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sexta-feira, 17 de maio de 2024

Novas normas sobre presumidos fenômenos sobrenaturais

Novas normas do Dicastério para a Doutrina da Fé sobre presumidos fenômenos sobrenaturais

Do nulla osta ao julgamento negativo: são seis os votos diferentes para discernir os casos previstos no documento do Dicastério para a Doutrina da Fé aprovado pelo Papa. Como regra, nem o bispo, nem a Santa Sé se pronunciarão sobre a natureza sobrenatural do fenômeno, limitando-se a autorizar e promover a devoção e as peregrinações.

Vatican News

As normas para o discernimento de presumidos fenômenos sobrenaturais foram atualizadas: é o que estabelece o novo documento do Dicastério para a Doutrina da Fé, publicado na sexta-feira, 17 de maio, que entrará em vigor no domingo, 19, festa de Pentecostes. O texto é precedido por uma apresentação articulada do cardeal prefeito Víctor Manuel Fernández, seguida por uma introdução que identifica seis diferentes conclusões possíveis. Serão possibilitados pronunciamentos mais rápidos em relação à devoção popular e, como regra, não haverá mais o envolvimento da autoridade da Igreja na definição oficial da sobrenaturalidade de um fenômeno que pode levar muito tempo para ser estudado em profundidade. A outra novidade é o envolvimento mais explícito do Dicastério para a Doutrina da Fé, que deverá aprovar a decisão final do bispo e terá o poder de intervir por motu proprio a qualquer momento. Em muitos dos casos nas últimas décadas em que bispos individualmente expressaram uma opinião, o ex-Santo Ofício foi envolvido, mas quase sempre a intervenção permaneceu nos bastidores e foi solicitado que não fosse tornada pública. O que motiva agora esse envolvimento explícito do Dicastério é também a dificuldade de circunscrever, em nível local, fenômenos que, em alguns casos, atingem dimensões nacionais e até mesmo globais, "de modo que uma decisão relativa a uma Diocese pode ter consequências também em outros lugares”.

As razões que justificam as novas normas

Na origem do documento está a longa experiência do século passado, com casos em que o bispo local (ou os bispos de uma região) declarava rapidamente a sobrenaturalidade, e depois o Santo Ofício expressava uma opinião diferente. Ou casos em que um bispo se expressou de uma maneira e seu sucessor de maneira oposta (sobre o mesmo fenômeno). Depois, existem os longos tempos necessários para avaliar todos os elementos e chegar a uma decisão sobre a sobrenaturalidade ou não dos fenômenos. Tempos que às vezes se chocam com a urgência de dar respostas pastorais para o bem dos fiéis. O Dicastério, portanto, começou em 2019 a revisar as normas e chegou ao texto atual aprovado pelo Papa no último dia 4 de maio. Um texto totalmente novo que introduz, como mencionado, 6 diferentes conclusões possíveis.

Frutos espirituais e riscos

O cardeal Fernández explica em sua apresentação que "tantas vezes estas manifestações provocaram uma grande riqueza de frutos espirituais, de crescimento na fé, de devoção e de fraternidade e serviço, e em alguns casos deram origem a diversos Santuários espalhados em todo o mundo, que hoje são parte do coração da piedade popular de muitos povos". No entanto, existe também a possibilidade de que "que em alguns casos de eventos de presumida origem sobrenatural" existam "problemas muito sérios, com dano aos fiéis": casos em que "lucro, poder, fama, notoriedade social, interesse pessoal" (II, art. 15, 4°) são derivados dos presumidos fenômenos, chegando até mesmo a "exercer domínio sobre as pessoas ou cometer abusos” (II, art. 16). Pode haver "erros doutrinais, reducionismos indevidos no propor a mensagem do Evangelho, a difusão de um espírito sectário". Assim como existe a possibilidade de "os fiéis serem arrastados por um fenômeno, atribuído à iniciativa divina, mas que é fruto somente da fantasia, do desejo de novidade, da mitomania ou da tendência à falsificação”.

Orientações gerais

De acordo com as novas normas, a Igreja poderá discernir: "se seja possível encontrar nos fenômenos de presumida origem sobrenatural a presença de sinais de uma ação divina; se nos eventuais escritos ou mensagens daqueles que são envolvidos nos presumidos fenômenos em questão nada exista de contrastante com a fé e os bons costumes; se seja lícito valorizar seus frutos espirituais ou se resulte necessário purificá-los de elementos problemáticos ou colocar de sobreaviso os fiéis quanto aos perigos deles derivantes; se seja aconselhável uma valorização pastoral por parte da Autoridade eclesiástica competente" (I, 10). Além disso, “deve-se precisar que, em via ordinária, não se deverá prever um reconhecimento positivo por parte da Autoridade eclesiástica acerca da origem divina de presumidos fenômenos sobrenaturais" (I, 11). Como norma, portanto, "nem o Bispo Diocesano, nem as Conferências Episcopais, nem o Dicastério declararão que estes fenômenos são de origem sobrenatural. Todavia, o Santo Padre poderá autorizar que se realize um procedimento a respeito" (I, 23).

Os possíveis votos sobre o presumido fenômeno

Segue a lista dos 6 possíveis votos finais ao término do discernimento.

Nihil Obstat: nenhuma certeza de autenticidade sobrenatural é expressa, mas são reconhecidos sinais de uma ação do Espírito. Encoraja-se o bispo a avaliar o valor pastoral e a promover a difusão do fenômeno, incluindo peregrinações.

Prae oculis habeatur: reconhecem-se sinais positivos, mas também há elementos de confusão ou riscos que exigem discernimento e diálogo com os destinatários. Pode ser necessário um esclarecimento doutrinário se houver escritos ou mensagens associadas ao fenômeno.

Curatur: estão presentes elementos críticos, mas há uma ampla disseminação do fenômeno com frutos espirituais verificáveis. Desaconselha-se uma proibição que possa perturbar os fiéis, mas pede-se ao bispo que não incentive o fenômeno.

Sub mandato: as questões críticas não estão relacionadas ao fenômeno em si, mas ao mau uso feito por pessoas ou grupos. A Santa Sé confia ao bispo ou a um delegado a orientação pastoral do local.

Prohibetur et obstruatur: apesar de alguns elementos positivos, as críticas e os riscos são graves. O Dicastério pede que o bispo declare publicamente que a adesão não é permitida e explique os motivos da decisão.

Declaratio de non supernaturalitate: o bispo está autorizado a declarar que o fenômeno não é sobrenatural com base em evidências concretas, como a confissão de um presumido vidente ou testemunhos confiáveis de falsificação do fenômeno.

Procedimentos a serem seguidos

São indicados os procedimentos a serem implementados: cabe ao bispo examinar o caso e submetê-lo ao Dicastério para aprovação. Pede-se ao bispo que se abstenha de fazer declarações públicas sobre autenticidade ou sobrenaturalidade, e também que garanta que não haja confusão e que o sensacionalismo não seja promovido. No caso de os elementos reunidos "parecerem suficientes", o bispo deve estabelecer uma comissão de investigação, contando entre seus membros pelo menos um teólogo, um canonista e um perito escolhido com base na natureza do fenômeno.

Critérios positivos e negativos

Entre os critérios positivos, "a credibilidade e a boa fama das pessoas que afirmam ser destinatárias de eventos sobrenaturais ou ser diretamente envolvidas em tais fatos, bem como das testemunhas escutadas... a ortodoxia doutrinal do fenômeno e da eventual mensagem a ele conexa, o caráter imprevisível do fenômeno, a partir do qual apareça claramente que não é fruto da iniciativa das pessoas envolvidas, fruto de vida cristã" (II, 14). Os critérios negativos incluem “a eventual presença de um erro manifesto acerca do fato, eventuais erros doutrinais... um espírito sectário, que gera divisão no tecido eclesial, uma busca evidente de lucro, poder, fama, notoriedade social, interesse pessoal ligado diretamente ao fato, atos gravemente imorais... alterações psíquicas ou tendências psicopáticas presentes no sujeito, que possam ter exercido influência sobre o presumido fato sobrenatural, ou senão psicose, histeria coletiva ou outros elementos reconduzíveis a um horizonte patológico" (II, 15). Por fim, "o uso de eventuais experiências sobrenaturais ou de elementos místicos reconhecidos como meio ou pretexto para exercer domínio sobre as pessoas ou cometer abusos" (II, 16). “Qualquer que seja a determinação aprovada, o Bispo Diocesano, pessoalmente ou através de um Delegado, tem o dever de continuar a vigiar sobre o fenômeno e sobre as pessoas envolvidas, exercitando especificamente o seu poder ordinário. (II, 24).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 16 de maio de 2024

8 Nomes com os quais conhecemos o Espírito Santo

piossi | Obturador
Mónica Muñoz publicado em 15/05/24
Nosso Senhor Jesus Cristo disse aos Apóstolos que deveria partir para que o “Paráclito” pudesse chegar. Por quais outros nomes conhecemos Deus, o Espírito Santo?

O Catecismo da Igreja Católica esclarece como o Espírito Santo atua em nós:

“Ninguém pode dizer: 'Jesus é o Senhor!' mas pela influência do Espírito Santo” ( 1Cor  12,3). “Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho que clama Aba , Pai!” ( Gl  4, 6). Este conhecimento da fé não é possível exceto no Espírito Santo. Para entrar em contato com Cristo é necessário primeiro ter sido atraído pelo Espírito Santo. É Ele quem nos precede e desperta em nós a fé ( CIC 683 ).

E descreva como isso nos é comunicado:

Através do Batismo, primeiro sacramento da fé, a vida, que tem a sua fonte no Pai e nos é oferecida através do Filho, é-nos comunicada íntima e pessoalmente pelo Espírito Santo na Igreja ( CIC 683 ).

Mas por que o chamamos de Espírito Santo, ele tem outros nomes?

Nomes do Espírito Santo

O mesmo Catecismo nos esclarece: “'Espírito Santo', tal é o nome próprio dAquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja recebeu este nome do Senhor e professa-o no Batismo dos seus novos filhos (cf.  Mt  28, 19)” ( CIC 691 ).

Acrescenta que “o termo 'Espírito' traduz o termo hebraico  Ruah , que no seu primeiro significado significa sopro, ar, vento” ( CIC 691 ).

E Jesus o chama de diferentes maneiras:

1
PARÁCLITO

Jesus, quando anuncia e promete a vinda do Espírito Santo, chama-o de “Paráclito”, literalmente “aquele que é chamado para estar ao lado”,  advocatus  ( Jo  14, 16, 26; 15, 26; 16, 7) ( CIC 692 ).

2
VIBRADOR

“Paráclito” é geralmente traduzido como “consolador”, sendo Jesus o primeiro consolador (cf.  1 Jo  2, 1). O próprio Senhor chama o Espírito Santo de “Espírito da Verdade” ( Jo  16, 13) ( CIC 692 ).

3
ESPÍRITO DE PROMESSA

Além do seu nome próprio, que é o mais utilizado no livro de Atos e nas cartas dos Apóstolos, em São Paulo existem diversas denominações como "Espírito de promessa" ( CIC 693 ):

E isto, para que a bênção de Abraão alcançasse todos os pagãos em Cristo Jesus, e recebêssemos o Espírito prometido pela fé ( Gl 3:14 ).

Nele, vocês, que ouviram a Palavra da verdade, a Boa Nova da salvação, e acreditaram nela, também foram marcados com o selo do Espírito Santo prometido. ( Ef 1:13 )

4
ESPÍRITO DE ADOÇÃO

Somos reconhecidos como filhos adotivos de Deus através do Espírito que nos foi infundido:

E vocês não receberam um espírito de escravos para voltarem ao medo, mas o espírito de filhos adotivos, que nos faz clamar a Deus. ( Romanos 8:15 )

E a prova de que sois filhos é que Deus infundiu em nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama a Deus chamando-o de “Abba!”, isto é, Pai! ( Gá 4, 6 )

5
ESPÍRITO DE CRISTO

São Paulo reconhece a relação da Santíssima Trindade que intervém em nossas vidas:

E se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus habita em vós, aquele que ressuscitou a Cristo Jesus também vivificará os vossos corpos mortais, através do mesmo Espírito que habita em vós.

Aquele que não tem o Espírito de Cristo não pode ser de Cristo ( Romanos 8:9 ).

6
ESPÍRITO DO SENHOR

Novamente São Paulo explica aos Coríntios que não é possível viver sem o Espírito Santo, que é Deus.

Porque o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade ( 2Co 3:17 ).

7
ESPÍRITO DE DEUS

Os romanos e coríntios compreenderam as palavras do Apóstolo através de suas explicações:

Mas vocês não são animados pela carne, mas pelo espírito, pois o Espírito de Deus habita em vocês ( Romanos 8:9 ).

Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus ( Romanos 8:14 ).

Alguns de vocês eram assim, mas agora foram purificados, santificados e justos em nome de nosso Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus ( 1Co 6:11 ).

8
ESPÍRITO DE GLÓRIA

São Pedro também tratou claramente da intervenção do Espírito Santo sobre aqueles que deram testemunho de Cristo:

Bem-aventurados sois vós, se sois insultados por causa do nome de Cristo, porque sobre vós repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus ( 1Pe 4:14 ).

 Fonte: https://es.aleteia.org/

O Papa: a destruição do ambiente ofende a Deus, trabalhar para a cultura da vida

Segundo Francisco, "a crise climática exige uma sinfonia de cooperação e solidariedade global" (Vatican Media)

Francisco recebeu em audiência os membros das Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais que participam do encontro "Da crise climática à resiliência climática" e reiterou a urgência de ações concretas para combater a crise climática global: "Os pobres são as vítimas. As nações ricas produzem mais da metade dos poluentes." O Pontífice pediu uma nova arquitetura financeira que atenda ao Sul do mundo e uma redução da dívida.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (16/05), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de duzentos participantes, de várias partes do mundo, do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais sobre o tema "Da crise climática à resiliência climática". O encontro teve início na terça-feira (15/05), na Casina Pio IV, no Vaticano, e se conclui na sexta-feira (17/05). O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o cacique Raoni participam do evento e se encontraram com o Santo Padre durante a audiência desta quinta-feira.

Em seu discurso, o Papa sublinhou que "os dados sobre as mudanças climáticas pioram a cada ano e portanto, é urgente proteger as pessoas e a natureza". Francisco parabenizou "as duas Academias por liderarem este esforço e produzirem um protocolo de resiliência universal. As populações mais pobres, que pouco têm a ver com as emissões poluentes, precisarão receber maior apoio e proteção".

Cacique Raoni saúda o Papa durante a audiência aos participantes do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais (Vatican Media)

Os pobres são os que mais sofrem com as mudanças climáticas

"A destruição do ambiente é uma ofensa a Deus, um pecado que não é apenas pessoal, mas também estrutural, que coloca seriamente em perigo todos os seres humanos, especialmente os mais vulneráveis, e ameaça desencadear um conflito entre gerações", disse o Papa, que perguntou: "Estamos trabalhando em prol de uma cultura da vida ou de uma cultura da morte?"

Estamos diante de desafios sistêmicos distintos, mas interligados: as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a degradação ambiental, as desigualdades globais, a insegurança alimentar e uma ameaça à dignidade das populações envolvidas. Se não forem abordados de forma coletiva e urgente, esses problemas representam ameaças existenciais para a humanidade, para outros seres vivos e os ecossistemas.

“Mas que seja claro: são os pobres da Terra que mais sofrem, apesar de serem os que menos contribuem para o problema. As nações mais ricas, cerca de um bilhão de pessoas, produzem mais da metade dos poluentes que retêm o calor. Contrariamente, os três bilhões de pessoas mais pobres contribuem com menos de 10%, mas arcam com 75% das perdas resultantes. Os 46 países menos desenvolvidos, em sua maioria africanos, são responsáveis por apenas 1% das emissões globais de CO2. Ao invés disso, as nações do G20 são responsáveis por 80% dessas emissões.”

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, entregando uma imagem de Nossa Senhora Aparecida ao Papa (Vatican Media)

Mulheres, poderosas agentes de resiliência e adaptação

A seguir, o Papa ressaltou que a pesquisa feita pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais "mostra a trágica realidade em que mulheres e crianças carregam um fardo desproporcional".

As mulheres geralmente não têm o mesmo acesso aos recursos que os homens, e cuidar da casa e dos filhos pode dificultar a possibilidade de migrar em caso de desastre.

“No entanto, as mulheres não são apenas vítimas das mudanças climáticas: elas também são poderosas agentes de resiliência e adaptação. Com relação às crianças, quase um bilhão delas residem em países que enfrentam um risco extremamente alto de devastação relacionada ao clima.”

Sua idade evolutiva as torna mais suscetíveis aos efeitos, tanto físicos quanto psicológicos, das mudanças climáticas.

Segundo Francisco, "a recusa em agir rapidamente para proteger os vulneráveis expostos às mudanças climáticas provocadas pelo homem é uma falha grave. O progresso ordenado é então dificultado pela busca voraz de ganhos a curto prazo por parte das indústrias poluentes e pela desinformação, que gera confusão e dificulta os esforços coletivos para inverter a rota".

O Papa deixando a Sala Clementina após receber os participantes do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais (Vatican Media)

A poluição do ar ceifa milhões de vidas todos os anos

De acordo com o Papa, "o espectro das mudanças climáticas paira sobre todos os aspectos da existência, ameaçando a água, o ar, os alimentos e os sistemas de energia. Igualmente alarmantes são as ameaças à saúde pública e ao bem-estar. Assistimos à dissolução de comunidades e ao deslocamento forçado de famílias".

“A poluição do ar ceifa milhões de vidas prematuramente todos os anos. Mais de três bilhões e meio de pessoas vivem em regiões altamente sensíveis à devastação das mudanças climáticas, o que leva à migração forçada. Nos últimos anos, quantos irmãos e irmãs perderam a vida em viagens desesperadas, e as previsões são preocupantes. Defender a dignidade e os direitos dos migrantes climáticos significa afirmar a sacralidade de cada vida humana e exige honrar o mandato divino de salvaguardar e proteger a nossa casa comum.”

Descarbonização global

Diante dessa crise planetária, o Papa destacou, em primeiro lugar, a necessidade de "uma abordagem universal e uma ação rápida e decisiva para promover mudanças e decisões políticas", e em segundo, a urgência de uma "inversão da curva de aquecimento, buscando reduzir pela metade a taxa de aquecimento no curto espaço de um quarto de século".

“Ao mesmo tempo, devemos ter como meta a descarbonização global, eliminando a dependência de combustíveis fósseis. Em terceiro lugar, grandes quantidades de dióxido de carbono devem ser retiradas da atmosfera, através de uma gestão ambiental que abranja várias gerações.”

É um trabalho longo, mas também de grande alcance. Todos nós devemos empreendê-lo juntos. Nesse esforço, a natureza é nossa fiel aliada, colocando à nossa disposição os seus poderes, os poderes regeneradores da natureza.

O Papa com os participantes do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais (Vatican Media)

Salvaguardar as riquezas naturais

A seguir, o Papa exortou a salvaguardar as riquezas naturais:

“As bacias da Amazônia e do Congo, as turfeiras e os manguezais, os oceanos, as barreiras de corais, as terras agrícolas e as calotas polares, por sua contribuição para a redução das emissões globais de carbono.”

"Essa abordagem holística combate as mudanças climáticas e também enfrenta as crises da perda de biodiversidade e da desigualdade, cultivando os ecossistemas que sustentam a vida".

Segundo Francisco, "a crise climática exige uma sinfonia de cooperação e solidariedade global. O trabalho deve ser sinfônico, harmonioso, todos juntos. Por meio de reduções de emissões, educação sobre estilos de vida, financiamento inovador e o uso de soluções comprovadas baseadas na natureza, fortalecemos a resiliência, especialmente a resiliência à seca".

Uma nova arquitetura financeira

O Papa ressaltou a necessidade de desenvolver "uma nova arquitetura financeira que responda às necessidades do Sul do mundo e dos Estados insulares gravemente afetados por catástrofes climáticas. A reestruturação e redução da dívida, junto com o desenvolvimento de uma nova Carta financeira global até 2025, reconhecendo uma espécie de “dívida ecológica” – é preciso trabalhar nesta palavra: dívida ecológica – podem ser uma ajuda válida na mitigação das mudanças climáticas.

Por fim, o Papa agradeceu e incentivou os membros das Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais a continuarem trabalhando "na transição da atual crise climática para a resiliência climática com equidade e justiça social", advertindo que é necessário agir com urgência, paixão e determinação.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Dignidade infinita

Dignidade infinita (schoenstatt)

DIGNIDADE INFINITA

Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)

“Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos.” (I Jo 3, 1)

O cristão necessita ser constantemente lembrado que sua origem e natureza está em Deus. O Amor nos criou, pois Deus é essencialmente amor. E, tendo cada um de nós, nascidos antes de tudo, no Coração de Deus para depois sermos fecundados por nossos pais, é que temos o direito de afirmar: somos possuidores da dignidade divina, pois o Senhor dos senhores habita em nós e nos concedeu essa graça, independentemente de merecermos ou não. Essa verdade que nos é apresentada na Declaração do Papa Francisco, intitulada de DIGNITAS INFINITA, que versa sobre a dignidade humana ou a dignidade infinita, precisa ser compreendida através da fé. Fé é confiança, é certeza de que Deus deseja o melhor para todos, sem distinção ou preferência.

A fé é um dom que necessita ser praticado numa caminhada constante de conhecimento do Senhor, buscando-O e, encontrando-O, conhece-Lo realmente. O conhecimento de Deus abre novos horizontes e desvenda uma realidade que o mundo deseja apagar em nós: o respeito ao próximo. Somos chamados a ver no outro a Imagem do Pai, pois, como nós, o próximo também é imagem e semelhança de Deus. Ao aceitar que, diante do Pai, todos temos a mesma dignidade, seremos capazes de olhar para o outro sem desvalorizá-lo ou denegrir sua imagem. A grande verdade é que ninguém é maior ou melhor que os outros, o que acontece é que todos cometemos pecados.

Diante dessa realidade, não podemos julgar nosso irmão pelos erros cometidos, afinal, também pecamos, às vezes de forma diferente, mas pecado será sempre pecado. Nossa humanidade é facilmente corrompida pelos anseios do mundo: egoísmo, orgulho, falta de caridade e outras situações que criam muros instransponíveis e separam cada vez mais uns dos outros.

Irmãos, fomos criados por Deus, à sua imagem e por isso, dotados de uma mesma alma racional, temos a mesma origem e natureza: a Divina. Entretanto, cada ser humano é único, com suas características pessoais e, naturalmente há diferenças entre nós e, tais diferenças fazem parte do plano de Deus; Ele deseja que cada um receba do outro aquilo lhe falta ou seja, cada um tem seus talentos, suas qualidades próprias justamente para partilhar com aquele que não possui tais talentos. No plano de Deus, as diferenças devem estimular a comunhão fraterna: o que eu sei, eu divido com o outro que, em contrapartida, me transfere seus conhecimentos. Essa troca fraterna que visa a unidade em Deus, nos fará perceber de que natureza fomos criados.

A todos Deus deu a mesma dignidade de ser filho, porém, com talentos e carismas diferentes para que todos sejam levados precisar uns dos outros, reconhecendo que nascemos para o mesmo fim: amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos, valorizando o dom magnífico da vida doada ao Pai e aos irmãos. Dignidade Infinita é reconhecer que não somos nada uns sem os outros, que precisamos amar mais e julgar menos, respeitar mais e aceitar o outro como ele é. Se Deus nos aceita e nos ama em detrimento de nossas muitas faltas e pecados, quem somos nós para definir quem é ou não digno do Amor do Pai? Senhora de Lourdes, Digníssima Mãe de Jesus e nossa, ensina-nos a respeitar nossos irmãos!

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Camisetas autografadas por Neymar, Messi e Mbappé ganham bênção do Papa e vão a leilão beneficente pelo RS

As camisetas irão para um leilão on-line beneficente (Vatican Media)

Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (15/05), Francisco saudou uma delegação brasileira liderada pelo Pe. Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor. O Pontífice deu a bênção ao trio de camisetas, que vão a leilão on-line em breve para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, uma doação da coleção pessoal do casal paranaense Carla e Rodrigo Ferro.

Andressa Collet - Vatican News

Padre Omar Raposo, reitor do Santuário do Cristo Redentor e pároco da Paróquia São José da Lagoa, sensível à catástrofe que assola o Rio Grande do Sul há mais de 15 dias, esteve nesta quarta-feira (15/05) na Audiência Geral para encontrar o Papa Francisco. Ele trouxe três camisetas, abençoadas pelo Pontífice ao final da catequese na Praça São Pedro, que serão colocadas em leilão em benefício às vítimas das enchentes no RS. E são três camisetas especiais de jogadores do clube francês de futebol, Paris Saint-Germain, provenientes da coleção do casal Carla e Rodrigo Ferro, de Bandeirantes/PR, que também encontraram o Papa. Silvonei José conversou com a delegação brasileira e Rodrigo contou em detalhes sobre a iniciativa:

"Na nossa coleção pessoal, nós tínhamos ali aquilo que tanto agrada ao Santo Padre: as camisas raras de Messi, o argentino que ele tanto gosta, assinado e dedicado. Essa camisa é uma das últimas assinadas por ele antes de sair do Paris Saint-Germain. Tínhamos também do Neymar que também logo na sua saída nos presenteou com a sua camiseta; e do próprio Mbappé. Estamos num momento que antecede as Olimpíadas e esse trio de camisetas, todas elas autografadas, todas elas originais, que faziam parte da nossa coleção particular, levamos para serem abençoadas pelo Santo Padre, para que sejam leiloadas pelo Instituto Redentor e toda essa verba seja destinada aos nossos irmãos do Rio Grande do Sul."

A iniciativa, que deve ser realizada em modalidade on-line a ser divulgada em breve, por canais oficiais, ilustra a mensagem do Papa Francisco na catequese desta quarta-feira (15/05) quando refletiu sobre mais uma virtude teologal que, segundo São Paulo, é a maior delas: a caridade, "sobre o amor e a relevância do amor para o mundo", comentou o Pe. Omar presente na Audiência Geral, que acrescentou:

"Estávamos ali por um motivo, trazendo as intenções do povo brasileiro, de modo especial, com o coração voltado para a grande dor do nosso país neste momento: o povo gaúcho, o povo do Rio Grande do Sul que está padecendo, com muitos vulneráveis, muitos faleceram, e hoje existe uma grande corrente em todo o Brasil. Um olhar caridoso voltado para o Rio Grande do Sul como algo jamais visto na história deste país."

“O motivo da nossa estada aqui no Vaticano é esse: primeiramente rezar por todos. E, também, fazer um gesto concreto, pois 'a fé sem obras é morta'.”

A campanha SOS Redentor também está ajudando o RS, afirmou Pe. Omar (Vatican Media)

As doações ao RS pelo SOS Redentor

O Pe. Omar destacou em entrevista que a campanha SOS Redentor também está sendo direcionada às vítimas do Rio Grande do Sul:

"A gente sabe que a lógica da doação quando é pontual, depois tem uma descontinuidade. Então a gente tem uma plataforma que tem uma recorrência que vai durar, de forma automática, pela colaboração de cada fiel, tempo que durar o estágio calamidade pública e de situação de emergência no Rio Grande do Sul. Então, uma vez que a pessoa doa naquela plataforma do Cristo Redentor, aquilo tem uma continuidade até quando o estado de maior periculosidade for retirado, por via de decreto, daquela região do país. Dou ênfase nisso porque às vezes a gente faz aquelas campanhas emergenciais, pontuais, depois a grande mídia sai, já entra uma outra pauta, aquilo sai da cena e da comoção nacional. Mas o problema continua. Então a gente está começando a educar, a criar um novo caminho, uma nova lógica para as doações. Elas precisam ter recorrência."

O reitor do Santuário do Cristo Redentor também está em Roma para participar do Simpósio Internacional sobre Esporte e Espiritualidade que começa nesta quinta-feira (16/05), em Roma. O Padre Omar e Pedro Trengrouse, assessor jurídico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), foram nomeados recentemente pela CNBB como representantes da Igreja Católica no Brasil junto ao Dicastério para a Cultura e a Educação "para criar um intercâmbio de valores, de atividades, de promoções em torno desse diálogo entre o esporte e a fé que é tão saudável. É um novo espaço de evangelização que a Igreja está cumprindo o seu papel e não faltarão iniciativas", comentou o reitor. Uma delas será em maio de 2025, no Morro dos Anjos, no Paraná, para o I Congresso Internacional de Educação, Esporte e Fé que deve reunir "crianças e jovens de escolas católicas, atletas amadores e profissionais do Brasil que professam a fé católica". Parte da renda será destinada às instituições atendidas pelo Instituto Redentor.

O convite ao Papa para o I Congresso Internacional de Educação, Esporte e Fé em maio de 2025, no Paraná (Vatican Media)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São João Nepomuceno Mártir

São João Nepomuceno (A12)
16 de maio
São João Nepomuceno Mártir

João Nepomuceno nasceu por volta de 1330 – 1345 em Nepomuk, num dos vales da Boêmia, atual República Tcheca, numa família pobre.

Em 1370, trabalhava como notário na Cúria Metropolitana, e em 1379 foi ordenado sacerdote. Como pároco de São Gall (São Galo), acumulou o estudo de Direito Eclesiástico na Universidade de Praga, obtendo o Bacharelado.

Enviado pelo bispo a Pádua, Itália, em 1382, doutorou-se em Direito Canônico em 1387, voltando em seguida a Praga onde foi cônego da igreja de São Gil (São Giles, Santo Egídio) até 1389, e em 1390 foi nomeado cônego honorário da Catedral de São Vito e vigário geral desta arquidiocese, extensa e importante.

Seus sermões levaram a uma significativa melhora nos costumes do povo, e impressionaram a rainha, que o chamou por isso e por sua conhecida virtude e segurança doutrinária a ser seu confessor e diretor espiritual.

O rei Venceslau IV, porém, não possuía a espiritualidade da esposa, e tinha acessos de fúria violentos. De maneira infundada, começou a desconfiar da fidelidade da esposa. Como não obtivesse provas disso, e obcecado pela ideia, convocou João e o intimou a lhe contar as confissões da rainha. João, espantado tanto pela suspeita quanto pelo pedido, naturalmente negou-se, de forma categórica, a divulgar os segredos de confissão, invioláveis, da soberana (e de qualquer outra pessoa), como exige a define a Igreja.

Enraivecido, Venceslau mandou que o sacerdote fosse torturado, mas mesmo depois de violências brutais João não cedeu. Ainda mais furioso ficou o rei, e entendendo que não conseguiria forçar João, mandou amarrá-lo e jogá-lo no rio Vltava (Moldava), o que foi feito da Ponte Carlos, a mais importante e famosa de Praga. Assim, João Nepomuceno morreu afogado na noite de 20 de março de 1393. O corpo foi achado e dignamente sepultado na igreja de Santa Cruz.

Em 1725 foi feita a sua exumação, diante do Arcebispo de Praga, dignidades eclesiásticas, um professor de Medicina e dois cirurgiões. Constatou-se que a língua estava apenas ressequida, mas extraordinariamente conservada: e, naquele mesmo momento, diante dos presentes, ela começou a se refazer, adquirindo a coloração rósea própria de uma pessoa viva!

Este milagre constou do processo de canonização de São João Nepomuceno, o primeiro mártir do segredo da Confissão, e patrono contra as calúnias, bem como padroeiro dos Confessores e da cidade de Praga.

Reflexão:

Admirável foi o empenho de João Nepomuceno no eu estudo e trabalho, que lhe valeram o reconhecimento da virtude e segurança doutrinária. Porém o seu maior brilho e luz, mais esplendorosos do que os dos famosos cristais da sua terra pátria a Boêmia, foi saber quando, o que e como falar, e quando silenciar. Uma grande lição para uma atualidade descompromissada com a verdade do que é dito, que fala o que não deve, e não sabe fazer silêncio, especialmente o necessário para os momentos de buscar a Deus na oração, meditação e adoração. A intimidade do nosso coração deve ser conhecida por Deus, e é, mesmo que não o percebamos; e parte desta intimidade devemos revelar, quando necessário, ao mesmo Senhor, diante do Seu sacerdote, no Sacramento da Penitência. Por outro lado, Deus mesmo não permite que os presbíteros revelem espontaneamente o que ouvem em confissão dos pecados, haja visto que nem aqueles que pela idade ou doença têm suas faculdades mentais afetadas o fazem. As garantias divinas que recebeu a Igreja, a respeito dos Sacramentos, é parte da Verdade que podemos nela identificar, ainda que clero e fiéis, humanos, sejam falhos. Mas não confiamos nossa Fé nem a ideias ou ideais, filosofias ou leis, e sim na realidade de Deus Encarnado, que nos revelou a Trindade e a Sua obra de salvação pela Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Temos motivos para ter fé, com base Razão e na Revelação de Deus: muito devemos nos empenhar em conhecer cada vez mais profundamente a Doutrina Católica, pois só nela, pela inspiração infalível do Espírito Santo, conheceremos a Verdade, “… e a Verdade vos libertará” (Jo 8,32).

Oração:

Senhor, que és o Caminho, a Verdade e a Vida, pela intercessão de São João Nepomuceno, concedei-nos a sua fidelidade aos Sacramentos, testemunhando pela palavra e ação a Vossa sabedoria e bondade, para podermos como ele ser mergulhados nas águas eternas da Vossa graça, que triunfa sobre os pesos desta vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF