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sábado, 15 de junho de 2024

O Papa aos humoristas: quando vocês fazem alguém sorrir, Deus também sorri

O Papa recebeu, no Vaticano, os humoristas de várias partes do mundo. "Embora a comunicação hoje em dia muitas vezes gere contraposições, vocês sabem como unir realidades diferentes e, às vezes, até opostas. O riso do humorismo nunca é "contra" alguém, mas é sempre inclusivo, proativo, desperta abertura, simpatia e empatia", disse o Papa em seu discurso.

https://youtu.be/4ovO0Ov9BfE

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (14/06), na Sala Clementina, no Vaticano, cerca de duzentos humoristas do mundo. Dentre eles alguns nomes do Brasil, como Fábio Porchat, Cacau Protásio e Cristiane Wersom, e dos Estados Unidos, a atriz e comediante Whoopi Goldberg. 

O Pontífice deu as boas-vindas aos artistas e agradeceu aos membros do Dicastério para a Cultura e a Educação que prepararam este encontro.

O riso é contagioso

Tenho grande estima por vocês artistas que se expressam com a linguagem da comédia, do humorismo e da ironia. De todos os profissionais que trabalham na televisão, no cinema, no teatro, na mídia impressa, com músicas, nas redes sociais, vocês estão entre os mais amados, procurados e aplaudidos. Certamente porque são bons, mas há também outro motivo: vocês têm e cultivam o dom de fazer as pessoas rirem.

A atriz e comediante Whoopi Goldberg cumprimentando o Papa | Vatican Media

"Em meio a tantas notícias sombrias, imersos como estamos em tantas emergências sociais e também pessoais, vocês têm o poder de espalhar a serenidade e o sorriso. Vocês estão entre os poucos que têm a capacidade de falar com pessoas muito diferentes, de diferentes gerações e origens culturais", disse ainda o Papa.

“À sua maneira, vocês unem as pessoas, porque o riso é contagioso. É mais fácil rir juntos do que sozinhos: a alegria permite o compartilhamento e é o melhor antídoto contra o egoísmo e o individualismo. Rir também ajuda a quebrar as barreiras sociais, a criar conexões entre as pessoas.”

"Ele nos permite expressar emoções e pensamentos, ajudando a construir uma cultura compartilhada e a criar espaços de liberdade. Vocês nos lembram que o homo sapiens também é homo ludens; que a diversão e o riso são fundamentais para a vida humana, para nos expressarmos, aprendermos e darmos significado às situações", sublinhou Francisco.

Dentre os humoristas italianos Lino Banfi e Christian De Sica | Vatican Media

A seguir, o Papa disse aos artistas que o talento deles "é um dom precioso. Junto com o sorriso, espalha a paz nos corações, entre as pessoas, ajudando-nos a superar as dificuldades e a lidar com o estresse diário". O sorriso "nos ajuda a encontrar alívio na ironia e a encarar a vida com humor". O Pontífice citou as palavras de São Tomás More: "Dai-me, Senhor, o senso de humor". "Vocês conhecem essa oração?" Perguntou o Papa aos humoristas. "Vocês precisam conhecê-la", disse ele, encarregando os superiores de divulgá-la a todos os artistas. "Dai-me, Senhor, o senso de humor". "Essa é uma graça que eu peço todos os dias, porque ela me faz encarar as coisas com o espírito certo", disse ainda o Papa.

Despertar o senso crítico fazendo rir e sorrir

“Mas vocês também conseguem outro milagre: conseguem fazer sorrir mesmo quando lidam com problemas, pequenos e grandes fatos da história. Vocês denunciam os excessos de poder; dão voz a situações esquecidas; evidenciam abusos; apontam para comportamentos inadequados. Mas sem espalhar alarme ou terror, ansiedade ou medo, como fazem muitos da comunicação.”

Vocês despertam o senso crítico fazendo rir e sorrir. Vocês fazem isso contando histórias de vida, narrando a realidade, de acordo com seu ponto de vista original; e, dessa forma, falam às pessoas sobre problemas pequenos e grandes.

A atriz e comediante italiana Luciana Littizzetto | Vatican Media

"De acordo com a Bíblia, na origem do mundo, enquanto tudo estava sendo criado, a Sabedoria divina praticava sua arte para o benefício do próprio Deus, o primeiro espectador da história", disse o Papa, citando uma passagem do Livro dos Provérbios: "Eu estava junto com ele, como mestre-de-obras. Eu era o seu encanto todos os dias, e brincava o tempo todo em sua presença;  brincava na superfície da terra, e me deliciava com a humanidade". "Lembrem-se disto: quando vocês conseguirem fazer com que sorrisos inteligentes brotem dos lábios de até mesmo um só espectador, vocês também fazem Deus sorrir", disse ainda o Francisco, afirmando que isso não é uma heresia.

“Vocês, queridos artistas, sabem como pensar e falar com humor em diferentes formas e estilos; e, de qualquer forma, a linguagem do humor é adequada para entender e "sentir" a natureza humana. O humorismo não ofende, não humilha, não prega as pessoas aos seus defeitos.”

Embora a comunicação hoje em dia muitas vezes gere contraposições, vocês sabem como unir realidades diferentes e, às vezes, até opostas. Como precisamos aprender com vocês! O riso do humorismo nunca é "contra" alguém, mas é sempre inclusivo, proativo, desperta abertura, simpatia e empatia. Por favor, rezem e peçam ao Senhor a graça do senso de humor.

Encarar a vida com esperança

O Papa recordou a passagem do Livro do Gênesis, quando Deus promete a Abraão que dentro de um ano ele teria um filho. Sara ouviu e riu por dentro. Ela disse: "Deus me deu motivo para rir com alegria". Por isso, deram ao filho o nome de Isaac, que significa "ele ri".

"Também é possível rir de Deus? É claro que sim, e isso não é blasfêmia, podemos rir, assim como brincamos e fazemos piadas com as pessoas que amamos", disse o Pontífice. "A tradição sapiencial e literária hebraica é mestra nisso", disse ele. Porém, "isso pode ser feito, sem ofender os sentimentos religiosos dos fiéis, especialmente dos pobres".

"Querido amigos, Deus abençoe vocês e a sua arte. Continuem animando as pessoas, especialmente aquelas que têm mais dificuldade de encarar a vida com esperança. Ajude-nos, com o sorriso, a ver a realidade com suas contradições e a sonhar com um mundo melhor", concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Vito

São Vito (A12)
15 de junho
São Vito

Vito nasceu no ano de 290, na Sicília Ocidental, era filho de um senador pagão chamado Hylas. Sua mãe morreu quando ele tinha aproximadamente sete anos de idade, seu pai então, contratou uma ama, chamada Crescência, para cuidar do menino. Ela era cristã, viúva e tinha perdido o único filho. O pai providenciou também um professor, chamado Modesto, para instruir e formar seu herdeiro. Este também era cristão.

O pai de Vito encarava o cristianismo como inimigo a ser combatido. Por isto, Modesto e Crescência nunca revelaram que eram seguidores de Cristo. Contudo, educaram o menino dentro da religião. Aos doze anos, Vito já estava batizado e demonstrava identificação total com os ensinamentos de Jesus.

Ao saber do batismo, o pai tentou convencê-lo a abandonar a fé e castigou o próprio filho, entregando-o então ao governador Valeriano, que o encarcerou e o maltratou por vários dias. Modesto e Crescência, entretanto, conseguiram arquitetar uma fuga e tiraram Vito das mãos do governador, fugindo para a cidade de Lucânia e depois para Roma.

Em Roma, aconteceu que o filho do imperador Diocleciano estava possuído por um espírito maligno. O soberano, tendo conhecimento dos dons de Vito, mandou que o trouxessem à sua presença. Vito então rezou com todo fervor e em nome de Jesus realizou a cura. Porém, Diocleciano atribuiu a cura do filho a utilização de feitiçaria por parte do Vito, mandando prendê-lo juntamente com Modesto e Crescência.

O imperador ordenou que Vito fizesse sacrifícios pagãos em troca da sua liberdade, mas ele que não aceitou renegar a fé em Cristo para ser libertado. Dessa forma então os três foram torturados e condenados à morte, foram lançados aos leões, porém os leões não quiseram tocá-los, então eles foram jogados em óleo fervente. No momento de suas mortes, uma imensa tempestade destruiu vários templos pagãos da região, o que deu origem à tradição de proteção contra as intempéries.

Morreu no dia 15 de junho, possivelmente no ano de 303, depois de muitas torturas. Com ele foram martirizados também Modesto e Crescência.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

São Vito é invocado contra o perigo das tormentas, mordidas de serpentes e contra todo dano que os animais podem fazer aos homens. Sua santidade manifestou-se em prodígios e sinais miraculosos que acompanharam sua vida. Mas sua maior virtude foi entregar-se ao amor de Jesus e deixar-se conduzir nos caminhos da fidelidade ao Evangelho.

Oração:

São Vito! A vós recorro porque em vós eu vejo uma esperança para a minha saúde, uma luz para a minha vida. Sinto que a vossa proteção me reanima na minha fraqueza. A vossa bênção me dará um pensamento positivo, paz, segurança, tranquilidade. Que vossa proteção faça reviver a minha esperança, aumente a minha fé em Deus Pai de amor, fortaleça a minha confiança em Deus Filho e Salvador; que reanime a minha segurança em Deus Espírito Santo Consolador. Amém!


Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Que mundo é esse?

Preservar o meio ambinte (Idec)

QUE MUNDO É ESSE?

Dom Severino Clasen
Arcebispo de Maringá (PR) 

Experimentamos sentimento de perda com as inundações, estiagens, descontrole da vida social. Quando as relações humanas estão fragilizadas é porque perdemos o senso da espiritualidade, da libertação dos instintos egocentristas. Frequentemente encontramos na Sagrada Escritura relatos dos vacilos do Povo de Deus ao longo de sua história. O distanciamento de Deus, aproxima as confusões, tensões e desajustes na sociedade. A natureza sinaliza tais desacertos e se manifesta, por vezes, tragicamente porque invadimos o seu percurso natural e lógico. 

Convivemos com a natureza que nos acolhe e nos sustenta, mas não sabemos como se explica, em última análise, o que faz germinar, crescer uma semente. O Reino de Deus anunciado por Jesus Cristo, em miniatura. Jesus procura fazer os discípulos entenderem que o desenvolvimento da mente humana, o retorno ao Deus da vida que nos liberta das angústias, é um processo de crescimento, de evolução na fé. 

Nos admiramos das técnicas avançadas, das facilidades midiáticas, das redes sociais, enfim, quanta criatividade e novidade apreciamos a cada instante. As relações humanas não têm evoluído nessa proporção. Entramos no mundo da dominação, da frieza relacional e desenvolvemos o instinto da competição desenfreada que machuca e destrói a natureza, a vida humana. Os pais não têm tempo para os filhos, nem para a convivência familiar. Criam-se outros modelos de vida que revela os desajustes do afeto, do respeito e da dignidade humana. Sentimos saudades da comunhão de vida, da libertação das amarras de um sistema que produz, vorazmente e não consegue evoluir no respeito, na paz que gera vida em plenitude. 

Afinal, que mundo é esse em que vivemos? Destruímos a natureza, em busca do lucro selvagem. Justificamos o desmonte ecológico em nome do desenvolvimento, intoxicamos a mãe terra e reclamamos das pandemias, doenças, do vazio sistemático que gera depressão, abandono, solidão. 

O que fazer? O profeta Ezequiel, que caminha contra a corrente dos costumes do seu tempo, prega a libertação de Israel em exílio. É preciso voltar a Deus. “E todas as árvores do campo saberão que eu sou o Senhor, que abaixo a árvore alta e elevo a árvore baixa; faço secar a árvore verde e brotar a árvore seca. Eu, o Senhor, digo e faço” (Ez 17,24). Respeitar a presença divina gera a salutar convivência no mundo em que vivemos. A vinda do Filho de Deus ao mundo aponta o rumo a ser tomado, para salvar a vida, o maior dom do Criador. “Todos nós temos de comparecer às claras perante o tribunal de Cristo, para cada um receber a devida recompensa – prêmio ou castigo – do que tiver feito ao longo de sua vida corporal” (2Cor 5,10). 

Para fazer os discípulos entenderem a riqueza do Reino de Deus, Jesus utiliza a comparação da semente que é lançada na terra. Sabemos da qualidade, do ambiente, do tempo, dos insumos necessários para que a semente germine e chegue aos seus frutos. Não há equívoco. Não há alteração na qualidade, na espécie. Mas o crescimento é Deus quem dá. Ao nos ausentarmos da intimidade com aquele que gera crescimento, nos afastamos da essência da vida. Homens e mulheres que ditam as normas da condução da sociedade, se não estiverem afinados com a sabedoria divina, criarão instrumentos de exploração, de divisão, de ódio e de exclusão.  

Que a leitura da Palavra de Deus nos instrua, nos anime e nos qualifique na vida, para que toda criatura humana, cresça na fé, na esperança e caminhe ao encontro definitivo com Deus no Reino que Ele preparou para todos nós. Esse é o mundo desejado e anunciado por Jesus Cristo.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O Papa no G7: nenhuma máquina deve optar por tirar a vida a um ser humano

O Papa Francisco proferindo o seu discurso no G7 (Vatican Media)

Francisco falou no encontro de cúpula em Borgo Egnazia, na Puglia. Na sessão conjunta com os líderes mundiais, indicou as oportunidades, os perigos e os efeitos da inteligência artificial: a humanidade está condenada a um futuro sem esperança se as pessoas forem privadas da capacidade de decidir sobre si mesmas e sobre suas vidas, condenando-as a depender das escolhas das máquinas.

Salvatore Cernuzio/Mariangela Jaguraba – Vatican News

"Nenhuma máquina, em caso algum, deveria ter a possibilidade de optar por tirar a vida a um ser humano." Foi o que disse o Papa Francisco em seu discurso proferido na cúpula de líderes mundiais do G7, em Borgo Egnazia, na região italiana da Puglia. A cúpula teve início na quinta-feira, 13, e se concluirá no sábado, 15 de junho.

Chegada a Puglia

O Papa chegou de helicóptero por volta de 12h15 e foi recebido pela presidente do Conselho de Ministros da Itália, Giorgia Meloni. Depois, manteve quatro encontros bilaterais com Georgieva (FMI), Zelensky, Macron e Trudeau, antes de se deslocar, acompanhado pela primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, para a Sala Arena onde foi recebido por uma salva de palmas dos líderes na sessão conjunta.

Francisco num carro de golfe com a primeira-ministra italiana Meloni em sua chegada a Borgo Egnazia | Vatican Media

O Papa falou sobre a Inteligência Artificial, um dos principais temas do G7. Um "instrumento fascinante", mas ao mesmo tempo "tremendo", disse ele; "um instrumento" capaz de trazer benefícios ou causar danos, como todas as "ferramentas" criadas pelo homem desde o início dos tempos. O Papa já tinha dedicado sua Mensagem para o 58º Dia Mundial das Comunicações Sociais a esse tema. Agora, diante dos homens e mulheres responsáveis pelo mundo, ele examina suas oportunidades, mas sobretudo seus riscos e "efeitos sobre o futuro da humanidade". O seu olhar está voltado principalmente para essa guerra com seus "pedaços" cada vez mais unificados. 

Num drama como o conflito armado, é urgente repensar o desenvolvimento e o uso de dispositivos como as "armas autônomas letais" para proibir sua utilização, começando já com um compromisso ativo e concreto para introduzir um controle humano cada vez maior e significativo.

O Papa durante o encontro bilateral com o presidente ucraniano Zelensky | Vatican Media

Potencial humano

Que nunca aconteça que as máquinas matem o homem que as criou. Francisco do palco do G7 refletiu a partir da engenhosidade humana, para esclarecer como não existe nenhum preconceito sobre os progressos científico e tecnológico, mas sim o medo de um desvio: "A ciência e a tecnologia são produtos extraordinários do potencial criativo de nós seres humanos”, disse o Pontífice. “É a partir do uso deste potencial criativo que Deus nos deu que a inteligência artificial vem à luz”. Um “instrumento extremamente poderoso”, sublinhou o Papa, utilizado em muitos âmbitos da ação humana: medicina, trabalho, cultura, comunicação, educação, política. “É agora lícito levantar a hipótese de que o seu uso influenciará cada vez mais o nosso modo de vida, as nossas relações sociais e, no futuro, até mesmo a forma como concebemos a nossa identidade como seres humanos”.

Portanto, por um lado, as possibilidades que a IA oferece são estimulantes; por outro lado, geram medo pelas consequências que se preveem. Em primeiro lugar, para Francisco é necessário distinguir adequadamente entre uma máquina que “pode, de algumas formas e com estes novos meios, produzir escolhas algorítmicas” e, portanto, “uma escolha técnica entre várias possibilidades”, e o ser humano que, em vez disso, “não só escolhe, mas em seu coração é capaz de decidir”.

"É por isso que, diante dos prodígios das máquinas, que parecem ser capazes de escolher de forma independente, devemos ter claro que o ser humano deve sempre ficar com a decisão, mesmo nos tons dramáticos e urgentes com os quais ela às vezes se apresenta em nossas vidas", disse ainda o Papa.

A mesa da sessão conjunta dos participantes do G7 | Vatican Media

A advertência do Papa foi incisiva: “Condenaríamos a humanidade a um futuro sem esperança se retirássemos das pessoas a capacidade de decidir sobre si mesmas e sobre as suas vidas, condenando-as a depender das escolhas das máquinas. Precisamos – disse ele – garantir e proteger um espaço de controle significativo do ser humano sobre o processo de escolha de programas de inteligência artificial: a própria dignidade humana está em jogo”.

Revolução cognitivo-industrial

Em suma, não estamos falando apenas de progresso científico, mas estamos diante de "uma verdadeira revolução cognitivo-industrial que", disse o Papa Francisco, "contribuirá para a criação de um novo sistema social marcado por complexas transformações epocais". 

A inteligência artificial poderia permitir a democratização do acesso ao conhecimento, o progresso exponencial da pesquisa científica, a possibilidade de delegar trabalhos árduos às máquinas; mas, ao mesmo tempo, poderia trazer consigo uma injustiça maior entre nações avançadas e em desenvolvimento, entre classes sociais dominantes e classes sociais oprimidas, colocando em perigo a possibilidade de uma "cultura do encontro" e promovendo uma "cultura do descarte". "Este é o perigo", disse ele.

O Papa durante o seu discurso | Vatican Media

Francisco falou sobre a "ética": É nela que está em jogo a condição humana de "liberdade" e "responsabilidade"; é sem ela que "a humanidade perverteu os fins do seu ser, transformando-se em inimiga de si mesma e do planeta". Hoje, observou o Papa, "há uma perda ou, pelo menos, um eclipse do sentido do humano e uma aparente insignificância do conceito de dignidade humana", os programas de inteligência artificial "devem ser sempre ordenados para o bem de cada ser humano". Eles devem ter, em outras palavras, "uma inspiração ética".

Nesse sentido, o Papa mencionou favoravelmente a assinatura em Roma, em 2020, marcado pela pandemia, do Apelo de Roma para a Ética da Inteligência Artificial (Rome Call for AI Ethics), e o apoio a essa forma de moderação ética dos algoritmos condensada no neologismo "algorético".

Embora tenhamos dificuldades para definir um único conjunto de valores globais, podemos, no entanto, encontrar princípios partilhados para enfrentar e resolver os dilemas ou conflitos de vida.

Entre os vários riscos, o Papa também teme o de um "paradigma tecnocrático". É precisamente aqui, disse ele, que a "ação política" se torna "urgente". Política, para muitos hoje, "é uma palavra feia" que lembra "erros", "corrupção", "ineficiência de alguns políticos", à qual se somam "estratégias que visam enfraquecê-la, substituí-la pela economia ou dominá-la com alguma ideologia". Entretanto, "o mundo pode funcionar sem política?", perguntou o Papa. Sim, "a política é necessária" é a resposta. Mas, diante dos cenários descritos, é necessária uma "política saudável" que nos faça olhar para o nosso futuro com esperança e confiança.

Há, de fato, "coisas que precisam ser mudadas com redefinições fundamentais e transformações importantes" e "somente uma política saudável poderia guiar o caminho, envolvendo os mais diversos setores e conhecimentos", disse o Papa. "Dessa forma", acrescentou, "uma economia integrada em um projeto político, social, cultural e popular que tende para o bem comum pode abrir caminho para diferentes oportunidades, que não implicam deter a criatividade humana e seu sonho de progresso, mas sim canalizar essa energia de uma nova maneira".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A distinção entre Criador e criatura (2)

Nesta página, alguns detalhes da Última Ceia, Andrea del Sarto, Museo del Cenacolo di San Salvi, Florença | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 06/2003

Sessenta anos depois de Mystici Corporis

A distinção entre Criador e criatura

Sessenta anos depois de Mystici Corporis. A relevância da encíclica de Pio XII que condena “o falso misticismo, que falsifica a Sagrada Escritura, procurando eliminar as fronteiras invariáveis ​​entre as coisas criadas e o Criador”.

por Lorenzo Cappelletti

Atração da graça e abertura ecumênica

Se, portanto, na questão fundamental colocada por Gröber, Roma locuta est no sentido que ele queria, condenando como contrária à fé católica a indistinção entre Criador e criatura, entre Cristo e o cristão, e as consequências da moralidade desta indistinção, a Mystici Corporis distancia-se, no entanto, das análises e propostas próprias e alheias, pois por um lado evita acusar o protestantismo de ser a fonte dos males reclamados, por outro não propõe um retorno puro e simples à doutrina da societas perfecta .

 Com mais visão, a encíclica talvez já sinta que a deriva protestante é apenas uma etapa, e nem mesmo obrigatória, rumo à fusão que é ao mesmo tempo muito antiga e muito moderna do eu e de Deus e compreende que agora não o é. apenas reivindicando (em última análise numa função antiprotestante) a natureza da societas perfecta da Igreja, isto é, a sua autossuficiencia para atingir os seus próprios objetivos, o que oferece a contribuição decisiva para a realização efetiva desses objetivos .

Não é por acaso, deste ponto de vista, que a encíclica abre e termina apelando à beleza e ao poder de atração como aquilo que distingue a pertença a Cristo e à Igreja. Por isso se expõe a doutrina do Corpo Místico (escreve o Papa no n. 11), «para que a beleza da Igreja brilhe com nova glória, para que o conhecimento da nobreza singular e sobrenatural dos fiéis unidos no Corpo de Cristo com sua Cabeça pode se espalhar».

Graças à tempestade da guerra, isso pode ser sentido no Mystici Corporis até mesmo uma certa inspiração ecumênica. No início (n.5): «Confiamos que nem mesmo aqueles que estão fora do ventre da Igreja Católica acharão ingratas ou inúteis as verdades que vamos expor sobre o Corpo místico de Cristo. E isto não só porque a sua benevolência para com a Igreja parece aumentar dia após dia, mas também porque eles próprios, enquanto observam as nações levantando-se contra as nações e os reinos levantando-se contra os reinos, e a discórdia, a inveja e as razões para o ódio, se então virarem a sua olharem para a Igreja e considerarem a sua unidade de origem divina (em virtude da qual todos os homens de todas as raças estão unidos por um vínculo fraterno com Cristo), então serão certamente obrigados a admirar esta grande família alimentada pelo amor, e com a inspiração e com a ajuda da graça divina, são atraídos a participar da mesma unidade e caridade”.

A abertura ecuménica regressa no final da encíclica (n.95): «A Esposa de Cristo é única, e esta é a Igreja: mas o amor do Esposo divino tem tal amplitude que, sem excluir ninguém, na sua Esposa é abrange toda a raça humana. Na verdade, a causa pela qual o nosso Salvador derramou o seu sangue foi precisamente para reconciliar todos os homens com Deus na cruz”. Portanto, «mesmo nos outros homens, embora ainda não unidos a nós no Corpo da Igreja, reconhecemos irmãos de Cristo segundo a carne, chamados conosco à mesma salvação eterna».

Se há nostalgia em nós, não é tanto pela doutrina substancial da Mystici Corporis , gostaríamos de dizer paradoxalmente, mas por estas alusões respeitosas ao mesmo tempo à liberdade humana e à gratuidade da graça divina: «Para que todos os desorientados possam ingressar o quanto antes no rebanho único de Jesus Cristo, declaramos que é absolutamente necessário que isso seja feito de livre e espontânea vontade, não podendo acreditar senão quem o quiser", escreve Pio XII citando Agostinho. «Portanto, se alguns incrédulos são de fato obrigados a entrar no edifício da Igreja, a aproximar-se do altar, a receber os sacramentos, estes sem dúvida não se tornam verdadeiros cristãos, pois a fé sem a qual é impossível agradar a Deus deve seja a livre submissão do intelecto e da vontade. [...] E como os homens gozam de livre arbítrio e podem também, sob o impulso das perturbações da alma e das paixões perversas, abusar da própria liberdade, é necessário, portanto, que sejam efetivamente atraídos para a verdade do Pai da iluminação através do obra do Espírito de seu Filho amado" (n. 103).

Para “entregar-se”, como escreve o Papa, “aos impulsos internos da graça divina” (n. 102), basta rezar. E, nisso, longe e perto estão unidos. Com efeito, «se infelizmente muitos ainda se afastam da verdade católica, é porque nem eles nem os fiéis cristãos elevam orações mais fervorosas a Deus com este propósito» (n. 104).

Do “cristão como Cristo” ao “Eu sou você”

Cardeal Ratzinger, num livro recentemente publicado pela Herder com o título Glaube, Wahrheit, Toleranz. Das Christentum und die Weltreligionen (que será publicado em italiano pela Cantagalli), que reúne suas intervenções sobre os temas da fé, das religiões, das culturas e da verdade, escolhe como fio condutor de todo o volume a comparação entre a fé monoteísta, ou melhor, a compreensão de Deus como pessoa e um misticismo que, em última análise, identifica Deus e eu.

Tomaremos algumas citações do primeiro capítulo e de um “interlúdio” que o segue. «Em última análise, trata-se de ver se o divino é Deus, alguém que está diante de nós - para que o termo último da religião seja a relação, o amor que se torna unidade ("Deus tudo em todos": 1Cor 15, 28), mas que não elimina o fato de que eu e você estamos um diante do outro - ou se o divino está além da pessoa e o objetivo final é unir-se e dissolver-se no Um-todo."

Naturalmente, explica Ratzinger, por misticismo não devemos entender "aquela forma de piedade religiosa que também pode ser encontrada na ordem de pertença à fé cristã", mas aquela experiência de indistinção "na última etapa da qual o místico não mais diga ao seu Deus: “Eu sou seu”, mas “Eu sou você”. A distinção é relegada à esfera do provisório, a fase definitiva é a fusão, a unidade.”

Aqui reaparece, com uma fórmula diferente, “o cristão como Cristo” visado pela Mystici Corporis . Estamos no meio do mesmo problema: a interpretação mística enganosa do Cristianismo.
Os dois caminhos, porém, diferem radicalmente: «Na mística há o primado da interioridade, a absolutização da experiência espiritual. [...] Não existe ação de Deus, mas existe apenas a mística do homem, o caminho dos diferentes graus de união.”

Ao longo do caminho monoteísta - que exerce plenamente os seus efeitos no Cristianismo (mas a cadeia delineada por Ratzinger é mais ampla: "surgiu em Israel pela força de uma revolução" e "das raízes de Israel no Cristianismo e no Islão") - «o que é decisivo não é a experiência espiritual pessoal, mas o chamado divino. Então, todos aqueles que reconhecem esta vocação estarão, em última instância, na mesma condição”.

Isto pode ser difícil de aceitar para a concepção moderna de religião, como foi para os Padres, começando com Agostinho. Ele, «que descobriu a beleza da verdade no Hortênsio de Cícero e aprendeu a amá-la, achou a Bíblia, depois de tomá-la nas mãos, indigna da tulliana dignitas». Com efeito, «perante a sublimidade do pensamento místico, os protagonistas da história da fé parecem ter os pés no chão. [...] Visto da perspectiva da história das religiões, Abraão, Isaque, Jacó não são verdadeiramente grandes personalidades religiosas. Mas este escândalo não deve ser subestimado porque é precisamente através dele que somos conduzidos «àquilo que é particular e único no seu género que pertence à revelação bíblica. [...] Não se trata principalmente da descoberta de uma verdade, mas da ação do próprio Deus na história. [...] Na verdade aqui, ao contrário do misticismo, é Deus quem trabalha, e é Ele quem dá a salvação ao homem”. E Ratzinger continua citando Daniélou: «Para o sincretismo, as almas salvas são aquelas capazes de interioridade, qualquer que seja a religião a que pertençam. Para o cristianismo, quem crê está seguro, qualquer que seja o seu nível de interioridade. Uma criança pequena, um trabalhador oprimido pelo trabalho, se acreditam, são superiores aos maiores ascetas.”

Interessante também é o caminho sugerido por Ratzinger como uma possível superação do pântano do sincretismo. Além da honestidade, do respeito e da paciência necessários em qualquer diálogo, é um jogo de alianças que pode favorecer a fuga da distorção mística do cristianismo. Ou seja, o cristão deve ser capaz de estabelecer uma aliança com a racionalidade secular moderna, tal como, “no tempo da Igreja antiga, o Cristianismo foi capaz de se ligar bastante estreitamente às forças do Iluminismo”.
Ideias claras e distintas.

 Fonte: https://www.30giorni.it/

NAZARENO: Ele olhou por primeiro (Zaqueu) - (45)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 45 - Ele olhou por primeiro (Zaqueu)

Enquanto curava o cego Bartimeu, a menos de cem metros dali um jovem de baixa estatura, vestido com roupas luxuosas, saía de sua casa para a rua. Um de seus servos acabara de lhe dizer que Jesus de Nazaré havia entrado na cidade e que logo passaria por ali com seus discípulos e uma grande multidão. O homem se chama Zaqueu. É o chefe dos publicanos, ou seja, daqueles que cobram impostos em nome dos romanos.

É considerado um pecador, odiado por todos na cidade. O homem não saberia explicar por que desejava ver esse profeta itinerante de quem muitos falavam. Zaqueu teme a multidão. Correu então à frente e subiu num sicômoro para ver Jesus que iria passar por ali.

Quando Jesus chegou ao lugar, levantou os olhos e disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa, pois hoje devo ficar em tua casa”.

Levou apenas um instante. Os olhos do Nazareno pousaram na cabeça dos publicanos que se agarravam desajeitadamente ao tronco verde da planta. O olhar de amor e misericórdia do Nazareno o invade. Jesus não apenas parou diante dele e olhou diretamente para ele. Mas também se convidou para entrar em sua casa. Naquela habitação evitada por todos, àquela mesa que todos desprezavam, com aquelas companhias que nenhum de seus concidadãos aceitaria. A dos pecadores, dos ladrões, dos colaboracionistas.

Durante o almoço, Zaqueu, de pé, disse ao Senhor: “Senhor, eis que eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, restituo-lhe o quádruplo”.

Até duas horas antes, para ele, Jesus de Nazaré era apenas o nome de um personagem. Duas horas depois de ser olhado por ele, Zaqueu se sente perdoado. Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque ele também é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/06/14/11/138031779_F138031779.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Beata Nhá Chica

Beata Nhá Chica (A12)
14 de junho
Beata Nhá Chica

Francisca nasceu em 1808, no povoado de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, atualmente distrito da cidade de São João Del Rei em Minas Gerais.

Filha e neta de escravos foi batizada no dia 26 de abril de 1810. Pouco tempo depois sua família mudou-se para a cidade de Baependi, também no estado de Minas Gerais.

Mulher humilde, era fervorosa devota de Nossa Senhora da Conceição. Não se casou, dedicando sua vida inteiramente ao Senhor. Desde jovem, era procurada para dar conselhos, fazer orações, ela era considerada uma "santa", porém sempre respondia " É porque eu rezo com fé".

Francisca era conhecida por Nhá Chica, sendo que "nhá" é uma forma reduzida da palavra senhora, que é uma forma respeitosa de se tratar aos mais velhos. Aos poucos a fama de santidade foi se espalhando e pessoas de outras localidades vinham visitá-la.

A todos, atendia com a mesma paciência e dedicação, porém as sextas feiras, não havia atendimento, pois era o dia que ela dedicava à oração e à penitência.

Francisca era analfabeta, desejava somente ler as Escrituras Sagradas, mas alguém as lia para ela, e a fazia feliz. Compôs uma Novena à Nossa Senhora da Conceição e em Sua honra, construiu, ao lado de sua casa, uma Igrejinha, onde venerava uma pequena Imagem de Nossa Senhora da Conceição que era de sua mãe. Hoje o local abriga o Santuário da Conceição.

Leiga, foi chamada ainda em vida de "a mãe dos pobres", sendo respeitada por todos os que a procuravam, desde os mais humildes aos homens mais nobres.

Francisca morreu em 14 de junho de 1895 e foi sepultada no interior da capela dedicada à Nossa Senhora da Conceição, construída a pedido dela. Sua beatificação ocorreu em 4 de maio de 2013, promulgada pelo Papa Bento XVI.

Reflexão:

"Eu não sou santa. Eu apenas rezo. E Deus, pela intercessão de sua mãe, atende os meus pedidos", dizia Nhá Chica. Sua fé profunda e pleno abandono no Senhor, pelas mãos de Maria, davam à beata a certeza de que quem operava era Deus. A tarefa de Nhá Chica era apenas pedir. Eram pessoas curadas, causas ganhas, pessoas e animais encontrados, escolhas acertadas. Tudo acontecia, porque Nhá Chica rezava com fé.

Oração:

Deus nosso Pai, vós revelais as riquezas do vosso Reino aos pobres e simples. Assim agraciastes a Beata Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, com inúmeros dons: Fé profunda, Amor ao próximo e Grande Sabedoria. Amou a Igreja e manteve uma terna devoção à Imaculada Conceição. Por sua intercessão, concedei-nos a graça de que precisamos (pedir a graça). Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!


Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 13 de junho de 2024

A abertura do túmulo de Santo Antônio e a 'festa da língua'

Relicários de ouro contendo o queixo e a língua de Santo Antônio na Basílica de Santo Antônio de Pádua, Itália. | Richard Mortel/CC BY 2.0 via Flickr

 Santo Antônio de Pádua é um dos santos mais famosos da Igreja, em parte por sua ligação com são Francisco de Assis e também porque é popularmente invocado como o padroeiro dos itens perdidos.

A festa de santo Antônio é celebrada hoje (13). Mas há também outro dia importante do ano em que o santo é celebrado em Pádua: 18 de fevereiro, o dia em que sua língua foi removida.

Felizmente, isso ocorreu depois da morte do santo, durante a primeira de duas exumações no ano de 1263, três décadas depois de sua morte.

O padre Mario Conte, OFM Conv, um dos 50 frades que da basílica de Santo Antônio, em Pádua, disse à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital, em 2022, que, quando o túmulo foi aberto há vários anos, foi encontrado algo "realmente excepcional", a mandíbula e a língua de santo Antônio pareciam estar incorruptas.

Segundo a tradição católica, os santos que são milagrosamente preservados da decomposição dão testemunho da verdade da ressurreição do corpo e da vida eterna no céu que está por vir.

"Todo o corpo tinha ido para cinzas e ossos basicamente, exceto o aparelho vocal, que ainda estava molhado e macio", disse Conte.

"Então eles pegaram essas partes, a língua e a mandíbula, e as colocaram em alguns relicários. E se você for à basílica de Santo Antônio, há uma capela dedicada às relíquias de santo Antônio e você as verá naquela capela particular", disse.

A Igreja Católica tem uma longa tradição de dar honra às relíquias, que são objetos que têm uma associação direta com os santos ou com o próprio Cristo. As relíquias não são adoradas, mas honradas – "veneradas" – por causa do amor e da proximidade do santo com Deus. Aqueles que rezam com relíquias muitas vezes pedem a intercessão daquele santo.

A exumação de 1263 foi feita pelo então ministro geral dos franciscanos, são Boaventura, porque os franciscanos estavam transferindo o corpo do santo para uma igreja nova e maior. Conte disse que, quando Boaventura encontrou a língua, disse: "'Isso é realmente um milagre. Deus quer que saibamos que santo Antônio foi realmente o mensageiro do amor de Deus".

Atualmente, o dia em que a língua de santo Antônio foi encontrada é celebrado com missas na basílica que leva seu nome em Pádua, norte da Itália.

O túmulo de santo Antônio não voltaria a ser aberto por mais de 700 anos — entre janeiro e fevereiro de 1981. Conte descreveu como foi estar presente na segunda abertura do túmulo de santo Antônio.

"Em 1981, decidimos abrir o túmulo de santo Antônio pela segunda vez... Eu era jovem na época", disse Conte à CNA em 2022.

"Foi quando descobrimos como o corpo de santo Antônio havia sido colocado dentro de um novo caixão por são Boaventura", continuou Conte. Segundo ele, relíquias adicionais do corpo deteriorado de santo Antônio – pedaços da carne do santo, mas não identificáveis – foram removidas na ocasião e colocadas em relicários.

Hoje, essas relíquias de santo Antônio viajam por todo o mundo, fazendo paradas em paróquias e dioceses onde grandes multidões costumam sair para venerá-las.

Quem foi santo Antônio?

Nascido em Lisboa, Portugal, em 1195, santo Antônio se mudou para Pádua, na Itália, depois de ingressar na ordem franciscana. Santo Antônio é conhecido não apenas por suas pregações eloquentes e repreensões frequentes aos hereges, mas também por seu cuidado amoroso com os pobres que encontrou.

Em 1224, são Francisco de Assis deu a Antônio permissão para ensinar teologia na ordem franciscana, o que ele fez em várias cidades francesas e italianas, enquanto seguia estritamente seus votos franciscanos e pregava regularmente ao povo. Depois, dedicou-se inteiramente ao trabalho de pregar como missionário na França, Itália e Espanha, ao ensinar um autêntico amor a Deus a muitas pessoas que haviam se afastado da fé e da moral católicas.

Conhecido por sua pregação ousada e estilo de vida austero, santo Antônio também tinha a reputação de fazer milagres. Morreu em 1231, em meio a problemas de saúde, aos 36 anos de idade.

*Jonah McKeown é jornalista e produtor de podcasts de Catholic News Agency. Tem um mestrado na Escola de Jornalismo da Universidade de Missouri e trabalhou como escritor, produtor radial e camarógrafo.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF