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terça-feira, 23 de abril de 2024

Liturgia e Apocalipse

Liturgia e Apocalipse (Jovens de Fogo)

Liturgia e Apocalipse

O livro do Apocalipse é um dos mais lidos e comentados do Novo Testamento, isto porque que este livro causa um certo impacto e uma certa expectativa no leitor. Estas expectativas acontecem devido: o seu estilo, as imagens presentes no texto,  aspectos catastróficos etc. Por isso,  tem-se num conceito popular uma visão meio que deturpada deste livro onde a concepção que se sobressai é de um livro que conta as possíveis catástrofes vindouras na história e também do fim dos tempos. Com isso, sua leitura gera uma insegurança e um medo no leitor. Mas afinal, o que significa apocalipse? Qual a relação entre o Apocalipse e a liturgia?

Apocalipse (em grego, apokálypsis=revelação) é um gênero literário que se tornou usual entre os judeus após o exílio da Babilônia (587-583 a.C) trata-se sobre o fim dos tempos: descreve o juízo de Deus sobre os povos, de modo a punir os maus e premiar os bons. Essa intervenção de Deus é acompanhada de sinais que abalam a natureza (todo o apocalipse descreve sempre cenários cósmicos); é freqüente o recurso a símbolos e números simbólicos nesse gênero literário. Sobre este pano de fundo o autor do Apocalipse quis proceder de modo que: descreveu cenas de horríveis calamidades (simbolizando os males que os cristãos sofrem no cotidiano da sua existência terrestre), entrecortadas por visões da corte celeste, onde os anjos e os santos cantam “Aleluia! A vitória compete ao Cordeiro que foi imolado e está de pé”. Assim, estes acontecimentos descritos no Apocalipse só podem ser entendidos a luz do “Evento Cristo”.

Jesus Cristo é a chave de leitura para a compreensão do Apocalipse, ou seja, este trata da celebração dos mistérios de Cristo. E sendo celebração podemos afirmar tendo base em algumas perícopes que esta é uma grande liturgia. Esta liturgia da celebração dos mistérios de Cristo fora dada a Igreja que tem a autoridade de salvaguardá-la e de utiliza-la como caminho de salvação e de contemplação do “Eterno no tempo”, conduzindo assim por meio destes os seus fiéis até que se chegue o “Dia do Senhor”. A liturgia é ação do “Cristo total”, os que agora a celebram, além dos sinais, participam já da liturgia do céu, onde a celebração é inteiramente Comunhão e Festa.

No livro do Apocalipse nos deparamos com alguns símbolos de nossa liturgia: incenso, altar, oficiantes por vezes designados como sacerdotes, participantes que se prosternam, adoram, cantam a glória de Deus e de sua obra em Jesus Cristo por meio de hinos de caráter muito tradicional. O Aspecto litúrgico de numerosa passagens do Apocalipse salta aos olhos do leitor menos mentalizado. Por vezes tem-se o sentimento de assistir a um diálogo litúrgico entre um oficiante e uma comunidade que lhe responde. Várias destas proclamações, especialmente o Santus, figuram hoje entre as partes essenciais das grandes liturgias cristãs, ou seja, a “Santa Missa”.

O capítulo quatro nos apresenta a “Liturgia Celeste”, nela podemos perceber a presença de “um trono que está colocado no céu e nele sentado alguém cujo aspecto era de jaspe e cornalina” (Ap4,2,3). Ao redor deste trono “havia vinte e quatro anciãos, com veste brancas e coroas de ouro na cabeça” (Ap4,4). Deste trono “saíam relâmpagos e ouviam-se trovões. Sete tochas de “fogo ardiam diante do trono, os sete espíritos de Deus”. No centro rodeando o trono estavam quatro seres com aspecto de: leão, touro, homem e águia. Estes seres de dia e de noite davam graças àquele que estava sentado no trono e diziam: “Santo, santo, santo, Senhor Deus Todo-poderoso, aquele que era e é e será” (Ap4,8).

O quinto capítulo traz presente um problema que é encontrar o significado do misterioso livro que ocupa neste capítulo tão grande lugar. Aparece também a figura de um Cordeiro Imolado que tem a missão de abrir o rolo e soltar seus selos. Diante disso todas as criaturas cá no céu ou na terra diziam: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, o louvor, a honra, a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Outro capítulo importante para esta realidade é o sétimo que traz presente a realidade daqueles que se salvam: “ouvi o número dos marcados com o selo” (Ap 7,4). Depois foi avistada uma multidão enorme que ninguém podia contar e estes gritavam: “A vitória ao nosso Cordeiro” (Ap 7,10). Estes estavam de vestes brancas e saíram da tribulação e alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro. O capítulo oitavo fala dos sete anjos que estavam diante de Deus e que a eles foram entregues sete trombetas. Veio assim um outro anjo que se colocou diante do altar com um turíbulo fumegante e da sua mão subia a fumaça de incenso com as “orações de todos os santos até à presença de Deus” (Ap 8,4). O anjo tomou o turíbulo e arremessou à terra.

Os capítulos 21-22 do livro do Apocalipse nos trazem uma visão de uma Igreja que fora descida do céu a “nova Jerusalém”, a cidade santa que “descendo do céu, de junto de Deus, preparada como noiva que se apronta para o noivo” (Ap21,2).

O Apocalipse de São João, lido na liturgia da Igreja, revela-nos primeiro que “um trono estava erguido no céu e Um sentado no trono” (Ap4,2): Este podemos dizer que é o Senhor Deus. Depois logo revela o Cordeiro, “imolado e de pé” (Ap 5,6), Este é o Cristo crucificado e ressuscitado, o único Sumo Sacerdote do santuário verdadeiro, o mesmo “que oferece e que é oferecido, que dá e que é dado”, isto podemos ouvir nas palavras da Consagração “que será dado por vós e por muitos para a remissão dos pecados”. E por último, revela “o rio da Vida que brota do trono de Deus e do Cordeiro” (Ap 22,1), um dos mais belos símbolos do Espírito Santo.

Recapitulados em Cristo, participam do serviço do louvor de Deus e na realização de seu intuito: as Potências Celestiais, toda a criação (os quatro viventes), os servidores da Antiga e da Nova Aliança (os vinte e quatro anciãos), o novo Povo de Deus (os cento e quarenta e quatro mil), em particular os mártires “degolados por causa da Palavra de Deus” (Ap 6,9-11), e a Santíssima Mãe de Deus ( Ap 12) e finalmente “uma multidão imensa, que ninguém poderia contar, de toda nação, raças, povos e línguas” (Ap 7,9). Ora, onde na terra encontramos uma Igreja universal que adora de uma forma fiel à visão de João? Onde encontramos sacerdotes paramentados de pé à visão diante de um altar? Onde encontramos homens consagrados ao Celibato? Onde ouvimos anjos serem invocados? Onde a arte exalta a mulher coroada de estrelas, com a lua debaixo dos pés, que esmaga a cabeça da serpente? Onde os fiéis suplicam a proteção do arcanjo São Miguel?

Onde mais, a não ser na Igreja Católica e, mais especificamente na Missa? O nosso Saudoso Papa João Paulo II em sua venerável memória, dizia: ‘’ que a Missa é o céu na terra” e ele explicou que “a liturgia que celebramos na terra é misteriosa participação a liturgia celeste”. Assim, a nossa liturgia participa da liturgia celeste! Na missa, já estamos no céu. Dessa maneira, precisamos aprender a ver o Apocalipse como a Igreja o vê, ou seja, se queremos entender o sentido do Apocalipse, temos que aprender a lê-lo com uma imaginação sacramental. Podemos então perceber que os símbolos trazidos pelo Apocalipse estão em nossa liturgia:

Missa dominical – 1,10

Sumo sacerdote- 1,13

Altar- 8,3-4; 11,1;14,18

Sacerdotes 4,4; 11,15; 14,3; 19,4

Paramentos 1,13; 4,4;6,11; 7,9;15,6;19,13-14

Celibato consagrado 14,4

Candelabros 1,12;2,5

Penitência caps.2 e 3

Incenso 5,8; 8,3-5

O livro 5,1

A hóstia eucarística 2,17

Taças (cálices) 15,7; 16;21,9

O sinal-da-cruz 7,3; 14,1; 22,4

O glória 15,3-4

O Aleluia 19,1.3.4.6

Corações ao alto 11,12

O “Santo, Santo, Santo” 4,8

O Amém 19,4 ; 22,20

O “Cordeiro de Deus” 5,6

Virgem Maria 12,1-6.13-17

Intercessão dos anjos e santos 5,8; 6,9-10; 8,3-4

Devoção a são Miguel 12,7

Antífona 4,8-11;5,9-14; 7,1-12; 18,1-8

Leituras das Escrituras 2-3;5;8,2-11

O Sacerdócio dos fiéis 1,6; 20,6

Catolicidade ou universalidade 7,9

Contemplação silenciosa 8,1

O banquete das núpcias do Cordeiro 19,9.17

(HANN, 2002,p.107-108).

Portanto, o Apocalipse trata de uma reflexão sobre o culto, e este culto é a antecipação do Fim, do Julgamento, do Reino que acontece na Santa Missa. Contudo, tanto o Apocalipse quanto a liturgia nos falam sobre o Fim, pois, o fim tem o seu nome: Jesus Cristo. E é a este que a Igreja clama incessantemente numa única voz; “Maranatá”, ou seja, “ Vem, Senhor Jesus!”. Nesta grande prece a Igreja clama o nome de Jesus e se prepara para a parusia.

Pe. Jair Cardoso Alves Neto.

Fonte: https://presbiteros.org

Os parabéns ao Papa na festa de São Jorge

Papa Francisco (Vatican Media)

Na Casa Santa Marta ou pelas redes sociais, orações e manifestações de afeto e gratidão a Jorge Mario Bergoglio neste 23 de abril, dia da memória litúrgica do mártir que leva o seu nome. A mensagem do presidente da Itália, Sergio Mattarella: os apelos oportunos e urgentes do Papa Francisco são sementes fecundas de justiça e paz para crentes e não crentes.

Salvatore Cernuzio - Vatican News

As felicitações de todo o mundo estão se multiplicando nestas horas para o Pontífice argentino, Jorge Mario Bergoglio, no dia da memória do santo que tem o seu nome: Jorge, o mártir cristão que nasceu na Capadócia e que morreu, de acordo com algumas fontes, em 303 d.C. na antiga Lidda, em Israel, por não ter negado sua fé durante as perseguições anticristãs desencadeadas pelo imperador romano Diocleciano. Conforme declarado pelo próprio Francisco em abril de 2016, no artigo 50 do Regulamento Geral da Cúria Romana, o dia 23 de abril é feriado no Vaticano.

Muitas pessoas estão enviando à Casa Santa Marta os melhores votos ao Papa, felicitações vindas também de fora, especialmente no mundo virtual, das redes sociais, de onde várias pessoas expressam afeto e gratidão ou asseguram orações a Francisco: "que Deus o proteja!".

A mensagem do presidente da Itália

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, também se juntou ao coro de saudações, enviando ao Papa Francisco uma mensagem na qual transmite "os mais fervorosos e sinceros votos do povo italiano e os meus pessoais, juntamente com votos afetuosos por sua saúde e bem-estar". "Como o senhor declarou recentemente, 'ninguém deve ameaçar a existência dos outros'", escreveu o chefe de Estado, ecoando as palavras do Papa em um dos recentes Angelus em referência à guerra no Oriente Médio. "Até mesmo essa regra fundamental, esse 'nível mínimo' de coexistência humana, é questionada no contexto dramático de uma conjuntura internacional e, em particular, do Oriente Médio, marcada por violência, contrastes e impulsos de vingança", ressaltou Mattarella. São apelos para salvaguardar a fraternidade, "que não deixam de questionar as consciências de milhões de mulheres e homens em todos os continentes e que constituem sementes férteis de justiça e paz para crentes e não crentes", continuou ele na mensagem. Por ocasião da festa de São Jorge, o presidente italiano renovou ao Papa "as expressões de proximidade do povo italiano e a minha mais alta consideração pela sua elevada missão apostólica".

As celebrações em anos anteriores

Nos últimos anos, o Papa Francisco celebrou esse dia com uma variedade de iniciativas: desde a missa na Capela Paulina com os cardeais em 2013, o primeiro ano de pontificado, até a distribuição de cerca de 5 mil sorvetes em 2018 por meio da Esmolaria Apostólica em refeitórios de Roma e arredores, onde os mais necessitados se alimentam, até o envio, em 2020, ano da pandemia de Covid-19, de alguns respiradores para alguns hospitais na Espanha, Romênia e Itália particularmente afetados pela propagação do vírus, novamente por meio do cardeal Konrad Krajewski.

O drama da Covid caracterizou a festa de São Jorge em 2021, quando o Papa decidiu celebrar o dia do seu onomástico fazendo uma visita surpresa para cumprimentar cerca de 600 pessoas pobres e em situação de rua acolhidas e assistidas por algumas associações romanas e pelas Missionárias da Caridade que esperavam para receber uma dose de vacina na Sala Paulo VI, que se tornou um pequeno ambulatório desde janeiro daquele ano. Depois de cumprimentar todos os presentes, o Papa se dirigiu ao grande balcão onde estavam dispostos pacotes de biscoitos, salgadinhos e sucos de frutas e compartilhou um enorme ovo de chocolate distribuído a todos pelos voluntários, em conformidade com as normas sanitárias da época.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Jorge

São Jorge (A12)
23 de abril
São Jorge

Jorge nasceu na antiga região chamada Capadócia, atualmente parte da Turquia, por volta do ano 280, de família cristã. Seu pai, militar, morreu combatendo, e sua mãe mudou-se com o filho para a Palestina, sua terra de origem.

Adolescente, Jorge entrou para o exército do imperador romano Dioclesiano, onde tornou-se capitão. Suas provadas qualidades mereceram do imperador um título de nobreza, de modo que com 23 anos Jorge passou a residir na alta corte, trabalhando como Tribuno Militar.

Dioclesiano, porém, decretou em 303 o início de uma imensa perseguição à Igreja, entre outras coisas influenciado por Galério (também imperador romano na reorganização política chamada Tetrarquia, como administrador das províncias balcânicas). Este alegava que os cristãos traziam “azar” para o império. Jorge testemunhou as injustiças contra os cristãos e, após doar sua grande herança para os pobres, declarou-se publicamente fiel a Cristo. Diante do imperador, na reunião senatorial confirmando o edito das perseguições, Jorge levantou-se condenando a falsidade dos ídolos pagãos e confessou a sua Fé.

O imperador, inicialmente, quis suborná-lo com uma promoção, terras e dinheiro, o que foi inútil. Então Jorge foi preso e colocado numa cela, para onde levaram uma mulher com a missão de seduzi-lo. Mas no dia seguinte a mulher havia sido convertida e batizada. Seguiu-se a tortura e a decapitação de Jorge, chamado por isso, no Oriente, de megalomartir, isto é, o grande mártir. A imperatriz, Prisca, diante destes fatos, acabou por se converter ao Cristianismo, sendo posteriormente morta com a filha Valéria, ambas canonizadas.

A sepultura de São Jorge em Lida, atualmente uma cidade em Israel, perto de Tel-Aviv, é local de peregrinação, que não foi interrompida sequer durante as Cruzadas. Sua memória, tanto no Ocidente como no Oriente, é no dia 23 de abril.

 São Jorge é padroeiro de inúmeras cidades e localidades no mundo inteiro, bem como dos cavaleiros, soldados e arqueiros. É invocado também contra a peste, a lepra e as serpentes. Os muçulmanos o veneram como profeta.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Da mesma época de São Caio, Papa, cuja memória foi ontem (cf. Santo do Dia - São Jorge - Reze no Santuário Nacional (a12.com)), São Jorge enfrentou também a cruel perseguição do imperador Dioclesiano., que não poupou da morte nem familiares nem destacados subordinados seus, como no caso presente, por serem católicos. A ira e o fanatismo contra Deus levam a muitas aberrações, incluindo atitudes tão insensatas como destruir a própria família e os melhores servidores. De grande destaque, no caso de São Jorge – assim como também para São Sebastião, outro militar – foi a coragem de espontaneamente se proclamar cristão diretamente ao imperador, admoestando-o por seus erros. Uma coragem invulgar, pela certa condenação à morte, foi exigida para um tal ato; coragem que falta, talvez, hoje, para muitos católicos, ao viver e proclamar a sua Fé. Outro importante exemplo de São Jorge é a sua pureza e castidade, pois os varões católicos devem ser coerentes com os ensinamentos do maior de todos eles, Jesus Cristo. Resistir às tentações é, no homem, uma atitude varonil, e fracos são os que pecam contra a castidade alegando, falsamente, que são “homens”, querendo assim justificar um prazer ilícito e as próprias consciências frouxas. Exemplo de militar, “Jorge” tem por significado no Grego original “agricultor”; mas nas obras de Deus não há incoerência, e São Jorge, combatendo o bom combate da Fé, como escreveu São Paulo (2Tm 4,7), plantou o bem e colheu seus frutos de santidade, propagando as sementes de conversão para muitos até hoje, um verdadeiro exército. É notória a lenda de São Jorge matando um dragão, mas não há qualquer base sólida para ela. A sua mais plausível origem é o encontro por soldados de uma Cruzada, na Idade Média, de uma escultura na Palestina. Ela estava numa igreja dedicada a São Jorge, representando o imperador Constantino, que havia combatido o arianismo, matando com uma lança esta heresia representada como dragão. A associação imediata com São Jorge levou à lenda. Por outro lado, há sem dúvida verdade no fato de que Jorge matou o pecado na sua vida, algo que é a essência da guerra diária de todo católico.

Oração:

Senhor, que sempre combateis por nós, com o envio dos Vossos exércitos angelicais, concedei-nos por intercessão de São Jorge a graça da pureza e da coragem de viver com integridade a nossa Fé, batalhando perseverantemente não contra dragões imaginários, mas sim contra o veneno da antiga serpente, o diabo, que age nas almas muito mais por astúcia e engano do que por violência direta. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Um convite sempre aberto

Um convite sempre aberto (Opus Dei)

Um convite sempre aberto

Cada santo é um projeto de Deus para levar o Evangelho a seu próprio tempo. Que aspectos da vida de Cristo os fiéis do Opus Dei desejam incorporar?

Quando aquele rei convidou as pessoas para o casamento do seu filho, ele pensou que estava escrevendo para amigos e pessoas próximas, que ficariam muito felizes em deixar o que estavam fazendo para compartilhar a alegria desse momento. Mas ele se enganou. Como relata laconicamente o texto do Evangelho: “Não quiseram vir” (Mt 22,3). O monarca pensou que deve ter sido um mal-entendido, por isso enviou uma nova mensagem aos convidados, desta vez mais clara: “já está preparado o meu banquete; meus bois e meus animais cevados estão mortos, tudo está preparado. Vinde às bodas!” (v.4). No entanto, a resposta foi ainda mais dolorosa (cf. vv.5-6). Esta parábola evocada por Jesus é semelhante à dos vinhateiros, que São Mateus coloca um pouco antes no seu Evangelho (cf. Mt 21,33-40). Embora nessas ocasiões o Senhor tenha se dirigido às autoridades de Israel, suas palavras continuam a ressoar ao longo da história. Em que sentido também fomos convidados para o casamento do filho do Rei ou para trabalhar numa vinha? O que Jesus quer nos dizer com essas suas palavras?

Talvez, com esses relatos, queira nos lembrar, simplesmente, que a nossa existência tem sentido pleno na medida em que a nossa relação com Deus, a nossa realidade filial e o nosso chamado a transformar o mundo à imagem do seu amor permanecerem vivos e atuais. Assim, ele nos encoraja a manter “com alma jovem” a consciência e a responsabilidade do dom recebido[1]. Tendo em vista que não somos melhores do que as pessoas que ouviram Jesus, o risco de cair no comportamento descrito em suas parábolas também nos atinge. E o contrário: a grandeza aberta pela possibilidade de viver como filhos de Deus merece que renovemos os nossos desejos de manter a nossa resposta de amor sempre jovem.

O que a Obra vem recordar

Na Gaudete et exsultate, o Papa nos lembra que “cada santo é uma missão; é um projeto do Pai que visa refletir e encarnar, num momento determinado da história, um aspecto do Evangelho”[2]. Nesse sentido, São Josemaria dizia que a mensagem do Opus Dei é “velha como o Evangelho, e como o Evangelho nova”[3]. Ela vem lembrar algo que já está presente na vida e na mensagem do Senhor. Na realidade, todos os cristãos estamos chamados a refletir Jesus Cristo, fazendo-o presente no mundo. Nisso consiste a obra do Espírito Santo na alma e na Igreja (cfr. 2Cor 3,18). No entanto, a vocação de cada um pode levá-lo a reproduzir “na própria existência, diferentes aspectos da vida terrena de Jesus: a sua vida oculta, a vida comunitária, a proximidade aos últimos, a pobreza e outras manifestações da sua doação por amor”[4]. Deste modo, “cada santo” – e, no fundo, cada cristão – “é uma mensagem que o Espírito Santo extrai da riqueza de Jesus Cristo e dá ao seu povo”[5].

A vida dos fiéis do Opus Dei deseja incorporar quais aspectos da vida de Cristo? Qual é a mensagem que o Paráclito quer lembrar aos seus contemporâneos? O horizonte do centenário da Obra é uma boa ocasião para nos fazermos essas perguntas e aprofundarmos no que Deus quer dizer ao mundo com a mensagem da Obra, dirigida também a pessoas e lugares que talvez nunca a tenham ouvido.

Na tentativa de explicar a luz que São Josemaria recebeu em 2 de outubro de 1928, alguma representação artística recorreu ao recurso de colocá-la em relação à oficina de Nazaré, local onde Jesus e José trabalharam e passaram os seus dias. Realmente, com a mensagem da Obra o Espírito Santo lembra a todos que os cristãos somos chamados à união com Deus na vida cotidiana, que o Senhor vem procurar a todos nós e que, por isso mesmo, o mundo é um lugar – mais ainda, um meio – de santificação. Da mesma forma que o céu e a terra se uniram em Belém, Egito e Nazaré, nos lugares onde passamos nossos dias podemos encontrar Deus e reconciliar a sua criação com Ele. São Josemaria escreveu em uma das suas cartas: “Viemos santificar qualquer esforço humano honesto: o trabalho ordinário, precisamente no mundo, de modo laical e secular, ao serviço da Santa Igreja, do Romano Pontífice e de todas as almas”[6].

À medida que essa luz se desenvolvia, o Senhor foi mostrando a São Josemaria outros pontos que seriam centrais na vida dos fiéis da Obra. O chamado de todos à santidade e a missão de inflamar o mundo no amor de Deus teria como eixo o trabalho; o sentido da filiação divina como fundamento e a Missa como centro e raiz. O Opus Dei apresentava-se como uma partezinha da Igreja que só desejava servi-la, no mundo e através das realidades do mundo.

“Mais de uma vez comparei essa nossa missão, seguindo o exemplo do Senhor, à da levedura que, de dentro da massa, a fermenta até convertê-la em bom pão”[7]. Dessa forma, os fiéis da Obra sabem-se chamados por vocação divina a levar o mundo em que vivem a Deus. O caminho não é diferente do de Nazaré: o trabalho bem-feito, o serviço aos outros, a atenção às pessoas que Deus coloca à nossa volta, a preocupação pela realidade em que vivemos e que amamos. Com simplicidade e naturalidade, sabendo-nos destinatários de um chamado que abraça toda a nossa existência.

Um chamado que move a vida inteira

Alguns dos traços mais característicos da vida na Obra só podem ser entendidos ao considerar que se trata de um fenômeno vocacional, quer dizer, que formar parte do Opus Dei não é fruto de uma iniciativa humana, de uma ideia feliz ou de um empenho generoso, mas, em primeiro lugar, de um chamado divino. De uma maneira ou de outra, com uma profundidade maior, à medida que passam os anos, descobrimos “este chamado divino que acende em nós o desejo de procurar a perfeição no meio do mundo”[8]. Deixamos então, que Jesus tome posse da nossa alma. Com a graça de Deus, os nossos desejos vão se identificando paulatinamente com os seus, até podermos dizer que vivemos somente por amor – porque nos move saber que somos amados por Deus –, e para amar – porque somos conscientes de que Ele conta conosco para que o seu amor alcance muitas mais pessoas.

A vida de qualquer fiel da Obra supõe, assim, um “encontro vocacional pleno” de tal maneira que “o Opus Dei se insere em toda a nossa vida”[9]. Neste sentido, como fenômeno vocacional, é algo diferente de uma associação, que requer uma dedicação que se limita a uma série de atividades ou encontros. Por outro lado, também é diferente do que seria mais próprio de uma consagração especial, que levaria consigo uma série de deveres que devem ser vividos de uma maneira determinada e que se acrescentam aos deveres de um batizado, como obrigações de justiça. Falando mais apropriadamente, trata-se de converter a vida inteira em uma contínua descoberta daquele que nos chama, e em uma jubilosa resposta – sempre criativa e cheia de amor – ao seu chamado.

Como uma pessoa apaixonada responde quando se trata de fazer feliz a pessoa que ama? Ou, visto de outra forma, como alguém se empenha em uma missão que considera a mais importante da sua vida? Como não há nada que a mova com mais força do que poder dedicar-se a essa pessoa, a essa missão, coloca tudo o que pode, com iniciativa, com espontaneidade. Por isso, não se trata de “fazer cada vez mais coisas ou cumprir certas atividades-padrão que nos tenhamos imposto como tarefa”[10] nem de “colaborar em determinadas tarefas ou nos labores corporativos de apostolado”[11]. Logicamente, também desse modo podemos viver o chamado, mas é importante não perder de vista que o essencial “é a correspondência ao amor de Deus”[12], algo que não tem uma forma fixa e que, ao mesmo tempo, pode dar forma a tudo o que fazemos.

São Josemaria explicava que o caráter oniabrangente do sentido vocacional da vida conduz à experiencia da unidade de vida, que tem a ver com a origem e fim de nossas ações. “Uma unidade de vida que tem simultaneamente duas facetas: a interior, que nos faz contemplativos; e a apostólica, através do nosso trabalho profissional, que é visível e externo”[13]. Trata-se, então, de procurar o Senhor em tudo o que fazemos, de colocá-lo “como fim de todos os nossos trabalhos”[14], e de procurar aproximar o seu amor às pessoas que vivem perto de nós, ocupando-nos delas, preocupando-nos por elas e servindo-as nas diferentes circunstâncias em que estivermos. Esse mesmo desejo nos levará, em ocasiões, a embarcarmos em vários tipos de projetos realizados por outros fiéis da Obra, outros cristãos, ou pessoas que simplesmente compartilham conosco o desejo de transformar o mundo à imagem de Cristo, perfeito Deus e perfeito homem.

Com a flexibilidade de um músculo

Algo característico dos fiéis do Opus Dei é atuar sempre com plena liberdade “porque é próprio do nosso peculiar chamado divino santificar-nos, trabalhando nas tarefas cotidianas dos seres humanos, seguindo o que nos dita a nossa consciência, sentindo-nos responsáveis pessoalmente das nossas atividades livremente decididas dentro da fé e da moral de Jesus Cristo”[15]. Assim os membros da Obra entenderam desde o começo, tendo vários tipos de iniciativas, que abrangem desde o mundo das finanças até o do trabalho doméstico, desde a agricultura até a educação ou as comunicações. Todas essas iniciativas têm, de algum modo, inspiração na mensagem do Opus Dei, e, no entanto, não pertencem ao Opus Dei, nem estão organizadas pela Obra, mas pelas pessoas que as promovem.

De fato, o principal apostolado da Obra é “o de amizade e confidência, realizado pessoalmente por cada uma e por cada um”[16]. Isso tem algumas consequências que tocam muito de perto a maneira própria de ser dos fiéis do Opus Dei e do seu trabalho evangelizador. Em primeiro lugar, fala-nos de que todos vivem a sua entrega “com igual dedicação”, pois “a vocação e a missão correspondente abarcam toda a nossa vida”[17]. Assim, todos somos igualmente relevantes, todos somos corresponsáveis da missão comum no lugar e na tarefa em que nos encontrarmos.

Esta realidade constitui um chamado contínuo ao coração de cada uma e de cada um, conscientes de que “Deus nos pede que o afã apostólico encha os nossos corações, que nos esqueçamos de nós mesmos, para ocupar-nos – com alegre sacrifício – da humanidade inteira”[18]. Essa é, por outro lado, a nossa maior fonte de alegria, pois “nada pode produzir maior satisfação que levar tantas almas à luz e ao calor de Cristo”[19]. Aproximamo-nos dos outros com uma atitude de amizade, de quem vê um filho de Deus, uma filha de Deus nas outras pessoas, ainda que talvez nem todos sejam conscientes da sua condição. “Pessoas às que ninguém ensinou a valorizar sua vida cotidiana”, às que, com o nosso exemplo e a nossa palavra procuraremos descobrir “essa grande verdade: Jesus se preocupou de nós, até dos menores, até dos mais insignificantes”[20].

Por outro lado, o fato de que o apostolado principal seja o pessoal, faz com que seja difícil quantificar o trabalho evangelizador do Opus Dei, ou a sua repercussão no conjunto da missão da Igreja. Trata-se de uma revolução silenciosa, que deseja mudar o aspecto dos ambientes de trabalho, de cidades, de sociedades inteiras, sem barulho ou poderosas estruturas. São Josemaria alegrava-se ao contemplar: “Uma atividade que não chama a atenção, que não é fácil traduzir em estatísticas, mas que produz frutos de santidade em milhares de almas, que vão seguindo Cristo, silenciosa e eficazmente, no meio da atividade profissional de todos os dias”[21].

Finalmente, esta característica do seu apostolado específico, faz com que o Opus Dei seja necessariamente uma desorganização organizada. É lógico que há um mínimo de estrutura, para oferecer a formação que os seus fiéis necessitam a fim de manter viva a sua resposta de amor a Deus e a cada pessoa no meio do mundo. A ênfase na espontaneidade e na iniciativa se deve ao fato de sermos todos corresponsáveis ou, como lembra o prelado em sua carta “todos nós temos a Obra em nossas mãos”[22]. Na realidade, todas estas características, que são próprias da Obra tal como Deus a entregou a São Josemaria, constituem para nós, ao mesmo tempo, um dom que temos de agradecer, um tesouro no que sempre podemos aprofundar para alegrar-nos nele e encher-nos de agradecimento, e uma tarefa por cuja realidade, através de um chamado divino, somos responsáveis.

Lucas Buch

Tradução: Mônica Diez


[1] Cfr. Mons. Fernando Ocáriz, Carta pastoral, 28/10/2020, n. 2.

[2] Francisco, ex. ap. Gaudete et exsultate, n. 19.

[3] São Josemaria, Carta 3, n. 91.

[4] Francisco, ex. ap. Gaudete et exsultate, n. 20.

[5] Ibid., n. 21.

[6] São Josemaria, Carta 3, n. 2a.

[7] São Josemaria, Carta 1, n. 5b.

[8] São Josemaria, Carta 3, n. 8b.

[9] São Josemaria, Carta 31, n. 11. Citado em Mons. Fernando Ocáriz. Carta pastoral, 28/10/2020, n. 8.

[10] Mons. Fernando Ocáriz, Carta pastoral, 28/10/2020, n.6.

[11] Ibid., n.8.

[12] Ibid., n.7.

[13] São Josemaria, Carta 3, n. 14a.

[14] Ibid., n. 15a.

[15] Ibid., n. 43d.

[16] Mons. Fernando Ocáriz, Carta pastoral, 28/10/2020, n.5.

[17] Ibid., n.8.

[18] São Josemaria, Carta 1, n. 22a.

[19] Ibid., n. 22c.

[20] Ibid., n. 22c.

[21] São Josemaria, Entrevistas, n. 71.

[22] Mons. Fernando Ocáriz, Carta pastoral, 28/10/2020, n. 27; cfr. São Josemaria, Entrevistas, n. 19

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Primeira Romaria dos Parlamentares no Santuário Nacional de Aparecida

1ª Romaria dos Parlamentares no Santuário Nacional de Aparecida (CNBB)

1ª ROMARIA DOS PARLAMENTARES ACOLHE 63 POLÍTICOS NO SANTUÁRIO NACIONAL DE APARECIDA EM TORNO DE REFLEXÕES SOBRE A FRATELLI TUTTI

1ª Romaria dos Parlamentares no Santuário Nacional de Aparecida (CNBB)

O Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Nossa Aparecida, acolheu no sábado, 20 de abril, um grupo de 90 pessoas, incluindo 63 parlamentares federais e estaduais de diferentes partidos políticos, seus familiares e assessores para a primeira Romaria dos Parlamentares promovida pela Assessoria de Relações Institucionais Governamentais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A primeira Romaria dos Parlamentares tem como tema “Fratelli Tutti, amizade social e a política”. O encontro é  motivado pela mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz na qual afirma que: “A política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem” e, que dessa forma, “a função e a responsabilidade política constituem um desafio permanente para todos aqueles que recebem o mandato de servir o seu país, proteger as pessoas que habitam nele e trabalhar para criar as condições dum futuro digno e justo”.

Presidente da CNBB acolhe os parlamentares. | Fotos: Luiz Lopes – ASCOM CNBB.

O arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, ao acolher parlamentares reforçou a ideia da ‘Boa Política” expressa na Encíclica Fratelli Tutti do Papa Francisco e destacou a ideia de que a política é “a mais alta forma de caridade”, como o Papa Pio XI a definiu.

De acordo com assessor de relações político institucionais da CNBB, frei Jorge Luiz Soares da Silva, a realização de um evento como a Romaria dos Parlamentares era um desejo antigo da Conferência.

“Trata-se de um momento de encontro, diálogo e orientação da Igreja Católica aos políticos brasileiros que professam essa crença a partir do Evangelho e do Magistério da Igreja”.

Os parlamentares foram acolhidos com Celebração de Abertura na qual foi lido o Evangelho Mt. 4,4b, que narra a multiplicação dos pães, seguido de uma homilia do arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler.

A mesa de abertura foi composta pelos membros da presidência da CNBB,  o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente, dom Jaime Spengler, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral, dom Ricardo Hoepers, o arcebispo de Goiânia (GO) e primeiro vice-presidente, dom Justino de Medeiros Silva, o arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes, o reitor do Santuário Nacional de Aparecida, Carlos Eduardo Catalfo. O sub-secretário de articulação política, Júnior Dourado, representou o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, no ato.

1ª Romaria dos Parlamentares no Santuário Nacional de Aparecida (CNBB)
1ª Romaria dos Parlamentares no Santuário Nacional de Aparecida (CNBB)

Orientação para iluminar a atividade parlamentar

Senadora Tereza Leitão, de Pernambuco, com o esposo na Romaria. | Fotos: Luiz Lopes

Senadora pelo Estado de Pernambuco, Tereza Leitão, enalteceu a iniciativa da CNBB em realizar a primeira Romaria dos Parlamentares. “As duas palestras foram muito importantes para a nossa atividade parlamentar. Quanto mais alinhados com a nossa espiritualidade católica e os ensinamentos da Igreja estaremos mais coerentes com nossa atividade parlamentar. É muito importante esta iniciativa da CNBB e da Igreja Católica se voltarem para nós para nos fortalecer no exercício da atividade política”, afirmou.

O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Bruno Peixoto (CNBB)

O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Bruno Peixoto, parlamentar que participou de grupo jovem e do encontro de casais, deu os parabéns para a Conferência pela realização da Romaria. “Isto demonstra que a Igreja Católica está mais atenta à participação. É muito importante encontros como este para nos orientar na condução da nossa atividade parlamentar”, afirmou.

Palestras e conferências

Ao longo do dia, os parlamentares participaram de três palestras. A primeira delas às 9h45, será sobre a temática “a relevância da política à luz da Palavra de Deus”, com a assessoria do arcebispo de Curitiba (PR), dom José Antônio Peruzzo.

Na sequência, às 10h15, o arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer (SP), abordou a temática “Fratelli Tutti e a Amizade Social. Já a terceira palestra foi sobre a amizade social e a política, com o professor Rodrigo Guerra López, secretário executivo da Pontifícia Comissão para a América Latina.

Celebração no Santuário

A Romaria será encerrada com a celebração eucarística no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, às 18h. Os parlamentares também serão conduzidos para um passeio nos espaços do Santuário.

1ª Romaria dos Parlamentares no Santuário Nacional de Aparecida (CNBB)

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Dia da Terra: não cuidar da Amazônia é não cuidar da humanidade, alerta frade capuchinho

Dia da Terra (GEDAF)

A declaração é de Frei Paolo Braghini, entrevistado pela Rádio Vaticano - Vatican News durante a Aldeia pela Terra, evento de caráter anual na Villa Borghese de Roma para conscientizar sobre o Dia da Terra comemorado nesta segunda-feira, 22 de abril. A manifestação de 4 dias reuniu mais 300 associações que promoveram cerca de 600 iniciativas visando a proteção do planeta.

https://youtu.be/fjAHr-5JsDA

Andressa Collet e Giancarlo La Vella - Vatican News

“Quando nós não cuidamos da terra, da Amazônia, que é uma parte muito importante do planeta Terra, da nossa Mãe, estamos maltratando a nossa Mãe e todos nós, porque as consequências são graves - como aquelas das mudanças climáticas que vemos em todos os lugares. E nós, com os povos indígenas da Amazônia, sentimos todos dias na pele essas mudanças e consequências graves. Realmente, não cuidar da Amazônia é não cuidar da humanidade.”

Frei Paolo Braghini participou da Aldeia pela Terra, evento de caráter anual na Villa Borghese em Roma para conscientizar sobre o 54° Dia da Terra comemorado nesta segunda-feira, 22 de abril. Ele trouxe para a Itália a sua experiência junto aos povos amazônicos que a cada dia veem a sua extensão de terra diminuir devido à exploração indiscriminada da madeira e dos recursos naturais do subsolo. Através de um debate público, o missionário italiano destacou como o progressivo empobrecimento da região está causando danos gravíssimos, em primeiro lugar, às pessoas que ali vivem, mas também a todo o planeta. 

"Nós, frades capuchinhos, vivemos há anos junto com 4 povos indígenas, num território muito grande, no coração da Amazônia. Os problemas que enfrentamos diariamente são a diminuição dos peixes - principal alimento para eles; a diminuição da água - o rio está secando e no ano passado vivemos uma seca impressionante diminuindo inclusive as espécies de peixes e de animais, alterando o equilíbrio natural pela falta de água todos os dias; e a diminuição da madeira, não estamos em uma área de grande desmatamento, mas eles já invadem para extrair madeira ou até mesmo minerais, o que tem consequências muito sérias, pois a madeira preciosa para eles é a vida com a qual constroem a casa, a canoa para pescar enquanto eles estão extraindo clandestinamente a madeira para vendê-la."

“Os povos indígenas há milênios cuidam da natureza, sabendo que a natureza cuida deles, é realmente um receber e dar com o constante e diário com a natureza.”

Frei Paolo Braghini, missionário italiano no Alto Solimões, região na tríplice fronteira com o Peru e a Colômbia (Vatican Media)

Aldeia pela Terra em preparação ao Jubileu

Aldeia pela Terra terminou no domingo (21) após 4 dias de festa e testemunhos pela proteção do planeta, reunindo mais de 300 associações que promoveram cerca de 600 iniciativas. A manifestação, organizada pelo Earth Day Italia e pelo Movimento dos Focolares, em mais uma edição enalteceu a urgência de um trabalho conjunto pelo bem da casa comum. "A cada ano é um crescendo de emoções. Também estamos nos preparando para viver juntos o Jubileu. 2025 será o ano do Jubileu, e o que gostaríamos é que esta Aldeia se tornasse, acima de tudo, acolhedora e inclusiva em nossa cidade, para aqueles que querem vir e experimentar o que fazemos aqui", explicou Antonia Testa, responsável dos Focolares em Roma.

No evento de 2016, inclusive o Papa Francisco fez uma visita surpresa à Aldeia pela Terra, e suas palavras continuaram sendo um marco para as edições sucessivas. "Ainda me lembro daquele momento com grande emoção", enfatizou Antonia, "o Papa queria falar com suas próprias palavras, havia tantas pessoas ao seu redor que queriam ouvi-lo e ele queria fazer uma leitura do que estava à sua frente. Desde então nós também estamos tentando fazer isso, ou seja, ler os sinais dos tempos e fazer do Evangelho um desafio a ser abraçado hoje. O Papa Francisco nos falou sobre perdão e gratuidade, e ainda hoje percebo o milagre de todas essas pessoas da Aldeia, que doam livremente o seu tempo e profissionalismo para um bem maior. Isso deve se tornar nossa rotina diária, não apenas durante esses dias do evento".

A manifestação da Aldeia pela Terra na Villa Borghese de Roma que durou 4 dias (Vatican Media)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santos Papas – Sotero e Cayo, Mártires

Santos Sotero e Caio (arcadei)
Por Servus Cordis Iesu
Santos Papas – Sotero e Cayo, Mártires

postado em22 de abril de 2022 da Servus

San Sotero nasceu em Fundi, uma bela cidade da Campânia, no reino de Nápoles. Ele logo se destacou por sua piedade e ciência. Continuou a sua carreira eclesiástica e em Roma tornou-se conhecido pelo seu talento esclarecido e pela sua sólida sabedoria. Ele foi elevado ao pontificado após a morte do Papa Aniceto. Os tempos eram ruins, muito ruins para a Igreja, San Sotero lutou energicamente contra a heresia montanista que começava a aparecer. Sotero visitou as catacumbas para encorajar e animar os fiéis. O tempo nos roubou o conhecimento de suas obras. Apenas um recurso sobreviveu até nós. É um fragmento de uma carta que o bispo de Corinto, Dionísio, escreveu aos romanos, na qual afirma que o Pontífice deu grandes esmolas às igrejas de várias cidades que sofriam de fome. Belo testemunho da solicitude universal do Pontífice de Roma, cuja influência caritativa se estendia até às igrejas mais remotas. Uma carta apostólica acompanhava a esmola, e Dionísio afirma que ela era lida nas reuniões dos fiéis, junto com aquela que São Clemente dirigiu aos coríntios no século anterior. Como se vê, a caridade dos Pontífices de Roma sempre esteve ligada ao zelo pela preservação do depósito da fé. Ele emitiu alguns decretos a respeito da disciplina eclesiástica e declarou que o juramento não deveria ser mantido por nada ilegal ou ruim. Ele derramou seu sangue por Deus em 22 de abril de 175 e foi sepultado no cemitério de São Calisto, na Via Ápia.

São Caio era natural da Dalmácia e parente do imperador Diocleciano. Foi um sacerdote exemplar em Roma, distinguido pela pureza dos costumes e pelo zelo apostólico, que o comoveu em todas as ocasiões. Ocupou a Cátedra de São Pedro no ano 283, devido à morte de Santo Eutiquiano. A perseguição de Diocleciano, a mais cruel de todas, obrigou os cristãos a procurar refúgio em cavernas e montanhas; mas Caio foi procurar todos eles, para lhes proporcionar consolo espiritual, junto com alívio material. Durante o seu pontificado de doze anos e alguns meses, proferiu vários decretos e escreveu uma epístola muito louvável sobre a Encarnação do Verbo Eterno. Foi martirizado em 22 de abril de 296, e seu corpo foi sepultado no cemitério de São Calixto.

Santos Pontífices, vocês estão entre aqueles que sofreram a grande tribulação e aqueles que passaram pela água e pelo fogo para chegar às praias da eternidade. O pensamento de Jesus, triunfante da morte, sustentou o teu espírito; Sabias que à angústia da Paixão sucederam as glórias da Ressurreição. Pelo exemplo vocês nos ensinaram que a vida e os interesses deste mundo não devem ser levados em conta quando se trata de confessar a fé; conceda-nos esse valor. Pelo batismo fomos alistados na milícia de Cristo; a confirmação comunicou-nos o Espírito de força; Devemos, portanto, estar prontos para lutar. Santos Pontífices, não sabemos se nos nossos dias veremos a Igreja exposta a perseguições sangrentas; mas mesmo que não seja assim, temos que lutar contra nós mesmos, contra o espírito do mundo, contra o diabo; sustenta-nos com a tua intercessão. Vocês foram os pais do Cristianismo; A caridade pastoral que vos animou nesta vida vive constantemente nos vossos corações. Proteja-nos e torne-nos fiéis aos deveres que nos ligam ao divino Mestre, cuja causa defendeste.  (Dom Guéranger,  O Ano Litúrgico )

Fonte: Cf.  O Santo de Cada Dia, de Edelvives

https://arcadei.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF