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sexta-feira, 31 de maio de 2024

Visitação de Nossa Senhora

Visitação de Nossa Senhora (Vatican News)

VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

Cardeal Orani João00 Tempesta
Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

Para encerrar o mês de maio, que é um mês especial para a Igreja, celebramos a memória litúrgica da visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Izabel. O mês de maio é dedicado a Nossa Senhora e às mães, pois nesse além da visitação Dela celebramos Nossa Senhora de Fátima no dia 13, e Nossa Senhora Auxiliadora no dia 24.

Normalmente nesse último dia do mês, as paróquias fazem a coração da imagem de Nossa Senhora, além de realizar a oração do terço. Aqui em nosso regional rezamos o terço pela paz em todas as Dioceses durante este mês com ampla transmissão pelos meios de comunicação. Aproveitemos esse último dia do mês e participemos da Santa Missa e agradeçamos a Nossa Senhora por ter dado o Sim que mudou a história da humanidade.

Nossa Senhora após ter dado o “Sim” a Deus por intermédio do anjo, não guarda para si a alegria daquele momento, mas leva essa boa noticia a Santa Izabel. Nossa Senhora nesse momento faz o que todo o discípulo deve fazer, por isso, Ela é a primeira discipula, Ela vai anunciar a Santa Izabel a alegria de servir a Deus.

Esse encontro entre Izabel e Nossa Senhora é o encontro da antiga e da nova aliança, ou seja, o filho que Izabel estava esperando em seu ventre que era João Batista, seria o precursor e a ponte entre que fecharia o Antigo Testamento e abriria o Novo Testamento com a chegada de Jesus.

João Batista, pregava um batismo de conversão dos pecados e preparava todo o povo de Israel para a chegada do Messias. Ele era um grande profeta que denunciava as injustiças e anunciava a verdade que vem de Deus.

O encontro entre Nossa Senhora e Santa Izabel é realização de duas grandes promessas, ou seja, as duas foram agraciadas por Deus. Nossa Senhora, a menina escolhida para gerar o Filho de Deus e Santa Izabel concebe em idade avançada, quando já nem se imaginava que ficaria grávida. Por isso, Nossa Senhora vai ao encontro de sua prima e fica seis meses com ela, pois precisava dividir com ela essa alegria e a maravilha que Deus estava fazendo na vida delas e de todo o povo de Israel.

Esse encontro muda completamente a vida de Santa Izabel e do menino que estava em seu ventre. Maria transmite a força do Espírito Santo à Santa Izabel e consequentemente ao menino que estava em seu ventre. Ao receber o anúncio do anjo, Nossa Senhora é agraciada com a força do Espírito Santo e por meio desse mesmo Espírito gera Jesus em seu ventre. Ao visitar Santa Izabel, Nossa Senhora transmite a força desse Espírito Santo para ela e para o menino que estava em seu ventre, para que pudesse cumprir a missão confiada por Deus de ser o precursor da vinda do Messias.

João é escolhido por Deus desde o ventre materno e já nasce cheio do Espírito Santo e com a missão profética aqui na terra. Izabel, após receber a saudação de Maria sente a criança pular dentro do seu ventre, era a ação do Espírito Santo agindo naquele momento. Nesse momento, além do encontro das mães, ou seja, Maria e Izabel, acontece o encontro dos filhos dentro do ventre de suas mães. Anos mais tarde, eles se encontraram pessoalmente, onde João Batista estava cumprindo a sua missão de profeta e batizando aqueles que desejavam e Jesus se deixa batizar por João para iniciar a sua vida pública.

Que cada um de nós possa ser como os quatro personagens dessa festa de hoje. Primeiro ser como Nossa Senhora, que leva a diante a boa nova do Evangelho, ser como João Batista, profetas nos dias de hoje, pregando a conversão dos pecados, ser como Jesus transmitindo o dom do Espírito Santo aos outros. E ainda, sermos a exemplo de Isabel, que se alegrou com a visita de Maria e de Jesus, que estava em seu ventre, nos alegrando todas as vezes que recebermos Jesus na Eucaristia.

Nessa festa da visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel, Ela proclama o cântico do Magnificat, que é a expressão de amor e do agradecimento de Nossa Senhora à Deus. Ela agradece o que Deus fez em favor de seu povo e expressa a grande alegria por ter sido escolhida dentre tantas moças de seu tempo para gerar o Filho de Deus. “Porque olhou para sua pobre serva, por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações” (Lucas 1,48). Através do sim de Maria, Deus escolheu não salvar somente Israel, mas toda a humanidade e todo aquele que queira buscar o Senhor de coração sincero.

Através da encarnação do Verbo, Deus sela a aliança com a humanidade, sobretudo com a morte de Cruz. Essa aliança continua após a ressurreição de Jesus e é selada de uma vez por todas em Pentecostes, com o envio do Espírito Santo. Ou seja, o Espírito Santo está presente no mundo desde antes da encarnação de Jesus, o acompanha em sua vida pública, e está presente até hoje a partir de Pentecostes.

Após o anúncio do anjo, Nossa Senhora se abre à necessidade do próximo, por isso Ela não vai apenas visitar Isabel, mas vai ajudar em suas necessidades. Através do amor que Deus tem por nós nos abrimos ao amor do próximo. Essa é a missão do discípulo de Cristo, levar a Palavra de Deus adiante e ajudar o próximo em suas necessidades. Olhemos para aqueles que mais sofrem, para os que precisam de ajuda em nossa comunidade, bairro e nos centros das cidades. Podemos ajudar doando alimentos aos mais necessitados em nossas comunidades e ainda, se tivermos condições ajudar financeiramente aos mais necessitados, sobretudo agora ajudando as vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul que perderam tudo o que tinham.

Celebremos com alegria a festa da visitação de Nossa Senhora a Santa Izabel, e aprendamos a exemplo de Maria a sermos pequenos e humildes diante de Deus e a olharmos as necessidades do próximo.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Solidariedade dos bispos húngaros com vítimas de enchentes em Porto Alegre

Resgate de pessoas de área alagada no bairro Cavalhada após fortes chuvas em Porto Alegre (REUTERS/Diego Vara)

A Conferência Episcopal Húngara fez uma doação à Paróquia São Martinho, localizada no Bairro Cristal, zona sul de Porto Alegre, construída em 1968 pelo sacerdote húngaro Pe. Ladislau Molnar. Nos fundos da paróquia foi construída em 1990 uma Casa de Retiros, que agora acolhe mulheres e crianças desabrigadas pelas enchentes.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

"Sentimos uma profunda compaixão e trazemos em nosso coração cheio de oração, as vítimas e todos os atingidos pelas enchentes que devastaram o Brasil em maio de 2024."

Assim inicia o comunidado do Secretariado Geral da Conferência Episcopal Húngara, que nesta quinta-feira, 30 de maio, informou sobre a doação de US$ 14.035,88 à Paróquia São Martinho, em Porto Alegre, que na sua Casa de Retiros passou a acolher mulheres e crianças desabrigadas pelas inundações em Porto Alegre.

O episcopado recorda na nota que a Paróquia foi fundada em 1968 pelo sacerdote húngaro Pe. Ladislau Molnar (László Molnár, em húngaro), hoje com 93 anos, que chegou ao Brasil em 1956 após fugir do comunismo e da repressão em seu país. O pároco atual é o padre Miguel Martins Costa.

A Casa de Retiros que acolhe os desabrigados foi construída sob inspiração do sacerdote húngaro em regime de mutirão, que envolveu toda a comunidade ao longo de todo o ano de 1990. Mais de 10 mil pessoas participaram dos retiros oferecidos no local, e que eram ministrados por membros da Fraternidade Nossa Senhora da Evangelização.

A Casa de Retiros ao fundo da Paróquia. (Foto: Mauricio Salvadori) | Vatican News

E diante da atual catástrofe climática, os retiros abriram espaço para a caridade e a solidariedade às populações atingidas. De fato, foi formada uma parceria com a Prefeitura de Porto Alegre, o que possibilitou à Casa de Retiros, com seus 22 quartos, acolher crianças e mulheres desabrigadas. O local, que já dispunha de um refeitório, conta agora também com lavanderia.

Esta ajuda imediata decidida pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal Húngara tem por objetivo, como especificado na nota, "socorrer os necessitados com alimentação, roupas, produtos de higiene", além de suprir outras prementes necessidades.

Segundo o boletim divulgado nesta quinta-feira,  30, as chuvas sem precedentes que deixaram um rastro de destruição no Estado do Rio Grande do Sul, provocaram a morte de 169 pessoas e afetaram 2,3 milhões de gaúchos em 473 municípios. 44 pessoas ainda estão desaparecidas. Há cerca de 581 mil pessoas desalojadas no Estado e pouco mais de 45 mil estão em abrigos. 

Vista da fachada da Igreja São Martinho, no Bairro Cristal, em Porto Alegre. (Foto: Maurício Salvadori) | Vatican News.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Linda sequência de Corpus Christi de São Tomás de Aquino

Pascal Deloche | Deus
“Quando tive Jesus Sacramentado na minha frente não conseguia olhar para ele, tremia”
Mónica Muñoz - publicado em 29/05/24

São Tomás de Aquino compôs a sequência cantada na solenidade de Corpus Christi, na qual descreve eloquentemente o mistério da Eucaristia.

São poucas as celebrações em que se acrescenta uma sequência em que se exalta o mistério que se comemora durante a santa Missa. Uma delas é a solenidade de Corpus Christi, que é cantada ou recitada antes da leitura do Evangelho.

Esta em particular, composta por São Tomás de Aquino em 1264 , tem a capacidade de elevar o espírito à contemplação diante do mistério da Eucaristia, na qual descreve admiravelmente como o Senhor se transforma em pão e vinho para se dar como alimento ao crentes.

Este é o texto completo da sequência de Corpus Christi

Mônica Muñoz

Louvemos o Salvador, que é nosso pastor e guia.
Louvemo-lo com hinos e cânticos de alegria.
Louvemo-lo sem limites e com todas as nossas forças;
Porque o Senhor é tão grande que o nosso louvor é pouco.

Com alegria hoje aclamamos Cristo, que é o nosso pão,
porque Ele é o pão da vida, que nos dá a vida imortal.
Eram doze que jantaram e ele deu pão aos doze.
Doze então comeram, e depois todos os homens.

Que o louvor seja pleno e repleto de canções alegres;
Que nossa alma transborde em todo um concerto sagrado.
Hoje celebramos com alegria a gloriosa instituição
deste banquete divino, o banquete do Senhor.

Esta é a nova Páscoa, a Páscoa do Rei Único,
que põe fim à pesada aliança da lei.
Este novo, sempre novo, é a luz da verdade,
que substitui o antigo por uma nova clareza.

Naquela última ceia, Cristo fez a maravilha
de deixar aos seus amigos o memorial da sua vida.
Ensinados pela Igreja, consagramos o pão e o vinho,
que redimem os homens e dão força no caminho.

É um dogma cristão que o pão se transforma em carne
e o que antes era vinho se transforma em sangue.
Há coisas que não entendemos, porque a razão não basta;
mas se os virmos com fé, eles entrarão no coração.

Sob vários símbolos e em diferentes figuras,
estão escondidas certas verdades maravilhosas e profundas.
Seu Sangue é a nossa bebida; Sua Carne, nosso alimento;
mas no pão ou no vinho Cristo é completo.

Quem come não o quebra, não parte nem divide;
ele é o todo e a parte; Está vivo em quem o recebe.
Pode ser apenas um que se aproxima do altar,
ou podem ser multidões: Cristo não terá fim.

Pessoas boas e más comem, com benefícios diferentes;
Ter vida não é o mesmo que ser condenado à morte.
Ele mata os maus e dá vida aos bons.
Que efeito diferente a mesma comida tem!

Se eles dividirem, não se preocupe; Eles apenas se separam do exterior;
No menor fragmento inteiro o Senhor bate.
Quando separam o exterior, separam apenas o que você viu;
não é uma diminuição da pessoa de Cristo.

O pão que desce do céu é alimento para os viajantes.
É um pão para as crianças. Não jogue para os cachorros!
Isaque, o inocente, é figura deste pão,
com o cordeiro pascal e o misterioso maná.

Tem compaixão de nós, bom pastor, pão verdadeiro.
Alimente-nos e cuide de nós e leve-nos ao céu.
Você pode e sabe tudo, pastor de ovelhas, divino.
Conceda-nos no céu desfrutar da herança com você.

Fonte: https://es.aleteia.org/

O Papa: a Eucaristia, resposta de Deus à fome profunda do coração humano

Missa do Papa na Solenidade de Corpus Christi (2021) (Vatican Media)

Numa postagem no X, Francisco lembra a Solenidade de Corpus Christi, celebrada no Vaticano e no Brasil, em 30 de maio. Em 2 de junho, o Pontífice presidirá a missa na catedral de São João de Latrão.

Vatican News

"A Eucaristia é a resposta de Deus à fome mais profunda do coração humano, à fome de vida autêntica: nela, o próprio Cristo está realmente presente no meio de nós para nos alimentar, consolar e sustentar ao longo do caminho."

Por meio de sua conta @Pontifex em nove idiomas e com milhões de seguidores na rede social X, o Papa Francisco recorda a Solenidade de Corpus Christi que, no Vaticano, e também no Brasil e outros países, é celebrada nesta quinta-feira, 30 de maio.

Nesta postagem, o Pontífice exalta o valor infinito da Eucaristia como comunicação direta entre Deus e o homem, relacionando-a ao conceito de fome. Em sua homilia na missa de Corpus Christi de 2020, na Basílica de São Pedro, o Papa enfatizou que a Eucaristia “nos levanta de nosso confortável sedentarismo, nos lembra que não somos apenas bocas para alimentar, mas também somos suas mãos para alimentar nosso próximo. Agora é urgente que cuidemos de quem tem fome de alimento e dignidade, de quem não tem trabalho e luta para sobreviver. Devemos fazer isso de forma concreta, como concreto é o Pão que Jesus nos dá”. “Precisamos de uma proximidade real, precisamos de verdadeiras correntes de solidariedade”, acrescentou Francisco, “Jesus na Eucaristia se faz próximo de nós: não deixemos sozinho quem está próximo de nós!”

As celebrações dos anos anteriores

Fome, mas também sede: em sua homilia de 2021, o Papa observou que “para celebrar a Eucaristia, é preciso antes de tudo reconhecer a própria sede de Deus: sentir-se necessitado Dele, desejar sua presença e seu amor, ter consciência de que não podemos fazer isso sozinhos, mas precisamos de um Alimento e uma Bebida de vida eterna para nos sustentar em nosso caminho”. "O drama de hoje é que, muitas vezes, a sede foi saciada", observou o bispo de Roma. "As perguntas sobre Deus foram extintas, o desejo por Ele diminuiu, quem busca a Deus está se tornando cada vez mais raro. Deus não atrai mais porque não sentimos mais nossa sede profunda. Mas somente onde há um homem ou uma mulher com um jarro de água - pensemos na mulher samaritana, por exemplo - o Senhor pode se revelar como Aquele que dá nova vida, que alimenta nossos sonhos e aspirações com esperança confiável, presença de amor que dá sentido e direção à nossa peregrinação terrena".

“Nossa adoração eucarística encontra sua verificação quando nos preocupamos com o próximo, como faz Jesus: ao nosso redor há fome de alimento, mas também de companhia, de consolo, de amizade, de bom humor, de atenção”, enfatizou Francisco durante o Angelus de Corpus Christi de 2022, na Praça São Pedro. “Há uma fome de ser evangelizados. Encontramos isso no Pão Eucarístico: a atenção de Cristo às nossas necessidades e o convite para fazer o mesmo com quem está ao nosso redor. É preciso comer e dar de comer”.

Missa em São João de Latrão no dia 2 de junho

No dia 2 de junho, às 17h, o Papa Francisco celebrará a missa de Corpus Christi na catedral de São João de Latrão, seguida da tradicional procissão pela Via Merulana até Santa Maria Maior e da bênção eucarística. O pontífice argentino retomará, assim, a tradição inaugurada por João Paulo II e continuada por Bento XVI, que participavam da procissão num carro-altar com ostensório, e também Francisco, em 2013, ano de sua eleição. 

Em 2014, 2015 e 2016, Francisco não participou da procissão, mas celebrou a missa e depois deu a bênção eucarística em Santa Maria Maio. Em 2017, o Pontífice decidiu celebrar o Corpus Christi no domingo para incentivar uma maior participação dos fiéis. Em 2018, a mudança de local, recuperando uma prática que parecia remontar a Paulo VI, que celebrou a solenidade várias vezes em bairros novos e periféricos de Roma a partir de 1965. Naquele ano, de fato, a celebração do Papa realizou-se, em Ostia, na praça em frente à paróquia de Santa Mônica.

Em 2019, Francisco celebrou o Corpus Christi, novamente no domingo, no adro da igreja de Santa Maria Consolatrice em Casal Bertone, uma área ligada à história dos bombardeios na capital durante a Segunda Guerra Mundial. Em 2020 e 2021, na época da pandemia de Covid-19, a missa foi celebrada (ainda aos domingos) na Basílica de São Pedro. Em 2022, quando estava se recuperando de sua hospitalização no Gemelli, e em 2023, devido a “limitações impostas” por dores no joelho, o Papa não presidiu nenhuma liturgia. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Hoje é celebrado são Fernando III, padroeiro dos governantes e protetor dos desamparados

São Fernando III (ACI Digital)
30 de maio
São Fernando III

A Igreja Católica celebra hoje (30) o rei são Fernando III, padroeiro da Espanha. Ele era um homem de imensa fé. Como governante, sempre agiu inspirado nos valores cristãos, o que contribuiu enormemente para o engrandecimento de sua nação.

A vida deste santo pode ser compreendida através das próprias palavras dele, pronunciadas antes de morrer: “Senhor, nu saí do seio de minha mãe, a terra, e nu me ofereço a ela. Senhor, receba minha alma entre seus servos".

São Fernando nasceu na Espanha no final do século XII, em 1198. Durante seu reinado unificou os reinos de Leão e Castela, o que favoreceu efetivamente os cristãos que continuaram lutando contra o invasor muçulmano.

Os árabes ocupavam nessa época grande parte da Península Ibérica. Finalmente, Fernando III libertou as regiões de Córdoba, Múrcia, Jaén, Cádis e Sevilha.

Exitoso na guerra e moderado na paz, são Fernando III era um homem piedoso, ajoelhado diante de Deus e preocupado com o bem-estar de seus súditos. O rei se definia como um "servo da Virgem Maria" e estava convencido de que todo reino da terra deveria ser uma antecipação do Reino de Deus.

Fundou as universidades de Salamanca, Palencia e Valladolid. Começou a construção das catedrais de León, Toledo e Burgos. Pertenceu à Ordem Terceira de São Francisco, sempre carregou consigo uma imagem da Virgem Maria e não teve medo de fazer penitência pública quando necessário.

Ele foi casado duas vezes. A primeira vez com Beatriz de Suabia, que lhe deu dez filhos. Ele ficou viúvo e se casou com Maria de Ponthieu, com quem teve mais cinco filhos. Seu filho mais velho, Alfonso X, era conhecido como "Alfonso, o Sábio"; enquanto sua filha Eleanor se casou com Eduardo I da Inglaterra.

São Fernando III morreu em 30 de maio de 1252 e foi canonizado em 1671 pelo papa Clemente X. É considerado padroeiro da Espanha, título que detém juntamente com o apóstolo são Tiago. Ele também é considerado "protetor dos cativos, desamparados e governantes", e muitas instituições na Espanha e na América levam seu nome ou estão sob a sua proteção.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Pobre Homem da Rússia (1)

A Igreja da Santíssima Trindade no Mosteiro de Diveyevo, na região de Nizhny Novgorod, onde estão guardados os restos mortais de São Serafim [© Tass] | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 05/2009

SERAFIM DE SAROV. Duzentos e cinquenta anos após o nascimento

O Pobre Homem da Rússia

Como Francisco de Assis, Serafino pertence a uma “qualidade” particular de testemunhas da história da Igreja: a dos narradores da doçura e da ternura de Deus. Artigo do fundador da Comunidade de Bose também sobre o santo monge ortodoxo. venerado pelos católicos.

por Enzo Bianchi

Serafim de Sarov é o santo mais amado e venerado, junto com São Sérgio de Radonezh, entre todos os santos russos; ele é um verdadeiro “ícone da espiritualidade russa” (Pavel Evdokimov), uma de suas expressões mais maduras e conscientes. Serafino é o santo seráfico, doce e gentil de coração, uma das faces mais brilhantes de toda a tradição ortodoxa; mas há também nele um excesso que transcende essa mesma tradição que o alimentou. Precisamente porque ele encarna plenamente as suas raízes, a sua mensagem tem um alcance universal, para todas as Igrejas e para todos os homens.

Prokhor Moshnin, o futuro starets Serafim, nasceu em Kursk, província de Tambov, em 19 de julho de 1759, em uma família de comerciantes. Seu pai, Isidoro (Sidor), morreu quando Prócoro tinha apenas três anos; sua mãe Agathia deixou-lhe um grande legado de fé e oração. Já as Vidas mais antigas narram como aos sete anos ele permaneceu ileso ao cair do andaime da igreja, dedicada a São Sérgio, que a empresa da família estava construindo: sua mãe leu ali uma intervenção milagrosa da Mãe de Deus. ainda menino, Prócoro aprendeu a ler assiduamente os Salmos e os Evangelhos. Aos dezessete anos partiu em peregrinação a Kiev, para questionar e ouvir o famoso recluso Dosifej, que o encaminhou ao eremitério de Sarov. No dia 20 de novembro de 1779, véspera da Apresentação da Mãe de Deus no Templo, o jovem Prócoro iniciou o noviciado, trabalhando por obediência primeiro como padeiro e depois como carpinteiro. Nestes anos conheceu os escritos dos Padres sobre a vida espiritual e começou a praticar a oração de Jesus. Foi então que uma doença misteriosa e longa o atingiu, obrigando-o a deitar-se durante dezoito meses. Ao superior de Sarov, o velho Pacômio, preocupado com a vida do jovem, confidenciou: «Entreguei-me aos verdadeiros doutores das almas e dos corpos: Nosso Senhor Jesus Cristo e sua puríssima Mãe, a bem-aventurada Virgem Maria». . E a Mãe de Deus visitou o noviço Prócoro, curando-o.

Este episódio tem valor emblemático. Muitos anos depois, quando bandidos atacaram Serafino que se retirara para a solidão da floresta de Sarov, deixando-o morrer, a Mãe de Deus voltou a manifestar-se a ele, acompanhada pelos apóstolos Pedro e João, aos quais disse: «Este ele é da nossa linhagem." Como São Sérgio de Radonez, como São Francisco de Assis no Ocidente, Serafino pertence a uma particular “qualidade” de testemunhas na história da Igreja: à nuvem dos hermeneutas, dos narradores do ágape, da doçura, da ternura; aqueles que experimentam e por isso afirmam que Deus é só amor (ver 1 João 4,8), aqueles que guardam as palavras no coração Lc2, 51), em vez de pregá-las com a boca, aqueles que fazem de cada dia um amanhecer para correr cheios de fogo até o túmulo para contemplar a Ressurreição. Maria, a Mãe do Senhor, Pedro, João: constelação maravilhosa e ardente que percorre a história no sinal da aceitação mútua, no chamar-se constantemente de mãe e filho (cf. Jo 19, 26-27), no consumo do amor pelo encontro com o Amado, em alegria pela ressurreição de Cristo! O que podem dizer incessantemente estas testemunhas dos primeiros dias senão que “Cristo ressuscitou!”? Serafino, também da mesma linhagem destes santos agápicos, quando encontrava um irmão saudava-o com o desejo pascal em todas as épocas do ano: « Radost' moja, Christos voskrese! [Minha alegria, Cristo ressuscitou!]». Lendo a sua vida não podemos deixar de concordar com as palavras pronunciadas pela Mãe de Deus sobre ele, não podemos deixar de captar o flamejante entre o flamejante, os serafins do Novo Testamento que viveram de amor.

«Em 13 de agosto de 1786, com autorização do Santo Sínodo, Prócoro foi tonsurado monge pelo seu superior, o hieromonge Pacômio, e foi-lhe dado o nome de Serafino. Tendo aceitado o novo nome angélico, desviou os olhos das coisas vãs e, convertido com a conversão desejada por Deus, dirigiu o seu caminho, com atenção interior e com a mente imersa na contemplação de Deus, para o sol eterno da verdade, Cristo Deus, cujo nome ele sempre carregou no coração e nos lábios”. Assim é contado o início da jornada monástica de Serafino em uma das primeiras Vidas . Ainda diácono, durante a liturgia teve a visão de Cristo vindo em glória. Em 1793 foi ordenado sacerdote pelo bispo de Tambov; após a morte de seu superior Pacômio em 1794, ele pediu permissão ao seu sucessor Isaías para levar uma vida solitária. Depois de se retirar para uma isba na floresta, a que chamou "o Pequeno Deserto Distante", dedicou-se a uma vida ascética caracterizada por longos jejuns, vigílias frequentes e trabalho num pequeno jardim de onde tirava o seu sustento. Voltava ao mosteiro apenas aos domingos para a liturgia comum e para comunicar-se na Eucaristia.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Solenidade de Corpus Christi

Solenidade de Corpus Christ (Vatican Media)

Celebrar a Eucaristia e partilhar o corpo e o sangue do Senhor é comprometer-se em partilhar o que se tem e, sem dúvida, partilhar a própria vida como fez Jesus e continua fazendo na Eucaristia.

Padre César Augusto, SJ - Vatican News

Desde criança, nos acostumamos tanto a ir à missa dominical que perdemos um pouco o significado do que celebramos. Ela corre o perigo de se tornar um simples momento de oração comunitária e de devoção. Se isso acontece, estamos corrompendo o sentido da Eucaristia.

Em primeiro lugar, ela nos conscientiza da grande amizade selada entre Deus e o Homem. Deus quer se unir para sempre ao ser por ele criado, que inventa um modo de estar sempre visivelmente presente aos olhos de sua criatura.  Mais ainda, na 1ª Carta aos Coríntios, Paulo nos diz que o Senhor realizou a nova e eterna aliança, através do derramamento de seu sangue, objeto de perdão e da santificação humana. O pão, seu corpo, é partido como alimento entre os irmãos. “Porque há um só pão, nós todos somos um só corpo, pois todos participamos desse único pão.” (1Cor 10,17)

Por isso do mesmo modo que a Igreja faz a Eucaristia, a Eucaristia faz a Igreja. Não é possível separar o corpo eucarístico do corpo eclesial, da comunidade.

Celebrar a Eucaristia é fazer memória da ação do Senhor na Ceia e de sua morte, é tornar presente seu sacrifício redentor, é a celebração da partilha na Comunidade e é a celebração do futuro, de sua vinda gloriosa.

Celebrar a Eucaristia e partilhar o corpo e o sangue do Senhor é comprometer-se em partilhar o que se tem e, sem dúvida, partilhar a própria vida como fez Jesus e continua fazendo na Eucaristia. De fato, viver a Eucaristia é comprometer-se com o outro, é fazer-se responsável pelo outro.

Que nossa vida, nossos dias, sejam marcados pelo seguimento da pessoa de Jesus Cristo, de sua entrega para o bem de todos, sem receio de sacrifícios e de partilhas. Partilhar o pão eucarístico, o corpo do Senhor, seja incentivo e também reflexo da partilha do pão que está sobre nossa mesa, de todos os dons que o Senhor nos presenteia, sem mérito nosso, enfim, de toda nossa vida.

 Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Joana d'Arc

Santa Joana d'Arc (A12)
30 de maio
Santa Joana d'Arc
Joana nasceu no vilarejo de Domrémy, Ducado de Lorena, França, em 1412. Era filha de camponeses, demonstrando desde a infância muita piedade; gostava da contemplação e das celebrações litúrgicas, interessando-se pelo Catecismo e Doutrina Católica, embora analfabeta – assinava o nome com uma cruz. Trabalhava em casa e às vezes com as ovelhas do pai.

Aos 13 anos começou a ter experiências místicas, ouvindo as vozes que identificou mais tarde como sendo as do Arcanjo São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida de Antioquia. O anjo dizia que ela deveria socorrer o rei da França. Os pais pensaram que a menina estivesse enlouquecendo.

Neste período, a França, um dos maiores países católicos do mundo, mas dividida internamente e sofrendo decadência moral e religiosa, lutava na chamada Guerra dos Cem Anos (1337-1453) contra a invasora Inglaterra, que reivindicava o trono francês. Aos 17 anos, Joana, orientada pelas vozes celestes, entendeu que deveria encontrar o legítimo rei francês, Carlos VII, e trabalhar para a sua coroação (Henrique V da Inglaterra, neste período da guerra, tinha mais comando do país, e seu filho Henrique VI, então ainda um menino, veio a ser coroado rei da Inglaterra em 1429 e rei da França em 1431), bem como liderar os exércitos para combater os ingleses e expulsá-los da França.

Obviamente, o processo de uma camponesa iletrada chegar ao rei não foi simples, mas por fim ela o conseguiu em 1429. Para testar o que se dizia dela, que era enviada por Deus, Carlos VII disfarçou-se e um impostor foi colocado em seu lugar, com todo o aparato real. Joana, que nunca tinha visto a face de Carlos, sem se importar com o falso regente procurou e encontrou entre os presentes o legítimo monarca, dirigindo-se a ele e apresentando sua missão divina. Isto impressionou a todos, mas só após muitos testes, e a evidência de que ela conhecia coisas que só lhe poderiam ter sido reveladas por Deus, o rei concordou em seguir as suas orientações.

Joana, sempre vestida como um homem, tanto para não chamar a atenção dos adversários como para não provocar o desejo dos combatentes, passou a comandar os exércitos franceses. Sua presença disciplinava os soldados, e ela exigia deles um comportamento digno e orações: as prostitutas que acompanham a soldadesca foram expulsas, o jogo e a bebida proibidos; os soldados passaram a ter acesso aos Sacramentos e à Santa Missa, confessando e comungando antes das batalhas. O carisma sobrenatural de Joana impunha respeito e animava os soldados, que a viam como um ser angelical. Jamais a desrespeitaram.

Foi-lhe infundido um conhecimento militar que não possuía, e, montada num cavalo, com um estandarte trazendo as imagens de Jesus e Nossa Senhora em uma mão e uma espada na outra, que entretanto nunca usou, ela não apenas organizava as ações, como participava na vanguarda das batalhas. Sua primeira ação militar foi debelar o cerco que os ingleses faziam na cidade de Orleans. Seguiram-se várias campanhas, nas quais nem sempre os generais a obedeciam totalmente. Ainda assim sucederam-se as vitórias francesas, até que no vale de Loire os ingleses perderam 2.200 soldados e seu comandante foi preso. Isto permitiu a Carlos chegar à cidade de Reims, onde finalmente foi coroado, em julho de 1429.

A guerra continuou, sempre a favor da França, na qual restavam ainda poucas regiões invadidas. Mas o rei não foi verdadeiramente grato a Joana. Contrariamente à vontade dela, insistiu para que participasse na reconquista de Paris. No cerco de Compiègne, em 1430, Joana foi capturada à traição pelos borgonheses, colaboradores dos ingleses, que a receberam em troca de dinheiro.

Foi então montado um processo iníquo, grotesco e ilegal contra ela, conduzido por Pedro Cauchon, um bispo traidor membro do Conselho Inglês em Rouen, e que agiu como “autoridade” inquisitorial. Sem qualquer auxílio, do rei ou advogados, a que tinha direito e que lhe foi negado, ela enfrentou todo tipo de acusações, sob maus tratos e pressões, num proceder cada vez mais arbitrário e contrário às leis – pois, divinamente inspirada, a tudo respondia com exatidão, de modo que por mais que a tentassem confundir, não conseguiam que desse motivos para nenhuma condenação.

Durante quatro semanas, presa numa cadeia de ferro e humilhada constantemente, Joana manteve-se fiel às suas razões e missão divina; por proteção divina, sua virgindade foi mantida. Por fim, sem mais argumentos, foi condenada por usar roupas masculinas – as de quando capturada em batalha – e sob a alegação de bruxaria, por dizer que ouvia vozes divinas na ordem para restaurar o reinado francês: o tribunal “interpretou” tais vozes como demoníacas e a condenou à fogueira. Foi executada a 30 de maio de 1431, com 19 anos, numa praça pública de Rouen, afirmando até o final a veracidade das vozes e da sua missão divina.

Depois da sua morte, os ingleses continuaram perdendo a guerra, definida com a derrota em Castillon, 1453. Apenas Calais permaneceu como posse inglesa continental, mas também foi capturada em 1558.

O Papa Calisto III, a pedido dos pais de Joana, reviu seu processo 20 anos depois, constatando a sua completa injustiça, e a reabilitando publicamente. Joana d’Arc foi canonizada, reconhecida como Mártir da Pátria e da Fé e proclamada padroeira da França.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A vocação de Santa Joana d’Arc é uma das mais insólitas dentre a dos santos. Deus a cumulou de dons especialíssimos, e lhe deu uma missão original, de reconquistar militarmente um país para a sua identidade católica – sendo ela uma mulher pobre e iletrada, muito jovem e inexperiente. Deste modo, quis o Senhor evidenciar que é Ele, mesmo através dos fracos, que age nos destinos do mundo, ainda que sempre respeitando a liberdade que deu ao Homem: “Mas Deus escolheu o que é louco aos olhos do mundo, para confundir os sábios. E Deus escolheu o que é fraco diante do mundo, para confundir os fortes. (…) Para que, como está escrito: ‘Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor’” (1Cor 1,27-28.31). Deus quis preservar a França, maior país católico do mundo, que contudo, mais tarde, pela desobediência de não se consagrar a Ele, sofreu a punição da Revolução Francesa, em muitos aspectos parecida com a Revolução comunista Bolchevique: falsas promessas de igualdade, baseadas no abandono a Deus e desrespeito à hierarquia, e responsáveis por incontáveis mortes, a começar as dos próprios cidadãos e depois em outros países. Sempre com a propaganda falaciosa das ideias atraentes de igualdade, liberdade e fraternidade (as quais, obviamente, não podem existir sem Deus, fonte da verdadeira liberdade e fraternidade espiritual, e da única igualdade possível, a de sermos Seus filhos amados, e por este único motivo devermos ser tratados todos com caridade e justiça – o que não implica absolutamente em paridade material, de funções, etc., mas sim de dignidade existencial). Toda a trajetória de Joana é milagrosa, desde a consciência pessoal da sua missão até a sua efetiva defesa individual diante de um tribunal malicioso, e a determinação intransigente de morrer pela Fé. Seu mérito está, é claro, em aceitar tudo o que Deus lhe propôs, a começar pelo mais importante: nas suas próprias palavras, "Quando eu tinha mais ou menos 13 anos, ouvi a voz de Deus que veio ajudar-me a me governar. (…) Ela me ensinou a me conduzir bem e a frequentar a igreja". Ouvir e obedecer à voz de Deus, que nos chegue por meios sobrenaturais se for a vontade divina, quer através da Doutrina da Igreja, é o caminho que nos é oferecido para a realização das boas obras, grandes ou pequenas, que nos levarão à salvação, segundo o plano de Deus para cada filho Seu, individualmente.

Oração:

Senhor Deus, que sempre combateis por nós, concedei-nos por intercessão de Santa Joana d’Arc expulsar de nossas vidas a invasão das tentações e pecados, que de Vós nos afastam, e pretendem nos dominar com falsas promessas de bens deturpados; pois só Vos ouvindo, e obedecendo à Palavra que ensinas é que restauraremos Vosso reinado na alma e poderemos participar da Vossa corte celestial. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF