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quinta-feira, 16 de maio de 2024

Dignidade infinita

Dignidade infinita (schoenstatt)

DIGNIDADE INFINITA

Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)

“Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos.” (I Jo 3, 1)

O cristão necessita ser constantemente lembrado que sua origem e natureza está em Deus. O Amor nos criou, pois Deus é essencialmente amor. E, tendo cada um de nós, nascidos antes de tudo, no Coração de Deus para depois sermos fecundados por nossos pais, é que temos o direito de afirmar: somos possuidores da dignidade divina, pois o Senhor dos senhores habita em nós e nos concedeu essa graça, independentemente de merecermos ou não. Essa verdade que nos é apresentada na Declaração do Papa Francisco, intitulada de DIGNITAS INFINITA, que versa sobre a dignidade humana ou a dignidade infinita, precisa ser compreendida através da fé. Fé é confiança, é certeza de que Deus deseja o melhor para todos, sem distinção ou preferência.

A fé é um dom que necessita ser praticado numa caminhada constante de conhecimento do Senhor, buscando-O e, encontrando-O, conhece-Lo realmente. O conhecimento de Deus abre novos horizontes e desvenda uma realidade que o mundo deseja apagar em nós: o respeito ao próximo. Somos chamados a ver no outro a Imagem do Pai, pois, como nós, o próximo também é imagem e semelhança de Deus. Ao aceitar que, diante do Pai, todos temos a mesma dignidade, seremos capazes de olhar para o outro sem desvalorizá-lo ou denegrir sua imagem. A grande verdade é que ninguém é maior ou melhor que os outros, o que acontece é que todos cometemos pecados.

Diante dessa realidade, não podemos julgar nosso irmão pelos erros cometidos, afinal, também pecamos, às vezes de forma diferente, mas pecado será sempre pecado. Nossa humanidade é facilmente corrompida pelos anseios do mundo: egoísmo, orgulho, falta de caridade e outras situações que criam muros instransponíveis e separam cada vez mais uns dos outros.

Irmãos, fomos criados por Deus, à sua imagem e por isso, dotados de uma mesma alma racional, temos a mesma origem e natureza: a Divina. Entretanto, cada ser humano é único, com suas características pessoais e, naturalmente há diferenças entre nós e, tais diferenças fazem parte do plano de Deus; Ele deseja que cada um receba do outro aquilo lhe falta ou seja, cada um tem seus talentos, suas qualidades próprias justamente para partilhar com aquele que não possui tais talentos. No plano de Deus, as diferenças devem estimular a comunhão fraterna: o que eu sei, eu divido com o outro que, em contrapartida, me transfere seus conhecimentos. Essa troca fraterna que visa a unidade em Deus, nos fará perceber de que natureza fomos criados.

A todos Deus deu a mesma dignidade de ser filho, porém, com talentos e carismas diferentes para que todos sejam levados precisar uns dos outros, reconhecendo que nascemos para o mesmo fim: amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos, valorizando o dom magnífico da vida doada ao Pai e aos irmãos. Dignidade Infinita é reconhecer que não somos nada uns sem os outros, que precisamos amar mais e julgar menos, respeitar mais e aceitar o outro como ele é. Se Deus nos aceita e nos ama em detrimento de nossas muitas faltas e pecados, quem somos nós para definir quem é ou não digno do Amor do Pai? Senhora de Lourdes, Digníssima Mãe de Jesus e nossa, ensina-nos a respeitar nossos irmãos!

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Camisetas autografadas por Neymar, Messi e Mbappé ganham bênção do Papa e vão a leilão beneficente pelo RS

As camisetas irão para um leilão on-line beneficente (Vatican Media)

Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (15/05), Francisco saudou uma delegação brasileira liderada pelo Pe. Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor. O Pontífice deu a bênção ao trio de camisetas, que vão a leilão on-line em breve para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, uma doação da coleção pessoal do casal paranaense Carla e Rodrigo Ferro.

Andressa Collet - Vatican News

Padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor e pároco da Paróquia São José da Lagoa, sensível à catástrofe que assola o Rio Grande do Sul há mais de 15 dias, esteve nesta quarta-feira (15/05) na Audiência Geral para encontrar o Papa Francisco. Ele trouxe três camisetas, abençoadas pelo Pontífice ao final da catequese na Praça São Pedro, que serão colocadas em leilão em benefício às vítimas das enchentes no RS. E são três camisetas especiais de jogadores do clube francês de futebol, Paris Saint-Germain, provenientes da coleção do casal Carla e Rodrigo Ferro, de Bandeirantes/PR, que também encontraram o Papa. Silvonei José conversou com a delegação brasileira e Rodrigo contou em detalhes sobre a iniciativa:

"Na nossa coleção pessoal, nós tínhamos ali aquilo que tanto agrada ao Santo Padre: as camisas raras de Messi, o argentino que ele tanto gosta, assinado e dedicado. Essa camisa é uma das últimas assinadas por ele antes de sair do Paris Saint-Germain. Tínhamos também do Neymar que também logo na sua saída nos presenteou com a sua camiseta; e do próprio Mbappé. Estamos num momento que antecede as Olimpíadas e esse trio de camisetas, todas elas autografadas, todas elas originais, que faziam parte da nossa coleção particular, levamos para serem abençoadas pelo Santo Padre, para que sejam leiloadas pelo Instituto Redentor e toda essa verba seja destinada aos nossos irmãos do Rio Grande do Sul."

A iniciativa, que deve ser realizada em modalidade on-line a ser divulgada em breve, por canais oficiais, ilustra a mensagem do Papa Francisco na catequese desta quarta-feira (15/05) quando refletiu sobre mais uma virtude teologal que, segundo São Paulo, é a maior delas: a caridade, "sobre o amor e a relevância do amor para o mundo", comentou o Pe. Omar presente na Audiência Geral, que acrescentou:

"Estávamos ali por um motivo, trazendo as intenções do povo brasileiro, de modo especial, com o coração voltado para a grande dor do nosso país neste momento: o povo gaúcho, o povo do Rio Grande do Sul que está padecendo, com muitos vulneráveis, muitos faleceram, e hoje existe uma grande corrente em todo o Brasil. Um olhar caridoso voltado para o Rio Grande do Sul como algo jamais visto na história deste país."

“O motivo da nossa estada aqui no Vaticano é esse: primeiramente rezar por todos. E, também, fazer um gesto concreto, pois 'a fé sem obras é morta'.”

A campanha SOS Redentor também está ajudando o RS, afirmou Pe. Omar (Vatican Media)

As doações ao RS pelo SOS Redentor

O Pe. Omar destacou em entrevista que a campanha SOS Redentor também está sendo direcionada às vítimas do Rio Grande do Sul:

"A gente sabe que a lógica da doação quando é pontual, depois tem uma descontinuidade. Então a gente tem uma plataforma que tem uma recorrência que vai durar, de forma automática, pela colaboração de cada fiel, tempo que durar o estágio calamidade pública e de situação de emergência no Rio Grande do Sul. Então, uma vez que a pessoa doa naquela plataforma do Cristo Redentor, aquilo tem uma continuidade até quando o estado de maior periculosidade for retirado, por via de decreto, daquela região do país. Dou ênfase nisso porque às vezes a gente faz aquelas campanhas emergenciais, pontuais, depois a grande mídia sai, já entra uma outra pauta, aquilo sai da cena e da comoção nacional. Mas o problema continua. Então a gente está começando a educar, a criar um novo caminho, uma nova lógica para as doações. Elas precisam ter recorrência."

O reitor do Santuário do Cristo Redentor também está em Roma para participar do Simpósio Internacional sobre Esporte e Espiritualidade que começa nesta quinta-feira (16/05), em Roma. O Padre Omar e Pedro Trengrouse, assessor jurídico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foram nomeados recentemente pela CNBB como representantes da Igreja Católica no Brasil junto ao Dicastério para a Cultura e a Educação "para criar um intercâmbio de valores, de atividades, de promoções em torno desse diálogo entre o esporte e a fé que é tão saudável. É um novo espaço de evangelização que a Igreja está cumprindo o seu papel e não faltarão iniciativas", comentou o reitor. Uma delas será em maio de 2025, no Morro dos Anjos, no Paraná, para o I Congresso Internacional de Educação, Esporte e Fé que deve reunir "crianças e jovens de escolas católicas, atletas amadores e profissionais do Brasil que professam a fé católica". Parte da renda será destinada às instituições atendidas pelo Instituto Redentor.

O convite ao Papa para o I Congresso Internacional de Educação, Esporte e Fé em maio de 2025, no Paraná (Vatican Media)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São João Nepomuceno Mártir

São João Nepomuceno (A12)
16 de maio
São João Nepomuceno Mártir

João Nepomuceno nasceu por volta de 1330 – 1345 em Nepomuk, num dos vales da Boêmia, atual República Tcheca, numa família pobre.

Em 1370, trabalhava como notário na Cúria Metropolitana, e em 1379 foi ordenado sacerdote. Como pároco de São Gall (São Galo), acumulou o estudo de Direito Eclesiástico na Universidade de Praga, obtendo o Bacharelado.

Enviado pelo bispo a Pádua, Itália, em 1382, doutorou-se em Direito Canônico em 1387, voltando em seguida a Praga onde foi cônego da igreja de São Gil (São Giles, Santo Egídio) até 1389, e em 1390 foi nomeado cônego honorário da Catedral de São Vito e vigário geral desta arquidiocese, extensa e importante.

Seus sermões levaram a uma significativa melhora nos costumes do povo, e impressionaram a rainha, que o chamou por isso e por sua conhecida virtude e segurança doutrinária a ser seu confessor e diretor espiritual.

O rei Venceslau IV, porém, não possuía a espiritualidade da esposa, e tinha acessos de fúria violentos. De maneira infundada, começou a desconfiar da fidelidade da esposa. Como não obtivesse provas disso, e obcecado pela ideia, convocou João e o intimou a lhe contar as confissões da rainha. João, espantado tanto pela suspeita quanto pelo pedido, naturalmente negou-se, de forma categórica, a divulgar os segredos de confissão, invioláveis, da soberana (e de qualquer outra pessoa), como exige a define a Igreja.

Enraivecido, Venceslau mandou que o sacerdote fosse torturado, mas mesmo depois de violências brutais João não cedeu. Ainda mais furioso ficou o rei, e entendendo que não conseguiria forçar João, mandou amarrá-lo e jogá-lo no rio Vltava (Moldava), o que foi feito da Ponte Carlos, a mais importante e famosa de Praga. Assim, João Nepomuceno morreu afogado na noite de 20 de março de 1393. O corpo foi achado e dignamente sepultado na igreja de Santa Cruz.

Em 1725 foi feita a sua exumação, diante do Arcebispo de Praga, dignidades eclesiásticas, um professor de Medicina e dois cirurgiões. Constatou-se que a língua estava apenas ressequida, mas extraordinariamente conservada: e, naquele mesmo momento, diante dos presentes, ela começou a se refazer, adquirindo a coloração rósea própria de uma pessoa viva!

Este milagre constou do processo de canonização de São João Nepomuceno, o primeiro mártir do segredo da Confissão, e patrono contra as calúnias, bem como padroeiro dos Confessores e da cidade de Praga.

Reflexão:

Admirável foi o empenho de João Nepomuceno no eu estudo e trabalho, que lhe valeram o reconhecimento da virtude e segurança doutrinária. Porém o seu maior brilho e luz, mais esplendorosos do que os dos famosos cristais da sua terra pátria a Boêmia, foi saber quando, o que e como falar, e quando silenciar. Uma grande lição para uma atualidade descompromissada com a verdade do que é dito, que fala o que não deve, e não sabe fazer silêncio, especialmente o necessário para os momentos de buscar a Deus na oração, meditação e adoração. A intimidade do nosso coração deve ser conhecida por Deus, e é, mesmo que não o percebamos; e parte desta intimidade devemos revelar, quando necessário, ao mesmo Senhor, diante do Seu sacerdote, no Sacramento da Penitência. Por outro lado, Deus mesmo não permite que os presbíteros revelem espontaneamente o que ouvem em confissão dos pecados, haja visto que nem aqueles que pela idade ou doença têm suas faculdades mentais afetadas o fazem. As garantias divinas que recebeu a Igreja, a respeito dos Sacramentos, é parte da Verdade que podemos nela identificar, ainda que clero e fiéis, humanos, sejam falhos. Mas não confiamos nossa Fé nem a ideias ou ideais, filosofias ou leis, e sim na realidade de Deus Encarnado, que nos revelou a Trindade e a Sua obra de salvação pela Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Temos motivos para ter fé, com base Razão e na Revelação de Deus: muito devemos nos empenhar em conhecer cada vez mais profundamente a Doutrina Católica, pois só nela, pela inspiração infalível do Espírito Santo, conheceremos a Verdade, “… e a Verdade vos libertará” (Jo 8,32).

Oração:

Senhor, que és o Caminho, a Verdade e a Vida, pela intercessão de São João Nepomuceno, concedei-nos a sua fidelidade aos Sacramentos, testemunhando pela palavra e ação a Vossa sabedoria e bondade, para podermos como ele ser mergulhados nas águas eternas da Vossa graça, que triunfa sobre os pesos desta vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Abadia mais antiga do mundo tem quase mil anos e mais de 100 monges: um oásis da Igreja na Europa

Vigília Pascal na abadia Cisterciense de Heiligenkreuz. na Áustria, em 30 de março de 2024 | (c) "Stifit Heiligenkreuz" 

A abadia cisterciense de Heiligenkreuz, na Áustria, é a mais antiga ainda em atividade no mundo, com quase mil anos e mais de 100 monges. Nunca teve “interrupções” na sua história e é agora um oásis da Igreja Católica na Europa.

Heiligenkreuz fica a cerca de 30 quilômetros de Viena, capital da Áustria. Os monges têm uma idade média de 49 anos, o que significa que são “jovens” no ambiente eclesial, especialmente na Europa onde há cada vez menos vocações, diz o jornal italiano Avvenire.

Além disso, quatro ou cinco homens juntam-se todos os anos à abadia fundada em 1135.

Atualmente vivem ali 103 monges, 11 religiosos com votos temporários e seis noviços, todos liderados pelo abade Maximilian Heim.

Abadia de Heiligenkreuz, na Áustria. Rudolf Gehrig/CNA Deustch

“O mais importante é o amor a Deus e aos outros”, diz o abade. “Num mosteiro beneditino [os cistercienses seguem a regra de São Bento], isto se completa com a tríade ora, lege et labora, ou seja, rezar, ler e trabalhar”.

Para o abade, também é importante “honrar o mandamento de Jesus ‘para que todos sejam um’: a unidade dentro da comunidade sem igualitarismo e com a liberdade necessária para cada indivíduo, bem como a unidade com a Igreja na prática, isto significa unidade dentro da ordem, bem como com o papa e o bispo diocesano”.

O trabalho para resgatar outros mosteiros na Europa

No dia 21 de novembro de 2021, as duas últimas freiras beneditinas do mosteiro de Sabiona, em Chiusa, na província italiana de Bolzano, deixaram o local depois de 335 anos de presença ali.

O bispo de Bolzano-Bressanone, dom Ivo Muser, e a abadessa Maria Ancilla Hohenegger lamentaram o fato e manifestaram o desejo de que o mosteiro localizado continue a ser um lugar de peregrinação e um centro de vida contemplativa. Isso só foi possível algum tempo depois, graças à abadia de Heiligenkreuz.

Vigília Pascal na abadia Cisterciense de Heiligenkreuz. na Áustria. | (c) "Stifit Heiligenkreuz"
Depois de inúmeras consultas, o capítulo conventual da abadia de Heiligenkreuz decidiu assumir o mosteiro de Sabiona no dia 14 de março, com o objetivo de criar um “centro espiritual” na chamada “montanha sagrada”, como é conhecido o local onde está localizado, conforme dito pelo padre Johannes Paul Chavanne.

Os monges que irão para o mosteiro de Sabiona continuarão pertencendo à abadia de Heiligenkreuz.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Os jovens do Padre Pio (2)

Uma mãe com um filho nos braços no Santuário de San Giovanni Rotondo | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 05/2002

Os jovens do Padre Pio

A mídia de massa nunca fala sobre isso. Mas são precisamente eles, os Grupos de Oração, que garantem que São Pio de Pietrelcina não seja apenas uma memória devota. Entre eles há muitos meninos.

por Stefano Maria Paci

Como nasceram os Grupos

«Já na década de 1940 Padre Pio encorajava os seus “filhos espirituais” a rezarem juntos» recorda Fabio Comparato. «E, a certa altura, percebemos que tinham surgido grupos, de forma semi-oficial. Em 1947 havia um grupo em Roma, em 1949 um em Udine. Em 1951 havia alguns na Inglaterra, na Suíça e nos Estados Unidos. Assim, foi criada uma estrutura de coordenação temporária." Os grupos cresceram de mãos dadas com o Hospital Home Alívio do Sofrimento. Mas eles não foram usados, como muitas vezes se repete erroneamente, para arrecadar fundos para isso. «Padre Pio queria que a obra social, o hospital, que serve para aliviar o sofrimento físico, fosse apoiado por grupos de oração, que “trabalhassem” no nível espiritual. Os dois aspectos se complementam: é difícil dizer quem faz o trabalho mais rentável. São os dois braços com os quais Padre Pio continua hoje a exercer o seu ministério”.

Os Grupos gozam de uma independência considerável: a responsabilidade cabe ao sacerdote que os acompanha. O Centro internacional, que reúne 30 pessoas e que se reúne em sessão plenária uma vez por ano, prepara subsídios que ajudam a catequese. E os Grupos reportam periodicamente ao Centro as atividades realizadas. Às vezes há também a figura do coordenador diocesano. Missa, meditação, oração e catequese são as atividades dos Grupos. O encontro acontece uma vez por mês. «Esta é a indicação que damos, ainda que os Grupos possam então decidir de forma diferente. Mas é melhor não fazer coisas muito estressantes”, explica Comparato com realismo, “porque as pessoas não têm tempo. Eu mesmo teria dificuldade em realizar mais de uma reunião por mês.”

O nome Grupos de Oração apareceu pela primeira vez no boletim da Casa de Alívio do Sofrimento. Era junho de 1950, e essa expressão foi escrita por Guglielmo Sanguinetti, que todas as noites recebia do Padre Pio instruções para a Nascente Obra em sua cela. Segundo as indicações do Padre Pio, os grupos de oração deviam distinguir-se pela lealdade à Igreja, ao Papa e aos bispos, pela formação cristã integral, pela vida de oração, pela caridade generosa para com os sofredores. Podem surgir espontaneamente, mas têm uma regra obrigatória: devem ser orientados por um padre e receber a aprovação do bispo local. «Não há aprovação sem o padre, não há aprovação sem o bispo: estas foram as diretrizes que Padre Pio nos deu», recorda hoje Comparato. E acrescenta: «Também o fez porque queria evitar degenerações e um culto exagerado a ele».

Atualmente, todas as noites, por volta das 21h, na cripta do convento de San Giovanni Rotondo, Frei Modestino, o frade mais próximo de Padre Pio, reúne-se em oração com os seus irmãos, recitando o rosário em comunhão espiritual com todos os grupos. de oração em todo o mundo. E já se tornou um hábito que quem participa dos Grupos e quer pedir alguma graça ao Padre Pio, peça naquele exato momento. "Você sabe o quê?" O Irmão Modestino nos confidencia: «Padre Pio fez uma promessa. Ele vinculou seu Paraíso à felicidade de seus filhos. “Não entrarei no Céu até que o último dos meus filhos espirituais tenha entrado”, disse ele. E ele cumpriu suas promessas. Sempre".

Os jovens de Padre Pio

Mas quem são os membros dos grupos de oração? Apenas velhinhas piedosas e devotadas? Pessoas recitando terços em sacristias mal iluminadas? Não. São milhares e milhares de jovens que fazem parte dela, em todos os cantos do planeta. Jovens que vivem a sua fé com paixão e entusiasmo. «Eu» diz Fábio, 21 anos, de Bolonha «Encontrei o cristianismo conhecendo os grupos de oração. No começo pensei que fosse algo de outra época, ou que fosse bom para Papa Boys meio estúpidos. Em vez disso, conhecer alguém que já conheceu Padre Pio mudou minha perspectiva de vida. Além das reuniões de oração e meditação e de um pouco de voluntariado, faço as mesmas coisas de antes. Mas o sentido com que os faço é completamente novo, e o sabor com que os experimento é novo." Caterina, 23 anos, universitária de Brindisi, faz-lhe eco: «Devo admitir que a figura do Padre Pio não me fascinou. Aquela insistência nos estigmas, no fanatismo que me parecia gerado pelos seus muitos milagres, pelos fenómenos inexplicáveis ​​e ligeiramente perturbadores que o rodeavam. Então, por acaso, li algumas de suas cartas. Eles me impressionaram, tentei saber mais. E descobri uma pessoa completamente diferente da imagem que me foi proposta pelos meios de comunicação. Um frade apaixonado por Cristo que sabia que Deus estava concretamente presente ao seu lado e com quem falava cara a cara, com confiança. E fiquei impressionado com a ternura que ele tinha com todos, fora aquele personagem rabugento e rude que me foi retratado. Fiquei tão impressionado que me perguntei como poderia ter a mesma experiência que ela. E aqui estou eu, em um grupo de oração." Luca tem 17 anos e é de Roma: «Conheci os Grupos da minha paróquia. Um colega meu me convidou. “Vamos, vamos nos divertir muito”, ele me disse. Fiquei cético, mas ele foi muito gentil e então, como teste, fui. Era fevereiro. Em março participei na conferência anual de todos os jovens dos grupos. Éramos tantos e pela primeira vez a fé me pareceu algo concreto e não abstrato. Por sua vez, convidei outros amigos para virem, e agora somos quatro na minha turma, e todos nos olham com um pouco de espanto, porque nos tornamos muito próximos, e até os professores percebem."

Um santo para o mundo

Milhares destas crianças estarão celebrando na Praça de São Pedro no dia 16 de junho. Muitos, muitos outros viverão esse momento com a mesma intensidade, mesmo que estejam espalhados pelos cinco continentes. «Os grupos de oração viveram a espera deste momento na interioridade e na oração», explica Monsenhor Riccardo Ruotolo, seu presidente. "Agora chegou a hora de se alegrar." E assim, no dia 16 de junho, a Igreja proclamará que Francesco Forgione se tornou São Pio de Pietrelcina.

Nem a sua excepcionalidade, nem os dons prodigiosos que o Senhor lhe concedeu para mostrar uma luz pálida do amor e da compaixão que Deus tem pelo homem que criou, são apontados aos fiéis. Mas a sua fé, a fé humilde e simples que aprendeu com a sua mãe e que manteve através de provações muito árduas, é mostrada como um exemplo para os cristãos. A sua santidade, tão cruelmente questionada e combatida durante a sua vida, muitas vezes até pelos seus irmãos e autoridades eclesiásticas, é agora solenemente reconhecida e indicada como modelo para toda a Igreja.

Mas Padre Pio, o Padre Pio deles, para as crianças e idosos dos grupos de oração, já era santo há algum tempo. E para eles ele colocou em jogo aquilo que ele mais prezava. Ele prometeu-lhes que não entraria no Céu sem eles, sem o último deles.

E no domingo, 16 de junho de 2002, na Praça de São Pedro, aquele homem que hoje está vestido de branco, mas que um dia, como muitas outras pessoas, se ajoelhou para lhe confessar, e que outra vez lhe pediu, e obteve, uma milagre sensacional para um amigo seu que sofre de câncer, talvez ela sorria ao considerá-lo um modelo para toda a Igreja, pensando que nem mesmo São Pedro, que tem as chaves desse Paraíso, poderá convencer aquele humilde , frade bom e teimoso para entrar, até que cumpra essa promessa.

Fonte: https://www.30giorni.it/

A solenidade da ascensão do Senhor na doutrina de São Leão Magno

A solenidade da ascensão do Senhor (c. Biblioteca Apostolica Vaticana)

Ele entrou na glória de Deus e está sentado à sua direita para julgar os vivos e os mortos.

Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

Nós celebramos a solenidade da Ascensão do Senhor. Jesus voltou ao Pai, após ter sido enviado a este mundo em vista da redenção humana. Ele entrou na glória de Deus e está sentado à sua direita para julgar os vivos e os mortos. Junto dele está a nossa humanidade, a natureza humana que unida à natureza divina forma uma só Pessoa, Jesus Cristo, Filho de Deus encarnado. A seguir ver-se-á a forma como São Leão Magno, papa no século V, tratou do mistério da Ascensão do Senhor, sendo a nossa vitória, 

Quarenta dias após a ressurreição do Senhor

Seguindo a Sagrada Escritura, São Leão Magno, afirmou que a Ascensão ocorreu após quarenta dias da Ressurreição de Jesus (cf. At 1,3). Foram dias santificados, dispostos segundo um plano sagrado e empregado para a instrução, contando a partir da bem-aventurada ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, pois o poder divino reergueu no terceiro dia, o verdadeiro templo de Deus, Jesus Cristo[1]. O Senhor prolongou a sua presença corporal neste espaço de tempo para dar provas necessárias à fé, à sua ressurreição. Ele apareceu às mulheres, aos apóstolos e outros discípulos demonstrando a verdade de sua nova realidade, a sua ressurreição e depois voltou para a glória do Pai.

A morte de Jesus

São Leão Magno disse que a morte de Jesus turbou os corações dos discípulos pelo fato de que eles estavam opressos de tristeza, por causa do suplício da cruz, pelo último suspiro e do sepultamento do Mestre Jesus. Quando as santas mulheres anunciaram que a pedra tinha sido rolada, deslocada no túmulo, o sepulcro estava vazio e os anjos testemunharam que o Senhor estava vivo, suas palavras não receberam muito crédito por parte dos apóstolos (cf. Mc 16,9-13)[2].

O Papa afirmou que o Espírito da Verdade não permitiu que a vacilação proveniente da fraqueza humana penetrasse na mente de seus discípulos, em vista dos fundamentos da fé cristã, católica. Assim eles viram de modo que instruíram outras pessoas, ouviram, deram a sua instrução, tocaram de modo que confirmaram a vida e a pessoa de Jesus[3], o enviado do Pai e ele voltou ao Pai, pela Ascensão.

A Ascensão, motivo de alegria para os discípulos

São Leão disse também que os discípulos ficaram alegres pela Ascensão de Jesus aos céus. Decorridos os dias entre a ressurreição e a Ascensão do Senhor, a Providência de Deus estabeleceu diante dos olhos e dos corações dos discípulos, o reconhecimento do Senhor Jesus Cristo verdadeiramente ressuscitado, como verdadeiramente ele havia nascido, crescido, sofrido e morrido. Os apóstolos, atemorizados com a morte do Mestre na cruz e oscilantes da fé na ressurreição, fortaleceram-se com a evidência da verdade que a subida do Senhor aos céus não só entristeceu por verem Jesus subindo, mas encheu-os de grande alegria (Lc 24,52)[4].

A natureza humana elevada

O Papa disse que era grande e inefável motivo de júbilo a elevação da natureza humana na presença acima da dignidade de todas as criaturas celestes, ultrapassar as ordens angélicas, dos santos anjos, e subir mais alto que os arcanjos, atingindo o termo de sua ascensão, sendo assentada junto do eterno Pai, sendo assim associada ao trono de glória daquele a cuja natureza estava sempre em unidade com o Filho[5].

A Ascensão de Cristo é a exaltação humana

A Ascensão do Senhor é, portanto, a exaltação humana e é para lá onde precedeu a glória da Cabeça, é atraída a esperança do Corpo. É fundamental exultar, repletos de alegria com piedosa ação de graças, porque não só o ser humano foi firmado como possuidor do paraíso, mas até ele foi penetrado com Cristo no mais alto dos céus, tendo obtido pela inefável graça de Cristo, muito mais do que foi perdido no início da criação. O Filho de Deus colocou a natureza humana junto de si, à direita do Pai[6].

Páscoa e Ascensão

Para São Leão Magno as duas solenidades estão bem relacionadas, interligadas. Se na solenidade pascal, a ressurreição do Senhor foi causa da alegria para as mulheres, aos discípulos e para a humanidade, a sua Ascensão aos céus é motivo presente de alegria, enquanto faz-se memória e venera-se aquele dia em que a humildade da natureza  humana em Cristo foi elevada acima de todas as milícias celestes, das ordens dos anjos, além das potestades, ao trono de Deus Pai[7]. É preciso ter fé neste mistério porque ele exalta o ser humano além do que é visível, para estar no invisível.

A felicidade da Ascensão

Cristo deu ao ser humano a felicidade porque tendo consumado a pregação evangélica e tendo cumprido os mistérios do Novo Testamento, no quadragésimo dia após a ressurreição, diante de seus discípulos, elevou-se aos céus (Lc 24,52; Mc 16,19). Ele pôs fim à sua presença corporal, pois permanece à direita do Pai até decorreram os tempos determinados por Deus, na propagação da Igreja pelos seus filhos e filhas e ele volte para julgar os vivos e os mortos, com o mesmo corpo com o qual ele subiu[8]. Para o Papa Leão tudo o que havia de visível no Redentor da humanidade, passou para os mistérios[9]. A fé na Ascensão de Jesus fez muitas pessoas seguidoras no passado e também no presente a dar a vida pelo Senhor[10].

A sua presença junto ao seu povo

O Senhor Jesus pela sua Ascensão está na majestade paterna de modo que pela maneira inefável é mais presente pela divindade. São Leão Magno reforçou o dado bíblico que quando Jesus subiu aos céus dois anjos falara para os discípulos para que vivessem a missão junto ao povo, pois o Senhor virá da mesma forma que ele subiu aos céus (At 1,1)[11]. Jesus garantiu a sua presença no meio do povo de Deus, para que a missão de Jesus continuasse nas pessoas deles, através da fé, da esperança e da caridade.

São Leão Magno afirmou que é preciso levantar os olhos dos corações humanos às alturas onde Cristo se encontra. Os desejos da terra não deprimam os espíritos chamados para o alto. Ainda que os fieis passem como peregrinos pelo vale deste mundo[12], muitas vezes de lágrimas, de cruzes, de perseguições, de martírios, mas a vista para o alto, onde está Jesus à direita do Pai dará força para prosseguir os caminhos duros deste mundo. O Senhor estará e está sempre presente pela prática da paz, e do amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. A Ascensão de Jesus é a vitória humana sobre o mal, porque à direita do Pai está o Senhor com natureza humana.

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[1] Cfr. LXXIII Sermão. Primeiro Sermão na Ascensão do Senhor, 1. In: Sermões. Leão Magno. São Paulo, Paulus, 1996, pg. 168.

[2] Cfr. Idem, pg. 168.

[3] Cfr. Idem, pg. 169.

[4] Cfr. Idem, 2, pgs. 170-171.

[5] Cfr. Idem, 4, pg. 171.

[6] Cfr Idem, 4, pg. 171.

[7] Cfr. LXXIV. Segundo Sermão na Ascensão do Senhor, 1Idem, pgs. 172-173.

[8] Cfr. Idem, 2. pg. 173.

[9] Cfr. Idem, pg. 174.

[10] Cfr. Idem, 3, pg. 174.

[11] Cfr. Idem, 4, pg. 175.

[12] Cfr. Idem, pg. 176. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Isidoro / São Torquato

Santo Isidoro (A12)
15 maio

Santo Isidoro – Lavrador

Santo Isidoro nasceu no ano 181, em Madri. Era filho de camponeses. Foi casado e teve um filho, trabalhava como rendeiro no árduo trabalho do campo, para sustentar sua família. Contam que seu patrão quis surpreender-no pelo que ouvia falar que Isidoro ficava rezando ao invés de trabalhar, indo ao campo indagou: Isidoro, de onde eram as duas juntas de bois que trabalhavam a seu lado e desapareceram quando cheguei? E ele respondeu: Não sei patrão, pois meu único socorro é Deus. Eu invoco-o no começo do meu trabalho e não o perco de vista do resto do meu dia.

Morreu no dia 15 de maio do ano 1170 e foi sepultado no cemitério de Santo André de Madri. Foi canonizado no dia 22 de março de 1622, juntamente com Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier, Santa Teresa de Ávila e São Felipe Neri.

Santo Isidoro, rogai por nós!

São Torquato (Catolicanet)

São Torquato (Bispo)

O distintivo dos altos funcionários etruscos era uma pesada cadeia de ouro ao redor do pescoço chamada “torques”, certamente porque retorcida, do verbo latino torques (torcer) daí deriva o nome de Torquato, que foi usado no tempo dos romanos. Entre os santos existe um Torquato muito antigo, que viveu exatamente no século I. Seu culto é bastante popular na Espanha, onde é considerado um dos antigos evangelizadores da península ibérica.

Conforme a antiguíssima tradição espanhola, os apóstolos Pedro e Paulo, em Roma, ordenaram sacerdote Torquato e mais 6 companheiros, enviando-os à Espanha, ainda pagã, para convertê-la a fé. Desembarcando em Cádiz, os 7 apóstolos começaram a pregar e sobretudo a operar milagres, que lhes valeram a admiração e o respeito. As conversões se multiplicaram e Torquato ficou na cidade de Cádiz, da qual tornou-se e primeiro bispo. Os outros se dirigiram para outras cidades da Espanha meridional: Vergium, Ávila, Portillo, Elvira, Gibraltar e Andújar.

Não se sabe de que maneira os sete missionários, e em particular Torquato, encerraram a sua vida. Sabe-se, porém, que o seu culto é muito antigo e vivo na Espanha, nas diversas cidades já mencionadas, que se orgulham de tê-los como fundadores de suas igrejas e padroeiros. Em Cádiz, uma antiga igreja é dedicada a S. Torquato. O seu corpo se encontra no mosteiro de São Bento, perto de Orense, na Galícia. Há quase 20 séculos ele é honrado como o primeiro da imensa fileira de cristãos que levaram a luz do Evangelho à Espanha, fato que não tem confirmações documentais, mas só o peso de sua tradição.

São Torquato, rogai por nós!

Fonte: https://catolicanet.net/

Audiência Geral: ao entardecer da vida seremos julgados pela caridade

Audiência Geral de 15/05/2024 - Papa Francisco (Vatican Media)

Na Audiência Geral desta quarta-feira (15/05), Francisco refletiu sobre a virtude da caridade. “Há um amor maior, que vem de Deus e a Ele se dirige, que nos torna capazes de amá-Lo, de sermos Seus amigos, e que nos permite amar o próximo como Deus o ama”, sublinhou o Papa.

Thulio Fonseca – Vatican News

O Papa Francisco dedicou a reflexão da catequese desta quarta-feira (15/05), sobre a terceira virtude teologal, a caridade. Aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Pontífice recordou que esta virtude “é o culminar de todo o caminho que empreendemos com a catequese das virtudes”.

"Pensar na caridade expande imediatamente o coração, e a mente corre para as palavras inspiradas de São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. Concluindo aquele estupendo hino, o Apóstolo cita a tríade das virtudes teologais e exclama: “Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade” (1Cor 13,13)."

O amor está na boca de muitos

Francisco recorda que o apóstolo Paulo dirige estas palavras a uma comunidade que estava longe de ser perfeita no amor fraterno: os cristãos de Corinto eram bastante briguentos, havia divisões internas, há aqueles que afirmam ter sempre razão e não ouvem os outros, considerando-os inferiores. Paulo lembra a essas pessoas que a ciência incha, enquanto a caridade constrói.

“Provavelmente todos estavam convencidos de que eram boas pessoas e, se questionados sobre o amor, teriam respondido que o amor era certamente um valor importante para eles, assim como a amizade e a família. Ainda hoje, o amor está na boca de muitos “influenciadores” e nos refrões de muitas músicas, mas de fato, o que é o verdadeiro amor?”

Antes da catequese, a tradicional saudação do Papa aos fiéis (Vatican Media)

A caridade tem sua origem em Deus

Segundo o Papa, como em Corinto, também entre nós hoje, há confusão sobre o amor e por vezes não vemos nenhum vestígio da virtude teologal, aquela que vem até nós somente de Deus: “com palavras todos garantem que são boas pessoas, que amam a família e os amigos, mas na realidade sabem muito pouco do amor de Deus”, e completou:

“A caridade é o amor que desce, não aquele que sobe; é o amor que doa, não o que toma; é o amor que se esconde, e não o que busca aparecer. A caridade é, enfim, a maior forma de amor, que tem sua origem em Deus e a Ele se dirige, que nos torna capazes de amá-Lo, de sermos Seus amigos, e que nos permite amar o próximo como Deus o ama.”

Amar o que não é amável

Por fim, o Pontífice sublinhou que “este amor, ou seja, a caridade por causa de Cristo, leva-nos para onde humanamente não iríamos: ao amor pelo pobre, por aquilo que não é amável, por quem não nos quer bem e até mesmo pelo inimigo. Isso é "teologal", ou seja, vem de Deus, é obra do Espírito Santo em nós.

“É um amor tão ousado que parece quase impossível, e mesmo assim é a única coisa que restará de nós. É a 'porta estreita' pela qual passar para entrar no Reino de Deus.”

“Ao entardecer de nossa vida não seremos julgados sobre o amor de forma genérica, mas sobre a caridade que praticamos, ou seja, o amor que realizamos de modo concreto”, concluiu o Papa Francisco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 14 de maio de 2024

Os jovens do Padre Pio (1)

A multidão durante a cerimônia de beatificação de Padre Pio no Vaticano | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 05/2002

Os jovens do Padre Pio

A mídia de massa nunca fala sobre isso. Mas são precisamente eles, os Grupos de Oração, que garantem que São Pio de Pietrelcina não seja apenas uma memória devota. Entre eles há muitos meninos.

por Stefano Maria Paci

Que estranho: abre-se o terceiro milénio, uma era de sensacional progresso científico e tecnológico, a era do mapeamento do genoma e das redes informáticas que unem o planeta, e o santo que o simboliza é um pobre frade que tinha uma fé simples e sem adornos. Uma fé quase banal na sua simplicidade.
Sim, porque sem dúvida ele, São Pio de Pietrelcina, como será chamado a partir de 16 de junho, é o santo mais significativo deste novo milénio. Um santo que movimenta massas de fiéis nunca vistas ao longo dos séculos: para a sua beatificação, a 2 de maio de 1999, Roma temia ser sitiada devido à invasão dos seus devotos, tanto que o autarca escreveu uma carta aos cidadãos do cidade eterna orientando não sair de casa nem sair de férias para não causar transtornos. Para a canonização, 300 mil pessoas poderão assistir à cerimônia – a mais assistida da história – na Praça de São Pedro. Milhões e milhões, em todo o mundo, irão segui-la através da rádio e da TV. Cada drama, jornal, livro que fala sobre ele vira case de recordes de audiência e vendas. Basta colocar o rosto na capa para aumentar a circulação de um jornal. «É simples: se falamos dele, vendemos», explica Paolo Occhipinti, diretor do semanário Oggi .

Na internet existem 40.500 sites que falam do frade com estigmas. Um santo para a era da web? No entanto, a sua fé era simples, quase de outra época, feita de algumas coisas essenciais: orações, missas, rosários (tinha constantemente nas mãos a coroa de Nossa Senhora). Em seu confessionário, conta-nos o Padre Luciano Lotti, o franciscano historiador do Padre Pio, pelo menos um milhão e duzentas mil pessoas se ajoelharam. A fé de Francesco Forgione era a mesma que aprendera com a mãe. Uma fé que para muitos parecia ultrapassada e retrógrada. Mas ainda hoje, no milénio dos descobrimentos e da “Grande Rede”, a fé deste frade fascina e comove pessoas dos cinco continentes. Seja qual for a raça ou cultura a que pertencem.

O milagre da oração

Exemplo disso é uma das maiores obras de Padre Pio, os Grupos de Oração. Fascinado pela fama de prodígios que envolve a imagem do frade (mas o próprio João Paulo II, no dia seguinte à sua beatificação, sublinhou que «o testemunho do Padre Pio constitui uma poderosa lembrança da dimensão sobrenatural, que não deve ser confundida com o milagre, um desvio do qual sempre se defendeu com firmeza"), a mídia nunca fala sobre isso. Mas são precisamente eles, os grupos de oração, que tornam o Padre Pio concretamente presente em todo o mundo e garantem que a sua memória não seja apenas uma memória devota. Foi recordado por um excelente diplomata como o Cardeal Agostino Casaroli, então Secretário de Estado do Vaticano, quando, a 3 de Maio de 1986, após anos de gestação, apresentou os estatutos em San Giovanni Rotondo. É graças aos grupos de oração, disse ele, que o frade de Pietrelcina não só permanece um exemplo consolador do passado, mas «se torna presente nas dioceses, nas paróquias, nas famílias com a sua fé profunda, com o seu exemplo e a sua espiritualidade ».

E foram eles que contribuíram para elevá-lo à glória dos altares. Nos documentos altamente confidenciais do processo canónico, podemos ler que a existência dos grupos de oração é “a prova incontestável da reputação de santidade do Servo de Deus”.

Uma verdadeira força-tarefa espiritual. Que se desenvolveu surpreendentemente nos últimos anos e continua a crescer. Os grupos de oração desejados por Padre Pio eram algumas dezenas em 1960, algumas centenas em 1980, e existem milhares e milhares hoje. «Atualmente são 2.739: 2.332 na Itália e 407 no exterior», afirma Fabio Comparato, responsável pelo Centro Internacional de Grupos de Oração, órgão que os coordena. E as regiões italianas onde estão mais difundidas são Sicília (240), Puglia (220) e Lácio (190). Presente em 34 estados, da Gâmbia ao Sri Lanka, do Peru à Austrália, cada grupo tem entre 30 e 300 membros: centenas de milhares de pessoas espalhadas pelos cinco continentes. «Não temos como dizer o número de participantes nos Grupos, porque não temos cartões de sócio nem vínculos. A fé, por natureza, é gratuita”, explica Comparato, que está próximo do Padre Pio desde o início desta aventura.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF