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sexta-feira, 21 de junho de 2024

São Luís Gonzaga

São Luís Gonzaga (Cruz Terra Santa)
21 de junho
São Luís Gonzaga

Padroeiro da Juventude e dos Estudantes

Seu nome de batismo era Castiglione delle Stiviere. Nasceu em 9 de março de 1568, em Roma, Itália. Primogênito, filho de um príncipe do Sacro Império chamado Ferrante Gonzaga. Seu pai era um nobre comandante do exército imperial, que detinha o título de "Marquês de Castiglione". Este era irmão do Duque de Mântua e herdeiro do feudo de Castiglione.

Perto dos militares e da nobreza

O desejo natural de seu pai era que seu filho mais velho seguisse seus passos, tornando-se soldado e comandante no exército imperial. Por isso, tendo apenas cinco anos, o pequeno Castiglione já marchava seguindo o exército do pai, habituando-se à crueza da vida militar ao lado de soldados rudes. Por outro lado, sua mãe lhe deu uma educação primorosa e sólida formação cristã. Além disso, frequentava os ambientes ricos e aristocráticos da nobreza italiana.

Um chamado diferente

Aquele menino, porém, surpreenderia a família Gonzaga de maneira muito diferente. Quando tinha apenas dez anos, ele foi enviado à cidade de Florença para servir como pajem do grão-duque da Toscana. A partir desse momento, Castiglione decidiu fazer um voto perpétuo de virgindade. Serviu como pajem do filho do rei dom Filipe II, na Espanha durante alguns anos. Nesse tempo, procurou e conseguiu estudar filosofia na Universidade de Alcalá. Nas horas vagas, dedicava-se à oração e às leituras espirituais.

Primeira comunhão - uma reviravolta em sua vida

Estando com 14 anos e ainda na Espanha, Luis recebeu a primeira comunhão das mãos de um santo: São Carlos Borromeu. Tocado pelas palavras do santo e pela força da Eucaristia, Luis sentiu o grande chamado de sua vida. Neste momento ele decidiu se tornar religioso ingressando na Ordem dos Jesuítas. A surpresa foi geral.

Seu pai, mesmo de longe, sentiu que todos os planos que tinha para o filho foram por água abaixo.

Provação por parte do pai

Quando seu pai soube que Luis desejava se tornar padre, chamou-o de volta a Roma e tentou desaconselhá-lo de todas as maneiras. Vendo que o filho não mudava de ideia, começou a leva-lo em festas e banquetes cheios de ofertas de os tipos de prazeres mundanos. Mas, ao perceber que essas coisas não preenchiam o coração do filho, perguntou a ele se mesmo depois de tudo isso, ainda queria ser padre. Luis Gonzaga respondeu: "É nisso que penso noite e dia." Então o pai autorizou-o a entrar para a Companhia de Jesus.

Vivendo a aventura da humildade

Castiglione delle Stiviere entrou no noviciado da Companhia de Jesus em Roma. Neste ato, assumiu o nome de Luiz Gonzaga, renunciou ao seu título de nobreza e à herança a que tinha direito. Seu mestre nesse tempo foi São Roberto Belarmino. Luis Gonzaga deixou de lado sua origem nobre, escolhendo sempre os serviços mais humildes. Nesta aventura da humildade, ele sabiamente constatou: 'Também os príncipes são pó como os pobres: talvez, cinzas mais fétidas'.

De que serve isto para a Eternidade?

São Luis Gonzaga tinha uma pergunta que norteou totalmente a sua vida e lhe serviu de discernimento nas grandes e pequenas decisões da vida. Sempre, diante de algo a fazer ou decidir, ele se perguntava: 'De que serve isto para a Eternidade?' Ou, de forma diferente: "Isso que estou prestes a fazer tem alguma coisa a ver com a eternidade? Vai contribuir para que eu conquiste a vida eterna?" Se compreendia que tal coisa ou atividade não ajudaria a leva-lo para a vida eterna, ele não fazia. Este seu "modelo de discernimento" já ajudou a muita gente ao longo de séculos.

Sentido na vida

Por essas decisões, perseverança amor e fé, São Luis Gonzaga se tornou modelo para os jovens. Ele encontrou o verdadeiro sentido da vida, que é conhecer, amar e servir a Deus. Quem procura isso, vive uma vida cheia de sentido. Por isso, na cidade de Coimbra, onde ele também estudou, há uma estátua em sua homenagem, pois ele se tornou um modelo e exemplo de pureza de coração, de discernimento e de busca do verdadeiro sentido da vida para todos os jovens.

Morte

Por motivos de estudo, São Luís Gonzaga precisou ir para Roma. Era o ano 1590. Ao chegar lá, deparou-se com as vítimas de uma doença contagiosa chamada tifo. Ao ver o sofrimento do povo, compadeceu-se de tal forma que passou a ajudar os doentes. Depois de um tempo cuidando dos doentes como podia, ele próprio contraiu a doença e veio a falecer. Era o dia 21 de junho de 1591. São Luís Gonzaga tinha apenas 23 anos e entregou sua vida em favor da caridade e da pureza de coração. Por isso, São Luís Gonzaga é o padroeiro da juventude e dos estudantes. Seus restos mortais foram sepultados na Igreja de Santo Inácio, fundador da ordem Jesuíta, em Roma.

Oração a São Luís Gonzaga

"Ó Luís Santo, adornado de angélicos costumes, eu, vosso indigníssimo devoto, vos recomendo singularmente a castidade da minha alma e do meu corpo. Rogo-vos por vossa angélica pureza, que intercedais por mim ante ao Cordeiro Imaculado, Cristo Jesus e sua santíssima Mãe, a Virgens das virgens, e me preserveis de todo o pecado. Não permitais que eu seja manchado com a mínima nódoa de impureza; mas quando me virdes em tentação ou perigo de pecar, afastai do meu coração todos os pensamentos e afetos impuros e, despertando em mim a lembrança da eternidade e de Jesus crucificado, imprime profundamente no meu coração o sentimento do santo temor de Deus e inflamai-me no amor divino, para que, imitando-vos cá na terra, mereça gozar a Deus convosco lá no céu. Amém."

 Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Arquidiocese de Brasília inaugura casa de acolhida para gestantes em situação de vulnerabilidade

Dom Paulo Cezar inaugura casa de acolhida para gestantes (arqbrasilia)

Arquidiocese de Brasília inaugura casa de acolhida para gestantes em situação de vulnerabilidade

O Centro de Ajuda à Mulher Casa Berçário Nossa Senhora de Guadalupe, localizado na Cidade Estrutural, foi inaugurado no último domingo (16/06). O Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, abençoou o espaço e salientou que será um lugar seguro de acolhida às gestantes que estão em situação de vulnerabilidade.

  • junho 20, 2024

A inauguração da Casa Berçário é resultado de um amplo trabalho desenvolvido, desde 2004, pela Paróquia Nossa Senhora do Encontro com Deus e a Associação Benéfica Cristã Promotora do Desenvolvimento Integral (ABC Prodein). O novo espaço de promoção à vida vai oferecer conforto e os cuidados necessários para as gestantes que não têm nenhum apoio familiar, em casos de extrema vulnerabilidade.

“Estamos inaugurando esta casa que acolherá tantas mães, tantas crianças e dignificará a gestação. Essa casa é providente, um sinal do amor misericordioso de Deus que, através da dedicação do padre Miguel e das Irmãs, quer encontrar tantas mulheres. Este vai ser um grande centro de salvação e promoção da vida humana”, frisou o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa. 

Sendo um lar temporário, com capacidade para acolher 14 grávidas, o espaço vai garantir que as mulheres e os bebês tenham acesso ao atendimento médico pré-natal especializado, atendimento social e psicológico, além dos itens necessários de higiene pessoal, alimentação e o enxoval. O abrigo será um porto seguro, onde as mães e os bebês, poderão morar até que as crianças completem um ano de nascidas. Durante este período, as gestantes terão um quarto individual com banheiro, e será oferecido todo apoio para que tenham subsídios para terminarem a formação escolar e serem encaminhadas a cursos de formação profissional.

“Queremos que essas mulheres passem pelo período de gestação de forma tranquila. Nós apostamos na vida, porque ela é valiosa sempre. A saída não é o aborto, mas dar a ajuda necessária que possibilite que essas mães reconheçam a sua dignidade como mulher e o dom de gerar a vida em seu ventre. Assim, elas terão o apoio necessário para que possam encontrar outros caminhos, onde o aborto nunca será uma possibilidade”, destacou a Irmã Omarys Ayala, presidente da ABC Prodein no Brasil.

A Irmã salientou que muitas mulheres acolhidas pelo trabalho de evangelização foram vítimas de violência física, mental ou de estupro, e que este acolhimento em favor da vida proporcionou que mais de 300 crianças não fossem vítimas do aborto.

“Uma moça de 26 anos chegou até nós em uma situação triste. Grávida de gêmeos, ela não sabia quem era o pai. Chegou aqui sem dentes, parecia muito mais velha do que realmente é. Quando encontrou braços que a acolheram, pessoas que falaram para ela sobre o quanto é valiosa, o quanto é amada pelo Senhor e que não é um objeto de prazer, essa menina chorou muito e começou a pensar que ela certamente tinha algo para contribuir e para receber. Graças a Deus, os gêmeos nasceram e ela está se capacitando e mudando a sua realidade. Talvez alguém possa pensar que é muito pouco dar abrigo a apenas 14 gestantes, mas pensamos como Santa Teresa de Calcutá, certamente uma gota de água não faria um mar, mas sem essa gota de água o mar ficaria incompleto”, contou a Irmã.

O Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Encontro com Deus, padre Miguel Ángel Díaz Meléndez, explicou que com o passar dos anos, ficou evidente a necessidade de construir um espaço para oferecer moradia às gestantes, a fim de evitar que, em momentos de desespero ou de solidão, acabassem recorrendo ao aborto como se fosse a solução.

“Essa casa é uma resposta concreta e eficaz da Igreja, que destaca o que nos diz o Evangelho de Cristo sobre o quanto a vida é sagrada. Precisamos proteger a pessoa humana em todas as etapas da vida. Tenho testemunhado, de forma muito concreta, como as mulheres que chegaram até aqui desesperadas, encontraram nesse afeto espiritual e humano um caminho de esperança para transformação de suas vidas”, revelou o padre.

 Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Hoje é o dia de Nossa Senhora da Consolata, que devolveu a vista a um cego

Nossa Senhora da Consolata | Santuário da Consolata em Turim (ACI Digital)

A Igreja comemora hoje (20) Nossa Senhora da Consolata, que devolveu a visão a um cego que encontrou sua imagem.

No século IV santo Eusébio de Vercelli, Itália, foi exilado na Palestina por não seguir a heresia do arianismo, doutrina que considerava que Cristo não era Deus. Quando foi libertado do exílio, trouxe consigo uma imagem de Nossa Senhora e depois a deu a são Máximo de Turim.

O ícone teria sido pintado pelo próprio são Lucas. Desde então os fiéis a chamavam de "Consolata" (Consolada, em italiano), porque é ela quem consola nos momentos de dificuldade.

São Máximo colocou a imagem em uma capela ao lado da igreja de Santo André, mas o templo do apóstolo foi destruído em uma guerra e o ícone foi enterrado.

Ele foi encontrado mais tarde e uma capela foi construída para ele. Também essa capela foi destruída e mais uma vez o ícone se perdeu, até que a Mãe de Deus interveio.

Na cidade francesa de Briançon havia um cego chamado Jean Ravais. Em 1104, a Virgem apareceu a ele em uma visão e prometeu que ele recuperaria a visão ao encontrar seu quadro perdido em Turim.

O jovem cego foi até os arredores do santuário de Santo André, vasculhou os escombros e encontrou a pintura sagrada. De repente, milagrosamente, ele começou a ver.

Essa imagem milagrosa da Consolata original não existe mais hoje, segundo o site do santuário da Consolata. A imagem venerada no altar-mor hoje foi pintada no século XV.

O santuário também diz que provavelmente foi pintado a pedido do bispo Domenico della Rovere, que se tornou comendador de Santo André em 1480.

Os santos da Consolata

Sobre os alicerces da igreja de Santo André foi construído o imponente Santuário da Consolata, local que ao longo dos séculos foi fonte de santidade.

São João Paulo II, o papa peregrino, são Carlos Borromeu, padroeiro dos catequistas, são Francisco de Borja, terceiro superior dos jesuítas, são Luís Gonzaga, padroeiro da juventude cristã, são Francisco de Sales, Doutor da Igreja, foram lá para rezar.

Outros santos devotos da Consolata foram são José Cafasso, padroeiro das prisões, são João Bosco, mestre da juventude, são Domingos Sávio, padroeiro das mulheres grávidas.

Também tiveram um amor especial pela Consolata santa Francisca de Chantal, são José Labre, santa Maria Domingas Mazzarello, são José Cottolengo, são Leonardo Murialdo, beato Giuseppe Allamano, beato Pier Giorgio Frassati entre outros.

*Abel Camasca é comunicador social. Foi produtor do telejornal EWTN Noticias por muitos anos e do programa “Más que Noticias” na Radio Católica Mundial.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Caminhar para Jesus Cristo (2)

Jesus caminha sobre as águas (Opus Dei)

Caminhar para Jesus Cristo

Seguindo o ensinamento de São Josemaria, contemplamos nesse artigo, a passagem do Evangelho em que Jesus caminha sobre as águas. Entrando na cena, como se fôssemos um personagem a mais, compreenderemos que, junto dEle, superam-se as dificuldades, inseguranças e temores.

12/04/2017

Inseguranças

Pedro já tinha dado uns quantos passos quando, redobrando a violência do vento, teve medo. Começou a afundar e pediu ajuda ao Senhor. Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: Homem de pouca fé, por que duvidaste?[11].

Homem de pouca fé. Quem lê o Evangelho fica surpreendido perante estas palavras. Inclusive, é possível que se sinta entristecido e se pergunte: se o Senhor recrimina pela sua falta de fé a quem, vencendo medo, desceu da barca e começou a caminhar com Ele, o que poderia dizer de mim?; resta-me alguma esperança de que um dia Cristo veja em mim um homem ou uma mulher de fé? Porém, se continua meditando, também surgirão outros questionamentos: será que Jesus esperava que Pedro caminhasse sobre o mar com toda tranquilidade, como se o tivesse feito sobre terra firme, num dia aprazível e ensolarado? Por acaso as palavras do Senhor significam que temos que ser impassíveis ou indiferentes perante os problemas? Não, porque o próprio Jesus Cristo se angustiou no horto perante algo objetivamente temível.

A luta por viver de fé não tem como meta sentir-se seguro diante das dificuldades; não é a tentativa de que as coisas não nos afetem, de que não nos importe o que é importante, de que não nos doa o que é doloroso ou de que não nos preocupe o que é preocupante. Na verdade, é o empenho de não se esquecer de que Deus nunca nos deixa e de aproveitar essas circunstâncias difíceis para aproximarmo-nos ainda mais dele. Verdadeiramente a vida – que já de per si é estreita e insegura – às vezes se torna difícil. Mas isso contribuirá para fazer-te mais sobrenatural, para te fazer ver a mão de Deus: e assim serás mais humano e compreensivo com os que te rodeiam[12].

É lógico que Pedro sentisse inquietação e é lógico que a sentisse desde os seus primeiros passos, porque o que estava fazendo superava as suas capacidades humanas, quer houvesse vento e ondas, quer não os houvesse: não é mais fácil caminhar sobre a água sem vento e ondas que com eles. Onde esteve, então, a falta de fé de Pedro? Talvez nem tanto na insegurança que sentiu, mas em duvidar de Cristo. Até esse instante, o seu olhar estava posto nEle; sentia-se inseguro, certamente, mas não reparava demais nisso, porque o que era crucial, o que requeria a sua atenção eram os seus passos em direção ao Mestre. De repente, tomou consciência da sua insegurança e não se fiou de Jesus. A insegurança natural, razoável, degenerou-se em medo.

Temores

O medo oprime e torna reais problemas que, inicialmente, estavam só na imaginação. Algumas coisas nos acontecem porque temos medo de que nos aconteçam: medo de ter uma tentação, medo de ficarmos nervosos, medo de ficar mal perante os demais, medo de não conseguir explicar algo com a firmeza suficiente, medo de não saber enfocar um problema…

Como lutar? Procuremos aceitar essa insegurança, porque só assim evitaremos que se converta em objeto da nossa atenção. Não nos deve importar como nos sentimos enquanto o fazemos. Assim, poderemos caminhar em direção a Jesus Cristo entre as ondas e o vento, sem que nos angustiemos com a dificuldade que isso supõe.

São João escreve numa de suas epístolas que no amor não há temor; antes, o perfeito amor lança fora o temor (...) e quem teme não é perfeito no amor[13]. São Josemaria gostava de resumi-lo do seguinte modo: quem tem medo não sabe amar[14]. O amor e o medo pertencem a ordens diversas, que se excluem. Somente podem conviver quando o amor não é perfeito.

O medo é um sentimento de inquietação perante a possibilidade de perder algo que se tem ou que se deseja possuir no futuro. Pois bem, a insegurança forma parte da condição humana, do fato de que não temos um domínio perfeito nem sequer sobre nós mesmos. Por isso, não podemos excluir totalmente a insegurança nesta vida. De outro modo, a esperança não existiria como virtude, porque onde há certeza absoluta a não cabe a esperança[15].

A ordem do amor tem de excluir, portanto, o temor, mas não forçosamente a insegurança. Viver na ordem do amor supõe, então, que a insegurança não se degenere em medo, supõe aceitá-la, assumi-la integrando-a numa visão mais ampla, dentro da confiança em Deus, sem pretender ilusoriamente excluí-la de todo. Não podemos aspirar a uma segurança total. A insegurança que podemos sentir diante das nossas poucas forças é ocasião de fomentar o abandono em Deus.

Deste modo, a fé não é vista como um peso, mas como uma luz, como algo que indica um caminho, que ensina a aproveitar a própria miséria para abrir a alma a Deus. O cristão não espera de Deus que o faça sentir-se seguro em si mesmo; espera que a confiança nEle o ajude a ver para além da sua insegurança. Se o nosso olhar não se fixa na própria limitação, mas, sem rejeitá-la, a transcende, podemos realmente excluir o temor e viver na ordem do amor.

Um homem ou uma mulher de fé experimenta a inquietação, a dúvida, fica nervoso, sente vergonha, teme ficar mal diante dos outros, vê-se incapaz… Porém, aceita esses sentimentos sem atribuir-lhes mais importância da que têm, sem permitir que absorvam o seu olhar e o paralisem; não se revolta contra eles, não os vê como uma prova da sua falta de fé, nem deixa que o fato de senti-los o desanime; e segue adiante, ainda que descubra pontos da doutrina que necessita entender melhor, ainda que se sinta superado ou fora de lugar… ou ainda que a voz lhe trema. Aprendeu a não dar especial atenção a essas inquietações. Aprendeu a caminhar em direção a Cristo entre as ondas. E se a força do vento ou do mar o impedisse de vê-lO, sabe que é criança. Não tens visto as mães da terra, de braços estendidos, seguirem os seus meninos quando se aventuram, temerosos, a dar os primeiros passos sem ajuda de ninguém? – Não estás só; Maria está junto de ti [16].

Com Ela, a alma aprendeu a confiar em Deus.

____________

[11] Mt 14, 29-31.

[12] São Josemaria, Sulco, n. 762.

[13] 1 Jo 4, 18.

[14] São Josemaria, Forja, n. 260.

[15] Cf. Rm 8, 24.

[16] São Josemaria, Caminho, n. 900

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

O Papa: a fé e a ciência podem se unir na caridade

O Papa com os participantes do encontro promovido pelo Observatório Astronômico Vaticano (Vatican Media)

Em sua audiência aos participantes da conferência "Buracos negros, ondas gravitacionais e singularidades espaço-temporais" em memória ao pe. George Lemaître, Francisco enfatizou a teoria do cosmólogo que diz que "a criação e o Big-Bang são duas realidades distintas" e que Deus "não pode ser um objeto facilmente categorizado pela razão humana". "A fé e a ciência podem se unir na caridade se a ciência for colocada a serviço dos homens e mulheres de nosso tempo", disse o Papa.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (20/06), na Sala dos Papas, no Vaticano, os participantes da II Conferência do Observatório Astronômico Vaticano (Specola Vaticana) em memória de Georges Lemaître intitulada "Buracos negros, ondas gravitacionais e singularidades espaço-temporais".

Francisco agradeceu e deu as boas-vindas aos cientistas que se reúnem em Castel Gandolfo, nas proximidades de Roma, para homenagear o pe. Georges Lemaître, sete anos depois da edição anterior. "O valor científico do sacerdote e cosmólogo belga foi depois reconhecido pela União Astronômica Internacional, que decidiu que a conhecida lei de Hubble deveria ser chamada mais apropriadamente de lei de Hubble-Lemaître", disse o Papa no início de seu discurso.

A Igreja promove pesquisas sobre o início do universo

"Nesses dias, vocês discutem as últimas questões colocadas pela pesquisa científica em cosmologia: os diferentes resultados obtidos na medição da constante de Hubble, a natureza enigmática das singularidades cosmológicas (do Big Bang aos buracos negros) e o tema muito atual das ondas gravitacionais", sublinhou Francisco, recordando que "a Igreja está atenta a essas pesquisas e as promove, porque elas abalam a sensibilidade e a inteligência dos homens e das mulheres de nosso tempo".

Um momento da audiência com os participantes da conferência do Observatório Vaticano (Vatican Media)

Georges Lemaître foi um sacerdote e cientista exemplar

O início do universo, a sua evolução última, a profunda estrutura do espaço e do tempo colocam os seres humanos perante uma busca frenética de sentido, num vasto cenário onde correm o risco de se perder. Isto nos faz redescobrir a atualidade das palavras do salmista: «Quando contemplo o céu, obra de teus dedos, a lua e as estrelas que fixaste. O que é o homem, para dele te lembrares? O ser humano, para que o visites? Tu o fizeste pouco menos do que um deus, e o coroaste de glória e esplendor». Portanto, é claro que estes temas têm uma relevância particular para a Teologia, a Filosofia, a Ciência e também para a vida espiritual.

"Georges Lemaître foi um sacerdote e cientista exemplar. O seu percurso humano e espiritual representa um modelo de vida com o qual todos nós podemos aprender", observou ainda Francisco.

Para atender aos desejos do pai, Georges Lemaître estudou engenharia. Depois, alistou-se na I Guerra Mundial e viveu seus horrores. Já adulto seguiu a sua vocação sacerdotal e científica.

Foto de grupo no final da audiência (Vatican Media)

Criação e o Big Bang são duas realidades distintas

"Inicialmente, ele acredita que as verdades científicas estão depositadas nas Sagradas Escrituras de forma velada. As suas experiências humanas e as consequentes elaborações espirituais o levam a compreender que a ciência e a fé seguem dois caminhos diferentes e paralelos, entre os quais não há conflito", disse ainda o Papa, acrescentando:

Na verdade, esses caminhos podem se harmonizar, porque tanto a ciência quanto a fé, para quem crê, têm a mesma matriz na Verdade absoluta de Deus. O seu caminho de fé o leva à consciência de que a criação e o Big Bang são duas realidades distintas, e que o Deus em que ele acredita não pode ser um objeto facilmente categorizado pela razão humana, mas é o “Deus escondido”, que permanece sempre numa dimensão de mistério, não totalmente compreensível.

A fé e a ciência podem se unir na caridade

O Papa disse aos cientistas para continuarem "debatendo com um espírito justo e humilde os temas que estão discutindo. Que a liberdade e a falta de condicionamento que vocês estão experimentando nesta conferência os ajudem a progredir em seus campos em direção à Verdade, que é certamente uma emanação da Caridade de Deus".

A fé e a ciência podem se unir na caridade se a ciência for colocada a serviço dos homens e mulheres de nosso tempo, e não distorcida em seu detrimento ou mesmo destruição. Eu os encorajo a ir para as periferias do conhecimento humano: é ali que podemos fazer experiência do Deus Amor, que satisfaz e sacia a sede do nosso coração.

Saudações aos cientistas presentes na conferência do Observatório Vaticano (Vatican Media)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Florentina de Cartagena

Nanosanchez - Domínio público
20 de junho
Santa Florentina de Cartagena
Por Sandra Ferrer – publicada em 04/07/19

São Leandro criaria para sua irmã uma regra conhecida como Regra de São Leandro ou Sobre a instituição das virgens e o desprezo pelo mundo.

Durante a Idade Média, muitos mosteiros femininos foram fundados em toda a Europa. A grande maioria adaptou as regras monásticas masculinas, exceto algumas em que foram aplicadas regras escritas especificamente para eles. Foi o caso da regra criada por São Leandro de Sevilha para sua irmã, Santa Florentina de Cartagena.

Muitos fatos importantes sobre a biografia de Santa Florentina são desconhecidos, mas a sua história é importante devido ao legado monástico que deixou na Espanha visigótica no século VI. Filha de uma das muitas famílias católicas de origem hispânica romana, era a terceira de cinco irmãos. Com exceção de Teodósia, São Leandro, São Isidoro e São Fulgêncio são conhecidos, junto com Santa Florentina, como os Quatro Santos de Cartagena. Nesta cidade nasceram e cresceram na fé católica, a maioria naquela Espanha visigótica governada por uma monarquia ariana.

Em época indeterminada, a família mudou-se para viver em Sevilha, onde Leandro e Isidoro seguiriam carreira eclesiástica até ocuparem o cargo de arcebispo enquanto Fulgêncio era bispo de diversas cidades. Florentina decidiu abraçar a vida monástica, muito provavelmente num convento em Écija. Seu irmão Leandro escreveu para ela e para as freiras de sua comunidade uma regra conhecida como Regra de São Leandro ou Sobre a instituição das virgens e o desprezo pelo mundo . O texto foi escrito por volta de 580, quase uma década antes de o rei visigodo Recaredo abjurar o arianismo e adotar o catolicismo no Terceiro Concílio de Toledo.

No texto de São Leandro, ele exortou sua irmã e todas as mulheres piedosas de seu convento a buscarem a virtude na virgindade e a cuidarem umas das outras, tentando “aliviar a irmã doente com cuidado e atenção delicada”. Ao longo de seu período, seu irmão lhe deu algumas orientações para seguir no dia a dia, como manter-se afastada do mundo secular e, portanto, de pessoas que não fossem religiosas, além de evitar comportamentos inadequados. Ser piedosa, não caluniar ou afastar-se do orgulho, ser paciente e humilde são algumas das instruções que São Leandro lhe deu: “A insolência e o orgulho de uma virgem são grandes loucuras, para que a raiva e o orgulho venham a corromper o seu espírito”. .

São Leandro aludiu a questões mais mundanas como o vestuário, o banho ou a austeridade no comer e beber. Suas horas deveriam ser dedicadas à leitura e à oração: “A leitura deve ser assídua e a oração contínua. Suas horas e tarefas devem ser distribuídas de modo que a leitura seja seguida de oração, e a oração seja seguida de leitura”.

Sobre a instituição das virgens e o desprezo pelo mundo , é um testemunho único da vida monástica feminina na Idade Média em que podemos vislumbrar como era a vida daquelas freiras que, como Florentina, se distanciaram do mundo para dedicar suas vidas a Bye Bye.

Segundo muitos historiadores, Santa Florentina foi uma mulher culta, devota e dedicada à vida religiosa, que foi nomeada abadessa e fundou vários mosteiros. Elevada aos altares, a festa de Santa Florentina é celebrada no dia 20 de junho. Suas relíquias estão espalhadas por várias igrejas e catedrais da Espanha.

Fonte: https://es.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF