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segunda-feira, 15 de abril de 2024

«Tu és o Bom Samaritano...»

Dom Orione nas escadas do Instituto San Filippo em foto de 1938 | 30Giorni
Arquivo 30Dias - 04/2004

ANIBALE MARIA DA FRANÇA E LUIGI ORIONE

«Tu és o Bom Samaritano...»

"...Todo mundo sabe; Eu sei disso melhor do que ninguém." Assim escreveu Ernesto Buonaiuti a Dom Orione. Dom Roberto Simionato, geral da Congregação da Pequena Obra da Divina Providência, fala da magnanimidade e do ardor do fundador.

por Giovanni Cubeddu

A sede da Pequena Obra da Divina Providência fica em Roma, na Via Ápia, atrás da paróquia de Ognissanti que o próprio Dom Orione mandou construir. É lá que nos encontramos com o geral da Congregação, Dom Roberto Simionato, para falar de Dom Orione que será canonizado no domingo, 16 de maio.

«Acredito na graça que vem de uma canonização. Há anos que o esperamos, desde 1980, desde a data da beatificação de Dom Orione. Já sabíamos em nossos corações que ele era um santo, pelo conhecimento de sua vida e pelos milagres vistos e ocorridos. É uma grande e bela responsabilidade diante de Deus ser filhos de Dom Orione, de São Luís Orione. Eles olharão para ele e olharão para nós, e isso nos obrigará a ser humildes, a pedir ainda mais ajuda a Deus e a Dom Orione”. 

O que você mais ama em Dom Orione? 

Roberto Simionato : Sua pessoa e sua paixão. Quando eu era mais jovem e lia seus escritos, às vezes me parecia enfático que ele sempre pedia algo mais de si mesmo e de seu povo, querendo fazer algo mais por Jesus e pela Igreja do que qualquer outra pessoa. Agora, o seu ardor é o que mais permanece nos meus olhos e na minha alma. Gastou tudo por Jesus, Dom Orione, e foi, é, alguém que está atento aos fatos, porque para ele “o povo tem o bolso cheio de palavras”. 

O Papa disse que Dom Orione “tinha o temperamento e o coração do apóstolo Paulo...”. 

Simionato: E desde então nós, orionitas, tornamos o apóstolo Paulo cada vez mais nosso. 

O Papa acrescentou também que Dom Orione era “terno e sensível até às lágrimas”. 

Simionato : Luigi Orione era um homem austero, com aquela virilidade antiquada que parecia resistente ao choro. Mas mais de uma pessoa que o conheceu me contou sobre sua ternura e compaixão. Aos que se encontravam em adversidades ou sem qualquer apoio familiar, soube dizer: “A partir deste momento serei o vosso pai e a vossa mãe”, tomando-lhes o rosto nas mãos. 

«...Incansável e corajoso até à ousadia». 

Simionato: Foi um dos primeiros a ajudar as vítimas do terremoto de Messina e Reggio Calabria, e permaneceu na Sicília durante anos, embora sua família ainda fosse muito jovem e tivesse poucos membros... Como também fez depois do terremoto de Avezzano .

Paulo VI no pátio de San Filippo por ocasião da visita de março de 1965 | 30Giorni

Dom Orione pediu que os seus religiosos fossem o “arditi” do papa, o “garibaldini” do papa e disse: «Não quero presunçosos, mas nem coelhos» e «a pusilanimidade é contrária ao espírito do nosso Instituto ». Em 1981, ao reescrever as constituições, alguns de nós nos perguntamos se seria correto deixar esta citação, como se os outros Institutos da Igreja fossem covardes... Mas no final respeitamos o nosso santo fundador, porque para ele coragem e magnanimidade vem de Deus, é Ele quem nos dá «uma coragem muito superior à força que sentimos».

«...Reunindo altas personalidades políticas e culturais, iluminando homens sem fé, convertendo pecadores...».

Simionato: As relações de Orione com o modernismo – Ernesto Buoniauti, Romolo Murri, Tommaso Gallarati Scotti, etc. – são um belo e conhecido capítulo do seu apostolado. Buonaiuti escreveu-lhe: «Tu és o Bom Samaritano. Todo mundo sabe; Eu sei disso melhor do que ninguém." Para fazer o bem, Dom Orione envolveu-se em problemas. Escreveu também a Mussolini, «como italiano e como papa», para que decidisse encerrar a questão romana e chegar a uma conciliação entre o Estado e a Igreja na Itália. Foi solicitado pelos papas e pelos dicastérios do Vaticano como mediador em assuntos delicados - por exemplo o do Padre Pio de Pietrelcina nos anos difíceis - para resolver situações controversas, para reunir padres que estavam distantes por ideias ou mal-entendidos sobre a sua vida sacerdotal. status. 

Onde está hoje a Pequena Obra da Divina Providência? 

Simionato: Em trinta e dois países. A primeira partida, por sugestão de Pio O atual bairro Appio nasceu em torno da freguesia de Ognissanti e do Instituto San Filippo. Enviou missionários e foi ele próprio missionário na América Latina de 1921 a 1922 e entre 1934 e 1937. Na Argentina, no Brasil e no Uruguai ainda existem muitas comunidades que foram fundadas pelo próprio Dom Orione. Ele foi para o Chile de avião. Em 1923, ele também iniciou sua Congregação na Polônia, que ainda hoje prospera com religiosos e freiras (o secretário da Conferência Episcopal Polonesa foi um bispo orionita, Bronislaw Dabrowski, durante 25 anos). A Congregação se espalhou para o Oriente, para a Palestina, para Rodes, para a Albânia. Depois rumou para o mundo anglo-saxão, Inglaterra e Estados Unidos. Após a morte do fundador, o impulso missionário nunca diminuiu, dirigindo-se para outros países latino-americanos, como Venezuela, México, Peru, e depois para algumas nações africanas, como Madagascar. Depois da queda do Muro de Berlim, respondemos ao pedido de ajuda das Igrejas da Europa Oriental: estamos na Roménia, na Bielorrússia, na Ucrânia... Os últimos locais de desembarque dos Orionitas são as Filipinas e a Índia.

Dom Orione conduz procissão eucarística ao santuário do Amor Divino | 30Giorni

E a Rússia?

Simionato: Em Dom Orione havia a aspiração à unidade das Igrejas, para fazer com que – como diziam na época – “a confusão dos sacrários” desaparecesse. Dom Orione deixou claro que ia para a Polónia – sempre fidelis na fé cristã e no apego ao papado – olhando para o Oriente, para um dia entrar na Rússia, para trabalhar pela unidade com as Igrejas irmãs mas separadas. Temos um traço da paixão de Dom Orione pelo Oriente na felicidade expressada quando pôde acolher um grupo de refugiados arménios que escaparam ao massacre do seu povo. Oito deles tornaram-se clérigos da congregação. Respeitava seus ritos e costumes e já sonhava partir com eles para novas fronteiras da caridade. «Em tudo o que não afeta ou diminui o espírito de Deus, a fé, a doutrina, a moral, a Igreja, as regras, usamos os costumes, os costumes dos diferentes povos para ganhá-los, como diz o apóstolo Paulo, poder fazer o bem maior", afirmou Dom Orione. Acredito que na época de Dom Orione a palavra inculturação nem existia, mas estava muito presente no seu modo de vida. Por exemplo, ele pediu aos seus sacerdotes missionários na Polónia que vivessem ao estilo polaco, comessem e se vestissem ao estilo polaco e nunca fizessem comparações, e que se não pudessem dizer coisas boas sobre alguém, então deveriam manter-se calados. Teve grande flexibilidade e abertura para anunciar Cristo e “fazer um pouco de bem às almas”. Ele não queria um hábito próprio para os membros de sua Congregação. «Na Sicília usei robbone siciliano», lembrou; «Don Piccinini na Inglaterra está vestido como pastor protestante, mas com colarinho. Você aqui na Argentina usa seu chapéu assim, como cocheiro, e se sai muito bem." E deu o exemplo de Matteo Ricci que, por esta atitude aberta na China, também sofreu mal-entendidos por parte da Igreja, embora o valor do seu testemunho tenha sido posteriormente reconhecido. 

Em todos os anos que você viveu na família Orione, qual episódio mais o fez pensar em Dom Orione?

Simionato: Muitos episódios. Tenho a imagem de um irmão que aos 76 anos partiu para a missão, “onde há maior necessidade”, disse. E ainda está lá. Como não pensar no “devemos morrer em pé” de Dom Orione? Quando eu era jovem pároco, aconteceu-me de despedir um pouco precipitadamente uma pessoa que tinha chegado, como noutras ocasiões, para mendigar ao fim do dia, enquanto eu fechava as portas. Um irmão idoso viu-me e chamou-me à parte com muita bondade, dizendo: “Dom Orione ensinou-nos que os pobres não devem deixar-nos zangados”. Em 1991, o Cardeal Sin confiou-nos uma missão em Manila, num subúrbio, Smoking Mountain, o enorme aterro sanitário da cidade, onde deveríamos cuidar de 70 a 80 mil pessoas, muito mais do que hoje. Dois dos nossos sacerdotes foram para lá viver e não se recusaram a oferecer tudo a Deus, naquelas condições, tanto que adoeceram e faleceram, com poucos meses de diferença um do outro. Depois, pela graça de Deus, a missão continuou e tivemos também vocações locais. E gostaria de concluir onde comecei. Acredito na graça que São Dom Orione pode nos dar com novas vocações. Quando ele foi abençoado anos atrás, foi assim. E também reavivou a nossa vocação com o conforto que nos veio da fé daqueles que nos olhavam, orionitas, não pelos nossos méritos. 

Passagens inéditas retiradas dos Escritos de Dom Orione. 

Arquivo da Pequena Obra da Divina Providência, Roma «Quando o povo parecer arrancado de Deus para sempre, então despertará como um homem forte e compreenderá que só Cristo é a sua vida e a sua felicidade, e uma voz grande e angustiada invocarão o Senhor, o Deus da misericórdia. Bastará então erguer um Crucifixo, para que o povo caia a seus pés, para subir novamente para uma vida superior. Mesmo que os altares sejam derrubados, e as pedras vivas do Santuário sejam espalhadas, e pior, até que um toco Daquele que adoramos ou um pedaço do manto de Maria permaneça nas ruínas, será suficiente, ó irmãos, isso será suficiente!" «Pois o futuro pertence a Cristo Ressuscitado, ao Rei invencível! Cristo é a palavra divina que regenera: é o caminho para toda a grandeza moral: é a vida de toda a liberdade! Cristo é a fonte de amor e de paz da qual cada coração deve esperar o conforto: ele é a luz da qual cada povo pode esperar o crescimento. Parece-me vê-lo avançar ao grito angustiado do povo... Aí vem ele, trazendo no coração e na mão a Igreja, as lágrimas e o sangue dos pobres: a causa dos humildes, dos aflitos, dos oprimidos, as viúvas, dos órfãos e dos excluídos”. Escritos, 61, 120-121 «Eleva o povo, mitiga a sua dor, cura-o. Devemos nos preocupar com as pessoas.

A Obra da Divina Providência é para o povo. Vamos ao povo. Precisamos nos recompor. Evite palavras: temos muitos letristas: o milagreiro será trazer as multidões de volta à sua fé ancestral, trazê-las de volta ao Pai, à Igreja; um trabalho popular"

Fonte: https://www.30giorni.it/

Fortalecidos na fé e na esperança, pela presença do Ressuscitado

Tempo pascal: uma estação para aprender a enxergar a presença do Ressuscitado (Sempre Família)

FORTALECIDOS NA FÉ E NA ESPERANÇA, PELA PRESENÇA DO RESSUSCITADO

 Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS) 

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na nossa peregrinação de filhos e filhas para a casa do Pai, podemos ter sempre aquela esperança de que o sono da morte não conhece a eternidade, porque a eternidade Deus reservou para a vida, através da ressurreição, da qual o Senhor Jesus nos dá testemunho. Ele vive e é luz a iluminar a nossa vida, nos passos do dia-a-dia. 

Na vida de fé, a Páscoa faz renascer o canto da beleza do amor, reacende a vida contra toda lógica de morte. A Páscoa nos chama a ressuscitar, a levantar e a combater, dentro de nós, o duelo de vida e morte, resignação e esperança. Porque na Páscoa renasce a esperança: a vida venceu, e a morte prepotente foi derrotada! Em mim e em cada um de vocês, no santo e no pecador, no rico e no pobre mendigo, na vítima e no carrasco, porque tem o Cristo Jesus, que renasce e nos arrasta para o alto, com a força da luz redentora de Deus. 

Na Páscoa celebramos a ressurreição de Jesus, como um acontecimento extraordinário. Mas para viver e celebrar a vida nova em Cristo, no cotidiano, é preciso acreditar, é preciso ter fé. Porque somente o amor pode ver o invisível, somente a fé pode crer no incompreensível, somente a esperança torna a vida possível. Por isso, devemos deixar de lado o medo de amar e acolher Jesus ressuscitado, em nossa vida e em nossas famílias. Devemos tirar as pedras que bloqueiam a porta do nosso coração, para que o ressuscitado possa aí entrar e conosco viver, iluminando nossa vida e guiando nossos passos. Sem ele viveremos no medo, na escuridão, no abandono, sem o amor, a fé e a esperança, que alimentam e dão sentido a nossa vida. 

Devemos acreditar que realmente somos amados pelo Senhor Jesus, porque sem a dimensão do amor, os gestos e a entrega da vida de Jesus não teriam sentido, seria pura loucura. Por isso, a ressurreição do Senhor Jesus, que celebramos na Páscoa, deve despertar no nosso coração a aurora da esperança, para voltarmos a cantar o canto da reconciliação e da caridade, elevando a Deus um hino de alegria, que nasce de um coração libertado. 

Que a vida nova, que brota do Cristo ressuscitado, liberte o nosso coração do vazio, da falta de amor, do medo e das angústias. Que o Ressuscitado toque a nossa vida, cure as nossas feridas, fortaleça a nossa fé, para vivermos como novas criaturas, na caridade, no amor e na sinceridade. Porque mesmo vivendo sobre a terra, estamos em real comunhão com Jesus, que ressuscitou está no céu, à direita do Pai.


Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: paremos a guerra no Oriente Médio, as crianças precisam de lares e não de sepulturas

O fim do Ramadã na Faixa de Gaza (AFP licensors)

Em uma mensagem por ocasião do fim do Ramadã, Francisco expressa sua angústia em relação à guerra e apela às nações pelo fim do conflito na Palestina e em Israel: a esperança nasce somente "se soubermos reconhecer o direito de cada povo de existir e o direito de cada povo de ter um Estado". Um apelo em favor dos cristãos no Oriente Médio: "que eles possam professar sua fé".

Francesca Sabatinelli - Cidade do Vaticano

Um novo apelo para silenciar as armas, mais um triste clamor de repúdio à guerra, sempre com o olhar voltado para as vítimas em todo o Oriente Médio, de Israel a Gaza, da Síria ao Líbano. Francisco pede paz em sua mensagem para o fim do Ramadã, o mês sagrado do jejum islâmico, enviada à rede de televisão Al Arabiya.

“Estou angustiado com o conflito na Palestina e em Israel: cessem o fogo imediatamente na Faixa de Gaza, onde uma catástrofe humanitária está em andamento; que a ajuda chegue para a população palestina que está sofrendo tanto; que os reféns sequestrados em outubro sejam libertos! E penso na martirizada Síria, no Líbano, em todo o Oriente Médio: não deixemos que as chamas do rancor se alastrem, impulsionadas pelos ventos mortais da corrida armamentista! Não permitamos que a guerra se estenda! Detenhamos a inércia do mal!”

A guerra é um caminho sem direção

A recorrência do Ramadã, que coincidiu com a celebração da Páscoa cristã, como lembra o Papa em sua mensagem, "confronta-se fortemente com a tristeza pelo sangue que corre nas terras abençoadas do Oriente Médio". Francisco, portanto, pede que superemos a escuridão do ódio, envolvendo-nos com a luz da vida.

“Deus é paz e quer a paz. Quem acredita Nele não pode deixar de repudiar a guerra, que não resolve, mas aumenta o conflito. A guerra, não me canso de repetir, é sempre e somente uma derrota: é um caminho sem direção; não abre perspectivas, mas extingue a esperança.”

As crianças precisam de lares, não de túmulos

O Papa faz-se porta-voz do desejo de paz das famílias, dos jovens, dos trabalhadores, dos idosos, das crianças, pensando em suas lágrimas quando dizem basta à guerra:

“Basta! - Eu também repito - para aqueles que têm a grave responsabilidade de governar as nações: basta, pare! Por favor, parem com o barulho das armas e pensem nas crianças, em todas as crianças, como se fossem seus próprios filhos. Vamos todos olhar para o futuro com os olhos das crianças. Elas não perguntam quem é o inimigo a ser destruído, mas quem são os amigos com quem brincar; elas precisam de casas, parques e escolas, não de túmulos e covas!”

O apelo em favor dos cristãos do Oriente Médio

Assim como os desertos podem florescer na natureza, isso também pode acontecer no coração e na vida das pessoas e dos povos, afirma o Papa na conclusão do texto:

“Os brotos de esperança só germinarão dos desertos do ódio se soubermos como crescer juntos, lado a lado; se soubermos como respeitar as crenças dos outros; se soubermos como reconhecer o direito de cada povo de existir e o direito de cada povo de ter um Estado; se soubermos como viver em paz sem demonizar ninguém”

Francisco finaliza sua mensagem com um abraço aos cristãos que, "em meio a não poucas dificuldades", vivem no Oriente Médio, pedindo "que eles tenham sempre e em todos os lugares, o direito e a possibilidade de professar livremente sua fé, que fala de paz e fraternidade".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Cesar de Bus

São Cesar de Bus (A12)
15 de abril
São Cesar de Bus

César de Bus nasceu em 1544 na cidade de Cavaillon, região da Provença, França. Teve formação cristã na infância, mas na juventude afastou-se da fé. Desejou seguir a carreira militar como o irmão, capitão do rei francês Carlos IX mas, às vésperas de embarcar na frota real, uma repentina enfermidade o impediu.

No período de convalescença foi assistido pelo bispo de Cavaillon, pelos jesuítas de Avignon, pelo capelão do hospital e também por uma devota camponesa, que o reconduziram ao Catolicismo. Recuperado, em 1575, começou a estudar para o sacerdócio, ao mesmo tempo em que visitava sítios e fazendas como catequista.

Esta experiência lhe revelou que o povo, embora fiel e piedoso, não conhecia bem a Doutrina da igreja. Para resolver esta deficiência, fundou com seu primo Romillon centros de educação e instrução religiosa, a Congregação dos Padres Doutrinários, conhecidos como Doutrinários (posteriormente, fundou o segmento feminino, a Congregação das Filhas da Doutrina Cristã).

Esta catequese era feita na área rural e lugares remotos, priorizando as crianças, e com o desenvolvimento de metodologias novas para a época. Por exemplo, utilizava cantos e poesias, além da Palavra de Deus, numa linguagem adequada a cada público, e aplicável concretamente às situações do dia a dia do povo. Também pintava cenas evangélicas em pequenas tábuas, e tudo isso, como uma antecipação dos elementos modernos audiovisuais, atraía e tornava mais fácil a compreensão dos catequisandos.

Foi ordenado aos 38 anos. Sua atividade não o afastou do espírito de contemplação, ao contrário: estava convencido de que o apostolado só dá frutos se a partir da união orante com Deus.

Inicialmente, os seus sacerdotes congregados moravam juntos, mas sem fazer votos definitivos, o que César desejava (e que posteriormente veio a acontecer). Porém Romillon não concordou, e assim mudou-se para a casa em Aix-en-Provance, permanecendo César em Avignion. Aí caiu enfermo e sofreu por longo tempo, falecendo em 15 de abril de 1607. É considerado o patrono dos catequistas modernos.

São João Bosco, fundador dos Salesianos, também dedicados à catequese, quis que um sacerdote Doutrinário pronunciasse o discurso de inauguração da igreja de São Francisco de Sales em Valdocco, Turim.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A constatação de São César de Bus, no século XVI, é a mesma para os nossos tempos: o povo, embora em grande parte fiel e piedoso, não conhece bem a Doutrina da Igreja. Nunca será “suficiente” a nossa educação espiritual, pois Deus é inesgotável; não há limite para o quanto podemos e devemos crescer em santidade. Por outro lado, como prevenia Santo Agostinho, “Não progredir na vida espiritual é voltar para trás.”; seria grande orgulho e engano demoníaco pensarmos que “já não preciso me esforçar mais do que isso, já sou santo…”. Outra constatação deste santo é que o apostolado só dá frutos se a partir da união orante com Deus: afinal, não é possível dar o que não se tem. São pertinentes aqui algumas observações do Cardeal Tarciso Bertone, pregador do Vaticano, numa homilia sobre São César: “A catequese ou (...) ‘o exercício da doutrina cristã’, deve constituir a primeira missão da Igreja, (…) conservando sempre uma fidelidade dócil e inalterada ao Magistério da Igreja (…). Beato César de Bus gostava de repetir: ‘É preciso que tudo em nós catequize, temos que ser um catecismo vivo’. (…). Hoje existem muitos pobres que têm necessidade de assistência material; há ainda mais pobres que têm necessidade de ajuda espiritual. Quantas pessoas, embora dotadas de bens, vivem desprovidas do único e indispensável Bem, que é Deus! (…). A maior pobreza não é porventura, como observava Madre Teresa de Calcutá, a falta de amor, a falta de Deus? (…). A santidade é a melhor contribuição que podeis oferecer para a nova evangelização.”

Oração:

Ó Deus, Pai de bondade, que nos destes Vossos ensinamentos para que possamos Vos amar e assim sermos felizes, concedei-nos por intercessão de São César de Bus a graça de incansavelmente levar aos irmãos a Verdade da Vossa Doutrina, como maior obra de caridade, a partir da incessante busca da santidade pessoal na vivência íntima Convosco, na Eucaristia, nos Sacramentos, na oração e no conhecimento da Fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 14 de abril de 2024

JMJ completa 40 anos! Conheça esses dados históricos

JMJ Lisboa 2023 | Aleteia
Yohana Rodríguez publicado em 13/04/24
Para comemorar os 40 anos do evento mais importante para os jovens católicos do mundo, a Aleteia reuniu as melhores figuras e experiências vividas nestes encontros criados por São João Paulo II.

Quarenta anos se passaram desde que o Papa polaco celebrou, junto com os jovens, a alegria de ser católico, de viver a fé; Mas você sabe como tudo começou?

Em 1984 , o Papa João Paulo II convocou uma reunião em Roma para celebrar o jubileu da juventude. Eram esperados 60 mil peregrinos... mas a resposta e a devoção foram maiores! Chegaram 250 mil jovens de diversas partes do mundo.

No ano seguinte a reunião foi realizada novamente e chegaram 300 mil. João Paulo II, vendo a emoção dos jovens, decidiu enviar uma carta apostólica que instituiu oficialmente o que conhecemos como Jornada Mundial da Juventude.

Ao Colégio Cardinalício e à Cúria Romana, ele escreveu:

“Todos os jovens devem sentir-se acompanhados pela Igreja: é por isso que toda a Igreja, em união com o Sucessor de Pedro, se sente mais comprometida, a nível global, em favor dos jovens, das suas preocupações e solicitações, da sua abertura e esperanças, corresponder às suas aspirações, comunicando a certeza que é Cristo, a Verdade que é Cristo, o Amor que é Cristo, através de uma formação adequada”.

Foi assim que começou uma das melhores obras que este santo nos deixou. Edição após edição, o Dia é uma lufada de ar fresco para os jovens, que demonstram o grande amor que sentem por Cristo; mas também para as crianças, os adultos e os fiéis que, graças à fé renovada dos jovens, encontram luz e força para continuar o seu caminho espiritual.

A Aleteia traz para você os dados mais interessantes dessas quatro décadas de alegria. Deslize as imagens para vê-las:

https://es.aleteia.org/slideshow/datos-de-la-jmj/

Fonte: https://es.aleteia.org/

EDITORIAL: Um dia triste

Mini-sessão do Parlamento europeu - Bruxelas, 11 de abril de 2024 (AFP or licensors)

Comentário sobre a votação do Parlamento europeu sobre a inclusão do direito ao aborto na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.

Andrea Tornielli
12/04/2024

Ontem foi um dia triste para a Europa e suas instituições. Sancionar que o aborto, ou seja, o assassinato deliberado do mais indefeso dos seres humanos - por favor, nunca o chamem de "apêndice" ou "pedaço de carne" - seja transformado em um direito fundamental, diz muito sobre o desvio ético que está em curso. Na última segunda-feira, foi publicada uma declaração do Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovada pelo Papa Francisco, sobre a "dignidade infinita" de todo ser humano e um elenco não exaustivo de violações às quais essa dignidade está sujeita atualmente. Entre essas violações está o aborto.

«É preciso mais que nunca ter a coragem de encarar a verdade - lê-se no documento, que retoma passagens do recente Magistério, - e de chamar as coisas pelo seu nome, sem ceder a compromissos de comodidade ou à tentação do autoengano... o aborto procurado é o assassínio deliberado e direto, seja qual for o modo de sua atuação, de um ser humano na fase inicial da sua existência, compreendida entre a concepção e o nascimento. As crianças nascituras são assim «os mais indefesos e inocentes de todos, aos quais hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que se quer, tirando deles a vida e promovendo legislações de modo que ninguém o possa impedir. Deve-se, portanto, afirmar com toda força e clareza, também no nosso tempo, que «esta defesa da vida nascente é intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em toda fase de seu desenvolvimento».

É notório que a decisão do Parlamento, para entrar em vigor, requer a ratificação unânime dos 27 países que compõem a União Europeia, e a unanimidade nessa área será difícil de ser alcançada. Mas o sinal permanece: uma Europa silenciosa e cansada, incapaz de pensar em uma só voz sobre iniciativas diplomáticas para conter a guerra em curso e o abismo para o qual o mundo está caminhando em um ritmo cada vez mais rápido; uma Europa incapaz de assumir comunitariamente a tragédia dos migrantes e a necessidade de ajudá-los, impedindo que o Mediterrâneo continue a ser um cemitério, mostrou que uma de suas prioridades é consagrar como direito fundamental europeu uma possibilidade que, além disso, a maioria dos Estados membros da UE já permite em sua legislação, ou seja, o assassinato de mulheres e homens na fase inicial de sua existência.

Ontem mesmo, enquanto o Parlamento europeu se preparava para votar sobre o aborto, o Papa, em sua audiência à sessão plenária da Pontifícia Academia de Ciências Sociais, falou sobre a atual cultura do descarte que se torna uma cultura de morte que afeta os mais fracos: "Todo ser humano tem o direito a uma vida digna e a se desenvolver plenamente, «mesmo que tenha um desempenho inferior, mesmo que tenha nascido ou sido criado com limitações; pois isso não diminui sua imensa dignidade como pessoa humana, que não se baseia nas circunstâncias, mas no valor de seu ser". Quando este princípio elementar não é salvaguardado, não há futuro nem para a fraternidade nem para a sobrevivência da humanidade» (Fratelli tutti n. 107)".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Como se explicam os milagres de Jesus?

Crédito:  Johan Eduard Steinle | Opus Dei

Como se explicam os milagres de Jesus?

Por que Jesus fez milagres? Que tipos de milagres? Este artigos traz algumas explicações sobre esse tema.

30/11/2006

Entre as acusações mais antigas de judeus e pagãos contra Jesus está a de ser um ilusionista, um mágico. No século II, Orígenes contesta as imputações de magia que faz Celso a respeito do Mestre de Nazaré e daquelas a que se referem São Justino, Arnóbio e Lactâncio. Também, algumas tradições judaicas que remontam ao século II contêm acusações de feitiçaria. Em todos estes casos, não se afirma que ele não existiu nem que não realizou prodígios, mas que os motivos que o levaram a realizar estas coisas foram a busca de vantagens e de fama pessoais. Destas afirmações se depreende a existência histórica de Jesus e sua fama de taumaturgo, tal como mostram os evangelhos. Por isso, hoje em dia, entre as provas e os dados que se apresentam como confirmados sobre a vida de Jesus consta o fato de que realizou exorcismos e curas.

Não obstante, em relação a outras personagens da época, conhecidas por realizar prodígios, Jesus é único. Distingue-se pelo grande número de milagres que realizou e pelo sentido que lhes deu, completamente diferente dos prodígios que puderam realizar algumas dessas personagens (se é que realmente os realizaram). O número de milagres atribuídos aos outros taumaturgos é bastante reduzido, enquanto que nos evangelhos temos 19 relatos de milagres em Mt; 18 em Mc; 20em Lc e 8 em Jo; além disso, há referências nos evangelhos sinóticos e em João a muitos outros milagres que Jesus realizou (cf Mc 1,32-34; 3,7-12; 6,53-56; Jo 20,30). O sentido também é diferente de qualquer outro taumaturgo: Jesus fez milagres que implicavam comprometiam os favorecidos no reconhecimento da bondade de Deus e numa mudança de vida. Sua resistência em realizá-los demonstra que não buscava a sua própria exaltação ou fama. Daí que tenham um significado especial.

Os milagres de Jesus são compreendidos no contexto do anúncio do Reino de Deus: "Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulsos demônios, então o Reino de Deus já chegou a vós" (Mt 12,28). Jesus inaugura o Reino de Deus e os milagres são uma chamada a uma adesão pessoal a Deus. Isto é fundamental e característico nos milagres que Jesus realizou. Reino e milagres são realidades inseparáveis.

Os milagres de Jesus não eram fruto de técnicas (como um médico) ou da atuação de demônios ou anjos (como um mago), mas o resultado do poder sobrenatural do Espírito de Deus.

Portanto, Jesus fez milagres para confirmar que o Reino estava presente n'Ele, anunciar a derrota definitiva de Satanás e aumentar a fé em sua Pessoa. Não podem ser explicados como prodígios assombrosos mas e sim como atuações do próprio Deus, com um significado mais profundo que o próprio feito prodigioso. Os milagres sobre a Natureza são sinais de que o poder divino que atua em Jesus se estende para muito além do mundo humano e se manifesta como poder de domínio também sobre as forças da natureza. Os milagres de cura e os exorcismos são sinais de que Jesus manifestou seu poder de salvar o homem do mal que ameaça a sua alma. Uns e outros são sinais de outras realidades espirituais: as curas do corpo - a libertação da escravidão da enfermidade - significam a cura da alma da escravidão do pecado; o poder de expulsar o demônio indica a vitória de Cristo sobre o mal; a multiplicação dos pães faz referência ao dom da Eucaristia; a tempestade acalmada é um convite para confiar em Cristo nos momentos tempestuosos e difíceis; a ressurreição de Lázaro anuncia que Cristo é a própria ressurreição e é a figura da ressurreição final, etc.

BIBLIOGRAFIA

Catecismo de la Iglesia Católica, nn. 541-550.

BALAGUER, v. (ed), Comprender los evangelios, Eunsa, Pamplona 2005

LATOURELLE, R. Milagros de Jesús y teología del milagro, Sígueme, Salamanca 1990 (2ª ed.)

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

III domingo da Páscoa: Vós sereis testemunhas de tudo isso

A experiência dos discípulos de Emaús (Catequizar)

PALAVRA DO PASTOR

VÓS SEREIS TESTEMUNHAS DE TUDO ISSO

Dom Paulo Cezar Costa

Cardeal Arcebispo de Brasília

O Evangelho deste domingo coloca diante de nós do final da narrativa de São Lucas (Lc 24, 35-48), onde o Ressuscitado aparece para os discípulos e lhes dá a missão do testemunho. No início, os discípulos estão cheios de temor, depois, o temor se transforma em alegria. Uma evolução semelhante àquela dos discípulos de Emaús como consequência do encontro com Jesus: a tristeza inicial que faz se afastar dos onze, transforma-se em entusiasmo que os faz retornar a Jerusalém para narrar ao grupo aquilo que aconteceu. O texto mostra as testemunhas oficiais da ressurreição não como vítimas de um entusiasmo passageiro, mas convencidas de uma experiência concreta com o Senhor ressuscitado. Os apóstolos vencem a dúvida graças à manifestação de Jesus que Se apresenta diante deles. Eles reconhecem Jesus e O distinguem de um espirito, de um fantasma. O reconhecimento de Jesus, nesse momento, está no reconhecimento da sua realidade física por parte dos discípulos. Isto explica a insistência no mostrar as mãos e os pés. A sua corporeidade, pois os discípulos chegam a tocar as suas mãos e a comer com Ele.

Jesus recorda aos discípulos suas palavras pronunciadas durante a Sua vida com os apóstolos, com as quais acenava ao cumprimento das Escrituras em tudo aquilo que se referia a Ele. É um tema presente em todo o Evangelho de São Lucas: na sinagoga de Nazaré (Lc 4, 21); nas predições da paixão (Lc 9, 27; 17, 25); no terceiro anúncio da paixão (Lc 18, 31-33); no diálogo com Moisés e Elias durante a transfiguração, que falam sobre o êxodo de Jesus (Lc 9, 31); na última ceia, ao afirmar que é preciso que se cumpra Nele aquilo que está escrito (Lc 22, 37). Estes ensinamentos vêm comunicados com termos muito semelhantes aos dos discípulos de Emaús. Os discípulos são iluminados não só com a interpretação feita por Jesus, mas também pela luz mesma do acontecimento da ressurreição. A falta dessa compreensão das Escrituras tinha caracterizado a atitude dos discípulos (Lc 9, 45; 18, 34). Agora, a experiência pascal da ressurreição abre a mente para que compreendam o significado das Escrituras.

A conversão e o perdão dos pecados em nome de Cristo devem ser anunciados a todos os povos. Os apóstolos devem começar a atividade missionária por Jerusalém, levando esta mensagem de salvação a todos os povos. Este programa teve início no ministério de Jesus. Assim, como Nele são cumpridas a morte e a ressurreição predita nas Escrituras, é sempre Ele que inicia a pregação da conversão para a remissão dos pecados. Jerusalém ocupa um lugar central no Evangelho, pois é o lugar aonde chega a plenitude da obra da salvação que irá se estender a todos os povos. Jesus dá a missão aos discípulos. Estes devem ser testemunhas de tudo isto. Aqui se liga o fim do Evangelho com o início e desenvolvimento narrado nos Atos dos Apóstolos. O objeto do testemunho vem descrito de forma genérica. “...vós sereis testemunhas disso” (Lc 24, 48). Nesta expressão, está compreendido todo o acontecimento antes: as palavras e os ensinamentos de Jesus quando estava com eles e aquilo que foi predito pelas Escrituras, como Jesus os fez compreender, por meio da luz, o acontecimento pascal.

Hoje, a missão do testemunho é nossa. Que este Evangelho nos ajude neste caminho.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Papa no Regina Caeli: compartilhemos a mais bela notícia, o encontro com Jesus

Regina Caeli com Papa Francisco - 14/04/2024 (Vatican Media)

Durante a oração mariana deste III Domingo de Páscoa, Francisco refletiu sobre a importância de compartilhar a fé. O Pontífice enfatizou que "se fizermos isso, Jesus, assim como fez com os discípulos, nos surpreenderá e tornará ainda mais bonitos os nossos encontros e os nossos ambientes".

Thulio Fonseca – Vatican News

O Papa rezou, neste domingo, 14 de abril, com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, a oração mariana do Regina Caeli. Em sua alocução, o Santo Padre sublinhou que neste III Domingo de Páscoa, o Evangelho narra o episódio em que os apóstolos estão reunidos no cenáculo, quando os dois discípulos voltam de Emaús e contam seu encontro com Jesus.

Francisco, ao refletir sobre a importância de compartilhar a fé, recordou que no episódio bíblico, enquanto os discípulos expressam a alegria de sua experiência, o Ressuscitado aparece para toda a comunidade: "Jesus chega exatamente quando eles estão compartilhando a história de seu encontro com Ele".

Compartilhar boas notícias

"Todos os dias somos bombardeados por milhares de mensagens", enfatizou o Pontífice, "muitas são superficiais e inúteis ou, pior ainda, nascem de fofocas e malícia, são notícias que fazem mal". No entanto, também existem notícias boas, positivas e construtivas, completou o Papa, e todos nós sabemos o quanto é reconfortante ouvi-las. Entretanto, há algo sobre o qual enfrentamos dificuldade em falar: "do fato mais bonito que temos para contar: nosso encontro com Jesus":

"Cada um de nós poderia dizer muito a respeito: não para ensinar aos outros, mas para compartilhar os momentos únicos em que percebemos o Senhor vivo e próximo, que acendeu em nossos corações a alegria ou enxugou as lágrimas, que transmitiu confiança e consolo, força e entusiasmo, ou perdão, ternura. Estes encontros que cada um de nós teve com Jesus, devemos compartilhá-los e transmiti-los."

Jesus presente em nossos encontros e ambientes

Francisco ressaltou a importância de dividir com a família, na comunidade e com os amigos os momentos de encontro com o Senhor:

"É bom falar das boas inspirações que nos orientaram na vida, dos pensamentos e sentimentos bons que nos ajudam muito a seguir em frente, também dos esforços e dificuldades que enfrentamos para entender e progredir na vivência da fé, talvez até para nos arrependermos e voltarmos atrás. Se fizermos isso, Jesus, assim como fez com os discípulos de Emaús na noite de Páscoa, nos surpreenderá e tornará ainda mais bonitos os nossos encontros e os nossos ambientes."

Dividir experiências de fé

Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a relembrarem um momento marcante em sua vida de fé, um encontro decisivo com Jesus, e completou a reflexão com algumas perguntas: "Quando foi que eu encontrei o Senhor? Quando foi que o Senhor se aproximou de mim? E esse encontro, eu o compartilhei para dar glória ao Senhor? E também, eu escuto os outros quando falam sobre seu encontro com Jesus?"

"Que Nossa Senhora nos ajude a compartilhar a fé para tornar nossas comunidades cada vez mais lugares de encontro com o Senhor", concluiu o Papa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Liduína

Santa Liduína (A12)
14 de abril
Santa Liduína

Liduína nasceu em Schiedam, Holanda, em 1380, numa família humilde e caridosa. Única mulher entre oito irmãos, desde cedo manifestou devoção a Nossa Senhora. Criança, já se preocupava em guardar roupas e alimentos para os abandonados, pobres e doentes.

Com 15 anos, sofreu um gravíssimo acidente ao patinar com amigos, quase morrendo. Afetada nas costelas, na coluna e com outras lesões internas, progressivamente apareceram mais complicações; ficou paralítica exceto da mão esquerda, tinha hemorragia na boca, orelhas e nariz, e jamais se recuperou, permanecendo o resto da vida na cama. Um dos médicos mais conhecidos da época disse, “não há médico no mundo que cure esta doença, porque ela é obra de Deus. Deus operará tais maravilhas nesta criatura, que eu daria o peso de ouro pela cabeça dela, para ser pai de semelhante filha."

Passando o tempo, Liduina chegou quase ao desespero. Um padre, João Pot, a ajudou, lembrando-lhe que, se Deus poda uma árvore, é para que ela possa produzir mais frutos. Ela assim entendeu que o seu sofrimento, aceito por amor, poderia ser um caminho para a sua salvação e a de outros. Realmente, muitas pessoas foram curadas ou se converteram através dela, que, mesmo com dores imensas, permanecia doce e amável.

Liduína não mais pediu a Deus a própria cura, porém amor para, com os sofrimentos, obter a conversão das almas. Recebeu o dom da profecia e da cura, e, depois de 12 anos enferma, também êxtases espirituais e visões celestiais, além de ser consolada constantemente pelo seu Anjo da Guarda. Alimentava-se apenas da Eucaristia, fato documentado em 1421 por autoridades civis.

Seus sofrimentos aumentaram nos últimos sete meses de vida, e ela faleceu em 14 de abril de 1433. Sua casa, de acordo com seu desejo ao padre e ao médico que a acompanhavam, foi transformada um hospital para pobres com doenças incuráveis. Curas aconteceram durante o seu velório em pessoas que lá estavam, e seu corpo voltou a ter a mesma beleza de antes do acidente, com o desaparecimento de todas as feridas. É padroeira dos patinadores e dos doentes incuráveis.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Nossa vida está nas mãos do Senhor, sempre, ainda que pretensiosamente o ser humano queira acreditar nos seus próprios planos e autossuficiência. Num momento tudo pode mudar de modo imprevisível, simplesmente não temos controle sobre isso. Deus provê a cada um aquilo que na Sua sabedoria e bondade será nosso caminho particular de salvação. Assim, situações que mundanamente são “desgraças”, podem ser ao contrário graças imensas de Deus, que deseja a nossa felicidade infinita no Céu, e não uma ilusão passageira de conforto e prazer. Certamente Ele dá, junto com as dificuldades, as graças necessárias, pois evidentemente não temos condições de lidar com sofrimentos sem a Sua ajuda; mas é necessário que reconheçamos a Sua vontade amorosa para nós em qualquer situação, e aceitemos as graças que nos conduzirão à maior santidade, num processo que cura não apenas as nossas almas, mas abre este mesmo caminho para os demais. Aceitar – com alegria – a vontade de Deus para nós é caminho certo de salvação, felicidade e santidade, não importa o grau de dificuldade encontrado. “Liduína” significa “sofrer largamente”, e esta disposição divina para a vida desta nossa santa irmã, longe de ter qualquer inferência negativa, implicou no verdadeiro “carregar a própria cruz” (cf. Mt 10,38) e “completar na própria carne o que falta aos sofrimentos de Cristo em favor da Igreja” (cf. Col 1,24). A doença não a impediu de ser alegre, “doce e amável”. Aceitemos, portanto, as dificuldades nesta vida, com disposição de oferecê-las a Deus, estando preparados pelo intenso empenho espiritual para encontrar com o Senhor a qualquer momento, em qualquer situação.

Oração:

Senhor Deus, médico das almas e dos corpos, que conheceis as nossas fraquezas e limitações, concedei-nos pela intercessão de Santa Liduina o reconhecimento e aceitação da Sua bondade infinita para conosco em qualquer circunstância, bem como a fortaleza nos sofrimentos, para que nos leve, e ao próximo, à salvação, e a graça de não nos queixarmos ou revoltar-nos frente a dificuldades que muitas vezes nem graves são. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que por nós sofreu a Paixão, e Nossa Senhora, cuja dor foi a maior da Humanidade, depois da de Cristo. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF