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sábado, 20 de abril de 2024

“La Samaritana” a joia pouco conhecida de Edmond Rostand

Foto por Foto Josse / Leemage via AFP
Raphaëlle Coquebert publicada em 19/04/24
A obra de Edmond Rostand sobre a Mulher Samaritana é tão luminosa como as páginas do Evangelho que a inspiraram. Conheça esta obra, ofuscada por “Cyrano de Bergerac”, obra de culto e uma das mais executadas da história.

Edmond (1868-1918) odiava padres. Rostand nunca hesitou em zombar da sua esposa poetisa, Rosemonde Gérard, sobre a sua fé católica: como podemos dar crédito a tais superstições num século que decretou a morte de Deus? Rostand leu Nietzche , pelo amor de Deus! Para o inferno com a religião cristã que causou tantos danos! Essa é a visão do palco: o que aparece na superfície e lisonjeia o anticlericalismo da moda que sempre assolou a elite intelectual francesa. Nos bastidores, a relação do dramaturgo com a fé é mais sutil.

Ler seu trabalho, entretanto, deveria ser uma pista. O que as obras do pai de Cyrano promovem senão ideais nobres: coragem, autoaperfeiçoamento, humildade, busca pelo amor puro, serviço à pátria? Edmond, angustiado, muitas vezes melancólico, tem sede de absoluto e não se contenta em abraçar o ateísmo do seu tempo. Ele se pergunta, espera em uma cidade celestial onde nada se oporia às suas aspirações elevadas, tão castigadas pela realidade e pela sua própria mediocridade. A diatribe final do infeliz Cyrano se passa em um convento, onde ele luta contra seus demônios interiores antes de “entrar na casa de Deus”, tendo seu brio como única bagagem.

Um trabalho que eleva a fasquia

Mas foi numa obra escrita poucos meses antes da sua obra-prima que Rostand revelou o fundo da sua alma: La Samaritaine, apresentada no belo cartaz de Alphonse Mucha como um “evangelho em três quadros e em verso” na Quarta-feira Santa de 1897, com o ilustre Sarah Bernhardt no papel principal.

Esta obra é uma transposição bastante fiel para o cenário de um episódio do Evangelho de São João ( Jo 4, 1-30 ): o famoso encontro de Cristo num poço com um pecador da Samaria, um devorador de homens aqui conhecido como Fotina . Presa pela sua sensualidade - ou pela sua necessidade desesperada de ser amada - ela sente-se esmagada pela conversa com aquele que rapidamente reconhece como o Messias. Ele logo revela isso aos seus compatriotas.

escrita inspirada

O texto sóbrio atesta a sólida cultura religiosa de Edmond, mas ainda mais a sua inclinação pela pessoa de Cristo. Diz-se que a leitura da famosa Vida de Jesus (1863), do historiador e filósofo Ernest Renan, foi o eletrochoque que inspirou A Mulher Samaritana. No entanto, quão mais divino é o seu Cristo! Tem pouco a ver com a caricatura imaginada pelo intelectual positivista colocado na lista negra da Igreja.

Não há dúvida de que o sopro do Espírito guiou Rostand em seus escritos, elevando-o acima de si mesmo. Seria Rostand ateu, como afirmava a poetisa Anna de Noailles - que era sua amante - ou o então padre da Tout-Paris, o abade Mugnier? Philippe Bulinge – um dos maiores especialistas atuais na obra de Rostand – acredita que o dramaturgo, preocupado com as questões existenciais, era agnóstico. O protagonista de sua última obra, Chantecler (1910), um galo, é até considerado uma “figura semelhante a Cristo”.

Poderia um descrente apresentar a sua obra baseada no Evangelho como um face a face entre “a mulher samaritana, criatura de amor e de fé” e “um Cristo de mansidão e perdão”? Ou confidenciar ao seu amigo escritor Jules Renard: “Há coisas nesta peça, o segundo ato, que prefiro a todas de Cyrano”? Seja como for, A Mulher Samaritana, na sua desarmante simplicidade evangélica, é uma obra profundamente comovente. Vamos desenterrar sem demora!

Fonte: https://es.aleteia.org/

Extrair (primeiro quadro, cena V):

Photine

“Eu estava com tanta sede, tanta sede e por tanto tempo!
Foi para isso que correu,
Água Viva – e conheço todas as suas falsas fontes!
Às vezes pensei que amava, e que amando
Tudo seria melhor, e então não amei de verdade,
E minha alma ficou ainda mais seca...
Mas, assim que alguém me contou sobre outra primavera fresca,
A esperança de novas águas e novos caminhos
eu estava de novo a caminho, com minha urna nas mãos! (…)
E agora vou rumo ao frescor!
Pois minha alma sentiu, desde sua sombra surpresa
, a prometida fonte de luz!
A fonte do amor brota, e nasce num orvalho de fé,
E então caindo em gotas de esperança, canta dentro de mim,
Cante! e suspender, em vez do pó infame,
Um pó de água viva nas paredes da minha alma!…”

La Samaritaine (Fonte: Gallica)

A Igreja como Esposa de Cristo

Santa Missa no Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro (Vatican Media)

No discurso de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, em 11 de outubro de 1962, na alocução solene Gaudet Mater Ecclesia São João XXIII utilizou essa imagem da Igreja como Esposa de Cristo: “Nos nossos dias, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade”.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

É no n. 6 da Constituição Dogmática Lumen Gentium que a Igreja vem tão belamente descrita como “esposa imaculada do Cordeiro imaculado”. Diz o Livro do Apocalipse: “Fiquemos alegres e contentes, e demos glória a Deus, porque chegou o tempo das núpcias do Cordeiro. Sua esposa já se preparou. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu, de junto de Deus, vestida como noiva enfeitada para o seu esposo. O Espírito e a Esposa dizem: “Vem”! Aquele que ouve também diga: “Vem”! Quem tem sede, venha, e quem quiser, receba de graça a água vivificante” (Apoc. 19,7; 21,2. 9; 22,17). 

No programa de hoje, *Padre Gerson Schmidt dá prosseguimento a sua série de reflexões sobre as imagens da Igreja descritas na Constituição Lumen Gentium:

“Uma das imagens bonitas, utilizadas pela Lumen Gentium, referindo-se à Igreja é que ela é a Esposa de Cristo. Já falamos aqui das outras imagens: Igreja como povo de Deus, Corpo de Cristo. Hoje acentuamos a imagem da Igreja como Esposa de Cristo.

No fim do milênio, São João Paulo II - na sua Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte – dizia que era possível restabelecer o equilíbrio entre esta visão da Igreja condicionada pelos debates do momento, e a visão espiritual e mistérica do Novo Testamento e dos Padres da Igreja. A pergunta fundamental não é “O que é a Igreja”, mas “quem é a Igreja?”.

A grande resposta que aqui podemos dar, a partir da reflexão dos padres conciliares que a Igreja é corpo e esposa de Cristo.  A alma e o conteúdo cristológico da Lumen Gentium (LG) emergem especialmente no capítulo I, onde se apresenta a Igreja como a esposa de Cristo e corpo de Cristo. Para o título de esposa, se lê assim na Lumen Gentium, número 06: A Igreja, chamada «Jerusalém do alto» e «nossa mãe» (Gál. 4,26; cfr. Apoc. 12,17), é também descrita como esposa imaculada do Cordeiro imaculado (Apoc. 19,7; 21,2. 9; 22,17), a qual Cristo ‘amou e por quem Se entregou, para a santificar’ (Ef. 5, 25-26), uniu a Si por um indissolúvel vínculo, e sem cessar ‘alimenta e conserva’ (Ef. 5,29), a qual, purificada, quis unida a Si e submissa no amor e fidelidade (cfr. Ef. 5,24), (LG, 6).

As grandes referências utilizadas aqui, nessa imagem da Igreja como esposa de Cristo, são tiradas da carta de São Paulo aos Efésios, onde Paulo faz uma belíssima comparação do amor esponsal de Cristo que se entregou por inteiro, na cruz por amor a Igreja como o é o matrimônio cristão. Da mesma forma, como Cristo amou a sua Igreja e se entregou a ela, no matrimônio, os maridos devem amar as suas esposas. Há uma unidade esponsal de Cristo com sua Igreja da mesma maneira que no matrimônio.

Também aqui foi mérito do então cardeal Ratzinger o ter destacado a intrínseca relação entre estas duas imagens da Igreja: a Igreja é corpo de Cristo porque é esposa de Cristo! Em outras palavras, na origem da imagem paulina da Igreja como corpo de Cristo não está a metáfora estóica da concórdia das partes no corpo humano (embora as vezes ele utiliza também esta aplicação, como em Rom 12, 4 ss em 1 Cor 12, 12 ss), mas há a ideia esponsal da única carne que o homem e a mulher formam unindo-se em matrimônio (Ef 5, 29-32) e ainda mais a ideia eucarística do único corpo que formam aqueles que comem o mesmo pão: “Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão.”(1 Cor 10, 17).

Da mesma forma como homem e mulher se tornam uma só carne pelo amor esponsal, pela entrega mútua dos corpos e corações, desta maneira a Igreja também se torna uma só carne, o corpo místico de Cristo, pela entrega de Cristo na cruz, uma vez por todas pela Igreja, pela salvação de todos nós, filhos dessa Igreja pelo batismo.  Deixemos essa frase do Cardeal Ratzinger ecoar hoje: “a Igreja é corpo de Cristo porque é esposa de Cristo!”. Portanto, há aqui uma esponsalidade, uma aliança, um amor mútuo, uma entrega, uma unidade indivisível entre Cristo e a Igreja. Bem por isso, entendemos quando Saulo escuta a voz no Caminho de Damasco: “Eu sou o Cristo a quem tu persegues”. Perseguindo os cristãos, Saulo estava perseguindo o próprio Cristo. São João XXIII, que abriu o Concílio em 11 de Outubro de 1962, no discurso de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, na alocução solene Gaudet Mater Ecclesia, utilizou essa imagem da Igreja como Esposa de Cristo: “Nos nossos dias, a Esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade”.

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Papa: Pio VII nos ensina a ser simples como a pomba, mas sagaz como a serpente

Papa recebe peregrinos nos 200 anos da morte de Pio VII (Vatican Media)

Passados 200 anos da morte do Papa Chiaramonti, Francisco destaca a sagacidade do Papa que lutou contra as tropas de Napoleão Bonaparte.

Papa Pio VII | Wikipédia

Vatican News

O Papa concluiu suas audiências matutinas deste sábado recebendo os peregrinos de quatro dioceses italianas (Cesena-Sarsina, Savona, Imola e Tivoli) no bicentenário da morte do Servo de Deus Pio VII, ocorrida em 20 de agosto de 1823.

O monge beneditino Dom Gregório Chiaramonti foi eleito Papa em 21 de março de 1800 e seu pontificado durou 23 anos. Ele guiou a Igreja no momento em que as relações com Napoleão atingiram seu ponto mais crítico e Roma foi ocupada por suas tropas. Na noite de 5 para 6 de julho de 1809, seu quarto foi invadido e o Papa foi levado à França, onde ficou em exílio até 1814.

“Papa Chiaramonti foi para todos nós um grande exemplo de bom pastor que dá a vida pelo seu rebanho”, recordou Francisco. Homem de notável cultura e piedade, monge, abade, bispo e Papa, em todos esses papéis manteve intacta a sua dedicação a Deus e à Igreja. O Papa então destacou três aspectos de sua vida: a comunhão, o testemunho e a misericórdia.

Em tempos de lutas e divisões, Pio VII soube transformar as prepotências de quem queria isolá-lo em ocasião para relançar uma mensagem de dedicação e amor à Igreja. O seu exemplo nos impulsiona a ser, no nosso tempo, disse Francisco, construtores de unidade na Igreja.

Manso, mas sagaz!

Homem de índole mansa, Papa Chiaramonti foi um anunciador corajoso do Evangelho, com a palavra e com a vida. Não obstante os duros obstáculos impostos por Napoleão, o Papa Pio VII concretizou a sua atenção aos mais necessitados, distinguindo-se por algumas reformas e iniciativas sociais de amplo alcance, inovadores para o seu tempo, como a revisão das relações de “vassalagem”, com consequente emancipação dos camponeses pobres, a abolição de privilégios da nobreza e do uso da tortura, e a instituição de uma cátedra de cirurgia na Universidade  romana La Sapienza para melhorar a assistência médica e o incremento da pesquisa.

“Era um homem inteligente, muito piedoso e esperto. Sabia levar avante inclusive sua prisão com esperteza. Às vezes mandava mensagens entre as roupas e assim conseguia guiar a Igreja, através das vestimentas. E é algo belo, é um homem que é inteligente, esperto e que quis levar avante a tarefa de governar que o Senhor lhe havia dado. Isso é belo.”

Sua misericórdia ficou evidente também em relação aos seus perseguidores, aos quais sempre ofereceu o perdão e até mesmo hospitalidade. E o Papa concluiu:

“Queridos irmãos e irmãs, são muitos os valores aos quais nos evoca a memória do Servo de Deus Pio VII: o amor pela verdade, a unidade, o diálogo, a atenção aos últimos, o perdão e a busca tenaz da paz. Nos fará bem meditá-los e testemunhá-los, para que em nós e nas nossas comunidades cresçam o estilo da mansidão e da disponibilidade ao sacrifício. Mas isso não quer dizer que somos tolos. Não, não. Mansos, mas sagazes como o Senhor nos pede. Simples como a pomba, mas sagaz como a serpente.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Inês de Montepulciano

Santa Inês de Montepulciano (A12)
20 de abril
Santa Inês de Montepulciano

Inês, da rica família Segni, nasceu na aldeia de Graciano, Itália, próximo da cidade de Montepulciano, em 1268. Ainda muito pequena demonstrou tendências de vocação religiosa: aos quatro anos sabia de cor as orações do Pai Nosso e da Ave Maria, e frequentemente deixava de brincar para rezar. Aos seis anos declarou aos pais que queria ser freira, mas eles não concordaram.

Ela então sofreu um ataque de demônios que assumiram a forma de corvos e a feriram na cabeça com as garras e bicos, depois do que Inês, categoricamente, falou aos pais dos planos de Deus para si, e que outros ataques aconteceriam se não aprovassem a sua vocação. Preocupados e amedrontados, eles então permitiram que, aos nove anos, ela entrasse para o convento das freiras de São Domingos, conhecidas como “Irmãs do Saco”, ao se vestirem por humildade com um escapulário feito deste grosseiro material.

Aos 14 anos Inês foi para uma nova fundação na cidade de Proceno. Por suas singulares virtudes, quiseram fosse ela tornada prioresa, e assim ficaram providenciadas as dispensas necessárias, concedidas após estudo pelo Papa Nicolau VI. Sentindo-se indigna do cargo, Inês aumentou suas orações e sacrifícios, alimentando-se apenas de pão e água, dormindo no chão frio e usando uma pedra como travesseiro.

Fenômenos místicos a acompanhavam, como êxtases e levitações durante as orações; do local onde se ajoelhava para rezar, brotavam rosas e lírios perfumados; a Virgem Maria apareceu-lhe na Festa da Assunção com o Menino Jesus, e O entregou a Inês para segurá-Lo durante alguns instantes.

Obteve a cura de um possesso a quem nenhum sacerdote conseguia ajudar, apenas ao pisar na igreja da cidade vizinha aonde ele estava, e para onde fora chamada. O demônio, derrotado, declarou: “Eu não consigo permanecer aqui, porque a virgem Inês entrou!”. Inês tinha alma contemplativa e grande determinação, não se preocupando com os problemas materiais, os quais remetia ao auxílio de Deus.

Por isso multiplicou inúmeras vezes os pães para as religiosas do convento, bem como transformou água em vinho na casa de uma família que visitava. Curou da cegueira uma das irmãs, para que não abandonasse o convento por motivo de tratamento.

Inês ficou muito conhecida pela fundação do convento no alto da colina de Montepulciano, onde fora na infância atacada pelos corvos. Ela profetizara que ali, onde estava instalado um famoso prostíbulo, seria construída uma casa religiosa. De fato, visitou e gradualmente converteu as prostitutas, que se tornaram todas religiosas exemplares.

Durante uma oração dominical, um Anjo lhe apareceu com um cálice, dizendo: “Bebe, esposa de Cristo, este cálice que Nosso Senhor bebeu também por ti!”. Depois disso, Inês adoeceu grave e dolorosamente, e as irmãs insistiram para que ela fosse às termas de Chianciano para melhorar. Quando seus pés tocaram a água, o lugar ficou cheio de um misterioso maná caído do Céu – o mesmo que havia surgido quando da sua consagração, anos antes, no convento. E deste mesmo lugar brotou uma fonte, onde doentes eram curados, ficando conhecido como Fonte de Santa Inês. Nas sucessivas idas às termas, Inês realizou muitos outros milagres, como a ressurreição de um menino afogado, fazendo sobre ele o Sinal da Cruz.

Com o aumento das dores, Inês faleceu em 20 de abril de 1317, aos 43 anos. Antes do fato ser conhecido, chegou pela aurora ao convento uma senhora gravemente doente do braço, pedindo para ver o corpo da abadessa, pois à noite tivera uma visão: nela Inês, em luz e rodeada de Anjos, dizia-lhe para tocar o seu corpo e ficar curada, o que de fato aconteceu. Milagres semelhantes ocorreram durante muitos dias após a sua morte, e do seu corpo exalava um perfume maravilhoso para todo o convento; também um bálsamo, igualmente perfumado, corria fartamente dele.

Outros milagres foram as conversões de pecadores famosos. Santa Catarina de Sena, grande devota de Santa Inês, ao inclinar-se para venerar seus restos mortais, teve para si elevado um dos pés da santa abadessa, o qual ela então pode beijar. Ainda hoje, o corpo incorrupto de Santa Inês permanece com um pé mais elevado, e curas milagrosas, espirituais e físicas, continuam ocorrendo na sua sepultura.

Reflexão:

Deus concede graças sempre especiais a cada um dos Seus santos, de acordo com as suas respectivas missões, mas de certo modo parece destacar particularmente algumas virtudes, como a virgindade, a pureza e a vontade férrea de seguí-Lo, como se estes atributos fossem singularmente caros ao Seu afeto. Certamente toda a vida de Santa Inês foi uma correspondência à vontade divina calcada neste tripé, e em si mesma extraordinária; mas observando suas obras, notamos extraordinária semelhança com as passagens da vida terrena do próprio Cristo, não apenas em santidade, mas dos próprios fatos, que também aparecem na vida de outros santos, mas nem todos e nem de forma tão exata: ela vivia uma rotina de orações e sacrifícios, foi provada pelo demônio, realizou curas milagrosas, expulsou o diabo, ressuscitou um menino, multiplicou mais de uma vez os pães, transformou água em vinho, sofreu com imensas dores e literalmente bebeu do Cálice de Jesus; e seu corpo está preservado. Tudo isto pode ser dito igualmente de Nosso Senhor, guardadas, evidentemente, as diferenças intrínsecas a cada um. Mas o conjunto sugere uma identidade muito próxima em pontos essenciais de vida; talvez devêssemos buscar com mais empenho a pureza, a virgindade, a vontade férrea de seguir Jesus, não por desejo de fazer coisas extraordinárias, o que seria monstruoso orgulho, mas porque estas características parecem Lhe agradar notadamente: e quem não quer agradar, da melhor forma possível, a quem mais ama?

Oração:

Senhor, que nos amais como somos, mas desejais para nós sempre o melhor, concedei-nos por intercessão de Santa Inês de Montepulciano a pureza de corpo e alma que Vos agradam, e a firme vontade de sermos dignos vasos para o bálsamo que desejais levar por nós aos nossos irmãos; que assim mantenhamos em nossas almas, incorruptos já nesta vida, o Vosso Corpo e Sangue Eucarísticos que nos concedeis por infinito, gratuito e puríssimo amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mensagem aos Cristãos Católicos do Brasil

61ª Assembleia Geral da CNBB | CNBB

BISPOS DIVULGAM A CARTA AOS CRISTÃOS CATÓLICOS DO BRASIL ELABORADA PELO EPISCOPADO BRASILEIRO DURANTE A 61ª AG CNBB

Seguindo a tradição das Assembleias Gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, quatro cardeais brasileiros durante a coletiva da quinta-feira, 17 de abril, tornaram conhecidos o processo de construção e o conteúdo das quatro mensagens aprovadas pelo episcopado brasileiro: ao Papa Francisco, ao prefeito do Dicastério para os Bispos, cardeal Robert Francis Prevost, ao povo brasileiro e aos cristãos católicos. Esta última, uma das novidades desta edição da assembleia. A carta ao Santo Padre e ao Dicastério para os bispos foram encaminhadas pela coordenação da Assembleia.

Segundo o arcebispo de Brasília (DF), cardeal Paulo Cezar Costa, na carta ao Papa Francisco o episcopado brasileiro manifesta a comunhão com o Santo Padre, apresentou os temas gerais da assembleia e um agradecimento pela riqueza de seu pontificado, aquilo que ele propõe à Igreja nesse momento: a paz, a justiça, as migrações e das pessoas que morrem no mar.

Mensagem aos Cristãos Católicos do Brasil

Pela primeira vez se faz uma mensagem da Assembleia às comunidades católicas, enfatizou o arcebispo de São Paulo, cardeal Pedro Odilo Scherer, que trata da vida das comunidades. A mensagem inicia agradecendo “por tudo aquilo que de bom e belo existe para a missão”, por tudo o que é vivido e realizado nas comunidades. Igualmente o texto ressalta a santidade, com um número de “processos de beatificação e canonização como nunca houve antes”.

A carta dirige uma palavra de encorajamento sobre algumas questões, tendo como pano de fundo a sinodalidade: o diálogo, o respeito pelos outros, saber divergir sem brigar, insistindo em que “nossa fé não deve dividir, mas deve ser um elemento que ajuda a criar comunidade”.

A mensagem ressalta a necessária comunhão com o Papa e com os bispos e faz um convite a não desanimar diante das dificuldades presentes e à participação ativa na vida das comunidades e da sociedade. Finalmente, um chamado à preparação ao Jubileu 2025. De acordo com dom Odilo, trata-se de uma carta que pretende “encorajar, orientar, apoiar, respaldar a nosso povo católico”.

Acesse a Mensagem aos cristãos católicos do Brasil 

Carta ao Dicastério para os Bispos

Sobre a carta ao prefeito do Dicastério para os Bispos, o arcebispo de Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta, disse que é reservada ao cardeal Prevost e trata sobre o que está sendo feito na 61ª Assembleia Geral da CNBB. A mensagem “coloca os problemas que nós estamos enfrentando enquanto Igreja no Brasil, coloca as soluções que a nossa assembleia está propondo e agradece ao prefeito pelas indicações ao Santo Padre para as 20 nomeações episcopais para a Igreja do Brasil desde a última assembleia”, enfatizou dom Orani.

Mensagem ao Povo Brasileiro

A Mensagem ao Povo Brasileiro, “um texto em certo sentido longo”, segundo o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, dada “a necessidade de abordarmos alguns elementos importantes”, pretende ser uma mensagem de esperança, de futuro, da realidade política e climática, que aborda as eleições que se aproximam, lembrando os 60 anos de início da Ditadura e incentivando a cuidar da Democracia e combater a violência no país e as guerras.

Dom Leonardo pediu a ajuda dos meios de comunicação para que essas mensagem cheguem e ajudem diante da situação de tensão, de conflitos e de muita violência que a sociedade brasileira vive, provocada pelas drogas, as facções e pelas as palavras. Trata, segundo dom Leonardo, de uma mensagem que faz um chamado à paz, também na floresta, para os povos indígenas, ameaçados pelo Marco Temporal.

Baixe a íntegra da Mensagem ao Povo Brasileiro

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Capitalismo e felicidade

O capitalismo e a felicidade (Jornal GGN)

Arquivo 30Dias - 04/2007

Capitalismo e felicidade

O semanário britânico colocou publicamente algumas questões: será o capitalismo capaz de espalhar felicidade? É seu trabalho garantir isso? Em que consiste a felicidade e como medi-la? Análise do professor Guarino.

Capa do economista

por Giuseppe Guarino

Capitalismo e felicidade são termos aparentemente distantes. No entanto, tanto os modelos organizacionais dos Estados como o destino das comunidades dependem da sua relação e das atitudes que adotam, bem como, como é hoje reconhecido, das do nosso planeta.


Devemos partir do fato indiscutível de que sempre existiram empresários conscientes da necessidade de obter lucro como condição para a sobrevivência e o crescimento dos seus negócios, em todas as formas de civilização. Como sempre, houve inovadores, cientistas e artistas. Tudo mudou com o uso generalizado de máquinas para produzir bens. A qualidade dos produtos melhorou, novos produtos foram criados, as quantidades aumentaram. A acumulação de capital para organizar a produção tornou-se uma necessidade, assim como a formação de disponibilidade que permitiu que um número cada vez maior de consumidores adquirisse os produtos. Lucro e ganho tornaram-se uma necessidade primária para todos. O bem-estar foi identificado na quantidade e pluralidade de bens produzidos. Ao aderir à lei do lucro, a quantidade e a qualidade aumentariam incessantemente. A essência do progresso foi vista nisso.

A crença de que o progresso seria contínuo e permanente logo entrou em conflito com a dura realidade. Enquanto esperávamos o “sol do futuro”, multidões inteiras estavam em situação pior no momento. Camponeses expulsos do campo, trabalhadores amarrados a máquinas em condições não melhores que as dos antigos escravos. O que fazer? Da mesma matriz – produto, bem-estar, progresso – originaram-se duas crenças opostas. Segundo o primeiro, o coletivismo, a função de organizar a produção e regular a sua distribuição deveria ter sido assumida pelo Estado para que esta fosse justa. Para o outro, o capitalismo, o Estado teria que reduzir as suas funções ao mínimo, quase ao ponto de desaparecer. A tarefa de produzir deveria ser reservada aos empresários que operavam em condições de concorrência leal. O mercado teria garantido a distribuição mais racional e equitativa.

O coletivismo caiu. A experiência tem demonstrado que a concentração de todo o poder no Estado gera totalitarismo, opressão e arbitrariedade. O capitalismo provou ser a fórmula vencedora. É dominante no cenário mundial hoje. Mas não podemos escapar de uma questão perturbadora. O capitalismo é capaz de espalhar felicidade? É função do capitalismo garanti-lo? A estas questões acrescenta-se outra. Em que consiste a felicidade, como medi-la? O tema foi introduzido pela The Economist , a bíblia do capitalismo mundial, que não surpreendeu que o tenha levantado no número dedicado ao Natal. A resposta do O economista é que o capitalismo cria as condições para que todos possam criar livremente a sua própria felicidade, mas que a sua função não pode ir mais longe.

Da reconstrução em passos muito largos do caminho das ideias, emerge uma base comum, à qual aderem hoje as teorias económicas mais acreditadas, ainda que implicitamente. É a crença de que o progresso e a inovação técnica, se não puderem assumir a responsabilidade pela felicidade humana, certamente contribuem para ela de forma positiva. Eles nunca iriam impedi-la ou prejudicá-la. Será verdade? Aqui reside a questão.

Se você olhar em volta, entenderá que não é esse o caso. Há uma tal consciência de que o capitalismo entregue a si mesmo também pode gerar danos, que a legislação positiva na maioria dos países avançados retira do mercado um certo número de bens: o ambiente, as espécies protegidas, os métodos de produção típicos, os bens históricos e artísticos. A lista de esferas protegidas cresce continuamente.

Da proteção de bens e objetos materiais e naturais passamos para categorias de bens intangíveis, como tradições, costumes e culturas locais. São categorias de bens para a formação dos quais o homem e as comunidades contribuem com elementos de qualquer outra natureza. A extensão máxima do objeto ao qual estão ligadas as limitações a introduzir no jogo demasiado livre dos fatores de produção foi recentemente atingida. O planeta como um todo, o seu clima, a temperatura dos mares, mais especificamente as florestas, os gelos polares e assim por diante, devem ser protegidos.

Mas há também outras áreas a considerar, áreas às quais o conceito de felicidade está quase naturalmente ligado: os sentimentos, os afetos, a serenidade da alma, a confiança e o respeito mútuos, a tranquilidade do futuro, as formações sociais em que a personalidade humana se desenvolve.

Pareceriam ser áreas completamente alheias à influência do produto. São estes os domínios em que, segundo os economistas, todos, com base no bem-estar criado pelo mercado, deveriam e poderiam procurar livremente a sua própria felicidade. A verdade é diferente. Cada uma das formas como a sociedade se organiza também afeta estas esferas, geralmente de forma indireta, mas não menos incisiva, e em muitos aspectos também de forma direta. As profundas mudanças ocorridas em menos de um século na composição numérica das famílias, nos ritmos de vida, nas relações entre pais e filhos ou entre cônjuges, nas relações com os vizinhos, no número de crimes e nas suas diferentes tipologias, na propagação de transtornos as doenças psicológicas e psiquiátricas demonstram isso.

Quais são as conclusões? O “bem-estar” criado pelos produtos não pode ser confundido com “felicidade”. A felicidade é um conceito muito mais complexo. Pode beneficiar o bem-estar, mas a forma escolhida para organizar a produção e a sua distribuição também pode prejudicá-lo. Para ser justo, a sociedade não pode preocupar-se apenas com a produção. Ao ditar as regras deve também ter em conta os homens, como indivíduos e nas formações sociais, as tradições, as características dos lugares, os legados do passado e tudo o que resta do fluxo da história.

O tema proposto não é secundário. Não deveria ser abandonado. É um grande mérito do Economist tê-lo proposto. Filósofos, políticos, economistas, igrejas organizadas e movimentos religiosos, psicólogos, sociólogos, estudiosos do homem e da natureza farão ouvir as suas vozes. Mas refletir sobre isso é uma tarefa que também cabe a cada um de nós.

Fonte: https://www.30giorni.it/

EDITORIAL: Os irresponsáveis e a responsabilidade dos povos

Uma mulher em Gaza ( AFP or licensors)

Cenários de guerra e o grito de paz que se eleva dos povos.

Andrea Tornielli

O que aconteceu nos últimos seis meses e, infelizmente, está acontecendo hoje no Oriente Médio mantém o mundo em suspense. A cruel agressão em Israel perpetrada pelo Hamas, com a morte de 1.200 pessoas, a maioria civis pacíficos; o bombardeio em massa e a invasão da Faixa de Gaza, que deixou quase 34. 000 mortos, em sua maioria civis, muitos deles crianças; o ataque que destruiu o prédio de uma sede diplomática iraniana em Damasco; a resposta do Irã com ataques de drones e mísseis contra alvos militares israelenses e, hoje, a resposta de Israel atacando alvos militares no Irã: o risco de a escalada degenerar em escolhas sem retorno, arrastando o mundo inteiro para um conflito de consequências incalculáveis, torna-se mais real a cada dia.

Com o Papa Francisco, o único líder mundial de cujas palavras emerge uma consciência da trágica encruzilhada que enfrentamos, dizemos não à guerra, não à violência, sim à paz, sim à negociação. Há mais de vinte anos, após o ataque terrorista de 11 de setembro no coração dos Estados Unidos, São João Paulo II publicou uma mensagem significativa para o Dia Mundial da Paz intitulada "Não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão". Palavras verdadeiras, palavras proféticas. A lógica da reação e da vingança, da resposta que sempre deve se seguir, desencadeia uma espiral da qual é difícil sair e cujas consequências catastróficas serão pagas pelos povos.

Em um mundo onde existem pessoas irresponsáveis que, em vez de investir na luta contra a fome, na melhoria dos serviços de saúde, na energia renovável, na criação de uma economia menos subserviente aos senhores das finanças e mais atenta ao bem comum, pensam apenas em investir enormes somas no rearmamento, nos instrumentos mais sofisticados para produzir morte e destruição, o apelo não pode deixar de ser dirigido à responsabilidade dos povos. Enquanto os crentes elevam orações a Deus para inspirar as escolhas dos governantes, milhões de pessoas unem suas vozes para elevar um grito de paz. A guerra é uma aventura sem retorno: em um mundo com arsenais repletos de armas nucleares, essas palavras dramaticamente verdadeiras se tornam cada vez mais reais a cada dia.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O que significa a palavra “Hodie” na cruz de Santo Expedito?

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Aleteia Brasil - publicado em 19/04/16
Enquanto o diabo em forma de corvo o tentava a dizer "cras", ele decidiu com firmeza retrucar "hodie"! O que quer dizer tudo isso?

Não existe nenhuma fonte segura de informação histórica sobre a existência de Santo Expedito. Não há registro algum de que tenha se formado alguma tradição sobre ele na Antiguidade. Sua posição oficial na Igreja é incerta.

Então de onde veio a devoção a ele?

No Martyrologium Hieronymianum, ele era citado junto com outros mártires comemorados entre os dias 18 e 19 de abril. Há registros do século VIII que falam da devoção a Santo Expedito em regiões da atual Alemanha e da Sicília. A difusão da devoção começa a crescer pela Europa no século XVII, provavelmente a partir da França ou da Alemanha. Em 1781, ele foi declarado padroeiro de Acireale, na Sicília, e, desde então, a sua devoção se espalhou rapidamente por muitos países.

Mas quem foi Santo Expedito?

Os relatos populares retransmitidos ao longo dos séculos o apresentam como um militar romano, comandante-em-chefe da 12ª Legião, conhecida como “Fulminata”. Essa legião romana se aquartelava em Melitene e era encarregada de proteger o império das invasões dos bárbaros orientais. Tinha um efetivo de mais de 6.800 soldados.

Expedito era cristão, como a maior parte dos seus subordinados, todos nativos da Armênia. Durante as sangrentas perseguições anticristãs do imperador Diocleciano, ele teria sido condenado no dia 19 de abril de 303 e martirizado mediante decapitação por espada devido à recusa de culto aos deuses pagãos.

“Hodie!”

Antes de se tornar cristão, ele teria relutado e adiado a conversão com muitas desculpas. O demônio o tentava para que resistisse, e, em forma de corvo, o inspirava a repetir “Cras! Cras!“. Esta representação onomatopeica do grasnido dos corvos coincide com a palavra latina “cras“, que significa “amanhã“.

Certo dia, Expedito teria pisado decididamente a cabeça do corvo e retrucado “Hodie!“, que quer dizer “hoje”, assumindo assim a disposição heroica de se converter imediatamente, sem novos “cras“.

A devoção

A Igreja reconhece a devoção popular a Santo Expedito, mas, devido à ausência de indícios históricos de que ele tenha realmente existido, seu nome não foi incluído como mártir na edição do Martyrologium Romanum de 2001.

A ligação de Santo Expedito com as causas urgentes deriva provavelmente do significado de seu nome, que quer dizer “ágil”, “desimpedido”, “rápido” – o que também tem relação evidente com as lendas sobre a sua conversão.

A representação

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Sua representação mais comum é a de um legionário romano  vestindo a armadura, uma túnica e o manto nas espáduas, em postura marcial. Ele sustenta na mão esquerda a palma do martírio e, na direita, uma cruz em que está gravada a palavra “hodie“. O espírito do mal, na forma do corvo que tenta induzi-lo a repetir “cras” em vez de bradar “hodie“, aparece representado sob um de seus pés.

Oração a Santo Expedito

Meu Santo Expedito das Causas Justas e Urgentes, socorrei- me nesta hora de aflição e desespero!

Intercedei por mim junto a nosso Senhor Jesus Cristo, vós, que sois um santo guerreiro; vós, que sois o santo dos aflitos; vós, que sois o santo dos desesperados; vós, que sois o santo das causas urgentes.

Protegei-me, ajudai-me, dai-me força, coragem e serenidade.

Atendei o meu pedido:

(pedir a graça desejada)

Ajudai-me a superar estas horas difíceis, protegei-me de todos os que possam prejudicar-me, protegei minha família, atendei ao meu pedido com urgência. Devolvei-me a paz e a tranquilidade.

Serei grato pelo resto de minha vida e levarei o vosso nome a todos os que têm fé.

Santo Expedito, rogai por nós. Amém.

Fonte: https://pt.aleteia.org

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Aceita um cafezinho? Veja como a bebida está presente na vida dos brasileiros (3)

O café possui diversos benefícios para a saúde porém, se consumido em excesso pode trazer efeitos não desejados.(foto: Unsplash/ Devinavery)

Em comemoração ao Dia Mundial do Café, a Revista traça um panorama sobre a bebida, bastante apreciada no Brasil, segundo maior consumidor mundial.

REVISTA DO CORREIO

Ailim Cabral

Tainá Hurtado*

postado em 13/04/2024 / atualizado em 14/04/2024

Métodos de preparo mais usados pelos brasileiros

59% Coador de pano
42% Cafeteira elétrica com coador de papel
35% Coador de papel
13% Cafeteira italiana ou moka
11% Máquina de sachê ou cápsula
9% Espresso de máquina
6% Cafeteira prensa francesa
6% Solúvel
1% Outros

Horários de consumo mais comuns

98% Ao acordar
89% Durante a manhã
79% Após o almoço
64% Durante a tarde
38% À noite

Motivação para tomar café

57% Melhorar o humor e a disposição
39% Ritual, prazer e bem-estar
37% Momento para pausa, reflexão e paz
3% Degustar e saborear a bebida
3% Oportunidade de interação com pessoas

Fonte: dados de estudo feito pelo Instituto Axxus em 2021

Mitos e verdades

Muito se fala que o consumo de café diário pode trazer diversos benefícios e também malefício, se ingerido exacerbadamente. Algumas das informações que propagam por aí são verdadeiras, outras nem tanto. Por isso, junto com especialistas, a Revista separou informações para você tomar o seu cafezinho de forma proveitosa, consciente e saudável.

Doenças neurológicas

Os benefícios do café vão de melhorar o foco, a energia e a concentração até a prevenção de doenças. “O café tem uma variedade gigante de compostos bioativos, incluindo muitos antioxidantes, ácido clorogênico, polifenóis, e todos eles podem, sim, proporcionar muitos benefícios”, afirma a nutricionista Camila Pedrosa.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), estudos vêm mostrando que o consumo de café pode estar relacionado com a redução dos riscos de doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson e o Alzheimer. Um estudo de corte apontado pela Abic mostrou que homens que consumiam pelo menos três a quatro xícaras de café por dia apresentavam um risco cinco vezes menor de desenvolver Parkison do que os não consumidores.

“Alguns estudos sugerem que os compostos antioxidantes e anti-inflamatórios presentes no café podem desempenhar um papel na proteção do cérebro contra danos oxidativos e inflamação, processos que estão relacionados com o desenvolvimento do Alzheimer’, explica o neurologista Nicolas Balduino.

Insônia

O café é comumente consumido para dar energia e tirar a sonolência. Segundo Nicolas Balduino, isso ocorre devido à capacidade da cafeína de bloquear a ação da adenosina, neurotransmissor responsável pela promoção da sensação de sonolência e relaxamento. A cafeína, por sua vez, pode se ligar aos mesmos receptores da adenosina, causando o efeito contrário.

“Como resultado, a cafeína estimula o sistema nervoso central, aumentando a vigilância, a concentração, a capacidade de atenção e a energia”, afirma. É por esse motivo que, se consumido próximo ao horário de se deitar, o café pode propiciar insônia ou outros distúrbios do sono. “É recomendável evitar o consumo de café algumas horas antes de dormir e monitorar a sensibilidade individual à cafeína”, completa o neurologista.

Ansiedade

Pelos mesmos motivos que o café interfere na qualidade do sono, a bebida também pode, em algumas pessoas, aumentar os sintomas de ansiedade, como agitação, tremores, palpitações e dificuldade para relaxar. “A cafeína pode aumentar a produção de cortisol, o hormônio do estresse, o que pode contribuir para a sensação de ansiedade em algumas pessoas", afirma Balduino. O médico ressalta que a resposta à cafeína pode variar de pessoa para pessoa, por isso é importante ficar atento à sensibilidade individual para consumir em quantidades que não sejam prejudiciais.

Irritação gástrica

Outro ponto importante de se ficar atento quanto ao consumo de café é que, em excesso, ele pode piorar casos de gastrite em pessoas com predisposição. Segundo a nutricionista Camila Pedrosa, isso ocorre devido à estimulação de ácido clorídrico no estômago, que auxilia no processo digestivo. “Isso vai aumentar a inflamação da mucosa do intestino, aquela mucosa gástrica, e pode contribuir para a piora dos casos de gastrite”, detalha.

Grávidas

Segundo Camila Pedrosa, a cafeína atravessa a placenta e pode, sim, afetar o feto, por isso, em muitos casos, a recomendação é que ocorra a redução do consumo de café, assim como de alimentos com muita cafeína. “Essa quantidade adequada para uma gestante precisa ser em comum acordo com o obstetra, para que não tenha efeitos adversos no feto”, explica a nutricionista.

Crianças

De acordo com Nicolas Balduino, o consumo de café por crianças deve ser feito com moderação, cautela e sob orientação médica. É importante observar a sensibilidade da criança à cafeína, pois os efeitos colaterais indesejados também podem acometer os pequenos. Por terem corpos menores, eles podem sentir os efeitos negativos da cafeína consumindo uma quantidade menor que um adulto.

“Recomenda-se que crianças de 4 a 6 anos não consumam mais do que 45mg de cafeína por dia, e crianças de 7 a 9 anos não consumam mais do que 62,5mg por dia”, diz Nicolas. Outra dica dada pelo especialista é evitar o consumo perto da hora de dormir, pois os efeitos da cafeína podem afetar a qualidade do sono, momento de grande importância para o desenvolvimento infantil.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF