Translate

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Nos pobres e nos sofredores, Pio X via o rosto da Igreja

Monsenhor Lúcio Bonora , autor do mlivro sobre Pio X (Vatican Media)

O prefácio do livro apresentado em Treviso, de autoria de monsenhor Lucio Bonora, é assinado pelo Papa Francisco.

"Manso e forte", "humilde e claro", o pontífice Giuseppe Melchiorre Sarto "desejava estar com os pequenos, os pobres, os necessitados, as vítimas dos terremotos, os desfavorecidos e com aqueles que sofriam com as catástrofes naturais ou com as adversidades da vida" .

É o que escreve o Papa Francisco no prefácio do livro "Homenagem a Pio X. Retratos contemporâneos", de autoria de monsenhor Lucio Bonora. O livro foi apresentado pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, na tarde de sexta-feira, 10 de maio, no salão ducal do Bispado de Treviso.

O cardeal destacou que no prefácio o Papa Francisco “recorda a sua devoção a São Pio e o costume que tinha, quando era arcebispo de Buenos Aires, de celebrar no dia de sua memória também a festa dos catequistas".

É precisamente este rosto da Igreja dos pobres e dos sofredores que “se reflete nos olhos” do Pontífice santo. A sua caridade e atenção para com os pobres, “como ministro de Cristo e da Igreja, manifestaram-se desde que era um jovem sacerdote” e continuaram também quando era bispo e depois como pontífice.

Referindo-se a alguns episódios significativos, que surgiram também pelos testemunhos das irmãs Maria e Anna, o purpurado disse que estes testemunhos de amor pelos últimos “ajudam a ver que rosto da Igreja havia nos olhos de São Pio x”.

Normalmente, “ele é lembrado pelas grandes escolhas do pontificado”. À luz do seu lema Instaurare omnia in Christo (“Renovar todas as coisas em Cristo”), são recordadas a reorganização da Cúria Romana e o início dos trabalhos de elaboração do Código de Direito Canônico (posteriormente promulgado por Bento XV).

Outras áreas importantes de intervenção “foram a revisão dos estudos e do processo de formação dos futuros presbíteros e isto mesmo com a fundação na Itália de vários seminários regionais, e também a formação doutrinal do povo de Deus”.

Pensemos ao Catecismo chamado "de Pio X", que "por muitos anos, devido à sua linguagem simples, clara e precisa, e pela eficácia em como é apresentado, foi um guia segurono aprendizado da doutrina cristã". 

Dedicou muita atenção “à reforma da liturgia e, em particular, à música sacra”. Foi decisiva para a educação cristã a escolha de antecipar a Primeira Comunhão das crianças para os sete anos de idade, “quando a criança começa a raciocinar”.

Depois há, recordou Semeraro, a sua intervenção decisiva “com a condenação do modernismo, por defender os fiéis de concepções errôneas e promover um estudo científico da Revelação em consonância com a tradição da Igreja”.

Estas são, acrescentou, algumas referências fundamentais do seu pontificado, unidas ao último apelo à paz lançado em 2 de agosto de 1914 para expressar uma “grande dor” pelo momento vivido na época. Foi, concluiu Semeraro, “o grito de sofrimento do pai que vê os filhos tomarem partido uns contra os outros”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O renascimento da religião na pós-modernidade

Religião e pós-modernidade (You Tube)

O RENASCIMENTO DA RELIGIÃO NA PÓS-MODERNIDADE

Dom João Santos Cardoso
Arcebispo de Natal (RN)

O ressurgimento da religiosidade na contemporaneidade desafia as respostas tradicionais formuladas pela academia para o problema religioso, que muitas vezes não mais satisfazem. Utilizando as próprias categorias do pensamento pós-moderno, especialmente as do filósofo italiano Gianni Vattimo, refletiremos sobre como a pós-modernidade favorece esse retorno e enfraquece as razões do ateísmo.

Historicamente, a academia abordou a religião sob o prisma do positivismo e do historicismo, considerando-a um resíduo destinado a desaparecer com o avanço da ciência, da razão e da tecnologia. No entanto, no contexto pós-moderno, tais respostas são insatisfatórias, pois se baseiam em metanarrativas que perderam seu poder de explicação universal.

A pós-modernidade, caracterizada pelo fim das metanarrativas, como descrito por Jean-François Lyotard, e pela superação da metafísica, conforme Heidegger e Nietzsche, abriu caminho para o renascimento da religião. O contexto pós-metafísico enfraqueceu as bases filosóficas do ateísmo, que tradicionalmente se sustentavam na crença em uma ordem objetiva e na capacidade da razão de apreender essa ordem. Ao abandonar a pretensão de uma verdade objetiva e universal, a pós-modernidade libera a metáfora e legitima múltiplas narrativas, incluindo as religiosas. O enfraquecimento da razão e a liberação da metáfora permitem que se fale novamente de Deus, anjos, demônios e salvação, reconfigurando o espaço para o sagrado na experiência comum e na linguagem filosófica.

O fim da metafísica resulta no enfraquecimento da razão, criando um ambiente onde a religião pode ressurgir sem a oposição das antigas certezas filosóficas. A filosofia pós-metafísica, ao reconhecer o ser como evento e não como estrutura objetiva, se abre para novas formas de linguagem que permitem e legitimam o discurso religioso e a religiosidade. Este renascimento é uma consequência legítima do processo pós-moderno, que desacredita as grandes narrativas e legitima múltiplas perspectivas.

A famosa afirmação de Nietzsche sobre a “morte de Deus” não é necessariamente uma declaração de ateísmo, mas a proclamação do fim da metafísica. Tal afirmação simboliza a dissolução de uma ordem objetiva do ser, eliminando a possibilidade de uma fundamentação última do conhecimento. Heidegger continua essa linha de pensamento, ao propor uma filosofia que vê o ser como um evento, abrindo espaço para a pluralidade de interpretações e experiências religiosas.

O renascimento da religião se manifesta de várias formas, desde o retorno às tradições locais até a proliferação de experiências religiosas heterodoxas. Vários fatores estão na origem do fortalecimento do fenômeno religioso, como a busca pelo sentido da vida favorecido pela experiência do mistério; grupos sociais encontram na religião uma identidade que os proteja do anonimato urbano, resultando em um retorno às doutrinas mais rígidas; os problemas éticos e ambientais impulsionam o pensamento católico, que oferece respostas claras e rigorosas onde a filosofia laica falha com seu ceticismo; o desencantamento com utopias e o triunfo do neoliberalismo facilitam uma maior visibilidade das crenças religiosas; a globalização e a consequente massificação cultural provocam um retorno às tradições locais e à necessidade de pertença.

Assim, o renascimento da religião na contemporaneidade, favorecido pelo fim das metanarrativas e pela superação da metafísica, desafia as antigas certezas do ateísmo filosófico. A pós-modernidade, com seu pluralismo e enfraquecimento da razão, cria um espaço onde a religião pode novamente florescer, sendo importante que a filosofia crítica se debruce sobre esse fenômeno para evitar excessos e fundamentalismos.

Nesse sentido, a filosofia pós-metafísica, ao pensar o ser como evento e não como estrutura objetiva, oferece uma base para exercer sua crítica e se debruçar sobre as formas contemporâneas do renascimento do sagrado, quando este trai aquelas condições históricas e filosóficas que permitiram seu ressurgimento, caindo em posturas extremistas e intolerantes. Ao reconhecer as razões desse renascimento, podemos melhor compreender o papel vital da religião na sociedade atual e como essa pode humanizar as relações, estabelecer pontes entre os estranhos, acolher o outro em sua alteridade e promover espaços de respeito às diferenças.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Novas normas sobre presumidos fenômenos sobrenaturais

Novas normas do Dicastério para a Doutrina da Fé sobre presumidos fenômenos sobrenaturais

Do nulla osta ao julgamento negativo: são seis os votos diferentes para discernir os casos previstos no documento do Dicastério para a Doutrina da Fé aprovado pelo Papa. Como regra, nem o bispo, nem a Santa Sé se pronunciarão sobre a natureza sobrenatural do fenômeno, limitando-se a autorizar e promover a devoção e as peregrinações.

Vatican News

As normas para o discernimento de presumidos fenômenos sobrenaturais foram atualizadas: é o que estabelece o novo documento do Dicastério para a Doutrina da Fé, publicado na sexta-feira, 17 de maio, que entrará em vigor no domingo, 19, festa de Pentecostes. O texto é precedido por uma apresentação articulada do cardeal prefeito Víctor Manuel Fernández, seguida por uma introdução que identifica seis diferentes conclusões possíveis. Serão possibilitados pronunciamentos mais rápidos em relação à devoção popular e, como regra, não haverá mais o envolvimento da autoridade da Igreja na definição oficial da sobrenaturalidade de um fenômeno que pode levar muito tempo para ser estudado em profundidade. A outra novidade é o envolvimento mais explícito do Dicastério para a Doutrina da Fé, que deverá aprovar a decisão final do bispo e terá o poder de intervir por motu proprio a qualquer momento. Em muitos dos casos nas últimas décadas em que bispos individualmente expressaram uma opinião, o ex-Santo Ofício foi envolvido, mas quase sempre a intervenção permaneceu nos bastidores e foi solicitado que não fosse tornada pública. O que motiva agora esse envolvimento explícito do Dicastério é também a dificuldade de circunscrever, em nível local, fenômenos que, em alguns casos, atingem dimensões nacionais e até mesmo globais, "de modo que uma decisão relativa a uma Diocese pode ter consequências também em outros lugares”.

As razões que justificam as novas normas

Na origem do documento está a longa experiência do século passado, com casos em que o bispo local (ou os bispos de uma região) declarava rapidamente a sobrenaturalidade, e depois o Santo Ofício expressava uma opinião diferente. Ou casos em que um bispo se expressou de uma maneira e seu sucessor de maneira oposta (sobre o mesmo fenômeno). Depois, existem os longos tempos necessários para avaliar todos os elementos e chegar a uma decisão sobre a sobrenaturalidade ou não dos fenômenos. Tempos que às vezes se chocam com a urgência de dar respostas pastorais para o bem dos fiéis. O Dicastério, portanto, começou em 2019 a revisar as normas e chegou ao texto atual aprovado pelo Papa no último dia 4 de maio. Um texto totalmente novo que introduz, como mencionado, 6 diferentes conclusões possíveis.

Frutos espirituais e riscos

O cardeal Fernández explica em sua apresentação que "tantas vezes estas manifestações provocaram uma grande riqueza de frutos espirituais, de crescimento na fé, de devoção e de fraternidade e serviço, e em alguns casos deram origem a diversos Santuários espalhados em todo o mundo, que hoje são parte do coração da piedade popular de muitos povos". No entanto, existe também a possibilidade de que "que em alguns casos de eventos de presumida origem sobrenatural" existam "problemas muito sérios, com dano aos fiéis": casos em que "lucro, poder, fama, notoriedade social, interesse pessoal" (II, art. 15, 4°) são derivados dos presumidos fenômenos, chegando até mesmo a "exercer domínio sobre as pessoas ou cometer abusos” (II, art. 16). Pode haver "erros doutrinais, reducionismos indevidos no propor a mensagem do Evangelho, a difusão de um espírito sectário". Assim como existe a possibilidade de "os fiéis serem arrastados por um fenômeno, atribuído à iniciativa divina, mas que é fruto somente da fantasia, do desejo de novidade, da mitomania ou da tendência à falsificação”.

Orientações gerais

De acordo com as novas normas, a Igreja poderá discernir: "se seja possível encontrar nos fenômenos de presumida origem sobrenatural a presença de sinais de uma ação divina; se nos eventuais escritos ou mensagens daqueles que são envolvidos nos presumidos fenômenos em questão nada exista de contrastante com a fé e os bons costumes; se seja lícito valorizar seus frutos espirituais ou se resulte necessário purificá-los de elementos problemáticos ou colocar de sobreaviso os fiéis quanto aos perigos deles derivantes; se seja aconselhável uma valorização pastoral por parte da Autoridade eclesiástica competente" (I, 10). Além disso, “deve-se precisar que, em via ordinária, não se deverá prever um reconhecimento positivo por parte da Autoridade eclesiástica acerca da origem divina de presumidos fenômenos sobrenaturais" (I, 11). Como norma, portanto, "nem o Bispo Diocesano, nem as Conferências Episcopais, nem o Dicastério declararão que estes fenômenos são de origem sobrenatural. Todavia, o Santo Padre poderá autorizar que se realize um procedimento a respeito" (I, 23).

Os possíveis votos sobre o presumido fenômeno

Segue a lista dos 6 possíveis votos finais ao término do discernimento.

Nihil Obstat: nenhuma certeza de autenticidade sobrenatural é expressa, mas são reconhecidos sinais de uma ação do Espírito. Encoraja-se o bispo a avaliar o valor pastoral e a promover a difusão do fenômeno, incluindo peregrinações.

Prae oculis habeatur: reconhecem-se sinais positivos, mas também há elementos de confusão ou riscos que exigem discernimento e diálogo com os destinatários. Pode ser necessário um esclarecimento doutrinário se houver escritos ou mensagens associadas ao fenômeno.

Curatur: estão presentes elementos críticos, mas há uma ampla disseminação do fenômeno com frutos espirituais verificáveis. Desaconselha-se uma proibição que possa perturbar os fiéis, mas pede-se ao bispo que não incentive o fenômeno.

Sub mandato: as questões críticas não estão relacionadas ao fenômeno em si, mas ao mau uso feito por pessoas ou grupos. A Santa Sé confia ao bispo ou a um delegado a orientação pastoral do local.

Prohibetur et obstruatur: apesar de alguns elementos positivos, as críticas e os riscos são graves. O Dicastério pede que o bispo declare publicamente que a adesão não é permitida e explique os motivos da decisão.

Declaratio de non supernaturalitate: o bispo está autorizado a declarar que o fenômeno não é sobrenatural com base em evidências concretas, como a confissão de um presumido vidente ou testemunhos confiáveis de falsificação do fenômeno.

Procedimentos a serem seguidos

São indicados os procedimentos a serem implementados: cabe ao bispo examinar o caso e submetê-lo ao Dicastério para aprovação. Pede-se ao bispo que se abstenha de fazer declarações públicas sobre autenticidade ou sobrenaturalidade, e também que garanta que não haja confusão e que o sensacionalismo não seja promovido. No caso de os elementos reunidos "parecerem suficientes", o bispo deve estabelecer uma comissão de investigação, contando entre seus membros pelo menos um teólogo, um canonista e um perito escolhido com base na natureza do fenômeno.

Critérios positivos e negativos

Entre os critérios positivos, "a credibilidade e a boa fama das pessoas que afirmam ser destinatárias de eventos sobrenaturais ou ser diretamente envolvidas em tais fatos, bem como das testemunhas escutadas... a ortodoxia doutrinal do fenômeno e da eventual mensagem a ele conexa, o caráter imprevisível do fenômeno, a partir do qual apareça claramente que não é fruto da iniciativa das pessoas envolvidas, fruto de vida cristã" (II, 14). Os critérios negativos incluem “a eventual presença de um erro manifesto acerca do fato, eventuais erros doutrinais... um espírito sectário, que gera divisão no tecido eclesial, uma busca evidente de lucro, poder, fama, notoriedade social, interesse pessoal ligado diretamente ao fato, atos gravemente imorais... alterações psíquicas ou tendências psicopáticas presentes no sujeito, que possam ter exercido influência sobre o presumido fato sobrenatural, ou senão psicose, histeria coletiva ou outros elementos reconduzíveis a um horizonte patológico" (II, 15). Por fim, "o uso de eventuais experiências sobrenaturais ou de elementos místicos reconhecidos como meio ou pretexto para exercer domínio sobre as pessoas ou cometer abusos" (II, 16). “Qualquer que seja a determinação aprovada, o Bispo Diocesano, pessoalmente ou através de um Delegado, tem o dever de continuar a vigiar sobre o fenômeno e sobre as pessoas envolvidas, exercitando especificamente o seu poder ordinário. (II, 24).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 16 de maio de 2024

8 Nomes com os quais conhecemos o Espírito Santo

piossi | Obturador
Mónica Muñoz publicado em 15/05/24
Nosso Senhor Jesus Cristo disse aos Apóstolos que deveria partir para que o “Paráclito” pudesse chegar. Por quais outros nomes conhecemos Deus, o Espírito Santo?

O Catecismo da Igreja Católica esclarece como o Espírito Santo atua em nós:

“Ninguém pode dizer: 'Jesus é o Senhor!' mas pela influência do Espírito Santo” ( 1Cor  12,3). “Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho que clama Aba , Pai!” ( Gl  4, 6). Este conhecimento da fé não é possível exceto no Espírito Santo. Para entrar em contato com Cristo é necessário primeiro ter sido atraído pelo Espírito Santo. É Ele quem nos precede e desperta em nós a fé ( CIC 683 ).

E descreva como isso nos é comunicado:

Através do Batismo, primeiro sacramento da fé, a vida, que tem a sua fonte no Pai e nos é oferecida através do Filho, é-nos comunicada íntima e pessoalmente pelo Espírito Santo na Igreja ( CIC 683 ).

Mas por que o chamamos de Espírito Santo, ele tem outros nomes?

Nomes do Espírito Santo

O mesmo Catecismo nos esclarece: “'Espírito Santo', tal é o nome próprio dAquele que adoramos e glorificamos com o Pai e o Filho. A Igreja recebeu este nome do Senhor e professa-o no Batismo dos seus novos filhos (cf.  Mt  28, 19)” ( CIC 691 ).

Acrescenta que “o termo 'Espírito' traduz o termo hebraico  Ruah , que no seu primeiro significado significa sopro, ar, vento” ( CIC 691 ).

E Jesus o chama de diferentes maneiras:

1
PARÁCLITO

Jesus, quando anuncia e promete a vinda do Espírito Santo, chama-o de “Paráclito”, literalmente “aquele que é chamado para estar ao lado”,  advocatus  ( Jo  14, 16, 26; 15, 26; 16, 7) ( CIC 692 ).

2
VIBRADOR

“Paráclito” é geralmente traduzido como “consolador”, sendo Jesus o primeiro consolador (cf.  1 Jo  2, 1). O próprio Senhor chama o Espírito Santo de “Espírito da Verdade” ( Jo  16, 13) ( CIC 692 ).

3
ESPÍRITO DE PROMESSA

Além do seu nome próprio, que é o mais utilizado no livro de Atos e nas cartas dos Apóstolos, em São Paulo existem diversas denominações como "Espírito de promessa" ( CIC 693 ):

E isto, para que a bênção de Abraão alcançasse todos os pagãos em Cristo Jesus, e recebêssemos o Espírito prometido pela fé ( Gl 3:14 ).

Nele, vocês, que ouviram a Palavra da verdade, a Boa Nova da salvação, e acreditaram nela, também foram marcados com o selo do Espírito Santo prometido. ( Ef 1:13 )

4
ESPÍRITO DE ADOÇÃO

Somos reconhecidos como filhos adotivos de Deus através do Espírito que nos foi infundido:

E vocês não receberam um espírito de escravos para voltarem ao medo, mas o espírito de filhos adotivos, que nos faz clamar a Deus. ( Romanos 8:15 )

E a prova de que sois filhos é que Deus infundiu em nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama a Deus chamando-o de “Abba!”, isto é, Pai! ( Gá 4, 6 )

5
ESPÍRITO DE CRISTO

São Paulo reconhece a relação da Santíssima Trindade que intervém em nossas vidas:

E se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus habita em vós, aquele que ressuscitou a Cristo Jesus também vivificará os vossos corpos mortais, através do mesmo Espírito que habita em vós.

Aquele que não tem o Espírito de Cristo não pode ser de Cristo ( Romanos 8:9 ).

6
ESPÍRITO DO SENHOR

Novamente São Paulo explica aos Coríntios que não é possível viver sem o Espírito Santo, que é Deus.

Porque o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade ( 2Co 3:17 ).

7
ESPÍRITO DE DEUS

Os romanos e coríntios compreenderam as palavras do Apóstolo através de suas explicações:

Mas vocês não são animados pela carne, mas pelo espírito, pois o Espírito de Deus habita em vocês ( Romanos 8:9 ).

Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus ( Romanos 8:14 ).

Alguns de vocês eram assim, mas agora foram purificados, santificados e justos em nome de nosso Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus ( 1Co 6:11 ).

8
ESPÍRITO DE GLÓRIA

São Pedro também tratou claramente da intervenção do Espírito Santo sobre aqueles que deram testemunho de Cristo:

Bem-aventurados sois vós, se sois insultados por causa do nome de Cristo, porque sobre vós repousa o Espírito da glória, o Espírito de Deus ( 1Pe 4:14 ).

 Fonte: https://es.aleteia.org/

O Papa: a destruição do ambiente ofende a Deus, trabalhar para a cultura da vida

Segundo Francisco, "a crise climática exige uma sinfonia de cooperação e solidariedade global" (Vatican Media)

Francisco recebeu em audiência os membros das Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais que participam do encontro "Da crise climática à resiliência climática" e reiterou a urgência de ações concretas para combater a crise climática global: "Os pobres são as vítimas. As nações ricas produzem mais da metade dos poluentes." O Pontífice pediu uma nova arquitetura financeira que atenda ao Sul do mundo e uma redução da dívida.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (16/05), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de duzentos participantes, de várias partes do mundo, do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais sobre o tema "Da crise climática à resiliência climática". O encontro teve início na terça-feira (15/05), na Casina Pio IV, no Vaticano, e se conclui na sexta-feira (17/05). O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o cacique Raoni participam do evento e se encontraram com o Santo Padre durante a audiência desta quinta-feira.

Em seu discurso, o Papa sublinhou que "os dados sobre as mudanças climáticas pioram a cada ano e portanto, é urgente proteger as pessoas e a natureza". Francisco parabenizou "as duas Academias por liderarem este esforço e produzirem um protocolo de resiliência universal. As populações mais pobres, que pouco têm a ver com as emissões poluentes, precisarão receber maior apoio e proteção".

Cacique Raoni saúda o Papa durante a audiência aos participantes do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais (Vatican Media)

Os pobres são os que mais sofrem com as mudanças climáticas

"A destruição do ambiente é uma ofensa a Deus, um pecado que não é apenas pessoal, mas também estrutural, que coloca seriamente em perigo todos os seres humanos, especialmente os mais vulneráveis, e ameaça desencadear um conflito entre gerações", disse o Papa, que perguntou: "Estamos trabalhando em prol de uma cultura da vida ou de uma cultura da morte?"

Estamos diante de desafios sistêmicos distintos, mas interligados: as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a degradação ambiental, as desigualdades globais, a insegurança alimentar e uma ameaça à dignidade das populações envolvidas. Se não forem abordados de forma coletiva e urgente, esses problemas representam ameaças existenciais para a humanidade, para outros seres vivos e os ecossistemas.

“Mas que seja claro: são os pobres da Terra que mais sofrem, apesar de serem os que menos contribuem para o problema. As nações mais ricas, cerca de um bilhão de pessoas, produzem mais da metade dos poluentes que retêm o calor. Contrariamente, os três bilhões de pessoas mais pobres contribuem com menos de 10%, mas arcam com 75% das perdas resultantes. Os 46 países menos desenvolvidos, em sua maioria africanos, são responsáveis por apenas 1% das emissões globais de CO2. Ao invés disso, as nações do G20 são responsáveis por 80% dessas emissões.”

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, entregando uma imagem de Nossa Senhora Aparecida ao Papa (Vatican Media)

Mulheres, poderosas agentes de resiliência e adaptação

A seguir, o Papa ressaltou que a pesquisa feita pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais "mostra a trágica realidade em que mulheres e crianças carregam um fardo desproporcional".

As mulheres geralmente não têm o mesmo acesso aos recursos que os homens, e cuidar da casa e dos filhos pode dificultar a possibilidade de migrar em caso de desastre.

“No entanto, as mulheres não são apenas vítimas das mudanças climáticas: elas também são poderosas agentes de resiliência e adaptação. Com relação às crianças, quase um bilhão delas residem em países que enfrentam um risco extremamente alto de devastação relacionada ao clima.”

Sua idade evolutiva as torna mais suscetíveis aos efeitos, tanto físicos quanto psicológicos, das mudanças climáticas.

Segundo Francisco, "a recusa em agir rapidamente para proteger os vulneráveis expostos às mudanças climáticas provocadas pelo homem é uma falha grave. O progresso ordenado é então dificultado pela busca voraz de ganhos a curto prazo por parte das indústrias poluentes e pela desinformação, que gera confusão e dificulta os esforços coletivos para inverter a rota".

O Papa deixando a Sala Clementina após receber os participantes do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais (Vatican Media)

A poluição do ar ceifa milhões de vidas todos os anos

De acordo com o Papa, "o espectro das mudanças climáticas paira sobre todos os aspectos da existência, ameaçando a água, o ar, os alimentos e os sistemas de energia. Igualmente alarmantes são as ameaças à saúde pública e ao bem-estar. Assistimos à dissolução de comunidades e ao deslocamento forçado de famílias".

“A poluição do ar ceifa milhões de vidas prematuramente todos os anos. Mais de três bilhões e meio de pessoas vivem em regiões altamente sensíveis à devastação das mudanças climáticas, o que leva à migração forçada. Nos últimos anos, quantos irmãos e irmãs perderam a vida em viagens desesperadas, e as previsões são preocupantes. Defender a dignidade e os direitos dos migrantes climáticos significa afirmar a sacralidade de cada vida humana e exige honrar o mandato divino de salvaguardar e proteger a nossa casa comum.”

Descarbonização global

Diante dessa crise planetária, o Papa destacou, em primeiro lugar, a necessidade de "uma abordagem universal e uma ação rápida e decisiva para promover mudanças e decisões políticas", e em segundo, a urgência de uma "inversão da curva de aquecimento, buscando reduzir pela metade a taxa de aquecimento no curto espaço de um quarto de século".

“Ao mesmo tempo, devemos ter como meta a descarbonização global, eliminando a dependência de combustíveis fósseis. Em terceiro lugar, grandes quantidades de dióxido de carbono devem ser retiradas da atmosfera, através de uma gestão ambiental que abranja várias gerações.”

É um trabalho longo, mas também de grande alcance. Todos nós devemos empreendê-lo juntos. Nesse esforço, a natureza é nossa fiel aliada, colocando à nossa disposição os seus poderes, os poderes regeneradores da natureza.

O Papa com os participantes do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais (Vatican Media)

Salvaguardar as riquezas naturais

A seguir, o Papa exortou a salvaguardar as riquezas naturais:

“As bacias da Amazônia e do Congo, as turfeiras e os manguezais, os oceanos, as barreiras de corais, as terras agrícolas e as calotas polares, por sua contribuição para a redução das emissões globais de carbono.”

"Essa abordagem holística combate as mudanças climáticas e também enfrenta as crises da perda de biodiversidade e da desigualdade, cultivando os ecossistemas que sustentam a vida".

Segundo Francisco, "a crise climática exige uma sinfonia de cooperação e solidariedade global. O trabalho deve ser sinfônico, harmonioso, todos juntos. Por meio de reduções de emissões, educação sobre estilos de vida, financiamento inovador e o uso de soluções comprovadas baseadas na natureza, fortalecemos a resiliência, especialmente a resiliência à seca".

Uma nova arquitetura financeira

O Papa ressaltou a necessidade de desenvolver "uma nova arquitetura financeira que responda às necessidades do Sul do mundo e dos Estados insulares gravemente afetados por catástrofes climáticas. A reestruturação e redução da dívida, junto com o desenvolvimento de uma nova Carta financeira global até 2025, reconhecendo uma espécie de “dívida ecológica” – é preciso trabalhar nesta palavra: dívida ecológica – podem ser uma ajuda válida na mitigação das mudanças climáticas.

Por fim, o Papa agradeceu e incentivou os membros das Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais a continuarem trabalhando "na transição da atual crise climática para a resiliência climática com equidade e justiça social", advertindo que é necessário agir com urgência, paixão e determinação.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF