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sexta-feira, 7 de junho de 2024

O mundo precisa da Amazônia e a Amazônia precisa do mundo, alerta Ir. João Gutemberg

Criança indígena da Amazônia (AFP or licensors)

A Rede Eclesial Pan-Amazônica, a Repam, está presente em 9 países e precisa fazer um trabalho descrito por Irmão João Gutemberg Sampaio, secretário-executivo, como de "polinizadores, trazendo o bem daqui, somando com aquele de lá para dar uma visão mais sistêmica, mais Pan-Amazônica". A Repam nasceu "de muita vida doada", "é uma Igreja de muitos mártires, de pessoas martirizadas há décadas porque doam a vida, como o próprio Padre Ezequiel Ramin".

Andressa Collet - Vatican News

Encontrar o Papa Francisco no Vaticano é enaltecer os sonhos gerados pela encíclica Laudato si' e pelo Sínodo para a Amazônia, afirmou o Irmão João Gutemberg Sampaio, secretário-executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica, a Repam. Ele fez parte da delegação da entidade que junto com representantes da Conferência Eclesial da Amazônia (Ceama) conversaram com o Pontífice na última segunda-feira (03/06), naquele que foi considerado pelas presidências como um "encontro histórico e significativo", já que foi a primeira reunião oficial entre o Pontífice e essas entidades irmãs que atuam para consolidar a Igreja com um rosto mais amazônico naquele território - como foi relembrado pelo Pontífice na audiência.

O encontro com o Papa na segunda-feira (03/06) (Vatican Media)

Irmão João contou em entrevista a Silvonei José do Vatican News, que a Laudato si' foi escrita pelo Papa quando a Repam "não tinha nem 1 ano de idade" e se tornou a carta da intenções e ações da entidade. Um incentivo para avançar no tema do cuidado das pessoas e da casa comum muito incentivado por Francisco, mas que começou ainda com outros Pontífices:

"E isso vem já de antes também, com toda preocupação já do Papa João Paulo II, que andou por esse mundo beijando o chão, celebrando a Eucaristia, nos grandes espaços da sociedade, para dizer que esse mundo é santo, que esse lugar é sagrado e nós precisamos cuidar dele."

O trabalho de 'polinizadores' da Repam

Cuidar e não destruir a casa comum criada por Deus, reforçou o Ir. João, "isso é evangelização a partir da espiritualidade da criação". Uma missão encabeçada pela Repam que está presente em 9 países, uma área de mais de 7 milhões e 500 mil quilômetros quadrados com 105 jurisdições eclesiásticas e forte presença da Vida Consagrada e de atividades dos leigos, sobretudo das mulheres: dessa forma, eles precisam ser "polinizadores, trazendo o bem daqui, somando com aquele de lá para dar uma visão mais sistêmica, mais Pan-Amazônica" do trabalho realizado a partir da Igreja para a sociedade. A Repam "nasce de muita vida doada", "é uma Igreja de muitos mártires", reiterou Ir. João, "de pessoas martirizadas há décadas porque doam a vida, como o próprio Padre Ezequiel Ramin".

"A Repam tem encontrado cada vez mais o seu foco na questão do direitos humanos, na defesa e no cuidado das comunidades e das pessoas em situação de fragilidade, da questão de ameaças, trazendo um apoio humanitário, mas também um apoio através de organismos internacionais para construir uma defesa dessas realidades também com a denúncia e o acompanhamento dessas pessoas porque, infelizmente, não todos os seres humanos têm um pensamento bom em uma atitude boa, então nós precisamos somar o lado do bom, do bem e do belo para que vença a vida. O sofrimento é grande, mas a esperança é maior ainda."

“O mundo precisa da Amazônia e a Amazônia precisa do mundo, ninguém é melhor do que o outro. Nós precisamos estar conectados, pensando um conjunto da humanidade do nosso planeta Terra.”

Ouça a entrevista de Ir. João concedida a Silvonei José:

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/06/06/17/138011717_F138011717.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

TEOLOGOA: Lendo o Vaticano II na continuidade da Tradição

Bonifácio Honings, Iter fidei et rationis. Theologica-Moralia-Iura, Lateran University Press, Roma 2004, 3 vols | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 06/2007

Lendo o Vaticano II na continuidade da Tradição

O presidente emérito da Pastoral dos Agentes de Saúde revisa a Miscelânea de ensaios sobre teologia dogmática, moral e jurídica do Padre Bonifácio Honings.

do Cardeal Fiorenzo Angelini

As mais de duas mil páginas dos três volumes que, na forma de Miscellanea , reúnem ensaios sobre teologia dogmática ( Theologica ), teologia moral ( Moralia ) e doutrina jurídica ( Iura ) publicados durante um período de cinquenta anos pelo estudioso e religioso O Carmelita Descalço, Professor Bonifácio Honings, antes de ser uma mina de ciência, são um testemunho de como é possível – e no caso do meu querido amigo foi – transformar a cátedra de uma faculdade teológica numa eficaz escola de vida. Isto explica porque o Padre Honings, tão solicitado tanto pela sua própria ordem religiosa como pela Cúria Romana, combinou os seus compromissos académicos com os mais propriamente eclesiais, ocupando cargos importantes tanto nos mais altos órgãos de governo da ordem dos Carmelitas Descalços como em numerosos dicastérios. pontifício. De fato, no Padre Honings, ao lado do professor, sempre existiu um amante do conhecimento entendido como descoberta do sentido da vida e do destino do homem e, portanto, do conhecimento que pode ser transformado em norma de ação. Deste ponto de vista, é muito interessante a abordagem interdisciplinar do Padre Honings aos temas fundamentais abordados nos ensaios reunidos nesta Miscelânea . Na verdade, ele tem o mérito e o mérito de identificar, mesmo no mais abstrato dos argumentos teológicos, o fio moral; o mesmo em artigos dedicados a temas jurídicos. Esta abordagem foi certamente influenciada pelo facto de o ensino predominante do Padre Honings ser o da teologia moral especial, embora eu continue convencido de que a espiritualidade dos grandes reformadores do Carmelo, Teresa de Jesus e João da Cruz, de quem o Padre Honings confirma ele mesmo, em cada página de seus escritos, como um filho fiel. Apresentando a Miscelânea de ensaios, o Cardeal Dionigi Tettamanzi fala com razão do "caráter clarividente e um tanto profético" de muitos dos artigos do Padre Honings, sublinhando a sua solidez, originalidade, coragem, "de fato, audácia" e "rigorosa fidelidade" ao ensino do magistério eclesiástico. O arcebispo de Milão acrescenta: «Intimamente ligados ao estudo, queremos recordar aqui a mente e o coração do professor de Latrão: uma mente e um coração ricos de verdadeira paixão apostólica, que se exprimiu na oferta de muitos estudantes à Igreja na posse de as condições teológicas e culturais para se tornarem, por sua vez, autênticos protagonistas da nova evangelização”.

Obviamente, um julgamento, mesmo que de caráter geral, do riquíssimo conteúdo desta Miscelânea pode partir de diversos ângulos. Gostaria, no entanto, de sublinhar uma que, na minha opinião, explica a relevância dos estudos e ensaios do Padre Honings: consiste na capacidade de ler os documentos do Concílio Vaticano II com grande abertura, mas em nome da continuidade com a doutrina teológica, a natureza moral e jurídica da tradição da Igreja. Não é um mérito marginal, mas de grande importância, depois de muitas décadas de confusão terminológica e conceptual na leitura, interpretação e aplicação dos ensinamentos e diretivas do Concílio Vaticano II. Muitas vezes persistimos, e persistimos ainda hoje, em olhar para este ensinamento como uma superação ou mesmo como uma antítese não só da teologia, mas também da catequese tradicional. Esta atitude deu origem, no próprio campo teológico, à perniciosa oposição - emprestada da linguagem política - entre conservadores e progressistas, como se fosse possível, no campo religioso, progredir sem salvaguardar e enriquecer o património doutrinal transmitido do origens. Nas coisas do espírito, o progresso é a vida que continua e avança porque encontra a sua força na seiva da sua fonte. Não é necessário recordar os danos causados ​​pela referida abordagem errada, que não deixou de se refletir no ensino, na catequese do povo e, em sentido geral, em toda a ação evangelizadora da Igreja.

Padre Bonifácio Honings | 30Giorni

Nos ensaios do Padre Honings reunidos nesta Miscelânea , registamos com espanto e admiração motivada a sua capacidade de captar em muitos textos do Vaticano II, especialmente no que diz respeito à doutrina sobre a Igreja e os sacramentos, o impulso inovador em termos de prática pastoral, demonstrando, ao mesmo tempo, que é precisamente identificando este aspecto inovador que os dados tradicionais podem ser melhor compreendidos e valorizados. Ele parece aplicar passo a passo também à teologia o antigo ditado – geralmente aplicado à Sagrada Escritura – segundo o qual o novum in vetere latet e o vetus in novo patet . Pois bem, esta capacidade vem ao Padre Honings da preocupação constante de descobrir, mesmo nas mais altas declarações teológicas, um apelo prático, uma diretriz para a vida. Mas gostaria também de recordar um aspecto da atividade científica e cultural do Padre Honings que talvez seja menos conhecido. Pessoalmente, estou particularmente grato ao Padre Honings pela múltipla forma de colaboração que tive o privilégio de utilizar, primeiro como chefe do dicastério pontifício da Pastoral dos Trabalhadores da Saúde, do qual o Padre Honings foi consultor, intervindo também com suas palestras em conferências internacionais anuais promovidas pelo dicastério e preparando ensaios publicados na revista do Pontifício Conselho Dolentium hominum Igreja e saúde no mundo . Além disso, não posso deixar de mencionar a participação assídua do Padre Honings, com a sua lição fundamental, em todos os Congressos anuais promovidos, a partir de 1997, pelo Instituto Internacional de Pesquisa sobre o Rosto de Cristo e a sua presença na redação da revista Il Volto dei Volti que, muitas vezes, hospeda seus ensaios teológico-espirituais. Esta colaboração com este ilustre mestre, que se tornou habitual para mim, deu-me a oportunidade de descobrir nele um exemplo e um guia para a riqueza dos seus conhecimentos, a coerência das suas posições, o entusiasmo do seu trabalho, a grande pastoral disponibilidade . Ao expressar o meu mais sincero apreço por esta notável publicação da Editora Universitária Lateranense, desejo ao Padre Bonifácio Honings que estes três volumes continuem no tempo as lições que ele ensinou durante muitos anos na cátedra universitária.

 Fonte: https://www.30giorni.it/

Francisco: o sacerdote não caminha sozinho, deve tecer uma forte rede de relações fraternas

Papa Francisco recebe os participantes da Plenária do Dicastério para o Clero ma Sala Clemetina (Vatican Media)

Na audiência com os participantes na Plenária do Dicastério para o Clero, o Papa sublinhou três aspectos: a formação, a atenção às vocações e o ministério do diaconato permanente sobre cuja identidade está em curso uma reflexão: "Permanecer atentos aos sinais do Espírito, amadurecer na dimensão humana e espiritual, encontrar as linguagens adequadas para evangelização".

Adriana Masotti/Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (06/06), na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da plenária do Dicastério para o Clero, centrada em três aspectos: a formação permanente dos sacerdotes, a promoção das vocações e o diaconato permanente. No seu discurso, o Pontífice sublinhou a importância de os sacerdotes viverem numa rede de relações fraternas porque “o caminho não se faz sozinho” e recomendou a criatividade e a escuta do Espírito para enfrentar os desafios do presente.

A gratidão do Papa

O Papa saudou com afeto os participantes da audiência, aproveitando a ocasião para expressar a sua gratidão aos sacerdotes e diáconos de todo o mundo:

Muitas vezes alertei contra os riscos do clericalismo e da mundanidade espiritual, mas sei bem que a grande maioria dos sacerdotes faz o possível com tanta generosidade e espírito de fé para o bem do povo santo de Deus, carregando o peso de muitos esforços e enfrentando desafios pastorais e espirituais que às vezes não são fáceis.

A formação recebida no Seminário não é suficiente

Francisco disse uma palavra sobre cada um dos três temas sobre os quais se desenvolveu o trabalho da Plenária, começando pelo tema central da formação dos sacerdotes. Uma formação que, sublinhou, deve ser permanente, ainda mais num mundo em constante mudança como o atual. Portanto, não é possível pensar que a formação recebida no Seminário seja suficiente.

Em vez disso, somos chamados a consolidar, fortalecer e desenvolver o que temos no Seminário, num caminho que nos ajude a amadurecer na dimensão humana, a crescer espiritualmente, a encontrar as linguagens adequadas para a evangelização, a aprofundar o que precisamos para enfrentar adequadamente as novas questões do nosso tempo.

Muitos sacerdotes estão muito sozinhos

A questão da solidão que muitas vezes é vivida pelos sacerdotes é fundamental para Francisco. "O caminho não se faz sozinho", afirmou, notando quantos sacerdotes não podem contar com a "graça do acompanhamento" e com o "salva-vidas" representado pelo "sentimento de pertença".

Tecer uma forte rede de relações fraternas é uma tarefa prioritária da formação permanente: o bispo, os sacerdotes entre si, as comunidades com os seus pastores, os religiosos e as religiosas, as associações, os movimentos: é indispensável que os sacerdotes se sintam "em casa". Vocês, como Dicastério, já começaram a tecer uma rede global: recomendo que façam tudo o que puderem para garantir que esta onda continue e dê frutos em todo o mundo.

Não se resignar com a queda das vocações

A queda das vocações sacerdotais e da vida consagrada é “um dos grandes desafios do Povo de Deus”, observou o Papa, mas a crise diz respeito também às vocações para o matrimônio. Por isso, explicou, nas últimas mensagens para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o olhar se voltou para “todas as vocações cristãs”, em particular para a “vocação fundamental que é o discipulado” que une todos os batizados. O Pontífice advertiu:

Não podemos nos resignar ao fato de que para muitos jovens a hipótese de uma oferta radical de vida tenha desaparecido do horizonte. Em vez disso, devemos refletir juntos e permanecer atentos aos sinais do Espírito e esta tarefa também vocês podem realizar graças à Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais. Convido-os a reativar esta realidade, de uma maneira adequada aos nossos tempos.

A contribuição para a reflexão sobre o diaconato permanente

Em seguida, o Papa abordou o terceiro tema da assembleia plenária: o diaconato permanente, cuja “identidade específica” é frequentemente questionada hoje. O convite é para contribuir com a reflexão sobre esse ministério, conforme recomendado pelo Relatório de Síntese da Primeira Sessão da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro passado, concentrando-se na “diaconia da caridade e do serviço aos pobres”. 

Acompanhar essas reflexões e desenvolvimentos é uma tarefa muito importante de seu Dicastério. Eu os encorajo a trabalhar para isso e a empregar todas as forças necessárias.

Por fim, Francisco convidou a trabalhar sempre “para que o povo de Deus tenha pastores segundo o coração de Cristo”, acompanhados por Maria, “modelo de toda vocação”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Antônio Maria Gianelli

Santo Antônio Maria Gianelli (A12)
07 de junho
Santo Antônio Maria Gianelli

Antônio Maria Gianelli nasceu em Cereta, na Itália, no dia 12 de abril de 1789, ano da Revolução Francesa. Sua família era de camponeses pobres e neste ambiente humilde aprendeu a caridade, o espírito de sacrifício, a capacidade de dividir com o próximo. Desde pequeno era muito assíduo na sua paróquia e foi educado no Seminário de Gênova.

Aos vinte e três anos estava formado e ordenado sacerdote. Lecionou letras e retórica e sua primeira obra a impressionar o clero foi um recital, no qual defendia a nova postura na formação de futuros sacerdotes.

Em 1827 criou uma pequena congregação missionária para sacerdotes, que colocou sob a proteção de Santo Afonso Maria de Ligório, destinada a aprimorar o apostolado da pregação ao povo e a organização do clero.

Depois fundou uma congregação feminina, destinada à educação gratuita das meninas carentes. Era na verdade o embrião da Congregação religiosa que seria fundada em 1829, as "Filhas de Maria Santíssima do Horto".

Em 1838 foi nomeado Bispo, reorganizando sua diocese. Punia os padres pouco zelosos e até mesmo expulsava os indignos.

Morreu no dia 07 de junho de 1846, aos cinqüenta e sete anos. Na obra escrita que deixou expõem seu pensamento: a moralidade do clero na vida simples e reta de trabalho no seguimento de Cristo.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Muitos homens e mulheres foram chamados por Deus para formarem novas famílias religiosas. A vida consagrada apresenta-se ao mundo como uma forma alternativa de estar no mundo e lutar pela sua transformação. Que Deus continue alimentando as vocações para a vida religiosa, feminina e masculina, e desperte nos jovens o desejo de servir a Deus, a exemplo de Antonio Gianelli.

Oração:

Santo Antonio Maria Gianelli, fundador de duas congregações religiosas, intercedei junto a Deus para que dê aos nossos sacerdotes essa mesma fidelidade para serem agradáveis a Deus e verdadeiros testemunhos para o povo. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 6 de junho de 2024

6 de junho de 1944: o dia em que Pio XII se tornou Defensor Civitatis

Soldados canadiens membros do Royal 22e Régiment em audiência com Pie XII, após a libertação de Roma em 1944 | Domínio público

Por Camille Dalmas – publicado em 06/06/24

Enquanto a memória francesa, britânica e americana associa o dia 6 de junho de 1944 ao desembarque na Normandia, na Itália a data está associada à libertação de Roma e à obra de Pio XII, Defensor Civitatis.

"Roma, que ainda ontem temia pela vida dos seus filhos e filhas, pelo destino de tesouros incomparáveis ​​da religião e da cultura, que tinha diante dos seus olhos o terrível espectro da guerra e da destruição inimaginável, olha hoje com nova esperança e confiança reforçada para sua salvação. Na terça-feira, 6 de junho de 1944, enquanto as tropas aliadas desembarcavam nas praias da Normandia, o Papa Pio XII celebrava na Praça de São Pedro uma grande vitória: a libertação de Roma pelas tropas americanas do general Mark Wayne Clark, que havia ocorrido entre 4 e 5 de junho, sem grandes confrontos.

Mas a história poderia ter sido muito diferente. Como única autoridade em Roma contra os ocupantes nazistas desde o armistício assinado pelos italianos em 8 de setembro de 1943, Pio XII fez todo o possível para proteger a cidade, os seus habitantes e o seu património cultural e religioso único. Durante vários anos, lançou uma verdadeira organização humanitária, coordenando a recepção de milhares de refugiados, muitos dos quais vieram do sul do Lácio após o desembarque em Anzio em Janeiro de 1944.

Vitória nas colinas do Lácio

Em Março de 1944, na sequência de um ataque da resistência italiana contra as forças de ocupação, Hitler exigiu duras represálias, que culminaram no massacre de Adreatine: 335 civis, muitos deles judeus, foram assassinados. As tensões aumentaram ainda mais com a derrota dos exércitos do marechal Kesselring em Junho, durante a qual a Santa Sé trabalhou ativamente - mas discretamente - para convencer as forças de ocupação e os aliados a não entregarem Roma à guerra e à destruição. Alguns bairros foram bombardeados e Pio XII foi ao encontro das vítimas.

As forças aliadas finalmente venceram o conflito brutal que travaram contra os ocupantes nas colinas do Lácio, encerrando seis meses de combates acirrados. Agora eles estavam às portas de Roma. Para se preparar, os alemães minaram todas as pontes sobre o Tibre, bem como todos os centros nervosos da capital. E havia o medo de um bombardeamento de Roma pelos exércitos americanos, que não hesitaram em arrasar cidades inteiras a sul da capital nos meses anteriores. Churchill, que tinha visto Londres esmagada pelas bombas, não viu problema em sacrificar a capital italiana.

Em 4 de junho, os alemães decidiram abandonar a Cidade Eterna quando as primeiras unidades aliadas, canadenses, acompanhadas por guerrilheiros comunistas, entraram. Ao saber da notícia, o Papa Pio XII colocou a cidade sob a proteção da Virgem Maria. No final, os explosivos alemães não detonaram e a artilharia aliada permaneceu em silêncio. Declarada “cidade aberta”, a antiga cidade foi salva. A cidade foi completamente libertada no dia seguinte.

“Contenha os instintos de ressentimento, vingança e egoísmo”

Um dia depois, no dia 6 de junho, o Papa Pio XII decidiu saudar a grande multidão de romanos que se reunia na Praça de São Pedro, em Roma. Ele pronunciou as palavras acima mencionadas e depois agradeceu a Deus e à Virgem Maria por terem inspirado ambas as partes com “intenções de paz e não de aflição” para preservar Roma.

Num momento em que começaram os primeiros expurgos na cidade e em muitas outras cidades italianas, o Pontífice pediu ao povo que superasse “os impulsos de discórdia interna e externa com um espírito de amor fraterno e magnânimo”. O objetivo era evitar a forte repressão do exército alemão, que muitas vezes realizava massacres nos locais que abandonava. “Restringir os instintos de ressentimento, vingança e egoísmo”, insistiu, pedindo-lhes que cuidassem dos mais pobres.

As forças nazistas, que haviam tentado manipular Pio XII durante aqueles meses perigosos, guardavam um forte rancor contra a Santa Sé, e a propaganda nazista afirmou em agosto de 1944 que "a Igreja está interessada nos judeus e nos comunistas, os inimigos da humanidade". Os romanos, por sua vez, nunca esqueceram a ação protetora de Pio XII, concedendo-lhe o título de Defensor Civitatis – o defensor da cidade.

Fonte: https://es.aleteia.org/

São Norberto

São Norberto (A12)
06 de junho
São Norberto

Norberto nasceu por volta de 1080 na Alemanha. Filho mais novo de uma família da nobreza, podia escolher entre a carreira militar e a religiosa. Norberto escolheu a vida religiosa, mas vivia despreocupado e numa vida de luxo e festas constantes. Um dia foi atingido por um raio enquanto cavalgava no bosque.

Quando o jovem nobre despertou do desmaio, ouviu uma voz que lhe dizia para abandonar a vida mundana e fosse praticar a virtude. A partir daquele instante abandonou a família, amigos, posses e a vida dos prazeres. Passou a percorrer na solidão, com os pés descalços e roupa de penitente, os caminhos da Alemanha, Bélgica e França.

Talvez envergonhado pelo passado, empreendeu a luta por reformas na Igreja, visando acabar com os privilégios dos nobres no interior do cristianismo. Fundou a Ordem dos Cônegos Regulares Premonstratenses, conhecidos como Monges Brancos por causa da cor do hábito.

Em 1126 foi nomeado Arcebispo de Magdeburgo e escolhido para conselheiro espiritual do rei. Norberto morreu no dia 06 de junho de 1134.

Ele foi canonizado, em 1582, pelo papa Gregório XIII

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

São Norberto é considerado um dos maiores reformadores eclesiásticos do século doze. Atualmente existem milhares de monges da Ordem de São Norberto, em vários mosteiros encontrados em muitos países de todos os continentes, inclusive no Brasil. A vida monástica testemunha ao mundo que vale a pena dedicar-se totalmente a Cristo, pelo trabalho e oração. Rezemos hoje por todos os monges do mundo, de modo especial pelos premonstratenses.

Oração:

Ó Deus, que fizestes de São Norberto fiel ministro da vossa Igreja, pela oração e zelo pastoral, concedei-nos por suas preces e méritos, alcançar um dia, com a vossa graça, a realização de tudo o que nos ensinou por palavras e exemplos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!


Fonte: https://www.a12.com/

O que é depressão e como buscar ajuda e tratamento para você ou outras pessoas (3)

Grosso modo, há três linhas principais de tratamento: a psiquiátrica, a terapêutica e a farmacoterápica, que combina psiquiatria (uso de medicamentos) e psicoterapia geralmente para casos de depressão moderada ou grave | GETTY Image

Quais são os tratamentos para depressão?

  • Cristiane Martins
  • De Londres para a BBC News Brasil

24 novembro 2021

Conforme o estágio e a intensidade do quadro de saúde, há tratamentos com medicamentos específicos. E, a depender de como o paciente se sente e quais motivos levaram ele à condição atual, haverá linhas psicoterapêuticas mais adequadas para tratar.

Um dado positivo é que, segundo a Associação Americana de Psiquiatria, a depressão é um dos transtornos mentais mais tratáveis. Entre 80% e 90% das pessoas com esse problema de saúde respondem bem ao tratamento.

Grosso modo, há três linhas principais de tratamento: a psiquiátrica, a terapêutica e a farmacoterápica, que combina psiquiatria (uso de medicamentos) e psicoterapia geralmente para casos de depressão moderada ou grave. Mas tudo vai depender do diagnóstico e da gravidade do quadro.

Como dito acima, a grande maioria dos casos de depressão leve pode ser tratada sem remédios, por exemplo. "Nesses casos, a primeira indicação pode ser a psicoterapia porque não tem efeito colateral, tem uma resposta mais rápida do que aquela com fármacos, porque antidepressivos precisam de pelo menos um ano de uso para tratar depressão. Então, se fizer psicoterapia nesses casos, você consegue melhorar mais cedo e ainda trabalhar outras coisas que não envolvam só a depressão", afirma Melo, da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas.

O tratamento terapêutico pode acontecer seguindo correntes como terapia cognitiva comportamental, psicanálise, terapia analítica (junguiana), gestalt-terapia, sistêmica, psicodrama, entre outras.

Algumas vão recorrer a simbologias e interpretação dos sonhos, como a terapia junguiana, por exemplo.

Outras terapias buscam focar nas ações do presente (em uma espécie de diferenciação de tratamentos como o psicanalítico, em que esse mesmo paciente seria recebido em consultório pelo analista, que o escutaria sobre episódios da infância, por exemplo), como analítico-comportamental, gestalt e terapia cognitivo-comportamental, uma das abordagens mais comuns para casos de depressão, que por meio da conversa entre paciente e terapeuta ensina o paciente a identificar e lidar com pensamentos, crenças e sentimentos negativos, quebrando o ciclo em torno deles.

Outras se dedicam mais ao autoconhecimento, em que o paciente faz associações livres por meio da fala e sem interrupções do terapeuta, como a psicanálise, que incentiva o paciente a acessar seu inconsciente e trazer à consciência o que está lhe afetando no quadro depressivo.

No caso da psicanálise, seus efeitos são estabelecidos na chamada "transferência" entre sujeito e analista, ou seja, grosso modo, no momento em que o paciente permite ao especialista (analista) a ajuda e se entrega de fato ao processo analítico. E isso pode contribuir no tratamento da depressão como contribui com outras modalidades de sofrimento psíquico: analisando a singularidade da experiência daquele paciente com esse diagnóstico, evitando generalizações.

Além disso, há outras terapias alternativas para casos mais leves de depressão, que incluem meditação, programas de exercício físico, arteterapia, entre outras. Caberá aos profissionais especializados identificar e acompanhar quais são mais adequadas para cada paciente.

"Em casos mais leves, o tratamento pode ser realizado somente com psicoterapia. Mas quadros moderados a graves precisam também de intervenção com medicamentos e, caso haja ideação suicida, a internação pode ser considerada", afirma Silva, da Associação Brasileira de Psiquiatria. Segundo ele, quase 70% das mortes associadas à depressão podem ser prevenidas com tratamento correto.

Em linhas gerais, os antidepressivos fazem alterações químicas no cérebro para reequilibrar o humor e a energia, por exemplo. Mas algumas vezes isso se dá com efeitos colaterais, inclusive dependência, algo que gera medo e hesitação entre pacientes.

Só que esses medicamentos acabam não surtindo efeito para algo em torno de 10% a 30% dos pacientes, diagnosticados posteriormente com depressão resistente ao tratamento, refratária ou não responsiva.

Uma das abordagens usadas para esses pacientes específicos é a estimulação magnética transcraniana (EMT), uma técnica não invasiva que estimula o cérebro com ondas magnéticas. O paciente fica acordado durante as sessões.

Tratamento terapêutico pode acontecer seguindo correntes como terapia cognitiva comportamental, psicanálise, terapia analítica (junguiana), gestalt-terapia, sistêmica, psicodrama, entre outras | GETTY Image

Outra abordagem para esses tipos de casos mais graves ou refratários é a ECT (eletroconvulsoterapia, popularmente conhecida como eletrochoque), tratamento destinado a pacientes com depressão mais severa ou que já experimentaram outros tratamentos sem apresentação de melhora. Apesar de todo o estigma e preconceito em torno desse tipo de tratamento, ele é considerado seguro, indolor e eficaz.

Nesse tipo de terapia, uma baixa corrente elétrica estimula o cérebro e provoca uma convulsão no paciente sob anestesia, ajudando a aliviar os sintomas da depressão por meio de alterações químicas no cérebro. Ela é realizada em hospitais ou clínicas especializadas em séries de 6 a 12 sessões.

Há também o spray de escetamina (ou esketamina), derivado do anestésico cetamina aprovado em 2020 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse remédio inalável estimula as áreas do cérebro ligadas às emoções.

Por fim, há diversas pesquisas promissoras em andamento em torno do uso de psicodélicos para tratar depressão e outros transtornos mentais, mas esses tratamentos ainda estão em fase experimental.

Segundo OMS, depressão é principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma significativa para a carga global de doenças | GETTY Image

Como ter acesso a tratamentos para depressão pelo SUS?

Segundo a OMS, a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma significativa para a carga global de doenças. Segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Brasil, foram 576,6 mil afastamentos por transtornos mentais e comportamentais em 2020.

"Ainda precisamos de um sistema público em saúde mental no Brasil que ofereça todo o suporte necessário ao padecente de transtornos mentais, que deve contar com o princípio de integração entre os diversos serviços, constituindo um sistema integrado de referência e contra referência no qual as unidades devem funcionar de forma harmônica, complementando-se, não se opondo nem se sobrepondo um ao outro, não concorrendo e nem competindo entre si", afirma Silva, da Associação Brasileira de Psiquiatria.

No SUS, pacientes podem buscar orientação e tratamento em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência e Cultura, ambulatórios multiprofissionais, Unidades de Acolhimento (UAs), hospitais especializados e hospitais-dia de atenção integral. Parte dos medicamentos está disponível na rede de Farmácia Popular.

Segundo o Ministério da Saúde, há 2.742 CAPS espalhados por 1.845 cidades do país. Eles atendem todos os casos de depressão e isso inclui os quadros moderados e severos.

O atendimento não é feito apenas por médicos nessas unidades, mas também por psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, entre outros profissionais de saúde das equipes multidisciplinares.

Se os casos forem mais graves, os pacientes são encaminhados para hospitais especializados. Se houver diagnóstico da forma mais leve do transtorno, pode haver um direcionamento para uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Além da rede pública de saúde, é possível também buscar orientação e tratamento em iniciativas de atendimento psicológico gratuitas ou de baixo custo (valor social), como aquelas oferecidas por universidades (como USP, UFBA, UFSC, UFPR e UFPA), entidades de classe (como Sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo e Associação Brasileira de Psicodrama), entre outros.

Por fim, Silva, da Associação Brasileira de Psiquiatria, lembra que os pacientes, depois de todos os obstáculos para conseguirem diagnóstico e tratamento, ainda precisam enfrentar o estigma em torno da depressão, uma "discriminação que pode ser tão incapacitante quanto a própria doença" e afeta inclusive a recuperação e reabilitação do paciente.

"O combate ao estigma é primordial para que o portador de doença mental viva de forma independente e autônoma, tenha oportunidades de trabalho, persiga suas metas e usufrua de oportunidades com dignidade e plena inserção social."

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda no Centro de Valorização da Vida e o Centro de Atenção Psicossocial (CAP) da sua cidade. O CVV (https://www.cvv.org.br/) funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/

O Credo do Povo de Deus (3)

São Paulo VI (Canção Nova)

Arquivo 30Dias – 06/1998

O Credo do Povo de Deus

O texto da Profissão de Fé que Paulo VI pronunciou em 30 de junho de 1968, no final do Ano da Fé anunciado por ocasião do XIX centenário do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma.

O texto da Profissão de Fé proclamada por Paulo VI em 30 de junho de 1968

Cremos que a Missa, celebrada pelo Sacerdote que representa a pessoa de Cristo em virtude do poder recebido no sacramento da Ordem, e oferecida por ele em nome de Cristo e dos membros do seu Corpo místico, é o Sacrifício do Calvário tornada sacramentalmente presente em nossos altares. Cremos que, assim como o pão e o vinho consagrados pelo Senhor na Última Ceia foram convertidos no seu Corpo e Sangue que pouco depois seria oferecido por nós na Cruz, da mesma forma o pão e o vinho consagrados pelo sacerdote são convertidos no Corpo e Sangue de Cristo reinando gloriosamente no Céu; e acreditamos que a presença misteriosa do Senhor, sob o que continua a aparecer aos nossos sentidos como antes, é uma presença verdadeira, real e substancial (33) . Portanto, Cristo não pode estar presente neste Sacramento senão através da conversão no seu Corpo da própria realidade do pão e através da conversão no seu Sangue da própria realidade do vinho, enquanto apenas as propriedades do pão e do vinho percebidas pelos nossos sentidos permanece inalterado. . Esta conversão misteriosa é chamada pela Igreja, muito apropriadamente, de transubstanciação . Toda explicação teológica que tente penetrar de alguma forma neste mistério, para estar de acordo com a fé católica, deve sustentar que na realidade objetiva, independentemente do nosso espírito, o pão e o vinho deixaram de existir após a consagração, de modo que a partir daí momento é o adorável Corpo e Sangue do Senhor Jesus que realmente está diante de nós sob as espécies sacramentais do pão e do vinho (34), tal como o Senhor quis, dar-se a nós como alimento e associar-nos à unidade do seu Corpo místico (35) .

A existência una e indivisível do Senhor glorioso no Céu não se multiplica, mas torna-se presente pelo Sacramento nos numerosos lugares da terra onde se celebra a Missa. Depois do Sacrifício, esta existência permanece presente no Santíssimo Sacramento, que é, no sacrário, o coração vivo de cada uma das nossas igrejas. E é-nos um dever muito doce honrar e adorar na Santa Hóstia, que os nossos olhos vêem, o Verbo Encarnado, que eles não podem ver e que, sem sair do Céu, se fez presente diante de nós.

Confessamos que o Reino de Deus, iniciado aqui embaixo na Igreja de Cristo, não é deste mundo, cuja figura passa; e que o seu verdadeiro crescimento não se confunde com o progresso da civilização humana, da ciência e da tecnologia, mas consiste em conhecer cada vez mais profundamente as riquezas inescrutáveis ​​de Cristo, em esperar cada vez mais fortemente os bens eternos, em responder cada vez mais ardentemente ao amor de Deus, e em dispensar graça e santidade cada vez mais abundantemente entre os homens. Mas é este mesmo amor que leva a Igreja a preocupar-se constantemente com o verdadeiro bem temporal dos homens. Embora ela nunca deixe de lembrar aos seus filhos que eles não têm um lar estável aqui embaixo, ela também os incentiva a contribuir – cada um segundo a sua vocação e os seus meios – para o bem da sua cidade terrena, para promover a justiça, a paz e a fraternidade. entre os homens, para estender a sua ajuda aos irmãos, especialmente aos mais pobres e necessitados. A intensa preocupação da Igreja, Esposa de Cristo, pelas necessidades dos homens, pelas suas alegrias e pelas suas esperanças, pelos seus esforços e pelas suas angústias, não é, portanto, outra coisa senão o seu grande desejo de estar presente junto deles para iluminá-los com a luz de Cristo e reuni-los todos Nele, seu único Salvador. Esta preocupação nunca pode significar que a Igreja se conforme com as coisas deste mundo, ou que diminua o ardor da espera do seu Senhor e do Reino eterno. 

Acreditamos na vida eterna. Cremos que as almas de todos aqueles que morrem na graça de Cristo, quer ainda tenham que ser purificados no Purgatório, quer sejam acolhidos por Jesus no Céu desde o momento em que deixam o corpo, como Ele fez com o Bom Ladrão, constituem o Povo de Deus no além da morte, que será derrotado definitivamente no dia da ressurreição, quando essas almas se reunirão aos seus corpos. 

Acreditamos que a multidão de almas, que estão reunidas em torno de Jesus e Maria no Paraíso, formam a Igreja do Céu, onde eles em eterna bem-aventurança vêem Deus como Ele é (36) e onde também estão associados, em diferentes graus, com os santos Anjos no divino governo exercido pelo Cristo glorioso, intercedendo por nós e ajudando as nossas fraquezas com a sua preocupação fraterna (37) . 

Cremos na comunhão entre todos os fiéis de Cristo, dos peregrinos nesta terra, dos defuntos que completam a sua purificação e dos bem-aventurados no Céu, que todos juntos formam uma só Igreja; acreditamos que nesta comunhão o amor misericordioso de Deus e dos seus Santos escuta constantemente as nossas orações, segundo as palavras de Jesus: Pedi e recebereis (38) . E com fé e esperança, aguardamos a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que está por vir. 

Bendito seja Deus, Santo, Santo, Santo. Amém.

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NOTAS:

(33) Ver Denzinger-Schönmetzer 1651. 

(34) Ver Denzinger-Schönmetzer 1642, 1651-1654; Paulo VI, carta encíclica Mysterium fidei 

(35) Cf. São Tomás, Suma Teológica III, 73, 3. 

(36) Cf. 1 Jo 3, 2; Denzinger-Schönmetzer 1000. 

(37) Cf. Concílio Vaticano II, constituição dogmática Lumen gentium , 49. 

(38) Cf. Lucas 11, 9-10; Jo 16, 24.

 

Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF