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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Papa: o mundo necessita de esperança! A morte jamais será vitoriosa

Audiência Geral de 08/05/2024 com o Papa Francisco (Vatican Media)

Dando prosseguimento ao ciclo de catequeses sobre vícios e virtudes, Francisco falou sobre a esperança, virtude que não emana de nós, mas é um dom que vem diretamente de Deus.

Vatican News

A esperança foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (08/05), realizada na Praça São Pedro.

Esta virtude teologal é a resposta às perguntas sobre o sentido último do homem. Se o caminho da vida não tem sentido, se no início e no fim há nada, então nos perguntamos por que deveríamos caminhar: é aqui que surge o desespero do homem, o sentimento da inutilidade de tudo, explicou o Pontífice. Se faltar esperança, todas as outras virtudes correm o risco de desmoronar e acabar em cinzas.

Já o cristão tem esperança não por mérito próprio. Se ele acredita no futuro é porque Cristo morreu e ressuscitou e nos deu o seu Espírito. Neste sentido, se diz que a esperança é uma virtude teologal, pois não emana de nós, mas é um dom que vem diretamente de Deus.

“Se acreditamos na ressurreição de Cristo, então sabemos com certeza que nenhuma derrota e nenhuma morte duram para sempre.”

Todavia, a esperança é uma virtude contra a qual muitas vezes se peca, quando, por exemplo, se desanima diante dos próprios pecados, esquecendo que Deus é misericordioso e maior que o nosso coração. “Deus perdoa tudo e sempre, recordou Francisco”. “Peca-se contra a esperança quando o outono apaga a primavera dentro de nós.”

O mundo necessita de esperança

Para Francisco, o mundo de hoje tem grande necessidade desta virtude cristã: "O mundo necessita de esperança". Tanto quanto precisa de paciência, virtude que caminha em estreito contato com a esperança. “Os homens pacientes são tecelões do bem”, afirmou. Desejam obstinadamente a paz e, mesmo que alguns tenham pressa e queiram tudo imediatamente, a paciência tem a capacidade da espera.

E ainda, a esperança é a virtude de quem tem o coração jovem; e a idade não importa aqui. Porque também há idosos com os olhos cheios de luz, que vivem uma tensão permanente em relação ao futuro. O Pontífice então concluiu:

“Irmãos e irmãs, vamos em frente e peçamos a graça de ter esperança, a esperança com a paciência. Sempre olhar para aquele encontro definitivo; sempre olhar para o Senhor, que sempre está próximo de nós. E que jamais, jamais a morte será vitoriosa. Vamos em frente e peçamos ao Senhor que nos dê esta grande virtude da esperança, acompanhada da paciência.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/p

terça-feira, 7 de maio de 2024

Sob o olhar materno de Maria, peregrina o povo de Deus

Maio: Mês de Maria (marista)

SOB O OLHAR MATERNO DE MARIA, PEREGRINA O POVO DE DEUS

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! As celebrações litúrgicas no mês de maio nos motivam a viver como peregrinos neste mundo, sob o olhar e a ternura materna da Virgem Maria, a mãe de Jesus e nossa. Lembrada e invocada pelo nosso querido povo de Deus com tantos títulos, que recordam ternura, proximidade, amor e esperança. Segundo as Sagradas Escrituras, ela e sua família passaram por muitas provações e momentos difíceis, em que a dor tocou e feriu o seu coração de mãe, mas não silenciou a voz do amor, não matou a ternura, nem tirou a sua disponibilidade para amar e servir o Senhor, como discípula e missionária da paz e da esperança.  

A presença da mulher sempre esteve no projeto de amor de Deus, e a sua participação na missão e na vida da Igreja ajudou a tornar mais visível o amor de Deus, Pai misericordioso, e sua ternura divina e humana na vida das pessoas, em tantas realidades de abandono, de violência e de dor, muitas vezes ignoradas ou desconhecidas por muitos de nós. 

Tendo presente o seu significado na vida do povo de Deus que, em meio a tantas provações, peregrina para a casa do Pai, não podemos deixar de lembrar, no mês de maio, mês das mães, a figura materna da Virgem Maria. Seria uma omissão de nossa parte, como Igreja, comunidade de fé, vivermos este mês sem manifestar gratidão a Deus pela presença materna de Maria no seu projeto de amor, na nossa vida pessoal e na vida da Igreja. Ela foi mãe, servidora e fiel discípula de Jesus. Por isso, é um tempo propício também para refletirmos e reconhecermos “a dignidade da mulher e a sua indispensável contribuição na Igreja e na sociedade, ampliando sua presença, especialmente na formação e nos espaços decisórios”, como nos lembra o documento 105 da CNBB.  

Na sua exortação apostólica Gaudete et Exsultate, o Papa Francisco nos lembra que Maria “viveu como ninguém as bem-aventuranças de Jesus. É aquela que estremecia de júbilo na presença de Deus, aquela que conservava tudo no seu coração e se deixou atravessar pela espada… Ela nos mostra o caminho da santidade e nos acompanha. E, quando caímos, não aceita nos deixar prostrados por terra; às vezes nos leva nos braços, sem nos julgar”. Ela sabe que o amor é o melhor remédio para curar as feridas do coração, que nos afastam de Deus e dos irmãos e irmãs, na família e na comunidade.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

NAZARENO: O filho pródigo (o desapego dos bens mundanos) - (40)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 40 - O filho pródigo (o desapego dos bens mundanos)

Depois de deixar o vilarejo, Jesus e seus amigos se dirigem à cidade de Lívias. O Nazareno decide contar aqui a parábola que, mais do que qualquer outra, descreve o amor fiel e infinito de Deus pelos seus filhos que haviam sido infiéis. Começa a narrar: “Um homem tinha dois filhos. O mais jovem disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe. E o pai dividiu os bens entre eles”. “Poucos dias depois, ajuntando todos os seus haveres, o filho mais jovem partiu para uma região longínqua e ali dissipou sua herança numa vida devassa”.

Dilapida o dinheiro recebido. Decide retornar, apesar de sua vergonha, apesar de seu medo de ser rejeitado.

Ele estava ainda ao longe, quando seu pai viu-o, encheu-se de compaixão, correu e lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos”. “O filho, então, disse-lhe: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos seus servos: ‘Ide depressa, trazei a melhor túnica e revesti-o com ela, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!’. E começaram a festejar.

Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltava, já perto de casa ouviu músicas e danças. Chamando um servo, perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe disse: ‘É teu irmão que voltou e teu pai matou o novilho cevado, porque o recuperou em saúde’. Então ele ficou com muita raiva e não queria entrar. Seu pai saiu para suplicar-lhe. Ele, porém, respondeu a seu pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito para festejar com meus amigos. Contudo, veio esse teu filho, que devorou teus bens com prostitutas, e para ele matas o novilho cevado!”. Mas o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois este teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi reencontrado!’.

O filho mais velho raciocinava de acordo com a lógica humana, percebia que era injusta a misericórdia demonstrada por seu pai. E o pai não apenas havia encontrado e acolhido o segundo filho, mas também o havia "devolvido" como irmão ao filho mais velho.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/05/03/15/137932316_F137932316.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/

Visita Pastoral Missionária na Paróquia Imaculada Conceição

Visita Pastoral Missionária na Paróquia Imaculada Conceição (arqbrasilia)

Visita Pastoral Missionária na Paróquia Imaculada Conceição - Sobradinho/DF

A Paróquia Imaculada Conceição, localizada em Sobradinho, recebeu a Visita Pastoral Missionária nos dias 3, 4 e 5 de maio. Dom Antonio de Marcos, Bispo Auxiliar de Brasília, esteve na comunidade ao longo dos três dias.

  • maio 6, 2024

Na sexta-feira (03/05), a abertura da Visita Pastoral foi com a celebração da Santa Missa, presidida por Dom Antonio de Marcos. Logo após, o Bispo visitou a Catequese da Crisma e o Grupo Pastoral do Pós-Crisma.

No sábado (04/05), foram realizadas diversas atividades. Na parte da manhã, Dom Antonio visitou as turmas de Catequese infantil e duas escolas que estão localizadas no território pastoral da comunidade: La Salle e Santo Elias.

À tarde, Dom Antonio visitou os enfermos no Hospital Regional de Sobradinho (HRS). O Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, também visitou a comunidade e participou de uma reunião com os coordenadores de todas as Pastorais, Serviços e Movimentos da Paróquia. A visita de sábado foi encerrada com a celebração da Santa Missa, presidida pelo Cardeal.

Na manhã de domingo (05/05), último dia da Visita Pastoral, Dom Antonio celebrou a Santa Missa na Capela Nossa Senhora da Paz – CABV. Logo após, visitou o Anúncio nas Praças, evento de evangelização que está sendo realizado na Paróquia e termina no dia de Pentecostes. À tarde, o Bispo celebrou a Santa Missa e visitou uma casa comunitária de idosos.

 Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Paróquias da cidade de Canoas (RS) acolhem famílias desabrigadas

Paróquias da cidade de Canoas (RS) acolhem famílias desabrigadas (POM Brasil) | Vatican News

As paróquias locais uniram forças para oferecer ajuda humanitária às comunidades desabrigadas. Voluntários se mobilizaram para fornecer alimentos, água, roupas e abrigo emergencial às pessoas afetadas.

Fabrício Preto | POM Brasil

Na esteira da recente crise humanitária causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, várias famílias foram desalojadas na cidade de Canoas. Segundo informações do poder público local, mais de 15 mil pessoas que residem em Canoas já foram levadas para um dos mais de 55 abrigos abertos no município.

A água das chuvas avançou sobre 60% do município e a estimativa é de que mais de 180 mil pessoas tenham sido atingidas. Nos últimos dias, a Prefeitura contabilizou mais de 63,8 mil pedidos de resgate e ajuda, que vêm sendo feitos de forma ininterrupta.

Paróquias mobilizam ações humanitárias

As paróquias locais uniram forças para oferecer ajuda humanitária às comunidades desabrigadas. Voluntários se mobilizaram para fornecer alimentos, água, roupas e abrigo emergencial às pessoas afetadas. As igrejas abriram suas portas, transformando seus espaços em centros de acolhimento, onde os desabrigados puderam encontrar conforto e apoio.

Paróquias mobilizam ações humanitárias (POM Brasil | Vatican News

Luciane Possebon, da paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Canoas, está na linha de frente de acolhida aos desabrigados e atua na Pascom da Paróquia. O acolhimento iniciou na sexta-feira (3), pela manhã, reunindo todos os paroquianos da comunidade.

“Recebemos em torno de 150 pessoas para serem acolhidas. Nós temos muitos voluntários e é muito bonito de ver que, em meio a tanta tristeza, tem muita gente querendo ajudar, com a presença voluntária de médicos e enfermeiros”, destacou Luciane.

Em meio às necessidades que são urgentes, Luciane informou que foi organizada uma linha de ações com pessoas colaborando em cada setor.

“Nós organizamos uma recepção, onde se faz uma triagem das pessoas que estão chegando, cadastrando seus dados em um computador. Após, as famílias são encaminhadas para a troca de roupa, pois muitos chegam molhados e com frio. Na sequência todos recebem alimentação e são atendidos por médicos e também têm acompanhamento psicológico. As pessoas chegam muito abaladas emocionalmente, pois muitos passaram cerca de dois dias nos telhados de suas casas e sem se alimentar. A primeira família que nós recebemos, de mais ou menos 10 pessoas, tinha um bebê em estado de quase hipotermia. As crianças, mesmo com todas essas tristezas, estão sempre com um sorriso no rosto, felizes e isso nos motiva a trabalhar ainda mais”, lembrou.

Os animais de estimação também estão sendo acolhidos na paróquia. “Nós também estamos acolhendo os pets das famílias, separados em salas por tamanhos pequeno, médio e grande e temos recebido doação de rações. Chegam muitas pessoas de outros estados inclusive realizando doações. E só agradecemos a Deus por presenciar a ajuda mútua de tantas pessoas. Ontem recebemos um relato de outras pessoas dizendo o quanto as paróquias estão organizadas nessa ajuda humanitária, e isso nos anima muito”, finalizou Luciane.

Ajuda humanitária (POM Brasil | Vatican News

Necessidade de fornecimento de água

Segundo Pe. Diego Jobim Garcia, da Paróquia Santa Luzia, no Bairro Estância Velha em Canoas, a comunidade está abrigando em torno de 300 pessoas mais os animais de estimação. Todas as capelas, salões comunitários, salas e escolas estão acolhendo, sem contar as famílias que abriram suas portas para receber desabrigados.

“As fotos não conseguem ilustrar a totalidade de ações que a paróquia vem realizando. São doações de todos os tipos, roupas, comidas, materiais essenciais e acolhimento das crianças. Há necessidade maior de fornecimento de água, em grande quantidade, para que se possam oferecer alguns serviços, como um banho quente para quem sai das inundações, isso tem se tornado necessário. Da mesma forma, necessitamos de colchões, colchonetes, edredons e cobertores. Temos recebido muitas doações de alimentos e ainda se faz necessário doação de produtos de higiene e limpeza”, lembrou Pe. Diego.

Alimentação tem sido a prioridade da paróquia

A paróquia Nossa Senhora das Graças, em Canoas, está localizada em um dos pontos mais alto da cidade. Dois terços da cidade foi atingido pelas cheias, sendo os bairros mais necessitados da região. Segundo Pe. César Leandro Padilha, a paróquia está acolhendo famílias e sendo ponto de recebimento de doações de água, roupas e alimentos.

“Em nossa paróquia o principal trabalho está sendo fazer comida para poder alimentar as famílias que dependem desses alimentos. Neste domingo (5), somente na paróquia Nossa Senhora das Graças, foram 7 mil refeições entregues, e mais 4 mil sanduíches preparados. Hoje o nosso pátio está lotado de pessoas procurando acolhimento e alimentação”, destacou Pe. Leandro Padilha.

Ajuda humanitária (POM Brasil | Vatican News

Saiba como ajudar

O Regional Sul 3 da CNBB organizou uma campanha para socorrer os diversos municípios. Quem desejar contribuir pode fazer um Pix para a CNBB Regional Sul 3: 33685686001041 (CNPJ).

 Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/

Santa Flávia Domitila

Santa Flávia Domitila (Cléofas)
07 de maio

Santa Flávia Domitila

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Pelos fins do século primeiro, o Evangelho havia penetrado na própria aristocracia romana. De fato se lê na História Eclesiástica de Eusébio de Cesareia: “Referem que no ano quinze de Domiciano (95 d.C.), Flávia Domitila, sobrinha por parte de irmã de Flávio Clemente, que era então um dos cônsules de Roma, juntamente com numerosas pessoas, foi deportada para a ilha de Ponza por ter confessado Cristo”. O historiador romano Cássio Díon afirma por sua vez que o Imperador Domiciano “tirou a vida, com muitos outros, de Flávio Clemente, não obstante ser ele seu primo”, acusando-o de “ateísmo”. Ateus eram chamados os cristãos por não adorarem os deuses de Roma. “Muitos – acrescenta o historiador romano – desviando-se com costumes dos judeus tiveram a condenação à morte ou o confisco dos bens”. Após meio século de vida da comunidade cristã que tanto progredia em Roma, ainda eram confundidos, pelos romanos, os cristãos e os judeus. Flávia Domitila foi deportada para a ilha de Ponza, onde “sofreu um longo martírio”.

São palavras de São Jerônimo, que refere que a viúva Paula, por ocasião de sua viagem ao Oriente, passou na ilha para visitar os lugares onde viveu a santa. A escassez de notícias a respeito da patrícia romana que pagou duramente a sua fidelidade a Cristo é compensada por uma lendária passio, não anterior ao século V, que se extravasa em narrações de detalhes pouco verídicos. Fala-se aí de dois eunucos, Nereu e Aquiles, os quais enquanto Domitila se preparava para o casamento com Aureliano, filho de um cônsul, falaram-lhe de Cristo e da beleza da virgindade “a virtude dos Anjos”, convencendo-o a renunciar ao matrimônio e cobrir a cabeça com o véu branco que distingue as virgens de Deus. O Imperador Domiciano, instigado pelo noivo abandonado, teria mandado a menina para a ilha que foi o lugar de detenção das filhas de Calígula e de um filho de Germânico. A Nereu e Aquiles coube a mesma sorte. Aureliano após ter procurado em vão corromper os dois servos para que fizessem Flávia Domitila desistir do seu propósito, fez decapitar a ambos. Uma tentativa de amolecer o coração da ex-noiva com uma tarde dançante resultou na morte do próprio Aureliano; um irmão seu, por vingança, pôs fogo na casa de Domitila, que pereceu no grande incêndio, vítima do amor por Cristo. Embora muito sugestivo este conto parece totalmente lendário.

Outros Santos do mesmo dia: São Dominiciano, São Liudardo, Santos Serêncio e Sereno, São João de Berveley, Santa Rosa Venerini, Santo Agostinho Roscelli, Beata Gisela, Santos Flávio Augusto e Agostinho e São Maurélio.

Fonte: https://cleofas.com.br

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Criar o lar: uma tarefa comum que dá sentido ao trabalho

Criar o lar: uma tarefa comum que dá sentido ao trabalho | Opus Dei

Criar o lar: uma tarefa comum que dá sentido ao trabalho

O ritmo de vida atual parece colocar um dilema: ou trabalho ou filhos; ou você trabalha ou cuida da casa; parece impossível fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Artigo da série sobre o amor humano.

12/01/2016

Para conhecer o plano de Deus para o homem e a família é preciso voltar às origens. “Ortega y Gasset recorda a história do explorador do Polo que depois de apontar com sua bússola para o norte, corre com seu trenó (...) para comprovar que se encontra ao sul da sua posição inicial. Ignora que não viaja por terra firme, mas sobre um grande iceberg, que navega veloz na direção oposta ao seu caminho. Também hoje, muitos com boa vontade apontamos a nossa bússola ao norte para avançar, ignorando que navegamos sobre o grande iceberg das ideologias e não sobre a terra firme da verdade e da família”[1].

No berço da humanidade, estão as pautas necessárias, a bússola que marcará sempre o norte.

A primeira dessas pautas ou chaves indicadas no Gênesis é que fomos criados para amar e ser amados, e isto se realiza no “serão uma só carne”[2] de homem e mulher, um dom de si enriquecedor e fecundo, que se abre para novas vidas. O casamento, configurado como entrega recíproca, como chamado ao amor, seria uma primeira pauta.

A segunda deriva da anterior, e se concretiza no mandato divino: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a”[3]. Aqui aparece a conexão entre família (multiplicai-vos) e trabalho (dominai a terra), inseparavelmente unidos num mandato único. Ou seja, desde que Deus cria o homem deixa clara a obrigação de trabalhar, e também o sentido profundo do trabalho: não se trata da mera realização pessoal, de um capricho, ou de um passatempo, mas de transformar a terra para convertê-la em lar. Desde a origem da humanidade, trabalho e família vão unidos e o sentido do trabalho não é outro que o de servir à família. É uma forma de entrega – como o era a dos esposos Adão e Eva –, um dom de si, nunca um dom para si mesmo.

Perdido o sentido da família, perdido o sentido do trabalho

No entanto, no último século e meio houve – ao menos nos países mais desenvolvidos – uma ruptura, e dá a sensação de que família e trabalho, que na sua origem são inseparáveis, são agora incompatíveis. A família aparece como um obstáculo para o trabalho, e vice-versa. Ser mãe, por exemplo, converteu-se para muitas mulheres numa desvantagem no trabalho. Então, onde fica aquele preceito do Gênesis? O que era um único mandamento, e vocação original, transformou-se, para muitos, em um dilema: o trabalho ou os filhos, ou trabalhar ou cuidar da casa, as duas coisas parecem impossíveis juntas.

É significativo que esta contraposição coincida no tempo com a crise da família. O que pode levar-nos a pensar que uma crise tenha levado à outra, já que as suas raízes se comunicam. A perda do sentido da família levaria automaticamente à perda do sentido do trabalho. Pois, de fato, em muitos casos, não se concebe o trabalho como um serviço para a família, mas como um fim em si mesmo; e não há lar, ou são lares desfeitos, esquecidos, onde falta o calor familiar.

Criar o lar: uma tarefa comum que dá sentido ao trabalho | Opus Dei

Ao produzir essa contraposição, em muitos países do Ocidente se inverteram os termos: a empresa se apresenta como uma família, e a família se reinventa como uma empresa, com divisão de funções e cotas paritárias, tal como observava Arlie Hochschild num estudo com título eloquente: “Quando o trabalho se converte em casa e a casa se converte em trabalho”[4].

Mas seria errado pensar que o ambiente do lar se alcança através de cotas paritárias ou uma espécie de divisão de trabalho. Alcança-se, em vez disso, recuperando o verdadeiro significado da família e, ao mesmo tempo, o verdadeiro significado do trabalho. A verdadeira conciliação não depende – somente – das leis do Estado, mas fundamentalmente de que marido e mulher se conciliem. Porque eles são os verdadeiros artífices do lar. São livres para trabalhar fora de casa e ter filhos, escolhendo recuperar o trabalho do lar.

Isto resolveria o dilema ao que antes nos referíamos.

Depois virá a tentativa de transformar as leis para que o Estado facilite essa escolha a serviço da família, e conseguir uma cultura empresarial nessa linha. Porém primeiro devem ser as próprias famílias, os esposos, que reconquistem o verdadeiro sentido do trabalho como dom de si e serviço ao cônjuge e aos filhos. Algumas mães optarão por manter uma atividade profissional fora de casa e outras se dedicarão plenamente ao lar, sendo as duas opções igualmente legítimas e, em primeiro lugar, sabendo que o trabalho é serviço e não um fim em si mesmo.

O lar, primeiro passo para superar a crise da sociedade.

Construído assim, o lar se converterá em ponto de encontro das duas realidades, família e trabalho. O lar como lugar do dom de si e do amor dos esposos, e, portanto da verdadeira conciliação; e como tarefa comum que cabe a todos os membros da família. A casa não é só abrigo para descansar e depois voltar ao trabalho, mas o lugar do amor sacrificado, a escola de virtudes, e a melhor resposta ao mandamento de “crescei e multiplicai-vos e dominai a terra”.

 Criar o lar: uma tarefa comum que dá sentido ao trabalho | Ismael MS / Harambee

Sem sair das quatro paredes do lar pode-se transformar o mundo: “atrevo-me a afirmar que, em boa parte, a triste crise que agora padece a sociedade está enraizada no descuido do lar”[5].

Se o centro do lar é o amor dos esposos que transmite vida e se irradia aos filhos, seus eixos são o leito conjugal e a mesa, entendida como espaço de convivência entre pais e filhos e entre irmãos, lugar de ação de graças a Deus e de diálogo. É significativo que os ataques mais duros à família se produzem aí. No primeiro caso, do hedonismo e da ideologia do gênero, que separam os aspectos unitivo e procriativo do ato conjugal; e no segundo, através do barulho gerado pelo mau uso da televisão, internet e outras tecnologias que tendem a isolar o adolescente, impedindo sua abertura aos outros.

Não é casualidade que uma das primeiras medidas que adotaram alguns regimes totalitários foi proibir a fabricação de mesas altas, e promover o uso de mesinhas baixas ou individuais; com isso a reunião familiar em torno da refeição ficava muito difícil. Atualmente, o abuso da televisão e da tecnologia – unido a outros fatores como o trabalho ou as longas distâncias – estão produzindo um efeito semelhante no seio das famílias.

A importância da mesa: ação de graças, diálogo, convivência

Devolver à mesa a sua categoria é uma forma de recuperar o ambiente do lar. Na mesa confluem os dois elementos do mandato duplo do Gênesis: a família, pais e filhos –“crescei e multiplicai-vos”–, e o fruto do trabalho –“dominai a terra”–. A mesa oferece a oportunidade de agradecer ao Criador o dom da vida e os dons da terra: é diálogo com Deus, também através da materialidade dos alimentos que recebemos da sua bondade; e tem uma função crucial educativa e comunicativa: os filhos se nutrem da comida, e também da palavra, da conversa, do debate de ideias, e até dos atritos e discussões, que contribuem para formar seu caráter.

Daí a importância de dedicar um tempo diário e específico à mesa. Se não é possível tomar o café da manhã ou almoçar juntos, ao menos convém reservar o jantar para promover esse espaço de diálogo e de convivência.

Um espaço que se prepara com tempo e vontade; que se constrói com renúncia e sacrifício; que inicia com a benção dos alimentos,[6] e que gira ao redor de uma conversa. É uma ocasião de ouro para os pais educarem não com discursos, mas com gestos pequenos, detalhes aparentemente insignificantes; e para os irmãos aprenderem a entender-se, colaborar, renunciar... Tempos e lugares compartilhados que formarão sua identidade, recordações memoráveis que os marcarão profundamente.

Uma tarefa estimulante que envolve todos, já que a oração, a ação de graças e o diálogo, mais do que a comida, é o que realmente alimenta e sustenta a família.

Apostar numa cultura da família supõe “sair” do iceberg de ideologias enganosas e recuperar o verdadeiro sentido do duplo mandato do Gênesis. E pode-se conseguir a partir de um perímetro tão modesto como as quatro paredes do lar, contorno paradoxal porque sempre é “maior por dentro do que por fora”, como descrevia Chesterton; resgatando a comunicação, o amor dos esposos, e a participação na mesa; deixando sempre um prato a mais..., para o caso de Deus querer vir jantar nesta noite.

Teresa Díez-Antoñanzas González y Alfonso Basallo Fuentes

___________________

[1] J. Granados, Ninguna familia es una isla, Burgos 2013.

[2] Gn 2,24.

[3] Gn 1,28.

[4] A.R. Hochschild, “When work becomes home, and home becomes work”, California Management Review (1997), 79-97.

[5] J. Echevarría, Carta pastoral, 1-06-2015.

[6] Cfr. Papa Francisco, Carta Encíclica Laudato si’, n. 227.

 Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Solene Celebração Eucarística de Ordenação Episcopal

Celebração Eucarística de Ordenação Episcopal (arqbrasilia)

Solene Celebração Eucarística de Ordenação Episcopal na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida

Nesta quarta-feira (01/05), data em que a Santa Igreja celebra o Dia de São José Operário, o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, presidiu a Celebração Eucarística de Ordenação Episcopal de Monsenhor Vicente Tavares, nomeado Bispo Auxiliar de Brasília, e de Monsenhor Carlos Henrique Oliveira, nomeado Bispo Diocesano de Tocantinópolis (TO), na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida.

01 maio 2024

Com a presença de um número significativo de Bispos, demonstrando a sucessão Apostólica que perdura desde Jesus Cristo, Dom Carlos Henrique Oliveira e Dom Vicente Tavares escolheram como Bispos co-consagrantes o Cardeal Sergio da Rocha, Arcebispo de São Salvador da Bahia Primaz do Brasil, e Dom Waldemar Passini, Bispo Diocesano de Luziânia e Presidente do Regional Centro-Oeste da CNBB.

“Na vida do Bispo, o amor toma expressão concreta na tríplice missão de ensinar, santificar e governar aqueles que o Senhor lhe confiou. Nós apascentamos o rebanho de Deus. O Senhor não deu o rebanho para ninguém. Pastorear o rebanho de Deus significa buscar ter as mesmas atitudes que Deus tem para com o seu povo, o seu rebanho. Não ser pastores segundo as nossas esquisitices, nossas neuroses, mas buscando ser presença misericordiosa, pastorear com proximidade com os padres e com o nosso amado povo. O pastor exala para o nosso amado povo o bom odor de Cristo e, pela proximidade, possui o cheiro das ovelhas. Concluo, meus caros ordenandos, com a exortação final da homilia do ritual: ‘Vela, pois, por todo o rebanho dos fiéis a cujo serviço te colocou o Espírito Santo, para reger a Igreja de Deus: em nome do Pai, de quem és imagem entre os fiéis; Em nome do Filho, cuja missão de mestre, sacerdote e pastor exerces; em nome do Espírito Santo, que dá vida à Igreja de Cristo e fortalece a nossa fraqueza’ amém”, salientou o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa, durante a homilia.

Muitos padres, diáconos, leigos, religiosos, familiares e grande número de fiéis participaram da Celebração Eucarística, em um momento de Ação de Graças pela oferta de vida dos dois novos sucessores dos Apóstolos.

“Estou muito feliz. Desde pequenininho eu imaginava que o caminho do meu filho seria diferente, porque ele sempre foi um menino muito bom, obediente, nunca teimou comigo, não falava palavrão. Uma pessoa muito boa de coração. Criei o meu filho não foi para ficar comigo e entendo que os filhos dele são as comunidades que Deus lhe confiar. Vou ficar com saudade, mas ele pode sempre me ligar. Hoje é um dia muito especial. Eu gostaria que o pai dele estivesse aqui para ver como o nosso menino se entregou à vontade Deus”, falou emocionada dona Maria da Assunção da Silva Oliveira, mãe do Dom Carlos Henrique.

A alegria dos familiares com a Ordenação dos novos Bispos foi contagiante. “É uma gratidão imensa. Essa é a terceira vez que venho à Catedral, é muita emoção. Eu não imaginava que ele seria Sacerdote um dia, ainda mais um Bispo. A gente morava na roça, ele trabalhava em uma empresa. Um dia ele me disse que faria um encontro vocacional e decidiu sair de Minas para vir estudar aqui em Brasília, no seminário. Eu só agradeço a Deus por tamanha graça de ter um filho que se dedica às coisas de Deus” disse dona Júnia Alves da Silva, mãe do Dom Vicente Tavares.

Dom Vicente Tavares, Bispo Auxiliar de Brasília, é o quinto filho de dona Júnia. As seis irmãs e o irmão marcaram presença na Celebração Eucarística e disseram o quanto estavam felizes. “A gente compartilha dessa graça muito grande. Antes de ser Bispo, ele é nosso irmão querido, que a gente ama, partilha os bons e maus momentos. Estamos agraciados com esse momento, imensamente felizes e continuaremos rezando para que ele possa seguir nessa missão que Deus o confiou. Nosso pai sempre acompanhava as celebrações ouvindo por um rádio, pois ele já não escutava direito. Meu irmão foi quem celebrou a Primeira Comunhão do nosso pai, quando ele já estava com 79 anos. Se meu pai estivesse aqui, estaria muito feliz. Há um ano, ele está no céu intercedendo por nós”, contou Cássia Tavares da Silva.  

No final da Celebração Eucarística, Dom Carlos Henrique e Dom Vicente salientaram a alegria em servir à Igreja de Cristo e pediram para que todos intercedam por eles nessa nova missão.

“Sicut qui ministrat” (Entre vós como servo) foi o lema que Dom Carlos Henrique escolheu para nortear a vida episcopal. “Elevo a minha alma em gratidão ao Deus uno e trino, fonte de tudo, fonte do amor. Aos meus pais, familiares e amigos que me acompanham com a oração e com a presença, que Deus os abençoe. A Dom Paulo Cezar, pai e pastor dessa Igreja Particular, na qual fui pela graça do Batismo feito filho de Deus e aqui servi como ministro ordenado durante muitos anos, quero expressar a minha gratidão por me confiar muitas atividades. Ao Clero de Tocantinópolis, obrigado pela presença neste momento ímpar da minha vida. No próximo dia 25 de maio assumirei oficialmente como Bispo, mas já os tenho em meu coração, na minha vida, nas minhas orações. Manifesto o desejo de trabalhar e fazer com que juntos na nossa Diocese possamos trilhar um caminho bonito de construção do Reino de Deus, que já está em curso. Ao meu querido povo de Deus aqui de Brasília, quero também manifestar a minha gratidão, pois me ajudaram em minha caminhada como padre a ser pai espiritual, amigo, confessor e diretor espiritual, cuidando das coisas de Deus.”, disse em seus agradecimentos.

Dom Vicente Tavares, cujo lema escolhido foi “Nolite Timere” (Não tenhais medo) manifestou a sua alegria em servir ao povo de Deus como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília. “Me senti muito acolhido, desde a Assembleia dos Bispos, e quero manifestar a minha gratidão ao Cardeal Dom Paulo Cezar e a todos os meus irmãos pelo episcopado. Aos nossos padres formadores e a todo o povo de Deus, muito obrigado pelas orações. A minha família, meu porto seguro que está aqui, a minha gratidão pelo esforço, pois a mineirada está aqui. Aos meus irmãos sacerdotes, obrigado pela presença, carinho e amizade. Peço que todos vocês continuem rezando por mim e por Dom Carlos. Que Deus nos ajude com a sua graça. Muito obrigado!”, finalizou Dom Vicente.

Para encerrar o momento de agradecimentos, o Cardeal Paulo Cezar salientou que ambos os Bispos ordenados são filhos da Arquidiocese de Brasília. “Dom Carlos, nós te levaremos a Tocantinópolis, mas tenha certeza de que aqui nesta Arquidiocese nós te geramos. Então, sinta-se sempre em casa aqui em Brasília. Dom Vicente, seja bem-vindo. Nos ajude nessa missão que o Papa Francisco nos confiou de ser presença na vida dessa nossa amada Arquidiocese, junto com nossos outros irmãos, Dom Antonio, Dom Denilson e Dom Ricardo. Você veio somar a esse nosso time. Alegria!”, frisou Dom Paulo Cezar, que em seguida deu a bênção final.

Confira no vídeo abaixo a Celebração Eucarística de Ordenação Episcopal:

https://www.youtube.com/watch?v=SFPJG95ph4M

 Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Chuvas no RS: criar laços de solidariedade e amizade social

Rio Grande do Sul - inundações | Foto de capa: Divulgação / CBMRS

O arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente do regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leomar Antônio Brustolin, compartilha o seu sentimento diante do agravo da situação.

Vatican News

Os temporais no Rio Grande do Sul causaram estragos em mais de 300 municípios gaúchos, fizeram um rio atingir a maior cheia de sua história, romperam parcialmente uma barragem e deixaram mortos, desaparecidos, centenas de ilhados e milhares de desabrigados.

O arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente do regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leomar Antônio Brustolin, compartilhou, por meio de um artigo, o seu sentimento diante do agravo da situação.

“Nesse momento, ao contemplarmos ao redor, vemos mortes, desabrigados, ilhados, pontes caídas, estradas bloqueadas, destruição de casas e de construções. Nosso coração fica perturbado, nos perguntamos: o que podemos aprender disso tudo? Não temos respostas. Também o mal físico é um mistério. Saber contemplar o mistério sem fantasia ou racionalismo é uma sabedoria”.

Dom Leomar Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS) | CNBB

Dom Leomar afirma que um grande flagelo veio sobre as cidades e vilas e que muito se perdeu. Garantiu que todos rezam por àqueles que partiram, mas aconselha que para os que ficaram, é necessário, diante de Deus, aprender a viver e a conviver. “Deus está conosco, disso temos experiência e somos capazes de solidariedade, sobre isso podemos enxergar”.  

“O profeta Isaías nos recorda que o próprio Deus, por meio de seu Cristo, veio e sempre vem para curar as nossas feridas, para anunciar nossa liberdade, para consolar os que choram, para dar alegria para quem vive na aflição, para nos vestir de salvação, com o manto da justiça, e nisso tudo se manifesta sua glória”.

O arcebispo enfatiza que não será a morte, o luto e as lágrimas que definirão a última palavra sobre a vida. Tampouco a destruição, o deslizamento e os alagamentos roubarão a esperança. “Somos um povo que sabe em quem depositou sua fé. A água que sacia a sede, limpa o que está sujo, refresca o calor e rega o que está seco, voltará a ser sinal de vida, de renovação e liberdade”.  

“Esse dilúvio que veio sobre nós não apagará de nossa memória os feitos que o Senhor realizou ao longo da história da salvação. Nós sobreviveremos e encontraremos razões para reconstruir nossas estradas e nossas casas, nossas vidas e de fato, podemos estar ilhados, mas não isolados”.

Dom Leomar garante que todos sabem o quanto o Pai os ama e reafirma que “não será um desafio grande como o que estamos passando que nos separará desse amor e da comunidade humana que Ele ama”.

“Para nós servem as palavras de Cristo dizendo: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Essa paz é tão clara e forte que não ficamos com o coração perturbado e nem intimidado”.

E conclama a todos a enfrentar mais essa provação: “Deus está conosco. Isso passará, iremos superar. Mas desde já colhamos os frutos bons desse momento, sempre há uma luminosidade sideral em meio à noite escura. Recordo aqui tantas instituições governamentais, militares e civis dedicadas na defesa da vida nesse momento”, disse.  

Campanha | CNBB

Campanha em favor das vítimas das chuvas 

Dom Leomar lembrou, ainda, que as comunidades paroquiais estão de portas abertas para acolher os desabrigados, alimentar os que perderam tudo, para atender as necessidades que emergem. “Como bem diz o Papa Francisco: somos comunidades que parecem Hospital de Campanha, que socorre imediatamente quem precisa”.

Recordou as comunidades que viram os caminhoneiros impedidos de viajar pelos bloqueios e lhes providenciaram refeições. “Recordo as coletas de doações que estão sendo realizadas em todo Estado especialmente pela CNBB Sul 3. Quanta luz de solidariedade. Tudo passa, mas esse amor já é consolação”.  

“Nossa fé em Cristo nos compromete para continuarmos criando laços de solidariedade e amizade social, pois podemos estar ilhados, mas não isolados. Deus abençoe todos que decidiram tornarem-se consolação para os outros”.

Fonte: CNBB

Foto de capa: Divulgação / CBMRS

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF