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segunda-feira, 1 de julho de 2024

'A língua que falamos determina como pensamos' (2)

O pai de Caleb, Daniel Everett, foi para a Amazônia como missionário, mas acabou virando linguista (Daniel Everett)

'A língua que falamos determina como pensamos': americano que cresceu com indígenas na Amazônia explica relação.

  • Autor, Daniel Gallas
  • Role, Da BBC News Brasil em Londres

22 junho 2024

BBC: Na Amazônia, o que você descobriu que sustenta essa ideia de que as pessoas pensam diferente porque falam diferente?

Everett: Uma forma pela qual as línguas dessa região produziram insights é como as pessoas pensam sobre o tempo.

Em inglês e em muitas línguas, temos a tendência, por exemplo, de usar metáforas em que o futuro está na nossa frente e o passado está atrás de nós.

Mas existem alguns grupos na Amazônia que não falam sobre o tempo dessa forma.

Há um caso famoso de língua Tupi Kawahib, onde eles nem falam sobre tempo em termos de espaço.

Quando uma língua como o inglês tem três tempos, algumas línguas têm até sete tempos. Elas dividem o tempo de maneiras muito diferentes.

Então não se trata apenas de coisas superficiais, como “eles falam sobre plantas e animais de forma diferente”.

E isso é verdade até certo ponto. Mas o que mais me interessa, e o foco do livro, são esses aspectos fundamentais do pensamento humano.

Como pensamos sobre as quantidades, como pensamos sobre o espaço, como pensamos sobre o tempo e como os humanos desenvolvem essas capacidades, e como isso parece variar em alguns aspectos entre culturas.

BBC: No seu livro, você dá o exemplo de uma frase em inglês com muitas referências ao tempo: “Na segunda-feira passada eu corri por meia hora, como eu faço todas as semanas”. Você disse que algumas das línguas que estuda não têm todos os recursos para enquadrar o tempo dessa forma. Já outras têm sete tempos verbais. Essas línguas são menos ou mais sofisticadas do que as que estamos acostumados?

Everett: Você vê idiomas que talvez prestem atenção ao tempo e às maneiras que nós não fazemos.

Se você tiver na sua língua apenas passado, presente ou futuro, quando você estiver falando, basta indicar se foi em um desses três tempos.

Mas se você tem sete tempos que podem incluir algo como passado muito distante ou um futuro muito distante, então você deve prestar atenção a esses aspectos temporais e talvez a formas mais sutis.

BBC: Em que idioma foi isso?

Everett: É uma linguagem chamada yagua [falada na Amazônia peruana]. Embora existam muitas línguas que possuem cinco ou seis tempos, há algumas que não possuem nenhum tempo verbal.

Uma das línguas que trabalhei na Amazônia, Karitiana, tem dois tempos: futuro e não futuro. Essa é uma língua falada no Estado de Rondônia. Esse é um sistema de tempo bastante comum. Mas o exemplo que você lembrou, sobre uma corrida que fiz de 30 minutos ontem ou na semana passada. Vamos pensar sobre essa frase. O que são 30 minutos? Minutos é algo muito definido cultural e linguisticamente. O minuto vem de um sistema numérico de base 60 que remonta à Mesopotâmia, e é por isso que dividimos a nossa hora 60 — e depois dividimos novamente para ter segundos. São coisas culturais muito arbitrárias que aprendemos, e parecem naturais para nós à medida que aprendemos a contar as horas.

Mas é realmente antinatural para muitas pessoas.

Então você pode imaginar se estiver conversando com um amazônico que nunca topou com o conceito de horas, minutos ou semana, que também é culturalmente construída. Há tantas tradições culturais muito específicas incorporadas apenas nessa frase que impactam como pensamos.

Pense no quanto o seu dia é ditado olhando os relógios e pensando onde você tem que estar em um determinado horário e em determinados minutos. Isso tudo é arbitrário.

Muitas culturas prescindem completamente destas noções. Estas coisas são codificadas na linguagem aprendida pelas crianças desde cedo, que moldam a forma como pensamos sobre a passagem do tempo. E isso parece totalmente natural para nós até que você seja confrontado com alguém para quem esses conceitos sejam totalmente antinaturais e você percebe "este é um humano inteligente e eles não precisam desses conceitos.”

Isso não quer dizer que eles sejam inúteis. Acho que são muito úteis, mas são úteis no nosso contexto cultural. E são apenas uma maneira diferente de pensar sobre o mundo. Eles não são “a” maneira de pensar sobre o mundo.

BBC: Vamos pegar, por exemplo, o idioma que você mencionou que tem sete tempos. O que você percebe que é diferente na maneira como eles pensam ou na forma como sua sociedade é?

Everett: Parte disso, eu diria, é arbitrário.

Mas o que alguns pesquisadores tentaram fazer é um teste experimental: será que estas diferenças linguísticas têm impacto na forma como as pessoas pensam sobre o tempo em geral, mesmo quando não estão falando?

E há uma boa quantidade de evidências agora de que isso acontece.

Como no exemplo do futuro estando à sua frente no passado, atrás de você.

Há uma boa quantidade de evidências experimentais agora de que, mesmo quando as pessoas nessas línguas estavam, o passado está à sua frente e o futuro está atrás de você, há uma boa quantidade de evidências de que as pessoas pensam sobre o tempo de maneira diferente, mesmo quando elas não estão falando.

Experiências básicas mostraram que quando as pessoas falam sobre o futuro em algumas destas línguas, elas apontam para trás, e quando falam sobre o passado, apontam para a frente, enquanto os falantes de inglês fazem o inverso.

Tendemos a pensar que estamos caminhando em direção ao futuro, enquanto para muitas dessas culturas é o contrário. E se você pensar bem, faz sentido. Porque você pode ver o passado. Você vê o que comeu no café da manhã. Você sabe o que aconteceu ontem. Mas o futuro é meio desconhecido para nós, então esse tipo de metáfora básica de visão e ver o passado, não ver o futuro, é a base de como as pessoas pensam sobre o tempo. E algumas dessas culturas e essa forma de pensar sobre o tempo surge mesmo em contextos não linguísticos.

BBC: Você teve uma infância muito interessante e inusitada, tendo passado grande parte do tempo com indígenas no Brasil. Como foi essa experiência?

Everett: Tenho boas lembranças da minha infância e do Brasil. Passei grande parte da minha infância na aldeia pirahã com minhas duas irmãs e meus pais.

Mas também passei um tempo em escolas públicas brasileiras, indo e voltando e ocasionalmente visitando os EUA.

Minha infância foi uma mistura de estar na aldeia no meio da selva, estar em cidades brasileiras e depois estar ocasionalmente em cidades americanas.

Em Porto Velho, em Campinas e em São Paulo, porque meu pai acabou fazendo doutorado na Unicamp.

As memórias de estar na selva são geralmente muito boas. Eu olho para trás agora e penso que nunca faria isso com meu filho (risos), quando penso nos riscos que corremos. Todos nós contraímos malária. É fácil olhar para trás com carinho quando todos sobreviveram.

Mas porque todos nós sobrevivemos e eu tenho boas lembranças de estar na aldeia nadando no rio com meus amigos indígenas, de caçar ou pescar com minhas irmãs, mas também alguns dos aspectos negativos, como a exploração dos indígenas por comerciantes locais.

No geral, foi uma infância muito positiva e tenho ótimas lembranças de estar na selva.

BBC: Você mencionou a língua pirahã e esse tem sido um debate bastante famoso no mundo linguístico entre seu pai e o famoso linguista americano Noam Chomsky. Esse debate intelectual chegou a ser bastante feroz na troca de palavras. O seu trabalho parece estar muito relacionado a essa questão que é central no mundo da linguística. Como você vê esse debate tão polêmico?

Everett: É um debate muito polêmico. Gosto de pensar que, de certa forma, a ciência superou alguns desses debates e o campo se tornou mais empírico. Meu pai foi certamente uma das pessoas que contribuiu para isso. Muitos pesquisadores nas últimas décadas trouxeram dados de diferentes idiomas na Austrália, na Amazônia e na África, que não parecem estar de acordo com os modelos que Chomsky e que outros promoveram nas décadas de 60 e 70. E esses modelos se tornaram muito influentes.

Na defesa desses modelos, eles parecem ter funcionado muito bem no começo. Mas na medida em que surgem mais e mais exceções, as coisas simplesmente não parecem se encaixar. E você tem que perguntar qual é a utilidade desse modelo?

O modelo é baseado, em grande parte, no inglês.

A nova safra de pesquisadores — a minha geração e a geração seguinte — não está muito satisfeita com os modelos dos anos 60 e 70. E isso não é um insulto.

Isso acontece em muitos campos. As coisas evoluem.

E agora acho que já ultrapassamos isso de uma forma que não é mais o debate central da linguística.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese

Com os braços abertos a todos. A visita de São Josemaria Escrivá ao Brasil (5)

A visita de São Josemaria Escrivá ao Brasil | Flickr-Photos/Opus Dei

Com os braços abertos a todos. A visita de São Josemaria Escrivá ao Brasil

1974. São Josemaria Escrivá esteve 15 dias no Brasil. Que mensagem deixou aos brasileiros? Qual foi a sua impressão sobre o país? Este artigo inédito descreve como foram organizados os encontros com o fundador do Opus Dei em São Paulo, e resume a sua mensagem.

29/08/2017

e) Caridade na família

Foram abundantes os conselhos de São Josemaria para a vida familiar. A formação dos filhos vinga em um ambiente de bom exemplo e de liberdade. «E além disso, ensina-os com o exemplo. E quando vão sendo mais velhos, você vai lhes dando corda, um pouquinho de corda, um pouquinho de liberdade para que a administrem, dando-lhes responsabilidade»[113]. Em muitas ocasiões, aproveitou para animar a ser generosos em relação aos filhos que Deus poderia enviar a cada casal: «Sou muito amigo das famílias numerosas, mas também sou amigo das famílias que têm menos filhos ou que não têm nenhum, porque Deus não os dá»[114]. Logo em seguida, deixou claro que as famílias que evitam os filhos por motivos egoístas, as que «cortam as asas ao amor» como disse, não agradavam a Deus.

Voltou a falar da liberdade ao responder a pergunta de um problema tão comum de uma mãe, que pediu uma orientação a respeito de até onde podia chegar sua exigência com os filhos para irem à Missa.

Você tem a obrigação de ensinar aos teus filhos as obrigações do cristão: com o catecismo. [...] Depois, se eles vão crescendo, você lhes dá um pouquinho mais de liberdade cada dia, com responsabilidade pessoal. Que saibam que terão que prestar contas a Deus; que quando esta terra se acaba, esta vida se acaba, está a vida eterna. [...] Mas você não pode obrigar os seus filhos já crescidos a que cumpram pela força as obrigações religiosas. Não pode pegá-los pelas orelhas e dizer: eu o levo à Missa. Porque ainda que os leve materialmente à Missa, se não querem assistir, não assistem[115].

Aos filhos sempre recomendava uma obediência carinhosa, cheia de sentido sobrenatural e um pouco de esperteza, para saber conquistar os pais, porque é um dever de cristã: sujeição, carinho, obediência, respeito, afeto, sacrifício voluntário e – o que eu gosto de ensinar como mortificação suprema – mostrar o sorriso na sua boca. Sorria! [...] Não discuta, não discuta com os seus... Mostrará o que é sua vocação com sua boa conduta, não discutindo. [...] Disputas não. Conduta boa, conduta melhor. E os conquistará e se entusiasmarão. [...] Desde já os queremos muito. Por que não lhes fala sinceramente? Você tem que ser muito sincera: diga-lhes, sinceramente, que me perguntou isso[116].

Animava os filhos a desejarem a felicidade dos pais na terra e, sobretudo, no céu. O caminho para isso era sempre o mesmo: sendo bons filhos, porque assim eles conseguirão que o pai e a mãe sejam cada dia melhores[117].

Os conselhos para a vida de relação entre marido e mulher foram também muito concretos, diretos e abundantes. Interessante notar sua capacidade, muito patente em todas as respostas sobre este tema, de fugir das regras vazias, do puro legalismo, que marcavam a pregação e os manuais de moral da época, e permanecem na mentalidade atual. Para uma senhora, dizia: «Cada dia deve procurar conquistar o teu marido, e ele a você. Entende? Por isso, o Senhor a conserva assim, bonita... e atraente. [...] Você se sentirá sempre jovem se olhar o seu marido como o que ele é: uma grande parte do seu coração, todo o seu coração!; se souber que ele é seu e você é dele, se souber que tem a obrigação de fazê-lo feliz, de participar das suas alegrias e das suas penas, da sua saúde e das suas doenças...»[118]. Com enorme empatia, e recebendo os sorrisos complacentes das esposas, continuava lembrando que os maridos deveriam ser os “filhos caçulas”, e animava a desculpá-los, compreendê-los, mimá-los, para serem elas também desculpadas e compreendidas. Dava conselhos semelhantes, muito práticos, também aos maridos.

Neste contexto de fina e exigente caridade, aconselhava não mortificar o outro cônjuge, infundir sempre alegria e paz no lar, chegando aos pormenores do cuidado da aparência, da comida, sempre tendo como fim a caridade. A soberba é a origem de todas as desavenças e, por isso, animava a aprender a pedir perdão, a lembrar-se dos primeiros encontros, especialmente nos momentos de desavença. Costumava também aconselhar a nunca brigar diante dos filhos, e não cegar as fontes da vida, para deixar que o Senhor mande as criaturas que queira e, depois, recebê-las com amor, como verdadeiras bênçãos de Deus. No contato da alma com Deus, há uma relação direta entre fidelidade e felicidade, e reafirmou esta ideia também para o matrimônio[119].

Era patente a sua emoção e carinho diante das pessoas que trabalham no lar, como dedicação profissional. Não poupou elogios ao responder a uma empregada doméstica que pedia um conselho para convencer às suas amigas para que apreciem este trabalho. «Escuta, minha filha, eu acho que um dos trabalhos principais que se faz no mundo é o de empregada doméstica. Por isso são tão escassas as empregadas, por isso vocês são tão interessantes [...]. Vocês são as que têm mais possibilidades de fazer o bem e mais possibilidades de destruir uma família»[120].

A uma mãe que parecia não entender tão bem a vocação de entrega a Deus no Opus Dei dos seus filhos ou parentes, o fundador mostrou o espírito de fraternidade que sempre se viveu no Opus Dei.

Você, para ser mãe de família, teve de desapegar-se um pouco do lar dos seus pais, não é assim? Por que pensa que os outros, se vão servir Nosso Senhor no meio da rua, iriam desprender-se do amor dos seus pais? De forma alguma! Acendem-no, melhoram-no, sublimam-no... [...] se você tem perto de si almas que vieram ao Opus Dei, agora, depois de virem ao Opus Dei, amarão você tanto e mais do que antes... Pode estar segura... Não nos vê? Não nos vê, que tudo é caridade, que tudo é compreensão,? [...] que sabemos conviver com todos, desculpar a todos, perdoar a todos, amar a todos?[121].

f) Espírito do Opus Dei

Para terminarmos este apanhado dos temas, ressaltamos que nestes dois encontros que estamos analisando foram pouquíssimas as referências diretas sobre o Opus Dei, instituição que tinha fundado e com a qual a grande maioria dos presentes estavam relacionados. Seu espírito, que leva a viver com naturalidade a fé no meio do ambiente de cada um, não necessita maiores explicações. Ao mesmo tempo, todos os temas que tratam dos afãs humanos, da busca da santidade e do apostolado, referem-se já ao espírito do Opus Dei, espírito universal, que abrange todos os aspectos da vida cotidiana do homem comum. Não era necessário fazer propaganda da sua instituição, pois é essencial no espírito do Opus Dei a naturalidade, a mesma que viviam os primeiros cristãos. No entanto, era subjacente na sua catequese a difusão desse espírito, como difusão da santidade na vida ordinária[122].

Em uma das intervenções, São Josemaria sentiu a necessidade de explicar diretamente um traço do espírito do Opus Dei. Ocorreu quando uma pessoa sugeriu-lhe a necessidade de uma fusão de todos os católicos, com o objetivo de aumentar a eficácia na luta contra as ideologias anticristãs, as “forças do mal”, dizia, através de um controle centralizado do apostolado, normalmente por parte da hierarquia. O santo explicou que tinha outro espírito, o da liberdade e iniciativa pessoal. O Opus Dei, como instituição, tem a função de formar as pessoas para que cada um, no seu próprio local de trabalho, faça apostolado, unindo-se a outros ou não. De qualquer forma, o dever de fazer apostolado é de todo batizado, independente de um mandato oficial da hierarquia. A minha tarefa, dizia, «é falar do estritamente espiritual. Você faz muito bem em unir [sua iniciativa associativa] ao espiritual [...]. Respeito, merece toda a minha simpatia, mas eu vou por outro lado. [...] Eu só falo, exclusivamente, do puramente espiritual, da doutrina de Jesus Cristo no Santo Evangelho, daquela que repetiam os Apóstolos [...]. Este é o meu trabalho, e o seu é esse que disse, que é encantador. Você continue adiante e eu continuo adiante»[123].

CONCLUSÃO. UM PAI QUE VEIO PARA ESTAR COM SEUS FILHOS

Depois de relatar algumas das circunstâncias dos dois encontros gerais, as características do diálogo de São Josemaria com o público, e indicar os principais temas tratados, surge naturalmente a pergunta: qual foi a sua mensagem principal no Brasil? O que quis transmitir às pessoas com quem se encontrou? Certamente, o que dissemos até aqui e a agrupação que fizemos dos temas tratados, que sabemos estar longe de uma formulação definitiva, não nos tornam capazes de responder a essas perguntas.

Como fizemos referencia ao princípio deste artigo, a historiografia fala que sua viagem teve o propósito de difundir a doutrina. Segundo a opinião de Peter Berglar, dentro dos amplos aspectos que as respostas de mons. Escrivá de Balaguer abordaram durante suas viagens à América, destacam-se três pontos capitais: um sim à vida, dom de Deus, e às famílias numerosas; uma fidelidade à tradicional doutrina de fé da Igreja; uma recomendação insistente de acudir ao Sacramento da Confissão[124]. Na sua estadia no Brasil, e particularmente nos dois encontros gerais, deixou clara a sua preocupação com estes temas. Incentivava a lealdade ao Magistério e explicava a missão da Igreja de guardar e transmitir este depósito sem alterá-lo[125]. Fez uma vibrante propaganda da confissão sacramental, e elogiou todas as famílias que estão abertas à vida, numerosas ou não. Sem dúvida estes três aspectos encontram-se presentes no conjunto da mensagem de São Josemaria no Brasil; contudo, parece-nos que não é possível, dentro do que pudemos analisar, afirmar que estas foram as suas mensagens principais.

Perguntamos a muitas pessoas que estiveram presentes nestes encontros e, surpreendentemente, quase todas responderam que não tinham a impressão de receber nenhuma mensagem deliberada, no sentido estrito da palavra[126]. Por outro lado, todos, sem exceção, manifestaram ter ficado muito impressionados, felizes, com uma grande paz. A presença do fundador «aumentava a temperatura interior»[127], dava segurança, tranquilidade e, para os membros, a certeza de que estavam todos trabalhando em algo muito grande, de que o Opus Dei, em breve, se estenderia por todo o Brasil[128].

Estes testemunhos, o diário escrito no calor da hora e, naturalmente, a análise das suas palavras, deixaram patentes que, mais do que transmissão oficial de uma mensagem, sua viagem foi a de um pastor que veio cuidar do seu rebanho. Sua mensagem foi a sua presença, uma presença que confirmava os seus interlocutores na fé em Deus e na Igreja[129]. Muitas vezes dizia que tinha vindo para aprender[130]; em outras palavras, veio mais para estar do que falar com as pessoas, e não dizia isso como uma demonstração de simpatia, quase contradizendo a numerosa plateia atenta às suas palavras. Sentia-se como um pai que quer estar com sua família, e sabe que bastava a sua presença para consolar, confirmar e fazer-se entender. Tinha a consciência clara de possuir o carisma exclusivo de fundador e, ao longo dos dias em que esteve no Brasil, com grande simplicidade e confiança, transmitiu paternalmente suas experiências pessoais, deixando uma grande quantidade de relatos da história do Opus Dei e alusões autobiográficas. Esta atitude lembra a de São Paulo, nas primeiras viagens pastorais da história da Igreja: «Desejo ardentemente ver-vos, a fim de comunicar-vos alguma graça espiritual, com que sejais confirmados, ou melhor, para me encorajar juntamente convosco naquela vossa e minha fé que nos é comum»[131].

São Josemaria ficou admirado com o país. «O Brasil! O primeiro que vi foi uma mãe grande, formosa, fecunda, terna, que abre os braços a todos sem distinção de línguas, de raças, de nações, e a todos chama filhos. Grande coisa é o Brasil!»[132]. De fato, ao longo de sua estadia, captou muito rápido a idiossincrasia do povo brasileiro e, com a acuidade dos santos, ao mesmo tempo em que se surpreendia, surpreendeu os membros do Opus Dei com as observações que fazia sobre o país. Observou o clima de convivência, de fraternidade e de afeto entre todos. Reconheceu a raiz católica desta atitude, tão culturalmente assimilada em um país de dimensões continentais[133]. O funda- dor passou a pensar que o Brasil é um dom de Deus ao mundo. E desta percepção nasceu um lema, amplamente repetido, na sua catequese: «no Brasil e a partir do Brasil», porque mons. Escrivá viu que o Brasil poderia ajudar muito na difusão do Evangelho por todo o mundo. Essa impressão que São Josemaria teve do Brasil foi confirmada em várias ocasiões posteriores pelo beato Álvaro[134].

Este sonho do fundador, forjado ao longo dos 17 dias que esteve no país, manifestou-se na fórmula da bênção que deu ao final de uma tertúlia com os diretores da Comissão, membros dos Conselhos locais e numerários mais velhos, na sala de estar da sede da comissão no dia 29 de maio, e que passou a ser conhecida como a “bênção patriarcal”: «Que vos multipliqueis: como as areias das vossas praias, como as árvores das vossas montanhas, como as flores dos vossos campos, como os grãos aromáticos do vosso café. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo»[135]. Depois, repetiu mais duas vezes esta mesma benção, com o desejo de que “vos multipliqueis”, com ligeiras variações nas imagens utilizadas. Nas vésperas da sua partida, após mostrar uma placa com estas palavras que tinham feito as suas filhas na Administração do Sumaré, acrescentou sorrindo: «Este Brasil da minha alma, que me fez poeta! Dei-vos a bênção dos patriarcas sem me dar conta»[136].

Depois de aprender e captar o Brasil, mons. Escrivá passou a desejar ardentemente «levar esse empenho de caridade, de fraternidade, de compreensão, de amor, de espírito cristão a todos os povos da terra»[137]. Para isso era necessário que o trabalho de apostolado se estendesse por todo o Brasil. Manifestou às pessoas próximas, no final da sua visita, que passara a sonhar com o dia em que não haveria nenhum recanto do imenso país sem o calor de um lar do Opus Dei. Enfim, o fundador do Opus Dei não trouxe para o Brasil uma mensagem, mas deixou um sonho, o de estender o trabalho apostólico pelo Brasil e, a partir dele, por todo o mundo. Essa foi a mais clara “orientação” que deu para os brasileiros[138].

No final da tertúlia no Palácio Mauá, antes de despedir-se, sempre do modo espontâneo que caracterizava o seu diálogo, São Josemaria dirigiu-se a todos, e disse umas palavras que podem ser consideradas a recapitulação de tudo o que tinha falado. Pensamos também que é um resumo do que acabou por transmitir aos brasileiros.

Meus filhos, vocês não têm consciência o bastante da bênção de Deus que receberam ao viver nesta grande nação brasileira. Mas, amem sua fé católica!, amem sua fé cristã! Não esqueçam que a Igreja está fundada por Jesus Cristo de uma maneira hierárquica; que não há duas Igrejas, há ape- nas uma. Não esqueçam que a Igreja não muda, que é a de sempre. Rezem como rezavam nossas mães e nossos avós. Coloquem o mesmo empenho em lutar contra vós mesmos: eu também o farei. Vamos ser fiéis ao Se- nhor! E todas estas grandezas naturais do Brasil se converterão em bênçãos sobrenaturais; não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro. Eu disse, desde o primeiro dia que pisei esta terra bendita, que estou maravilhado, que estou feliz, porque contemplo o que se pode fazer, o que se faz, e o que se fará no Brasil e a partir do Brasil[139].

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Alexandre Antosz Filho, sacerdote. Licenciado e bacharel em História pela Universidade Federal do Paraná, mestre em História pela Universidade de São Paulo e doutor em Teologia (especialidade em História da Igreja) pela Pontificia Università della Santa Croce (Roma). e-mail: alexantosz@gmail.com

Notas:

[113]«Ya demás les enseñas con el ejemplo. Y cuando van siendo mayores, les va dando cuerda, un poquito de cuerda, ¿eh?... Un poquito de libertad, para que la administren. Dándoles responsabilidad» Anhembi, 7,2 [tradução nossa].

[114] «Soy muy amigo de las familias numerosas, pero también soy amigo de las familias que tienen menos hijos o que no tienen ninguno porque Dios no se los da. No soy amigo de las familias que... por egoísmo, cortan las alas del amor y hacen el amor estéril e infecundo». Anhembi, 7,10-8,3 [tradução nossa].

[115] «Tú tienes la obligación de enseñar a tus hijos las obligaciones de cristiano: con el cate- cismo. [...] Después, si ellos van haciéndose mayores, tú les das un poquito más de libertad cada día, con responsabilidad personal. Que sepan que tendrán que dar cuenta a Dios; que cuando esta tierra se acaba, esta vida se acaba, está la vida eterna. [...] Pero tú no puedes obligar a tus hijos mayores a que cumplan por la fuerza las obligaciones religiosas. No les puedes coger por las orejas y decir: yo te llevo a Misa. Porque aunque los lleves materialmente a Misa, si no la quieren oír no la oyen». Mauá, 3,5-3,6 [tradução nossa].

[116]«Porque es un deber cristiano: sujeción, cariño, obediencia,r espeto, afecto, sacrificio gustoso y –lo que a mí me gusta señalar como mortificación suprema– muestra la sonrisa en tu boca, ¡sonríe! [...] No discutas, no discutas con los tuyos... Tú enseñarás lo que es tu vocación con tu conducta buena, no discutiendo. [...] Disputas no. Conducta buena, conducta mejor. Y los arrastrarás y se entusiasmarán... [...] Pero ya los queremos mucho. [...] ¿Por qué no les hablas sinceramente? Tienes que ser muy sincera: diles, sinceramente, que me has preguntado eso». Mauá, 14,8-15,11 [tradução nossa].

[117] Mauá, 17,9-17,10.

[118] «Cada día debes procurar conquistar a tu marido,yélati.¿Oyes?Por eso el Señor te conserva así de guapa... y de atrayente... [...] Te sentirás siempre joven se miras a tu marido como lo que es: una gran parte de tu corazón, ¡todo tu corazón!; si sabes que él es tuyo y tu eres de él, si sabes que tienes la obligación de hacerlo feliz, de participar de sus dichas y de sus penas, de su salud y de su enfermedad...». Anhembi, 10,15-12,2 [tradução nossa].

[119] Entre outras respostas citadas, Anhembi, 22,1.

[120] «Oye, hija mía, yo entiendo que uno de los trabajos principales que se hacen en el mundo es el de empleada del hogar; por eso escasean tanto ahora las empleadas. Por eso sois tan interesantes. [...] Sois las que tenéis más posibilidades de hacer el bien y más posibilidades de destruir una familia». Anhembi, 9,5-9,6 [tradução nossa].

[121] «Tú,para ser madre de familia, tuviste que separate un poco del hogar de tus padres,¿no es así? ¿Por qué piensas que los demás, si van a servir a Nuestro Señor en medio de la calle, van a desprenderse del amor de sus padres? ¡De ninguna forma! Lo encienden, lo mejoran, lo subliman... [...] Si tienes cerca de ti almas que han venido al Opus Dei, ahora, después de venir al Opus Dei, te quieren tanto y más que antes... Puedes estar segura... Pero, ¿no nos ves? ¿No nos ves, que es todo caridad, que es todo compresión; [...] que sabemos convivir con todos, disculpar a todos, perdonar a todos, amar a todos?». Mauá, 11,3-11,6 [tradução nossa].

[122] Entrevista com Alfredo Canteli, 9 de junho de 2014.

[123] «A mí me toca sólo hablar de lo estrictamente espiritual. Tú haces muy bien en unir [tu iniciativa] a lo espiritual [...]. Lo respeto, me merece toda la simpatía, pero yo voy por otro lado. Yo sólo hablo, exclusivamente, de lo puramente espiritual, de la doctrina de Jesucristo en el Santo Evangelio, de aquella que repetían los Apóstoles [...]. Esta es mi labor, y la tuya ésa que has dicho, que es encantadora. Tú adelante, y yo adelante». Mauá, 4,6-4,7 [tradução nossa].

[124] Cfr. Berglar, Opus Dei, p. 291.

[125] Entrevista com Francisco Faus Pascuchi, 13 de junho de 2014.

[126] Além dos testemunhos já citados neste artigo e que compartilham esta opinião, corroboraram também Rafael Llano Cifuentes, Paulo Sertek, Homero Luis Piccolo, Élcio Carillo, entre outros. Isso foi perguntado pelo autor a mais de 20 pessoas diferentes. Nenhuma delas afirmou claramente que São Josemaria veio com alguma mensagem específica para o Brasil.

[127] Entrevista com José Luiz Díez Hernández, 23 de fevereiro de 2014.

[128] Entrevista com Luis Roberto Barros, 20 de junho de 2014 e Francisco Faus Pascuchi, 13 de junho de 2014.

[129] Entrevista com Alfredo Canteli, 9 de junho de 2014.

[130] O Diário da Casa Nova, 2a parte , p. 7, ao comentar o início da tertúlia, chama a atenção para esta expressão do fundador.

[131] Rom 1, 11-12

[132] «¡El Brasil!, lo primero que he visto es una madre grande, hermosa, fecunda, tierna, que abre los brazos a todos sin distinción de lenguas, de razas, de naciones, y a todos los llama hijos. ¡Gran cosa el Brasil!». Anhembi, 1,3 [tradução nossa].

[133] Cfr. Vicente Ancona Lopez, Prefácio à segunda edição, em Faus, São Josemaria, pp. 7-8.

[134] Entrevista com Alfredo Canteli, 9 de junho de 2014.

[135] Diário da primeira estadia, p. 66. Relatado também em Faus, São Josemaria, pp. 139-140.

[136] Diário da Casa Nova, 2a parte , pp. 14-15.

[137] Cfr. Ancona Lopez, Prefácio, p. 9.

[138] Entrevista com Alfredo Canteli, 9 de junho de 2014.

[139] «!Hijos! no os dais bastante cuenta de la bendición de Dios que es para vosotros vivir en esta gran nación brasileña. Pero ¡amad vuestra fe católica!, ¡amad vuestra fe cristiana! No olvidéis que la Iglesia está fundada por Jesucristo de una manera jerárquica; que no hay dos Iglesias, que hay una. No olvidéis que la Iglesia no cambia, que es la de siempre. Rezad como rezaban nuestras madres y nuestros abuelos. Poned el mismo empeño en luchar contra vosotros mismos: yo también lo pondré. ¡Vamos a ser fieles al Señor! y todas estas grandezas naturales del Brasil se convertirán en bendiciones sobrenaturales; no sólo para el Brasil, sino para el mundo entero. Yo os he dicho, desde el primer día que he pisado esta tierra bendita, que estoy encantado, que estoy feliz, porque contemplo lo que se puede hacer, lo que se hace, y lo que se hará en Brasil y desde el Brasil». Mauá, 19,4 [tradução nossa].

*Fim*

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Dom Sorrentino: Assis se prepara para a canonização de Carlos Acutis

Beato Carlos Acutis (Vatican News)

Dom Sorrentino: "No Santuário da Espoliação, Francisco e Carlos formam uma equipe excepcional para o anúncio do Evangelho." Está saindo a nova edição do livro "Originais não fotocópias, Carlos Acutis e Francisco de Assis".

Vatican News

“Estamos felizes que o Papa tenha anunciado, junto com muitos outros santos, a canonização do Beato Carlos Acutis, cujos restos mortais estão preservados no Santuário da Espoliação em Assis. A data ainda não está definida, mas temos a certeza de que o Santo Padre vai escolher uma ocasião significativa, imaginamos no próximo ano jubilar, para que o testemunho do nosso Carlos continue impactando as consciências, especialmente dos jovens e adolescentes, mas não só, suscitando um grande amor por Jesus Eucaristia e um grande desejo de santidade em suas pegadas e nas dos Santos que o inspiraram, de modo especial Francisco de Assis”.

Foi o que disse o bispo da diocese de Assis – Nocera Umbra – Gualdo Tadino e Foligno, dom Domenico Sorrentino, após o Consistório realizado nesta segunda-feira, 1º de julho, durante o qual o Papa decretou que o Beato Manuel Ruiz López e sete companheiros, Francesco Mooti e Raffaele Massabki, Giuseppe Allamano, Marie-Léonie Paradis e Elena Guerra sejam inscritos no Álbum dos Santos no domingo, 20 de outubro de 2024, enquanto o Beato Carlos Acutis será inscrito em data a ser determinada.

“Nestes meses – continuou o bispo – a nossa Igreja de Assis fará o possível para acolher tantos peregrinos e devotos que se multiplicam no mundo. Francisco e Carlos juntos formam uma equipe excepcional para o anúncio do Evangelho, mostrando a verdade daquilo que o Beato Carlos gostava de dizer aos jovens: “Só Jesus é capaz de tornar originais e não fotocópias, enchendo de alegria a nossa vida”.

O livro que estou republicando (Originais não fotocópias, Carlos Acutis e Francisco de Assis, Edições Franciscanas Italianas) integrada e aumentada - acrescentou dom Sorrentino - mostra isso de modo convincente, porém, mais ainda mostram isso os rostos dos jovens e dos peregrinos que vêm ao nosso Santuário e que, a partir do contato com os restos mortais de Carlos e atravessando a porta de Francisco, sentem-se impelidos a rever a própria existência na direção do Evangelho. Este lugar - concluiu o bispo - se converteu em pouco tempo num verdadeiro vulcão em erupção de graça e santidade".

No final de maio, o Papa Francisco reconheceu um novo milagre por intercessão de Carlos Acutis, autorizando o Dicastério para as Causas dos Santos a publicar o respectivo decreto. Trata-se do milagre alcançado por Valéria, uma jovem da Costa Rica e estudante universitária em Florença, que em julho de 2022 caiu da bicicleta e entrou em coma irreversível. No Hospital Careggi ela foi diagnosticada com um traumatismo craniano muito grave e suas esperanças de vida eram nulas. Sua mãe, Liliana, foi a Assis seis dias depois para recomendar sua filha ao Beato Carlos e passou o dia inteiro ajoelhada diante de seu túmulo. À noite, ela recebeu um telefonema do hospital informando-a da melhora repentina e inexplicável de sua filha: Valéria voltou a respirar espontaneamente e, no dia seguinte, começou a se mover e a falar parcialmente. Em setembro, junto com sua mãe, Valéria foi a Assis para rezar no túmulo de Carlos e agradecer pelo milagre recebido.

Em 2020, Carlos Acutis foi declarado Beato pela Congregação para as Causas dos Santos que examinou outro milagre por sua intercessão, ocorrido em outubro de 2013 na igreja de São Sebastião em Campo Grande, Brasil: após ter tocado uma relíquia do jovem, um pedaço de camisa apoiado em seu corpo, um menino de seis anos chamado Matheus, que sofria de uma grave anomalia no pâncreas, ficou completamente curado.

Assis, 1° de julho de 2024

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Galo

São Galo (A12)
01 de julho
São Galo

Filho de pais nobres e ricos, Galo nasceu na França no ano 489. Na sua época era costume os pais combinarem os matrimônios dos filhos. Por isto, ele estava predestinado a se casar com uma jovem donzela de nobre estirpe. Mas Galo desde criança já havia dedicado sua alma à vida espiritual. Para não ter de obedecer à tradição social, ele fugiu de casa, refugiando-se num convento.

Ele era tão dedicado às cerimônias da Santa Missa que se especializou nos cânticos. Contam os escritos que, além do talento para a música, era também dotado de uma voz maravilhosa que encantava e atraía fiéis para ouvi-lo cantar no coro do convento.

Sua atuação religiosa fez dele uma pessoa querida. Foi designado para atuar na corte de Teodorico. Em 527, quando morreu o bispo Quinciano, Galo era tão querido e respeitado que o povo o elegeu para ocupar o posto.

Se não bastasse sua humildade, piedade e caridade, para atender às necessidades do seu rebanho, Galo protagonizou vários prodígios ainda em vida. Salvou sua cidade de um pavoroso incêndio que ameaçava transformar em cinzas todas as construções locais e livrou os habitantes de morrerem vítimas de uma peste que assolava a região.

Ele morreu em 01 de julho de 554, causando forte comoção na população, que logo começou a invocá-lo como santo nas horas de dor e necessidade.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Destaca-se na pessoa de São Galo seu zelo pela liturgia da Igreja. Para ele, o zelo pelas celebrações, tornando-as agradáveis e profundas, era um meio de trazer mais pessoas para viver o mistério de Cristo. A Igreja sempre deu à liturgia um lugar de destaque. Celebrar com dignidade e criatividade é parte essencial da vida cristã. Como a sua comunidade tem celebrado o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo?

Oração:

Deus Pai de bondade, que criaste o ser humano para a felicidade e o dispuseste para cantar o seu louvor, alcançai-nos viver com amor o mistério do Cristo e que possamos, a exemplo de São Galo, revestir-nos de humildade para que o vosso nome seja engrandecido. Por Cristo nosso Senhor. Amém!


Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF