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quarta-feira, 5 de junho de 2024

João Paulo II: virtudes de um Papa santo (3)

São João Paulo II (Presbíteros)

João Paulo II: virtudes de um Papa santo

Por Pe. Francisco Faus

“A MIM O FIZESTES”

A tocha ardente e clara do exemplo de caridade de João Paulo II ficaria incompleta se não acenássemos, pelo menos, a um dos empenhos mais característicos do seu pontificado: a veneração, o imenso respeito, o amor pela “dignidade do homem, de cada homem, de cada mulher”. Extasiava-se ao pensar no “milagre da pessoa, da semelhança do homem com Deus Uno e Trino”[11]. Tinha assimilado plenamente as palavras de Cristo: Tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes (Mt 25, 40).

Daí a sua defesa vigorosa da vida, desde que começa a alvorecer recém-concebida, e a fortaleza com que se opôs a qualquer destruição ou rebaixamento do ser humano como se fosse um objeto, desde as manipulações genéticas e experiências destrutivas de embriões e fetos, e o uso do corpo como mero instrumento de prazer, até a defesa da morte natural digna – de que deu exemplo com sua própria morte -, que rejeita como uma indignidade a eutanásia direta, expediente egoísta e cômodo de uma sociedade hedonista que só pensa em livrar-se de problemas do modo mais expeditivo.

Sofria ao constatar que, na sociedade materializada atual, “o homem ficou só”, e que a sua liberdade divinizada, transformada num ídolo sem Deus, sem verdades nem valores firmes, acaba sendo uma fonte de “nefastas conseqüências morais, cujas dimensões são às vezes incalculáveis”[12].

Só sabia ver as pessoas, cada uma delas, sob a luz de Deus. “Eu simplesmente rezo por todos a cada dia. Basta encontrar uma pessoa, oro por ela, e isso facilita sempre o contato […]. Sigo o princípio de acolher cada um como uma pessoa que o Senhor me envia e que, ao mesmo tempo, me confia” [13].

E quando se tratou de um assassino a soldo, que friamente fez tudo para matá-lo, que ficou frustrado ao ver que o Papa sobrevivia ao atentado e que jamais esboçou sequer um pedido de perdão? O seu amor não mudava. O valor que dava a cada pessoa humana não mudava, e até mesmo atingia o cume do amor, conseguindo perdoar de todo o coração, devolver bem por mal, amor por ódio, bondade por maldade. Desde o primeiro instante, após o atentado, João Paulo II perdoou Mehmet Ali Agca e rezou por ele. Voltou a dar o perdão publicamente, na primeira audiência que pôde ter com os fiéis. Foi visitá-lo na prisão e ofereceu-lhe seu abraço sincero. Várias vezes, como contava o secretário particular do Papa, Mons. Stanislaw Dziwisz, “recebeu a mãe e os familiares de Agca e perguntava freqüentemente por ele aos capelães da prisão” [14].

Esta é, mais uma vez, a luz de Cristo, a tocha fascinante de amor cristão, irradiando sobre o mundo inteiro pelo exemplo, pela chama de amor de um homem de Deus: Senhor – perguntou a Jesus o “primeiro Pedro” -, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete»” (Mt 18, 21-22).

UMA TOCHA DE ESPERANÇA

«AINDA QUE ATRAVESSE O VALE ESCURO, NÃO TEMEREI…»

Desde que iniciou a sua preparação para o sacerdócio, Karol Wojtyla foi colocado por Deus numas circunstâncias dramáticas, em que só podia ser fiel à sua vocação “atravessando o vale escuro”, como diz o Salmo 23. A sua terra, a Polônia, esteve dominada durante boa parte do século XX pelas duas “ideologias do mal”[15]que mais acirradamente se propuseram aniquilar o Cristianismo: o nazismo e o marxismo-leninismo. A “aventura” heroica, empolgante, que significou para o seminarista, o padre e o bispo Wojtyla a vida no ambiente de guerra, de ditaduras e perseguições desencadeadas por essas duas ideologias está bem descrita nas boas biografias já existentes[16].

O perigo nazista foi derrotado em 1945, mas a sombra do marxismo totalitário e ateu cresceu e pairou opressivamente sobre a Polônia dominada, e ameaçava o mundo inteiro até a sua decomposição e queda, acontecida no final dos anos oitenta.

Contudo, quase vinte anos antes dessa falência do “comunismo real”, outras sombras escuras estavam surgindo, densas e igualmente agressivas contra Cristo e a sua Igreja, contra a fé e a moral cristãs: as sombras do materialismo hedonista e consumista do ocidente, cada vez mais alicerçado na ideologia laicista, que hoje ataca a Igreja quase com a mesma ferocidade ideológica que o nazismo e o marxismo.

João Paulo II, no seu livro evocativo “Memória e identidade”, comenta que, ao cessarem os campos de extermínio – os campos de concentração nazistas e os gulag comunistas – , assistimos hoje ao “extermínio legal de seres humanos concebidos e ainda não nascidos; trata-se de mais um caso de extermínio decidido por parlamentos eleitos democraticamente, apelando ao progresso civil das sociedades e da humanidade inteira. E não faltam outras formas graves de violação da Lei de Deus; penso, por exemplo, nas fortes pressões […] para que as uniões homossexuais sejam reconhecidas como uma forma alternativa de família, à qual competiria também o direito de adoção. É lícito e mesmo forçoso perguntar-se se aqui não está atuando mais uma ideologia do mal, talvez mais astuciosa e encoberta, que tenta servir-se, contra o homem e contra a família, até dos direitos humanos” [17]

A essa realidade, é preciso somar o fato de que João Paulo II assumiu a cátedra de Pedro em tempos (que vêm se prolongando, em parte, até aos nossos dias) em que a crise do chamado “falso pós-Concílio” grassava na Igreja, gerando um ambiente amplamente estendido de desorientação doutrinal, disciplinar e moral, em que não faltavam erros graves e rebeldias mesmo entre os eclesiásticos.

O quadro seria de molde a encolher os ânimos e suscitar o uma visão pessimista do futuro. Pois bem, é justamente sobre estas sombras de fundo que resplandece mais, com fulgor de santidade, a esperança alegre, serena e segura que animou, em todos os momentos, a alma e o trabalho de João Paulo II, até ao dia da sua morte. Nunca nele se viu um gesto de desalento, uma lamúria, um comentário negativo ou amargo. Viu-se sempre, pelo contrário, um otimismo juvenil, criativo, inabalável, fundamentado numa fé igualmente jovem, renovada e inquebrantável.

NÃO TENHAIS MEDO: ABRI AS PORTAS A CRISTO!

O otimismo do Papa não era coisa temperamental, nem era uma “posição” adotada para ajudar os fiéis a superar tempos difíceis. Era a manifestação da esperança sobrenatural cristã, que vive apoiada em Deus. Essa esperança possuía raízes profundamente fincadas na alma de João Paulo II.

Todos os que vivemos, de perto ou de longe, a surpresa da eleição de João Paulo II, guardamos a lembrança do dia 22 de outubro de 1978, data do início solene do seu pontificado. Como, depois, nos dias da sua morte, uma multidão apertava-se na Praça de São Pedro. O Papa começou a pronunciar a sua homilia, no meio de um silêncio total. Pouco depois de iniciá-la, os fiéis sentiram um estremecimento no coração, porque João Paulo II, esboçando um leve sorriso, encarou o povo de frente e, com um ar jovial, seguro, tranqüilo, lançou com voz clara e forte um apelo: – “Não tenhais medo! Abri as portas ou, melhor, escancarai as portas a Cristo!”

Este apelo, que conclamava os católicos e os homens de boa vontade a olhar para o futuro com esperança, tornou-se para o Papa como que o “refrão” do seu pontificado. Dezesseis anos mais tarde, em 1994, ele mesmo glosou essas palavras numa entrevista concedida ao jornalista Vittorio Messori, transcrita no livro “Cruzando o limiar da esperança”[18]:

Não tenhais medo!, dizia Cristo aos Apóstolos (Lc 24, 36) e às mulheres (Mt 28, 10), depois da Ressurreição […]. Quando pronunciei estas palavras na praça de São Pedro não me podia dar conta plenamente de quão longe elas acabariam levando a mim e à Igreja inteira. Seu conteúdo provinha mais do Espírito Santo, prometido pelo Senhor Jesus aos Apóstolos como Consolador, do que do homem que as pronunciava. Todavia, com o passar dos anos, eu as recordei em várias circunstâncias. Tratava-se de um convite para vencer o medo na atual situação mundial […]. Talvez precisemos mais do que nunca das palavras de Cristo ressuscitado: “Não tenhais medo!”. Precisa delas o homem […], precisam delas os povos e as nações do mundo inteiro. É necessário que, em sua consciência, retome vigor a certeza de que existe Alguém que tem nas mãos a sorte deste mundo que passa; Alguém que tem as chaves da morte e do além; Alguém que é o Alfa e o Ômega da história do ser humano. E esse Alguém é Amor, Amor feito homem, Amor crucificado e ressuscitado. Amor continuamente presente entre os homens. É Amor eucarístico. É fonte inesgotável de comunhão. Somente Ele é que dá a plena garantia às palavras: «Não tenhais medo».”

É emocionante verificar que a mesma esperança da primeira mensagem de João Paulo II animou a sua última mensagem. No domingo, dia 3 de abril de 2005, a primeira vez em que era celebrado o “Domingo da Divina Misericórdia”, o arcebispo Sandrini leu à multidão congregada na praça de São Pedro a última alocução preparada com antecedência pelo Papa, que falecera no dia anterior. Ele desejava ter podido pronunciá-la no encontro tradicional da hora do Angelus desse dia (do Regina Caeli, pois era tempo pascal): “…À humanidade – dizia – , que às vezes parece perdida e dominada pelo poder do mal, do egoísmo e do medo, o Senhor ressuscitado oferece a sua misericórdia como dom do seu amor que perdoa, reconcilia e reabre o ânimo à esperança. É um amor que converte os corações e doa a paz. Quanta necessidade tem o mundo de compreender e acolher a Divina Misericórdia! Senhor, que com a vossa morte e ressurreição revelais o amor do Pai, nós acreditamos em Ti e hoje te repetimos com confiança: «Jesus, confio em Ti! Tem misericórdia de nós e do mundo inteiro!»”. A mensagem terminava convidando a “contemplar com os olhos de Maria o imenso mistério desse amor misericordioso que brota do coração de Cristo”.

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Notas:

[11] Levantai-vos! Vamos!, pág. 102

[12] Memória e identidade, citado, págs. 21 e 55

[13] Levantai-vos! Vamos!, págs. 76-77

[14] Apêndice de Memória e Identidade, pág. 185

[15] Ver João Paulo II, Memória e Identidade, pág. 15 e ss.

[16] Ver, por exemplo, a citada biografia de George Weigel, Testemunho de esperança

[17] Obra citada, págs. 22-23

[18] Livraria Francisco Alves editora, Rio de Janeiro 1995, págs. 201 ss.

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Junho Verde

Junho Verde (CNBB)

AÇÕES NA AMAZÔNIA CELEBRAM SEMANA DO MEIO AMBIENTE E MOBILIZAM DIOCESES PARA A CAMPANHA JUNHO VERDE

A Comissão Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma série de atividades que serão realizadas durante a Semana do Meio Ambiente, no contexto das iniciativas do Junho Verde. Durante todo o mês de junho, a sociedade brasileira é chamada a entender a importância da conservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos e do controle da poluição e da degradação dos recursos naturais.

Regional Norte 1

No dia 5 de junho, várias entidades, como a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) e a Comissão da Ecologia Integral da arquidiocese de Manaus (AM), promovem uma Noite ecológica em alusão ao Dia do Meio Ambiente, com o tema “Povos originários e territorialidade amazônica” no Espaço Loyola, em Manaus.

No mesmo dia, as Pastorais Sociais da arquidiocese de Manaus celebram o Dia do Meio Ambiente durante sua assembleia, e fazem memória também dos 10 anos da REPAM.

Regional Norte 2

No Regional Norte 2, que compreende o Pará e o Amapá, a diocese de Marabá (PA) realizou a Romaria dos Mártires da Floresta, entre o dia 31 de maio e 2 de junho.

Em Óbidos, as Pastorais Social e da Ecologia da Paróquia Santo Antônio de Alenquer (PA) realizam, desde o dia 1º de junho, as atividades da Semana Mundial do Meio Ambiente. Uma das atividades foi o Círio Limpo 2024: menos plástico e mais consciência.

CNBB

No Dia do Meio Ambiente, o Comitê Repam de Marabá realiza um encontro para apoiar as ações da Campanha Junho Verde. Na arquidiocese de Santarém (PA), ocorre o I Seminário sobre o Meio Ambiente e Ecologia Integral, com o tema “Nossa Casa Comum: por uma Ecologia Integral”.

Ainda neste mês, na diocese de Castanhal, ocorre de 20 a 23 de junho o Encontro das Águas. O evento é organizado pela diocese de Castanhal, a Repam-Brasil, a Comissão para a Amazônia, o Regional Norte 2 da CNBB e a Articulação Repam COP 30.

Regional Nordeste 5

No Maranhão, ocorre de 7 a 9 de junho, o Seminário Regional da XIV Romaria da Terra e das Águas, em São Luís (MA). O evento é organizado pelo Comitê de Articulação das Pastorais Sociais e pela REPAM Maranhão, com apoio da Comissão para a Amazônia.

Essa atividade culminará com a Romaria da Terra e das Águas, entre os dias 2 e 3 de agosto, na diocese de Viana (MA), com o tema “Territórios Livres das Cercas, dos Trilhos e do Agronegócio” e o lema “Vou plantá-los no seu chão de modo que nunca mais sejam arrancados de sua terra” (Am 9, 15). As inscrições estão abertas aqui.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O Papa: o Espírito é um vento que não pode ser “engarrafado”, Ele cria e torna livres

Audiência Geral de 05/06/2024, com o Papa Francisco (Vatican News)

A “liberdade não é fazer o que se quer” e se expressa “no que parece ser o seu oposto, o serviço”, foi o que disse Francisco em sua catequese na Audiência Geral, na Praça São Pedro, dedicada ao nome “Ruach”, pelo qual o Espírito de Deus é originalmente chamado na Bíblia. O Espírito não pode ser “institucionalizado”. Na verdade, Ele distribui seus dons como quer.

Mariangela Jaguraba – Vatican News

"O vento sopra onde quer. Onde há o Espírito de Deus, há liberdade" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (05/06), realizada na Praça São Pedro.

Francisco refletiu sobre sobre o nome pelo qual o Espírito Santo é chamado na Bíblia.

"A terceira pessoa da Trindade tem um nome: chama-se Espírito Santo. Contudo, “Espírito” é a versão latinizada. O nome do Espírito, aquele pelo qual o conheceram os primeiros destinatários da revelação, com o qual o invocaram os profetas, os salmistas, Maria, Jesus e os Apóstolos, é Ruach, que significa sopro, vento, respiro", disse o Papa.

"Na Bíblia o nome é tão importante que quase se identifica com a própria pessoa. Santificar o nome de Deus é santificar e honrar o próprio Deus. Não é nunca um nome meramente convencional: sempre diz algo sobre a pessoa, a sua origem ou a sua missão. O mesmo se aplica ao nome Ruach. Ele contém a primeira revelação fundamental sobre a pessoa e a função do Espírito Santo", sublinhou Francisco.

Foi justamente observando o vento e suas manifestações que os escritores bíblicos foram guiados por Deus para descobrir um “vento” de natureza diferente. Não é por acaso que no Pentecostes o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos acompanhado pelo “ruído de uma forte rajada de vento”. Era como se o Espírito Santo quisesse assinar o que estava acontecendo.

"A imagem do vento serve antes de tudo para expressar o poder do Espírito Santo. “Espírito e poder”, ou “poder do Espírito” é um binômio recorrente em toda a Bíblia. Com efeito, o vento é uma força avassaladora e indomável. É capaz até de mover os oceanos", disse o Papa.

"Para descobrir o sentido pleno das realidades da Bíblia, não devemos parar no Antigo Testamento, mas chegar a Jesus. Ao lado do poder, Jesus destacará outra característica do vento, a da sua liberdade."

O vento é a única coisa que absolutamente não pode ser contida, não pode ser “engarrafado” ou encaixotar. Tentamos “engarrafar” ou encaixotar o vento, mas não é possível: é livre. Pretender encerrar o Espírito Santo em conceitos, definições, teses ou tratados, como o racionalismo moderno às vezes tentou fazer, significa perdê-lo, anulá-lo ou reduzi-lo ao espírito puramente humano, um espírito simples.

Segundo o Papa, "existe uma tentação semelhante também no campo eclesiástico, que é a de querer encerrar o Espírito Santo em cânones, instituições ou definições. O Espírito cria e anima as instituições, mas Ele mesmo não pode ser “institucionalizado”. O vento sopra “onde quer”, por isso o Espírito distribui os seus dons “conforme lhe apraz”".

São Paulo fará de tudo isso a lei fundamental da ação cristã: “[...] onde está o Espírito do Senhor, há liberdade” (2Cor 3,17), diz ele. "Uma pessoa livre, um cristão livre, é aquele que tem o Espírito do Senhor", ressaltou o Papa.

Esta é uma liberdade muito especial, muito diferente do que comumente se entende. Não é liberdade para fazer o que quiser, mas liberdade para fazer livremente o que Deus quer! Não liberdade para fazer o bem ou o mal, mas liberdade para fazer o bem e fazê-lo livremente, isto é, por atração, não por coerção. Em outras palavras, liberdade como filhos, não como escravos.

"Esta é uma liberdade que se expressa no que parece ser o seu oposto, se expressa no serviço, e no serviço existe a verdadeira liberdade", disse ainda Francisco ressaltando que nós "sabemos bem quando esta liberdade se torna um “pretexto para a carne”". Paulo faz uma lista sempre atual: “promiscuidade, impureza, devassidão, idolatria, bruxaria, inimizades, discórdia, ciúme, fúrias, ambições egoístas, fações, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas”. "O mesmo acontece com a liberdade que permite aos ricos explorar os pobres, é uma liberdade ruim aquela que permite aos fortes explorar os fracos e a todos explorar o ambiente impunemente. Esta é uma liberdade ruim, não é a liberdade do Espírito", sublinhou.

"Peçamos a Jesus que nos torne, através do seu Espírito Santo, homens e mulheres verdadeiramente livres. Livres para servir, no amor e na alegria", concluiu o Papa.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 4 de junho de 2024

O que é depressão e como buscar ajuda e tratamento para você ou outras pessoas (1)

Obstáculos para diagnosticar e tratar doença são enormes; estimativas apontam que ela será principal problema de saúde do mundo até 2030 | GETTY Image

O que é depressão e como buscar ajuda e tratamento para você ou outras pessoas

  • Cristiane Martins
  • De Londres para a BBC News Brasil

24 novembro 2021

"É assustador, mas comum que, não importa o que você diga sobre sua depressão, as pessoas não acreditam, a não ser que você pareça agudamente deprimido", resumiu o escritor e jornalista americano Andrew Solomon, no best-seller O Demônio do Meio-Dia.

Os obstáculos para diagnosticar e tratar a depressão são enormes, afirma a Associação Brasileira de Psiquiatria, mesmo que essa condição médica seja comum, recorrente e crescente em seus mais diversos sintomas e impactos. Estima-se, aliás, que até 2030 ela deva afetar mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta atualmente quase 12 milhões de pessoas no Brasil, ou 5,8% da população, taxa superior à média mundial (4,4%) e abaixo apenas do líder Estados Unidos (5,9%). Essa condição, que não tem causa única, atinge as pessoas independentemente da idade, classe social, profissão, raça/etnia ou do gênero.

Em linhas gerais, a depressão é descrita por especialistas como um transtorno biológico no qual a pessoa se sente deprimida ou perde o interesse ou prazer em relação a algo que tinha antes, afetando diversas áreas de sua vida (profissional, pessoal, familiar, social etc.). Mas o diagnóstico é complexo: não passa por exames, mas pela análise clínica de profissionais de saúde especializados com base em sintomas, critérios diagnósticos (há quanto tempo persistem os sintomas, por exemplo), histórico familiar, gatilhos, comorbidades, entre outros pontos.

E por que é tão difícil identificar e entender os sintomas e as causas do chamado "mal do século 21"? Que profissionais fazem esse diagnóstico? O que especialistas recomendam para quem busca ajuda e tratamento para si mesmo ou para outras pessoas? E quem não tem condições financeiras de pagar atendimento particular ou plano de saúde? Luto pode desencadear depressão? Por que os pacientes são estigmatizados como fracos ou sem força de vontade, por exemplo? Todos precisam tomar remédio? Fazer terapia basta para os casos mais leves?

Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS), depressão afeta atualmente quase 12 milhões de pessoas no Brasil | GETTY Image

A BBC News Brasil reúne no texto abaixo respostas de especialistas e entidades de psiquiatria e psicologia para algumas das dúvidas mais buscadas sobre depressão.

E para responder brevemente às duas últimas perguntas, a Inglaterra decidiu mudar as diretrizes do sistema público de saúde nacional (uma espécie de SUS) para pessoas diagnosticadas com depressão leve. Antes de iniciarem tratamento com antidepressivos, esses pacientes devem primeiro ter acesso à terapia e a exercícios físicos em grupo, por exemplo.

O novo protocolo surge em meio ao aumento das prescrições de antidepressivos no país no fim de 2020 (alta de 6% em relação ao ano anterior), mas isso não significa, obviamente, que o tratamento com remédios como um todo esteja sendo questionado.

Um estudo publicado no fim de setembro no periódico científico The New England Journal of Medicine apontou que pessoas que permanecem usando medicamentos antidepressivos a longo prazo têm menos chance de sofrer recaída do que aquelas que decidem parar de tomá-los.

Legenda da foto,Uma das formas mais comuns de problemas de saúde mental, a depressão é descrita como transtorno, doença, síndrome, sentimento ou melancolia | GETTY Image

O que é depressão e quais são os principais sintomas, segundo especialistas

Uma das formas mais comuns de problemas de saúde mental, a depressão é descrita como transtorno, doença, síndrome, sentimento ou melancolia (antigo nome que se dava a ela).

"A depressão se caracteriza por uma tristeza profunda e prolongada, que faz o indivíduo perder o interesse por coisas que anteriormente eram prazerosas. Além da tristeza, que é o sintoma mais conhecido e falado, o padecente pode sofrer com alterações no sono, podendo dormir demais ou ter insônia, distúrbios alimentares, irritabilidade, fadiga, pensamentos de suicídio. Cabe ressaltar que os sintomas variam de pessoa para pessoa", explica Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, em entrevista à BBC News Brasil.

A necessidade de encontrar uma definição para uma condição tão complexa quanto a depressão é fundamental quando se deseja instituir um diagnóstico, pois só então é possível traçar um tratamento adequado, seja com remédios, terapia ou ambos, por exemplo.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria, traz uma série de "pré-requisitos" para caracterizar o diagnóstico formal de depressão, como a presença de cinco ou mais sintomas da lista abaixo ao mesmo tempo durante pelo menos duas semanas. São eles, de forma simplificada:

  • Sentir-se triste ou deprimido
  • Ausência de interesse e prazer em atividades que antes eram prazerosas
  • Fadiga e perda de energia
  • Alterações no apetite e no peso (ganho ou perda sem relação com dieta)
  • Dificuldade para dormir ou o oposto, dormir muito
  • Sentimentos de inutilidade e culpa
  • Problemas para pensar, se concentrar ou tomar decisões
  • Aumento da atividade física sem propósito, como ficar balançando as mãos ou os pés, andar de um lado para outro, não conseguir ficar parado em pé ou sentado.
  • Pensamentos suicidas

Mas o diagnóstico vai muito além de preencher ou não os critérios acima. Segundo Silva, "cerca de 50% a 60% dos casos de depressão não são detectados pelo médico clínico e muitas vezes o tratamento prescrito não é suficientemente adequado".

Há diversas variáveis biológicas, neuroquímicas, ambientais, genéticas e emocionais envolvidas — e diversos tipos de depressão e de transtornos mentais. Por isso cabe a um profissional especializado investigar e identificar qual problema de saúde está afetando ou não cada paciente.

"Um aspecto relevante, por exemplo, passa pelas comorbidades. Muitas vezes, o paciente não tem só depressão. É muito comum o paciente ter depressão e problemas relacionados ao uso de substâncias, ou transtorno de ansiedade associado a um transtorno alimentar, transtorno de personalidade… A importância da avaliação, do diagnóstico apropriado com um profissional especializado se dá porque na maioria das vezes os transtornos mentais não aparecem sozinhos", disse à BBC News Brasil Wilson Vieira Melo, presidente da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas.

A avaliação não é feita apenas por todos esses sinais, mas também pela exclusão de sintomas, demandando diagnósticos diferenciais com outras condições médicas, como deficiência de vitaminas, alterações na tireoide e tumor cerebral, que podem apresentar sintomas semelhantes aos da depressão.

"O psiquiatra é quem pode avaliar o quadro e identificar o desenvolvimento de uma doença mental, intervindo de forma precoce e evitando seu agravamento. Sempre que notarmos o prejuízo no comportamento do indivíduo, ou seja, que os sintomas começam a atrapalhar a vida da pessoa, é a hora de buscar um psiquiatra para tratamento e manejo correto", afirma Silva, da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda no Centro de Valorização da Vida e o Centro de Atenção Psicossocial (CAP) da sua cidade. O CVV (https://www.cvv.org.br/) funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/

O Credo do Povo de Deus (1)

São Paulo VI (Canção Nova)

Arquivo 30Dias – 06/1998

O Credo do Povo de Deus

 O texto da Profissão de Fé que Paulo VI pronunciou em 30 de junho de 1968, no final do Ano da Fé anunciado por ocasião do XIX centenário do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma.

 O texto da Profissão de Fé proclamada por Paulo VI em 30 de junho de 1968

 Cremos em um só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, criador das coisas visíveis, como este mundo onde passa a nossa vida passageira, das coisas invisíveis como os espíritos puros, também chamados de anjos (1), e Criador em cada homem do espiritual e alma imortal. 

 Acreditamos que este Deus único é absolutamente um em sua essência infinitamente santa como em todas as suas perfeições, em sua onipotência, em sua ciência infinita, em sua providência, em sua vontade e em seu amor. Ele é Aquele que é , como Ele mesmo O revelou a Moisés (2); e Ele é Amor, como nos ensina o Apóstolo João (3): de modo que estes dois nomes, Ser e Amor, expressam inefavelmente a mesma realidade divina d’Aquele que nos quis dar a conhecer, e que “habita numa luz inacessível” (4) está em Si mesmo acima de todo nome, acima de todas as coisas e acima de toda inteligência criada. Só Deus pode nos dar o conhecimento correto e pleno de Si mesmo, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo, de cuja vida eterna somos chamados a participar por Sua graça, aqui embaixo nas trevas da fé e, além da morte, na luz da vida perpétua e eterna. Os laços mútuos, que constituem eternamente as três Pessoas, cada uma das quais é o único e idêntico Ser divino, são a vida íntima abençoada do Deus três vezes santo, infinitamente além de tudo o que podemos conceber de acordo com a medição humana (5). Entretanto, demos graças à Bondade divina pelo facto de muitos crentes poderem testemunhar conosco, diante dos homens, a Unidade de Deus, apesar de não conhecerem o mistério da Santíssima Trindade. 

 Cremos, portanto, no Pai que gera eternamente o Filho; ao Filho, Verbo de Deus, que é gerado eternamente; ao Espírito Santo, Pessoa incriada que procede do Pai e do Filho como seu Amor eterno. Assim, nas três Pessoas divinas, coaeternae sibi et coaequales (6), a vida e a bem-aventurança do Deus perfeitamente único abundam e se consomem, na superexcelência e na glória próprias do Ser incriado; e sempre «a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade devem ser veneradas» (7). 

 Cremos em Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus. Ele é o Verbo eterno, nascido do Pai antes de todos os tempos e consubstancial ao Pai, homoousios a Patri (8); e através dele todas as coisas foram feitas. Ele encarnou por obra do Espírito no ventre da Virgem Maria, e tornou-se homem: portanto igual ao Pai segundo a divindade, e inferior ao Pai segundo a humanidade, e Ele mesmo um, não devido a alguma confusão impossível das naturezas , mas pela unidade da pessoa (9).

Ele habitou entre nós, cheio de graça e verdade. Ele anunciou e estabeleceu o Reino de Deus, e em Si mesmo nos deu a conhecer o Pai. Ele nos deu seu novo mandamento: amar uns aos outros como ele nos amou. Ele nos ensinou o caminho das bem-aventuranças do Evangelho: pobreza de espírito, mansidão, dores suportadas com paciência, sede de justiça, misericórdia, pureza de coração, desejo de paz, perseguições sofridas por justiça. Ele sofreu sob Pôncio Pilatos, o Cordeiro de Deus que leva os pecados do mundo, e morreu por nós na Cruz, salvando-nos com o seu Sangue redentor. Foi sepultado e, por seu próprio poder, ressuscitou ao terceiro dia, elevando-nos com a sua Ressurreição à participação na vida divina, que é a vida da graça. Ele ascendeu ao Céu e voltará, em glória, para julgar os vivos e os mortos, cada um segundo os seus méritos; então aqueles que responderam ao Amor e à Misericórdia de Deus irão para a vida eterna, e aqueles que recusaram até o fim irão para o fogo inextinguível.

E o seu Reino não terá fim. 

 Cremos no Espírito Santo, que é Senhor e dá vida; que é adorado e glorificado com o Pai e o Filho. Ele nos falou através dos profetas, foi-nos enviado por Cristo depois da sua Ressurreição e da sua Ascensão ao Pai; Ele ilumina, vivifica, protege e guia a Igreja, purifica os seus membros, desde que não escapem à sua graça. A sua ação, que penetra nas profundezas da alma, torna o homem capaz de responder ao convite de Jesus: «Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste» (10). 

 Cremos que Maria é a Mãe, sempre Virgem, do Verbo Encarnado, nosso Deus e Salvador Jesus Cristo (11), e que, por causa desta eleição singular, Ela, em consideração aos méritos de seu Filho, foi redimida de uma forma mais eminente (12), preservado de toda mancha do pecado original (13) e cheio do dom da graça mais do que todas as outras criaturas (14.. 

 Associado aos Mistérios da Encarnação e da Redenção por um vínculo estreito e indissolúvel (15), a Santíssima Virgem, a Imaculada, no final da sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória celestial (16) e configurada como seu Filho ressuscitado, antecipando o destino futuro de todos os justos; e acreditamos que a Santíssima Mãe de Deus, Nova Eva, Mãe da Igreja (17), continua o seu ofício maternal no Céu em relação aos membros de Cristo, cooperando no nascimento e desenvolvimento da vida divina nas almas dos redimidos (18).

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NOTAS 

(1) Cf. Denzinger-Schönmetzer 3002. 

(2) Cf. Ex 3, 14. 

(3) Cf. 1 Jo 4, 8. 

(4) Cf. 1 Tim 6, 16. 

(5) Cf. Schönmetzer 804.

(6) Ver Denzinger-Schönmetzer 75. 

(7) Ver Denzinger-Schönmetzer 75. 

(8) Ver Denzinger-Schönmetzer 150. 

(9) Ver Denzinger-Schönmetzer 76. 

(10) Ver Mt 5, 48. 

(11 ) Ver Denzinger-Schönmetzer 251-252. 

(12) Ver Concílio Vaticano II, constituição dogmática Lumen gentium , 53. 

(13) Ver Denzinger-Schönmetzer 2803. 

(14) Ver Concílio Vaticano II, constituição dogmática Lumen gentium , 53. 

(15) Ver Concílio Vaticano II, constituição dogmática Lumen gentium , 53, 58, 61. 

(16) Cf. Denzinger-Schönmetzer 3903. 

(17) Cf. Concílio Vaticano II, constituição dogmática Lumen gentium , 53, 56, 61, 63; ver Paulo VI, Allocutio in conclution III Sessionis Concilii Vaticani II , in Acta Apostolicae Sedis 56, 1964, p. 1016; exortação apostólica Signum magnum , Introdução. 

(18) Ver Concílio Vaticano II, constituição dogmática Lumen gentium , 62; Paulo VI, exortação apostólica Signum magnum, pág. 1, não. 1.

 Fonte: https://www.30giorni.it/

Santa Sé declara Nossa Senhora Medianeira “Rainha do Povo Gaúcho”

Pintura de Nossa Senhora Medianeira é abonçoada por dom Leomar Brustolin no dia 31 de maio, data da festa litúrgica da padroeira do Rio Grande do Sul | Instagram/Basílica Nossa Senhora Medianeira | Aci Digital

Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças foi declarada “Rainha do Povo Gaúcho”, disse o arcebispo de Santa Maria (RS), dom Leomar Antônio Brustolin, presidente do regional Sul 3 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em missa na basílica de Nossa Senhora Medianeira, na sexta-feira (31), dia da padroeira do Rio Grande do Sul.

Segundo dom Leomar, “o Decreto de Consagração do Estado do Rio Grande do Sul à Virgem Maria, Medianeira de Todas as Graças” veio do Dicastério para o Culto Divino e foi propício “neste tempo de provação devido à catástrofe das chuvas que se abateu” sobre o Sul do Brasil.

“Essa Coroação Pontifícia colabora para fortalecer a espiritualidade mariana em todo o Estado e renovar a esperança num futuro que exige empenho de todos para a reconstrução da vida”, disse o arcebispo.

“O Decreto propõe a Coroação Pontifícia da imagem da Bem-Aventurada Virgem Maria, Medianeira de Todas as Graças e que ela seja invocada como ‘Rainha do Povo Gaúcho’”, disse dom Leomar.

A coroação da imagem da Medianeira acontecerá na basílica dedicada à santa, em Santa Maria (RS), no dia 15 de agosto, solenidade da Assunção de Nossa Senhora e aniversário da basílica, às 19h.

Segundo dom Leomar, a partir de agora, haverá anualmente uma novena em honra a Nossa Senhora Medianeira durante o mês de maio, que será finalizada no dia 31 de maio, data da festa litúrgica da padroeira do Rio Grande do Sul.

Devoção a Nossa Senhora Medianeira

A devoção a Nossa Senhora Medianeira em Santa Maria (RS) foi iniciada em 1928, através dos incentivos do padre Ignácio Rafael Valle, mas se popularizou a partir de 1929, quando o então papa Pio XI concedeu à diocese de Santa Maria a honra de celebrar Nossa Senhora Medianeira com festa própria.

Em 5 de setembro de 1930, 23 mulheres prepararam uma romaria à Nossa Senhora Medianeira para pedir proteção para a cidade de Santa Maria, que era ameaçada pela Revolução de 1930. Suas preces foram ouvidas e dias depois a revolução terminou de forma pacífica.

Em 15 de agosto de 1935, o então bispo de Santa Maria, dom Antônio Reis começou a construção do santuário dedicado à Nossa Senhora Medianeira.

Nossa Senhora Medianeira foi declarada padroeira do Rio Grande do Sul em 25 de outubro de 1942, pelo então arcebispo de Porto Alegre, dom João Becker, e os demais bispos do Estado. Ela também foi proclamada padroeira da Província Eclesiástica de Santa Maria (RS), em 17 de março de 2022.

Em 12 de dezembro de 1943, dom Antônio Reis realizou a primeira romaria estadual a Nossa Senhora Medianeira. Atualmente, a peregrinação acontece no segundo domingo do mês de novembro, e atrai mais de 300 mil pessoas.

Fonte: https://www.acidigital.com/

A força da fé na vida da comunidade cristã!

FÉ - Alimento da alma (nsaparecidanatal)

A FORÇA DA FÉ NA VIDA DA COMUNIDADE CRISTÃ!

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS) 

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Diante dos acontecimentos climáticos extraordinários que atingiram o nosso Estado do Rio Grande do Sul, podemos estar chocados com o impacto dos danos, em muitas localidades e cidades, deixando um rastro de destruição que atingiu a natureza, ceifou vidas, destruí casas, empresas e também parte da infraestrutura rodoviária e ferroviária, que são de importância fundamental para a assistência aos desalojados, para a reconstrução das instituições que serviam às comunidades, e a retomada das atividades econômicas.  

Através de um esforço conjunto entre os governos, as empresas, as instituições e a corresponsabilidade coletiva, poderemos abreviar o tempo da angústia, do medo, da dor e da incerteza, que hoje aflige milhares de pessoas vitimadas por essa tragédia, e gostariam de refazer a vida ou retomar o cotidiano da vida, onde for possível. Toda esta realidade que nos feriu de forma coletiva está sendo amenizada, na questão humanitária, pela resposta solidária que envolveu instituições civis e religiosas, empresas e poder público. Uma ação solidária que ultrapassou as fronteiras do Brasil, porque a tragédia chamou a atenção também da mídia internacional pela sua magnitude. 

Por isso, se faz necessário mantermos aberta a porta do coração para a ação solidária, tendo presente que na medida em que as águas dos rios retornam ao seu leito, nos deparamos com a lama e a destruição das casas e de toda uma realidade que fazia parte da vida das pessoas nas suas comunidades. O sentido de pertença a uma comunidade tem um significado importante para as pessoas, porque é na família e na comunidade, “família alargada”, que vivemos as alegrias, as dores, as desilusões, as provações e celebramos a nossa caminhada de fé, que alimenta a esperança e dá um novo significado à vida, dom de Deus, mesmo quando ela está ferida. A luz do Ressuscitado abre aos homens e mulheres de fé novos horizontes, que lhes oferece a possibilidade de encontrar um novo sentido em tudo aquilo que acontece ao longo da vida.  

A Igreja, comunidade de fé, tem como missão anunciar o Reino de Deus ao mundo. Podemos dizer que é uma missão sublime, mas, ao mesmo tempo, árdua; na qual os discípulos devem empenhar as próprias forças, sem desprezar a graça de Deus: “Não tenhais medo, porque eu estarei contigo e ninguém procurará fazer-te mal” (At 18,9-10). A promessa de Jesus Ressuscitado, feita aos discípulos que iniciam o anúncio e a missão junto às primeiras comunidades, não pode ser esquecida pela comunidade cristã: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 1,22,23). É com essa confiança, de que o Senhor caminha conosco, que iremos ajudar as pessoas a reconstruírem suas vidas, também no sentido de comunidade de fé, tendo presente que a Igreja, mesmo sendo uma comunidade ferida e frágil, é, ao mesmo tempo, portadora de uma mensagem de esperança para todos os seus filhos. Todos os fiéis podem encontrar na Igreja um espaço de crescimento espiritual, porque esta não é constituída por uma elite de puros, mas é uma comunidade de “feridos”, que acolhem e caminham para a santidade na casa do Pai.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF