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sábado, 16 de março de 2024

Papa destaca dedicação do bispo Faresin aos últimos no Brasil

Papa com membros da Fundação "Mons. Camilo Faresin", de Maragnole di Breganze (Vatican Media)

Francisco encontra a Fundação dedicada ao bispo missionário que viveu no Brasil no século passado e destaca o amor incansável do prelado pelos pobres e necessitados. Seu nome está incluído no “Jardim dos Justos” em Jerusalém, pelo seu esforço, com caridade e coragem, em favor dos judeus perseguidos.

Tiziana Campisi – Cidade do Vaticano

Um compromisso incansável ao lado dos últimos: aspecto que caracterizou a existência de dom Camillo Faresin, durante muito tempo bispo de Guiratinga no Mato Grosso, exemplo de sensibilidade missionária e de fé na Providência, que junto com seus dois irmãos sacerdotes - padre Santo, salesiano, e padre Giovanni Battista, sacerdote diocesano - dedicou-se sem reservas entre os pobres e necessitados do Brasil.

Francisco sublinha isto no seu discurso à Fundação dedicada ao prelado que viveu no século passado, lido por monsenhor Filippo Ciampanelli, da Secretaria de Estado, devido às persistentes sequelas de um resfriado. No texto, o Papa explica que os três irmãos “aprenderam o valor da caridade e do fervor missionário no contexto de uma família simples, devota, modesta e digna”, um ambiente em que “souberam captar, com a graça de Deus, uma mensagem e um convite para o seu futuro a estar entre os últimos para ajudar os últimos”, o que “fizeram com amor incansável, com generosidade e inteligência, mesmo no meio a grandes dificuldades”.

Seguindo seus passos está a Fundação Faresin, que há vinte anos, no Brasil, na Itália e em outras partes do mundo, oferece formação, assistência social, cuidados de saúde e oportunidades de emprego para muitas pessoas.

Um humilde servo dos humildes

O Papa recorda que dom Camillo Faresin está incluído, em Jerusalém, no “Jardim dos Justos”, porque, antes de partir para o Brasil, “bloqueado em Roma devido à Segunda Guerra Mundial, não se deixou deter pelas circunstâncias, fazendo o máximo com caridade e coragem na assistência aos judeus perseguidos”. E acrescenta que “por toda a sua vida, como sacerdote e depois como bispo, com um impulso irresistível” fez-se próximo dos mais desafortunados, sem os abandonar uma vez terminado o seu mandato episcopal. Na verdade, permaneceu “entre seu povo, no Mato Grosso, até sua morte, como humilde servo dos humildes, continuando assim no escondimento, como amigo e companheiro de caminho, o mesmo ministério que durante muitos anos exerceu como guia e pastor”.

O que ele nos deixou é um grande exemplo a imitar: estar com os últimos, sempre! Como? Escolhendo e privilegiando, nos vossos projetos, as realidades mais pobres e desprezadas como lugares especiais onde permanecer, e como “terras prometidas” para as quais podeis partir e onde podeis “montar as vossas tendas” para iniciar novas obras. E fazê-lo com uma presença concreta e próxima das comunidades que servem, a partir de dentro, no local, trabalhando entre os pobres e partilhando com eles as suas vidas tanto quanto possível.

Agir juntos e crescer unidos no bem

Às pessoas comprometidas na Fundação Faresin, Francisco recomenda “buscar sempre criar sinergias”, também com outras realidades religiosas e associativas, porque trabalhar em conjunto “já é em si um anúncio do Evangelho vivido”, e “além de uma forma inteligente de otimizar os recursos é um caminho de formação na caridade e na comunhão”. Agir juntos, de fato, sublinha o Papa, não significa apenas fazer o bem, mas também «crescer unidos no bem, uns servindo e apoiando od outrod»:

Os recursos mais importantes para as obras do Senhor não são as coisas, mas somos nós, sabiamente colocados próximos uns dos outros porque partilhamos o que somos: a nossa paixão, a nossa criatividade, as nossas capacidades e experiências, e também as nossas fraquezas e fragilidades. Desta partilha paciente, na valorização do contributo de todos, nascem frutos de grande dinamismo e concretude, como testemunha a história passada e presente da vossa Fundação.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Hilário de Aquiléia

Santo Hilário de Aquiléia (A12)
16 de março
Santo Hilário de Aquiléia

Hilário viveu no século III, em Aquiléia, cidade da região de Veneza, Itália. Educado no Catolicismo, desde muito cedo resolveu abandonar as coisas do mundo para dedicar-se ao estudo das Sagradas Escrituras. Tornou-se diácono, e depois, por aclamação popular, foi feito bispo. Era um pastor zeloso, sábio e prudente, de enorme piedade. A um seu discípulo, Taciano, fez seu diácono.

No período de 283 e 284 era imperador de Roma Marco Aurélio Numeriano, jovem de pendor intelectual, interessado em literatura e oratória, mas fraco para governar um império em crise como o da época. Um seu edito obrigou os cristãos a sacrificar aos deuses pagãos. Em Aquiléia, o sacerdote idólatra Monofantos insistiu com o prefeito, Berônio, que primeiramente prendesse e pressionasse à apostasia Hilário e Taciano, cristãos de destaque, mas o bispo, depois de reafirmar a sua Fé, acrescentou: “Quanto aos demônios, vãos e ridículos, que chamais deuses, não lhes ofereço sacrifícios.” As seduções e ameaças da autoridade civil não surtiram efeito.

Hilário foi então levado ao grandioso templo de Hércules, onde foi despido e barbaramente açoitado. Em seguida, o deitaram sobre um cavalete e, com garras pontiagudas de ferro, golpearam-lhe as costas até que os órgãos internos ficaram aparentes. Enquanto isso, o bispo cantava hinos ao Senhor. Por fim, Berônio, sem resultados, cansou-se do bizarro espetáculo e mandou jogar Hilário na prisão, onde continuaram os maus tratos. No dia seguinte, o mesmo processo foi aplicado em Taciano; no cárcere, bispo e diácono, em alegre reencontro, rezaram para que Deus confundisse os pagãos.

Aconteceu então que uma neblina baixou sobre a cidade, e o majestoso templo de Hércules desabou completamente, revelando até mesmo as fundações. Muitos pagãos fugiram, e outros, literalmente, morreram de medo. Berônio, mais uma vez instado por Monofantos, ordenou a imediata decapitação de Hilário, Taciano e outros seis católicos, entre eles Félix, Largo e Dionísio. Era o dia 16 de março de 284.

As relíquias de Hilário e Taciano foram posteriormente levadas para a cidade próxima de Gorizia, de onde são padroeiros.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Quanto aos demônios, vãos e ridículos, que chamais deuses, mas não o são, não lhes ofereço sacrifícios.” Os ídolos pagãos continuam a existir hoje, porém, como a maior arma do diabo é fazer crer aos homens que ele não existe, atualmente os deuses mundanos não têm, usualmente, um nome ou identificação religiosa: mas poder, ganância, prazeres, dinheiro, etc., todos são sinônimos de satanás, na medida em que afastam de Deus. Note-se que estes apetites terrenos têm origem no erro espiritual: Monofantos atiçando Berônio. Diante disso, o que fazer? A firmeza de Santo Hilário e seus companheiros mártires de Fé é uma resposta direta. Só em Deus a Igreja e seus filhos fiéis podem vencer os suplícios desta vida. Mais ainda, vencer com alegria. De fato, “hilário” em Português significa uma situação que provoca muitos risos, e a origem latina e grega do nome, hilaris e hilaros respectivamente, significa “alegre”. Ora, a verdadeira e máxima alegria, personificada no santo bispo, é fazer a vontade de Deus e receber assim a recompensa do Céu, onde “...me encherás de alegria em Tua presença” (At 2,28). É preciso cuidar sempre, e com ênfase neste tempo quaresmal, das nossas almas, voltarmo-nos para Deus: pois se a simples sombra do Seu poder foi suficiente para que em Aquiléia morressem apavorados muitos pagãos, não podemos sequer imaginar o que acontecerá aos Seus perseguidores quando as majestades suntuosas deste mundo, e os seus templos que aparentam força hercúlea – “mas não o são” – tiverem suas entranhas reveladas diante do Senhor, seja na morte pessoal, seja na parúsia. Nesta ocasião, serão reveladas as entranhas de misericórdia do Senhor, mas também a Sua justiça, para os que aqui expõem as suas vidas, corpo e alma, para o bem como Santo Hilário, ou para o vazio como as fundações mundanas.

Oração:

Senhor Deus, Todo Poderoso, concedei-nos pela intercessão de Santo Hilário de Aquiléia, seu diácono Taciano e companheiros mártires, a alegria do reencontro definitivo Convosco, após termos vencido alegremente os golpes das garras deste mundo, suas seduções e ameaças, pela permanência fiel na Vossa obediência, testemunho e oração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 15 de março de 2024

FOME NO MUNDO: Houve uma promessa!

Havia uma promessa (30Giorni)

Revista 30Dias – 09/2000

Houve uma promessa

Em 1996, a cimeira da FAO em Roma estabeleceu um objetivo claro: reduzir para metade o número de vítimas da fome no mundo até 2015. Passaram quatro anos e este objetivo está cada vez mais distante. E todos os meses um milhão de crianças com menos de cinco anos morrem devido aos efeitos da desnutrição.

por Stefano Maria Paci

Roma, 17 de Novembro de 1996, edifício da FAO. Os “líderes do planeta”, reunidos numa cimeira mundial sobre a alimentação, assinam uma declaração solene na qual se comprometem a reduzir para metade o número de vítimas da fome até 2015.

A promessa será ampliada pela mídia e o compromisso nem parece muito pesado. Tanto é verdade que o líder carismático de Cuba, Fidel Castro, em nome dos países do terceiro mundo, define esse objetivo como cobarde. “Se o nosso planeta já consegue alimentar todos os seus habitantes hoje”, pergunta Fidel Castro, “por que os países ricos não decidem eliminar completamente a fome nos próximos vinte anos?”. Quatro anos se passaram, mas basta percorrer os andares superiores do edifício da FAO em Roma para compreender que não só o sonho de Fidel Castro não se realizará, mas, a menos que haja mudanças repentinas - e infelizmente imprevistas - de rumo, nem mesmo o compromisso solene dos líderes mundiais será respeitado. Pelo contrário, nos últimos anos parece que nada, absolutamente nada, mudou. E o extermínio pela fome continua. Inexorável. 

Quarenta milhões? Muito pouco! 

Jacques Vercueil é o diretor da Divisão de Agricultura e responsável pelo Departamento de Análise de Desenvolvimento Econômico da FAO. Em seu escritório são transmitidos os números da fome no mundo dos cinco continentes, e o estado de insegurança alimentar no planeta é constantemente monitorado. Na sala abarrotada de dossiês ele ilustra as atuais fronteiras do continente da fome. Suas palavras, por mais calmas que sejam, pesam como pedras, porque por trás das figuras secas existe um massacre em escala planetária. Um exemplo entre muitos: mais de um milhão de crianças com menos de cinco anos morrem todos os meses em todo o mundo devido aos efeitos diretos ou indiretos da subnutrição. «Durante a cimeira mundial da alimentação» explica Vercueil «indicamos o número de indivíduos subnutridos no mundo como 841 milhões. O número, porém, estava incorreto e mais tarde percebemos que na realidade deveríamos estar a falar de 830 milhões. Os dados mais recentes mostram-nos que este número diminuiu e, nos cinco anos seguintes às conclusões indicadas durante a cimeira, 40 milhões de pessoas ultrapassaram o limiar da subnutrição. Atualmente, existem 790 milhões de pessoas no mundo que não têm o suficiente para comer”.

Em suma, em cinco anos, cerca de 40 milhões de pessoas – homens, mulheres e crianças – foram resgatadas de um destino terrível. Um sucesso? Não. O diretor-geral da FAO, o senegalês Jacques Diouf, não tem ilusões. «O actual ritmo de declínio da fome – em média, uma redução de cerca de oito milhões de vítimas por ano – corresponde exactamente ao “curso normal” das coisas. Se esta diminuição não acelerar, em 2015 aproximadamente 650 milhões de pessoas ainda irão dormir com o estômago vazio”. Em suma, para atingir o objetivo definido durante a cimeira, seria necessário um ritmo de progressão mais rápido. «De facto» continua Diouf «precisamos de conseguir uma redução no número de pessoas com fome de pelo menos 20 milhões por ano nos países em desenvolvimento».

Vinte milhões em vez de oito, uma diminuição acelerada em vez do “curso normal das coisas”. Mas porque é que o objectivo indicado pela cimeira parece estar a afastar-se a um ritmo tão acelerado?
“Não existem métodos milagrosos para combater a fome”, explica Jacques Vercueil. «Para atingir esse objetivo, são necessárias políticas específicas à escala local, nacional e regional. Esforços especiais devem ser feitos para mudar o curso dos acontecimentos. E isso não foi feito. Ou melhor, não em todos os lugares."

Sim, porque a possibilidade de atingir o objectivo da cimeira não é abstrata. E há alguns dados, à disposição do diretor da Divisão de Agricultura da FAO, que são surpreendentes. Na realidade, existem muito mais de 40 milhões de pessoas famintas que saíram do túnel da fome. Nos últimos anos, 100 milhões de pessoas abandonaram o continente dos famintos e alcançaram a segurança alimentar. De acordo com estes números, o ambicioso objetivo definido pela cimeira para 2015 seria facilmente alcançado. Na verdade, poderia até ser superado. 

«Uma situação inaceitável» 

E daí? O que aconteceu nos últimos anos que tornou tão difícil erradicar, ou pelo menos reduzir substancialmente, a fome no mundo? E por que razão, se cerca de 100 milhões de pessoas saíram do pesadelo da fome, a redução total do número de famintos é de apenas 40 milhões? O problema é que a diminuição do número de pessoas subnutridas foi registada em apenas 37 países. Entretanto, um número exorbitante de pessoas no resto do mundo em desenvolvimento tornou-se subitamente vítima de subnutrição: mais de 60 milhões.

São países onde a fome, em vez de diminuir, aumentou dramaticamente. O principal motivo são os conflitos civis e militares que explodiram no planeta. Em África, na Ásia e noutros locais, as guerras causaram danos muito graves tanto a pessoas como a bens. E, sem paz, não podemos esperar progresso social. Mas os dados que o Dr. Vercueil rola diante de nossos olhos indicam outros pontos de crise. «Os números que temos não são bons. E eles não nos dão esperança para o futuro. O aumento da produção agrícola é menos rápido do que o esperado no final da década. Além disso, registaram-se choques económicos graves, especialmente no Sudeste Asiático. Com exceção da Indonésia e de alguns outros, a maioria destes países recuperou, mas os efeitos negativos continuam. E, atualmente, no Corno de África vivemos uma situação dramática”.

No entanto, o panorama económico global do planeta pode dar origem a esperança. Não há recessão, a taxa de crescimento populacional diminuiu, e isso significa que há menos bocas para alimentar e mais adultos ativos para trabalhar. “Estou convencido: não há razão para que o mundo não fique completamente livre da fome no próximo século”, afirma com firmeza o Diretor Geral da FAO, Jacques Diouf. «A produção de alimentos já é suficiente para alimentar todos os que vivem hoje e ainda pode aumentar. No entanto, a menos que sejam tomadas medidas a todos os níveis, é provável que a fome e a subnutrição persistam por muito tempo.” E aqueles que pagarão o preço serão os habitantes mais fracos do planeta. Para a maioria deles, a fome não é uma condição temporária. É uma condição crônica, debilitante e muitas vezes fatal. Nos países onde a situação é endémica, ou seja, na maioria dos países em desenvolvimento, não só prejudica o desenvolvimento e a economia, mas degrada gravemente a vida de todas as pessoas por ela afetadas. «Um grande número deles acabará morrendo de fome», acusa Diouf «porque o seu direito humano fundamental à alimentação foi desrespeitado. Este estado de coisas é inaceitável." 

A fome está a aumentar em muitas regiões 

Parece paradoxal: apesar do compromisso solene assumido pelos líderes mundiais durante a Cimeira de Roma, há muitas regiões onde o número de pessoas com fome, em vez de diminuir, está a aumentar. E as escolhas políticas globais não parecem capazes de provocar uma mudança de direção decisiva: o fosso entre o Norte e o Sul do mundo só está a aumentar. No planeta, mil milhões e trezentos milhões de pessoas vivem com menos de um dólar por dia, três mil milhões com menos de dois. E a lista de países que não conseguem alimentar todos os seus habitantes parece interminável: a maioria deles está concentrada na Ásia e nas nações do Pacífico. Nesta área existem 526 milhões de pessoas subnutridas, aproximadamente dois terços de todo o mundo. Só a Índia tem 204 milhões de pessoas com fome, mais do que toda a África Subsaariana, onde existem 180 milhões. E em África, a gravidade do problema da fome varia de país para país. Embora a África Ocidental seja mais populosa do que qualquer outra região do continente, tem menos vítimas da fome do que a África Oriental, onde há o dobro de pessoas com fome. Mas o maior número de pessoas com fome no continente negro regista-se na África Central e Austral.

Infelizmente, a nível local, salvo alguns casos dignos, os governos são incapazes de adoptar soluções económicas e sociais que possam levar a mudanças importantes e duradouras. E nos países mais fracos a globalização da economia só leva ao agravamento da situação.

Mas se os países ricos parecem desinteressados ​​pelo problema da fome mundial, entre os muitos dados alarmantes que saem do gabinete do chefe do Departamento de Análise do Desenvolvimento Económico, poderíamos abalá-los. Pela primeira vez, a FAO também consegue fornecer o número de pessoas que passam fome nos países desenvolvidos. Há cerca de 34 milhões de indivíduos que enfrentam diariamente o problema da subnutrição em países com desenvolvimento económico acelerado. E se em 1974 o Secretário de Estado americano Henry Kissinger tinha prometido imprudentemente aos membros da FAO que "dentro de uma década nenhuma criança irá para a cama com fome", em 2000 fomos forçados a constatar que, na realidade, a fome não só é não desapareceu, mas não poupou nenhum canto do planeta. Nem mesmo os cantos mais ricos.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Lançamento do livro do Cardeal Marc Ouellet ‘Para uma Teologia Fundamental do Sacerdócio’

Lançamento do livro do Cardeal Marc Ouellet (arqbrasilia)
Arquidiocese de Brasília participa do Lançamento do livro do Cardeal Marc Ouellet 'Para uma Teologia Fundamental do Sacerdócio'

Na manhã desta quinta-feira (14/03), o Cardeal Marc Ouellet realizou o lançamento do livro ‘Para uma Teologia Fundamental do Sacerdócio, no auditório central da Casa Dom Luciano, localizado na 905 Norte.

14 de março de 2024

Os Bispos Auxiliares de Brasília, Dom Antonio de Marcos e Dom Denilson Geraldo, diversos padres, religiosos, diáconos e leigos prestigiaram o Cardeal Marc Armand Ouellet durante a apresentação do seu livro que aborda a nova fase da reflexão teológica e pastoral no contexto das questões contemporâneas e sobre o ministério dos presbíteros, além do sacerdócio dos batizados.

“O Espírito Santo de Jesus Cristo coordena todos esses encontros, com a finalidade de santificar o seu povo. Esse encontro oferece uma preciosa oportunidade de se aprofundar no dom do Sacerdócio de Cristo e na Vocação dos Sacerdotes. Muito obrigado por esse momento de reflexão aqui com vocês no Distrito Federal. Desejo que este livro sobre o Sacerdócio seja uma circunstância favorável para evangelização do povo de Deus no Brasil”, frisa o Cardeal Marc Ouellet, Prefeito emérito do Dicastério para os Bispos e Presidente emérito da Pontifícia Comissão para a América Latina.

O livro aborda ainda o aprofundamento da relação entre as duas participações – batismal e ministerial – no único Sacerdócio de Cristo, fundamental para renovar a missão da Igreja através do espírito de abertura e diálogo do Concílio Ecumênico Vaticano II.

“Foi uma manhã muito rica. O Cardeal Marc nos apresentou o seu livro, onde ele trabalha a questão do sacerdócio ministerial e o sacerdócio comum dos fiéis. O tema sobre o sacerdócio comum dos fiéis precisa ser cada vez mais aprofundado, principalmente na igreja sinodal, onde o batismo está no centro, mas é claro que precisa se pensar sempre numa relação profunda entre o sacerdócio comum dos fiéis e do ministério ordenado, pois este é o caminho da igreja, onde o ministério ordenado é dom para o sacerdócio comum dos fiéis e para a vida da igreja”, destaca o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa.

O lançamento do livro no Brasil já foi realizado em São Paulo, Belo Horizonte e no Distrito Federal. Na sexta-feira (15/03), será realizado o encontro com o Cardeal Marc Ouellet no Rio de Janeiro. “A divulgação dessa obra é um momento também importante para nós no Brasil, porque se trata de um grupo muito expressivo de teólogos de várias partes do mundo que foi convocado para esse simpósio em Roma e nós tivemos as contribuições por escrito, em dois volumes, um com as visões e aspectos complementares diferentes, mas sempre com grande profundidade. Aqui no Brasil nós não temos tantas publicações sobre o tema do sacerdócio e quando temos nem sempre é nessa perspectiva de integração do sacerdócio dos ministros ordenados, do sacerdócio ministerial e a realidade fundamental da igreja que é o sacerdócio comum de todos os fiéis da comunidade cristã”, frisa Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro.

Confira as fotos do lançamento:


Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Café puro ou com leite? Veja os diferentes efeitos no corpo das duas versões

Café com leite — Foto: Freepik

Café puro ou com leite? Veja os diferentes efeitos no corpo das duas versões

O café preto estimula o sistema nervoso central, aumenta o estado de alerta e fornece polifenóis, enquanto a adição de leite adiciona cálcio ao corpo.

Por Melanie Shulman

 Em La Nacion

14/03/2024

O hábito de tomar café é uma das práticas mais comuns e difundidas na maioria das culturas ao redor do mundo. Muitas pessoas começam o seu dia saboreando uma ou várias xícaras de café para despertar. Outros destacam o prazer que o aroma e sabor proporcionam, ou simplesmente o pretexto para se reunir com amigos e tomar um cafezinho.

Após inúmeros debates e discussões sobre as virtudes do café, a Universidade de Harvard divulgou um comunicado no qual elogia a bebida e a considera, juntamente com o chá, uma das mais saudáveis para beber depois da água. Segundo explicam, há evidências de que o consumo de café não aumenta o risco de doenças cardiovasculares ou crônicas, como se costumava acreditar, graças à presença de antioxidantes e flavonoides, compostos naturais necessários para combater os radicais livres, proteger a saúde do coração e fortalecer o sistema imunológico.

Segundo explica a nutricionista argentina Paula Amiano, a bebida contém cafeína, uma substância que pertence à família das xantinas e estimula o sistema nervoso central, que “em excesso poderia causar certa dependência ou vício” ressalta.

Várias pesquisas sugerem que beber café pode reduzir as chances de desenvolver diabetes. Essa relação se baseia na capacidade da bebida pura de preservar a função das células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, necessária para regular o nível de açúcar no sangue. Inclusive, “uma revisão de 30 estudos descobriu que cada xícara de café por dia estava relacionada a um risco 6% menor de desenvolver diabetes tipo 2”.

Outro benefício comprovado do café é que ele promove a longevidade, revela o diretor do Instituto Breyna Conrado Estol.

— É fonte de polifenóis, substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias cuja função principal é proteger as células do corpo do estresse oxidativo, do desenvolvimento consequente de doenças e do risco de morte prematura — diz ele.

— Também foram encontrados benefícios cardiovasculares — afirma o especialista em medicina interna do Hospital de Clínicas José de San Martín Ramiro Heredia.

Um estudo citado pela Universidade de Harvard descobriu que beber cerca de quatro xícaras de café por dia reduz em 20% as chances de sofrer um derrame e três xícaras por dia reduzia em 21% o risco de morte por doenças cardiovasculares em relação aos que não consumiam.

Com ou sem leite

Diante da escolha entre café puro ou com leite, ambos têm seus prós e contras. Consumido puro, não adiciona calorias, e tem maior poder estimulante, já que a cafeína está mais concentrada.

O café tem uma “curva de efeito”: menos de duas xícaras não tem muito impacto e mais de cinco pode ser prejudicial. Mas é claro que depende do tamanho da xícara.

Amiano não recomenda o consumo de café puro por pessoas hipertensas, pois estimula o sistema nervoso e aumenta a frequência cardíaca. Outros grupos que devem restringir a ingestão de café puro são: mulheres grávidas ou amamentando, menores de idade, pessoas que sofrem de insônia e transtornos de ansiedade.

Nestes casos (exceto crianças), a nutricionista aconselha combiná-lo com leite porque “apazigua o efeito da cafeína”. Outro benefício é que ele fornece cálcio, mineral que fortalece o sistema ósseo e melhora o funcionamento dos músculos, nervos e circulação sanguínea.

Fonte: https://oglobo.globo.com/

Francisco: que o Jubileu ajude todos a viver a esperança

O Papa com os participantes da plenária do Dicastério para a Evangelização (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O Papa se encontrou com os participantes da plenária do Dicastério para a Evangelização, Seção para as Questões Fundamentais no Mundo, e disse que "o grande problema que temos diante de nós é compreender como superar a ruptura ocorrida na transmissão da fé". Convidou a promover a "espiritualidade da misericórdia".

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, na Sala do Consistório, no Vaticano, nesta sexta-feira (15/03), os participantes da plenária do Dicastério para a Evangelização da Seção para Questões Fundamentais do Mundo.

Em seu discurso, lido pelo monsenhor Filippo Ciampanelli, o Papa recordou "a situação enfrentada por várias Igrejas locais, onde o secularismo das décadas passadas criou enormes dificuldades: desde a perda do sentido de pertença à comunidade cristã até a indiferença em relação à fé e aos seus conteúdos". Segundo Francisco, "esses são problemas sérios com os quais muitos irmãos e irmãs têm de lidar todos os dias, mas não podemos desanimar. O secularismo foi estudado e avalanches de páginas foram escritas sobre ele".

Conhecemos os efeitos negativos que ele produziu, mas este é um momento propício para entender qual é a resposta eficaz que somos chamados a dar às novas gerações para que possam recuperar o sentido da vida. O apelo à autonomia da pessoa, apresentado como uma das reivindicações do secularismo, não pode ser teorizado como independência de Deus, porque é Deus que garante a liberdade de ação pessoal.

"No que diz respeito à nova cultura digital, que apresenta muitos aspectos interessantes para o progresso da humanidade, ela também traz consigo uma visão do ser humano que parece problemática quando se refere à exigência da verdade que habita em cada pessoa, combinada com a exigência de liberdade nas relações interpessoais e sociais", ressaltou o Papa.

Segundo ele, "o grande problema que temos diante de nós é compreender como superar a ruptura ocorrida na transmissão da fé. Para isso, é urgente recuperar uma relação eficaz com as famílias e os centros de formação".

A fé no Senhor Ressuscitado, que é o coração da evangelização, para ser transmitida, requer uma experiência significativa vivida na família e na comunidade cristã como um encontro com Jesus Cristo que muda a vida. Sem esse encontro, real e existencial, a pessoa estará sempre sujeita à tentação de fazer da fé uma teoria e não um testemunho de vida.

A seguir, o Papa agradeceu aos participantes da plenária do Dicastério para a Evangelização, Seção para Questões Fundamentais do Mundo, "pelo serviço que prestam no campo da catequese", valendo-se do novo Diretório elaborado por eles em 2020. Segundo o Papa, este "é um instrumento válido e pode ser eficaz, não só para a renovação da metodologia catequética, mas sobretudo, para o envolvimento da comunidade cristã como um todo".

Nessa missão, um papel específico é confiado a quantos receberam e receberão o ministério de catequista, para que sejam fortalecidos em seu compromisso a serviço da evangelização. Espero que os bispos saibam nutrir e acompanhar as vocações para esse ministério, especialmente entre os jovens, para que a distância entre as gerações seja reduzida e a transmissão da fé não pareça uma tarefa confiada apenas aos idosos.

Nesse sentido, o Pontífice "encorajou a encontrar maneiras para que o Catecismo da Igreja Católica possa continuar sendo conhecido, estudado e valorizado, para que dele possam ser extraídas respostas às novas exigências que surgem com o passar das décadas".

A seguir, Francisco falou a propósito da "espiritualidade da misericórdia, como conteúdo fundamental na obra de evangelização".

A misericórdia de Deus nunca falha e somos chamados a dar testemunho dela e a fazê-la circular nas veias do corpo da Igreja. Deus é misericórdia. A pastoral dos Santuários, que é de sua responsabilidade, precisa ser imbuída de misericórdia, para que quem chega a esses lugares possa encontrar oásis de paz e serenidade.

Segundo o Papa, "os Missionários da Misericórdia, com o seu serviço generoso ao Sacramento da Reconciliação, dão um testemunho que deve ajudar todos os sacerdotes a redescobrir a graça e a alegria de serem ministros de Deus que perdoa sempre e sem limites. Ministros de Deus que não só esperam, mas vão ao encontro, vão em busca, porque é um Pai misericordioso, não um patrão, é um bom Pastor, não um mercenário, e se enche de alegria quando acolhe uma pessoa que retorna, ou a reencontra enquanto vagueia em seus labirintos. Quando a evangelização é realizada com a unção e o estilo da misericórdia, o coração se abre com mais disponibilidade à conversão".

A seguir, o Papa falou sobre a preparação para o Jubileu Ordinário do próximo ano.

Será um Jubileu no qual deverá emergir a força da esperança. Dentro de algumas semanas tornarei pública a Carta Apostólica para o seu anúncio oficial: espero que estas páginas possam ajudar muitos a refletir e sobretudo a viver concretamente a esperança. Esta virtude teologal foi vista poeticamente como a “irmã mais nova” entre as outras duas, a fé e a caridade, mas sem a qual estas duas não podem avançar e não se expressam em sua melhor forma.

Francisco lembrou "que este ano que antecede o Jubileu é dedicado à oração". "Precisamos redescobrir a oração como uma experiência de estar na presença do Senhor, de nos sentirmos compreendidos, acolhidos e amados por Ele. Como Jesus nos ensinou, não se trata de multiplicar nossas palavras, mas sim de dar espaço ao silêncio para ouvir sua Palavra e acolhê-la em nossa vida. Comecemos, irmãos e irmãs, a rezar mais, a rezar melhor, na escola de Maria e dos santos", concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Clemente Maria Hofbauer

São Clemente Maria Hofbauer (A12)
15 de março
São Clemente Maria Hofbauer

João Evangelista Hofbauer, nascido e batizado a 26 de dezembro de 1751, nasceu em Tasswitz, pequena aldeia rural da Morávia, na atual República Tcheca. Ficou conhecido também pelo seu nome moraviano, Pavel ("João"). Nono dos 12 filhos de uma família humilde, muito simples e pobre. Seu pai era açougueiro.

Ainda criança, adorava rezar o rosário com a família, chamando-a para isso; foi um fervoroso devoto de Nossa Senhora. Seu pai morreu quando ele tinha apenas 6 anos de idade; a mãe então segurou um crucifixo diante dele, e disse: “De agora em diante, Ele é seu pai. Cuide para que você nunca O aflija pelo pecado”.

Quando jovem, não pôde frequentar muito a escola, mas cedo começou a estudar Latim, o que fez até aos 14 anos de idade. Em 1767 foi enviado para uma padaria, a aprender a profissão de padeiro, e em 1770 foi trabalhar na padaria de um mosteiro Premonstratense, o mosteiro dos Monges Brancos em Kloster Bruck. Nesta época, por causa da guerra, havia fome e muitos desabrigados, que procuravam ajuda no mosteiro. João trabalhou dia e noite para socorrê-los. Ali também pôde estudar. Mas não sentiu afinidade com a Ordem, e em 1771, seguiu para um local retirado em Mühlfrauen, vivendo como eremita e tomando o nome de Clemente Maria.

Não ficou lá muito tempo, voltando ao seu ofício de padeiro, em Viena, Áustria. Na famosa padaria onde estava, conheceu duas senhoras ricas e piedosas, que se ofereceram para pagar seus estudos eclesiásticos, pois sendo pobre não conseguia custeá-los. Iniciou a universidade, estudando Filosofia, e logo discerniu que não era esta a sua vocação.

Em 1784, em peregrinação a Roma com um estudante amigo, Tadeu Huebl, chegaram ao mosteiro Redentorista recentemente instalado em São julião, no Monte Esquilino, onde foram recebidos. Decidiram entrar para a vida religiosa e ficaram como candidatos. Após breve noviciado, foram ordenados em março de 1785, em Alatri. Clemente estava com 34 anos, e com Tadeu voltou a Viena, onde pretendia estabelecer uma casa da Congregação. Mas o imperador José II da Áustria, anticlerical, estabeleceu leis que inviabilizavam o projeto. Deslocaram-se então para Varsóvia, na Polônia, onde lhes foi confiada a igreja de São Beno (ou Benone), abandonada como o estado da fé dos paroquianos: indiferentes e tíbios, sem instrução religiosa ou vida sacramental.

Alarmado com esta situação, Clemente iniciou, com Tadeu e mais seis irmãos, uma intensa atividade pastoral, a “Missão Perpétua”, um programa diário de pregações, instruções, confissões e devoções, que atraíram multidões. Explicitavam, assim, o seu carisma, associados, congregados, para serem instrumentos da Redenção, redentoristas. Clemente era um "leão no púlpito" e um "cordeiro no confessionário", dizendo com clareza a verdade nos sermões, mas acolhendo os penitentes como pai carinhoso. Ficou também conhecido como o “padre que benzia terços”, por sua imensa devoção mariana, e chamava o Rosário de sua “biblioteca”, explicando que por essa devoção conseguia tudo que pedia a Deus.

Seus 20 anos de atividade na Polônia provocaram uma gigantesca transformação, duradoura e eficaz, atraindo inclusive numerosos candidatos à vida religiosa. Tal êxito, em boa parte, foi por causa do mesmo recurso que utilizaria depois em Viena: a valorização da beleza da liturgia e das cerimônias, que estimulavam o senso do sagrado.

Fundou também um orfanato, em 1787, que funcionou até 1808, quando Napoleão Bonaparte, numa época de restrições religiosas, pressionou para que os redentoristas fossem expulsos da Polônia. A igreja de São Beno foi fechada e os 40 redentoristas que lá moravam foram presos por um mês até serem exilados. Com sofrimento, mas resignação cristã, Clemente viu na situação um sinal da Providência.

De volta a Viena, São Clemente já no ano seguinte trabalhou como capelão de um hospital, para atender aos soldados feridos na invasão napoleônica à cidade. Por seu zelo, o arcebispo pediu-lhe para cuidar de uma pequena Igreja dos italianos, onde ficou por quatro anos, até ser nomeado capelão do convento das Irmãs Ursulinas, em julho de 1813. Suas pregações atraíram milhares de pessoas, em especial jovens e intelectuais, artistas e pessoas ricas. Toda semana acontecia uma grande conversão.

Clemente deseja expandir a Congregação, solicitando permissão para estabelecer os redentoristas na Áustria, mas as políticas maçônicas anticlericais de então o impediam, tanto antes em Varsóvia como agora em Viena. Acabou por isso sendo proibido de pregar e ameaçado de expulsão. Mas o Papa Pio VII, resistindo à pressão, concedeu que fosse fundada uma comunidade redentorista na Áustria. A permissão, contudo, só chegou no dia da sua morte. De toda a forma, foi a partir da Província Austríaca que a Congregação se expandiu para todo o mundo.

Após 12 anos renovando a vida cristã da Áustria, sobretudo de Viena, São Clemente morreu nesta mesma cidade, no dia 15 de março de 1820. É considerado o segundo fundador e principal propagador da Congregação Redentorista. Recebeu o título de Apóstolo de Viena, sendo seu patrono, e também dos padeiros.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A história de São Clemente é um belo e orgânico desenvolvimento da vida de fé. A família do simples açougueiro lhe deu carne e sangue espirituais para, no esforço do trabalho e estudo, buscar com sinceridade, sem acomodações e apesar das dificuldades, a sua verdadeira vocação – o empenho favorece a Providência - em tudo Clemente amadureceu na resignação cristã, confiando na Providência com a virtude teologal da Esperança, e por isso viu num exílio um sinal para expandir a Fé a outros irmãos necessitados; para os fiéis, os fracassos são sempre sinais de sucessos, seja porque implicam numa perseguição (sinal de boa atividade da Igreja), como a da maçonaria contra os redentoristas, seja porque impelem a melhorias pessoais, ou a quem mais precisa. Pela Fé, Clemente jamais desanimou do serviço ao Cristo – da Caridade – concretizando assim, harmoniosamente, a trindade de virtudes fundamentais para a vida da alma. E isto aconteceu porque as boas sementes da formação católica, na família, germinaram como o trigo, que gera o pão, que o jovem Clemente distribuiu aos pobres na fome material, para mais tarde dar-lhes o pão Eucarístico que sacia a alma. Mas a germinação depende de quem regue, e de quem rogue: se a mãe terrena lhe mostra um novo Pai, a Mãe Celeste lhe oferece o Filho, na devoção ao Rosário que lhe faz tudo conseguir. Assim o pequeno João desabrocha na plenitude do seu nome (ao qual uniu Maria), clemente e evangelista, nome pessoal que, como Jesus (= Salvador) Cristo (= Ungido), significa a missão que lhe é própria. Missão escolhida de forma consciente e livre, gratuitamente (Hofbauer = gratuito). Altíssima é a beleza da perfeição dos desígnios de Deus, e contemplá-la nos eleva a Ele! A Beleza, que leva a Deus, coroa e mostra a aguda percepção das almas no apostolado de São Clemente, que cuidava com arte da Liturgia e das cerimônias, com respeito a e para a Glória de Deus, e para mais fácil e agradavelmente conduzir o povo ao que é sagrado: belo e necessário, também, é que o imitemos, hoje, por amor a Deus e ao próximo, e para o bem de nossas almas.

Oração:

Senhor, concedei-nos, por intercessão de São Clemente Maria Hofbauer, a total confiança em Vós, de modo a, como ele, diariamente iniciarmos o trabalho de purificação das nossas almas com o pouco que temos, e perseverando no empenho e na Fé, alcançarmos o grande objetivo da Salvação, como instrumentos da Vossa caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 14 de março de 2024

Papa: Deus nos fez administradores, não senhores do planeta

Francisco recebe em audiência os participantes da conferência sobre os Povos Indígenas (Vatican Media)

Na manhã desta quinta-feira (14), o Papa recebeu em audiência os participantes do workshop promovido pelas Pontifícias Academias de Ciências e Ciências Sociais, que tem como tema: "Conhecimento dos povos indígenas e as ciências". "A Igreja está com vocês, aliada aos povos indígenas e seus conhecimentos, e aliada à ciência para fazer com que a fraternidade e a amizade social cresçam no mundo", enfatiza Francisco em seu discurso.

Vatican News

As mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, as ameaças à segurança alimentar e à saúde e outros desafios ainda representam os problemas críticos mais urgentes da atualidade e, para enfrentá-los, é necessário levar em conta o conhecimento dos povos indígenas e das ciências. Foi o que observou Francisco ao receber em audiência os participantes da conferência que tem como objetivo, como explica o Papa, "reconhecer o grande valor da sabedoria dos povos nativos e favorecer o desenvolvimento humano integral e sustentável", e também para "enviar uma mensagem aos governos e às organizações internacionais em favor da justiça e da fraternidade".

O workshop, promovido pelas Pontifícias Academias de Ciências e Ciências Sociais, traz como tema: "Conhecimento dos povos indígenas e as ciências: Combinando conhecimento e ciência sobre vulnerabilidades e soluções para a resiliência", realizado no Vaticano, nos dias 14 e 15 de março.  Entre os participantes estão presentes diversos representantes do Brasil, entre eles, a ministra do governo brasileiro para os Povos Indígenas, Sônia Guajajara.

Crescer na escuta recíproca

Francisco, ao receber os participantes, deu-lhes as boas-vindas e afirmou que, devido a um resfriado, o padre rosminiano Pierluigi Giroli é quem deveria ler seu discurso. No início do texto, o Santo Padre manifesta seu apreço pela iniciativa e lembra que, graças aos esforços da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), nasceu uma plataforma que reúne cientistas, acadêmicos e especialistas indígenas e não indígenas, para estabelecer um diálogo que visa garantir a salvaguarda dos sistemas alimentares dos povos originários.

"Gostaria de destacar que esse workshop representa uma oportunidade para crescermos em escuta recíproca: escutar os povos indígenas, para aprender com sua sabedoria e seus estilos de vida, e ao mesmo tempo escutar os cientistas, para beneficiar-se de suas pesquisas."

Proteger a diversidade de tradições e culturas

O Papa observa que a conferência tem o objetivo de convocar governos e grandes organizações para reconhecer e respeitar "a diversidade dentro da grande família humana". A perda de tradições, culturas e espiritualidade, enfatiza, representaria de fato um empobrecimento para todos:

"Os projetos de pesquisa científica e, consequentemente, investimentos, devem ser direcionados decisivamente para a promoção da fraternidade humana, justiça e paz, para que os recursos possam ser coordenados e alocados para responder aos desafios urgentes enfrentados pela Terra, nosso lar comum, e pela família dos povos."

O diálogo ajuda a superar os conflitos

O texto do Pontífice sublinha a necessidade de uma conversão e uma visão alternativa àquela que atualmente conduz nosso mundo a conflitos crescentes. "O diálogo aberto entre o conhecimento indígena e as ciências, entre comunidades de sabedoria ancestral e as das ciências, pode ajudar a enfrentar de maneira nova, mais integral e mais eficaz questões cruciais como água, mudanças climáticas, fome e biodiversidade", enfatiza Francisco. Para o Papa, essas questões estão todas interconectadas:

"No diálogo entre o conhecimento indígena e a ciência, devemos ter claramente em mente que todo esse patrimônio de conhecimento deve ser empregado como meio de superar conflitos de maneira não violenta e combater a pobreza e as novas formas de escravidão. Deus, o Criador e Pai de todos os povos e de tudo o que existe, nos chama hoje a viver e testemunhar nosso chamado humano à fraternidade universal, liberdade, justiça, diálogo, encontro recíproco, amor e paz, e evitar alimentar o ódio, ressentimento, divisão, violência e guerra."

“Deus nos fez guardiões e não senhores do planeta: somos todos chamados a uma conversão ecológica, comprometidos em salvar nossa casa comum e viver uma solidariedade intergeracional para salvaguardar a vida das gerações futuras, em vez de dissipar recursos e aumentar a desigualdade, a exploração e a destruição.”

A Igreja aliada aos povos indígenas e à ciência

As palavras finais do Papa para os participantes da conferência são de encorajamento para continuar o compromisso e o acompanhamento. Assegurando-lhes suas orações e bênçãos, Francisco afirma:

"A Igreja está com vocês, aliada aos povos indígenas e seus conhecimentos, e aliada à ciência para fazer com que a fraternidade e a amizade social cresçam no mundo".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF