lúcia voltou para os padres italianos e João Jose da Cruz retornou para lá. Nele viveu mais doze anos na santa austeridade e, segundo os registros da Igreja e a tradição, realizando prodígios e curas para seus amados pobres e doentes. Morreu no dia 05 de março 1734, sendo sepultado nesse mesmo convento.

Foi beatificado pelo papa Gregório XVI, em 1839. As relíquias de São João José da Cruz, foram transferidas para o convento franciscano da ilha de Ischia, onde nasceu, e é venerado no dia se sua morte.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

segunda-feira, 4 de março de 2024

Mensagem do Papa Francisco para a 1ª Jornada Mundial das Crianças

Papa com as crianças (Vatican Media)

Foi publicada neste sábado, 02 de março, a mensagem do Papa Francisco para a 1ª Jornada Mundial das Crianças, que será celebrada nos dias 25 e 26 de maio próximo, em Roma. "Não esqueçais quem dentre vós embora tão pequeno já se encontra a lutar contra doenças e dificuldades, no hospital ou em casa, quem é vítima da guerra e da violência, quem padece a fome e a sede, quem vive na rua".

Silvonei José – Vatican News

Francisco na sua mensagem para a 1ª Jornada Mundial das Crianças dirige-se antes de mais, a cada um pessoalmente: “a ti, querida menina, a ti, querido menino, porque sois preciosos aos olhos de Deus, como nos ensina a Bíblia (cf. Is 43, 4) e tantas vezes o demonstrou Jesus”.

“Ao mesmo tempo a mensagem é enviada a todos, porque todos sois importantes e, juntos – os de perto e os de longe –, manifestais o desejo que há em cada um de nós de crescer e se renovar. Lembrais-nos que somos, todos, filhos e irmãos e ninguém pode existir sem uma pessoa que o traga ao mundo, nem crescer sem ter outros a quem dar amor e de quem receber amor” (cf. Francisco, Carta enc. Fratelli tutti, 95).

“Assim todos vós, meninas e meninos, que sois a alegria dos vossos pais e das vossas famílias, constituís também a alegria da humanidade e da Igreja, na qual cada um representa o elo duma cadeia muito longa, que se estende do passado ao futuro e cobre toda a terra. Por isso vos recomendo que escuteis sempre com atenção as histórias dos adultos: da mamãe, do papai, dos avós e bisavós! E ao mesmo tempo não esqueçais quem dentre vós embora tão pequeno já se encontra a lutar contra doenças e dificuldades, no hospital ou em casa, quem é vítima da guerra e da violência, quem padece a fome e a sede, quem vive na rua, quem é forçado a combater como soldado ou tem de escapar como refugiado, separado dos seus pais, quem não pode ir à escola, quem é vítima de grupos criminosos, das drogas ou doutras formas de escravidão, dos abusos. Em resumo, todas aquelas crianças a quem, ainda hoje, é cruelmente roubada a infância. Escutai-as, ou melhor, escutemo-las, porque, no seu sofrimento, falam-nos da realidade, com os olhos purificados pelas lágrimas e com aquele tenaz desejo de bem que nasce no coração de quem viu como é feio, de verdade, o mal”.

“Meus amiguinhos, para nos renovarmos a nós mesmos e ao mundo, não basta encontrar-nos entre nós: é necessário estar unidos a Jesus. D’Ele recebemos tanta coragem! Está sempre perto de nós; o seu Espírito precede-nos e acompanha-nos pelos caminhos do mundo. Jesus diz-nos: «Eu renovo todas as coisas» (Ap 21, 5); são as palavras que escolhi como tema para a vossa primeira Jornada Mundial. Estas palavras convidam a tornar-nos ágeis como crianças no acolhimento das novidades suscitadas em nós e ao nosso redor pelo Espírito.

Com Jesus, podemos sonhar uma nova humanidade e trabalhar por uma sociedade mais fraterna e atenta à nossa casa comum, começando por coisas simples como saudar os outros, pedir licença, pedir desculpa, dizer obrigado. O mundo transforma-se antes de mais através de pequenas coisas, sem ter vergonha de realizar apenas pequenos passos. Com efeito, a nossa pequenez lembra-nos que somos frágeis e que precisamos uns dos outros enquanto membros de um único corpo” (cf. Rm 12, 5; 1 Cor 12, 26).

“Mais ainda! Sozinhos, queridas meninas e queridos meninos, não podemos sequer ser felizes, porque a alegria cresce na medida em que a partilhamos: nasce com a gratidão pelos dons que recebemos e, por nossa vez, comunicamos aos outros.

Quando guardamos só para nós o que recebemos, ou até fazemos uma birra para conseguir esta ou aquela dádiva, na realidade esquecemo-nos de que o maior dom somos nós mesmos, uns para os outros: somos nós a «prenda de Deus». Os outros dons servem apenas para estar juntos; se não os utilizamos para isso, seremos eternos insatisfeitos e nunca nos bastarão”.

“Quero agora confiar-vos um segredo importante: para sermos verdadeiramente felizes, é preciso rezar, rezar muito, todos os dias, porque a oração liga-nos diretamente a Deus, enche-nos o coração de luz e calor e ajuda-nos a fazer tudo com confiança e serenidade. Também Jesus sempre rezava ao Pai.

Sabeis como Lhe chamava? Na sua língua, chamava-Lhe simplesmente Abbá, que significa Papá (cf. Mc 14, 36). Façamo-lo também nós! Senti-Lo-emos sempre perto de nós.

Queridas meninas, queridos meninos! Sabeis que em maio nos encontraremos em grande número em Roma; encontrar-nos-emos precisamente convosco, que vireis de todo o mundo! E assim, para nos prepararmos bem, rezando, recomendo-vos que useis as mesmas palavras que Jesus nos ensinou: o Pai nosso. Rezai-o todas as manhãs e todas as noites; e fazei-o também em família, com os vossos pais, irmãos, irmãs e avós.

Caríssimos, Deus, que desde sempre nos amou (cf. Jr 1, 5), vela por nós com o olhar do mais amoroso dos papás e da mais terna das mamãs. Ele nunca Se esquece de nós (cf. Is 49, 15), e cada dia acompanha-nos e renova-nos com o seu Espírito.

Juntamente com Maria Santíssima e São José, rezemos com estas palavras:

Vinde, Santo Espírito,

mostrai-nos a vossa beleza

refletida nos rostos

das meninas e meninos da terra inteira.

Vinde Jesus,

que renovais todas as coisas

e sois o caminho que nos conduz ao Pai,

vinde e ficai conosco.

Amém.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Tão livre, tão obediente - Parte 2

Gianna com o marido Pietro e a filha Lauretta (30Giorni)

Revista 30Dias – 03/2004

Tão livre, tão obediente

História de Gianna Beretta Molla, a primeira mãe da era moderna a ser proclamada santa.

por Stefania Falasca

“Ela não gostava de fazer discursos morais, era essencial no discurso”, lembra um dos seus companheiros da Ação Católica. «As poucas coisas que disse foram fruto da sua naturalidade feita de uma simplicidade clara e franca». Pelas suas raras qualidades de equilíbrio e capacidade de discernimento, em 1949 foi-lhe também confiada a função de presidente da Ação Feminina Católica de Magenta. Uma tarefa que ela desempenhou de forma compatível com os seus compromissos de mãe e médica. «É natural», diz numa das suas últimas conferências, «que para dar é preciso ter. Uma fonte não pode nos dar água se estiver seca. Assim não conseguiremos fazer o bem se não tivermos a graça dentro de nós. É isso que devemos almejar. Seja rico em graça! E a quem devemos perguntar? Para Jesus. Como? Com oração."

O marido, no seu depoimento, afirma: "Gianna tinha um carácter fundamentalmente otimista, baseado, no entanto, na esperança da ajuda de Deus. Os componentes fundamentais da esperança cristã de Gianna eram dois: a sua plena confiança na Providência e a certeza da eficácia decisiva da oração." 

Meu bom Jesus, eu te amo. 

Durante sua última gravidez, ela foi diagnosticada com um mioma que comprometeu a vida do bebê. Gianna não hesita em escolher o caminho mais perigoso para ela, escolhendo a saúde da criança. Ela, portanto, passa por uma difícil operação para remover o mioma. A operação foi bem sucedida, a gravidez continuou, mas o risco para ela, no momento do parto, teria reagido e teria sido fatal. Naqueles dias deixou escrita esta oração: «Ó Jesus, prometo submeter-me a tudo o que permitires que me aconteça, basta que me faças saber a tua vontade. Meu dulcíssimo Jesus, Deus infinitamente misericordioso, terníssimo Pai das almas, e em particular dos mais fracos, dos mais miseráveis, dos mais enfermos que carregas com especial ternura nos teus braços divinos, venho a Ti pedir-te, pelo amor e Tu mereces do teu Sagrado Coração a graça de sempre compreender e fazer a tua santa vontade, a graça de confiar em Ti, a graça de descansar seguramente pelo tempo e pela eternidade em teus braços amorosos." Ela passou os seis meses seguintes de gravidez confidenciando apenas a alguns que estava ciente, como médica, dos sérios riscos que enfrentava.

«Alguns meses antes da sua última internação para o nascimento da nossa filha» recorda o marido, «estava saindo para trabalhar e já tinha vestido o casaco. Gianna, ainda posso vê-la, estava encostada nos móveis da antessala do nosso quarto. Ela chegou perto de mim. Ela olhou para mim, sem falar... assim, como quando você tem que dizer coisas difíceis nas quais tanto pensou. Aí ela me disse: “Pietro, por favor... Se tiver que decidir entre mim e o filho, decida por ele. Eu exijo isso, salve-o. Peço a você." Assim, nada mais. Fiquei sem conseguir dizer nada. Eu conhecia minha esposa... saí de casa sem dizer uma palavra."

«Continuou a atividade como sempre», diz, «mantendo intacta a esperança de um resultado positivo para a criança e para ela. Ela pediu para orar. Ela disse às crianças: “Rezem uma Ave-Maria por mim, para que Nossa Senhora me cure logo”. E para mim: “Tenho muita confiança no Senhor e tenho certeza que ele nos ajudará”. Isto ela sempre repetia: “Confio no Seu amor. Tenho fé na Providência."

Ela entrou sozinha na sala de cirurgia. «Encontrei-a parada à minha frente», recorda o irmão médico Ferdinando; «com aquele seu jeito firme e sincero ela me disse: “Aqui estou, estou pronta para fazer tudo o que Deus quiser”».

Fonte: https://www.30giorni.it/

O jejum como dimensão espiritual e caritativa

Jejum e abstinência (franciscanas)

O JEJUM COMO DIMENSÃO ESPIRITUAL E CARITATIVA

Dom José Gislon
Bispo  de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! O jejum proposto pela Igreja aos seus filhos e filhas, neste tempo da Quaresma, tem por finalidade preparar os fiéis para acolherem Jesus Cristo e viverem intensamente a celebração da Páscoa do Senhor Jesus. Essa preparação acontece através de um coração contrito e humilhado, que leva ao arrependimento, à fortificação do espírito contra o mal e à purificação da alma, que liberta do peso da carne e aspira com maior intensidade a união com Deus. 

Nos primeiros séculos do cristianismo, entre as atividades próprias do cristão, como indivíduo, antes mesmo de ser membro de uma comunidade, era importante a prática da caridade. Com isso, o jejum torna-se uma prática inseparável do exercício da caridade, que cada cristão, tendo presente as próprias possibilidades, é levado a praticar como forma de imitação da caridade do Pai e do Filho. 

O jejum cristão, portanto, assumido como ato de sofrimento e sacrifício, assemelha-se à paixão de Jesus, e assumido como ato de caridade para com o próximo, foi interpretado fundamentalmente como forma de imitação de Cristo. O Papa São Leão Magno dizia que no jejum o cristão imita, portanto, a humanidade sofrida de Cristo. 

Na sociedade atual, falar de jejum, como parte da vida ascética espiritual, pode soar meio fora de moda. Mas na dimensão da vida cristã, o jejum sempre teve e tem uma forte conotação espiritual e caritativa. O jejum sem a dimensão da caridade tem pouco a ver com a doutrina cristã. E sem um gesto concreto de partilha, é apenas um ato de economia. Deus não quer este tipo de jejum. Jejuar, segundo o Papa São João Paulo II, significa privar-se de algo “para responder à necessidade do irmão, tornando-se assim exercício de bondade, de caridade”. 

Em sua mensagem para a Quaresma de 2009, o Papa Bento XVI lembrou que os Padres da Igreja sempre valorizaram o jejum como forma de abrir no coração do fiel a estrada para Deus. Na mesma mensagem, menciona São Pedro Crisólogo que, em um de seus sermões, escreveu: “O jejum é a alma da oração; e a misericórdia, a vida do jejum, por isso, quem reza, jejue. Quem jejua, tenha misericórdia. Quem ao pedir deseja ser ouvido, ouça a quem lhe dirige um pedido. Quem quer encontrar aberto o coração de Deus para si, não feche o seu a quem o suplica”.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Hoje é dia de são Giovanni Antonio Farina, um bispo com ‘cheiro de ovelha’

São Giovanni Antonio Farina | ACI Digital

Hoje (4), a Igreja celebra são Giovanni Antonio Farina (1803-1888), bispo das cidades de Treviso e Vicenza, Itália, considerado um dos pastores mais ilustres do século XIX. Durante a sua vida, as pessoas o chamavam de “o homem da caridade” ou “o bispo do povo”, graças à sua sensibilidade e predileção para que a Igreja esteja ao serviço dos pobres, dos abandonados, dos doentes e dos rejeitados.

Dom Giovanni foi o fundador da congregação das Irmãs Mestras de Santa Doroteia de Vicenza, Filhas dos Sagrados Corações, instituição que atualmente está presente em vários países do mundo.

Igreja e sociedade

Antonio Farina nasceu em 11 de janeiro de 1803 em Gambellara, pequena cidade da província de Vicenza, cuja diocese décadas mais tarde ficaria sob seus cuidados apostólicos.

Aos 15 anos entrou para o seminário diocesano e, em 1827, aos 24, foi ordenado sacerdote. Nos 18 anos seguintes, ele foi professor no seminário. Foi nomeado capelão da paróquia de são Pedro de Vicenza, cargo que ocupou durante uma década.

O padre Antonio participou de muitos projetos culturais e espirituais; esteve envolvido em muitas obras de caridade e liderou serviços sociais de natureza educativa. Por exemplo, foi responsável pela gestão da escola pública primária e superior de Vicenza. Farina se formou como professor primário, reconhecimento que obteve motivado pela convicção sobre a importância da educação, que concebeu como um caminho voltado para a formação integral da pessoa, a prática religiosa e a caridade fraterna. Seu lema era: “A verdadeira ciência consiste na educação do coração, isto é, no temor prático de Deus”.

Em 1831, inaugurou a primeira escola popular feminina e, em 1836, fundou o instituto das Irmãs Mestras de Santa Doroteia, Filhas dos Sagrados Corações, instituição dedicada à educação de meninas pobres, surdas-mudas e cegas, bem como a assistência aos idosos doentes e acamados.

O bispo: oração e ação

Depois de ser nomeado bispo de Treviso em 1850, dom Giovanni organizou associações em cada uma das paróquias sob sua jurisdição para mobilizar ajuda material e espiritual aos mais pobres. Ao mesmo tempo, promoveu a prática de exercícios espirituais e a assistência padres de baixa renda, aposentados ou doentes. Por outro lado, cuidou da formação doutrinal e cultural do clero ativo e dos fiéis; bem como da instrução e catequese dos jovens. Dom Giovanni possuía claramente as qualidades do bom pastor, indispensáveis ​​num bispo.

Em 18 de junho de 1860, foi enviado à sede de Vicenza para cuidar dela. Como bispo, convocou um sínodo diocesano em sua cidade – evento que não era celebrado desde 1689 – para promover o fortalecimento espiritual dos sacerdotes por meio da devoção ao Sagrado Coração de Jesus e à Virgem Maria. Com isto, são Giovanni quis que os fiéis se aproximassem da eucaristia.

Dom Farina participou do Concílio Vaticano I (1869-1870) no qual se destacou pelo apoio à infalibilidade papal.

Os últimos anos da sua vida foram caracterizados pelo reconhecimento público do seu trabalho apostólico e da sua caridade. Infelizmente, ele também teve que sofrer as consequências de acusações injustas. Porém, após sua morte, a má natureza das acusações tornou-se evidente, enquanto sua fama de santo se espalhava tanto no ambiente eclesiástico quanto no civil. Dom Farina morreu no dia 4 de março de 1888, devido a um ataque de apoplexia. Ele tinha 85 anos.

Aos altares

Em 1978, uma freira equatoriana pertencente à congregação que são Giovanni fundou, irmã Inés Torres Córdova, que estava com um grave tumor com metástase, foi curada milagrosamente depois de ter pedido a intercessão de seu pai fundador.

Giovanni Antonio Farina foi beatificado em 2001 pelo papa São João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco. Sua festa é celebrada no dia 4 de março.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Papa Francisco, Oriente Médio: chega, por favor! Parem!

Manifestações em prol da paz (AFP or licensors)

O Papa encoraja a continuar as negociações para um cessar-fogo imediato em Gaza e em toda a região. "E, por favor, não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia, onde muitos morrem todos os dias. Há muita dor lá".

Silvonei José - Vatican News

Forte apelo do Papa Francisco no Angelus deste domingo, também sobre o desarmamento.

“Carrego diariamente em meu coração, com dor, o sofrimento das populações da Palestina e de Israel devido às hostilidades em curso, disse o Santo Padre. Os milhares de mortos, feridos, desabrigados e imanes destruições causam dor, e isso com consequências terríveis para os pequenos e indefesos, que veem seu futuro comprometido”.

Francisco então se pergunta: “verdadeiramente se pensa em construir um mundo melhor dessa forma, se pensa realmente em alcançar a paz? Chega, por favor! Vamos todos dizer: chega, por favor! Parem!

O Papa então encoraja a continuar as negociações para um cessar-fogo imediato em Gaza e em toda a região, “para que os reféns possam ser libertados imediatamente e retornem aos seus entes queridos, que aguardam ansiosamente, e para que a população civil possa ter acesso seguro às devidas e urgentes ajudas humanitárias”.

"E, por favor, não nos esqueçamos da martirizada Ucrânia, onde muitos morrem todos os dias. Há muita dor lá", reafirmou o Santo Padre.

Em seguida o Papa Francisco recordou que no dia 5 de março celebra-se o segundo Dia Internacional de Conscientização sobre Desarmamento e Não-Proliferação. “Quantos recursos – disse- são desperdiçados em gastos militares que, devido à situação atual, infelizmente continuam a aumentar!

E Francisco faz mais um apelo: “espero sinceramente que a comunidade internacional compreenda que o desarmamento é, antes de tudo, um dever, o desarmamento é um dever moral. Vamos colocar isso em nossas cabeças. E isso requer a coragem de todos os membros da grande família de nações de passar do equilíbrio do medo para o equilíbrio da confiança”.

O Santo Padre fez ainda uma saudação a todos os fiéis presentes, romanos e peregrinos de vários países, entre os quais os estudantes da Universidade Sénior de Vila Pouca de Aguiar, em Portugal. E o agradecimento aos jovens ucranianos que a Comunidade de Sant'Egidio convocou para o tema "Vencer o mal com o bem. Oração, pobres, paz". “Queridos jovens, obrigado por seu compromisso com aqueles que mais sofrem com a guerra. Obrigado!”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 3 de março de 2024

Tão livre, tão obediente - Parte 1

Gianna Beretta Molla de férias em Courmayeur, Aosta (30Giorni)

Revista 30Dias – 03/2004

Tão livre, tão obediente

História de Gianna Beretta Molla, a primeira mãe da era moderna a ser proclamada santa.

por Stefania Falasca

Numa nota, estas linhas: «Uma coisa é certa: temos sido objeto de predileção desde toda a eternidade. Tudo se desenvolve para um fim pré-estabelecido. Para cada um de nós Deus traçou o caminho, a vocação: além da vida física, a vida da graça... A nossa felicidade terrena e eterna depende de seguirmos bem a nossa vocação. É um dom de Deus, portanto vem de Deus, devemos entrar nesse caminho: primeiro, se Deus quiser, segundo, quando Deus quiser, terceiro, como Deus quiser. As dificuldades são muitas, mas com a Sua ajuda devemos caminhar sempre sem medo. Que se morrêssemos na luta pela nossa vocação, esse seria o melhor dia das nossas vidas”.

Gianna escreveu essas poucas linhas em um caderno escolar quando tinha dezoito anos. Ela morreu antes dos quarenta anos. Oferecendo sua vida pela de sua quarta filha. Ela será canonizada no dia 16 de maio. Ela é a primeira mãe da era moderna a subir às honras dos altares.

Uma “kamikaze da vida”, alguns não hesitaram em defini-la, argumentando sobre a adequação da sua causa. Outros, porém, devido ao seu gesto heróico como mãe, fizeram dela uma defensora dos antiaborto. Mas quantas mães admiráveis ​​fizeram o mesmo sacrifício... Não. Este último ato por si só não pode ser a chave de tudo. Quando Paulo VI, recolhendo informações sobre a sua vida, expressou a esperança de vê-la nos altares, não tinha outro propósito senão mostrar-nos um caminho muito simples. Nenhum outro desejo senão deixar-nos sequestrar, mergulhando plenamente no próprio coração da santidade cristã. Através da experiência diária desta mulher.

A extraordinária história de Gianna Beretta Molla começa aqui. 

Não poderemos fazer o bem se não tivermos a graça dentro de nós

“Uma mulher muito normal”, descreve o marido, o engenheiro Pietro Molla. «Equilibrada, inteligente, moderna. Ela respeitava sua profissão, amava as montanhas, gostava de roupas bonitas, flores e música. Em sua vida Gianna nunca buscou a renúncia pela renúncia, ela não fez, na minha opinião, nem pretendia fazer nada fora do comum, excepcional. Não sabia que tinha uma santa ao meu lado...". Estas foram as suas primeiras palavras depostas no interrogatório do julgamento. Afinal, como podemos culpá-lo «se por santidade entendemos fazer grandes coisas, penitências extraordinárias». “Na vida da minha esposa”, acrescenta ele, “não houve nenhum”. Até as fases da sua vida são as de muitos. Depois de terminar o ensino médio, matriculou-se na Universidade Estadual de Milão, em 1949 formou-se em medicina e cirurgia, em 1950 abriu uma clínica em Magenta, em 1952 especializou-se em pediatria, em 1955 casou-se. Família e trabalho. Estas foram suas ocupações diárias até sua morte.

Gianna cresceu em uma família numerosa. Com um pai e uma mãe de quem deixa um legado de fé simples e bela. Três de seus irmãos abraçarão a vida religiosa. Dois se tornarão médicos e um deles partirá como missionário para o Brasil, fundando um hospital. E foi para seguir os seus passos que se matriculou na medicina. Tanto que, ao terminar os estudos, chega a pensar em se juntar ao irmão como médico voluntário. Antes de decidir, pede conselho ao pároco. “Mas por que você quer ir tão longe?” ele lhe pergunta: «Tem muitos malucos que se casam e você, sendo uma boa filha, quer ir embora?». Escreveu ao irmão: «Não virei ao Brasil por enquanto, Deus providenciou de outra forma». Em 54, num concerto de fim de ano, conheceu Pietro. No ano seguinte eles se casam. Eles vão morar em Ponte Nuovo, perto de Magenta. Ele trabalha como gerente em uma fábrica. Numa das suas primeiras cartas, escreveu-lhe: «Querido Pedro, o Senhor ama-me muito. Eu estou realmente feliz. Tudo o que somos e temos é apenas uma dádiva da Sua bondade divina. Aqui está o segredo da felicidade: viver momento a momento, momento a momento, abandonando-nos sem reservas à ação da Sua graça."

As crianças chegaram uma após a outra. “Estávamos envelhecendo”, diz o marido, “e Gianna não queria ser uma mãe muito velha para eles”. A cada nascimento, como agradecimento, enviava ofertas, fruto de suas economias, ao irmão missionário no Brasil. «Desde o início da nossa união» diz o marido «havíamos decidido que cada um de nós não poderia mudar de emprego, eu como gerente industrial e ela como médica, e isso foi conseguido sem confrontos, exceto pelos sacrifícios necessários em ambos lados ». Gianna continua assim a praticar incansavelmente o seu trabalho como médica até ao fim. «Ela era muito respeitada e querida pelos seus pacientes» recorda a enfermeira que a atendeu. «Sempre disponível para todos, mesmo quando era chamada com urgência à noite, mesmo na última gravidez sempre esperou prontamente. Lembro-me de uma vez que ela recebeu três ligações na mesma noite. Muitas vezes traziam os doentes para esperá-la ao pé da escada, por gentileza para com ela e sua condição. Se o paciente fosse pobre, Gianna, além da visita gratuita, dava-lhe remédios ou dinheiro. Continuou a cuidar dos doentes com naturalidade e dedicação até ao dia anterior à sua última entrada na clínica.” Numa nota Gianna escreve: «Quão precioso é o nosso trabalho. Temos oportunidades que o padre não tem... temos corpos para cuidar, mas quando os remédios não servem mais, há a alma para levar a Deus”.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF