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terça-feira, 18 de junho de 2024

Festas Juninas

Festas Juninas (Educa Mais Brasil)

FESTAS JUNINAS, EXPRESSÕES VIVAS DE ALEGRIA, AMIZADE SOCIAL E CONVIVIALIDADE FRATERNA

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

O ciclo Pós-Pentecostes apresenta uma variada galeria de Santos populares, que geraram em torno a sua proximidade e intercessão com os fiéis festas e costumes que integram e valorizam as comunidades. Já Harvey Cox tinha estudado nas festas do medievo a sua importância social de coesão, esperança, e porque não dizer de verdadeira cura e reconciliação para o povo mais humilde.  

Surge assim um rico e variado folclore registrado pela antropologia religiosa que dá destaque a dádiva, gratuidade, acolhida e convívio fraterno. Basta dizer o número de feriados religiosos que haviam para tomar conhecimento de que longe de serem povos submetidos ao medo e a tristeza denotavam alegria de viver, compartilhamento e um senso de solidariedade comunitária muito apurado.  

Hoje pode-se afirmar que embora tenha-se perdido um pouco da religiosidade vertical e marcante em todas as atividades, o espírito do que Yung chamara inconsciente religioso coletivo e para nós memória e patrimônio cultural-celebrativo que constitui a alma de um povo, tem raízes firmes e profundas em várias regiões dos nossos municípios do interior e na nossa cidade. 

Especialmente as festas juninas acontecem espontaneamente organizadas por pessoas das comunidades que reavivam tradições vivas nunca esquecidas que guardam um verdadeiro tesouro simbólico que resiste o tempo e descortina sempre o mistério de Deus, da vida e da própria condição humana.  

Num tempo de incertezas e de um individualismo centrífugo, revisitar e participar destas festas não só  nos desperta lembranças e recordações esplêndidas, mas significam como uma lufada de liberdade interior e senso familiar e comunitário que nos humaniza e nos faz retomar a inocência das coisas belas de inestimável valor.  

Precisamos mais de festas, de convivência social para retecer e curar os relacionamentos calcificados pelo ódio, a desavença e a polarização de todo tipo. O cristão é um ser festivo, porque sonha e tem no coração a esperança que não decepciona, e que dá sentido a história dando-lhe um horizonte de eternidade, Cristo a Alegria dos homens e de todas as criaturas. Louvado seja Deus! 

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Sob o olhar do Redentor!

Comissão Teológica Internacional no Cristo Redentor (Vatican News)

A Comissão Teológica Internacional desembarcou recentemente em solo sul-americano para uma semana de estudos da Subcomissão encarregada de aprofundar o tema: O primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia e a atualidade de seu dogma.

Mons. Maurizio Barba - Secretário Adjunto da Comissão Teológica Internacional

No pitoresco cenário do Rio de Janeiro, a "Cidade Maravilhosa", a Subcomissão "Nicéia" foi recebida com solicitude paternal e braços abertos pelo arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani João Tempesta, e seu bispo auxiliar dom Antonio Luiz Catelan Ferreira, membro da Subcomissão, para sua sessão de verão, hóspedes da estrutura diocesana "São João Paulo II".

Mas é sobretudo sob o olhar acolhedor do Cristo Redentor, a estátua colocada no topo do Monte Corcovado a 709 metros acima do nível do mar, que o grupo de teólogos de diferentes partes do mundo - Estados Unidos, Brasil, México, Itália, França, Líbano - sob a sábia orientação do Secretário Geral, Mons. Piero Coda, e a competente coordenação do Prof. Philippe Vallin, continuou a delicada tarefa de redigir o documento que verá a luz no início do ano 2025, por ocasião do 1700º aniversário da abertura do Concílio de Nicéia.

Não são poucas as iniciativas preparadas, já a partir deste ano, para comemorar esse aniversário, tanto no contexto acadêmico quanto no pastoral-eclesial, com uma variedade de perspectivas que contribuem para considerar o evento conciliar a partir das perspectivas histórico-patrística, teológico-doutrinal, disciplinar-canônica e ecumênico-pastoral.

O Concílio de Nicéia foi o primeiro concílio chamado "ecumênico", um evento teológico e ao mesmo tempo eclesial, no qual a violenta disputa ariana sobre a confissão cristológica foi resolvida de forma sinodal e foi definida a questão pastoral-disciplinar da data da Páscoa. Isso nos deixou em herança o Símbolo, no qual a fé trinitária e cristológica da Igreja encontra sua plena identidade, e, acima de tudo, nos fez saborear a beleza da salvação oferecida em Cristo Jesus, Filho de Deus e Salvador da humanidade.

O documento da Comissão Teológica Internacional se insere nessa linha de aprofundamento do evento conciliar, com o objetivo de realizar uma leitura "doxológica" do Símbolo, para evidenciar seus recursos soteriológicos e, portanto, cristológicos, trinitários e antropológicos. Trata-se, de fato, de redescobrir Cristo, "Luz da Luz" e luz do mundo, em todo o seu poder de atração.

Da esq. para a dir., padre Gaby Alfred Hachem, monsenhor Maurizio Barba, Dom Antonio Luiz Catelan Ferreira, padre Philippe Vallin, Cardeal Orani João Tempesta, Dom Etienne Vetö, monsenhor Piero Coda, padre Mario Ángel Flores Ramos, frei Fernando Saraiva, Robin Darling Young | Vatican News

De um ponto de vista patrístico, o texto examinará a vida litúrgica e a vida de oração para ver como essas áreas foram frutíferas na Igreja após o Concílio e como ainda podem ser frutíferas hoje.

Além disso, o documento também é enriquecido por um olhar especial sobre o "evento" que Niceia representou para a história do pensamento e para a história das estruturas de governo da Igreja, juntamente com uma visão geral da estrutura de "teologia fundamental" delineada pelo que o primeiro concílio ecumênico manifestou sobre a missão constante da Igreja a serviço da credibilidade de sua fé. Nesse sentido, manifesta-se assim a fecundidade da Revelação cristã para renovar o pensamento e as formas de vida comum do ser humano.

O documento retoma e aprofunda o convite do Papa Francisco, expresso em seu discurso na Assembleia Plenária da Comissão Teológica Internacional no ano passado, para redescobrir a atualidade do evento do Concílio de Nicéia e a beleza do conteúdo da fé trinitária e cristológica da Igreja, retomando as três razões que ele deu para tornar essa redescoberta promissora e eficaz.

Antes de tudo, um motivo espiritual, reiterado a partir da profissão de fé em Cristo, "Deus de Deus, luz da luz". O Papa exortou os teólogos a testemunharem com a própria vida aquela "luz nascente e eterna", que não é apenas "a luz de um conhecimento impensável, mas é a luz que ilumina a existência", comprometendo-se a irradiá-la com uma vida luminosa e alegre, "difundindo novos e surpreendentes fulgores da luz eterna de Cristo na casa da Igreja e nas trevas do mundo".

Uma segunda razão é a sinodal, já que em Nicéia a Igreja pôde refletir sobre a natureza de sua fé e de sua missão e tratou as questões debatidas com um método sinodal. Em tal horizonte, explica o Papa, a sinodalidade constitui a ocasião propícia "para traduzir em atitudes de comunhão e em processos de participação a dinâmica trinitária com a qual Deus, por meio de Cristo e no sopro do Espírito Santo, vem ao encontro da humanidade". A tarefa dos teólogos, portanto, é "liberar a riqueza dessa maravilhosa 'energia humanizadora'".

Outro motivo é ecumênico, lembrando a relevância do evento conciliar no contexto do caminho rumo à unidade dos cristãos. A esse respeito, o Papa, lembrando que o Símbolo Niceno não só une os discípulos de Cristo, mas que em 2025 a data da Páscoa coincidirá para todas as denominações cristãs, fez votos que essa ocasião possa marcar "o início concreto de uma celebração sempre comum da Páscoa".

O documento da Comissão Teológica, caminhando na direção de compreender a eficácia desse Concílio para a vida da Igreja no século XXI, chamada a enfrentar antigos e novos desafios, tanto em nível universal quanto local, privilegia a perspectiva da atualidade do dogma niceno, compreendendo a necessidade do homem moderno de reafirmar sua fé dentro de um contexto cultural que solicita a redescoberta da relação entre fé e vida.

Em seu discurso solene na abertura do Concílio Vaticano II, São João XXIII assim se expressou: "É necessário que essa doutrina certa e imutável, que deve ser fielmente respeitada, seja aprofundada e apresentada de uma forma que responda às necessidades de nosso tempo. Outra coisa é, de fato, o depósito da fé, ou seja, as verdades contidas em nossa doutrina, outra coisa, é a forma em que são enunciadas, preservando o mesmo significado e o mesmo objetivo. Será preciso dar grande importância a essa forma e, se necessário, será preciso insistir pacientemente em sua elaboração; e será preciso recorrer a uma maneira de apresentar as coisas que melhor corresponda ao magistério, cujo caráter é preeminentemente pastoral.

A ocasião da comemoração do Concílio de Nicéia e, em particular, o Símbolo que dele emergiu, desempenha um papel fundamental na custódia e transmissão da fé, colocando no centro da evangelização o aprofundamento do Kerigma Trinitário, como uma experiência vital do encontro com o Senhor crucificado e ressuscitado, Filho de Deus e Salvador, na luz do Espírito.

A famosa estátua monumental do Cristo Redentor no Rio de Janeiro oferece iconicamente uma parábola da salvação em Cristo que a Igreja deseja celebrar em 2025. Esplendidamente colocada no Morro do Corcovado, ela, ao mesmo tempo em que atrai milhares de peregrinos, revela ao homem moderno infinitos vislumbres de beleza, através de uma vista impressionante de toda a cidade reunida e abraçada no horizonte encantador dos braços abertos de Cristo, cuja extensão parece alcançar todos os cantos da Terra.

Aos pés do monumento que delineia a inconfundível silhueta da cruz, o homem crente tem a oportunidade de mergulhar naquela visão espiritual e cristã da existência que lhe permite ver a história, o mundo e a humanidade com os próprios olhos do Redentor.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Oração e castidade são antídotos contra o vício em pornografia, diz teólogo

Jason Evert passou mais de duas décadas viajando pelo mundo falando a jovens e adultos sobre a importância da pureza e da dignidade humana. | Crédito: ACI Prensa.

A oração, a castidade e buscar os sacramentos com frequência são os únicos antídotos para a epidemia global do vício em pornografia, disse o autor e palestrante católico americano Jason Evert, pois “libertam você para amar e para saber se está sendo amado autenticamente”.

Evert é especialista em promoção da castidade e educação na teologia do corpo. Ele é bacharel em Teologia e Aconselhamento e mestre em Teologia. Além disso, dedicou mais de duas décadas a viajar pelo mundo falando a jovens e adultos sobre a importância da pureza e da dignidade humana no contexto das relações pessoais.

Junto com sua esposa, Crystalina, ele fundou o Projeto Chastity, uma organização dedicada a fornecer recursos e apoio para viver uma vida casta.

Ao longo de sua carreira, Jason escreveu vários livros populares, incluindo Pure Love (Amor Puro) e Theology of the Body for Teens (Teologia do Corpo para adolescentes), que foram traduzidos para vários idiomas e distribuídos globalmente.

Seu trabalho foi divulgado em diversos meios de comunicação e alcançou milhões de pessoas por meio de palestras em escolas, universidades e eventos católicos.

Em entrevista à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, com sua abordagem distinta, acessível e compassiva, Evert forneceu orientação prática e espiritual para aqueles que buscam viver uma vida de integridade e amor verdadeiro.

Ao responder sobre as consequências psicológicas e emocionais do vício em pornografia, comentou que é uma situação “desoladora” e que estes conteúdos estão formando os jovens numa espécie de “poligamia mental”, o que os leva a considerar os seus parceiros sentimentais como algo que podem jogar fora se não cumprirem certos padrões sexuais.

Em relação às novas políticas da plataforma X de Elon Musk, que na semana passada permitiu oficialmente aos usuários publicar conteúdos pornográficos, Evert disse que isso só levará a mais dependência, especialmente entre os jovens.

“Antes que você perceba, seu cérebro não consegue acompanhar a quantidade [de estímulos] que você precisa consumir para se sentir satisfeito. E assim a pessoa não só fica entediada com outras pessoas, mas também fica entediada consigo mesma”, disse.

“O homem que se entregou a tanta pornografia é quase como se ele tivesse esses ‘óculos pornográficos’. Ele não consegue nem mesmo olhar para a mulher, a não ser pelas lentes da luxúria. E o coração de uma mulher consegue perceber a diferença. Por isso a cura é necessária”, acrescentou o especialista.

Diante desta perigosa realidade, Evert propõe a experiência da castidade – além dos meios espirituais propostos pela Igreja – como um “antídoto” para superar o vício da pornografia. Recordou as palavras de são João Paulo II, durante a audiência geral de 2 de janeiro de 1980, na qual falou sobre a relação entre homens e mulheres.

“Se os homens puderem crescer na pureza de coração, poderão verdadeiramente abençoar suas esposas 'com a paz do olhar interior', ou seja, quando olham para suas esposas com reverência, amor e paixão, isso cria paz em seus corações, porque ela sabe que não olham para ela com luxúria, mas com amor”, disse Evert.

Por outro lado, “se olham para ela como uma coisa que é usada para a gratificação, cria-se esta vulnerabilidade, este ressentimento em relação aos homens e à sexualidade”, disse. “E o coração de uma mulher pode perceber a diferença”, acrescentou.

O que é castidade e para que serve?

Evert falou da importância de compreender o que realmente é a castidade: “A castidade não é celibato. Celibato é o estado de não estar casado, é isso que a palavra significa. A castidade não é a mesma coisa que a abstinência. A abstinência significa simplesmente não fazer sexo”, disse ele.

“A castidade é um conceito mais completo. É a virtude da pureza do meu coração, da minha palavra, dos meus olhos, da minha intenção, das minhas roupas, da minha conduta, de toda a minha pessoa”, disse Evert.

Segundo o autor e palestrante, a castidade tem duas funções: libertar a pessoa para amar e saber se está sendo amada de forma autêntica. “Se eu estou dominado por vícios sexuais e depois me caso, não amarei realmente a minha esposa. Eu realmente não vou fazer amor com ela. Vou simplesmente usar o corpo dela como uma saída para minha luxúria”, disse.

“Se um garoto não sai contigo se você não faz certas coisas com ele, ou [por exemplo] não manda fotos para ele, fica bem claro: ele não te ama. Ele só quer o prazer que obtém de você”, acrescentou Evert.

Sobre o sofrimento que a pornografia causa nos casamentos, devido ao vício de um dos cônjuges, comentou que é falsa a crença generalizada de que estes conteúdos “intensificam a intimidade”, mas, pelo contrário, a bloqueiam.

“A luxúria é a redução da pessoa humana ao seu valor sexual. Isso é luxúria. Não é paixão. Não é desejo ou atração sexual. É a redução da pessoa ao seu valor sexual”, disse.

“Quando crescemos na pureza do coração, sim, somos atraídos pelo corpo e pela sexualidade, mas também somos atraídos pela masculinidade, pela feminilidade da outra pessoa: o ser humano completo, não apenas o prazer que pode nos oferecer”, acrescentou.

Os meios da Igreja Católica para superar o vício da pornografia

Evert falou da importância dos sacramentais na luta contra a pornografia. “Borrife seu quarto com água benta, use uma medalha milagrosa, um crucifixo, carregue um terço no bolso. Rezar. Isto é o que deveríamos estar fazendo, o básico”, disse.

Ele reforçou a importância do Santíssimo Sacramento. Receber a eucaristia, disse, é “o maior antídoto” para o vício, porque daí vêm todas as graças necessárias para enfrentar “esta longa jornada”.

“Passar um tempo diante do Santíssimo Sacramento, porque deleitamos os nossos olhos com a luxúria com a pornografia, mas o que nossos olhos realmente precisam é contemplar o Corpo de Cristo, para começar a curar essas memórias”, disse.

“Você pode não sentir que está recebendo todas essas graças, mas é como estar ao ar livre em um dia nublado de verão. Você ainda pode pegar uma insolação, mesmo que não consiga ver o sol”, disse.

Por fim, Evert disse que “não há vergonha em querer ser curado” do vício em pornografia. “Não há vergonha se você é um soldado e está ferido no campo de batalha. Não há vergonha nisso. Vergonha é quando você sai do campo de batalha: 'Eu desisto e saio daqui'”, comentou.

Por isso, recomendou aproximar-se regularmente do sacramento da confissão - especialmente os pais, para que possam dar o exemplo aos filhos - e fazê-lo, na medida do possível, com o mesmo sacerdote, para que ele possa ajudar nas suas lutas. “Estamos todos nas trincheiras lutando e Deus está com vocês nesta batalha”, disse.

*Andrés Henríquez é um jornalista venezuelano especializado em religião e política. Mais de 5 anos de experiência em meios bilingues. É membro da Federação Regnum Christi.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Padre Martin: Jesus não tem medo dos nossos pecados, nos faz sair do túmulo

A ressurreição de Lázaro (Vatican News)

Um diálogo com o jesuíta dos Estados Unidos, autor do livro "Vem para fora! A promessa do maior milagre de Jesus", obra já publicada em português pela Editora Paulus (e em italiano pela Livraria Editora Vaticana).

Andrea Tornielli

O jesuíta dos Estados Unidos, James Martin, é autor de "Vem para fora! A promessa do maior milagre de Jesus" (da LEV em italiano e da Paulus em português), um livro dedicado à figura de Lázaro, irmão de Marta e Maria e amigo de Jesus. Na casa dos três irmãos, em Betânia, Jesus se hospedava com frequência. Aquela da ressurreição de Lázaro é a história de um grande milagre. Encontramos o Padre Martin nos estúdios da Rádio Vaticano - Vatican News.

De onde nasce o seu interesse por Lázaro?

Tudo começou com um diretor italiano, Franco Zeffirelli, autor do filme Jesus de Nazaré. Quando eu era jovem, assisti a esse famoso filme, e uma das cenas mais dramáticas foi a ressurreição de Lázaro. Há uma cena de um homem saindo de um túmulo e a música da orquestra está tocando e todos se ajoelham. Isso me fez pensar quem é essa pessoa, quem é esse Lázaro? Por que não sei muito sobre ele? Quem são essas irmãs que se aproximam para ser tão diretas e francas com Jesus? Então, comecei uma espécie de busca por toda a vida para descobrir quem era esse homem.

O senhor esteve nos lugares onde os eventos evangélicos aconteceram. Qual é a importância da percepção de que o Evangelho não é uma teoria ou um romance, mas algo que aconteceu em um período preciso da nossa história, em um lugar preciso?

Os teólogos chamam isso de escândalo da particularidade: os evangelhos aconteceram em uma época específica, em um lugar específico e com pessoas específicas, e quando você vai aos lugares onde as passagens do evangelho acontecem, você entende melhor a história. Para mim, foi muito importante ir ao túmulo de Lázaro e também foi uma experiência espiritual muito comovente a primeira vez que o visitei, em Betânia. Desci ao túmulo, um buraco muito escuro e úmido. E pensei: "o que devo rezar aqui?" Usei um pouco da contemplação inaciana e disse: "posso rezar sobre as coisas que quero deixar no túmulo". Que tipo de coisas fazem com que eu não seja livre, preso ou escravizado? Como posso ouvir a voz de Deus que me convida a sair para o ar livre? Achei isso muito poderoso. Mais tarde, levei peregrinos para esse mesmo lugar e os convidei a fazer a mesma meditação. O que podemos deixar para trás na sepultura?

Muitos deles saíram chorando. Por isso, achei que deveria escrever sobre esse assunto.

Quando se visita a Terra Santa, uma das experiências mais emocionantes é entrar no Santo Sepulcro. A ressurreição de Jesus é um evento único, ele era realmente homem, mas também era Deus. Essa ressurreição afeta a todos nós, pois acreditamos que ressuscitaremos e viveremos para sempre. No caso de Lázaro, entretanto, temos o retorno à vida de um homem que estava morto há quatro dias. Jesus deu a ele uma nova chance de viver.

Sentimo-nos próximos da história de Lázaro. Ela diz respeito a um de nós. Jesus nos chama a cada momento do dia e pede que saiamos para uma nova vida e deixemos para trás tudo o que não nos liberta. Há um paralelo que traço em meu livro que, acredito, vem do teólogo Raymond Brown. Quando Jesus sai do sepulcro no domingo de Páscoa, ele deixa para trás suas roupas de sepultura e seu sudário. Não irá mais precisar deles. Quando Lázaro sai do túmulo, por outro lado, ele ainda está usando ataduras e sudário. Ele precisará deles novamente porque morrerá de novo.

Uma outra peculiaridade desse milagre é que sabemos o nome do ressuscitado, enquanto não sabemos o nome do filho da viúva de Naim ou da filha de Jairo. Com Lázaro, sabemos seu nome, sabemos quem era sua família e onde morava. Que importância isso tem?

Os estudiosos do Novo Testamento dizem que quando sabemos o nome de uma pessoa fora dos doze apóstolos, isso significa que eram pessoas conhecidas da Igreja primitiva. É interessante que no Evangelho de Lucas há histórias de Marta e Maria recebendo Jesus, e seus personagens são muito semelhantes no Evangelho de Lucas. Marta é mais ativa, Maria é mais contemplativa. E no Evangelho de João, quando somos informados sobre a ressurreição de Lázaro, o que Marta faz? Ela corre primeiro para encontrar Jesus, enquanto Maria fica em casa. Suas personalidades e personagens transparecem em ambos os evangelhos, um sinal de sua historicidade.

Um aspecto importante da espiritualidade dos jesuítas, que também vemos refletido nas homilias do Papa Francisco, é a identificação com as cenas do Evangelho...

Não somos os únicos a rezar dessa forma. Pode-se dizer que isso começou com Francisco de Assis. E é fundamental admitir que Deus pode trabalhar por meio da nossa imaginação. Nós nos imaginamos na passagem do Evangelho, rezamos sobre ela "vendo-nos" como parte da cena e considerando intuições, emoções, lembranças, desejos, até mesmo palavras e frases: essa é a maneira de Deus falar conosco.

Quando eu era um noviço jesuíta, meu diretor espiritual me disse: "bem, agora vou lhe ensinar a maneira de rezar dos jesuítas". E ele explicou essa maneira de se imaginar nas Escrituras. Eu respondi: "não é que está inventando as coisas na sua mente?". Eu estava muito desconfiado. Ele disse: "bem, deixe-me fazer uma pergunta: você acredita que Deus age através dos sacramentos? Que Deus age através da natureza e da música? Que Deus age através de relações?" Respondi com convicção "é claro!" a cada pergunta. Ele acrescentou: "então, por que Deus não pode agir através da sua imaginação?" É uma maneira de encontrar Deus mais de perto.

Às vezes digo que quando ouvimos uma passagem do Evangelho na igreja, já a estamos imaginando. Quando ouvimos uma parábola, por exemplo, a do Filho Pródigo, imaginamos como será o retorno dele para casa. Isso é muito natural e muito humano. Precisamos tornar a história do Evangelho "nossa". Portanto, quando eu rezo sobre a história de Lázaro, pode surgir algo diferente do que quando você reza sobre a história de Lázaro. A Palavra de Deus é viva, ela sugere coisas diferentes para nós em momentos diferentes de nossas vidas. De tempos em tempos, podemos nos identificar com um ou outro dos personagens descritos na cena.

A imaginação não é fantasia. Não estamos fazendo um voo com a mente. Temos um texto preciso, palavras precisas. Uma cena já descrita. Devemos nos apropriar dela, fazê-la acontecer para nós no presente.

Sim, e devemos confiar que o Espírito Santo está agindo. É diferente de ler um romance. Na Bíblia, o Espírito Santo está trabalhando. Há alguns anos, estávamos conversando com o cardeal Dolan em seu programa de rádio e ele contou uma experiência que teve quando estava rezando sobre o presépio. Um diretor espiritual jesuíta pediu que ele "entrasse na oração" com sua imaginação, e foi a primeira vez que ele fez isso. Ele imaginou Maria entregando-lhe o bebê Jesus e ele tomando-o nos braços. Eu disse a ele: "aposto que da outra vez, quando você leu essa passagem do Evangelho, deve ter parecido diferente". Ele disse: "exatamente assim". Isso muda a maneira como encontramos o evangelho, nós o personalizamos por meio do Espírito.

É por isso que há necessidade de livros como o que o senhor escreveu? Uma maneira de redescobrir esse grande milagre que aconteceu. Uma esperança para nós, para nossa vida eterna?

Há duas maneiras de ver essa história. A primeira é acreditar que Jesus é a ressurreição e a vida. Portanto, um tipo de leitura teológica: acredito que Jesus oferece vida às pessoas e acredito que ele oferecerá vida a mim. Mas há também um tipo de leitura espiritual, que é o que isso significa em minha vida diária. O que significa para mim, na minha vida diária, essa história que aconteceu há 2.000 anos? O ensinamento é que tudo o que nos impede de ouvir a palavra de Deus com mais liberdade deve ser deixado no túmulo para que possamos entrar na nova vida. Em cada momento do dia, Deus está nos dizendo: "vem para fora".

Não há situações, não há pecados, não há corrupção em que estejamos presos que sejam impenetráveis à graça. Não há situações em que o olhar de Jesus não possa mudar algo. É essa a mensagem da página do Evangelho descrita no livro?

Não há nada em nós que cheire mal e para o qual Jesus não queira olhar. Assim, uma das partes mais bonitas da história é quando Jesus chega ao sepulcro e diz: "tirem a pedra". Marta diz: "já cheira mal", e eu gosto de lembrar às pessoas que há tantas coisas em nós que achamos que são podres, fedorentas, malcheirosas ou qualquer outra palavra que você queira usar. Temos vergonha de mostrá-las a Jesus, temos vergonha de falar sobre elas em oração. Temos vergonha de falar sobre elas até mesmo com diretores espirituais ou em confissão. Mas Jesus não tem medo desse mau cheiro. Ele não tem medo de remover a pedra dos nossos sepulcros e nos chamar de volta à vida.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Gregório João Barbarigo

São Gregório João Barbarigo (A12)
18 de junho
São Gregório João Barbarigo

Gregório João Barbarigo nasceu em Veneza em setembro de 1625, numa família rica da aristocracia italiana. Aos quatro anos de idade ficou órfão de mãe, sendo educado pelo pai que encaminhou os filhos no seguimento de Cristo.

Aos dezoito anos tornou-se secretário do embaixador de Veneza. Advogado civil e canônico, trabalhou nas negociações para a Paz de Vestfália que pôs fim à Guerra dos Trinta Anos em 24 de outubro de 1648. Neste trabalho conheceu um dos colaboradores no processo, o arcebispo Fábio Chigi, núncio apostólico e futuro Papa Alexandre VII, que o orientou nos estudos e o encaminhou para o sacerdócio.

Gregório foi ordenado em 1655, neste mesmo ano foi nomeado cônego de Pádua e prelado da Casa Pontifícia. Em 1657 foi consagrado Bispo de Bérgamo e em 1660 tornou-se cardeal.

As atividades apostólicas de Gregório marcaram profundamente a sua época. Ele participou dos conclaves: de 1667 que escolheu o Papa Clemente IX; de 1676 que elegeu o Beato Papa Inocêncio XI; de 1689 que escolheu o Papa Alexandre VIII e o de 1691 que escolheu o Papa Inocêncio XII.

Supervisionou o ensino católico em Roma, Itália, por três anos. Dotou o seminário de Pádua com professores notáveis, tinha o interesse em garantir que os futuros padres fossem bem treinados. Seu Seminário chegou a ser considerado um dos melhores da Europa. Fundou também gráficas de livros religiosos.

No período da epidemia de peste Roma em 1656, o Papa o colocou à frente da comissão encarregada de trazer alívio aos atingidos pela peste. Gregório se dedicou a visitar os enfermos, enterrar os mortos, socorrer as viúvas e os órfãos.

Ele morreu em Pádua no dia 18 de junho de 1697. Foi beatificado em 06 de junho de 1771 pelo Papa Clemente XIV e foi canonizado em 26 de maio de 1960 pelo Papa João XXIII.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Na história da nossa Igreja, muitos foram os homens e mulheres que se dedicaram à formação dos jovens, fundando escolas e outras instituições de ensino. Celebrando hoje a vida de são Gregório Barbarigo, peçamos a Deus que continue abençoando todos os profissionais e consagrados que trabalham na área da educação.

Oração:

São Gregório Barbarigo, fundador de escolas e instituições de caridade, que tivestes a graça de nascer em uma família cristã e bem estruturada, nós vos louvamos por vossa vida de santidade e pedimos vossa intercessão: olhai por nossos estudantes e professores, pelos responsáveis por nossa nação e por todas as nações do mundo, para que se voltem a Deus e cumpram os Mandamentos, as Leis de Deus e assim esta terra se tornará um lugar de mais vida. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 17 de junho de 2024

8 Santos Perfeitos para te acompanhar no mundo do namoro

Imagem do terreno | Obturador
Cerith Gardiner - publicado em 16/06/24

Se você está procurando por amor, deixe esses homens e mulheres santos guiá-lo em sua jornada para encontrar alguém especial.

Namorar hoje em dia não é para os fracos de coração. Enquanto no passado o ensino médio reunia casais, hoje muitos jovens optam por deixar o amor em segundo plano. Se você procura o amor verdadeiro, confie-se a esses santos.

Se você procura o amor, é importante não desistir! Existem alguns intercessores poderosos em quem você pode se apoiar e que podem lhe fornecer orientação e inspiração enquanto você navega no mundo do namoro, ajudando você a buscar relacionamentos baseados no amor, respeito e fé mútua.

1SÃO RAFAEL ARCANJO

Obturador

São Rafael é um dos sete arcanjos e é conhecido como o curador. Ela desempenha um papel de destaque no Livro de Tobias , onde o guia em sua jornada e o ajuda a encontrar uma esposa, Sara, que seja o par perfeito para ele.

São Rafael é considerado o padroeiro dos encontros felizes e do casamento. Seu guia pode ajudá-lo a discernir a verdadeira compatibilidade e promover um relacionamento baseado no respeito e no amor mútuos. Invocar São Rafael também pode lhe dar paciência e sabedoria para reconhecer o parceiro certo ao conhecê-lo.

2SÃO VALENTIM

Fred de Noyelle | Deus

Você conhecerá São Valentim, talvez o santo mais conhecido associado ao amor e ao romance. Ele foi sacerdote em Roma durante o século III e diz-se que realizou secretamente casamentos para casais cristãos quando o Império Romano proibiu os casamentos para aumentar o recrutamento militar.

Como santo padroeiro do amor, da juventude e dos casamentos felizes, São Valentim personifica a natureza altruísta e duradoura do amor. Buscar a intercessão dela pode ajudá-lo a cultivar um relacionamento amoroso e comprometido, e a história dela o lembra de valorizar e proteger os laços de amor.

3SANTA ANA

Renata Sedmakova | Shutterstock | Modificado por Aleteia

Santa Ana é a mãe da Virgem Maria e avó de Jesus. Pouco se sabe sobre sua vida nas Escrituras, mas ela é homenageada por seu papel na Sagrada Família e por suas qualidades maternais e protetoras.

Santa Ana é a padroeira das mulheres solteiras e das que procuram um cônjuge. Sua vida é um exemplo de fé, paciência e da importância de uma base familiar sólida. Orar a Santa Ana pode inspirar você a buscar um relacionamento que promova os valores familiares e o apoio mútuo.

4SÃO JOSÉ

Madeleine Openshaw | Obturador

O pai virginal de Jesus é conhecido por sua humildade, retidão e natureza protetora. Ele trabalhou como carpinteiro e é frequentemente descrito como um homem de família dedicado.

Padroeiro dos pais e das famílias, o exemplo de São José ensina as virtudes da bondade, da integridade e da dedicação. A vida deles mostra a importância de ser um casal amoroso e solidário. Recorrer a São José pode ajudá-lo a encontrar um parceiro que valorize essas qualidades e esteja empenhado em construir um relacionamento sólido e fiel.

6SÃO ANTÔNIO DE PÁDUA

Museu Metropolitano de Arte | Domínio público

Santo Antônio foi um frade franciscano conhecido por sua pregação poderosa e profundo conhecimento das Escrituras. Ele é frequentemente retratado segurando o Menino Jesus.

Santo Antônio é o padroeiro dos objetos perdidos e das pessoas perdidas. Se você se sente um pouco perdido no mundo do namoro, a intercessão dela pode ajudá-lo a encontrar o caminho e guiá-lo até a pessoa certa.

7SÃO CATARINA DE SIENA

Santa Catarina foi uma terciária e mística dominicana conhecida por sua intensa espiritualidade e influência na Igreja. Ele dedicou sua vida à oração e à ajuda ao próximo.

Santa Catarina é a padroeira das mulheres solteiras e daquelas que enfrentam decisões difíceis. Sua sabedoria e dedicação em servir aos outros podem inspirá-lo a buscar um parceiro que compartilhe seus valores e compromisso com o crescimento mútuo.

8SÃO JOÃO PAULO II

São João Paulo II é conhecido por seus ensinamentos sobre amor, casamento e família. Sua Teologia do Corpo aborda a santidade do amor e das relações humanas.

Os ensinamentos de São João Paulo II enfatizam a importância do amor, do respeito e da dignidade mútua nos relacionamentos. Suas percepções podem ajudá-lo a construir um relacionamento baseado em compreensão profunda e conexão espiritual.

Fonte: https://es.aleteia.org/

Hoje é celebrado santo Alberto Chmielowski, que inspirou a vocação de são João Paulo II

Santo Alberto Chmielowski (ACI Digital)
17 de junho
Santo Alberto Chmielowski

Santo Alberto Chmielowski foi um pintor de profissão e religioso polonês que inspirou a vocação do papa são João Paulo II. Também fundou os “irmãos” e “irmãs” da Ordem Terceira de São Francisco, Servos dos Pobres.

O santo nasceu em uma pequena cidade do reino da Polônia (parte do império russo), em 20 de agosto de 1845. Sua família era nobre. Cresceu em um clima de ideais patrióticos e amor pelos pobres.

“Aos 17 anos (1863), ainda estudante na escola agrícola, participou na luta insurrecional para libertar a sua pátria do jugo estrangeiro e nessa luta sofreu a mutilação da perna. Buscou o significado de sua vocação através da atividade artística, deixando obras que ainda hoje impressionam por uma particular capacidade expressiva”, disse São João Paulo II durante a missa de canonização deste santo.

Em 1874, sendo já um artista maduro, decidiu dedicar "a arte, o talento e suas aspirações à glória de Deus". Assim, os temas religiosos passaram a predominar em suas atividades artísticas.

Uma de suas melhores pinturas, "Ecce Homo", foi o resultado de uma profunda experiência do amor misericordioso de Cristo pelo homem, experiência que conduziu Chmielowski à sua transformação espiritual.

Anos depois, decidiu renunciar à arte e dedicar sua vida ao serviço dos marginalizados. Em 1888, pronunciou os votos religiosos na congregação dos Irmãos da Ordem Terceira de São Francisco.

Alberto organizou asilos para os pobres, casas para os mutilados e incuráveis, enviou as irmãs de sua congregação para trabalhar em hospitais militares, fundou refeitórios públicos para os pobres e orfanatos para crianças e jovens desabrigados.

Graças ao seu espírito empreendedor, quando morreu, deixou fundadas 21 casas religiosas nas quais prestavam seus trabalhos 40 irmãos e 120 religiosos.

O santo morreu de câncer no estômago em 1916, em Cracóvia, no asilo por ele fundado. Foi beatificado em Cracóvia, em 22 de junho de 1983, pelo papa João Paulo II, que também o canonizou em 12 de novembro de 1989, em Roma.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF