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domingo, 2 de junho de 2024

Papa no Angelus: contra a lógica do egoísmo, tornemo-nos cristãos "eucarísticos"

Angelus de 01/06/2024 - Papa Francisco (Vatican News)

“Graças à Eucaristia, nos tornamos profetas e construtores de um mundo novo. Quando superamos o egoísmo e nos abrimos ao amor, estamos partindo o pão de nossas vidas como Jesus”, disse o Papa Francisco no Angelus, referindo-se à festa de Corpus Christi, cuja solenidade a Igreja no Brasil celebrou na última quinta-feira.

https://youtu.be/ylMSp0W84Ww

Thulio Fonseca - Vatican News

Neste domingo, 2 de junho, diante de milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco dedicou a meditação que precede a oração do Angelus à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, celebrada hoje na Itália e em outros países. O Pontífice, em sua alocução, refletiu sobre o Evangelho da liturgia, que nos apresenta a Última Ceia de Jesus (Mc 14,12-26), durante a qual Ele realiza um gesto de entrega:

“No pão partido e no cálice oferecido aos discípulos, é Ele mesmo que se doa por toda a humanidade e se oferece pela vida do mundo.”

Tornar-se "pão partido" para o próximo

Francisco sublinhou que, no gesto de partir o pão, há um aspecto importante presente nas palavras de Jesus: "e lhes deu", e completou: "A Eucaristia, de fato, remete antes de tudo à dimensão do dom. O Senhor toma o pão não para consumi-lo sozinho, mas para parti-lo e dá-lo aos discípulos, revelando assim sua identidade e sua missão", pois, de toda a sua vida, Jesus fez um dom.

"Compreendemos, assim, que celebrar a Eucaristia e alimentar-se desse Pão, como fazemos especialmente aos domingos, não é um ato de culto desvinculado da vida ou um simples momento de consolação pessoal. Sempre devemos nos lembrar que Jesus tomou o pão, partiu-o e lhes deu e, portanto, a comunhão com Ele nos torna capazes de também nos tornarmos pão partido para os outros, de compartilhar o que somos e o que temos."

Cristãos “eucarísticos”

Segundo o Papa, este é o chamado de todo cristão: tornarmo-nos "eucarísticos", ou seja, pessoas que não vivem mais para si mesmas, na lógica da posse e do consumo, mas que sabem fazer de suas vidas um dom para os outros. Assim, graças à Eucaristia, nos tornamos profetas e construtores de um mundo novo:

"Quando superamos o egoísmo e nos abrimos ao amor, quando cultivamos laços de fraternidade, quando compartilhamos os sofrimentos de nossos irmãos e dividimos nosso pão e nossos recursos com os necessitados, quando colocamos à disposição de todos os nossos talentos, então estamos partindo o pão de nossas vidas como Jesus."

Dom de amor

Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a uma reflexão interior:

"Perguntemo-nos então: guardo minha vida somente para mim ou a dou como Jesus? Eu me gasto pelos outros ou estou fechado em meu pequeno eu? E, nas situações do dia a dia, sei como compartilhar ou busco sempre o meu próprio interesse?"

"Que a Virgem Maria, que acolheu Jesus, o Pão descido do Céu, e se doou inteiramente junto com Ele, ajude também a nós a nos tornarmos um dom de amor, unidos a Jesus na Eucaristia", concluiu Francisco.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Marcelino e São Pedro Mártir

São Marcelino e São Pedro Mártir (A12)
02 de junho
São Marcelino e São Pedro Mártir

Pouco se sabe sobre a origem desses dois santos mártires. Marcelino era presbítero e Pedro exorcista. Ambos eram muito conhecidos pela comunidade e foram denunciados por serem cristãos e estarem trabalhando pela conversão de muitas pessoas. Conta-se que eles realizaram milagres, dentre os quais a cura de filha do seu carcereiro, chamado Artêmio, que se converteu ao cristianismo com sua família.

Os santos Marcelino e Pedro, foram condenados à morte durante a perseguição do imperador Diocleciano no ano 304. De acordo com o Papa São Dâmaso, eles foram levados ao lugar do suplício no meio de uma floresta, chamada Selva Negra, onde foram obrigados a cavar com as próprias mãos a sua sepultura, para que seus corpos ficassem ocultos; por fim, foram decapitados. Tempos depois, uma mulher piedosa chamada Lucina sepultou dignamente seus corpos em Roma, junto à Via Labicana, no cemitério “ad Duas Lauros”.

Uma invocação nasceu do povo, que rezava: “Marcelino e Pedro, poderosos protetores, escutem nossos clamores”.

Colaboração: Josimeri Farias

Reflexão:

Os mártires são as grandes testemunhas de fé cristã, foram homens e mulheres que não temeram derramar seu sangue em favor da fidelidade ao Cristo e a Igreja. A vida dos santos Marcelino e Pedro nos inspiram a ter gestos e palavras de conforto para com os sofredores e, sobretudo, a dedicar nossas vidas para proclamar a Palavra santificadora do Evangelho em todo tempo e lugar.

Oração:

Senhor Deus Todo-poderoso, concede-nos a graça de uma evangelização centrada no amor, de forma que muitas famílias se convertam e se tornem sinais visíveis deste amor que santifica e salva. Te pedimos a sensibilidade de perceber as necessidades daqueles que estão ao nosso redor e a força para não ter medo das exigências de ser seu discípulo. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 1 de junho de 2024

NAZARENO: Do sepulcro para a vida (a ressurreição de Lázaro) - (43)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 43 - Do sepulcro para a vida (a ressurreição de Lázaro)

É um dia cheio de luz. Eles caminham em silêncio, todos juntos. De repente, Jesus tomou os Doze a sós e lhes disse, enquanto caminhavam: “Eis que estamos subindo a Jerusalém e o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e escribas. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios para ser escarnecido, açoitado e crucificado. Mas no terceiro dia ressuscitará”.

Um anúncio de seu iminente sofrimento. Enquanto isso, em Betânia, na casa de seus amigos, a vida de Lázaro está sendo consumida, assistida por suas irmãs Marta e Maria. Ele foi acometido de uma infecção que, em poucos dias, o imobilizou na cama, vítima de febre alta e dores intensas. De nada adiantaram os remédios de seus vizinhos e os médicos que as irmãs do enfermo haviam trazido de Jerusalém. "Se Jesus estivesse aqui!", repetiam as duas jovens com frequência. "Digam a Jesus que eu o amo", repetia Lázaro com frequência. Graças a um grupo de comerciantes a caminho de Jerusalém, Marta e Maria ficam sabendo que o Mestre está do outro lado do Jordão e, por isso, mandam então dizer a Jesus: “Senhor, aquele que amas, está doente”. A essa notícia Jesus disse: “Essa doença não é mortal, mas para a glória de Deus, para que, por ela, seja glorificado o Filho de Deus”. A resposta aos mensageiros de Betânia acalma os discípulos. Seus amigos acreditam que Lázaro seria curado graças às suas orações. Portanto, mais dois dias se passam. Nesse meio tempo, na casa de seus amigos em Betânia, Lázaro morre e é enterrado em um sepulcro escavado na rocha não muito longe do povoado.

Na manhã do terceiro dia, o Nazareno diz: “Vamos outra vez até a Judeia!”. “Nosso amigo Lázaro dorme, mas vou despertá-lo”. Os discípulos responderam: “Senhor, se ele está dormindo, vai se salvar!”. Jesus, porém, falara de sua morte e eles julgaram que falasse do repouso do sono. Então Jesus lhes falou claramente: “Lázaro morreu. Por vossa causa, alegro-me de não ter estado lá, para que creiais. Mas vamos para junto dele!”.

Portanto, partem em viagem. Ao chegar, Jesus encontrou Lázaro já sepultado havia quatro dias... Quando Marta soube que Jesus chegara, saiu ao seu encontro; Maria, porém, continuava sentada em casa.

Ela o alcança já nas portas do vilarejo. Seu rosto está cheio de lágrimas.

Disse a Jesus: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Mas ainda agora sei que tudo o que pedires a Deus, ele te concederá”. Disse-lhe Jesus: “Teu irmão ressuscitará”. “Sei, disse Marta, que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia!”. Disse-lhe Jesus: “Eu sou a ressureição, Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá. Crês nisso?”. Disse ela: Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus que vem ao mundo”.

Marta respondeu com o ímpeto do coração: Tendo dito isso, afastou-se e chamou sua irmã Maria, dizendo baixinho: “O Senhor está aqui e te chama!”. Esta, ouvindo isso, ergueu-se logo e foi ao seu encontro. Jesus não entrara ainda no povoado, mas estava no lugar em que Marta o fora encontrar. Muita gente a segue.

Quando chega ao lugar onde Jesus estava, vendo-o, prostrou-se a seus pés e lhe disse: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Quando Jesus a viu chorar, comoveu-se interiormente e ficou conturbado. E perguntou: “Onde o colocastes?”. Responderam-lhe: “Senhor, vem e vê”. Jesus chorou.

O Nazareno se aproxima do sepulcro: era uma gruta, com uma pedra sobreposta. Disse Jesus: “Retirai a pedra!”. Marta, a irmã do morto, disse-lhe: “Senhor, já cheira mal: é o quarto dia!”. Disse-lhe Jesus: “Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?”. Retiraram, então, a pedra.

Eles obedecem, embora não entendam por que fazia isso. Quatro homens fortes, amigos de Lázaro, não sem dificuldade rolam a pedra.

Jesus ergueu os olhos para o alto e disse: “Pai, dou-te graças porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves; mas digo isso por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que me enviaste”. Tendo dito isso, gritou em voz alta: “Lázaro, vem para fora!”.

Lázaro emerge sorrindo, com o olhar fixo em Jesus. Não há cheiro de morte, mas perfume de vida.


Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Celebração de Corpus Christi em Brasília - DF

Celebração de Corpus Christi em Brasília - DF (arqbrasilia)

Celebração de Corpus Christi reúne cerca de 80 mil fiéis na Esplanada dos Ministérios

Este ano, durante a Solenidade de Corpus Christi, a Arquidiocese de Brasília, em parceria com o Exército, promoveu uma campanha solidária de arrecadação de alimentos não perecíveis, que serão enviados na próxima semana para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

  • maio 31, 2024

Desde às 6h, cerca de 600 membros de diversos movimentos, pastorais e serviços da Arquidiocese se reuniram no gramado central da Esplanada para confeccionarem o tradicional tapete de 125 metros, composto por 25 quadros com temas religiosos, produzidos com serragem, borra de café, sal, areia, palha de arroz e bisnagas líquidas coloridas.

À tarde, os fiéis participaram de shows com bandas católicas locais, louvando e agradecendo a Deus por se fazer presente no Sacrifício do Altar, ao se entregar a cada um por amor, sendo alimento vivo do céu para as almas. Uma tenda foi montada no evento especialmente para os atendimentos de confissão, oportunidade de reconciliação com Deus que foi canal de graça para muitas pessoas.

A Santa Missa teve início às 17h, sendo presidida pelo Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, e concelebrada pelos Bispos Auxiliares e por 235 sacerdotes da Arquidiocese.

Durante a homilia, o Cardeal destacou a importância da Eucaristia na vida da Igreja, sendo o alicerce da fé católica, pois é o próprio Cristo que se entrega por amor em Corpo, Sangue, Alma e Divindade.

“Temos na Eucaristia o sustento para o nosso testemunho de fé, pois é através da comunhão que a nossa vida vai se tornando um culto agradável a Deus e a vocação à santidade vai tomando forma a cada dia na nossa vida. A Eucaristia nos compromete com a missão, pois não podemos reservar para nós o amor de Cristo que vivemos, é preciso dividir com o mundo essa alegria e comunicá-lo a todos. No centro do anúncio deve estar o amor de Cristo. É da Eucaristia que brota a missão. Em cada católico deve haver um forte desejo de amar e testemunhar Jesus, para ir ao encontro dos outros, pregar o Evangelho e se tornar verdadeiro dom de amor para as pessoas”, frisou Dom Paulo.

A celebração do Corpus Christi reuniu milhares de devotos na Esplanada dos Ministérios nesta quinta-feira (30) | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Após a Comunhão, o Santíssimo Sacramento passou pelo tapete, sendo levado pelo Cardeal, em um lindo momento de adoração e oração do Santo Terço, dando início à procissão das velas, que seguiu pelo quadrilátero da Esplanada dos Ministérios em frente à Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida. No momento da procissão foram concedidas três bênçãos: aos enfermos, aos governantes e às famílias.
Após a missa, o público participou da procissão do Santíssimo Sacramento | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

O Pobre Homem da Rússia (3)

As relíquias do santo durante procissão religiosa em Sarov, 31 de julho de 2003, por ocasião do centenário de sua canonização [© Associated Press/LaPresse] | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 05/2009

SERAFIM DE SAROV. Duzentos e cinquenta anos após o nascimento

O Pobre Homem da Rússia

Como Francisco de Assis, Serafino pertence a uma “qualidade” particular de testemunhas da história da Igreja: a dos narradores da doçura e da ternura de Deus. Artigo do fundador da Comunidade de Bose também sobre o santo monge ortodoxo. venerado pelos católicos.

por Enzo Bianchi

A luz agora acesa não pode permanecer escondida. Em 1825, por inspiração da Santíssima Mãe de Deus, Serafino deixou sua cela. Aqui começa a última etapa de sua vida, sua epifania. Serafino ressuscitado, elevado, elevado pelo poder de Deus que o chamou à divinização, encontra os agricultores, os pobres, os últimos, dos quais se torna pai e pastor. Ele consola, exorta e cura, mostrando ao ícone da Mãe de Deus “a alegria de todas as alegrias”, e com os olhos cheios de Deus saúda cada rosto que encontra, reconhecendo o rosto do Amado: “Alegria minha, Cristo ressuscitou !" .

No seu ministério de pai espiritual, Serafino discerne os espíritos daqueles que lhe pedem uma palavra de consolo ou de iluminação, cuida e cura os sofredores, ouve longamente as confissões de homens e mulheres cheios de vergonha dos seus pecados. , mostra que compreende a sua confusão com a ternura de uma mãe, e inflama a todos com aquela caridade infinita capaz de amar todas as criaturas, animadas e inanimadas, conscientes e inconscientes, inteligentes e estúpidas, boas e más. “Deus é fogo que queima e inflama o coração e as entranhas”, escreve ele em suas Ensinanças . Multidões de peregrinos acorrem a ele: o “miserável Serafim”, porém, permanece humilde e alegre, muitas vezes refugiando-se na floresta para preservar a paz e experimentar a santa hesíquia bezmolvie ), a tranquilidade interior do homem que sabe comunicar-se com Deus e com seus irmãos.

Não poderia ser de outra forma: quem se tornou estavróforo (portador da cruz) com Cristo é feito pneumatóforo (portador do Espírito) por Deus! «De agora em diante, já agora e aqui», insiste Serafino, «é preciso experimentar a alegria do Reino, a comunhão com o Senhor, é preciso adquirir o dom do Espírito Santo», o Consolador que faz com que cada um morada de Deus, Serafino aprendeu a tornar-se obediente apenas ao Espírito, que nele falava sem obstáculos: «O primeiro pensamento que me vem à mente, creio que é Deus quem me envia, por isso falo sem. sabendo o que se passa na alma do meu interlocutor, mas com a certeza de que esta é a vontade de Deus e é para o seu bem. Mas às vezes acontece que respondo a uma pergunta sem confiá-la à vontade de Deus, confiando na minha razão, pensando que é possível resolvê-la sem recorrer a Deus. Mas nesses casos cometo sempre erros”. Assim o santo fala abertamente do seu discernimento. Ele não foi do homem para Deus, mas de Deus para o homem.

As irmãs da "Comunidade do Moinho" de Diveevo, a comunidade monástica feminina que Serafino seguiu desde a sua fundação e para a qual nomeou Elena Manturova, uma jovem freira de Diveevo que o próprio Serafino vinha preparando para esta tarefa desde que era uma garota. Quis preparar tudo para uma formação espiritual e humana integral destas jovens em busca de um autêntico caminho monástico: a sua sábia e amorosa orientação paterna soube dar à frágil comunidade das irmãs aquelas ferramentas espirituais que lhes permitiram continuar na fidelidade a a vocação que receberam, apesar das dificuldades e das divisões, apesar das provações e dos sofrimentos, especialmente depois da revolução de 1917, quando a comunidade foi dispersa e perseguida.

Hoje o mosteiro de Diveevo está reconstruído, ainda é um destino de fiéis, um lugar de oração e de invocação da misericórdia de Deus sobre a Rússia e o mundo. Quando em 1991 as relíquias de São Serafim foram encontradas no depósito do Museu do Ateísmo (hoje novamente a Catedral da Mãe de Deus de Kazan em São Petersburgo), uma multidão incrível acompanhou sua tradução para Diveevo: o espírito do amor e do perdão que São Serafino soube discernir e acolher na sua vida revelou-se mais uma vez mais forte do que o ódio e a destruição que os homens são capazes de causar.

Fonte: https://www.30giorni.it/

O Papa: fraternidade e amizade social que não se limitem às palavras

Papa Francisco no encontro com os membros das Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos (Vatican Media)

Ao destacar cinco características das Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos, o Papa convidou todos “a cultivar um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limitem às palavras”. O encontro se realizou na manhã deste sábado (01/06) no Vaticano.

Vatican News

Na manhã deste sábado, 1° de junho, o Papa Francisco recebeu as Associações Cristãs de Trabalhadores Italianos (ACLI) por ocasião do 80° aniversário de fundação. Na saudação inicial recordou que esse aniversário é uma boa oportunidade para rever a sua história, com suas alegrias e momentos difíceis, e para expressar gratidão. Recordando que as Associações são um lugar onde é possível conhecer os “santos da porta ao lado”, que não aparecem nas primeiras páginas dos jornais, mas que, às vezes, realmente mudam as coisas para melhor!

Presença na sociedade

Francisco prosseguiu afirmando que essa história é um patrimônio do qual pode-se extrair energia vital para olhar para frente com esperança e determinação. “Nela, encontramos os valores que inspiraram seus fundadores e gerações de aclistas que ao longo dos anos marcaram uma presença importante na sociedade”. Em seguida disse que iria destacar cinco características desse estilo, fundamentais para o caminho dos presentes.

Estilo popular

Sobre a primeira característica, o estilo popular, enfatizou que “não se trata apenas de estar perto das pessoas, mas de ser e se sentir parte do povo”. “A verdadeira essência das pessoas está na solidariedade e no sentido de pertença. Explicando em seguida:

“No contexto de uma sociedade que é fragmentada e de uma cultura individualista temos uma grande necessidade de lugares onde as pessoas possam experimentar esse sentido criativo e dinâmico de pertença, que ajuda a passar do 'eu' para o 'nós', a desenvolver projetos para o bem comum em conjunto e a encontrar formas e meios de realizá-los”

Associações multiformes e inquietas

No que se refere à segunda característica, o estilo sinodal, Francisco recordou: “Trabalhar em conjunto e colaborar para o bem comum é fundamental”. E que este estilo “é testemunhado pela presença de pessoas que pertencem a diferentes horizontes culturais, sociais, políticos e até mesmo eclesiais".

“Vocês são um conjunto de associações ‘multiformes e inquietas’. Isso é bonito: a variedade e a inquietação - em sentido positivo - que ajudam a caminhar juntos e também a se misturar com outras forças da sociedade, criando redes e promovendo projetos compartilhados”

Democracia nos fatos, não apenas nas palavras

Refletindo sobre o estilo democrático o Papa recordou que a sociedade democrática é aquela “onde há realmente lugar para todos, na realidade e não apenas nas declarações e no papel”. Por isso, continuou, “é importante, apoiar os que correm o risco de marginalização”, desde os jovens, as mulheres, os trabalhadores e migrantes mais frágeis. Todos esses encontram nas ACLI “alguém capaz de ajudá-los a obter o respeito por seus direitos”; citando também os idosos e aposentados, que muito facilmente se veem “descartados” pela sociedade.

Que as ACLI sejam a voz de uma cultura de paz

Falando sobre o estilo pacífico, ou seja, como construtores da paz o Papa disse:

“Que as ACLI sejam a voz de uma cultura de paz, um espaço para afirmar que a guerra nunca é ‘inevitável’, enquanto a paz é sempre possível; e que isso é verdade tanto nas relações entre os Estados quanto na vida das famílias, comunidades e locais de trabalho”

Recordando ainda aos presentes: “Interceder pela paz é algo que vai muito além de um mero compromisso político, pois requer que se coloque em risco e corra riscos”. Concluindo em seguida “o nosso mundo é marcado por conflitos e divisões, e seu testemunho como construtores da paz, como intercessores pela paz, é mais necessário e valioso do que nunca”.

Estilo cristão: síntese e raiz dos outros aspectos

“Por fim, um estilo cristão”, disse Francisco, “menciono isso por último, não como um apêndice, mas porque é a síntese e a raiz dos outros aspectos”. “Assumir um estilo cristão” afirmou, “significa crescer na familiaridade com o Senhor e no espírito do Evangelho, para que ele permeie tudo o que fazemos e nossa ação tenha o estilo de Cristo e o torne presente no mundo”.

Concluindo o Papa convidou “a cultivar ‘um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite às palavras’. É o sonho de São Francisco de Assis e de tantos outros santos, de tantos cristãos, de tantos fiéis de todas as religiões: irmãos e irmãs que esse seja também o seu sonho!”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Justino

São Justino (A12)
01 de junho
São Justino

Justino nasceu na antiga Siquém, em Samaria, na Terra Santa, por volta do ano 100, de família pagã. Tinha origem latina e seu pai se chamava Prisco. Ele foi educado e se formou nas melhores escolas do seu tempo, cursando filosofia e especializando-se nas teorias de Platão, um grande filósofo grego. Tinha alma de eremita e abandonou a civilização para viver na solidão. Anos mais tarde, acompanhou uma sangrenta perseguição aos cristãos, conversou com outros deles e acabou se convertendo. Foi batizado por volta do ano 130 na cidade de Éfeso, substituindo assim a filosofia de Platão pela verdade de Cristo.

No ano seguinte estava em Roma e evangelizava entre os letrados, pois esse era o mundo onde melhor transitava. Era um missionário filósofo. Seus ensinamentos influenciaram e ainda hoje estão presentes na catequese e na doutrina da Igreja. As duas “Apologias” e o “Diálogo com o judeu Trifon” são as únicas obras que nos restam dele. Seus registros fornecem importantes informações sobre ritos e administração dos Sacramentos na Igreja primitiva.

Escreveu, defendeu e argumentou em favor do Cristianismo. Denunciado por Crescêncio, um filósofo pagão invejoso, Justino e outros seis companheiros foram sentenciados à mote por participarem de uma religião ilícita, como era considerado o cristianismo à época. Acabou flagelado e decapitado por volta do ano 165 na cidade de Roma, no tempo do Imperador Marco Aurélio Antonino.

São Justino foi considerado pelo Papa Bento XVI “o mais importante dos padres apologistas do segundo século”. Chama-se apologista a quem escreve em defesa de algo. E Justino escreveu várias apologias ou defesas do cristianismo, que depois ensinou na Ásia Menor e em Roma.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR e Josimeri Farias

Reflexão:

Para São Justino o cristianismo é a manifestação histórica e pessoal da Palavra feita carne na sua totalidade. Por isso, ele afirmou: “Tudo o que de bom foi dito, por qualquer um, pertence a nós, cristãos”. Ele não se limitou em defender a fé com escritos, mas o fez com a própria vida, derramando seu próprio sangue. Um exemplo extraordinário que nos inspira sobretudo nestes tempos. O mundo precisa de leigos que estudem a doutrina cristã e a experimentem por meio de uma santidade profunda.

Oração:

Deus Eterno e Todo-Poderoso, que destes a São Justino forças para que se deixasse conduzir pela verdade em toda a sua vida. Pedimos por sua intercessão que nos ensine a defender nossa fé através de uma vivência coerente do Evangelho, para que assim sejamos também dignos das promessas de Cristo. Por Jesus Cristo, Nosso Senhor. Amém!


Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 31 de maio de 2024

Arcebispo de Brasília lança projeto “Não temas, Maria!”

Dom Paulo Cezar, Arcebispo de Brasília (arqbrasilia)

Arcebispo de Brasília lança projeto “Não temas, Maria!” durante coletiva de imprensa na Solenidade de Corpus Christi

Nesta quinta-feira (30/05), dia da Solene Celebração de Corpus Christi, o Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, lançou o projeto “Não temas, Maria!”, uma iniciativa arquidiocesana de auxílio às mulheres, com o objetivo de verificar as condições de atendimento e oferecer o acolhimento adequado àquelas que estiverem sob ameaças de agressão.

30 de abril de 2024

Com base em dados alarmantes dos órgãos públicos em relação ao número elevado de casos de violência contra as mulheres no Distrito Federal, que culminam no alto índice de feminicídio, a Arquidiocese de Brasília formulou o projeto “Não temas, Maria!”, inspirado no versículo do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1, 30.

“Esse projeto quer ir ao encontro da realidade do feminicídio, da violência contra a mulher. Nós queremos que a igreja, a partir da sua antropologia, da sua visão de fé e da concepção que tem sobre o ser humano, da mulher e do homem, que ela esteja engajada nessa luta contra a violência. A ideia desse projeto surgiu na festa de Corpus Christi do ano passado e foi sendo gestada, aprofundada e tomando clareza. Com alegria, hoje estamos lançando esse projeto que é o engajamento da Igreja Católica na luta contra a violência e que busca a dignificação da mulher. Participe conosco desse projeto! Nós esperamos que essa realidade da luta contra o feminicídio chegue às nossas paróquias, para que as nossas comunidades possam ser locais de proteção e acolhimento a todas as mulheres que precisam de ajuda. Desejo que todos se engajem nesse projeto”, destaca o Cardeal Arcebispo da Arquidiocese de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa.

O lançamento do projeto destaca algumas iniciativas, com posicionamento pastoral, que serão trabalhadas nas paróquias da Arquidiocese de Brasília visando a formação de seus agentes – Clero e leigos – assim como no apoio e na proposição de parcerias com outras instituições públicas e privadas para o combate ao feminicídio.

“A proposta do projeto é estimular ações concretas nas pastorais, movimentos e associações de leigos, notadamente, aquelas cujo carisma pastoral se identifica com a Vida e a Família, a pautarem em suas agendas de atuação a temática da agressão à mulher e o feminicídio. O objetivo é promover a capacitação de agentes que tenham conhecimento adequado para atuarem frente ao flagelo da violência contra as mulheres e ao feminicídio, em especial, na identificação de possíveis ameaças ou tentativas, para que possam oferecer acolhimento e orientações de encaminhamentos dessas mulheres às instâncias responsáveis”, explica Fernanda Alcântara, uma das coordenadoras do Projeto Arquidiocesano e Secretária do Setor Pastoral.

https://youtu.be/xDB_WgPrZWg

 Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

O Ícone da Mãe de Deus das três mãos – a «Tricherousa»

Ícone da Mãe de Deus das três mãos (Ecclesia)

O Ícone da Mãe de Deus das três mãos – a «Tricherousa»

D. Teodoro de Faria, Bispo Emérito do Funchal

Para a Igreja Ortodoxa ou Oriental, os santos ícones do Pantokrator, Deus Todo Poderoso, e da Mãe e Deus, Theotokos, encontram a sua expressão nos textos litúrgicos de forma que o iconógrafo ou pintor de ícones atinja a experiência da Igreja.

A liturgia exalta o mistério de Maria como derivado do mistério de Cristo, nada se pode afirmar de grande em Maria senão que ela é Mãe de Deus, a Theotokos.

Constantinopla e Tessalônica foram os dois principais centros do mosaico e do fresco bizantino em todo o tempo do seu desenvolvimento. A Igreja russa, por seu lado, explicitou de uma forma original os elementos da tradição que tinha recebido de Constantinopla na época em que se tornou cristã, entre os séculos XIII e inícios do século XI.

A propósito do ícone das Três Mãos da Mãe de Deus, ele apareceu na Síria no século VIII, no tempo da luta contra os defensores das imagens sagradas, conhecido como iconoclasmo. Nesta época, o grande defensor dos ícones foi João Damasceno, nascido na cidade de Damasco, em oposição ao imperador Leão XIII que acusou falsamente João Damasceno perante o califa muçulmano de Damasco, tendo este mandado cortar-lhe a mão direita. Durante a noite, reza a tradição, a Virgem Maria apareceu em sonho ao leigo cristão de Damasco, afirmando que: «A tua mão será curada se tu cumprires a tua promessa de, em toda a tua vida, defenderes os santos ícones». Tendo sido curado, João compôs um hino à Mãe de Deus com o título «Em ti se alegra toda a criatura» e mandou esculpir uma mão de prata que colocou num ícone da Mãe de Deus que possuía. João foi residir no mosteiro de São Savas entre Jerusalém e Belém. Aí escreveu vários textos e livros sobre a Mãe de Deus que foram enviados para o Concílio II de Niceia em 784.

O ícone das três mãos tornou-se célebre, foi levado para a Síria, depois para a Grécia para os mosteiros do Monte Athos e, finalmente, para a Rússia, onde teve grande aceitação, como aconteceu com outros ícones.

Uma das muitas visitas que recordo com simpatia dos tempos de estudante na École Biblique de Jerusalém, foi a do mosteiro de São Savas, onde viveu, escreveu e morreu São João Damasceno, edifício incrustado na geografia impressionante do vale do Cedron, envolvido num grande silêncio, com muitas sepulturas, cemitérios e túmulos de judeus, cristãos e muçulmanos no Vale de Josafat, onde esperam o juízo final. O multissecular mosteiro de São Savas, do século V d.C. é majestoso, bem defendido, com três igrejas, capelas, escadarias, portões, arquitetura que remonta aos tempos em que ali residia o monge São Savas. Chegado ao vetusto edifício, esperamos longo tempo para o monge porteiro abrir o portão. O mosteiro estava muito limpo e o monge em silêncio só fez sinais e chamou um jovem russo com veste secular, sorridente, que falava além do russo, alemão e espanhol. Chamava-se Ivan, era refugiado da Alemanha, será o nosso guia neste impressionante mosteiro; disse-nos que ali viviam 14 monges sendo 4 sacerdotes, quase todos envelhecidos, levando uma vida de grande austeridade.

O dia é preenchido com longos ofícios litúrgicos, segundo as diversas estações do ano, regulando-se pela luz do sol, lua e sombras. Ivan já tinha perdido a noção de tempo, deixara de olhar para o relógio há três meses. O almoço era tomado às 9 horas da manhã e a ceia às três da tarde, mas só duas vezes por semana. Os ofícios litúrgicos da noite começavam às 23h30 e só terminavam às cinco ou seis horas da manhã, prolongando-se nos dias festivos até às sete horas.

O mosteiro tivera propriedades que cederam ao Patriarca grego de Jerusalém que lhes fornecia a alimentação. No grandioso mosteiro existem nove igrejas, além de capelas, celas, escadarias, corredores, e grutas com capelas. A principal igreja é dedicada à Anunciação do Anjo a Maria e remonta ao imperador Justiniano no século VI, segue-se a igreja de São Nicolau, a de São João Damasceno e a de São João Crisóstomo. Todas elas estão cobertas com pinturas de ícones. Em certo tempo, este mosteiro foi o mais importante da Palestina. São Savas e São João Damasceno foram ali sepultados, sendo o corpo do fundador roubado pelos marinheiros de Veneza, o de São João Damasceno desapareceu na Idade Média. O mosteiro conheceu épocas de muitos mártires, tem uma capela com dezenas de caveiras de monges barbaramente assassinados por invasores e beduínos. Uma palmeira plantada por São Savas viveu muitos séculos, hoje, só resta um tronco seco e envelhecido. Ali perto, em Belém, Herodes mandara degolar «todos os meninos de idade de dois anos para baixo» (Mt 2,16).

FONTE: JM – Opinião e Crônicas | Crônicas, 13/12/2020

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O Pobre Homem da Rússia2 (2)

São Serafim de Sarov em ícone russo do século XIX preservado na Biblioteca Nacional de Paris [© Scala] | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 05/2009

SERAFIM DE SAROV. Duzentos e cinquenta anos após o nascimento

O Pobre Homem da Rússia

Como Francisco de Assis, Serafino pertence a uma “qualidade” particular de testemunhas da história da Igreja: a dos narradores da doçura e da ternura de Deus. Artigo do fundador da Comunidade de Bose também sobre o santo monge ortodoxo. venerado pelos católicos.

por Enzo Bianchi

Visando reviver a vida de Cristo, Serafino deu ao seu deserto os nomes da terra da encarnação do Senhor, para dele ter uma memória incessante. Um canto da floresta chama-se Nazaré, outro Betânia, o topo de uma colina é conhecido como Monte das Bem-Aventuranças, uma caverna chama-se Getsêmani. Todas as semanas lia todo o Novo Testamento e as Regras de Pacômio, praticava a memória ininterrupta de Deus praticando a oração do coração, aprendia e punha em prática os escritos dos grandes padres monásticos e, sobretudo, continuava o seu esforço. de purificação por caminhos espirituais cuja existência infelizmente muitos homens desconhecem.

Mas aqui, no deserto da solidão e na luta contra as paixões e os pensamentos inspirados pelo demônio, Serafino vivencia a sua “descida ao inferno”. Todo crente sabe que mais cedo ou mais tarde, em sua jornada espiritual, ocorre uma hora ruim, de provação, de luta indescritível que nunca poderá ser contada aos outros. É a hora em que Deus parece entregar o seu servo aos poderes infernais, aos dominantes ocultos que se mostram coabitantes no homem, para que o homem de oração se veja lançado num confronto assustador e desesperado com o mal. Até Moisés, servo de Deus, conheceu esta hora em que «o Senhor o encontrou e tentou matá-lo» ( Ex 4, 24). Todo cristão que recebeu de Deus um alto grau de fé e uma missão particular conhece, mais cedo ou mais tarde, esta noite escura, que nos visita na doença física, ou na doença mental, ou na experiência do pecado mais devastador. É sempre uma hora misteriosa da qual mais tarde nem mesmo o protagonista consegue reconhecer o início e o fim, como se deu a descida e a subida, a morte e a ressurreição. Batizado na morte de Cristo, aquele que está comprometido com um seguimento real deve descer com Ele ao inferno antes de ser uma nova criatura. Muitas vezes esta descida é a garantia de uma assunção séria e decisiva da própria vocação, de uma clara consciência de si mesmo como pecador perdoado, salvo por Deus.

Serafino já tinha experimentado esta morada na sombra da morte durante a sua longa doença como noviço. , mas nos anos de aprendizado da vida eremita viveu o que seria sua experiência ascética, seu podvig mais radical. Como os antigos estilitas do deserto, Serafim passa três anos, mil dias e mil noites em oração, ajoelhado durante o dia numa pedra da sua cela, e à noite numa rocha na floresta, com as mãos levantadas para o céu, chorando. incessantemente: «Senhor, tem piedade de mim, pecador! Serafino conhece a descida ao inferno através das degradações do ser criado, do humano ao animal e ao vegetal até se tornar algo entre as coisas, a rocha e o vento, recapitulando assim todo o passado cósmico, assumindo em seu corpo e em sua forma de vivenciar o oração e gemido de cada criatura, tornando-se assim voz e invocação de misericórdia não só do mundo futuro. Contudo, o comportamento deste eremita deve ter parecido bizarro ou incompreensível para muitos. O novo superior Nifonte chama Serafino de seu “Pequeno deserto distante” pedindo-lhe que volte a viver no mosteiro. Serafino obedece, o Senhor parece chamá-lo para uma nova etapa no seu caminho de transfiguração à imagem de Cristo.

Retornando a Sarov, Serafino viveu alguns anos em completo confinamento em sua cela. Um ícone da Mãe de Deus, que ele chama de “alegria de todas as alegrias”, é a testemunha silenciosa da sua oração incessante. Já se passaram mais de trinta anos desde que ele entrou no mosteiro. O longo tempo de preparação acabou, a metamorfose pneumática foi concluída, os demônios foram derrotados e Serafino agora participa das condições do Ressuscitado. Em 1813 amenizou a severidade da sua prisão e passou a acolher hóspedes e peregrinos a quem dava os seus conselhos, como um starec que já tinha alcançado o discernimento e a paz interior. Este encontro renovado com os irmãos da luz mostra que Serafino não fugiu dos homens, mas do mundo; tendo descido ao inferno com Cristo, com Cristo ressuscitado dos mortos pode agora anunciar com alegria e autoridade a vitória definitiva de Cristo sobre a morte.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF