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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Heresias antigas nas seitas de hoje

O Batismo de Cristo (Veritatis Splendor)

Heresias antigas nas seitas de hoje

  • Autor: Jesús Urones
  • Fonte: Religion en Libertad
  • Tradução: Carlos Martins Nabeto

Quando São Paulo escreve aos coríntios, ensina que é necessário que haja heresias:

  • “E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós” (1Coríntios 11,19).

É pelo erro que se manifestam aqueles que são aprovados na fé, ou seja, aqueles que vivem uma doutrina ortodoxa e não se deixaram confundir pelo erro doutrinário.

Ao longo da História da Igreja, existiram muitas heresias, as quais foram inicialmente combatidas pelos Santos Padres. Algumas duraram vários séculos (como o Arianismo); outras, ao contrário, duraram menos tempo. Não houve época em que não tenha havido heresias, pois até mesmo na Era dos Apóstolos já se dizia:

  • “Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós” (1João 2,19).

As antigas heresias voltaram e se manifestam hoje em diversas seitas. Neste artigo, analisarei suas semelhanças.

ARIANISMO E MACEDONIANISMO NAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Ário foi um sacerdote da Alexandria, que viveu entre os anos de 256 e 336, e ensinou que Jesus, o Filho de Deus, não era verdadeiro Deus e estava subordinado ao Pai, que o tinha criado. Para Ário, Cristo não era eterno, tinha um início e, portanto, era criatura do Pai. Para apoiar esta ideia, usava o texto de João 14,28, que fala que “o Pai é maior do que eu”. As ideias de Ário foram declaradas heréticas tanto pelo Concílio de Niceia [ano 325] quanto pelo 1º Concílio de Constantinopla (ano 381). O Padre da Igreja que combateu mais incisivamente o Arianismo foi, principalmente, Santo Atanásio de Alexandria.

Algum tempo depois, no século IV, surge Macedônio, patriarca de Constantinopla, afirmando que o Espírito Santo não era uma pessoa divina. Considerava o Espírito Santo uma criatura subordinada ao Pai e ao Filho. Sendo criatura e não compartilhando da mesma substância ou natureza do Pai ou do Filho, era portanto inferior aos dois. Contra os erros desses grupos, Santo Atanásio, os três Padres Capadócios (São Basílio, São Gregório de Nazianzo e São Gregório de Nissa) e Dídimo de Alexandria defenderam a divindade do Espírito Santo e sua consubstancialidade com o Pai. Esta heresia foi condenada por um Sínodo em Alexandria (362), sob a presidência de Santo Atanásio; pelo 2º Concílio de Constantinopla (381); e por um Sínodo Romano (382), presidido pelo Papa São Dâmaso. O Concílio de Constantinopla acrescentou também um importante artigo ao Símbolo de Niceia, afirmando a divindade do Espírito Santo (cf. Denzinger 86).

Apesar disso, hoje em dia as Testemunhas de Jeová, baseando-se agora no texto de Colossenses 1,15-18, negam a divindade de Cristo, afirmando que Ele é “o primeiro ser criado”, da mesma forma que Ário. Negam também a divindade do Espírito Santo, considerando-O como uma força (não seria sequer uma pessoa), como afirmava Macedônio.

  • “Portanto, se o Espírito do Pai fala através dos Apóstolos, ensinando-os o que deverão responder, e o que é ensinado pelo Espírito é sabedoria – que não podemos imaginar que seja diferente da do Filho -, resta claro que o Espírito é da mesma natureza que o Filho e o Pai (…). Porém, o Pai e o Filho são uma só coisa; logo, a Trindade está unida pela unidade de substância” (Dídimo de Alexandria, Tratado sobre o Espírito Santo 86).

SABELIANISMO E ADOCIONISMO NA SEITA LUZ DO MUNDO E NOS UNITARISTAS

Sabélio foi um sacerdote do século III que viveu em Roma. Este herege ensinava que o único Deus existente tinha se manifestado de três modos diferentes: como Pai, no Antigo Testamento; como Filho, no Novo Testamento; e como Espírito Santo, após Pentecostes. Com ele havia outros defensores desta doutrina (que posteriormente passou a ser chamada de “Modalismo”, pela afirmação de que Deus se manifestara de três modos distintos), como Noeto de Esmirna e Praxeas da Ásia Menor.

Os principais Padres da Igreja que combateram esta heresia foram Hipólito, Tertuliano e, ainda, o Papa São Calisto, que excomungou Sabélio. Também o Papa São Dionísio condenou esta heresia.

Dentro da heresia “Monarquianista” (que ensina que em Deus não há mais do que uma pessoa), há duas tendências: a Sabeliana/Modalista (tratada acima) e a Adocionista; esta última foi professada por Teodoro o Curtidor em torno do ano 190; ele foi excomungado pelo Papa Victor I e pelo Bispo de Alexandria Paulo de Samósata, contra quem se levantou Malquião de Antioquia, que foi por sua vez destituído do cargo de Bispo por um Sínodo em 268. O Adocionismo ensinava basicamente que Cristo nasceu como um simples homem, mas foi “adotado como Filho” por Deus durante seu batismo, sendo a partir daí dotado de poderes divinos. Dessa forma, nega a eternidade do Verbo (v. João 1,1; Hebreus 1,1-3), sua divindade e consubstancialidade com o Pai.

A seita “Luz do Mundo” professa em suas crenças estas duas heresias, afirmando que Cristo não nasceu como Deus, mas foi adotado pelo Pai após o batismo (nascera então como criatura humana). Já os pentecostais “unitaristas” seguem praticando a doutrina modalista/sabelianista, que foi condenada por pelo menos dois Papas. Talvez a referência bíblica mais clara que refuta essas posições seja a seguinte:

  • “E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (João 17,5).

Se Jesus afirma que teve glória ao lado do Pai antes da criação do mundo, isto significa claramente que já existia e era diferente do Pai; por isso diz “junto de ti mesmo”: já existia – não pode ser “um modo de Deus” ou “uma nova manifestação de Deus”; é simplesmente uma pessoa divina que desde a eternidade habitava com o Pai e que, em um dado momento, se manifestou na carne, como homem.

  • “Porém, não merece menor repreensão aqueles que opinam que o Filho é uma criatura e que creem que o Senhor foi criado, como qualquer outra coisa que realmente foi criada. (…) Dizer que o Senhor de algum modo foi criado é blasfêmia – e não qualquer blasfêmia, mas a maior blasfêmia, porque se o Filho foi criado, houve um tempo em que não existia. Pois bem: Ele sempre foi, se de fato está no Pai, como Ele o afirma [cf. João 14,10s]. E se Cristo é o Verbo, a Sabedoria e o Poder (com efeito, todas estas coisas, como sabemos, as divinas Escrituras afirmam que Cristo é [cf. João 1,14, 1Coríntios 1,24]), tudo isso são atributos de Deus. Logo, se Cristo foi criado, houve um tempo em que Ele não era nada disso; portanto, teria havido um momento em que Deus estava sem estes atributos, o que é um imenso absurdo” (Papa São Dionísio, Da Trindade: carta contra os triteístas e sabelianos; ano 260).

TRITEÍSMO NO MORMONISMO

A obra “Ensinamentos do Profeta Joseph Smith” afirma:

  • “Sempre declarei que Deus é uma personagem diferente; que Jesus Cristo é uma outra personagem e distinta de Deus Pai; e que o Espírito Santo é uma outra personagem, e é espírito. Estes três constituem três personagens diferentes e três deuses” (Capítulo 2, p.44).

Com esta declaração, o Mormonismo afirma que não crê no conceito cristão de “Trindade”, mas que há três deuses diferentes. Para o mórmon, o Pai é um Deus diferente de Deus Filho e diferente do Deus Espírito Santo. Esta doutrina, no entanto, não é nova para nós, católicos; já era uma heresia, conhecida na Antiguidade como “triteísmo”. Tal heresia era conhecida por dividir a substância da Santíssima Trindade em três substâncias diferentes. Seu fundador foi João Ascunage, diretor da escola sofista de Antioquia; ele tinha sido discípulo do Monofisismo e acabou caindo neste erro teológico. Contudo, foi João Filoponos (+565) quem mais difundiu este erro.

Apesar disso, devemos dizer que esta heresia remonta aos tempos de Marcião, que foi seu real iniciador, tendo desaparecido até os tempos de João Filoponos, que a ressuscitará em suas obras. Este autor é conhecido por ser o primeiro comentarista cristão de Aristóteles. João identificou a “natureza” e a “pessoa” (“ousia” e “hipóstasis”) e acabou caindo, em matéria de Cristologia, no monofisismo, e na doutrina trinitária, no triteísmo. Segundo ele, as três pessoas divinas são três indivíduos divinos, assim como três homens são três indivíduos humanos. Portanto, no lugar da unidade numérica de essência colocou uma unidade específica.

A Igreja Católica condenou esta heresia várias vezes; o primeiro a fazê-lo, foi o Papa São Dionísio, numa carta escrita entre os anos 259/260, em que condenava o Sabelianismo e o Triteísmo de Marcião:

  • “Este é o momento oportuno para falar contra os que dividem, separam e destroem a mais veneranda pregação da Igreja: a unidade de princípio em Deus. Repartem em três potências e hipóstases separadas, em três divindades. Eu soube que há entre vós alguns mestres que pregam e ensinam a Palavra divina, e possuem essa opinião e que se opõem diametralmente – digamos assim – à sentença de Sabélio, porque este último blasfema dizendo que o próprio Filho é o Pai e vice-versa, enquanto que aqueles, pelo contrário, pregam de certo modo três deuses, uma vez que dividem a santa unidade em três hipóstases absolutamente separadas entre si. Porque é necessário que o Verbo divino esteja unido com o Deus do universo, e que o Espírito Santo habite e permaneça em Deus, e consequentemente é de toda necessidade que a divina Trindade se recapitule e reúna, como que em um vértice, em um só, ou seja, no Deus todo-poderoso do universo; porque a doutrina de Marcião, homem de mente vazia, que corta e divide em três a unidade de princípio, é um ensinamento diabólico; não é dos verdadeiros discípulos de Cristo e daqueles que se comprazem nos ensinamentos do Salvador. Estes, com efeito, sabem muito bem que a Trindade é pregada pela divina Escritura e que nem o Antigo, nem o Novo Testamento pregam três deuses. Logo, não se deve dividir em três divindades a admirável e divina unidade, nem reduzir à ideia de criação a dignidade e suprema grandeza do Senhor; mas deve-se crer em Deus Pai todo-poderoso; e em Jesus Cristo, seu Filho; e no Espírito Santo; e que no Deus do universo encontra-se unido o Verbo, porque Ele afirma: ‘Eu e o Pai somos um’ [João 10,30], e: ‘Eu estou no Pai e o Pai está em Mim’ [João 14,10]. Deste modo é possível manter íntegra tanto a divina Trindade como a santa pregação da unidade de princípio” (Papa São Dionísio, Da Trindade: carta contra os triteístas e sabelianos; ano 260).

Roscelino de Compiégne (+~1120) partia de um ponto de vista nominalístico, segundo o qual apenas o indivíduo possui realidade e, assim, ensinava que as três pessoas divinas eram três realidades separadas entre si (“tres res ab invicem separatae”), as quais só moralmente se encontravam unidas entre si, por sua harmonia em vontade e poder, como poderiam estar três anjos ou três almas humanas. Sua doutrina foi combatida por Santo Anselmo da Cantuária e condenada por um Sínodo reunido em Soissons (1092).

Na Idade Média, no que diz respeito à formulação eclesiástica do dogma trinitário, foi de importância o IV Concílio de Latrão (1215), o qual condenou o erro triteísta de Joaquim de Fiori (DZ 428ss).

Por fim, a própria Escritura ensina que Cristo e o Pai são um (cf. João 10,30) e não distintos. Com efeito, ensina-se uma unidade ainda que se tratem de pessoas diferentes. Esta unidade é quanto à substância, à natureza. Logo, as Sagradas Escrituras também não apoiam a doutrina mórmon.

Fonte: https://www.veritatis.com.br/

A relevância pública da fé cristã

Evangelizar: Missão essencial da Igreja (Comunidade Oásis)

A RELEVÂNCIA PÚBLICA DA FÉ CRISTÃ

Dom Leomar Antônio Brustolin  
Arcebispo de Santa Maria (RS)

Os cristãos, não são os únicos responsáveis pelos rumos do mundo, contudo, têm a consciência de que não podem se omitir diante dos rumos que o mundo vai tomando. Afinal, os marginalizados, os excluídos, as vítimas das guerras e os pobres carecem de um bom samaritano.  

O atendimento aos mais pobres da sociedade ainda é garantido por obras que a Igreja mantém. Por outro lado, não é possível manter essa atitude sem identificar as causas dessa desigualdade bem visível.  Na Carta Encíclica Laudato Sì, o Papa Francisco denuncia uma opinião pública generalizada que não procura resolver os problemas dos pobres e limita-se a propor uma redução da natalidade. “Culpar o incremento demográfico em vez do consumismo exacerbado e seletivo de alguns é uma forma de não enfrentar os problemas”. (LS ,50) 

A Igreja, portanto, garantindo a assistência aos idosos, crianças, doentes e todos os abandonados no isolamento das grandes cidades, precisa ser uma voz profética que desmascare as causas da injustiça social. Através da categoria vida, desde a concepção até a morte natural, o testemunho cristão se traduz no compromisso com os crucificados sobre a terra e, de acordo com a crescente consciência ecológica, também com a criação pecaminosamente devastada.  

A evangelização não é uma linha estabelecida e bem demarcada entre o espaço sagrado e o profano, entre o âmbito eclesiástico e o mundano, não é o limiar da realidade, mas é o lugar e a hora decisiva para a salvação do ser humano. É o “hic et nunc”, o aqui e agora, no qual a totalidade de uma existência se decide a favor ou contra Cristo. 

A Igreja é chamada a renovar-se incessantemente na escuta da Palavra de Deus, deixando-se julgar e purificar no seguimento de Cristo. Para ser evangelizadora das periferias, toda comunidade de fé é chamada a reconhecer continuamente os sinais de Deus na história. 

A evangelização atual exige a Igreja em “saída”, como afirma o Papa Francisco, saída de um meio demasiadamente fechado sobre si mesmo, separado da massa dos cidadãos, pouco aberto às novas correntes culturais, ainda que essa postura de reserva procure ser uma atitude de prudente defesa de valores irrenunciáveis.  

Certamente, não se tem tudo claro sobre como realizar a inculturação do Evangelho na cultura contemporânea. Dela depende uma presença pública da Igreja com maior impacto na sociedade.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O Papa: as virtudes teologais são o grande antídoto para a autossuficiência

Audiência Geral de 24/04/2024 com o Papa Francisco (Vatican Media)

Francisco disse na Audiência Geral que "no caminho rumo à plenitude da vida, que pertence ao destino de cada pessoa, o cristão goza de uma assistência particular do Espírito de Jesus Cristo. Ela realiza-se com o dom de três outras virtudes, puramente cristãs, que são frequentemente mencionadas juntas nos escritos do Novo Testamento". Estas atitudes fundamentais, que caracterizam a vida dos cristãos, são a fé, a esperança e a caridade".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

"A vida da graça segundo o Espírito" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (24/04), realizada na Praça São Pedro.

Dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre "Vícios e virtudes", o Santo Padre lembrou sua reflexão, na semana passada, centrada nas virtudes cardeais: prudência, justiça, fortaleza e temperança.

Aderir ao bem e evitar o mal 

Segundo Francisco, "estas quatro virtudes pertencem a uma sabedoria muito antiga, que precede o Cristianismo". Já antes de Cristo, "se pregava a honestidade como dever cívico, a sabedoria como regra das ações, a coragem como ingrediente fundamental para uma vida que tende para o bem, a moderação como medida necessária para evitar sermos dominados pelos excessos". "Esta herança da humanidade não foi substituída pelo Cristianismo, mas colocada em evidência, valorizada, purificada e integrada", sublinhou.

Há, portanto, no coração de cada homem e de cada mulher, a capacidade de procurar o bem. O Espírito Santo é dado para que quem o acolhe possa distinguir claramente o bem do mal, ter a força para aderir ao bem evitando o mal e, assim fazendo, alcançar a plena autorrealização.

Fé, esperança e caridade

O Papa sublinhou que "no caminho rumo à plenitude da vida, que pertence ao destino de cada pessoa, o cristão goza de uma assistência particular do Espírito de Jesus Cristo. Ela realiza-se com o dom de três outras virtudes, puramente cristãs, que são frequentemente mencionadas juntas nos escritos do Novo Testamento".

“Estas atitudes fundamentais, que caracterizam a vida dos cristãos, são a fé, a esperança e a caridade. Os escritores cristãos logo as chamaram de “teologais”, pois são recebidas e vividas na relação com Deus, para diferenciá-las das demais chamadas de “cardeais”, pois constituem o “pivô” de uma vida boa. Essas três são recebidas no Batismo e vêm do Espirito Santo.”

Ambas, combinadas em muitas reflexões sistemáticas, compuseram assim um maravilhoso setenário, que é frequentemente contrastado com a lista dos sete pecados capitais.

Virtudes teologais, grande antídoto para a autossuficiência

De acordo com Francisco, "enquanto o risco das virtudes cardeais é o de gerar homens e mulheres heroicos na prática do bem, mas no fim das contas sós, isolados, o grande dom das virtudes teologais é a existência vivida no Espírito Santo".

Segundo o Papa, "o cristão nunca está só. Faz o bem não através de um esforço titânico de compromisso pessoal, mas porque, como humilde discípulo, caminha atrás do Mestre Jesus. Segue adiante no caminho. Os cristãos têm as virtudes teologais que são o grande antídoto para a autossuficiência".  "Quantas vezes certos homens e mulheres moralmente impecáveis correm o risco de se tornarem, aos olhos de quem os conhece, presunçosos e arrogantes ", sublinhou Francisco.

De acordo com o Pontífice, este "é um perigo contra o qual o Evangelho nos alerta bem, quando Jesus recomenda aos seus discípulos: «Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: “Somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer”»".

“A soberbia é um veneno poderoso: basta uma gota para arruinar uma vida inteira caracterizada pelo bem.”

O bem não é apenas um fim, mas também um caminho. O bem precisa de muita discrição, de muita gentileza. Acima de tudo, o bem precisa despojar-se daquela presença por vezes demasiado incômoda que é o nosso eu.

Abrir o coração ao Espírito Santo

Segundo Francisco, "para corrigir todas estas situações que às vezes se tornam dolorosas, as virtudes teologais são de grande ajuda. São especialmente assim nos momentos de queda, porque mesmo aqueles que têm boas intenções morais às vezes caem. Todos nós caímos na vida, porque todos nós somos pecadores. Assim como quem pratica diariamente a virtude às vezes comete erros: todos erramos na vida e a inteligência nem sempre é clara, a vontade nem sempre é firme, as paixões nem sempre são governadas, a coragem nem sempre supera o medo".

"Mas se abrirmos o nosso coração ao Espírito Santo, Ele reaviva em nós as virtudes teologais: então, se perdemos a confiança, Deus reabre-nos à fé; se estamos desanimados, Deus desperta em nós a esperança; se o nosso coração está endurecido, Deus o suaviza com seu amor", concluiu o Papa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Fidelis de Sigmaringen

São Fidelis de Sigmaringen (A12)
24 de abril
São Fidelis de Sigmaringen

Marcos Reyd nasceu na cidade de Sigmaringen, região da Suábia, Alemanha, em 1577. Era de família nobre. Jovem de inteligência brilhante e vocação acadêmica, estudou na Universidade de Friburgo, Suíça, onde formou-se em Filosofia, Direito Civil e Canônico, Advocacia e “Licenciatura” (como Professor), em 1601.

Em 1604 foi nomeado tutor de três jovens da nobreza, com os quais viajou durante seis anos pela Europa. A eles procurou passar os valores da Fé católica, também com o exemplo da frequência às Missas, auxílio aos pobres e doentes. Depois disso, trabalhou como advogado em Colmar, na região da Alsácia (atualmente no nordeste da França, na fronteira com a Suíça e a Alemanha, e historicamente disputada entre franceses e germânicos).

Ali ficou conhecido como "advogado dos pobres", pois atendia gratuitamente aos que não podiam lhe pagar. Desgostou-se com algumas injustiças que não pode impedir; e, temendo não resistir às tentações do mundo, decidiu aos 34 anos retirar-se para um convento e se tornar sacerdote.

Em 1612 entrou para a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Friburgo, doando parte dos seus bens à biblioteca e ao seminário da diocese (para beneficiar os sacerdotes com menos recursos), e o restante aos pobres. Ao fazer os votos perpétuos, adotou o nome de Fidélis. Sua vida religiosa caracterizou-se pelo amor à austeridade, penitência e humilhações.

Não bebia vinho, usava sempre o cilício, era dócil ao seu diretor espiritual. Auxiliou corajosamente os enfermos da peste. Escreveu muito e bem, tornando-se um grande mestre da espiritualidade franciscana por sua profundidade espiritual e teológica. Excelente pregador, visitou muitas cidades alemãs e suíças, também em regiões rurais; os bons frutos surgiram e a notícia chegou a Roma. O Papa Gregório XV o enviou então para a Suíça, reduto de heréticos calvinistas, na tentativa de trazê-los de volta à Igreja.

Enfrentou muitas ameaças de morte e cansaços, e em 1622, acompanhado por outros oito dominicanos, chegou ao Cantão de Prétigout, que estava sob domínio austríaco. Tendo convertido muitos hereges, incluindo nobres, despertou a ira dos calvinistas, que planejaram matá-lo e iniciar uma revolta contra o imperador austríaco. Fidélis não temia por sua vida, e profeticamente deixou escrito que seria assassinado, mas avisou os austríacos do levante, querendo evitar batalhas e mortes. Por isso os hereges o acusaram de ser espião da Áustria.

 Em 24 de abril, após celebrar uma Missa na aldeia de Grush, iniciou-se uma batalha entre grisões (suíços) e austríacos; Fidélis ainda conseguiu ir pregar na vizinha Sevis, mas na volta a Grush uma tropa suíça o reteve e tentou obrigá-lo a se tornar calvinista. Negou-se e foi atingido por um golpe de espada. De joelhos, rezou perdoando seus assassinos, e um segundo golpe o matou. Em fúria, os soldados ainda apunhalaram o corpo e cortaram uma perna. Posteriormente, o comandante da tropa arrependeu-se e abjurou a heresia.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Advogar a causa de Cristo e Sua Igreja exige que o católico seja fiel, “Fidelis”, e de fato não é por outro nome que são conhecidos os filhos de Deus. As primeiras experiências de vida de Marcos Reyd o confrontaram com as falhas da justiça humana, a ponto de, na sua consciência sensível, perceber o perigo de também ele não resistir aos apelos mundanos. Este primeiro passo, a decisão de buscar a Verdade acima de qualquer outra coisa, é sempre decisiva, e por isso, com maturidade de idade e espírito, ele humildemente foi buscar forças na vida consagrada. Pôde, então, mais seguramente chamar-se “Fidelis”, pois com o amparo da oração e da penitência preparou a alma para a missão de pregar frutuosamente. Não fugiu da certeza da morte, considerando ser mais importante para o bem daqueles para quem pregava a sua permanência (embora esta não fosse uma obrigação absoluta); como Cristo, perdoou os seus assassinos, e de fato, por causa disso, salvou mais uma alma: a salvação de um único irmão já justifica toda uma vida de apostolado, pois Deus mesmo sofreria a Paixão ainda que só um de nós aceitasse a Redenção: cada um de nós tem para o Pai um valor infinito. A nossa própria fidelidade a Ele, para ser infinita no Céu, deve ser provada e escolhida nesta vida.

Oração:

Senhor, Justo Juiz, que em nosso benefício enviastes do Céu o Espírito Santo Paráclito, isto é, Advogado e Defensor, concedei-nos por intercessão de São Fidélis de Sigmaringen a humildade de reconhecermos as nossas fraquezas diante dos apelos do mundo, para buscarmos com sinceridade o auxílio que vem somente de Vós, e assim podermos ser fortalecidos para fazer o bem aos irmãos conforme ordenais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

terça-feira, 23 de abril de 2024

Cigarro eletrônico desafia autoridades

ANVISA EMITE NOTA REFORÇANDO PROIBIÇÕES SOBRE OS VAPES - (crédito: Lindsay Fox por Pixabay)

Experiência para lidar com essa questão não falta ao Brasil. Temos um sólido programa de controle de tabagismo, reconhecido internacionalmente e responsável por quedas expressivas no número de fumantes ao longo de décadas.

OPINIÃO

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, na sexta-feira, manter a proibição para distribuição, armazenamento, transporte e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, também chamados de vapes. A medida, respaldada por 32 associações científicas, segundo o diretor-presidente da agência reguladora, Antonio Barra Torres, era esperada, mas sinaliza a carência no país de medidas mais robustas para lidar com essa questão.

Uma das evidências do desafio é que o consumo desses artefatos, proibidos desde 2009, cresce vertiginosamente no Brasil — levantamento do Ipec indica um aumento de 600% nos últimos seis anos, chegando a 3 milhões de adultos usuários. Outro sinal, enfatizado por profissionais de saúde e da educação, é que as pessoas têm experimentado os vapes cada vez mais cedo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em todas as regiões que a integram, o uso de cigarros eletrônicos é maior entre crianças de 13 a 15 anos do que entre os mais velhos. Não se trata, portanto, de um modismo, ainda que o consumo seja estimulado por celebridades.

Além de manter a restrição, a Anvisa sinalizou a necessidade de um enfrentamento mais eficaz aos cigarros eletrônicos. Acrescentou 27 pontos a serem aprimorados. Entre eles, intensificar a fiscalização da venda dos dispositivos, principalmente em regiões fronteiriças. Esse tipo de operação, aliás, é reconhecido como eficaz estratégia para impedir a entrada de cigarros tradicionais contrabandeados no país e, de certa forma, faz parte de um dos principais argumentos dos defensores dos eletrônicos. Segundo representantes da indústria do tabaco, no Brasil, as pessoas que usam diariamente os vapes não têm a possibilidade de buscar alternativas de menor risco e consomem um produto sem qualquer tipo de controle de qualidade.

Para os contrários aos cigarros eletrônicos, o que falta é conscientização sobre os seus malefícios. A Anvisa também recomendou, na nova regulamentação, a realização de mais campanhas educativas sobre os riscos atrelados a esses dispositivos. Há até a previsão de um acordo com o Ministério da Educação para que o assunto seja levado às salas de aulas. A legislação brasileira proíbe o fumo em locais coletivos fechados, o que, na prática, não afasta os cigarros de todos os ambientes escolares.

Experiência para lidar com essa questão não falta ao Brasil. Temos um sólido programa de controle de tabagismo, reconhecido internacionalmente e responsável por quedas expressivas no número de fumantes ao longo de décadas — segundo o governo, quando a iniciativa foi criada, em 1989, 35% da população brasileira era fumante. Em 2021, 9,1%. E não foi apenas investindo em medidas de controle que chegamos a esse patamar.

O programa de combate ao tabagismo prevê "ações articuladas" entre órgãos do governo, incluindo "ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde", além de "adoção ou cumprimento de medidas legislativas e econômicas" para prevenir a iniciação do tabagismo e promover a cessação de fumar, entre outros objetivos. Cabe às autoridades apostar nessa base forte e adequá-la ao novo, e urgente, desafio de saúde pública.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/

Como posso saber para qual profissão Deus me chama?

Krakenimages. com | Obturador
Karen Hutch postado em 22/04/24
Você já se perguntou qual é a profissão ideal de acordo com a sua vocação? Como você, muitos santos se fizeram esta pergunta, mas aqui lhe damos um guia eficaz.

São João Paulo II diz que “cada chamado de Deus é uma história de amor única e irrepetível”, portanto, escolher a profissão ideal de acordo com os talentos e dons que Deus lhe concedeu é um discernimento que marcará grande parte da sua vida. e isso terá um grande impacto junto com a sua vocação. 

Entrevistamos Justina Zoltowski – psicopedagoga e idealizadora do projeto Vocatio , que consiste em ajudar quem busca a profissão ideal – a aprender como dignificar o trabalho e fazer um mundo melhor por meio do atendimento profissional. 

Vocação e profissão

GaudiLab | Obturador

Antes de descobrir sua profissão, é importante conhecer sua vocação. Justina explicou que vocação “é a inclinação que uma pessoa sente para se dedicar a um modo de vida, podendo estar relacionada tanto com o profissional (trabalho, carreira) quanto com o espiritual”.

Vocação vem do latim vocatio , vocationis , que significa “ação de chamado”. Ou seja, a vocação laboral é um apelo pessoal para colocar os nossos dons ao serviço dos outros. 

Porém, a vocação é sempre voltada para os outros, não se pode ter uma vocação dada a si mesmo, diz Justina.

Como descobrir para o que Deus me chama?

Depois de saber em que consiste a sua vocação, é hora de escolher a profissão ideal. Para isso, deixamos-lhe as seguintes recomendações que poderá considerar no momento de fazer o seu discernimento profissional e vocacional.

1
AUTOCONHECIMENTO

Analise quais são os seus gostos, os seus interesses e até quais são as suas virtudes, bem como a sua personalidade, os valores e o estilo de vida que almeja ter. O autoconhecimento ajuda você a se aprofundar em si mesmo e no plano perfeito que Deus deseja para trabalhar com seus talentos.

2
ORAÇÃO

Justina explica que, para descobrir os seus talentos, é fundamental pedir a Jesus que lhe dê o seu olhar e o coloque sobre você para poder reconhecer todos os dois dons que Ele lhe deu e poder desenvolvê-los para torná-los crescer.

Só aí, na intimidade com Deus, você poderá descobrir o verdadeiro propósito daquilo que Deus lhe chama e lhe pede.

3
SUPORTE PROFISSIONAL

Kamil Szumotalski

Depois de reconhecer quem sou e o que tenho para dar aos outros, posso procurar qual formação ou profissão é a que mais me ajudará a desenvolver esses talentos no local de trabalho.

O acompanhamento de um especialista em psicopedagogia, explica Justina, pode ajudar a “questionar-se sobre aquelas coisas que às vezes são desconfortáveis, ou que você pode até achar difícil ver em si mesmo, em comparação com os outros”. 

4
NÃO SE DESESPERE

Por fim, não fique frustrado se ainda não tiver certeza sobre sua profissão. Pelo contrário, peça a Deus que “permita que você olhe para si mesmo da maneira que Ele olha para você”. Desta forma não haverá dúvidas, pois “Deus não inspira no coração desejos irrealizáveis”, disse Santa Teresinha de Lisieux . 

Afinal, a decisão que você toma pela mão de Deus, e com a ajuda de um especialista, deve estar sempre inclinada ao amor, só assim planejamos o chamado.

Fonte: https://es.aleteia.org/

Pastoral Afro - Um olhar sincero para a vida real do povo

Francisca das Virgens Fonseca, membro da equipe de Formação Afro na Arquidiocese de Feira de Santana - BA | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

No Brasil, a Pastoral Afro remonta a 1988, mas precisa ainda de ser estendida a todas as Dioceses e de ser vista como parte da ação evangelizadora da Igreja - considera o P. Ibrahim Musyoka, coordenador da Pastoral Afro na Arquidiocese de Feira de Santana (Bahia). Trata-se duma Pastoral que procura valorizar o negro na sociedade brasileira. Um Sínodo dos Bispos sobre a Pastoral Afro, tal como se fez para a Amazónia, ajudaria muito nesse difícil trabalho, afirma este missionário.

Dulce Araújo - Vatican News

Termina este ano a Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024) proclamada pelas Nações Unidas para levar os Estados-membros a promover atividades tendentes a reconhecer, fazer justiça e facilitar o desenvolvimento dos milhões de afrodescendentes no mundo e que sofrem ainda hoje pelo estigma do racismo e da inferiorização que tem acompanhado as suas vidas desde que os seus ascendentes foram arrancados à África e levados para novas paragens em condições de escravatura.

Irmã Rosa Martins, scalabriniana, um dos rostos familiares na Pastoral Afro-brasileira | Vatican Media

A Pastoral Afro, que a Igreja no Brasil (e noutros países) em boa hora instituiu, terá acolhido essa iniciativa da ONU para dar uma nova linfa ao louvável esforço de inclusão, valorização e diálogo inter-religioso que, desde 1988, vem fazendo em relação aos afrodescendentes?  Ao que parece, não. O P. Ibrahim - originário do Quénia, Missionário da Consolata, a residir no Brasil desde 2016, onde também estudou Teologia e é Vigário da Paróquia São Roque da Matinha, primeira Paróquia Quilombola no país - afirma que isso não teve repercussão na Igreja, pois ela “não mostra ainda muita alegria em falar do tema” dos afrodescendentes.

P. Ibrahim Muinde Musyoka - Missionário da Consolata (Foto: Ed Santos/Acorda Cidade)

Entrevistado no âmbito da rubrica semanal “Década dos Afrodescendentes” que o Programa Português-África da Rádio Vaticano tem vindo a levar a cabo, o P. Ibrahim falou da Pastoral Afro em Matinha, da forma como está estruturada, bem como do esforço de ultrapassar as barreiras, mesmo da parte da população, toda de origem africana, mas que foi habituada a pensar que nada tem a dar nem a exigir. Então, ao ilustrar as numerosas atividades que fazem (no campo educativo, cultural, religioso, histórico) este Missionário sublinha que são orientadas para a elevação da autoestima dos afro-brasileiros e da visão geral da África, sempre mostrados numa ótica negativa. A Pastoral Afro “tenta apresentar a outra face” da África e dos afro-brasileiros - afirma.

Um momento da formação da Pastoral Afro-brasileira na Paróquia São Roque - Patinha - Foto: cortesia do P. Ibrahim Musyoka

A Pastoral Afro, no Brasil, começou de forma estruturada em 1988 precisamente com a primeira Campanha da Fraternidade que teve por tema “A Fraternidade e o Negro” e como lema “Ouvir o clamor do meu povo”, mas falta ainda da parte de muitos membros da Igreja - segundo o nosso entrevistado - uma atitude e uma educação que levem a considerar e a abraçar a Pastoral Afro como parte integrante da ação evangelizadora da Igreja e não apenas como carisma particular de alguns. Falta pôr-se realmente à escuta do clamor desse povo. Há que ter em conta que a “Pastoral Afro não é criatividade; é um olhar sincero, honesto para a vida real do povo” - salienta o P. Ibrahim.

Irmã Joaninha Honónio Madeira, afro-índia, Congregação da Imaculada Conceição, no Sínodo sobre a Amazónia, em 2019 | Vatican Media

Solicitado a falar do contributo que o Sínodo dos Bispos para a Amazónia terá trazido também para a Pastoral Afro e se um Sínodo dos Bispos sobre os Afrodescendentes seria necessário, o Vigário da Paróquia de São Roque da Matinha responde que seria “necessário e urgente” e elabora hipóteses sobre donde poderia partir o convite para isso e a que nível deveria ser realizado, se continental, ou dos países que estão mais avançados nessa Pastoral como o Brasil, a Colômbia, o Caribe...

A entrevista abrange ainda pontos como o estímulo vindo do Concílio Vaticano II para a inculturação e a inclusão dos povos, as conferências continentais latino-americanas como Puebla, Medellin e outras, que criaram, de algum modo, um clima propício para a Pastoral Afro, mas faltam recursos humanos e materiais, assim como uma maior boa-vontade de vitalizar essa Pastoral, considera o P.  Muinde Musyoka.

Diálogo com as religiões de matriz africana (Foto: P. Jaime Patias)

Não faltam nesta ampla conversa a questão da necessidade de um maior diálogo inter-religioso entre o cristianismo e as religiões de matriz africana, antes consideradas primitivas, ou ainda a questão da Teologia africana. Questões que são tidas também em consideração nos encontros de Pastoral afro a nível nacional e continental, e que são de grande utilidade para um intercâmbio geral sobre os vários aspetos do trabalho que a Igreja tem pela frente no sentido de reconhecer plenamente a importância e o contributo dos descendentes da África ao Brasil. Aliás, o próximo encontro continental deverá ter lugar em 2025 e tudo indica que poderá ser na Argentina, país cuja padroeira, Nossa Senhora de Lujan, está ligada à figura de um negro escravizado, mas que é um daqueles países onde a presença histórica de negros tem sido, em grande parte, negada, apagada.

Encontro continental de Pastoral Afro em 2022, no México (Foto: Arquivo pessoal P. Ibrahim Musyoka)

Para os pormenores de tudo isto, confira aqui as considerações do P. Ibrahim Monde Musyoka

IV Festival de Fé e Cultura na Arquidiocese de Cali, na Colômbia. Foto: P. Jaime Patias

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O primeiro cardeal sucessor de dom Bosco é ordenado bispo

O cardeal Ángel Fernández Artime, reitor-mor dos salesianos | Crédito: Daniel Ibáñez/ACI Digital

Dom Ángel Fernández, primeiro sucessor de dom Bosco a ser criado cardeal e que continuará como reitor-mor dos salesianos, foi ordenado arcebispo no sábado (20), na basílica de Santa Maria Maior, em Roma.

Na missa, outro salesiano, dom Giordano Piccinotti, presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA), também recebeu a consagração episcopal.

Antes da ordenação, dom Fernández fez um retiro de 12 a 15 de abril no convento de Santa Clara das Irmãs Clarissas, no Vaticano.

A missa de ordenação dos dois salesianos começou às 15h30 (hora local) e foi celebrada pelo núncio apostólico emérito na Itália e na República de São Marino, cardeal Emil Paul Tscherrig,

Os principais concelebrantes foram o arcebispo de Rabat, Marrocos, cardeal salesiano Cristóbal López Romero, e o bispo emérito de Ghent, Bélgica, dom Lucas Van Looy, também salesiano.

Segundo a Agência Salesiana de Notícias (ANS), o cardeal Tscherrig fez uma breve homilia na qual disse: “Estamos aqui reunidos para celebrar um dos maiores milagres da Igreja: a sucessão apostólica. Desde o tempo dos apóstolos, esta sucessão é transmitida pela imposição das mãos e pela invocação do Espírito Santo. A graça do ministério episcopal sempre passou de um bispo para outro e esta sucessão ininterrupta continua até hoje”.

Citando o papa Francisco, o cardeal disse que “tornar-se bispo implica uma opção missionária capaz de transformar tudo” e que os bispos devem ser capazes de olhar e amar os seus fiéis com os olhos de Cristo.

“A vida cresce quando se entrega, enquanto enfraquece no isolamento e na comodidade. Na verdade, quem mais aproveita a vida é quem sai da segurança da margem e se entusiasma pela missão de comunicar a vida aos outros”, disse ele.

Depois da homilia, aconteceu o rito da consagração episcopal com as ladainhas dos santos e a imposição das mãos aos novos arcebispos salesianos.

Depois de serem ungidos e receberem suas respectivas mitras, anéis e cajados, ambos se sentaram em suas sedes e foram recebidos com calorosos aplausos dos presentes.

Depois da comunhão, o cardeal Ángel Fernández Artime agradeceu aos presentes, falou da união dos salesianos com o papa Francisco e disse que ele e dom Piccinotti continuarão servindo à Igreja, especialmente aos pobres.

A missa contou também com a presença de vários fiéis, amigos e familiares, autoridades civis; e alguns cardeais salesianos como Tarcisio Bertone; o arcebispo de Montevidéu, Uruguai, Daniel Sturla; e o arcebispo emérito de Tegucigalpa, Honduras, Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga,

Decreto de “dispensa” do papa Francisco para o cardeal Ángel Fernández Artime

A Agência Salesiana de Notícias (ANS) informou que o papa Francisco enviou no dia 19 de abril de 2024 um decreto de “dispensa” para o cardeal Ángel Fernández Artime, reitor-mor dos salesianos.

O novo arcebispo e primeiro cardeal sucessor de dom Bosco informou sobre a “dispensa”, ou seja, a “exceção ao que está legislado pelo Direito Canônico”, com a qual o papa o autorizou a continuar como reitor-mor dos salesianos, apesar de agora ser bispo.

Portanto, o cardeal Fernández permanecerá reitor-mor até a tarde do dia 16 de agosto de 2024, depois da celebração do 209º aniversário do nascimento de são João Bosco no Colle Don Bosco.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF