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terça-feira, 28 de maio de 2024

As Festas do Senhor durante o Tempo Comum (1)​

Crédito: Opus Dei

As Festas do Senhor durante o Tempo Comum (1)

Neste editorial dedicado às festas do Senhor que a Igreja nos apresenta ao longo do Tempo comum, recolhemos algumas considerações de quatro delas: a Apresentação e a Anunciação do Senhor, a Santíssima Trindade e o Corpus Christi.

13/06/2019

O tempo de uma presença

“Como agora eu, que vim a vós em nome do Senhor, vos encontrei em vigília em seu nome, assim o próprio Senhor, em cuja honra celebramos esta solenidade, encontrará a sua Igreja velando na luz da alma, quando vier despertá-la” [1]. Velar na luz da alma: estas palavras de Santo Agostinho, pronunciadas durante uma vigília pascal, resumem bem o sentido das grandes solenidades e festas do Senhor que marcam o Tempo Comum, desdobrando, ao longo de todo o ano, o mistério da salvação que brota da Cruz, emana do Sepulcro vazio e renova a face da terra.

“O único e idêntico centro da liturgia e da vida cristã –o mistério pascal –adquire então, nas diversas solenidades e festas, "formas" específicas, com ulteriores significados e com particulares dons da graça” [2]. As festas da Transfiguração e da Exaltação da Santa Cruz são comuns a todas as tradições litúrgicas, enquanto que as solenidades da Santíssima Trindade, do Santíssimo Corpo de Cristo, do Sagrado Coração de Jesus e de Cristo, Rei do Universo são próprias da Igreja romana.

Por último, duas festas profundamente vinculadas com a vida de Maria, a Apresentação de Jesus no Templo e a solenidade da Anunciação do Senhor, celebram-se também dentro do Tempo comum. Por seu teor teológico, ambas pertencem, na realidade, ao ciclo de Manifestação ou Tempo de Natal, mas seu lugar no calendário se deve ao modo pelo qual, por caminhos complexos, se acabou fixando sua data.

A APRESENTAÇÃO DE JESUS NO TEMPLO

A lei mosaica prescrevia que todo primogênito de Israel devia ser consagrado a Deus quarenta dias depois de nascer e ser resgatado com uma soma oferecida ao tesouro do Templo. Tratava-se de lembrar como os primogênitos foram preservados na noite da primeira Páscoa, durante a saída de Egito. O Evangelho de São Lucas recolhe a apresentação de Jesus no Templo desta forma: “Concluídos os dias da sua purificação da mãe e do filho, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém para o apresentar ao Senhor, conforme o que está escrito na lei do Senhor: Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor” [3]. São José e Nossa Senhora entram no templo, despercebidos entre a multidão: o Esperado por todos os homens entra inerme, no colo de sua Mãe, na casa de seu Pai. A liturgia desse dia nos desperta com o salmo responsorial, para que adoremos o Rei da Glória no seio desta discreta família. “Ó portas, levantai vossos frontões! Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o rei da glória possa entrar!” [4]

Foi no século IV que a Igreja de Jerusalém começou a celebrar anualmente esse mistério. A festa era celebrada no dia 14 de fevereiro, quarenta dias depois da Epifania, porque a liturgia de Jerusalém ainda não tinha adotado o costume romano de celebrar o Natal no dia 25 de dezembro. Por isso, quando este uso se tornou comum em toda a orbe cristã, a festa da Apresentação foi transladada para o dia 2 de fevereiro e assim se estendeu por todo o Oriente. Em Bizâncio, foi introduzida pelo imperador Justiniano I, no século VI, sob a avocação de Hypapante ou o encontro de Jesus com o ancião Simeão, figura dos justos de Israel, que pacientemente tinha esperado por um longo tempo o cumprimento das promessas messiânicas.

Durante o século VII, a celebração arraigou-se também no Ocidente. O nome popular de candelária oufesta da luz provem da tradição de fazer uma procissão com velas, instituída pelo Papa Sérgio I. Como proclama o ancião Simeão, Jesus é o Salvador, apresentado“diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações”. [5]A Igreja, ao celebrar a vinda e manifestação da luz divina ao mundo, benze as velas todos os anos, como símbolo da perene presença de Jesus e da luz da fé que os fiéis recebem pelo sacramento do Batismo. Assim, a procissão com as velas acesas se converte em uma expressão da vida cristã: um caminho iluminado pela luz de Cristo.

A comemoração anual da Apresentação de Jesus no Templo é também uma celebração mariana. Por isso, em determinadas épocas, foi conhecida como festa da Purificação de Maria. Ainda que preservada por Deus do pecado original, Maria, como mãe hebreia, quer se submeter à Lei do Senhor e por isso oferece “um par de rolas ou dois pombinhos”.[6]A oblação de Maria se converte assim em um sinal da sua obediência pronta aos mandatos de Deus. “Aprenderás com este exemplo, menino bobo, a cumprir a Santa Lei de Deus, apesar de todos os sacrifícios pessoais?”[7]

A ANUNCIAÇÃO DO SENHOR

No dia 25 de março, a Igreja celebra o anúncio do cumprimento das promessas de salvação. Maria conhece, dos lábios do Anjo, que achou graça diante de Deus. Pela ação do Espírito Santo, conceberá um filho que será chamado Filho de Deus. Salvará o seu povo e se elevará sobre o trono de Davi e o seu reino não terá fim [8]. É a festa da Encarnação: o Filho eterno do Pai entra na história. Faz-se homem na carne de Maria, uma moça humilde do povo de Israel. Desde então, “a história não é mais uma simples sucessão de séculos, anos, dias, mas sim o tempo de uma presença que lhe dá pleno significado e abertura a uma sólida esperança” [9].

É provável que, no século IV, essa festa já fosse celebrada na Palestina, pois naquelas datas se levantou uma basílica em Nazaré, no lugar onde a tradição colocava a casa de Maria. Esse forte traço mariano pode ser percebido no nome que a celebração também recebeu: Anunciação à Virgem Maria. Muito brevemente, durante o século V, a festa será difundida pelo oriente cristão, para depois ser transmitida ao Ocidente. Na segunda metade do século VII, já há testemunhas de sua celebração na Igreja romana, no dia 25 de março, sob a avocação de Annuntiatio Domini.

A data escolhida para a festa parte de uma antiga tradição que colocava a criação do mundo no dia preciso do equinócio da primavera (que no início da era cristã correspondia ao dia 25 de março do calendário juliano). De acordo com a ideia de que a perfeição implica no cumprimento de ciclos completos, os primeiros cristãos consideraram que a encarnação de Cristo (começo da nova criação), a sua morte na cruz, e a sua vinda definitiva no final dos tempos, deviam ser situados nessa mesma data, que, dessa forma, aparece carregada de sentido. Além disso, o lugar preciso do Natal no calendário – nove meses depois da Anunciação –, parece ter sua origem nessa primitiva datação.

Os textos da Missa e da Liturgia das Horas dessa solenidade focam-se na contemplação do Verbo feito carne. O salmo 39 (40) evocado na antífona de entrada, no salmo responsorial e na segunda leitura é o fio condutor de toda celebração: “Eis que venho fazer a vossa vontade, Senhor!” [10].Jesus se encarna por obediência ao querer de seu Pai; e, sua mãe atua da mesma forma. Maria se turba, mas não põe objeções: não duvida da palavra do anjo. Movida pela fé, diz “sim” à vontade de Deus. “Maria manifesta-se santamente transformada, no seu coração puríssimo, em face da humildade de Deus: (...). A humildade da Virgem é consequência desse abismo insondável de graça, que se opera com a Encarnação da Segunda Pessoa da Trindade Beatíssima nas entranhas de sua Mãe sempre Imaculada ”[11].

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Notas:

[1] Santo Agostinho, Sermão 223 D (PL Supplementum 2, 717-718).

[2] Bento XVI, Homilia, 31-V-2009.

[3] Lc. 2,22-23.

[4] Salmo 23 (24), 7.

[5] Lc. 2,32.

[6] Lc. 2,24.

[7] Santo Rosário, IV mistério gozoso.

[8] Cfr. Lc 1, 26-33.

[9] Bento XVI, Audiência, 12-XII-2012.

[10] Cfr. Sl 39 (40), 8-9.

[11] Amigos de Deus, n. 96.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

O novo nascimento pela Ressurreição do Senhor

Batizado durante a Vigília Pascal na Basílica de São Pedro (Vatican Media)

"O Batismo na Igreja primitiva acontecia numa piscina da regeneração, não numa pia ou bacia ajeitada. O neófito era enxertado da Páscoa do Senhor, para renascer pelo banho da eternidade. O resgate dos textos extraordinários e mais antigos sobre o Batismo atestam esse rito batismal e refletem a riqueza fantástica do sacramento, que o Concílio Vaticano II nos propõe recuperar."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Os sacramentos são essencialmente celebrados da mesma maneira. Os ritos e as disposições exigidas pela Igreja mudam, mas a substância é a mesma. Nos primeiros séculos da Igreja, por exemplo, o tempo em que se celebrava o Batismo era pincipalmente a festa da Páscoa ou a festa de Pentecostes, precedido por uma preparação ao longo de toda a quaresma. Naturalmente havia exceções, como diante de uma grave doença, perseguições, etc. Batizava-se à noite, durante as vigílias que antecediam essas festas, com os neófitos participando de toda ação litúrgica juntamente com os outros fiéis. Ao longo dos séculos, o Batismo também passou a ser realizado em outras festas, como na Epifania, em memória ao Batismo de Jesus, mas também no Natal e na festa de São João Batista, e com o passar do tempo em qualquer festividade e mesmo nos dias de semana.

"O novo nascimento pela Ressurreição do Senhor", é o tema da reflexão do padre Gerson Schmidt*:

"Dizíamos que desde o século III, os cristãos começaram a estender algumas festividades para além do seu próprio dia. Assim, as alegres celebrações da Páscoa eram prolongadas e duravam pelo menos oito dias inteiros. Os cristãos sentiam cada dia da Oitava como se fosse o Domingo de Páscoa. Esta tradição foi preservada quer no rito romano como em vários ritos orientais.  Durante a Oitava da Páscoa não era realizado nenhum trabalho, era uma celebração contínua e continuada. Os neófitos, batizados pelo Papa na Vigília Pascal, deviam participar da Missa e receber a Sagrada Comunhão todas as manhãs em uma igreja diferente em Roma. À noite iam a São João de Latrão, a Igreja do Papa, para a oração do Ofício das Vésperas, geralmente presidida pelo Papa. Os recém-batizados usavam a veste batismal durante toda a Oitava da Páscoa, como sinal de estarem ressuscitados pelo Batismo que receberam na Vigília Pascal. O segundo domingo da Páscoa foi chamado In Albis (=em branco) porque neste dia depunham os neófitos as suas vestes brancas. Os neófitos, em sinal de que chegou ao fim a festa, tiravam, pois, as suas túnicas brancas, para retomarem as vestes ordinárias, havendo sentido já as doçuras que o Senhor prodigaliza aos seus recém-nascidos nos primórdios da vida cristã, como reza os textos do Introito do rito litúrgico, já agora revestidos com a veste do Ressuscitado.

O Batismo na Igreja primitiva não acontecia numa pia batismal qualquer ou numa bacia improvisada. Havia uma piscina com sete degraus, simbolizando os sete pecados capitais que deviam ser vencidos pelo neófito, que descia às aguas regeneradoras e batismais, despido totalmente de suas vestes e vícios, sendo batizado no último degrau negro da morte, e revitalizado, subia os outros sete degraus, do outro lado da piscina, que simbolizava os sete dons do Espirito Santo que eram recebidos na Noite Santa. Saindo das águas batismais, o recém-batizado era então revestido com uma túnica branca, num revestir-se do homem novo, desfeito de suas práticas antigas. O simbolismo pascal e batismal era realmente profundo e riquíssimo no catecumenato dos primeiros séculos. Estas particulares tradições batismais, infelizmente, caíram em desuso, mas o Tempo da Páscoa continua vibrante e festivo, um período de alegria para o cristão permanecer ancorado na beleza da Ressurreição e vitória do Senhor.

O Batismo na Igreja primitiva acontecia numa piscina da regeneração, não numa pia ou bacia ajeitada. O neófito era enxertado da Páscoa do Senhor, para renascer pelo banho da eternidade. O resgate dos textos extraordinários e mais antigos sobre o Batismo atestam esse rito batismal e refletem a riqueza fantástica do sacramento, que o Concílio Vaticano II nos propõe recuperar.

Recordamos uma antiga Homilia Pascal, de Autor desconhecido, referendado no Ofício das Leituras da Terça-feira da segunda semana do Tempo Pascal, no ciclo bienal. O texto, intitulado “O Batismo é um enxerto para a eternidade”, recorda o mergulho na morte de Cristo, pelo batismo, o enxerto na eternidade ao recém-iluminado. No útero da piscina da regeneração, a entrada no céu da Ressurreição, morada da incorrupção, vida nova ressurgida das fontes batismais. Escreve assim esse autor que não conhecemos, rico documento histórico-batismal:

“Tu, recém-iluminado, foste mergulhado nesses bens. A iniciação na graça tornou-se para ti, recém-iluminado, penhor da ressurreição. Para ti o Batismo é penhor da vida futura no céu. Imitaste com tua imersão a sepultura do Senhor. Mas emergiste daí vendo as obras da ressurreição antes de quaisquer outras. Entra na realidade das coisas cujos símbolos te foram mostrados. Toma como testemunha do que te foi dito a Paulo que escreve: Se fomos enxertados nele por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição (Rm 6,5: Vulg.). Como é bela a expressão enxertados nele! Porque o Batismo é um enxerto para a eternidade, enxerto feito na fonte batismal e que dá fruto no céu. Ali a graça do Espírito opera de maneira misteriosa: provocado pela natureza, não deixes de reconhecer o milagre. A água serve apenas de ocasião, a graça é que de fato regenera. Na piscina, como se fosse um útero, ela dá forma nova ao que é introduzido. Na água, como numa fornalha, ela forja ao que imerge. Confere-lhe os mistérios da imortalidade. Oferece o sinal da ressurreição.”

“Teus próprios trajes, ó recém-iluminado, mostram os símbolos dessas maravilhas. Olha para ti mesmo, ostentando as imagens desses bens. Essa veste esplêndida e brilhante te manifesta os sinais da incorrupção. O pano branco que te envolve a cabeça, como um diadema, apregoa a liberdade. A mão revela os sinais da vitória conseguida sobre o demônio. De fato, Cristo se apresenta a ti como ressuscitado: agora certamente por meio de símbolos, mas dentro em breve, na própria realidade.”

“Se não mancharmos a túnica da fé com nossos pecados, se não extinguirmos a lâmpada da graça com nossas más ações e se conservarmos a coroa do Espírito, então, nitidamente, lá do céu, o Senhor clamará com voz terrível, mas benigna para os homens: Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo (Mt 25,34). A ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amém” ¹”

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
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[1] Oficio das Leituras, Bienal, 3ª Feira da 2ª Semana da Páscoa, Sermo in sanctum Pascha: PG 28,1080-1082 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Bernardo de Menthon

São Bernardo de Menthon (A12)
28 d maio
São Bernardo de Menthon

A origem de Bernardo de Menthon é pouco conhecida, mas é provável que tenha nascido no Castelo de Menthon em Savoy, numa família de barões. Morreu em 1081. Em 1923 o Papa Pio XI confirmou São Bernardo como padroeiro dos Alpes e dos alpinistas.

Após concluir os estudos em Paris, ele descobriu a sua vocação ao sacerdócio.

Procurou os cânones regulares do vale de Aosta, do outro lado dos Alpes. O arquidiácono do vale o acolheu com carinho e compreensão. Foi sob a orientação do arquidiácono Pedro que Bernardo progrediu rapidamente em sua fé sendo ordenado sacerdote e pouco tempo depois arquidiácono de Aosta, substituindo Pedro.

Em sua nova função percebeu que os velhos costumes pagãos continuavam entre o povo dos Alpes, e dedicou-se à sua conversão.

Por quarenta e dois anos ele continuou pregando o Evangelho ao povo dos Alpes e até mesmo em muitas outras áreas, conseguindo muitas conversões. Ele tinha fama de santidade e de fazer muitos milagres.

São Bernardo além de sua bondade e dedicação aos mais pobres, também ficou famoso porque havia um caminho através dos Alpes Penino, o que hoje é a Passagem do Grande São Bernardo. Esse caminho era coberto de neve e muito perigoso, mas era frequentemente usado por peregrinos a caminho de Roma.

Para ajudar e proteger os viajantes, São Bernardo fundou um mosteiro que também era uma hospedaria, no ponto mais alto dos Alpes. Mais tarde, construiu outra hospedaria e outro mosteiro num ponto mais baixo das montanhas dos Alpes Graian que ficou conhecido por Pequeno São Bernardo.

Com a aprovação pontifícia em Roma obtida por São Bernardo, os mosteiros do pequeno e grande São Bernardo dos Alpes passaram a ser administrados pelos monges e eram conhecidos pela hospitalidade oferecida a todos e tinham o nome de seu fundador.

São Bernardo morreu em 1081, foi enterrado no Mosteiro de São Lourenço, apesar de sua fama de santidade, ele só foi canonizado oficialmente em 1681 pelo Papa Inocêncio XI.

Reflexão:

São Bernardo de Menthon defendia valores como a caridade, a compaixão, a humildade, a paciência e a fé em Deus, que inspiravam outras pessoas ao longo da história por meio de sua dedicação à caridade e à assistência aos mais necessitados, bem como por sua vida espiritual exemplar. Podemos aplicar no nosso dia a dia o exemplo de São Bernardo por meio da prática da caridade, da oração e do amor ao próximo, buscando sempre a paz interior e a união com Deus.

Oração:

Pai Celestial, São Bernardo de Menthon protegeu os viajantes dos ladrões nos Alpes e criou hospedarias para as pessoas que faziam peregrinações. Peço a Ele que cuide de mim ao percorrer caminhos desconhecidos e provavelmente perigosos na jornada de minha vida e peço pela segurança e pelas provisões de que preciso para chegar ao destino que o Senhor deseja que eu vá. Se eu me perder, traga anjos ao meu lado para me guiar de volta ao caminho certo. Que cada passo me aproxime mais do Senhor. São Bernardo de Menthon, rogai por mim. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 27 de maio de 2024

A explicação do Papa Francisco sobre a Trindade às crianças

Antoine Mekary | ALETEIA
I.Media publicado em 26/05/24
“O Pai que nos criou, Jesus que nos salvou e o Espírito Santo que nos acompanha na vida”, resumiu o Papa Francisco ao explicar o mistério da Trindade a 50 mil crianças.

O Papa Francisco celebrou a missa do primeiro Dia Mundial da Criança, no dia 26 de maio de 2024. Numa homilia sem anotações, falou aos 50 mil filhos fiéis reunidos na Praça de São Pedro sobre a “Trindade” e a necessidade de paz no mundo . O ator e cineasta Roberto Benigni concluiu com um longo discurso no qual exortou as crianças a acreditarem nos seus sonhos e a projetarem o mundo de amanhã.

O Papa Francisco apareceu na Praça de São Pedro em plena forma e com um sorriso no rosto para celebrar o primeiro Dia Mundial da Criança. Na véspera, o Pontífice argentino havia passado a tarde no Estádio Olímpico de Roma com cerca de 50 mil crianças em clima de festa.

Neste domingo, sob o sol de verão, ele abandonou o texto do seu sermão para se dirigir diretamente às crianças numa homilia espontânea de perguntas e respostas sobre a “Trindade ” .

“O Pai que nos criou, Jesus que nos salvou e o Espírito Santo que nos acompanha na vida.”

“O Pai que nos criou, Jesus que nos salvou e o Espírito Santo que nos acompanha na vida”, resumiu Deus o Papa Francisco, fazendo com que as crianças repetissem muitas vezes este catecismo condensado.

Para concluir a sua breve homilia, o Papa argentino pediu às crianças que rezassem pelos pais, avós e crianças doentes. “E acima de tudo, reze pela paz”, insistiu.

Giorgia Meloni e o show Benigni

Em frente à Praça de São Pedro estavam o chefe do Governo italiano, Giorgia Meloni – que se encontrou brevemente com o Papa antes da missa – e o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri. Após a missa e a recitação da oração mariana do Angelus, o Papa Francisco ouviu um monólogo de Roberto Benigni , vencedor do Oscar de melhor ator e melhor filme em língua estrangeira pelo filme "A Vida é Bela" em 1999.

“Quem gostaria de ser Papa? Levante a mão”, disse o artista italiano de 71 anos durante sua apresentação, que durou quase 25 minutos. “Santidade, são vinte, trinta! Temos que expandir o Vaticano!”, ele riu, voltando-se para um sorridente Papa Francisco.

“No Reino de Deus tudo é possível”, continuou Roberto Benigni, garantindo que entre as crianças presentes na Praça de São Pedro poderá estar o próximo Papa. Em palavras ininterruptas, o ator incentivou as crianças a criar e inventar o mundo de amanhã.

“Cada um de vocês é um herói, protagonista de uma história única […] Ame o que faz. Não se limite a fazer um bom trabalho […] Não tenha medo […] Leia tudo que puder […] Não espere que o mundo cuide de você, mas cuide do mundo […] ”. E concluiu implorando às crianças que encontrassem as palavras que poriam fim à guerra.

O Dia Mundial da Criança é uma iniciativa do Papa Francisco, lançada no dia 8 de dezembro. O evento é inspirado no modelo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), instituída pelo Papa João Paulo II em 1985 para jovens entre 18 e 35 anos. Esta primeira edição reuniu 50 mil crianças – a maioria italianas – no Estádio Olímpico de Roma, no sábado.

Imagens históricas: o primeiro Dia Mundial da Criança

Fonte: https://es.aleteia.org/

A dignidade infinita da pessoa humana

A dignidade infinita da vida humana (Jornal O São Paulo)

A DIGNIDADE INFINITA DA PESSOA HUMANA

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

No dia 25 de março passado, o Dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé publicou a Declaração Dignitas infinita, com aprovação do Papa Francisco. O texto traz diversos aspectos do nosso tempo que incidem diretamente em nossa sociedade, e que nos fazem refletir sobre o conceito que temos de pessoa humana e sua dignidade. Situações novas e questões inéditas merecem atenção e consideração, mas não é possível perder os fundamentos do ser e do agir humano por causa de desafios novos. Precisamos revisitar essas bases que sustentam nossa existência para não perdermos a nossa identidade, que não está à mercê de cada mudança de época.

              Sobre a dignidade humana, a Declaração inicia afirmando que se trata de uma dignidade infinita, fundada no próprio ser de cada pessoa, independente do estado ou circunstância na qual se encontre. Para a Igreja, trata-se de um princípio fundamental de quem crê em Jesus Cristo, sobretudo quando há desatenção aos sujeitos mais simples e indefesos.

A Bíblia ensina que todos os seres humanos possuem dignidade intrínseca, porque são criados à imagem e semelhança de Deus: «Deus disse: “façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança” […]. E Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou» (Gn 1, 26-27). Com essa perspectiva, a antropologia cristã antiga e medieval se desenvolveu e colocou em relevo a doutrina do ser humano criado à imagem e semelhança de Deus e o seu papel singular na criação. Nesse sentido, recupera-se o que escreveu Santo Tomás de Aquino: “pessoa significa o que de mais nobre existe em todo o universo, isto é, o subsistente de natureza racional”.

Na era moderna também se desenvolveram ideias nesse sentido. E hoje, o termo “dignidade” é utilizado prevalentemente para sublinhar o caráter único da pessoa humana, incomensurável em relação aos outros seres do universo. O texto destaca que o termo “dignidade” na Declaração das Nações Unidas de 1948, se trata «da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos, iguais e inalienáveis».

Mas não faltam questionamentos em nosso tempo. Há quem procure outras leituras sobre essa dignidade. Há quem proponha que seria melhor usar a expressão “dignidade pessoal” (e direitos “da pessoa”) ao invés de “dignidade humana” (e direitos do ser humano), porque entendem como pessoa somente “um ser que é capaz de raciocinar”.

A partir daqui a Declaração Dignitas Infinita alerta que tal visão se expande sustentando que a dignidade e os direitos se deduzem da capacidade de conhecimento e de liberdade, que nem todos os seres humanos possuem. Consequentemente, não teria dignidade pessoal a criança ainda não-nascida, nem o idoso não autossuficiente, nem o portador de deficiência mental.

E a Declaração insiste no fato que a dignidade de cada pessoa humana permanece “para além de toda circunstância”, e o seu reconhecimento não pode absolutamente depender do juízo sobre a capacidade da pessoa de entender e de agir livremente.  Se assim fosse, a dignidade não seria, como tal, inerente à pessoa, independente dos seus condicionamentos e merecedora de um respeito incondicionado. Somente reconhecendo ao ser humano uma dignidade intrínseca, que não se perde jamais, é possível garantir a tal qualidade um inviolável e seguro fundamento.

Garantir a dignidade de cada e de toda pessoa humana ainda é uma tarefa que a todos nós compromete e afeta.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Dom Orione: O santo do inesperado (4)

Dom Orione no Monte Soratte visitando seus eremitas em setembro de 1934. Na parte inferior da foto a curiosa escrita manuscrita: “Ele e eu somos dois” | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 05/2004

Dom Orione: O santo do inesperado

Da amizade com os modernistas à política do Pater noster a única eficaz. Dos primórdios em Tortona às viagens pela América Latina. Alguns episódios da vida de Dom Luigi Orione que nos fazem perceber o seu encanto.

por Stefania Falasca

Coisas de outro mundo 

Embarcou para a América Latina em 24 de setembro de 1934.
Para falar a verdade, ele já havia pisado lá em 21. E mesmo aí, este padre inclassificável, empreendedor, com o seu tom por vezes explosivo, que não mede as palavras quando se trata de denunciar os abusos e as injustiças sociais e prega que a verdadeira revolução se realiza de joelhos diante do sacrário, não o fez. passar despercebido lá também.

No Brasil ele surpreendeu o clero local com sua “pastoral aos negros”. Mais uma vez ele estava à frente de seu tempo. Foi uma de suas filhas espirituais quem insistiu para que ele fosse: Madre Teresa Michel, uma “louca” como ele. Um temível concorrente na fé na Providência, e a quem Dom Orione agradeceu por ter recebido conselhos e conforto em circunstâncias difíceis.

Desta vez, na popa do “Conte Grande” que o leva à Argentina, está também o futuro Pio XII, que ali se dirige para o Congresso Eucarístico Internacional. O Cardeal Pacelli, durante a travessia, encontrou uma oportunidade para expressar a sua estima por ele. Dom Orione conhecia bem o seu irmão, o advogado Francesco, que participou nas negociações oficiais da Concordata. Mas o “confessor do Conte Grande”, como o chamaram no navio, tímido de triunfos, ao chegar a Buenos Aires, mantém os olhos bem abertos sobre um enorme panorama de misérias. Don Dutto recorda: «Ele recomeça a procurar nos casebres, nas esquinas, nos bairros infames, para encontrar aleijados, deficientes, incuráveis, alcoólatras, dementes: elege-os como seus senhores, lava-lhes as feridas com as próprias mãos , ele os serve». Na via Carlos Pellegrini, em Buenos Aires, na casa que uma nobre lhe deu e que dividia com um ex-padre, uma criança surda-muda escoltada por sua irmã doente e mãe viúva, nem é preciso dizer, vem bater à porta de um grupo cada vez mais denso e diversificado de pessoas: pobres-diabos, ricos proprietários de terras, profissionais liberais, religiosos, funcionários. Em 1936, Jacques Maritain hospedou-se ali e manteve contato com o arcebispo Copello, o núncio e até o chefe de estado. Os seus noviciados, as suas casas abrem-se uma após a outra, por isso, como sempre, florescem as obras que deixa atrás de si: um gesto concreto, uma resposta imediata, uma intuição, um encontro fortuito, uma circunstância ousada, e são feitos com o dinheiro que parece vir diretamente da barba de São José e dos bolsos daqueles ricos que, confiantes, não hesitam em colocar o seu dinheiro em segurança nos seus bolsos furados. Naquela terra de amplos espaços e vastos horizontes, parece ter criado raízes e os convites ao regresso que depois de algum tempo, cada vez mais insistentes, lhe chegam desde Itália, de nada valem. Destemido, ele continua a abrir portas. Ele ainda pede pessoal. O bom padre Sterpi, do outro lado do oceano, partiu para dirigir a Congregação, não sabe mais para que lado colocar as mãos, e implora-lhe, implora-lhe que volte. Além disso, os ventos da guerra começam a soprar e há problemas com o bispo de Tortona. No final, esgotados todos os argumentos convincentes, escreve-lhe: «Embora as tuas cartas me sejam muito queridas, peço-te que não me escrevas mais, porque ao dar-me notícias de casas sempre novas, estás a matar meu". Em três anos percorreu uma distância dez vezes maior que a que existe entre a Itália e a Argentina, «pedindo ao Senhor que multiplique as suas obras», numa imersão contínua na realidade que não conhece obstáculos: «Se eu tivesse cem, mil braços e chegar onde ninguém quer", e dar vida e vida a esse fogo indomável que arde dentro dele. A Argentina nunca o esquecerá.

Padre e pronto

Ele voltou ao porto de Nápoles em agosto de 1937.

Retornando das Américas, eles o convidaram para falar. Afinal, ele não tinha intenção de esconder as obras da Providência. Alérgico a honras, escondeu a própria pessoa, no que dependia dele. Durante um de seus discursos, na Aula Magna da Universidade Católica de Milão, ele é obrigado a ouvir o orador oficial que relata seus méritos. Os vizinhos o veem cobrindo o rosto com as mãos, remexendo-se na cadeira, como se estivesse sendo torturado. E, sem a menor ostentação, com toda a veemência do seu carácter impetuoso, de repente exclama: «Que Dom Orione, que Dom Orione agricultor de Pontecurone! Não acredite nele! Não acredite nele! Outra vez, na inauguração do instituto San Filippo, em Roma, foi submetido à mesma tortura. Enroscado na terceira fila, franzindo a testa, ele ouve as expressões que o senador Cavazzoni usa para te elogiar. Ele olha em volta para ver se há uma rota de fuga. Sem chance. Uma multidão transbordante, o presidente do Senado também estava presente, ao lado dele estava o cardeal Salotti e numerosas autoridades. Eventualmente, ele é chamado ao palco. A sua voz revela uma timidez sincera e o esforço para forçar as palavras inapropriadas a voltarem à sua garganta, por isso começa: «Não sei falar. Não sei o que fazer... e tenho certeza de que de todos os padres aqui presentes não há nenhum mais pecador do que eu." E então voltando-se para o palestrante: “Meu caro senador, quem lhe contou toda essa bobagem sobre mim?”. E depois levantando a voz para ser compreendido: «A verdade é esta, e quero que esteja viva e presente para todos, que não sou o fundador de nada! Eu não tive absolutamente nada a ver com isso!" E como volta recém-chegado da Argentina, recorre ao espanhol de São João da Cruz: «Nada! Nada!... Que se eu tivesse que viajar meio mundo, para as distantes Américas, é porque é isso que se faz com um macaco ou macaca comum." No entanto, este não é o caso quando se trata de assumir a responsabilidade por algumas deficiências, razão pela qual ele estava pronto para se manifestar, mesmo reconhecendo publicamente os seus próprios erros. Esclareceu: «Se há algo de bom na Pequena Congregação é tudo obra e bondade da Providência divina. Se houver alguma coisa defeituosa ou aleijada, é tudo meu, meu lixo, e talvez também de alguns de vocês, meus queridos filhos.” Se os elogios o machucavam, os insultos também o faziam, mas ele considerava isso uma coisa boa. Don De Paoli relata: «Um de seus filhos, ao sair da Congregação, cobriu-o de insultos e grosserias. Eu estava presente. Dom Orione quis dar-lhe algum dinheiro, abraçou-o com ternura, beijou-o carinhosamente na testa, desejou-lhe tudo de bom e quis que rezassemos por ele como por um benfeitor”.

Na parte inferior de uma fotografia que o imortaliza enquanto escala o Monte Soratte, enquanto se dirige para visitar seus eremitas montado num burro, ele escreve: “Ele e eu somos dois”. Só para lembrar, com sua franca ironia, que ele não se levou em conta. Enquanto isso, em Tortona, as águas estão novamente agitadas. O bispo reclama. Malícia, fofoca, acusações, calúnias. Mais hostilidade e tormento. Ele envia um bilhete a um amigo em Roma: «Perdôo a todos e estou muito feliz por estar longe dos problemas e da agitação de Tortona. Meus sacerdotes rezam, calam-se e esperam comigo, fidentes no Dominó ... Deixem os inimigos arrancarem meus olhos; apenas deixo meu coração para amá-los...". Uma de suas figuras religiosas, a quem ele havia dado cargos de confiança, escreveu-lhe uma carta “feia e mentirosa”. Nos sentimos mal por isso. Don Cribellati pede-lhe que tome medidas. Dom Orione responde: «Nada... Para estas pessoas: a) rezamos a Deus; b) você perdoa; c) nos amamos”.

«Nossa caridade é um amor muito doce e louco por Deus e pelos homens que não é da terra», escreveu quando foi à Argentina. Depois de alguns anos, seu coração começa a pregar peças nele. Em 1939 teve um grave ataque de angina de peito, em fevereiro de 1940, outro. No dia 8 de março, em Tortona, na Casa Mãe, pede os últimos sacramentos e saúda a todos com um último “boa noite”. No dia seguinte partiu para Sanremo, sabia que nunca mais voltaria, indo em direção à morte como se quisesse abrir outra porta: “Jesus, Jesus... eu vou”. E esta é, em última análise, a piada mais sensacional que o seu coração nos pregou: para falar dele devemos necessariamente abrir-nos a um Outro. Maravilhoso é Deus em seus santos. Quanto a ele, na epígrafe gravada em seu túmulo está gravado: Aloysius Orione Sacerdos. Te Christus em ritmo. Nada mais. Sacerdotes . Aqui, a única coisa que talvez ele aceitasse ouvir, o que ele simplesmente é e foi: padre, e pronto. Que São Luís Orione nos perdoe.

 Fonte: https://www.30giorni.it/

O Papa aos budistas: continuem reavivando o diálogo e a colaboração

Papa Francisco com os monges budistas (Vatican Media)

Francisco recebeu em audiência uma delegação de monges budistas tailandeses representantes do Templo de Wat Phra Cetuphon. "É um grande prazer para mim receber sua delegação nesta visita, que fortalece a nossa amizade duradoura", disse o Papa no início de seu discurso.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (27/05), na Sala Clementina, no Vaticano, uma delegação de monges budistas tailandeses.

"É um grande prazer para mim receber sua delegação nesta visita, que fortalece a nossa amizade duradoura", disse o Papa no início de seu discurso.      

A seguir, Francisco recordou sua viagem à Tailândia, de 20 a 23 de novembro de 2019, e o extraordinário acolhimento e hospitalidade com que foi recebido. "Mantenho viva a memória do Patriarca Supremo da Tailândia e peço-lhes que lhe transmita a minha saudação afetuosa", disse o Pontífice.

Levar um raio de esperança a uma humanidade desesperada

O Papa falou a propósito do Sétimo Colóquio Budista-Cristão realizado na Tailândia, em novembro passado, que reuniu mais de 150 participantes de várias partes da Ásia para refletir sobre o tema "Karuna e Ágape em diálogo para curar uma humanidade e a Terra feridas".

“Sim, hoje nossa humanidade e a Terra, nossa casa comum, estão de fato feridas! Tantas guerras, tantas pessoas que perderam tudo e foram obrigadas a fugir. Tantas crianças afetadas pela violência.”

No entanto, conforme sublinhado durante o Colóquio, "acreditamos firmemente que, em meio a nuvens escuras, aqueles que estão profundamente arraigados em suas respectivas tradições religiosas e dispostos a trabalhar juntos podem levar um raio de esperança a uma humanidade desesperada".

Francisco lembrou que, durante o Colóquio, foram sublinhados três pontos fundamentais: em primeiro lugar, foi dito que "ninguém se salva sozinho; só podemos ser salvos juntos, pois estamos interligados e interdependentes".

Promover uma amizade que apoie a paz e a fraternidade

“À luz desta verdade, exorto-os a colaborar com todos: sociedade civil, membros de outras religiões, governos, organizações internacionais, comunidades acadêmicas e científicas e todas as outras partes interessadas a promover uma amizade que apoie a paz e a fraternidade e construa um mundo mais inclusivo.”

Em segundo lugar, foi destacada "a importância de educar cada pessoa, especialmente os jovens e as crianças, nas relações de cuidado e atenção aos outros e ao ambiente".

Por fim, foi afirmado: "Acreditamos que a oração e a meditação podem mudar as coisas, purificando nossos corações e mentes; gerando bondade, misericórdia e perdão onde há ódio e vingança, criando um espírito de respeito e cuidado pelos outros e pela terra."

Rezar pela paz

Francisco disse estar feliz pelo fato de na terça-feira, 28 de maio, a delegação de monges budistas tailandeses rezar pela paz na Basílica de Santa Maria em Trastevere, em Roma.

Por fim, o Papa agradeceu aos monges budistas pelo gesto gentil de irem, ao Vaticano, e "os encorajou a continuarem reavivando o diálogo e a colaboração, especialmente com a Igreja Católica na Tailândia, num espírito de amizade constante".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Agostinho da Cantuária

Santo Agostinho da Cantuária (A12)
27 de maio
Santo Agostinho da Cantuária

Agostinho nasceu em Roma, Itália, no primeiro terço do século V. Era monge beneditino do mosteiro de Santo André, fundado pelo Papa Gregório Magno, o mesmo que destinou missionários para as ilhas da Grã Bretanha. Esta região havia sido já cristianizada, mas a partir de 596 a invasão dos Saxões, Anglos e Jutos, germânicos e pagãos, expulsaram os missionários celtas, e os Bretões nativos voltaram à idolatriaAgostinho, então prior do mosteiro, foi escolhido para seguir com 40 monges na missão de reevangelização.

Em 597 partiram, inicialmente para a ilha de Lérin, na França. Ali ouviram sobre muitas barbaridades cometidas pelos bretões, e Agostinho, preocupado, recorreu ao Papa. Mas São Gregório o animou, dando-lhe a informação de que Etelberto, rei dos Jutos de Kent, não era hostil ao Catolicismo, tendo inclusive casado com Berta, uma princesa cristã francesa (e a seu pedido construiu uma igreja).

A chegada a Kent, neste ano, foi favorável. Imediatamente após o desembarque, Agostinho seguiu em procissão até diante do rei e, com o auxílio de um intérprete, lhe fez um resumo das verdades da Fé católica, pedindo licença para levá-la ao reino, no que foi atendido. Estabeleceram-se os missionários na capela de São Martinho, na Cantuária, que persistira às invasões.

Inicialmente houve resistência do povo, e por isso Agostinho, com a concordância do Papa, permitiu algumas adaptações litúrgicas à cultura local. Impressionado com a coragem e as pregações dos missionários, Etelberto converteu-se – viria a tornar-se santo –, bem como todos os nobres da sua corte. Pelo Natal, mais de 10.000 anglo-saxões haviam sido batizados, praticamente todo o reino.

Animado, o Papa enviou mais missionários e tornou Agostinho Arcebispo e Metropolita da Inglaterra em 601. Como tal, podia criar dioceses, como a de Cantuária, Londres e Rochester. O seu trabalho se desenvolveu através dos séculos, e a conversão da Grã Bretanha só não foi completa na sua época porque estava dividida em vários reinos rivais, e a influência de Etelberto estendia-se apenas na região leste da ilha.

 Santo Agostinho faleceu em 25 de maio de 604, e suas relíquias estão na igreja de Cantuária, sua primeira diocese.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A obra de Santo Agostinho de Cantuária nos ensina, como destaque, duas coisas: aproveitar destemidamente as oportunidades favoráveis de evangelização, e a obediência às orientações da Igreja, apresentadas por aqueles que nela são reconhecidos como santos. Deste modo, poderemos sempre, como ele entre Lérin e Grã-Bretanha, passar de uma ilha a outra, ou seja, unir os irmãos no continente de amor que se abre aos que buscam servir a Deus e aos irmãos. Esta é a viagem que devemos fazer nesta vida, na barca da Igreja.

Oração:

Dai-nos, Senhor Deus, por intercessão de Santo Agostinho de Cantuária, a graça de bem nos prepararmos em humildade e conhecimento Vosso para vencer as distâncias que nos separam de Vós, a fim de que possamos incansavelmente levar a Boa Nova ao nosso próximo – tanto no sentido da nossa fraternidade como Vossos filhos, como no de haver sempre mais um a quem devemos amar e por isso evangelizar. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 26 de maio de 2024

NAZARENO: A verdadeira oração (o fariseu no Templo, o repúdio, o jovem rico) - (42)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 42 - A verdadeira oração (o fariseu no Templo, o repúdio, o jovem rico)

A viagem deles para Jerusalém continuava. Certa noite, depois de ser questionado novamente pelos discípulos sobre a oração, Jesus contou uma parábola sobre aqueles que convencidos de serem justos e desprezam os outros: “Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava interiormente deste modo: ‘Ó Deus, eu te dou graças porque não sou como o resto dos homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano; jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de todos os meus rendimentos’. O publicano, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!’. Eu vos digo que este último desceu para casa justificado, o outro não. Pois todo o que se exalta será humilhado, e quem se humilha, será exaltado”.

Em uma praça do vilarejo onde eles tinham acabado de entrar, se reuniu um grupo de fariseus. Jesus não os evita. Eles lhe perguntam: “É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja? “. Ele respondeu: “Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher? e que disse: Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne? De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”.

A discussão terminou. O Mestre está prestes a partir novamente quando um jovem bem-vestido, acompanhado por dois servos, se aproxima dele. Ele também tinha uma pergunta: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”. Jesus respondeu: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão só Deus. Tu conheces os mandamentos: não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe”. Então ele replicou: “Mestre, tudo isso eu tenho guardado desde minha juventude”. Fitando-o Jesus o amou e disse: “Uma só coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. Ele, porém, contristado com essa palavra, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens.

Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no Reino dos Céus. E vos digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/05/24/16/137977535_F137977535.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF