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segunda-feira, 24 de junho de 2024

São João Batista

São João Batista (A12)
24 de junho
São João Batista

Hoje, a Igreja celebra a festa da natividade de João, o Batista. De todos os santos, João é o único do qual celebramos o nascimento. Todos os outros têm a festa celebrada no dia da morte.

João Batista nasceu na região da Judéia, filho de Zacarias e Isabel. Isabel era prima de Maria, mãe de Jesus. Conforme narra o Evangelho de São Lucas, o anúncio do nascimento de João Batista foi feito pelo anjo Gabriel ao seu pai Zacarias, porém Zacarias duvidou, pois o casal já era de idade avançada, e como castigo ele ficou mudo.

Após o nascimento da criança, Zacarias ainda estava mudo, então pediu que lhe trouxessem algo para escrever, na tábua que lhe foi entregue escreveu: “seu nome será João”, conforme o anjo Gabriel o havia dito, e neste momento ele recupera a fala.

João viveu como nômade, voz que clamava no deserto, pregava a conversão e a necessidade do batismo, anunciava a vinda do Messias. O povo ia ao encontro de João que confessava os pecados e os batizava no rio Jordão, daí o seu apelido de Batista.

Segundo os evangelhos, João preparou os caminhos para o ministério de Jesus. Muitas pessoas a época acreditavam que o próprio João era o Messias. Foi ele quem batizou Jesus nas águas do rio Jordão e apontou Jesus para seus discípulos como o “Cordeiro de Deus”.

João foi preso a mando rei Herodes, pois pregava a verdade e apontou inclusive a Herodes que ele estava em situação de pecado. Pouco depois foi morto degolado a mando do mesmo rei no ano 27. O seu martírio é celebrado pela igreja no dia 29 de agosto.

Reflexão:

São João Batista é um dos santos mais populares em todo o mundo cristão. A sua festa é muito alegre e até folclórica. Com muita música e danças, o ponto central é a fogueira, lembrando aquela primeira feita por seus pais para comunicar o seu nascimento. João é elo entre a Antiga e a Nova Aliança. É também lembrado como um grande profeta.

Oração:

São João Batista ajudai-me a fazer penitência das minhas faltas para que eu me torne digno do perdão daquele que vós anunciastes com estas palavras: "Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira os pecados do mundo". Amém!


Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 23 de junho de 2024

Papa: com São Columbano, revitalizar a "seiva evangélica" da Europa

São Columbano (Vatican News)

A cidade de Piacenza, norte da Itália, acolhe a 25a edição do chamado “Columban's Day”, em memória do monge missionário irlandês que viveu no início da Idade Média, promotor da unidade cultural da Europa.

Vatican News

O Papa enviou uma mensagem aos participantes do XXV Encontro Internacional das Comunidades Columbanas, o chamado “Columban's Day 2024”, que se realiza nos dias 22 e 23 de junho na cidade italiana de Piacenza. Um evento que se realiza há vinte e cinco anos em nome de São Columbano e contribuiu para tecer "uma rede de amizade espiritual e cultural naquela parte da Europa onde ele e seus companheiros deixaram a marca de sua presença benéfica", escreve Francisco. 

De fato, não se trata de uma mera comemoração histórica, muito menos de folclore: é, antes de tudo, um compromisso para promover o conhecimento de São Columbano e de seu legado como uma riqueza para os dias de hoje, tanto na esfera eclesial quanto civil.

Materialismo prático e neopaganismo

Talvez esse objetivo possa parecer irrealista, "tamanha é a diferença entre a Europa de hoje e a dos séculos VI e VII" e "tão distante do nosso é o modelo de vida proposto pelo santo abade e seus companheiros", observa o Pontífice. No entanto, é precisamente esse "contraste", essa "diversidade" que torna o testemunho e a mensagem de São Columbano "particularmente interessantes, até mesmo atraentes para nós que vivemos imersos em um materialismo prático e, muitas vezes, em uma espécie de neopaganismo".

O trabalho dos monges para a renovação da civilização europeia

O Papa recorda como os monges irlandeses da época se tornaram peregrinos e missionários no continente para re-evangelizar vastos territórios "onde o primeiro florescimento cristão corria o risco de se perder": "O trabalho de recuperação e cultivo que eles fizeram na terra, também o fizeram no campo do espírito, da mentalidade e dos costumes", escreve.

E assim, o testemunho desses monges, como em outros lugares o dos beneditinos, contribuiu decisivamente para preservar e renovar a civilização europeia.

Uma seiva evangélica para o continente

Ainda hoje, diz o Papa, "precisamos dessa 'seiva' evangélica, para que as comunidades eclesiais e civis do continente não percam sua identidade, não se dissolvam em uma globalização homologante, à mercê das potências dominantes, mas possam expressar sua fé e sua cultura com fidelidade criativa às suas tradições, contribuindo para construir a Europa dos povos, unida na convivência das diferenças e aberta ao encontro e ao diálogo com as outras civilizações do mundo”.

Por fim, o agradecimento de Francisco a quem continua a levar adiante a iniciativa “Columban's Day”, inspirando-se no Evangelho, invocando sobre todos os participantes a proteção de São Columbano.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

IGREJA: Até os políticos vão para o céu...(1)

Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 09/2004

Até os políticos vão para o céu...

Palavra do Cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Não é por acaso que Paulo VI definiu a política como “a forma mais elevada de caridade”.

por Gianni Cardinale

Os cinquenta anos da morte de Alcide De Gasperi, cujo processo de beatificação está em curso – ainda a nível diocesano; acesso à honra dos altares de Alberto Marvelli, membro da Ação Católica e vereador DC de Rimini no imediato pós-guerra; a beatificação de Carlos de Habsburgo, último imperador da Áustria: todos estes acontecimentos oferecem a oportunidade de discutir as relações entre santidade e política. 30Giorni conversou sobre isso com o cardeal José Saraiva Martins, que dirige a Congregação para as Causas dos Santos desde 1998. O cardeal português parece particularmente interessado e preparado sobre o tema também porque está a preparar um relatório aprofundado sobre o tema que será apresentado no próximo mês de Outubro na associação internacional “Political Charity” fundada pelo professor Alfredo Luciani.

Antes de responder às perguntas, o Cardeal Saraiva Martins considera oportuno fazer um esclarecimento. «Gostaria de esclarecer» diz-nos «que as minhas reflexões sobre a santidade no exercício da atividade política referem-se exclusivamente aos cristãos leigos. Na verdade, só eles têm como vocação própria na Igreja “procurar o reino de Deus na gestão das coisas temporais”. Pelo contrário, a condição dos sacerdotes, religiosos e religiosas exige uma dedicação exclusiva à própria missão, o que implica o dever de abster-se – em condições normais – de atividades políticas, econômicas ou sindicais”. 

Eminência, a política é também a arte do compromisso. A santidade e o compromisso são compatíveis? 

JOSÉ SARAIVA MARTINS: O uso da palavra “compromisso” pode ser fonte de confusão. Na verdade, poderia ser entendida como uma negociação mesmo em detrimento da verdade e da justiça. E se assim fosse, toda a classe política seria automaticamente desqualificada. Contudo, é verdade que, na atividade política, quase nunca é possível conseguir tudo o que se deseja. Em primeiro lugar, Deus estabeleceu uma ordem do universo na lei eterna ou na lei natural, mas, neste quadro, quis a colaboração livre e responsável dos homens, de acordo com os ditames da sua própria consciência bem formada, na realização do tarefa ao longo do tempo. A observância da lei natural e a liberdade responsável dos indivíduos são, portanto, elementos inseparáveis ​​e constituem conjuntamente o estatuto desejado por Deus para a ação do cristão nos tempos temporais. Se as soluções para todos os casos possíveis fossem pré-estabelecidas, perder-se-ia a liberdade e, portanto, a dignidade do homem, e não poderíamos mais falar de História, mas apenas de determinismo rígido. Agora, quando há mais de uma opção legítima, ninguém pode tentar impor as suas opiniões aos outros, e será necessário chegar a uma decisão que seja o resultado de uma comparação honesta e aprofundada das diferentes opiniões.

Então, é possível que um político católico aprove leis que não aderem perfeitamente à doutrina católica?

SARAIVA MARTINS: Nos parágrafos 73 e 74 da encíclica Evangelium vitae , João Paulo II levanta a hipótese do caso de um parlamentar que, diante de uma lei prejudicial ao direito à vida que não pode ser totalmente revogada - e o mesmo vale para leis contrárias ao dignidade e estabilidade da família ou de muitas outras semelhantes -, pode e por vezes deve "oferecer o seu apoio às propostas que visam limitar os danos de tal lei e reduzir os seus efeitos negativos ao nível da cultura e da moral públicas", sempre que o seu a oposição pessoal a esta lei é clara e conhecida por todos. Limito-me a mencionar a questão, que requer maiores esclarecimentos. Mas mesmo neste caso não creio que possamos falar de um compromisso.

Robert Schuman com Alcide De Gasperi | 30Giorni

É possível que os políticos também sejam santos?

SARAIVA MARTINS: Claro. A chamada universal à santidade diz obviamente também respeito aos políticos, como diz o Concílio Vaticano II na constituição apostólica Lumen gentium: «É portanto evidente que todos os fiéis cristãos, de qualquer estado e ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à a perfeição da caridade”. Que a chamada se torne realidade é o próximo passo. A atividade dos políticos deve estar ao serviço do bem comum. É evidente, portanto, que quem a pratica pode ser santificado e também que a própria atividade política pode e deve ser santificada. Portanto, é de alegrar-nos que muitos leigos participem ativamente, segundo as suas próprias condições e possibilidades. Não é por acaso que Paulo VI definiu a política como “a forma mais elevada de caridade”.

As causas da canonização dos políticos são mais complicadas que outras?

SARAIVA MARTINS: Não são inerentemente mais complicados. A Igreja não canoniza um sistema político, mas sim quem praticou heroicamente as virtudes e que, portanto, no campo específico da política, agiu em conformidade com a fé, com verdadeira competência e na busca contínua do bem da sociedade, não de interesses próprios. A maior complexidade pode decorrer, como noutros casos, do facto de se tratarem de políticos cuja actividade teve ressonância a nível nacional ou internacional, caso em que será necessário situar a pessoa no seu contexto histórico e social, enquanto em noutros casos – pensemos, por exemplo, numa mãe de família que vivia a vida quotidiana num espaço geográfico limitado – bastará uma descrição mais geral do ambiente em que o candidato à canonização passou a sua vida.

O padroeiro dos políticos é São Tomás More. Poder-se-ia pensar, portanto, que o martírio é a única forma de um político se tornar santo... 

SARAIVA MARTINS: Os políticos, mesmo aqueles que aspiram à santidade, podem ficar tranquilos. Não é necessário que aspirem necessariamente ao martírio... Qualquer cristão fiel que se tenha dedicado à política pode ser declarado santo. Pessoalmente, acredito que Thomas More poderia ter sido canonizado mesmo que não tivesse sido mártir.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Reflexão para o XII Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Quais são, para nós, cristãos do século XXI, as tempestades que nos apavoram, tiram nossa paz, nosso sossego, colocando em risco nossa vida e as das pessoas queridas?

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O tema deste domingo é a expectativa humana, em meio a seus sofrimentos, em relação à ação de Deus.

Jó, na primeira leitura, deseja que Deus prove sua inocência, já que os amigos afirmam que seus sofrimentos são decorrentes de suas más ações. Após ser liberto de todos os males, Jó agradece a Deus e pede perdão por sua arrogância.

No Evangelho, a agitação pertence aos discípulos que sofrem com uma tempestade quando estão em um barco. Jesus também está a bordo, Mas dorme. Essa aparência de um total desinteresse pela angústia dos discípulos, faz com que eles interpelem o Senhor, questionando-O.

Isso demonstra uma fé, mas uma fé pequena. Demonstra fé porque recorrem a Jesus, mas demonstra uma fé pequena porque dizem que o Senhor não se importa com que sofram um acidente.

Jesus responde mandando o vento e o mar se acalmarem. No momento em que tudo volta ao normal é a vez de Jesus chamar a atenção dos discípulos: “Por que sois tão medrosos, ainda não tendes fé?”

Quais são, para nós, cristãos do século XXI, as tempestades que nos apavoram, tiram nossa paz, nosso sossego, colocando em risco nossa vida e as das pessoas queridas?

Confiamos na ação de Deus, em meio a toda essa aflição? Temos esperança de que Jesus agira como agiu, quando de sua vida terrena, em favor de seus discípulos?

É necessário morrer e viver para Cristo, como nos fala São Paulo em sua carta. Feitos filhos de Deus pelo batismo, não deveremos agir como se não conhecêssemos Jesus Cristo. Se nascemos pela água e pelo espírito, é necessário sermos criaturas novas. Sabemos do perigo, dos riscos, das conseqüências, mas a fé no poder de Deus deverá nos levar a uma atitude de confiança e de paz.

Por outro lado, do mesmo modo que Jesus Cristo lutou contra tudo aquilo que tirava a paz e a alegria de seus discípulos, também nós deveremos lutar por tudo o que aflige nosso próximo, sabendo que muitas vezes Deus conta com nosso posicionamento para, através dele, realizar a ação libertadora que o irmão sofredor espera Dele. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Trabalho de Deus (2)

Fotografias do artigo sob licença Creative Commons de (por ordem de aparição): catdancing, ciro_40tokyo, danncer, moriza, drp | Opu Dei

Trabalho de Deus

“Não vos digo: abandonai a cidade e afastai-vos dos negócios. Não. Permanecei onde estais, mas praticai a virtude”. Isso dizia um santo do século quarto e o repetia São Josemaria ao proclamar que Deus nos espera na vida cotidiana e no trabalho bem feito.

24/05/2010

* * *

Os ensinamentos que São Josemaria transmitiu com a sua palavra e os seus escritos, juntamente com o seu exemplo, constituem um espírito com traços característicos, como o sentido de filiação divina, a contemplação na vida cotidiana, a fusão da alma sacerdotal com a mentalidade laical, o amor à liberdade e a alegria dos filhos de Deus... Estes e todos os outros aspectos dos ensinamentos do Fundador do Opus Dei não são simplesmente elementos justapostos, mas centelhas de um único espírito capaz de informar e penetrar em todos os momentos e circunstâncias da vida.

Do mesmo modo que uma porta gira com naturalidade à volta do seu gonzo, assim o espírito da Obra apoia-se, como que na sua dobradiça, no trabalho ordinário, no trabalho profissional exercido no meio do mundo [7]. A dobradiça de uma porta não é mais importante que a porta, mas um elemento que ocupa uma posição única. Assim como uma dobradiça sozinha não serviria para nada sem porta, do mesmo modo não teria sentido – por muito que brilhasse - um trabalho profissional isolado do conjunto, convertido enfim em si mesmo: um trabalho que não fosse eixo da santificação de toda a vida ordinária, familiar e social. Mas, ao mesmo tempo, o que seria da porta sem o eixo? Para nós, o trabalho profissional, os deveres familiares e sociais são elementos inseparáveis da unidade da vida, imprescindível para nos santificarmos e santificar o mundo de dentro, formação da sociedade humana, de acordo com o querer de Deus [8].

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O nosso trabalho profissional pode ser, efetivamente, trabalho de Deus, operatio Dei, porque somos filhos adotivos de Deus e formamos uma só coisa com Cristo. O Filho Unigênito fez-se Homem para nos unir a Si – como os membros de um corpo estão unidos à cabeça – e agir por meio de nós. Verdadeiramente somos de Cristo como Cristo é de Deus [9]. Ele vive e atua no cristão pela graça.

São Josemaria pregou incansavelmente que qualquer trabalho honesto pode ser santificado – tornar-se santo –, converter-se em obra de Deus. E que o trabalho assim santificado nos identifica com Cristo – perfeito Deus e perfeito Homem –, nos santifica e aperfeiçoa, transformando-nos na sua imagem. É tempo de os cristãos dizerem em voz alta que o trabalho é um dom de Deus [10]: não um castigo ou uma maldição, mas uma realidade querida e abençoada pelo Criador antes do pecado original [11], uma realidade que o Filho do Deus encarnado assumiu em Nazaré, onde levou uma vida de muitos anos de trabalho diário em companhia de Santa Maria e São José, sem brilho humano, mas com esplendor divino. Nas mãos de Jesus o trabalho, e um trabalho profissional semelhante ao que desenvolvem milhões de homens no mundo, converte-se em tarefa divina, em trabalho redentor, em caminho da salvação [12]. O próprio esforço que exige o trabalho foi elevado por Cristo a instrumento de libertação do pecado, de redenção e santificação [13]. Não existe trabalho humano limpo que não possa “transformar-se em âmbito e matéria de santificação, em campo de exercício das virtudes e em diálogo de amor” [14].

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Nas nossas mãos, como nas de Cristo, o trabalho tem de se converter em oração a Deus e em serviço aos homens para a corredenção da humanidade inteira. O Criador formou o homem do barro da terra e tinha-o feito participar do Seu poder criador para que aperfeiçoasse a Criação, transformando-a com seu engenho [15]. No entanto, depois do pecado, em vez de elevar as realidades desta terra à glória de Deus por meio do trabalho, muitas vezes o homem cega e degrada a si mesmo. Mas Jesus converteu o barro em colírio para curar a nossa cegueira, como fez com o cego de nascença [16]. Quando descobrimos que é possível santificar o trabalho, tudo fica iluminado com um novo sentido e começamos a ver e a amar a Deus – a ser contemplativos – nas situações que antes pareciam monótonas e vulgares ou se desenvolviam num horizonte apenas terreno, sem alcance eterno e sobrenatural.

Um panorama esplêndido abre-se à nossa frente: santificar o trabalho, santificar-se no trabalho, santificar com o trabalho [17].

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Somos protagonistas do desígnio divino de pôr Cristo no cume de todas as atividades humanas. Desígnio que Deus quis que São Josemaria, compreendesse com uma visão clarividente que o levava a escrever, cheio de fé na graça e de confiança na nossa correspondência: Contemplo já ao longo dos tempos até o último dos meus filhos – porque somos filhos de Deus, repito – atuar profissionalmente, com sabedoria de artista, com felicidade de poeta, com segurança de mestre, com pudor mais persuasivo do que a eloquência, buscando – ao procurar a perfeição cristã na sua profissão e seu estado no mundo – o bem de toda a humanidade[18].

* * *

Oh Deus, que preciosa é a tua misericórdia! Por isso, os filhos dos homens, se acolhem à sombra das tuas asas (...). Em ti está a fonte da vida, e na tua luz veremos a luz [19]. A Santíssima Trindade concedeu ao nosso Fundador a sua luz para que contemplasse profundamente o mistério de Jesus Cristo, a luz dos homens [20]: concedeu-lhe “uma vivíssima contemplação do mistério do Verbo Encarnado, graças à qual compreendeu com profundidade que o emaranhado das realidades humanas se compenetra intimamente no coração do homem renascido em Cristo, com a economia da vida sobrenatural, convertendo-se assim em lugar e meio de santificação” [21]. O espírito da Obra iluminou já a vida de uma multidão de homens e mulheres das mais diversas condições e culturas, que empreenderam a aventura de ser santos na naturalidade da vida cotidiana. Uma aventura de amor a Deus, abnegado e forte, que enche de felicidade a alma e semeia no mundo a Paz de Cristo [22].

João Paulo II convidava a seguir fielmente o exemplo de São Josemaria. “Seguindo as pegadas do vosso Fundador, prossegui com zelo e fidelidade a vossa missão. Mostrai com o vosso esforço diário que o amor de Cristo pode animar todo o arco da existência” [23]. Contamos, sobretudo, com a intercessão de nossa Mãe. Pedimos a Ela que nos prepare diariamente o caminho e no-lo conserve sempre. Dulcissimum Cor Mariae, iter para tutum!, Serva tutum Iter!

J. López

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Bibliografia:

[7] É Cristo que passa, n. 45.

[8] Cfr. Conc. Vaticano II, Cons. dogm. Lumen gentium, n. 33.

[9] Cfr. Jo 6, 56-57; 17, 23; 1 Co 3, 23; Cl 1, 26-29; Gal 2, 20; Rm 8, 10-11.

[10] É Cristo que passa, n. 47.

[11] Cfr. Gn 2, 15.

[12] Questões atuais do Cristianismo, n. 55.

[13] Cfr. 1 Cor 6, 11.

[14] João Paulo II, Alocução na Audiência aos participantes no Congresso “A grandeza da vida cotidiana”, 12-01-2002, n. 2.

[15] Cfr. Gn 2, 7, 15.

[16] Cfr. Jo 7, 7.

[17] É Cristo que passa, n. 44.

[18] São Josemaria, Carta 9-01-1932, n. 4.

[19] Sal 35, 8, 10.

[20] Jo 1, 4.

[21] Congregação para as Causas dos Santos, Decreto sobre o exercício heroico das virtudes do Servo de Deus Josemaria Escrivá de Balaguer, Fundador do Opus Dei, 9-04-1990, §3.

[22] Cfr. Ef 1, 10.

[23] João Paulo II, Alocução na Audiência aos participantes no Congresso “A grandeza da vida cotidiana”, 12-01-2002, n. 4.

Fotografias do artigo sob licença Creative Commons de (por ordem de aparição): catdancing, ciro_40tokyo, danncer, moriza, drp

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Papa: Jesus não nos poupa dificuldades, mas nos ajuda a enfrentá-las

Angelus de 23 de junho de 2024 - Papa Francisco (Vatican News)

"Jesus nos faz corajosos. Deste modo, nós aprendemos sempre mais a nos agarrar a Ele, a confiar na sua potência", disse o Papa comentando o Evangelho deste domingo.

https://youtu.be/8kz98E4zOqM

Vatican News

Jesus não nos poupa dificuldades, mas nos ajuda a enfrentá-las: foi o que disse o Papa ao rezar o Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro neste XII Domingo do Tempo Comum. O Evangelho apresenta Jesus na barca com os discípulos, no lago de Tiberíades. Improvisamente, chega uma forte tempestade e a barca corre o risco de afundar. Jesus, que estava dormindo, acorda, ameaça o vento e tudo volta à calmaria (cfr Mc 4,35-41).

No entanto, a situação assusta os discípulos, mesmo sendo eles pescadores. "Parece que Jesus queria colocá-los à prova", comentou Francisco. Quando começa o pânico na embarcação, com a sua presença, Jesus os conforta, os encoraja e os exorta a terem mais fé. Para o Pontífice, o Mestre faz isso por dois motivos: reforçar a fé dos discípulos e torná-los mais corajosos.

Com efeito, eles saem dessa experiência mais conscientes da potência de Jesus e da sua presença em meio a eles e, portanto, mais fortes e prontos a enfrentar outros obstáculos e dificuldades, inclusive o medo de se aventurar para anunciar o Evangelho. 

"E também conosco Jesus faz o mesmo, em especial na Eucaristia: nos reúne em volta de Si, nos doa a sua Palavra, nos nutre com o seu Corpo e o seu Sangue, e depois nos convida a tomar o largo, para transmitir a todos o que ouvimos e compartilhar com todos o que recebemos, na vida de todos os dias, mesmo quando é difícil."

Jesus, prosseguiu Francisco, não nos poupa as contrariedades, mas, sem nunca nos abandonar, nos ajuda a enfrentá-las, "nos faz corajosos!". Deste modo, nós aprendemos sempre mais a nos agarrar a Ele, a confiar na sua potência, que vai bem além de nossas capacidades, a superar as incertezas e as hesitações, os fechamentos e os preconceitos, com coragem e grandeza de coração, para dizer a todos que o Reino dos Céus está presente, é aqui, e que com Jesus ao nosso lado podemos fazê-lo crescer juntos para além de qualquer barreira.

O Papa então se dirige aos fiéis com alguns questionamentos: nos momentos de provação, sei fazer memória das vezes em que experimentei, na minha vida, a presença e a ajuda do Senhor? Quando chega a tempestade, me deixo levar pela agitação ou me agarro a Ele, para encontrar calma e paz, na oração, no silêncio, na escuta da Palavra, na adoração e na compartilha fraterna da fé?

"Que a Virgem Maria, que acolheu com humildade e coragem a vontade de Deus, nos doe, nos momentos difíceis, a serenidade de se abandonar a Ele", concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São José Cafasso

São José Cafasso (A12)
23 de junho
São José Cafasso

José Cafasso nasceu em Castelnuovo Don Bosco, na Itália, em 1811. Mesma região de São João Bosco ao qual foi contemporâneo.

Sentiu-se chamado ao sacerdócio desde sua infância, estudou no seminário de Chieri e no ano de 1833 foi ordenado. Depois estabeleceu-se no Colégio Eclesiástico de São Francisco de Assis, em Turim, para aperfeiçoar a sua formação sacerdotal e pastoral, foi nomeado professor e depois reitor ficando nesta função até o fim da vida.

Teve um importante apostolado junto aos presos, principalmente, com os condenados à morte, por isso ficou conhecido como “Santo da Forca” e é considerado padroeiro dos presos.

Deixou a sua marca como notável diretor espiritual e pregador influenciando e orientando padres mais jovens.

Padre Cafasso, de fato, dedicava grande parte do seu ministério sacerdotal às confissões e confidências de todos os que frequentavam a sua igreja, atraídos pela inteligência e bondade daquele padre que compreendia a todos e sabia falar tanto aos intelectuais quanto aos mais humildes.

Cafasso aprofunda a espiritualidade de São Francisco de Sales, que depois transmitirá a um aluno: João Bosco, do qual foi diretor espiritual de 1841 a 1860.

Cafasso é ainda considerado cofundador dos Salesianos. Antes de morrer, ele doou tudo o que possuía a João Bosco, para que ele continuasse sua obra no ensino e orientação dos jovens.

Morreu aos quarenta e nove anos, no dia 23 de junho de 1860. Declarado santo em 1947, foi declarado o patrono dos encarcerados e dos condenados à pena capital.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

O título de "padroeiro dos encarcerados e dos condenados à pena capital" esclarece bem como viveu o seu apostolado. Suas visitas aos cárceres eram o consolo dos presos e sua figura se tornou a presença mais constante em todos os enforcamentos realizados em sua cidade. Mas sua ajuda não se limitava aos encarcerados, estendia-se às famílias, ao socorro às esposas e filhos para que não se desviassem do caminho de Cristo.

Oração:

Deus, nosso Pai, pela intercessão de João Cafasso, ensinai-nos a amabilidade, a alegria, o bom humor, pois um semblante amável, alegre e de bem com a vida tem força divina que eleva o ânimo dos que estão abatidos e vale mais que mil conselhos e instruções. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 22 de junho de 2024

Trabalho de Deus (1)

Fotografias do artigo sob licença Creative Commons de (por ordem de aparição): catdancing, ciro_40tokyo, danncer, moriza, drp | Opu Dei

Trabalho de Deus

“Não vos digo: abandonai a cidade e afastai-vos dos negócios. Não. Permanecei onde estais, mas praticai a virtude”. Isso dizia um santo do século quarto e o repetia São Josemaria ao proclamar que Deus nos espera na vida cotidiana e no trabalho bem feito.

24/05/2010

São Josemaria Escrivá costumava falar da antiga novidade da mensagem que recebeu de Deus: antiga como o Evangelho e, como o Evangelho, nova [1]. Antiga, pois o espírito do Opus Dei é aquele que viveram os primeiros cristãos, que se sabiam chamados à santidade e ao apostolado sem saírem do mundo, nas suas ocupações e tarefas diárias. Por isso, a maneira mais fácil de entender o Opus Dei é pensar na vida dos primeiros cristãos. Viviam a sério sua vocação cristã, procuravam seriamente a perfeição, a que estavam chamados pelo fato, simples e sublime, do batismo [2].

Enchia de alegria o fundador do Opus Dei encontrar trechos desta mensagem nos escritos dos primeiros Padres da Igreja. Bem claras a esse respeito são as palavras que São João Crisóstomo dirige aos fiéis no século IV: “Não vos digo: abandonai a cidade e afastai-vos dos negócios. Não. Permanecei onde estais, mas praticai a virtude. Para dizer a verdade, quisera antes que brilhassem pela sua virtude os que vivem no meio das cidades, que os que foram viver nos montes. Porque disso se seguiria um bem imenso, já que ninguém acende uma luz e a coloca debaixo do alqueire... E não me digas: tenho filhos, tenho mulher, tenho que cuidar da casa e não posso cumprir o que me dizes. Se nada disto tivesses e fosses tíbio, tudo estava perdido; mesmo quando tudo isso te rodear, se fores fervoroso, praticarás a virtude. Só uma coisa é necessária: uma disposição generosa. Se ela existe, nem idade, nem pobreza, nem riqueza, nem negócios nem qualquer outra coisa pode constituir um obstáculo à virtude. E, na verdade, velhos e jovens, pais de família, artesãos e soldados, cumpriram tudo o que foi mandado pelo Senhor. Davi era jovem; José, escravo; Áquila era artesão; a vendedora de púrpura estava à frente do seu comércio; outro era guarda de uma prisão; outro, centurião como Cornélio; outro estava doente, como Timóteo; outro era um escravo fugitivo, como Onésimo. No entanto, nada disso foi obstáculo para nenhum deles e todos brilharam pela sua virtude: homens e mulheres, jovens e velhos, escravos e livres, soldados e civis” [3].

“O SENHOR QUER ENTRAR EM COMUNHÃO DE AMOR COM CADA UM DOS SEUS FILHOS NA TRAMA DAS OCUPAÇÕES DE CADA DIA, NO CONTEXTO ORDINÁRIO EM QUE SE DESENVOLVE A EXISTÊNCIA” (JOÃO PAULO II)

As circunstâncias da vida cotidiana não são obstáculo, mas matéria e caminho de santificação. Com as fraquezas e defeitos de cada um, como aqueles primeiros discípulos, cidadãos cristãos que querem corresponder cabalmente às exigências da sua fé [4]. O espírito do Opus Dei dirige-se a cristãos que não precisam sair do seu lugar para encontrar e amar Deus, justamente porque – como recordou João Paulo II glosando o ensinamento de São Josemaria – “o Senhor quer entrar em comunhão de amor com cada um dos seus filhos na trama das ocupações de cada dia, no contexto ordinário em que se desenvolve a existência”[5].

Por isso, exclamava o nosso Padre: Ao suscitar nestes anos a sua Obra, o Senhor quis que nunca mais se desconheça ou se esqueça a verdade de que todos devem santificar-se e de que compete à maioria dos cristãos santificar-se no mundo, no trabalho ordinário. Por isso, enquanto houver homens na terra, existirá a Obra. Sempre se produzirá este fenômeno: que haja pessoas de todas as profissões e ofícios, que procurem a santidade no seu estado, na profissão ou no seu ofício, sendo almas contemplativas no meio da rua [6].

J. López

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Bibliografia:

[1] Questões atuais do Cristianismo, n. 24.

[2] Idem.

[3] São João Crisóstomo, In Matth. hom., XLIII, 5.

[4] Questões atuais do Cristianismo, n. 24.

[5] João Paulo II, Alocução na Audiência aos participantes no Congresso "A grandeza da vida cotidiana", 12-01-2002, n. 2.

[6] De nosso Padre, Carta 9-01-1932, nn. 91-92. Citado em O Fundador do Opus Dei, p. 304.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

NAZARENO: O nardo e os "Hosana" (entrada em Jerusalém) - (46)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 46 - O nardo e os "Hosana" (entrada em Jerusalém)

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia para jantar com seus amigos Marta, Maria e Lázaro. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Então Maria, tendo tomado uma libra de um perfume de nardo puro, muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos; e a casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. Esse gesto de amor e gratidão, esse perfume usado para ungir os pés do Nazareno, não deixa indiferente um dos apóstolos. Disse, então, Judas Iscariotes, um de seus discípulos, o que o iria trair: “Por que não se vendeu este perfume por trezentos denários para dá-los aos pobres?”. Ele disse isso, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, roubava o que aí era colocado. Disse então Jesus: “Deixa-a; que ela o conserve para o dia da minha sepultura! Pois sempre tereis pobres convosco; mas a mim nem sempre tereis”.

De Betânia a Jerusalém, a viagem é curta, não chega a três quilômetros. Enquanto caminham, Jesus chama dois de seus discípulos: “Ide ao povoado que está à vossa frente. Entrando nele, encontrareis imediatamente um jumentinho amarrado, que ninguém montou ainda. Soltai-o e trazei-o. E se alguém vos disser: ‘Por que fazeis isso?’, dizei: ‘O Senhor precisa dele, e logo o mandará de volta’”. Foram, e acharam um jumentinho amarrado na rua junto a uma porta, e o soltaram.

Levaram a Jesus o jumentinho, sobre o qual puseram suas vestes. E ele o montou.

De Betfagé a Jerusalém, muitos estenderam suas vestes pelo caminho, outros puseram ramos que haviam apanhado nos campos. Clamavam:

“Hosana!

Bendito o que vem em nome do Senhor!

Bendito o Reino que vem, do nosso pai Davi!

Hosana no mais alto dos céus!”.

Aclamações espontâneas, vindas do coração.

Havia alguns Gregos, entre os que tinham subido para adorar, durante a festa.

Eles estão entre os chamados "devotos", que, embora não pertençam à nação eleita de Israel e sejam incircuncisos, observam o descanso do sábado, oram e dão esmolas, permanecendo no saguão externo do templo. Impressionados com o afeto da multidão que aclamava, querem conhecer o Nazareno de perto.

Aos apóstolos que lhe relatam isso, Jesus responde: “É chegada a hora que será glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto. Quem ama sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste mundo guardá-la-á para a vida eterna. Se alguém quer servir-me, siga-me; e onde estou eu, aí também estará o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. Minha alma está agora conturbada. Que direi? Pai, salva-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, glorifica o teu nome”.

Veio, então, uma voz do céu: “Eu o glorifiquei e o glorificarei novamente!”.

 Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF