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quinta-feira, 4 de abril de 2024

O Criador e as hipóteses da Ciência

O Universo (Reprodução: Internet)

O livro de dois autores franceses que pretende oferecer um panorama das "provas científicas" da existência de Deus é um best-seller. Há seis meses, com um propósito diferente, o diretor do Departamento de Física Teórica da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) publicou um ensaio sobre “Antes do Big Bang”.

ANDREA TORNIELLI

O primeiro fato indubitável é o interesse que desperta a pergunta sobre a origem do universo e a hipótese do Deus criador. Isto é atestado pelas vendas do volume de Michel-Yves Bolloré e Olivier Bonnassies (Deus, ciência, as provas, Edições Sonda, 610 páginas, 24,90 euros) que, depois de ter sido lançado, na França, em 2021, tornando-se um best-seller, está agora subindo na classificação também na Itália, onde acabou de ser impresso. Os dois autores pretendem apresentar as provas científicas da existência de Deus e de um desenho inteligente na origem do universo, alinhando uma série de descobertas recentes. São teorias, corroboradas por cálculos e observações, que abalam muitas supostas certezas daqueles que em nome da ciência pretenderam desmentir a existência do Criador. Pode-se discutir a opção de misturar, num mesmo volume com declarada intenção apologética, o tema da origem do universo e das aparições de Fátima (tema ao qual são dedicadas 44 páginas), bem como outras reflexões sobre a historicidade de Jesus e seus milagres. Mas a questão colocada – o mistério na origem do universo e da vida – é fascinante.

De fato, muitas páginas do livro ajudam a entender a sabedoria das palavras contidas na Constituição Dogmática Dei Filius do Concílio Vaticano I: "Não pode haver desacordo real entre fé e razão". Esse concílio, àqueles que alegavam incompatibilidade entre as verdades da fé e o conhecimento racional confiado à razão natural, respondia afirmando, em palavras ainda relevantes hoje, que há duas ordens diferentes de conhecimento, distintas em princípio e objeto, que não entram em conflito uma com a outra. Mas ele também explicava que há uma inteligência mais ampla, aquela que liga todas as coisas criadas ao seu Criador, capaz de abranger o que a inteligência humana, com seus meios, pode saber sobre a realidade empírica. Essa é a ideia de razão da qual Bento XVI falou em seu memorável discurso no Bundestag em setembro de 2011: depois de afirmar que "a visão positivista do mundo é, em sua totalidade, uma parte grandiosa do conhecimento humano e da capacidade humana, à qual absolutamente não devemos renunciar", o Papa Ratzinger descreveu os riscos de uma certa razão positivista, "que se apresenta de maneira exclusivista e é incapaz de perceber qualquer coisa além do que é funcional". Ele a comparou a "edifícios de concreto armado sem janelas, nos quais nos damos clima e luz por nós mesmos e não queremos mais receber ambos do vasto mundo de Deus". No entanto, as palavras do Vaticano I e as de Bento também são úteis para nos mantermos atentos contra uma tentação especular e oposta, a de forçar a questão de Deus para a esfera restrita da razão científica, que acaba assim por ser implicitamente reconhecida como a única fonte crível de conhecimento. O ensaio dos dois autores franceses não está isento deste risco.

Que não há conflito entre ciência e fé também é atestado pela longa linhagem de cientistas crentes, autores de grandes descobertas. Basta aqui mencionar apenas dois nomes: o de um contemporâneo de Darwin, o frade agostiniano morávio Gregor Mendel, hoje considerado o pai da genética; ou a do padre Georges Edouard Lemaître, definido como o pai da cosmologia moderna, que em 1927 foi o primeiro a notar a expansão do universo, descoberta que está na origem da Teoria do Big Bang.

No livro de Bolloré e Bonnassies, dois argumentos cosmológicos são amplamente descritos em apoio à existência de Deus: em primeiro lugar, a evidência, confirmada por várias provas científicas, de que o universo está em expansão e que teve início por volta de 13,8 bilhões de anos atrás. Se não foi possível observar o momento inicial, foi encontrado um vestígio de uma fase posterior, quando o universo tinha 0,003% da sua idade atual. Esta evidência faz com que os autores digam que, visto que a ciência demonstrou o início dos tempos, isto postula a existência de um Criador. Até algumas décadas atrás, os astrofísicos tinham muito mais certezas do que hoje. Agora, os cientistas nos dizem que conhecemos apenas 5% do nosso universo. Apenas esta quantidade de 5 por cento é composta de matéria “comum” e visível (galáxias, estrelas, planetas, luas, gás...). O “resto” desconhecido de 95% consiste em 27% de matéria escura e 68% de energia escura. O que realmente são esta matéria escura e essa energia escura, como estão interligadas na estrutura geral do cosmos, ainda deve ser descoberto. É claro que a ignorância consciente sobre o tema representa mais uma razão para evitar ancorar uma questão séria como a existência de Deus num modelo cosmológico que ainda é incompleto do ponto de vista científico. Seria melhor reconhecer que «a ciência não pode demonstrar a existência de Deus simplesmente porque Deus não é o “tipo de coisa” que a ciência é capaz de investigar com os seus métodos. Naturalmente, o oposto também se aplica: aquelas posições que afirmam usar a ciência para excluir a fé em Deus estão completamente fora de lugar”, observou o astrofísico Marco Bersanelli ao escrever sobre o livro de Bolloré e Bonnassies no jornal Il Foglio.

O segundo argumento proposto no ensaio recentemente publicado diz respeito a outra evidência científica, ou seja, o fato de as leis reguladoras do nosso universo estarem predispostas a produzir as condições para o aparecimento da vida. A vida na Terra é, na verdade, possível graças a uma série de circunstâncias precisas (por exemplo, a inclinação do eixo estável da Terra graças à Lua em 23,5 graus, a distância certa entre a Terra e o Sol, a existência da molécula de água tão atípica que parece ter sido criada precisamente para que haja a vida: se de fato a água se comportasse como outras substâncias, seria mais densa à medida que esfria, o gelo afundaria em vez de flutuar e os mares congelariam, etc.). O universo, em suma, foi feito para nos permitir existir. A harmonia com a existência da vida é tão precisa que se todo o universo não fosse exatamente como é, não existiríamos hoje.

Existem, portanto, constantes físicas fundamentais cujo valor permite a existência do universo tal como o vemos e da vida tal como ela é. Essas constantes não são muitas e não há atualmente nenhuma razão conhecida para que sejam assim. Se houvesse mais matéria do que existe agora, o Universo entraria em colapso: já o teria feito, não teria atingido a marca dos mais de 13 bilhões de anos. Se houvesse um pouco menos de matéria, o universo teria se expandido mais rapidamente e não existiriam estrelas, fundamentais para a vida. Se a matéria não se agregar para formar estrelas, a vida não existe.

Diante dessas evidências, há quem fale do acaso como um elemento que está na origem do nosso universo, levantando a hipótese da presença de universos infinitos - a teoria do multiverso - que teriam casualmente se desenvolvido de uma forma completamente diferente da nossa e que para nós eles são desconhecidos. Uma afirmação um tanto “metafísica” (do ponto de vista científico, no sentido de além da física, a Ciência no sentido galileu do termo): esses infinitos outros universos podem de fato ser levantados como hipóteses para justificar a existência casual do nosso, mas não são observáveis​​e, portanto, não podem ser experimentados. Como podemos ver, a hipótese - para quem tem o dom da fé não é hipótese, mas certeza - de que Alguém pensou e está na origem dos céus e da terra, de que Alguém pensou em nós, nos quis e nos desenvolveu como somos, que nos amou e continua nos amando, dando-nos vida a cada momento, não pode ser demonstrada “cientificamente”, mas não é menos plausível do que outras hipóteses igualmente metafísicas.

A superação de barreiras é, portanto, positiva, assim como o desaparecimento de antigos axiomas segundo os quais a ciência, em particular aquela que trata da origem do universo, seria capaz de demonstrar que Deus não existe. Porém, ao mesmo tempo, a tentativa de comprovar cientificamente a sua existência também deve ser evitada.

A este respeito, é interessante ler Antes do Big Bang (Rizzoli editore, pp. 249, 19 euros), o livro do diretor do Departamento de Física Teórica da Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN), Gian Francesco Giudice, publicado em setembro passado. Este também é um ensaio cuja origem se deve à pergunta de uma menina que viajava de trem sentada em frente ao cientista com a intenção de ler um artigo sobre cosmologia quântica. A menina perguntou o que ele estava lendo e ao ouvir a resposta: “É a história do universo”, ela lhe disse: “Se conta toda a história do universo, fala também de mim?”. Uma pergunta que surpreendeu Giudice, deixando-o momentaneamente sem palavras, que a seguir respondeu incerto: «Não, penso que não. Mas ainda não li tudo".

Também neste livro falamos sobre o Big Bang; da expansão do universo comprovada pela descoberta casual de dois radioastrônomos da companhia telefônica Bell que em 1965 detectaram a energia cósmica de fundo, considerada prova irrefutável de que o universo não está apenas se expandindo hoje, mas que no passado atingiu níveis muito elevados temperaturas; da uniformidade quase perfeita do universo mesmo em lugares do espaço que nunca conseguiram se comunicar entre si; do estado de um universo incompreensivelmente ordenado após o Big Bang. Até chegar à teoria do “multiverso” segundo a qual toda história cósmica possível acontece em algum universo paralelo e se repete em infinitos outros universos paralelos. O cientista do CERN comenta esta última teoria: «É inegável que hoje a verificabilidade do multiverso parece extremamente árdua...». Giudice, que também critica o excesso de entusiasmo demonstrado pelos que creem diante da descoberta do Big Bang, também destrói o uso mais recente da mesma descoberta para justificar o ateísmo por aqueles que afirmam que a criação cósmica ocorre a partir do Nada.

Eis que o espetáculo do nascimento do universo e o estupor com que o cientista o relata falam mais aos que creem do que as tentativas de provar Deus com equações e experimentos de laboratório. É o mesmo estupor presente no comunicado da Specola Vaticana, que há algumas semanas relatou a descoberta do padre Gabriele Gionti e do padre Matteo Galaverni, o desenvolvimento de um novo método matemático útil para entender os primeiros instantes do universo, mostrando como há uma conexão entre as teorias alternativas da gravidade e uma teoria particular da gravidade chamada "anti-Newtoniana" ou "antigravidade".

Aceitamos, portanto, livros que nos permitam penetrar um pouco mais nos mistérios da formação do universo. Mas muita cautela para evitar confiar na ciência e nos seus métodos para “provar” a existência do Criador. Recordemos sempre as declarações de João Paulo II, que durante uma Audiência Geral em julho de 1985 disse: «Quando falamos de provas da existência de Deus, devemos sublinhar que não se trata de provas científico-experimentais. As provas científicas, no sentido moderno da palavra, são válidas apenas para as coisas perceptíveis aos sentidos, pois só sobre estas podem ser exercidos os instrumentos de investigação e verificação, que a ciência utiliza. Querer prova científica de Deus significaria rebaixar Deus à categoria de seres do nosso mundo e, portanto, já estar metodologicamente errado sobre o que Deus é. A ciência deve reconhecer os seus limites e a sua impotência para alcançar a existência de Deus: ela não pode afirmar nem negar esta existência. No entanto, não se deve tirar disso a conclusão de que os cientistas são incapazes de encontrar, nos seus estudos científicos, razões válidas para admitir a existência de Deus. Se a ciência, como tal, não pode chegar a Deus, o cientista, que possui inteligência cujo objeto não é limitando às coisas sensíveis, pode descobrir no mundo as razões para afirmar um ser que o supera. Muitos cientistas fizeram e estão fazendo esta descoberta”.

Palavras que ecoam as do pioneiro do Big Bang, padre Lemaître, que, no final de uma conferência pública, quando questionado se o átomo primitivo deveria ser identificado com Deus, respondeu sorrindo: «Tenho muito respeito por Deus para fazer disso uma hipótese científica”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A aparição de Jesus ressuscitado à santa Maria Madalena em São Cirilo de Alexandria

Jesus ressuscitado (Vatican News)

A APARIÇÃO DE JESUS RESSUSCITADO À SANTA MARIA MADALENA EM SÃO CIRILO DE ALEXANDRIA

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

No evangelho da Páscoa, a liturgia leu o evangelista São João tendo presentes Maria Madalena, depois Pedro e o discípulo amado, João (cf. Jo 20,1-9). O Evangelista São João colocou dados importantes no seu relato que no primeiro dia da semana, que para os cristãos, católicos e católicas, é o domingo, enquanto ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e percebeu que a pedra fora removida. Ela foi ao encontro de Simão Pedro e o outro discípulo que o Senhor amava dizer-lhes que tiraram o Senhor do túmulo e não sabiam onde o colocaram. Juntamente com Maria Madalena, Pedro e João foram até ao túmulo e somente o discípulo amado viu e acreditou, porque eles não tinham ainda compreendido a Escritura que o Senhor ressuscitaria dos mortos (cf. Jo 20,1-10). São Cirilo de Alexandria, bispo no século V, elaborou uma doutrina a respeito de Santa Maria Madalena, percebendo-a como uma personagem que seguiu a Jesus e também pela ressurreição do Mestre foi lhe dada a graça da aparição de Cristo Ressuscitado e pela Igreja o título de Apóstola dos Apóstolos.   

Mulher diligente e sabedora das coisas. 

O bispo Cirilo afirmou que Maria Madalena foi uma mulher diligente, sabedora das coisas do Senhor, de modo que ela não ficou em casa e nem abandonou o sepulcro1 ainda que os dois apóstolos tivessem voltado para casa. Sabendo que o sábado tinha se esgotado e já na aurora do outro dia, andou de pressa ao sepulcro e vendo que a pedra estava removida, pensou que o corpo de Jesus fora levado embora. A mulher percebeu desta forma as coisas de modo que ela voltou para as pessoas que amavam o Senhor, para fazer com que os dois discípulos a ajudassem na sua procura2. Mas como ela alimentava uma fé muito forte e constante não se deixou tomar por sentimentos de desconfiança para com o Senhor Jesus pelo escândalo da cruz, mas o chamou como ela o conhecia de Senhor ainda que estivesse morto, tanto era o afeto que ela tinha para com o Senhor3.  

A Escritura tinha dito a respeito da ressurreição.  

Ela foi contar aos dois discípulos as coisas vistas por ela. Os dois chegaram ao túmulo, mas não pensavam que Cristo ressuscitou dos mortos. A ressurreição ocorreu no primeiro dia da semana. Por isso foi que o evangelista João disse que Maria Madalena foi ainda de madrugada junto ao sepulcro. Já o evangelista Mateus colocou a ressurreição na noite profunda do primeiro dia da semana(cf. Mt 28,1-2). Mas para São Cirilo, noite profunda e o primeiro dia da semana são as mesmas coisas, conforme a Escritura, para significar a ressurreição do Senhor no domingo4.  

Fora do túmulo, Maria chorava.  

Enquanto os discípulos voltaram para casa, Maria Madalena permaneceu junto ao sepulcro, chorando pelo lado de fora, São Cirilo disse que se os discípulos se esconderam para não serem vistos pelas autoridades judaicas, devido ao Salvador, Maria Madalena que amava Cristo Jesus não tinha nenhum receio ou medo, nem pensava na violência dos judeus, estava corajosamente junto ao sepulcro, derramando lágrimas e não somente porque o Senhor morreu, mas porque suspeitava que fosse levado o corpo de Jesus embora do sepulcro5. Maria Madalena chorou pela sua relação forte com Deus e voltou o seu pensamento sincero ao Senhor, o Salvador e através primeiramente dos anjos, o conhecimento do seu mistério6. 

Os anjos disseram a Maria Madalena de parar de chorar (cf. Jo 20,14). O fato era que a morte fora destruída e também a corrupção do seu corpo, de modo que Cristo, Nosso Senhor ressuscitou dos mortos renovou toda a criação, dando a vida a incorruptibilidade pelo dom da vida eterna. Ela na verdade deveria alegrar-se pelas coisas boas que o Senhor fez pela sua morte e ressurreição. O fato de que os anjos estavam lá o corpo do Senhor não poderia ter sido levado embora com violência porque eles protegeram o corpo do Senhor7. 

A aparição do Ressuscitado dada à Maria Madalena. 

São Cirilo levantou uma pergunta o fato de que os anjos não se manifestaram aos discípulos mas sim à mulher e falaram com ela. O bispo disse que o Cristo Salvador se faz conhecer às almas de quem o amavam, a plenitude do seu mistério e as almas nas quais dar-se-iam a fé8. Maria Madalena respondeu a estas expectativas, pelo seu amor grande ao Senhor. Ela olhou para trás e viu Jesus que estava lá, mas Maria não sabia que era Jesus(cf. cf. Jo 20,14). Como ela não deixava de chamar Cristo, Senhor demonstrando todo o seu afeto pelo Senhor, porque ela acreditava em Jesus, ela gozou da visão das coisas desejadas, a ressurreição de Jesus. Viu Jesus, no entanto ainda não entendeu que lá Ele estava presente (cf. Jo 20,15).  

A aparição vizinha a ela. 

Maria Madalena viu Jesus vizinho a ela e não reconheceu que era Ele, não discernindo o aspecto do corpo e a fisionomia da face, ainda que o Senhor tivesse lhe dito: Mulher, porque choras? (cf. Jo 20,15) Aquelas palavras eram dóceis mas ainda desconhecidas para ela. O fato era que Maria chorava pelo Senhor que sofreu, estava morto e além disso ela suspeitava que as autoridades tinham levado embora o corpo de Jesus. Mas agora o Senhor ressuscitado estava lá, apareceu para ela, transformando o choro em alegria9. Para o Bispo de Alexandria, Jesus Ressuscitado enxugou as lágrimas de Maria Madalena e também de todas as mulheres, levando-as do pecado original à graça da vida. Maria tornou-se a sua primícia10.  

Maria: Mestre.  

O Senhor a chamou pelo nome. Maria Madalena entendeu logo aquela nova presença e o honrou no modo habitual chamando-o de Rabbuni, isto é Mestre e tomada de uma imensa alegria, correu junto dele para tocar o seu santo corpo e para ser bendita pelo Senhor (cf. Jo 20, 16)11.  

O Senhor ainda não subiu ao céu  

O Senhor pediu a ela de não abraçar os seus pés porque Ele ainda não tinha subido ao seu Pai (cf. Jo 20,17), Se na encarnação em diversas ocasiões Jesus tocava nas pessoas e as pessoas também tocavam nele, para receberem as curas, agora Ele pediu a Madalena de não tocá-lo. Segundo São Cirilo a explicação dada era porque Ele não tinha ainda voltado para o Pai e também não tinha sido enviado o Espírito Santo por meio dele, do Senhor Jesus ressuscitados dos mortos, sobre as pessoas de modo que era somente em Pentecostes o grande acontecimento da descida do Espírito Santo12, de modo que Ele disse que ainda não tinha voltado ao Pai para assim enviar o Espírito Santo,  

A missão do Ressuscitado a Maria Madalena. 

O Senhor Ressuscitado deu a Maria Madalena, pela sua forte fé e pelo seu amor um duplo prêmio, porque ela viu o Senhor ressuscitado uma vez que ela estava chorando por Cristo, mas o Senhor transformou a tristeza em alegria. São Cirilo percebeu a nova situação que o Senhor deu àquela mulher superando a antiga condição de pecado na qual o ser humano ouviu a voz da serpente de modo a desobedecer a Deus pela comida do fruto proibido. Agora, novamente num jardim, o Senhor libertou daquela maldição na qual a mulher chorava, desejando que ela, Maria Madalena fosse anunciadora de grandes bens e lhes deu ordens de anunciar a sua volta aos céus, de modo que pela obediência às palavras do Salvador e anunciando aquilo que conduz à vida eterna libertasse do pecado todo o gênero humano13. 

Os pés de Maria Madalena. 

Ela era desejosa por abraçar os pés do Senhor Ressuscitado, no entanto, ela se tornou uma mensageira, através de seus pés e mente de uma boa noticia (cf. Is 52,7).  Ela foi digna, pelos seus pés especiosos da pregação do Profeta, para anunciar aos outros discípulos, a ressurreição de Jesus14. Maria Madalena não era mais expectadora da ressurreição de Jesus, mas sua anunciadora, de uma forma diferente dos judeus que não acreditavam na ressurreição de Jesus15.  

Para São Cirilo, deu o evangelista João uma menção importante a Maria Madalena porque esta mulher amava de uma forma ardente a Jesus e ela foi por primeiro ao sepulcro, buscando por todos os lugares o corpo de Jesus, pensando que algumas pessoas tinham levado o seu corpo embora16.  

A missão do Ressuscitado dada a Maria Madalena para apóstolos. 

O Salvador deu honra e glória eterna a Maria Madalena, confiando-lhe a missão de anunciar aos irmãos, os apóstolos: “Subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (Jo 20, 17). Para São Cirilo esta afirmação do Senhor buscava referências para dizer para Maria Madalena que o Unigênito Verbo de Deus fez-se semelhante a todo o gênero humano, para que este fosse semelhante a ele, na renovação da graça do Senhor17. 

A missão de Maria foi de proclamar a todas as pessoas que são irmãos e irmãs em Jesus, por graça de Deus, e o Pai de todos, seja de Jesus e todos: “Meu Pai e vosso Pai, mas também que Deus é o seu Pai e Deus nosso (cf. Jo 20,17). O Deus do Universo é Pai de Jesus Cristo e é também o Pai de toda a humanidade. Jesus chama Deus Pai seu Pai pela sua natureza divina e nós, suas criaturas, somos semelhantes a Ele, pela sua generosidade e a sua bondade18. Maria Madalena foi anunciar aos discípulos que ela viu o Senhor e contou o que Jesus lhe tinha dito (Jo 20,18). Maria anunciou aos seus irmãos, os apóstolos que Jesus ressuscitou dos mortos, estando fora das relações da morte e levou aos discípulos as palavras da vida e a primícia do evangelho divino19.  

Santa Maria Madalena foi discípula do Senhor Jesus e ela manifestou grande amor a Ele de modo que teve uma graça muito grande, uma manifestação do Ressuscitado para ela. Ela levou o título de apóstola dos apóstolos, por ser uma das primeiras mulheres mensageiras do Ressuscitado, levando aos outros as palavras de vida eterna que vinham de Jesus às outras pessoas e aos apóstolos.

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[1] Cfr. Cirillo di Alessandria. Commento al Vangelo di Giovanni/3. (Libri IX-XII)). Traduzione e Indici di Luigi Leone. Roma: Città nuova editrice, 1994.

[2] Cfr. Idem, pgs. 464-465.

[3] Cfr. Ibidem, pg. 465.

[4] Cfr. Ibidem, pg. 465.

[5] Cfr. Ibidem, pgs. 466-467.

[6] Cfr. Ibidem, pg. 467.

[7] Cfr. Ibidem, pg. 468

[8] Cfr. Ibidem, pg. 468.

[9] Cfr. Ibidem, pg. 470.

[10] Cfr. Ibidem, pg. 470.

[11] Cfr. Ibidem, pg. 471.

[12] Cfr. Ibidem, pgs. 473-474.

[13] Cfr. Ibidem, pgs. 474-475.

[14] Cfr. Ibidem, pg. 475.

[15] Cfr. Ibidem, pgs. 475-476.

[16] Cfr. Ibidem, pg. 476.

[17] Cfr. Ibidem, pg. 476.

[18] Cfr. Ibidem, pg. 477. .

[19] Cfr. Ibidem, pg. 478.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Francisco: sem justiça não há paz

O Papa Francisco durante a Audiência Geral (Vatican Media)

"A justiça" foi o centro da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral. É a segunda das virtudes cardeais. "A virtude social por excelência. A virtude do direito, que busca regular as relações entre as pessoas com equidade".

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco prosseguiu com o ciclo de catequeses sobre vícios e virtudes na Audiência Geral, desta quarta-feira (03/04), realizada na Praça São Pedro.

O tema deste encontro semanal do Pontífice com os fiéis foi "A justiça", a segunda das virtudes cardeais, "a virtude social por excelência", "a virtude do direito, que busca regular as relações entre as pessoas com equidade".

A justiça é fundamental para a convivência pacífica

A justiça "é representada alegoricamente pela balança, pois visa “igualar as contas” entre os homens, principalmente quando correm o risco de serem distorcidos por algum desequilíbrio. O seu objetivo é que numa sociedade todos sejam tratados de acordo com a sua dignidade. Os antigos mestres já ensinavam que para isso são necessárias outras atitudes virtuosas também, como a benevolência, o respeito, a gratidão, a afabilidade, a honestidade: virtudes que contribuem para a boa convivência entre as pessoas".

O Papa Francisco durante a Audiência Geral (Vatican Media)

“Todos entendemos como a justiça é fundamental para a convivência pacífica na sociedade: um mundo sem leis que respeitem os direitos seria um mundo em que é impossível viver, seria semelhante a uma selva. Sem justiça não há paz. De fato, se a justiça não for respeitada, geram-se conflitos. Sem justiça, a lei do abuso dos fortes sobre os fracos é estabelecida. E isso não é justo.”

Segundo o Papa, "a justiça é uma virtude que atua tanto no grande quanto no pequeno: não diz respeito apenas às salas dos tribunais, mas também à ética que distingue a nossa vida quotidiana. Estabelece relações sinceras com os outros: realiza o preceito do Evangelho, segundo o qual o discurso cristão deve ser: «“Sim, sim”, “Não, não”; o que for além disto vem do Maligno»".

O Papa Francisco durante a Audiência Geral na Praça São Pedro (Vatican Media)

O homem justo é íntegro, não usa máscaras

“As meias verdades, os discursos sutis que querem enganar o próximo, as reticências que escondem as reais intenções, estas não são atitudes condizentes com a justiça. O homem justo é íntegro, simples e franco, não usa máscaras, apresenta-se como é, fala a verdade.”

A palavra “obrigado” aparece frequentemente nos seus lábios: ele sabe que, por mais que tentemos ser generosos, continuamos em dívida com o próximo. Se amamos é porque fomos amados primeiro também.

Francisco disse ainda que "a virtude da justiça deixa claro – e coloca no coração a exigência – de que não pode haver um verdadeiro bem para mim se não houver também o bem de todos. O homem justo zela pelo seu comportamento para que não prejudique os outros: se comete um erro, pede desculpas. Em algumas situações, ele até sacrifica um bem pessoal para disponibilizá-lo à comunidade".

O Papa Francisco deixando a Praça São Pedro no final da Audiência Geral (Vatican Media)

Ser homens e mulheres justos

Segundo o Papa, o homem justo "deseja uma sociedade ordenada, na qual as pessoas têm mais valor do que os cargos, e não o contrário. Ele abomina as recomendações e não troca favores. Adora a responsabilidade e é exemplar em viver e promover a legalidade. O justo evita comportamentos prejudiciais como a calúnia, o falso testemunho, a fraude, a usura, a zombaria e a desonestidade. Ele mantém a sua palavra, devolve o que pediu emprestado, paga aos trabalhadores os salários justos, um homem que não paga aos trabalhadores os salários justos não é justo: é injusto".

“Nenhum de nós sabe se no nosso mundo os homens justos são numerosos ou tão raros quanto pérolas preciosas. Certamente, são homens que atraem graças e bênçãos tanto para si quanto para o mundo em que vivem.”

De acordo com Francisco, "os justos não são moralistas que assumem o papel do censor, mas pessoas íntegras que “têm fome e sede de justiça”, sonhadores que guardam no coração o desejo de uma fraternidade universal". "Todos nós temos muita necessidade desse sonho, principalmente hoje. Precisamos ser homens e mulheres justos, e isso nos fará felizes", concluiu o Papa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

NAZARENO: O milagre e a realidade dos fatos (a cura do cego de nascença) - (36)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 36 - O milagre e a realidade dos fatos (a cura do cego de nascença)

A Festa dos Tabernáculos havia terminado, mas Jesus permaneceu em Jerusalém por mais alguns dias. Certa manhã, ele encontrou um jovem cego que estava andando às apalpadelas, encostado na parede. Seu nome é Issacar e ele vive da mendicância. Ele é cego de nascença, nasceu sem pupilas. Jesus cospe no chão, faz lama com sua saliva, passa a lama nos olhos do cego e lhe diz: "Vá se lavar na piscina de Siloé". Issacar, com o rosto sujo, chega lá rapidamente, graças à ajuda de um menino. Ele se lava e volta a ver. A notícia corre de boca em boca. O jovem é levado aos fariseus. É um sábado. Issacar também explica a eles o que aconteceu. Então alguns dos fariseus disseram: "Este homem não é de Deus, porque não guarda o sábado". Outros dizem: "Como pode um pecador realizar tais sinais?". Em vez de se renderem à evidência dos fatos, alguns dos fariseus especulam sobre uma armadilha.

Issacar toma a palavra: “Isso é espantoso: vós não sabeis de onde ele é e, no entanto, abriu-me os olhos! Sabemos que Deus não ouve os pecadores; mas, se alguém é religiosos e faz a sua vontade, a este ele escuta. Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos de um cego de nascença. Se esse homem não viesse de Deus, nada poderia fazer”. A reação é furiosa: “Tu nasceste todo no pecado e nos ensinas? E o expulsaram.

Jesus ficou sabendo o que havia acontecido. No dia seguinte, passou pela mesma rua e encontrou o jovem curado conversando com seus amigos: todos ainda estavam cheios de espanto. O Mestre pergunta a Issacar: “Crês no Filho do Homem?”. Respondeu ele: “Quem é, Senhor, para que eu nele creia?”. Jesus lhe disse: “Tu o estás vendo, é quem fala contigo”. Exclamou ele: “Creio, Senhor!”. E prostrou-se diante dele. Jesus o faz se levantar. O Nazareno levanta sua voz para que todos ouçam: “Para um discernimento é que vim a este mundo: para os que não veem, vejam, e os que veem, tornem-se cegos”. Jesus veio para aqueles que não veem, para aqueles que não se sentem bem, para os pecadores. Não para aqueles que julgam os outros.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/03/30/16/137855691_F137855691.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Isidoro de Sevilha

Santo Isidoro de Sevilha (A12)
04 de abril
Santo Isidoro de Sevilha

Isidoro nasceu em Sevilha, Espanha, no ano de 560, seus pais sendo católicos de origem nobre entre os godos de Cartagena. Quarto e último dos irmãos, todos santos (Santos Leandro e Fulgêncio e Santa Florentina); Leandro, arcebispo de Sevilha, cuidou dele após a morte prematura dos pais.

Nesta época a Espanha sofria ainda com as consequências das invasões ao final do antigo Império Romano, e tais hordas conquistadoras, crendo que Roma havia caído militarmente por causa da cultura, esforçavam-se para destruir os livros. São Leandro, responsável pela conversão do rei Recaredo, havia construído dois mosteiros, um masculino, onde foi abade, e outro feminino, onde Santa Florentina foi abadessa.

Nos mosteiros, além da formação na Fé, preservava-se da extinção a cultura greco-romana, e no mosteiro Isidoro aprendeu igualmente aritmética, gramática, geometria, música, retórica, dialética, astronomia, Latim, Grego, Hebraico. Contudo, inicialmente tinha imensas dificuldades para aprender; mas certo dia, evitando o colégio, sentou-se próximo a um poço de dura pedra, onde notou ranhuras profundas na borda, e descobriu que haviam sido feitas pelas cordas que, diariamente e por muito tempo, faziam subir os recipientes com água. Entendeu assim o valor da perseverança, e voltando às aulas, aplicou-se nos estudos, vindo a se tornar o maior Doutor da Igreja na Espanha: dizia-se dele ter a penetração de Platão, o conhecimento enciclopédico de Aristóteles, a erudição de Orígenes, a doutrina de Santo Agostinho, e a eloquência de Cícero.

Escreveu muito, fazendo principalmente um imenso trabalho de compilação e ordenação, sendo sua obra mais conhecida (e considerada a primeira enciclopédia da História) os 20 volumes das “Etimologias”, incluindo todos os ramos da ciência e conhecimento do seu tempo: I. Gramática; II. Retórica e Dialética; III. Matemática, Música e Astronomia; IV. Medicina; V. Direito e Cronologia; VI. Bíblia e outros livros; VII. Teologia; VIII. A Igreja e as seitas; IX. Línguas e Povos; X. Lexicologia; XI. Anatomia; XII. Zoologia; XIII. Geografia; XIV. Geografia; XV. Arquitetura e agrimensura; XVI. Mineralogia; XVII. Agricultura; XVIII. Guerra e torneios; XIX. Navios e casas; XX. Alimentos e ferramentas. Além de salvar desse modo a cultura antiga, escreveu também sobre Filosofia, História, controvérsias, exegese, comentários bíblicos, linguística, Direito Canônico; uma regra de vida monástica; Ofícios Divinos.

Isidoro, como o irmão Leandro, entrou para a vida monástica, e foi ordenado sacerdote em 589. Quando são Leandro deixou a abadia, proclamado Arcebispo de Sevilha e logo depois conselheiro do rei Recaredo, o jovem mas maduro Isidoro ficou no seu lugar. E grande foi o seu trabalho, pois a disciplina monacal estava abalada pelas falsas vocações (muitos tomavam os votos só pelo prestígio de religiosos), e por muitos que desleixavam a necessária convivência comunitária. Escreveu então a Regula Monachorum e, pelo exemplo de humildade, oração, trabalho, abnegação, iniciou a reforma de costumes para tornar o próprio mosteiro referência para a vida religiosa da Península Ibérica. Sua Regra, uma das primeiras que abolia castigos corporais, unia trabalho manual e intelectual, com incentivo à leitura e meditação, e cópias de obras clássicas para distribuição em outros mosteiros. Frisava que o estudo faz parte das obrigações do religioso. Instituiu normas de caridade entre os irmãos; prescreveu o hábito religioso pobre e modesto, mas não miserável, “para não produzir tristeza no coração, nem ser motivo de soberba”.

Como professor, destacou-se na célebre Escola de Sevilha que dirigia, onde se formaram São Bráulio (ao qual dedicou as “Etimologias”) e Santo Ildefonso, além de nobres, como os reis Sisenando e Sisebuto (ao qual dedicou o livro “De Natura Rerum”).

Ao falecer São Leandro, por volta de 600, Isidoro, com 43 anos, foi aclamado Arcebispo em seu lugar. Zelou então pela esmerada formação espiritual, intelectual e de comportamento do clero, fundando núcleos escolares nas casas religiosas, precursores dos seminários atuais. Igualmente ou mais, cuidou do esplendor da Liturgia, chegando a compor hinos para a música sacra que introduziu nos atos litúrgicos. Unificou as rubricas litúrgicas no reino e criou a Collectio Canonum Ecclesiæ Hispanæ, uma compilação completa de decretais e cânones conciliares, que regeu a Igreja espanhola até a reforma gregoriana. Suas pregações atraíam multidões de fiéis. Convocou e presidiu o II Concílio de Sevilha (619) e o IV Concílio de Toledo (633). Em nenhum momento Isidoro, apesar da sua gigantesca atividade, deixou em segundo plano a oração, as mortificações e penitências, e a caridade, de modo que em sua casa sempre compareciam pobres e necessitados. Continuou combatendo, como São Leandro, a heresia ariana.

Sisebuto, seu ex-aluno, foi coroado rei em 612 e muito ajudou Isidoro a consolidar os direitos da Igreja. Mas quando necessário, o santo não hesitava em chamar-lhe atenção, se se imiscuía nos assuntos eclesiásticos.

Seus esforços frutificaram, seu exemplo levou muitos à leitura e ao estudo, e à busca da santidade. Influenciou enormemente a cultura espanhola e europeia, como homem mais culto do século, ao longo de quase 40 anos de maravilhosa ortodoxia episcopal.

 Faleceu em sua cela a 4 de abril de 636, aos 76 anos. Declarado Doutor da Igreja, é, junto com São Leandro, o último dos Padres da Igreja (expoentes da Patrística) latinos. Santo Isidoro e seus irmãos ficaram conhecidos como os Quatro Santos de Cartágena. Foi considerado por São João Paulo II um dos padroeiros da internet, em razão da sua prolífica obra de divulgação.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A vida de Santo Isidoro se destaca não apenas pelo seu conhecimento enciclopédico, mas também pela sua sabedoria espiritual, muito mais importante, pela qual levou vida íntegra e caridosa. Por isso cuidou tão bem da educação e formação, especialmente do clero, através do qual deve ordinariamente chegar aos fiéis, pelo bom exemplo, a Fé, a Verdade, e suas manifestações práticas no amor ao próximo e na cultura dos povos. Assim destacou tanto o valor do esplendor litúrgico, belo mas sóbrio, tão maltratado na atualidade, como destacou a necessidade do estudo como obrigação para os que vão evangelizar, e igualmente deu atenção às vestimentas, nem escandalosas nem miseráveis e feias, que denigrem a natureza humana de imagem e semelhança de Deus nos modismos modernos. Sua regra monástica previa (como a de São Bento) o equilíbrio entre trabalho intelectual e manual, o que podemos traduzir no nosso dia a dia como oração e ação (o Ora et Labora beneditino); leituras religiosas seguidas de meditação, para concretizar praticamente o amor ao próximo em qualquer atividade. Mas talvez o maior legado que Santo Isidoro nos tenha deixado é a de entender que, pela perseverança no conhecimento – de Deus – somos capazes de marcar, na dura pedra das nossas almas, os canais pelos quais a santidade da nossa particular água batismal deve transbordar, do fundo poço de Vida Eterna que Cristo nos oferece pela Sua Paixão.

Oração:

Deus Uno e Trino, Pai e Filho unidos pelo Espírito Santo, que nos quereis participantes integrais desta Divina Família, concedei-nos pela intercessão de Santo Isidoro, irmão consanguíneo de santos, a graça de vivermos de acordo com os conhecimentos que nos dais, de modo a formarmos desde já a verdadeira fraternidade no Vosso Sangue presente no vinho consagrado. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Jubileu 2025: o aplicativo "Iubilaeum25" já está disponível inclusive em português

Os trabalhos para o Jubileu na Piazza Pia, em Roma (ANSA)

O Dicastério para a Evangelização anuncia o lançamento da ferramenta digital em seis idiomas para se manter atualizado com todas as notícias do Jubileu 2025 e para se inscrever nos eventos do Ano Santo.

Vatican News

Desde terça-feira, 31 de outubro, o aplicativo móvel oficial do Jubileu 2025, "Iubilaeum25", está disponível para download. O app, que irá facilitar o registro para os eventos jubilares, pode ser baixado da App Store para iOS e da Play Store para Android.

Através do aplicativo, disponível em seis idiomas, inclusive em português, será possível acessar todas as últimas notícias sobre o Jubileu, registrar-se como peregrino para o Ano Santo e obter um Cartão do Peregrino gratuito. Uma vez registrados no portal, todos também poderão se inscrever nos eventos do Jubileu e nas peregrinações à Porta Santa.

Ao navegar pelo menu intuitivo e simples, os usuários poderão salvar os eventos de seu interesse, acessar sua área personalizada com mais rapidez e ter o código QR exclusivo para entrar na Porta Santa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

NAZARENO: "Ninguém te condenou?" (a adúltera e os escritos na areia) - (35)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 35 - "Ninguém te condenou?" (a adúltera e os escritos na areia)

Em Jerusalém, Jesus vai pregar no Templo. Pouco depois, um tumulto interrompe suas palavras. Os gritos se aproximam cada vez mais, até que um grupo de escribas e fariseus entra no pátio e empurra uma mulher. Ela é jovem e muito bonita. Eles a haviam descoberta aparada com um homem que não era seu marido. Ela não tem forças para olhar para cima e sente uma vergonha imensa. “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante delito de adultério. Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. Tu, pois, que dizes?”. Eles assim diziam para pô-lo à prova, a fim de terem matéria para acusá-loMas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. Quando um escriba a acusa violentamente, escreve: "agiota". Quando um outro a ataca, escreve: “infiel” e, ainda, ouvindo cada um dos acusadores: “ladrão”; “devasso”, “pai indigno”. Expõe abertamente os pecados e a hipocrisia de cada um. Todos são pecadores, mas se colocam como juízes daquela mulher. Pronunciam sentenças do alto do trono que construíram para si mesmos, escondendo suas fraquezas, seus pecados, sua maldade. Jesus escreve, sem nunca levantar o olhar. Por fim o Nazareno ergue-se e lhes diz: “Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra!”. Eles porém, ouvindo isso, saíram um após outro, a começar pelos mais velhos. Ele ficou sozinho e a mulher permanecia lá, no meio. Eles vão com os olhos baixos, sem dizer uma única palavra. Foram desnudados por aquele que conhece os segredos de seus corações. Tinham vindo para desafiá-lo e julgá-lo. No entanto, foram julgados pelo único verdadeiramente capaz de fazer isso. Deixam cair as pedras que seguravam em suas mãos. Jesus então se levanta, ajeita o manto e finalmente se dirige à mulher: “Mulher, onde estão eles, ninguém te condenou?”. Disse ela: “Ninguém, Senhor”. Disse, então, Jesus: “Nem eu te condeno, vai e de agora em diante não peques mais”. Ajuda-a se levantar tendo derrubado aqueles que tinham se levantado como juízes sem serem menos corruptos e menos pecadores do que aquela mulher.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/03/22/11/137818316_F137818316.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF