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terça-feira, 18 de junho de 2024

Padre Martin: Jesus não tem medo dos nossos pecados, nos faz sair do túmulo

A ressurreição de Lázaro (Vatican News)

Um diálogo com o jesuíta dos Estados Unidos, autor do livro "Vem para fora! A promessa do maior milagre de Jesus", obra já publicada em português pela Editora Paulus (e em italiano pela Livraria Editora Vaticana).

Andrea Tornielli

O jesuíta dos Estados Unidos, James Martin, é autor de "Vem para fora! A promessa do maior milagre de Jesus" (da LEV em italiano e da Paulus em português), um livro dedicado à figura de Lázaro, irmão de Marta e Maria e amigo de Jesus. Na casa dos três irmãos, em Betânia, Jesus se hospedava com frequência. Aquela da ressurreição de Lázaro é a história de um grande milagre. Encontramos o Padre Martin nos estúdios da Rádio Vaticano - Vatican News.

De onde nasce o seu interesse por Lázaro?

Tudo começou com um diretor italiano, Franco Zeffirelli, autor do filme Jesus de Nazaré. Quando eu era jovem, assisti a esse famoso filme, e uma das cenas mais dramáticas foi a ressurreição de Lázaro. Há uma cena de um homem saindo de um túmulo e a música da orquestra está tocando e todos se ajoelham. Isso me fez pensar quem é essa pessoa, quem é esse Lázaro? Por que não sei muito sobre ele? Quem são essas irmãs que se aproximam para ser tão diretas e francas com Jesus? Então, comecei uma espécie de busca por toda a vida para descobrir quem era esse homem.

O senhor esteve nos lugares onde os eventos evangélicos aconteceram. Qual é a importância da percepção de que o Evangelho não é uma teoria ou um romance, mas algo que aconteceu em um período preciso da nossa história, em um lugar preciso?

Os teólogos chamam isso de escândalo da particularidade: os evangelhos aconteceram em uma época específica, em um lugar específico e com pessoas específicas, e quando você vai aos lugares onde as passagens do evangelho acontecem, você entende melhor a história. Para mim, foi muito importante ir ao túmulo de Lázaro e também foi uma experiência espiritual muito comovente a primeira vez que o visitei, em Betânia. Desci ao túmulo, um buraco muito escuro e úmido. E pensei: "o que devo rezar aqui?" Usei um pouco da contemplação inaciana e disse: "posso rezar sobre as coisas que quero deixar no túmulo". Que tipo de coisas fazem com que eu não seja livre, preso ou escravizado? Como posso ouvir a voz de Deus que me convida a sair para o ar livre? Achei isso muito poderoso. Mais tarde, levei peregrinos para esse mesmo lugar e os convidei a fazer a mesma meditação. O que podemos deixar para trás na sepultura?

Muitos deles saíram chorando. Por isso, achei que deveria escrever sobre esse assunto.

Quando se visita a Terra Santa, uma das experiências mais emocionantes é entrar no Santo Sepulcro. A ressurreição de Jesus é um evento único, ele era realmente homem, mas também era Deus. Essa ressurreição afeta a todos nós, pois acreditamos que ressuscitaremos e viveremos para sempre. No caso de Lázaro, entretanto, temos o retorno à vida de um homem que estava morto há quatro dias. Jesus deu a ele uma nova chance de viver.

Sentimo-nos próximos da história de Lázaro. Ela diz respeito a um de nós. Jesus nos chama a cada momento do dia e pede que saiamos para uma nova vida e deixemos para trás tudo o que não nos liberta. Há um paralelo que traço em meu livro que, acredito, vem do teólogo Raymond Brown. Quando Jesus sai do sepulcro no domingo de Páscoa, ele deixa para trás suas roupas de sepultura e seu sudário. Não irá mais precisar deles. Quando Lázaro sai do túmulo, por outro lado, ele ainda está usando ataduras e sudário. Ele precisará deles novamente porque morrerá de novo.

Uma outra peculiaridade desse milagre é que sabemos o nome do ressuscitado, enquanto não sabemos o nome do filho da viúva de Naim ou da filha de Jairo. Com Lázaro, sabemos seu nome, sabemos quem era sua família e onde morava. Que importância isso tem?

Os estudiosos do Novo Testamento dizem que quando sabemos o nome de uma pessoa fora dos doze apóstolos, isso significa que eram pessoas conhecidas da Igreja primitiva. É interessante que no Evangelho de Lucas há histórias de Marta e Maria recebendo Jesus, e seus personagens são muito semelhantes no Evangelho de Lucas. Marta é mais ativa, Maria é mais contemplativa. E no Evangelho de João, quando somos informados sobre a ressurreição de Lázaro, o que Marta faz? Ela corre primeiro para encontrar Jesus, enquanto Maria fica em casa. Suas personalidades e personagens transparecem em ambos os evangelhos, um sinal de sua historicidade.

Um aspecto importante da espiritualidade dos jesuítas, que também vemos refletido nas homilias do Papa Francisco, é a identificação com as cenas do Evangelho...

Não somos os únicos a rezar dessa forma. Pode-se dizer que isso começou com Francisco de Assis. E é fundamental admitir que Deus pode trabalhar por meio da nossa imaginação. Nós nos imaginamos na passagem do Evangelho, rezamos sobre ela "vendo-nos" como parte da cena e considerando intuições, emoções, lembranças, desejos, até mesmo palavras e frases: essa é a maneira de Deus falar conosco.

Quando eu era um noviço jesuíta, meu diretor espiritual me disse: "bem, agora vou lhe ensinar a maneira de rezar dos jesuítas". E ele explicou essa maneira de se imaginar nas Escrituras. Eu respondi: "não é que está inventando as coisas na sua mente?". Eu estava muito desconfiado. Ele disse: "bem, deixe-me fazer uma pergunta: você acredita que Deus age através dos sacramentos? Que Deus age através da natureza e da música? Que Deus age através de relações?" Respondi com convicção "é claro!" a cada pergunta. Ele acrescentou: "então, por que Deus não pode agir através da sua imaginação?" É uma maneira de encontrar Deus mais de perto.

Às vezes digo que quando ouvimos uma passagem do Evangelho na igreja, já a estamos imaginando. Quando ouvimos uma parábola, por exemplo, a do Filho Pródigo, imaginamos como será o retorno dele para casa. Isso é muito natural e muito humano. Precisamos tornar a história do Evangelho "nossa". Portanto, quando eu rezo sobre a história de Lázaro, pode surgir algo diferente do que quando você reza sobre a história de Lázaro. A Palavra de Deus é viva, ela sugere coisas diferentes para nós em momentos diferentes de nossas vidas. De tempos em tempos, podemos nos identificar com um ou outro dos personagens descritos na cena.

A imaginação não é fantasia. Não estamos fazendo um voo com a mente. Temos um texto preciso, palavras precisas. Uma cena já descrita. Devemos nos apropriar dela, fazê-la acontecer para nós no presente.

Sim, e devemos confiar que o Espírito Santo está agindo. É diferente de ler um romance. Na Bíblia, o Espírito Santo está trabalhando. Há alguns anos, estávamos conversando com o cardeal Dolan em seu programa de rádio e ele contou uma experiência que teve quando estava rezando sobre o presépio. Um diretor espiritual jesuíta pediu que ele "entrasse na oração" com sua imaginação, e foi a primeira vez que ele fez isso. Ele imaginou Maria entregando-lhe o bebê Jesus e ele tomando-o nos braços. Eu disse a ele: "aposto que da outra vez, quando você leu essa passagem do Evangelho, deve ter parecido diferente". Ele disse: "exatamente assim". Isso muda a maneira como encontramos o evangelho, nós o personalizamos por meio do Espírito.

É por isso que há necessidade de livros como o que o senhor escreveu? Uma maneira de redescobrir esse grande milagre que aconteceu. Uma esperança para nós, para nossa vida eterna?

Há duas maneiras de ver essa história. A primeira é acreditar que Jesus é a ressurreição e a vida. Portanto, um tipo de leitura teológica: acredito que Jesus oferece vida às pessoas e acredito que ele oferecerá vida a mim. Mas há também um tipo de leitura espiritual, que é o que isso significa em minha vida diária. O que significa para mim, na minha vida diária, essa história que aconteceu há 2.000 anos? O ensinamento é que tudo o que nos impede de ouvir a palavra de Deus com mais liberdade deve ser deixado no túmulo para que possamos entrar na nova vida. Em cada momento do dia, Deus está nos dizendo: "vem para fora".

Não há situações, não há pecados, não há corrupção em que estejamos presos que sejam impenetráveis à graça. Não há situações em que o olhar de Jesus não possa mudar algo. É essa a mensagem da página do Evangelho descrita no livro?

Não há nada em nós que cheire mal e para o qual Jesus não queira olhar. Assim, uma das partes mais bonitas da história é quando Jesus chega ao sepulcro e diz: "tirem a pedra". Marta diz: "já cheira mal", e eu gosto de lembrar às pessoas que há tantas coisas em nós que achamos que são podres, fedorentas, malcheirosas ou qualquer outra palavra que você queira usar. Temos vergonha de mostrá-las a Jesus, temos vergonha de falar sobre elas em oração. Temos vergonha de falar sobre elas até mesmo com diretores espirituais ou em confissão. Mas Jesus não tem medo desse mau cheiro. Ele não tem medo de remover a pedra dos nossos sepulcros e nos chamar de volta à vida.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Gregório João Barbarigo

São Gregório João Barbarigo (A12)
18 de junho
São Gregório João Barbarigo

Gregório João Barbarigo nasceu em Veneza em setembro de 1625, numa família rica da aristocracia italiana. Aos quatro anos de idade ficou órfão de mãe, sendo educado pelo pai que encaminhou os filhos no seguimento de Cristo.

Aos dezoito anos tornou-se secretário do embaixador de Veneza. Advogado civil e canônico, trabalhou nas negociações para a Paz de Vestfália que pôs fim à Guerra dos Trinta Anos em 24 de outubro de 1648. Neste trabalho conheceu um dos colaboradores no processo, o arcebispo Fábio Chigi, núncio apostólico e futuro Papa Alexandre VII, que o orientou nos estudos e o encaminhou para o sacerdócio.

Gregório foi ordenado em 1655, neste mesmo ano foi nomeado cônego de Pádua e prelado da Casa Pontifícia. Em 1657 foi consagrado Bispo de Bérgamo e em 1660 tornou-se cardeal.

As atividades apostólicas de Gregório marcaram profundamente a sua época. Ele participou dos conclaves: de 1667 que escolheu o Papa Clemente IX; de 1676 que elegeu o Beato Papa Inocêncio XI; de 1689 que escolheu o Papa Alexandre VIII e o de 1691 que escolheu o Papa Inocêncio XII.

Supervisionou o ensino católico em Roma, Itália, por três anos. Dotou o seminário de Pádua com professores notáveis, tinha o interesse em garantir que os futuros padres fossem bem treinados. Seu Seminário chegou a ser considerado um dos melhores da Europa. Fundou também gráficas de livros religiosos.

No período da epidemia de peste Roma em 1656, o Papa o colocou à frente da comissão encarregada de trazer alívio aos atingidos pela peste. Gregório se dedicou a visitar os enfermos, enterrar os mortos, socorrer as viúvas e os órfãos.

Ele morreu em Pádua no dia 18 de junho de 1697. Foi beatificado em 06 de junho de 1771 pelo Papa Clemente XIV e foi canonizado em 26 de maio de 1960 pelo Papa João XXIII.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Na história da nossa Igreja, muitos foram os homens e mulheres que se dedicaram à formação dos jovens, fundando escolas e outras instituições de ensino. Celebrando hoje a vida de são Gregório Barbarigo, peçamos a Deus que continue abençoando todos os profissionais e consagrados que trabalham na área da educação.

Oração:

São Gregório Barbarigo, fundador de escolas e instituições de caridade, que tivestes a graça de nascer em uma família cristã e bem estruturada, nós vos louvamos por vossa vida de santidade e pedimos vossa intercessão: olhai por nossos estudantes e professores, pelos responsáveis por nossa nação e por todas as nações do mundo, para que se voltem a Deus e cumpram os Mandamentos, as Leis de Deus e assim esta terra se tornará um lugar de mais vida. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 17 de junho de 2024

8 Santos Perfeitos para te acompanhar no mundo do namoro

Imagem do terreno | Obturador
Cerith Gardiner - publicado em 16/06/24

Se você está procurando por amor, deixe esses homens e mulheres santos guiá-lo em sua jornada para encontrar alguém especial.

Namorar hoje em dia não é para os fracos de coração. Enquanto no passado o ensino médio reunia casais, hoje muitos jovens optam por deixar o amor em segundo plano. Se você procura o amor verdadeiro, confie-se a esses santos.

Se você procura o amor, é importante não desistir! Existem alguns intercessores poderosos em quem você pode se apoiar e que podem lhe fornecer orientação e inspiração enquanto você navega no mundo do namoro, ajudando você a buscar relacionamentos baseados no amor, respeito e fé mútua.

1SÃO RAFAEL ARCANJO

Obturador

São Rafael é um dos sete arcanjos e é conhecido como o curador. Ela desempenha um papel de destaque no Livro de Tobias , onde o guia em sua jornada e o ajuda a encontrar uma esposa, Sara, que seja o par perfeito para ele.

São Rafael é considerado o padroeiro dos encontros felizes e do casamento. Seu guia pode ajudá-lo a discernir a verdadeira compatibilidade e promover um relacionamento baseado no respeito e no amor mútuos. Invocar São Rafael também pode lhe dar paciência e sabedoria para reconhecer o parceiro certo ao conhecê-lo.

2SÃO VALENTIM

Fred de Noyelle | Deus

Você conhecerá São Valentim, talvez o santo mais conhecido associado ao amor e ao romance. Ele foi sacerdote em Roma durante o século III e diz-se que realizou secretamente casamentos para casais cristãos quando o Império Romano proibiu os casamentos para aumentar o recrutamento militar.

Como santo padroeiro do amor, da juventude e dos casamentos felizes, São Valentim personifica a natureza altruísta e duradoura do amor. Buscar a intercessão dela pode ajudá-lo a cultivar um relacionamento amoroso e comprometido, e a história dela o lembra de valorizar e proteger os laços de amor.

3SANTA ANA

Renata Sedmakova | Shutterstock | Modificado por Aleteia

Santa Ana é a mãe da Virgem Maria e avó de Jesus. Pouco se sabe sobre sua vida nas Escrituras, mas ela é homenageada por seu papel na Sagrada Família e por suas qualidades maternais e protetoras.

Santa Ana é a padroeira das mulheres solteiras e das que procuram um cônjuge. Sua vida é um exemplo de fé, paciência e da importância de uma base familiar sólida. Orar a Santa Ana pode inspirar você a buscar um relacionamento que promova os valores familiares e o apoio mútuo.

4SÃO JOSÉ

Madeleine Openshaw | Obturador

O pai virginal de Jesus é conhecido por sua humildade, retidão e natureza protetora. Ele trabalhou como carpinteiro e é frequentemente descrito como um homem de família dedicado.

Padroeiro dos pais e das famílias, o exemplo de São José ensina as virtudes da bondade, da integridade e da dedicação. A vida deles mostra a importância de ser um casal amoroso e solidário. Recorrer a São José pode ajudá-lo a encontrar um parceiro que valorize essas qualidades e esteja empenhado em construir um relacionamento sólido e fiel.

6SÃO ANTÔNIO DE PÁDUA

Museu Metropolitano de Arte | Domínio público

Santo Antônio foi um frade franciscano conhecido por sua pregação poderosa e profundo conhecimento das Escrituras. Ele é frequentemente retratado segurando o Menino Jesus.

Santo Antônio é o padroeiro dos objetos perdidos e das pessoas perdidas. Se você se sente um pouco perdido no mundo do namoro, a intercessão dela pode ajudá-lo a encontrar o caminho e guiá-lo até a pessoa certa.

7SÃO CATARINA DE SIENA

Santa Catarina foi uma terciária e mística dominicana conhecida por sua intensa espiritualidade e influência na Igreja. Ele dedicou sua vida à oração e à ajuda ao próximo.

Santa Catarina é a padroeira das mulheres solteiras e daquelas que enfrentam decisões difíceis. Sua sabedoria e dedicação em servir aos outros podem inspirá-lo a buscar um parceiro que compartilhe seus valores e compromisso com o crescimento mútuo.

8SÃO JOÃO PAULO II

São João Paulo II é conhecido por seus ensinamentos sobre amor, casamento e família. Sua Teologia do Corpo aborda a santidade do amor e das relações humanas.

Os ensinamentos de São João Paulo II enfatizam a importância do amor, do respeito e da dignidade mútua nos relacionamentos. Suas percepções podem ajudá-lo a construir um relacionamento baseado em compreensão profunda e conexão espiritual.

Fonte: https://es.aleteia.org/

Hoje é celebrado santo Alberto Chmielowski, que inspirou a vocação de são João Paulo II

Santo Alberto Chmielowski (ACI Digital)
17 de junho
Santo Alberto Chmielowski

Santo Alberto Chmielowski foi um pintor de profissão e religioso polonês que inspirou a vocação do papa são João Paulo II. Também fundou os “irmãos” e “irmãs” da Ordem Terceira de São Francisco, Servos dos Pobres.

O santo nasceu em uma pequena cidade do reino da Polônia (parte do império russo), em 20 de agosto de 1845. Sua família era nobre. Cresceu em um clima de ideais patrióticos e amor pelos pobres.

“Aos 17 anos (1863), ainda estudante na escola agrícola, participou na luta insurrecional para libertar a sua pátria do jugo estrangeiro e nessa luta sofreu a mutilação da perna. Buscou o significado de sua vocação através da atividade artística, deixando obras que ainda hoje impressionam por uma particular capacidade expressiva”, disse São João Paulo II durante a missa de canonização deste santo.

Em 1874, sendo já um artista maduro, decidiu dedicar "a arte, o talento e suas aspirações à glória de Deus". Assim, os temas religiosos passaram a predominar em suas atividades artísticas.

Uma de suas melhores pinturas, "Ecce Homo", foi o resultado de uma profunda experiência do amor misericordioso de Cristo pelo homem, experiência que conduziu Chmielowski à sua transformação espiritual.

Anos depois, decidiu renunciar à arte e dedicar sua vida ao serviço dos marginalizados. Em 1888, pronunciou os votos religiosos na congregação dos Irmãos da Ordem Terceira de São Francisco.

Alberto organizou asilos para os pobres, casas para os mutilados e incuráveis, enviou as irmãs de sua congregação para trabalhar em hospitais militares, fundou refeitórios públicos para os pobres e orfanatos para crianças e jovens desabrigados.

Graças ao seu espírito empreendedor, quando morreu, deixou fundadas 21 casas religiosas nas quais prestavam seus trabalhos 40 irmãos e 120 religiosos.

O santo morreu de câncer no estômago em 1916, em Cracóvia, no asilo por ele fundado. Foi beatificado em Cracóvia, em 22 de junho de 1983, pelo papa João Paulo II, que também o canonizou em 12 de novembro de 1989, em Roma.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Os mistérios de Cristo unidos um ao outro

Celebração da Paixão de Jesus na Basílica de São Pedro (Photo by AFP/Tiziana Fabi)

"Cada mistério da vida de Cristo é interligado um ao outro, tendo o Mistério Pascal como vínculo e eixo de todos os outros, dando-lhes um sentido novo e rico de significado. O Domingo, Dia do Senhor, é o eco perpetuado da Páscoa, o canto prolongado, durante o ano litúrgico, do Aleluia Pascal".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Os mistérios da vida de Jesus Cristo indicam todos os acontecimentos de sua vida, incluindo os da sua Infância e a sua glorificação - Ressurreição e Ascensão -, testemunhados no Novo Testamento. Uma teologia dos mistérios da vida de Jesus Cristo é, portanto, uma cristologia concreta que reflete sobre os acontecimentos da vida de Jesus testemunhados na Bíblia, procurando destacar deles, de forma argumentativa e narrativa, o significado permanente para a salvação e a vida do cristão e para a salvação de todos os homens.

"Os mistérios de Cristo unidos um ao outro" é o tema da reflexão de hoje do Pe. Gerson Schmidt*:

"Santo Tomás de Aquino diz que o mistério “atinge presencialmente todos os lugares e todos os tempos” - presencialiter attingit omnia et tempora. Isso permite de todos nós sermos contemporâneos do evento que se celebra, ou seja, vivenciarmos o mistério como atual, integrando-o no hoje de nosso tempo e de nossa vida. É o Mistério presente em todo o tempo, em cada momento pontual da história. Por isso diz a SC, 102:

“(A Igreja) Distribui todo o mistério de Cristo pelo correr do ano, da Encarnação e Nascimento à Ascensão, ao Pentecostes, à expectativa da feliz esperança e da vinda do Senhor. Com esta recordação dos mistérios da Redenção, a Igreja oferece aos fiéis as riquezas das obras e merecimentos do seu Senhor, a ponto de os tornar como que presentes a todo o tempo, para que os fiéis, em contato com eles, se encham de graça.”

Jesus não veio para fazer turismo na terra e fazer simplesmente uma visitinha ao ser humano. Encarnou-se para morrer; morre para ressuscitar. Ressuscita para ascender ao céu e para, de lá, enviar o Espírito de Amor. Cada mistério da vida de Cristo é interligado um ao outro, tendo o Mistério Pascal como vínculo e eixo de todos os outros, dando-lhes um sentido novo e rico de significado. O Domingo, Dia do Senhor, é o eco perpetuado da Páscoa, o canto prolongado, durante o ano litúrgico, do Aleluia Pascal.

Nos cadernos do Concílio ainda se aponta que “o mistério Pascal, centro e fundamento do ano litúrgico, sintetiza toda a história da salvação: a que precede a Encarnação e a que vem depois da Ascensão até a vinda definitiva de Cristo. Os mistérios da vida de Jesus não são independentes uns dos outros, mas estão unidos pelo Mistério Pascal que os vincula: assim, por exemplo, o nascimento do Senhor recebe dele e o seu significado salvífico; a Encarnação do Filho de Deus refere-se à Paixão e à Redenção. Todos os mistérios e todos os acontecimentos da vida de Jesus, evocados ao longo do ano litúrgico, recebem pleno significado a partir da Páscoa”[1].

Alberto Beckäuser, da Ordem dos Frades Menores, teólogo especialista em liturgia pela faculdade de Santo Anselmo de Roma, comentando o sentido do ano litúrgico da

Sacrosanctum Concilium número 102, escreve assim: “na experiência Pascal do tempo, a Igreja celebra com piedosa recordação a Obra Salvífica de seu divino Esposo. Primeiramente, da experiência do tempo lunar, que forma as semanas nesta experiência semanal do tempo semanal da Páscoa, o Dia do Senhor, o domingo. A primeira expressão do ano litúrgico é o domingo, a soma de todos os domingos do ano. E celebra a Obra da Salvação também solenemente na solenidade máxima da Páscoa, juntamente com sua sagrada Paixão. Temos então a celebração semanal da Páscoa, o Domingo, e a celebração manual da Páscoa, o tríduo Pascal. Mas, no decorrer do ano a Igreja revela e vive comemorando-o, todo o mistério de Cristo, desde a Encarnação e Natividade até a Ascensão, o dia de Pentecostes e a expectação da feliz esperança e vinda do Senhor. O último parágrafo deste número (referindo-se ao número 102 da SC) reconhece a sacramentalidade do ano litúrgico. A celebração dos mistérios de Cristo durante o ano apresenta uma eficácia da Graça: “Com esta recordação dos mistérios da Redenção, a Igreja oferece aos fiéis as riquezas das obras e merecimentos de seu Senhor, a ponto de os tornar como que presentes a todo tempo, para que os fiéis sejam postos em contato com eles, e sejam repletos da Graça da salvação”. Temos aqui caracterizada a espiritualidade do ano litúrgico”[2]. O teólogo liturgista destaca aqui a importância da solenidade máxima da Páscoa e do Tríduo Pascal que a prepara, do Domingo, e de todo o mistério de Cristo, desde sua encarnação até sua Vinda Gloriosa, interligados entre si.

Interessante que na edição anterior brasileira do Missal Romano, após a oração do Pai-Nosso na Liturgia, a oração do sacerdote rezava “enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador”. Beckäuser no comentário acima fala da “expectação da feliz esperança e vinda do Senhor”, termo tirado e citado na Sacrosanctum Concilium. Pois, a nova fórmula da Terceira Edição do Missal Romano no Brasil reza com esse adjetivo “feliz esperança”, quando formula assim a nova oração sacerdotal: “Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto aguardamos a feliz esperança e a vinda do Nosso Salvador, Jesus Cristo”. A nova fórmula é significativa porque nossa esperança da segunda Vinda e vinda definitiva do Salvador não é triste, angustiante e desesperadora. Mas é alegre, tal como celebramos todas as liturgias dominicais, atualizando a alegria pelo vencedor da morte e que pela sua presença atual contagia nossas liturgias. Os liturgistas do Brasil propuseram que a oração do sacerdote após a oração do Pai-Nosso repita as mesmas palavras da Sacrosanctum Concilium – feliz esperança e Vinda do Nosso Salvador."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
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[1] BECKÄUSER, Alberto. Sacrosanctum Concilium – Texto e Comentário, Paulinas, 2012, p. 125-126.
[2] Cadernos do Concílio, Jubileu 2025, n.13. Os tempos fortes do Ano Litúrgico, Edições CNBB, p. 52.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A teoria de gênero

A Declaração Dignitas Infinita (Arquidiocese de Maringá)

A TEORIA DE GÊNERO

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS) 

A Declaração Dignitas Infinita, publicada em 25 de março passado, tratou de temas complexos e muito atuais, sempre em vista de assegurar que a dignidade humana seja preservada. Entre as temáticas emerge a teoria de Gênero, que tem gerado reflexões e comportamentos bastante polêmicos.  

Em primeiro lugar, reafirma-se que cada pessoa, independentemente da própria orientação sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com respeito, cuidando de evitar toda discriminação e sobretudo as diversas formas de agressão e violência. A Igreja repudia o fato de que, em alguns lugares, não poucas pessoas são encarceradas, torturadas e até mesmo privadas da vida unicamente pela sua orientação sexual. 

Essa postura de profundo respeito a cada pessoa humana, contudo, implica em ensinar o que Jesus revelou como a Verdade que Deus quer para todos os seus filhos e filhas. Por isso, a Igreja evidencia os intensos pontos críticos da teoria de gênero, recordando o que afirmou o Papa Francisco ao dizer que a teoria de gênero é perigosíssima, porque cancela as diferenças na pretensão de tornar todos iguais. Causa grande dissenso entre os cientistas e especialistas a  tentativa de negar a maior das diferenças possíveis entre os seres viventes: a diferença sexual.  

A Igreja sustenta que o respeito ao próprio corpo e àquele dos outros é essencial diante da proliferação dos pretensos novos direitos, propostos pela teoria de gênero. Tal ideologia «propõe uma sociedade sem diferenças de sexo e esvazia a base familiar>>. 

É importante, nesse sentido, reler o que escreveu o Papa Francisco na Amoris Laetitia sobre a ideologia de gênero que “leva a projetos educativos e diretrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma intimidade afetiva radicalmente desvinculadas da diversidade biológica entre homem e mulher. (…)  Preocupa o fato de algumas ideologias desse tipo, que pretendem dar resposta a certas aspirações por vezes compreensíveis, procurarem impor-se como pensamento único que determina até mesmo a educação das crianças. É preciso não esquecer que sexo biológico e função sociocultural do sexo podem-se distinguir, mas não separar. Por outro lado, a revolução biotecnológica no campo da procriação humana introduziu a possibilidade de manipular o ato generativo, tornando-o independente da relação sexual entre homem e mulher. Assim, a vida humana, bem como a paternidade e a maternidade, tornaram-se realidades componíveis e decomponíveis, sujeitas de modo prevalecente aos desejos dos indivíduos ou dos casais” (AL 56). E o Papa alerta: “Uma coisa é compreender a fragilidade humana ou a complexidade da vida, e outra é aceitar ideologias que pretendem dividir em dois os aspectos inseparáveis da realidade. Não caiamos no pecado de pretender substituirmos o Criador. Somos criaturas, não somos onipotentes. A criação precede-nos e deve ser recebida como um dom. Ao mesmo tempo somos chamados a guardar a nossa humanidade, e isso significa, antes de tudo, aceitá-la e respeitá-la como ela foi criada”. 

Num tempo tão complexo como o nosso, precisamos respeitar as pessoas, mas continuar distinguindo os princípios das práticas e necessidades. A moral e a ética não podem negociar princípios que pretensamente sejam considerados culturais, pois há uma lei natural, que por mais rejeitada que seja, existe e ainda determina a vida.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Santa Sé: há um vínculo entre a crise climática e deslocamento

Sudão do Sul, um homem ao lado da casa inundada por uma enchente (AFP or licensors)

Discurso do observador permanente da Santa Sé junto à ONU em Genebra, Arcebispo Ettore Balestrero: nunca devemos esquecer que, por trás das estatísticas, há pessoas reais cujas vidas estão em perigo.

L’Osservatore Romano

A mudança climática não é uma "noção abstrata": prova disso são os cerca de 33 milhões de pessoas desalojadas por desastres em 2022 e os mais de 26 milhões em 2023, pessoas forçadas a deixar suas casas devido a inundações, tempestades, incêndios, bem como terremotos e outras devastações. Elas são o "rosto humano" da crise climática e dos desastres naturais, recordou dom Ettore Balestrero, Observador Permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas e outras organizações internacionais em Genebra, por ocasião do 34º Comitê Permanente de Programas e Finanças das Organizações Internacionais para as Migrações, na quinta-feira, 13 de junho.

Recordando as palavras do Papa Francisco e o compromisso da Santa Sé, o núncio apostólico disse que "nunca devemos nos esquecer que, por trás das estatísticas, há pessoas reais cujas vidas estão em perigo". Daí um apelo pela necessidade de uma ação urgente. O caminho a seguir, em nível global e na esteira do compromisso com uma "ecologia integral", é "reconhecer o vínculo entre a crise climática e o deslocamento", "aumentar" a prevenção, a educação e a resiliência, e "engajar-se proativamente", inclusive nas comunidades que acolhem, para "promover" a inclusão e a integração.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 16 de junho de 2024

Permitamos viver a mulher e o bebê

Bebê dentro do útero (CNBB)

“PERMITAMOS VIVER A MULHER E O BEBÊ”: CNBB CONSIDERA IMPORTANTE A APROVAÇÃO DO PL 1904/2024

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reafirmou, nesta sexta-feira, 14 de junho, seu posicionamento de defesa e proteção da vida em todas as suas etapas, da concepção à morte natural. Diante do debate sobre o aborto relacionado à tramitação do Projeto de Lei (PL) 1904/2024 no Congresso Nacional, a CNBB recorda seu empenho na defesa das duas vidas, a da mãe e a do bebê.

“[…] a Igreja Católica neste momento considera importante a aprovação do PL 1904/2024, mas continua no aguardo da tramitação de outros projetos de lei que garantam todos os direitos do nascituro e da gestante”, afirmou a Conferência, em nota assinada pela Presidência.

O PL 1904/2024 altera o código penal brasileiro, ao equiparar a pena para o aborto após as 22 semanas de gestação com a de homicídio, uma vez que nesta idade gestacional o bebê já tem condições de vida fora do útero. Na nota, a CNBB recorda que o projeto de lei surge para coibir a morte provocada de bebês por meio da “cruel prática de assistolia fetal”, proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e no momento liberada por liminar no Supremo Tribunal Federal (STF). 

“Cabe ressaltar que as 22 semanas não correspondem a um marco arbitrário. A partir dessa idade gestacional, realizado o parto, muitos bebês sobrevivem. Então, por que matá-los? Por que este desejo de morte? Por que não evitar o trauma do aborto e no desaguar do nascimento, se a mãe assim o desejar, entregar legalmente a criança ao amor e cuidados de uma família adotiva? Permitamos viver a mulher e o bebê”, afirma a CNBB.

Sobre o “crime hediondo do estupro”, a Conferência Episcopal pede que os agressores sejam identificados e a legislação seja rigorosa e eficaz na punição. “É ilusão pensar que matar o bebê seja uma solução. O aborto também traz para a gestante grande sofrimento físico, mental e espiritual. Algumas vezes até a morte”, ponderam.

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Nota da CNBB sobre o PL1904/2024

“Diante de vós, a vida e a morte. Escolhe a vida!” (cf. Dt 30,19)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), diante do debate no Congresso Nacional e na sociedade brasileira sobre o PL 1904/2024, vem a público reafirmar o seu posicionamento de defesa e proteção da vida em todas as suas etapas, da concepção à morte natural. No contexto do debate sobre o aborto, empenha-se na defesa das duas vidas, a da mãe e a do bebê.

A CNBB não se insere na politização e ideologização desse debate. Contudo, adentra-o por ser profundamente ético e humano. São a dignidade intrínseca e o direito mais fundamental que é o direito à vida que estão sob ameaça.

A discussão sobre o PL 1904/2024 traz à tona a cruel prática de assistolia fetal em bebês a partir de 22 semanas de gestação, proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e no momento liberada por liminar no STF. Este PL cumpre o papel de coibir a morte provocada do bebê, previamente ao término da gravidez.

Cabe ressaltar que as 22 semanas não correspondem a um marco arbitrário. A partir dessa idade gestacional, realizado o parto, muitos bebês sobrevivem. Então, por que matá-los? Por que este desejo de morte? Por que não evitar o trauma do aborto e no desaguar do nascimento, se a mãe assim o desejar, entregar legalmente a criança ao amor e cuidados de uma família adotiva? Permitamos viver a mulher e o bebê.

Diante do crime hediondo do estupro, que os agressores sejam identificados e que a legislação seja rigorosa e eficaz na punição. É ilusão pensar que matar o bebê seja uma solução. O aborto também traz para a gestante grande sofrimento físico, mental e espiritual. Algumas vezes até a morte.

Por isso, a Igreja Católica neste momento considera importante a aprovação do PL 1904/2024, mas continua no aguardo da tramitação de outros projetos de lei que garantam todos os direitos do nascituro e da gestante. Mais uma vez, reitera a sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural.

Que Nossa Senhora Aparecida interceda por todas as nossas famílias, proteja a vida de nossas gestantes e de todas as crianças que estão no ventre materno, para que todos tenham vida e vida em abundância. (cf. Jo 10,10)

Diante da escolha entre a vida e a morte, escolhamos a vida, a da mulher e a do bebê!

Brasília, 14 de junho de 2024

Dom Jaime Spengler
Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre – RS
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo da Arquidiocese de Goiânia – GO
1º Vice- Presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife – PE
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF