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terça-feira, 9 de julho de 2024

Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus

Santa Paulina (A12)
09 de julho
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus

Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus nasceu na província de Trento, na Itália, em 16 de dezembro de 1865, mas com apenas dez anos foi para o Brasil onde morou durante toda a vida e fundou a congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. É considerada a primeira santa brasileira e reconhecida como padroeira da imigração italiana em Nova Trento (SC).

Amábile Lúcia Visintainer, seu nome de batismo, foi a segunda filha de Napoleão e Ana, de quem aprendeu a viver uma vida de fé e devoção.

Em 1875 emigrou para a cidade de Nova Trento, em Santa Catarina, no sul do Brasil. Dois anos depois, a sua mãe morreu e ela ajudou a cuidar da família até o pai se casar de novo.

Aos doze anos, ela recebeu a Primeira Comunhão junto com Virgínia Rosa Nicoldi que era a sua melhor amiga. Elas tinham muito amor por Jesus, rezavam juntas e participavam com muito fervor da vida pastoral e social da paróquia de Nova Trento.

Durante toda a adolescência as duas davam catequese para crianças, cuidavam dos doentes, idosos, se dedicavam com alegria e fervor a todo o tipo de trabalho na Igreja.

Em 1890, quando tinha 25 anos, Amábile e sua amiga Virgínia, acolhem uma mulher com câncer terminal chamada Angela Viviani, em um casebre doado por um barão, onde elas já costumavam acolher pessoas doentes. Este gesto marcou o início da fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cuja data de fundação é 12 de julho de 1890. Nesta época, Teresa Anna Maule, uma entusiasta dos ideiais cristãos, se juntou a elas na congregação.

A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição é considerada a primeira congregação religiosa fundada no Brasil. Amábile passou a se chamar Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus e foi nomeada Superiora, passando a ser chamada de Madre Paulina.

nova congregação atraiu muitas vocações, se dedicavam à oração, às obras de caridade e tinham uma pequena indústria de seda para enfrentar as dificuldades econômicas da época.

Madre Paulina foi convidada para fundar uma comunidade em São Paulo em 1903, mesmo ano em que foi eleita superiora vitalícia da comunidade. Deixou Nova Trento e foi para o bairro Ipiranga, para cuidar dos ex-escravos idosos e crianças órfãs, depois da abolição da escravidão que aconteceu em 13 de maio de 1888.

O arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Silva, depôs a Madre Paulina do cargo de Superiora Geral em 1909 e a enviou para trabalhar com os doentes e idosos em Bragança Paulista. Ela foi proibida de exercer cargos na sua congregação.

Durante essa provação, ela se dedicou ainda mais à oração, ao trabalho e sofrimento, oferecidos para que a Congregação das Irmãzinhas pudesse continuar adiante e que Jesus fosse “conhecido, amado e adorado por todos e todo o mundo”.

Ela voltou a morar na Casa Mãe da Congregação em 1918, onde ficou até a morte dedicada a uma vida de oração e ajuda às irmãs doentes.

Em 1938, aos 73 anos, ela ficou doente com diabetes, teve que amputar o braço direito e ficou cega.

Madre Paulina morreu em 9 de julho de 1942, aos 76 anos. Foi beatificada pelo papa João Paulo II durante a sua visita ao Brasil em 18 de outubro de 1991 e canonizada na Praça de São Pedro em 19 de maio de 2002, quando passou a ser chamada de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus.

Fontes consultadas para a redação do texto:

https://santuariosantapaulina.org.br/oracao-santa-paulina/

https://www.a12.com/reze-no-santuario/santo-do-dia?saint_id=167&day=9&month=7

https://www.vatican.va/news_services/liturgy/2002/documents/ns_lit_doc_20020519_paulina_po.html

Reflexão:

Santa Paulina partilhou o pão com os pobres e necessitados, visitou doentes, órfãos, abandonados, dedicou a própria vida a amar os últimos e a fazer com que Jesus fosse conhecido, amado e adorado por todas as pessoas do mundo. Que ela interceda, para que o Senhor desperte em nós essa intensa caridade, que abra os nossos corações para que possamos acolher aqueles que mais precisam e que renove o nosso ardor missionário e apostólico para anunciar o Senhor para os mais próximos, nossa família, amigos, colegas de trabalho, que não tenhamos medo nem vergonha de anunciar o nome do Senhor.

Oração:

Ó Santa Paulina, que puseste toda a confiança no Pai e em Jesus e que, inspirada por Maria, decidiste ajudar o povo sofrido, nós te confiamos a Igreja que tanto amas, nossas vidas, nossas famílias, a Vida Consagrada e todo o povo de Deus. (Pedir a graça desejada) Santa Paulina, intercede por nós, junto a Jesus, a fim de que tenhamos a coragem de lutar sempre, na conquista de um mundo mais humano, justo e fraterno. Amém. Pai-Nosso – Ave Maria – Glória V. Santa Paulina. R. Rogai por nós!


Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 8 de julho de 2024

CATEQUESE: Dez ensinamentos dos santos doutores da Igreja sobre a Igreja

Foto - Crédito | Cléofas

Dez ensinamentos dos santos doutores da Igreja sobre a Igreja

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Nada melhor do que aprender sobre a Igreja com estes grandes mestres…

1. “A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo. É nesta Igreja que a alma revive, ela que estava morta pelos pecados. Quem não crer que a Igreja lhe perdoa os pecados, a esse não lhe serão perdoados os pecados”. (Santo Agostinho)

2. “Se na Igreja não existisse a remissão dos pecados, não existiria nenhuma esperança, nenhuma perspectiva de uma vida eterna é de uma libertação eterna. Rendamos graças a Deus que deu à sua Igreja um tal dom”. (Santo Agostinho)

3. “Fazei-vos corpo de Cristo se quereis viver do Espírito de Cristo. Somente o Corpo de Cristo vive de seu Espírito”. (Santo Agostinho)

4. “Em tudo me sujeito ao que professa a Santa Igreja Católica Romana, em cuja fé vivo, afirmo viver e prometo viver e morrer”. (Santa Teresa)

5. “À Igreja quero submeter para sempre meus escritos, minhas ações, minhas palavras, minha vontade e meus pensamentos”. (São Francisco Sales)

6. “Não podemos, caríssimos, de modo algum duvidar de que toda a observância cristã procede de instruções divinas e de que tudo o que a Igreja recebeu como costume de devoção provém da tradição apostólica e do ensinamento do Espírito Santo”. (São Leão Magno)

7. “Uma vez que todos os crentes formam um só corpo, o bem de uns é comunicado aos outros… Assim é preciso crer que existe uma comunhão de bens na Igreja”. (São Tomás)

8. “O bem de Cristo é comunicado a todos os membros, e essa comunicação se faz através dos sacramentos da Igreja”. (São Tomás)

9. “A Igreja é o navio que navega bem neste mundo ao sopro do Espírito Santo com as velas da Cruz do Senhor plenamente desfraldadas”. (Santo Ambrósio)

10. “Foi sempre privilégio da Igreja vencer quando é ferida, progredir quando é abandonada, crescer em ciência, quando é atacada”. (São Bento)

 Fonte: https://cleofas.com.br/

EDITORIAL: O Papa em Trieste, Ruffini: pés no chão, mas grandes ideais

Papa Francisco durante sua visita pastoral a Trieste, Itália (Vatican Media)

Em um editorial para o L'Osservatore Romano, o Prefeito do Dicastério para a Comunicação se detém sobre as passagens mais importantes do discurso de Francisco neste domingo (07/07), no encerramento das Semanas Sociais dos católicos na Itália.

Paolo Ruffini

Há uma pergunta dirigida a todos, e não apenas aos chamados políticos de profissão, no discurso do Papa Francisco neste domingo em Trieste.

O que é política para nós?

E, ligada a ela, há outra, na verdade, há duas: o que é democracia? E qual é o papel de cada um, e, portanto, também dos cristãos, dos católicos, na crise das democracias?

Essas não são perguntas escolares. Na verdade, são o oposto.

De fato, elas nos pedem para sair daquele excesso de abstração em que muitas vezes nos refugiamos quando reduzimos a política a um jogo de poder, a uma aritmética ou a uma topografia, à ocupação de posições de comando; e quando transformamos a democracia em um manual frio das regras que regem esse jogo que muitos de nós - erroneamente - consideramos ser de outra pessoa.

A verdade é que, ao fingirmos ser meros espectadores, em vez de atores (possíveis protagonistas de um progresso em direção ao bem comum), assistindo de camarote, acabamos agindo como Pôncio Pilatos; e o fato de lavarmos as mãos acaba agravando tanto a crise da política quanto a da democracia e, com elas, o nosso destino.

A resposta do Papa Francisco é diferente; é concreta. E, na hora da crise, ele não fala em esquemas abstratos, mas nos desafia a um exame de consciência, tanto pessoal quanto coletivo. Como indivíduos e como povo.

Que jogo estamos jogando?

Se a política e a democracia não dizem respeito apenas a alguns (os outros: os que votam, os que governam, os que se opõem, os que militam, os que saem às ruas); se elas afetam cada um de nós, nossas vidas, nossas escolhas, e não apenas no momento da votação, se tudo está interconectado; que jogo estamos jogando?

As perguntas do Papa são dirigidas a nós; e elas nos trazem de volta com os pés no chão. Elas são concretas. Como a caridade da qual a política - como Francisco repete citando seus predecessores - é a forma mais elevada. Fazem romper os esquemas construídos de polarizações. Adotam um paradigma que somente a miopia de nosso tempo não considera político. O paradigma do amor, que exige participação, que inclui tudo, "que não se contenta em tratar os efeitos, mas procura abordar as causas.  E é uma forma de caridade que permite que a política esteja à altura de suas responsabilidades e de sair das polarizações".

Que lugar a caridade, o amor ao próximo, ocupa em nosso raciocínio político?

A caridade - como enfatiza o Papa - é concreta. É inclusiva.

Ela nos conhece nome por nome. Ela nos chama pelo nome para assumirmos uma responsabilidade pessoal no caminho rumo a um desenvolvimento mais humano.

Ela nos envolve na construção de uma alternativa à atrofia moral da dinâmica do desperdício.

É o único antídoto verdadeiro para o câncer que corrói a política e as democracias, que se alimenta do ódio e da indiferença.

Cabe a cada um de nós não reduzir a política, da qual todos nós precisamos, a uma soma de números, de porcentagens. A uma "caixa vazia" a ser ocupada.

Cabe a cada um de nós restituir-lhe a esperança, a profecia de um futuro a ser construído juntos, todos juntos; a beleza de compartilhar projetos e histórias na construção do bem comum.

Política - disse-nos o Papa - é "participação". É "um cuidar do todo". É "pensar-se como povo e não como eu ou meu clã, minha família, meus amigos". Não é populismo. Não, é outra coisa".

A participação é responsável; o populismo, ao invés, anula a responsabilidade, que é individual, na indistinção da massa.

Pensar grande, arregaçar as mangas para fazer grandes coisas, juntos. Essa é a tarefa dos católicos na política.

Com os pés no chão, mas com grandes ideais.

Idealistas com um grande senso da realidade e do limite; conscientes de que podem mudar a realidade. Passo a passo. Em um caminho que sempre continua. Sem mudar o caminho - como dizia padre Primo Mazzolari - em um ponto de chegada e de posse.

"Uma fé autêntica", escreve o Papa Francisco na Evangelii gaudium, "implica sempre um profundo desejo de mudar o mundo, de transmitir valores, de deixar algo melhor depois de nossa passagem pela terra".

Padre Primo Mazzolari traduzia tudo isso convidando-nos a olhar para o alto: não para a direita, nem para a esquerda, nem para o centro, mas para o alto. Começando por ser homens novos em vez de aventureiros do novo. Homens e mulheres capazes de assumir e honrar livremente um compromisso em vez de agir como Pôncio Pilatos. Que não ficam à margem da luta pela justiça. Que não transformam a paixão em rancor, a justiça em um ajuste de contas sumário; que não renegam o fim com os meios; que não se rendam à cultura da hipérbole, que não pregam soluções mágicas; que não renunciam à regra da caridade na política. Homens e mulheres que não se iludem com a possibilidade de construir o paraíso na terra, que não trocam a política com o desafio de um momento de quem vence e quem perde, mas que a vivam como um caminho para o qual todos nós somos chamados. Um chamado para sempre fazer melhor.

As palavras de Aldo Moro, quando era um jovem professor universitário, vêm à mente como um parâmetro para nosso exame de consciência: 'provavelmente, apesar de tudo, a evolução histórica, da qual teremos sido os determinantes, não satisfará nossas ideais exigências; a esplêndida promessa, que parece estar contida na força e na beleza intrínsecas desses ideais, não será cumprida. Isso significa que os homens sempre terão de permanecer perante do direito e do Estado em uma posição de mais ou menos agudo pessimismo.

E sua dor nunca será totalmente confortada. Mas essa insatisfação, essa dor, é a mesma insatisfação do homem diante da sua vida, que muitas vezes é mais angusta e mesquinha do que sua ideal beleza pareceria legitimamente levar alguém a esperar. É a dor do homem que continuamente acha tudo menor do que gostaria, cuja vida é tão diferente do ideal acalentado em seu sonho.

É uma dor que não cede, a não ser um pouco, quando confessada a almas que entendem ou que cantaram na arte, ou quando a força de uma fé ou a beleza da natureza dissolvem essa ansiedade e restauram a paz. Talvez o destino do homem não seja realizar plenamente a justiça, mas ter fome e sede perpétuas de justiça. Mas esse é sempre um grande destino".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Sinal verde para Maria Rosa Mística de Fontanelle

Fiéis em oração no Santuário Rosa Mística de Montichiari, em Brescia, norte da It[ália (Vatican Media)

De acordo com as novas normas, o Dicastério para a Doutrina da Fé torna público o parecer positivo sobre a Nossa de Montichiari (Brescia) por meio de uma carta ao bispo Tremolada com a aprovação do Papa.

Vatican News

O Dicastério para a Doutrina da Fé "não encontrou elementos nas mensagens divulgadas por Pierina Gilli que contradigam diretamente o ensinamento da Igreja católica sobre a fé e a moral". É o que afirma a carta publicada esta segunda-feira, assinada pelo prefeito Victor Manuel Fernandez com a aprovação escrita do Papa e enviada ao bispo de Brescia Pierantonio Tremolada. Refere-se à devoção a Maria Rosa Mística e às mensagens que a vidente Pierina Gilli diz ter recebido de Nossa Senhora em 1947 e 1966. "Nos fatos relacionados a essa experiência espiritual", diz a carta, "não se encontram aspectos morais negativos ou outros aspectos críticos. Em vez disso, é possível encontrar vários aspectos positivos que se destacam nas mensagens como um todo e outros que, por sua vez, merecem esclarecimento para evitar mal-entendidos". O "sinal verde" para a experiência espiritual de Nossa Senhora de Fontanelle ocorre com base nas novas Normas para o discernimento de supostos fenômenos sobrenaturais, publicadas em 17 de maio passado, segundo as quais o principal objetivo do discernimento não é mais estabelecer a possível sobrenaturalidade do fenômeno, mas sim avaliar, do ponto de vista doutrinal e pastoral, o que resultou de sua propagação.

Uma celebração no Santuário Rosa Mística de Montichiari, em Brescia, norte da Itália (Vatican Media)

A humildade da vidente

Na carta articulada sobre a Rosa Mística e as mensagens recebidas por Pierina Gilli, o Dicastério destaca, em primeiro lugar, os aspectos positivos, o mais importante dos quais é o fato de que os escritos da vidente "expressam uma humilde e completa confiança na ação materna de Maria e é por isso que não encontramos nela atitudes de vanglória, autossuficiência ou vaidade, mas sim a consciência de ter sido gratuitamente abençoada pela proximidade da bela Senhora, a Rosa mística". Assim, são citados vários textos dos diários de Gilli que exaltam Maria, a Rosa, destacando sua beleza, ligada à bondade, e ao mesmo tempo os efeitos experimentados por aqueles que a encontram: um sentimento de insuficiência unido com uma experiência de amor e grande alegria. O Dicastério observa que "ao mesmo tempo em que exalta essa beleza de Maria com todo o seu afeto e admiração, Pierina reconhece claramente que tudo o que Maria faz em nós sempre nos direciona a Jesus Cristo". Entre as manifestações citadas na carta encontra-se uma do próprio Cristo, que inspirou na vidente uma profunda confiança n’Ele: "Ao olhar para ele, senti-me fortemente atraída por Ele, para amá-lo: como era bom, belo, misericordioso! Não consigo encontrar palavras para expressar o que fez com que minha alma se arrebatasse n’Ele...! [O Senhor disse:] "Mantenha sempre o seu olhar fixo em Mim para examinar e adivinhar o que quero de você, ou seja, desejo tomar posse total de suas faculdades, para que você possa sempre realizar ações inspiradas pelo Meu Amor" (27 de fevereiro de 1952). Entre as mensagens de Pierina, há algumas que "expressam um forte senso de comunhão eclesial":

"Escute Minha Senhora, desde que o Concílio tornou a nova Liturgia tão bela, porque juntos rezamos...". [Maria continuou explicando os símbolos que se mostravam na aparição: "Estas bolas [referindo-se a esferas de luz] que tenho em minhas mãos são para manifestar ao mundo inteiro o símbolo do Concílio Ecumênico e o quanto ele foi agradável ao Senhor" (27 de abril de 1965).

Uma processão noturna no Santuário Rosa Mística de Montichiari, em Brescia, norte da Itália (Vatican Media)

A imagem correta de Deus

Nos diários da vidente, explica o Dicastério para a Doutrina da Fé, há também "expressões que nem sempre são apropriadas e exigem interpretação". Expressões que sempre devem ser lidas junto com as mensagens positivas que acabaram de ser enfatizadas. São os textos em que Nossa Senhora é apresentada como medianeira, exercendo um papel moderador da justiça divina e dos "terríveis castigos". O contexto representado pelas mensagens como um todo, escreve o Dicastério, deixa claro, no entanto, que "a intenção certamente não é transmitir uma imagem de Deus ou de Cristo que seja distante ou carente de misericórdia, que deveriam ser "contidos" pela "mediação" de Maria". Isso é confirmado por outras mensagens, como esta: "[Maria disse:] "Meu Divino Filho está sempre pronto para fazer descer sobre o mundo a graça de Sua misericórdia"" (5 de abril de 1960).

O significado das três rosas

A carta do prefeito ao bispo de Brescia afirma que a imagem de Maria "como uma mediadora 'para-raios', frequentemente usada em outros tempos e também herdada por Pierina, deve ser evitada". E se recorda que as novas normas para o discernimento de supostos fenômenos sobrenaturais mencionam a possibilidade de que os verdadeiros frutos do Espírito Santo possam às vezes aparecer ligados a experiências humanas confusas e expressões teologicamente imprecisas. Ademais, o Dicastério ressalta que as três rosas com o significado de "oração - sacrifício - penitência", apropriadas e centrais para a vidente e sua experiência espiritual particular, não devem "necessariamente ser pensadas como dirigidas a todos os crentes" e, portanto, é melhor evitar apresentá-las como "o núcleo, o centro ou a síntese do Evangelho, que só pode ser a caridade, como o Novo Testamento lembra em várias passagens".

Jesus, o único Redentor

Por fim, a carta se refere a expressões que Pierina não explica:

"Maria Redenção", "Maria da Graça", "Maria Medianeira" e outras semelhantes. "Deve-se lembrar", afirma o Dicastério, "que somente Jesus Cristo é nosso único Redentor.... Ao mesmo tempo, deve-se manter que somente o Senhor pode agir no coração das pessoas, concedendo a graça santificante que eleva e transforma". A cooperação de Maria "deve ser sempre entendida no sentido de sua intercessão materna e no contexto de sua ajuda para criar disposições para que possamos nos abrir à ação da graça santificante". Interpretada sob essa luz", conclui a carta, "podemos sustentar que a proposta espiritual que brota das experiências narradas por Pierina Gilli em relação a Maria Rosa Mística não contém elementos teológicos ou morais contrários à doutrina da Igreja".

A história das aparições

As aparições de Maria "Rosa Mística" e "Mãe da Igreja" estão ligadas a uma localidade, Fontanelle, situada ao sul de Montichiari, na província de Brescia, norte da Itália. A vidente é Pierina Gilli, nascida em uma família de camponeses, que trabalhava como perpétua e como enfermeira em um hospital e levava uma vida muito simples até sua morte em 1991, aos 80 anos de idade. Os fenômenos místicos que a envolveram abrangem dois períodos de tempo: o primeiro data de 1947, quando Nossa Senhora teria aparecido a Pierina, apresentando-se com os títulos de "Rosa Mística" e "Mãe da Igreja". No manto branco de Maria, Gilli diz que também viu três rosas - uma branca, uma vermelha e uma amarela - simbolizando a oração, a penitência e o sofrimento. O segundo ciclo de aparições ocorreu em 1966, precisamente em Fontanelle. Aí, em 13 de maio, uma data significativamente mariana, Nossa Senhora indicou uma fonte específica para Pierina como um local de purificação e fonte de graças. Já em 1966, um santuário começou a ser construído no local, não como uma igreja, mas como um anfiteatro aberto. De um lado, há uma capela para a celebração da Eucaristia e, do outro, uma segunda capela menor para proteger a fonte indicada pela aparição.

O parecer dos bispos

Na década de 1960, o então bispo de Brescia Giacinto Tredici não acreditava que as aparições tivessem uma origem sobrenatural, e a mesma atitude foi mantida por seus sucessores. Em abril de 2001, no décimo aniversário da morte de Pierina Gilli, o bispo Giulio Sanguineti nomeou um padre para acompanhar o culto em Fontanelle. Posteriormente, em 17 de dezembro de 2019, o local mariano foi proclamado "Santuário Diocesano Rosa Mística - Mãe da Igreja". A proclamação ocorreu durante uma celebração eucarística presidida pelo atual bispo de Brescia, destinatário da carta do Dicastério.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Beato Papa Eugênio III

Beato Papa Eugênio III (A12)
08 de julho
Beato Papa Eugênio III

Píer Bernardo Paganelli nasceu em Montemagno, Itália, em nobre, rica e cristã família. De temperamento reservado, inteligente, calmo e ponderado, estudou e recebeu a ordenação sacerdotal na diocese de Pisa, centro cultural próximo da sua cidade natal.

Em 1130 conheceu pessoalmente São Bernardo de Claraval, fundador da Ordem dos Monges Cistercienses, com quem desenvolveu forte amizade, entrando para o seu mosteiro em 1135. Foi designado para abrir um novo mosteiro em Farfa, na Diocese de Viterbo, tornando-se abade por determinação do Papa Inocêncio II.

Sucedeu a ele na Cátedra de Pedro em 1145, tomando o nome de Eugênio III. Sua escolha foi motivada por não pertencer ao colégio cardinalício, pois então as casas de vários deles haviam sido saqueadas por instigação de Arnaldo de Bréscia, um clérigo revoltado que pregava a pobreza absoluta da Igreja, e políticos que exigiam (!) a escolha de um Papa que entregasse o seu poder político ao seu partido… bem como desejavam se apropriar dos bens da Igreja.

Mas horas após a eleição, teve que fugir de Roma, à noite, pois a situação era insegura. Foi sagrado no mosteiro de Farfa, e diante da grave situação o novo Papa e os cardeais decidiram mudar para Viterbo, onde ficaram por oito meses. Os habitantes de Roma, contudo, pediram e apoiaram a sua volta, tornando possível que Eugênio controlasse a cidade, impondo a paz.

Porém em 1146 outra vez Eugênio teve que fugir por causa de novas agitações, indo para a França e Alemanha, de onde promoveu a Segunda Cruzada pregada por São Bernardo (que fracassou, em 1148, pela desunião entre os soberanos que a comandavam, pela traição dos bizantinos e por doenças).

Mesmo com as dificuldades em Roma, Eugênio cuidou da pureza da fé, convocando quatro concílios para impor disciplina aos insubordinados da Igreja que se aproveitavam da situação conturbada; depôs os arcebispos de York e Mainz, que não zelavam pela comunhão católica, e reformou os estudos de temas eclesiásticos e teológicos na Cúria Romana e na Igreja em favor da ortodoxia. Enquanto pessoalmente trabalhava neste sentido, visitando o norte da Itália, enviou o cardeal Breakspear, futuro Papa Adriano IV, com o mesmo objetivo na região da Escandinávia.

Em 1152 pôde voltar a Roma, apoiada pelo imperador germânico Frederico “Barba-Roxa” (na verdade, “Barbarossa” em Italiano, isto é, de barba ruiva), como mediador entre as facções romanas. Iniciou a construção do palácio pontifício, durante um ano de paz, falecendo em 8 de julho de 1153.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

É sempre possível constatar, ao longo da História, como essencialmente as mesmas situações – pois o Homem é sempre o mesmo na sua miséria pessoal e na sua potencial grandeza em Cristo – acontecem, ainda que com roupagens diferentes. O empenho da Igreja, hoje, internamente exige disciplinar as insubordinações doutrinárias e litúrgicas, reformar o ensino de clérigos e leigos na ortodoxia da Fé, e excluir os que, de dentro dela, não agem em comunhão com os preceitos universais de Jesus; e externamente reagir à política dos que pretendem (!) lhe subtrair partidariamente o poder que lhe é legítimo e conferido por Deus, bem como se apropriar dos seus bens materiais (e espirituais) para fins mundanos. Santo Eugênio teria hoje os seus mesmos trabalhos, e nós fiéis também temos o dever de apoiar a volta da santidade para a nossa residência espiritual, com orações e ações.

Oração:

Senhor, santo e supremo Pontífice, concedei-nos pela intercessão de São Eugênio III a paz e a proteção da Igreja, e a graça de Vos deixar comandar soberanamente as nossas almas, para que não fracasse, pela desunião Convosco, a cruzada da nossa santificação; e, assim curados das enfermidades de traição de alma por nossos pecados, com o apoio da Vossa realeza iniciemos a construção do retorno para a nossa casa definitiva, o Vosso palácio Celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 7 de julho de 2024

A Rejeição à Pessoa de Jesus

Palavra do Pastor - Dom Paulo Cezar Costa (arqbrasilia)

A Rejeição à Pessoa de Jesus

14º Domingo do Tempo Comum

  • julho 6, 2024

Papa Francisco nos explica o Evangelho de hoje: «A hodierna página evangélica (Mc 6, 1-6) apresenta Jesus que regressa a Nazaré e, no dia de sábado, começa a ensinar na sinagoga. Desde que tinha ido embora para começar a pregar nos povoados e aldeias circunvizinhas, nunca voltara à Sua pátria. Voltou. Portanto, toda a cidade terá ido ouvir este filho do povo, cuja fama de mestre sábio e de poderoso curador já se alastrava pela Galileia e além. Mas aquilo que se poderia apresentar como um sucesso, transformou-se numa clamorosa recusa, a ponto de Jesus não poder realizar ali prodígio algum, mas apenas umas poucas curas (v. 5). A dinâmica daquele dia foi reconstruída detalhadamente pelo evangelista Marcos. O povo de Nazaré inicialmente ouve e fica admirado. Depois questiona-se perplexo: “de onde lhe vêm estas coisas”, essa sabedoria?; e, no final, escandaliza-se ao reconhecer n’Ele o carpinteiro, o filho de Maria, que eles viram nascer (vv. 2-3). Por isso Jesus conclui com a expressão que se tornou proverbial: “um profeta só é desprezado na sua pátria” (v. 4).

Perguntemo-nos: por que passam os concidadãos de Jesus da admiração à incredulidade? Eles fazem um confronto entre a origem humilde de Jesus e as suas capacidades atuais: é um carpinteiro, não estudou, contudo prega melhor que os escribas e faz milagres. Mas em vez de se abrirem à realidade, escandalizam-se. Segundo os habitantes de Nazaré, Deus é demasiado grande para se abaixar e falar por meio de um homem tão simples! É o escândalo da encarnação: o evento desconcertante de um Deus que Se fez carne, que pensa com mente de homem, trabalha e age com mãos de homem, ama com coração de homem, um Deus que trabalha, come e dorme como um de nós. O Filho de Deus inverte qualquer esquema humano: não foram os discípulos que lavaram os pés ao Senhor, mas foi o Senhor que lavou os pés dos discípulos (Jo 13, 1-20). É esse o motivo de escândalo e de incredulidade não só naquela época, mas em todas as épocas e também hoje.

A inversão realizada por Jesus engaja os Seus discípulos de ontem e de hoje numa verificação pessoal e comunitária. […] O Senhor convida-nos a assumir uma atitude de escuta humilde e de expectativa dócil, porque a graça de Deus se apresenta, com freqüência, de maneiras surpreendentes, que não correspondem às nossas expectativas. Pensemos juntos na Madre Teresa de Calcutá, por exemplo. Uma religiosa pequenina — ninguém dava dez tostões por ela — que ia pelas ruas recuperar os moribundos para que tivessem uma morte digna. Essa pequenina religiosa fez maravilhas com as orações e com as suas obras! A pequenez de uma mulher revolucionou as obras de caridade na Igreja. É um exemplo para os nossos dias. Deus não se conforma com os preconceitos.

Devemos esforçar-nos por abrir o coração e a mente, para acolher a realidade divina que vem ao nosso encontro. Trata-se de ter fé: a falta de fé é um obstáculo à graça de Deus. Muitos batizados vivem como se Cristo não existisse: repetem-se gestos e os sinais da fé, mas a eles não corresponde uma adesão real à pessoa de Jesus nem ao seu Evangelho». […] (Papa Francisco, Angelus de 8 de julho de 2018).

 Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

A fé comprometida

Viver pele fé (Crédito: Paz e Vida)

A FÉ COMPROMETIDA

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Partindo do princípio de que a fé cristã não é somente uma doutrina, uma sabedoria, um conjunto de regras morais ou uma tradição, mas que a vida de fé tem o poder de nos proporcionar um encontro real com Jesus Cristo, transmitir a fé significa, então, criar em cada lugar e em cada tempo as condições para que este encontro entre os homens e Jesus aconteça. O objetivo de toda evangelização é, pois, ajudar as pessoas a fazer a experiência deste encontro, que é, ao mesmo tempo, íntimo e pessoal, público e comunitário. 

O grande desafio que temos na atualidade não é só ajudar aqueles que participam das nossas comunidades a cultivarem a vida de fé, mas ir ao encontro da ovelha ferida e dispersa, isto é, dos que foram batizados e fazem parte das estatísticas das nossas comunidades, mas se afastaram e já não celebram mais a vida de fé em comunidade. Devemos trabalhar para ajudar estas pessoas a fazerem um novo encontro com o Senhor Jesus. Ele é o único que dá um profundo significado a nossa existência, e nos ajuda a redescobrir a importância da fé, como fonte de graça, que dá alegria e esperança à vida pessoal, familiar e comunitária. 

A fé deve se tornar em nós a chama do amor, que ascende realmente o meu ser, e assim pode iluminar também a vida do próximo. O homem atinge a sua maturidade amando a Deus e aos irmãos. Este é o mandamento que recebeu e que é também o seu destino mais belo e verdadeiro. O princípio pastoral enunciado pelo Catecismo diz: “Toda finalidade da doutrina e do ensinamento deve ser posta no amor que não acaba. Com efeito, pode-se facilmente expor que é preciso crer, esperar ou fazer; mas sobretudo, é preciso fazer sempre que apareça o Amor de Nosso Senhor, para que cada um compreenda que cada ato de virtude perfeitamente cristão não tem outra origem, senão o Amor, e outro fim, senão o Amor” (ClgC, n. 25). Cada um de nós recebeu a fé por intermédio de outros, e a outros tem a obrigação de transmiti-la. 

Num mundo, que valoriza o sucesso da ascensão social, podemos correr o risco de ser discípulos que anunciam mais os valores da realidade do mundo, do que os valores do Evangelho anunciado por Jesus. É na experiência do encontro com o Senhor, através da sua Palavra, da oração e da caridade, que os discípulos podem oferecer um testemunho capaz de tocar a mente e o coração dos homens e das mulheres do nosso tempo, ajudando-os a percorrerem um caminho de vida, marcado pelo encontro com o Senhor da paz, do diálogo, da esperança e da misericórdia, que se inclina para curar o ferido. Ele, de braços abertos, acolhe o afastado, e com amor e ternura percorre conosco o caminho da vida, para podermos chegar à vida eterna, na casa do Pai. 

O nosso crescimento espiritual não acontece por acaso. Precisamos ter a humildade de deixar a graça de Deus agir em nós, deixando o Espírito Santo oxigenar o nosso coração, a nossa vida de comunidade de fé, através da escuta e da leitura da Palavra de Deus. “Quando conhecemos a Palavra de Deus, não temos o direito de não acolhê-la; e, uma vez acolhida, não temos o direito de impedi-la de encarnar-se em nós; quando ela se encarna em nós, não temos o direito de conservá-la para nós: a partir daquele momento pertencemos a àqueles que a esperam” (Madeleine Delbrêl). 

Os discípulos do Senhor Jesus são enviados para a missão, “como operários do amor”, porque participam da missão junto ao Pai e ao Espírito Santo. Mas esta missão não poderá ser vivida intensamente pelos discípulos, se antes não fizerem uma experiência viva de comunhão com o Senhor Jesus, que anunciou o Reino de Deus, mas também carregou a cruz, e na cruz entregou a vida nas mãos do Pai, para que tivéssemos vida e vida em abundância.  

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Para defender a fé

Para defender a fé (Canção Nova)

Para defender a fé

Carta apostólica do Santo Padre João Paulo II dada motu proprio Ad tuendam fidem, com a qual são inseridas algumas normas no Código de Direito Canônico e no Código dos Cânones das Igrejas Orientais.

Carta Apostólica de João Paulo II Ad tuendam fidem

Defender a fé da Igreja Católica contra os erros que surgem por parte de alguns fiéis, especialmente daqueles que se dedicam propositadamente às disciplinas da teologia sagrada, pareceu-nos absolutamente necessário a Nós, cuja tarefa principal é confirmar os nossos irmãos na fé (cf. Lucas 22, 32), que nos textos atuais do Código de Direito Canônico e do Código dos Cânones das Igrejas Orientais se acrescentam normas que impõem expressamente o dever de observar as verdades definitivamente propostas pelo Magistério do Igreja, fazendo também menção às sanções canônicas sobre o mesmo assunto. 

1. Desde os primeiros séculos até os dias de hoje, a Igreja professa as verdades sobre a fé de Cristo e o mistério da sua redenção, que foram posteriormente recolhidas nos Símbolos da fé; hoje, de fato, são comumente conhecidos e proclamados pelos fiéis na celebração solene e festiva das missas como o Credo Apostólico ou o Credo Niceno-Constantinopolitano. O mesmo Credo Niceno-Constantinopolitano está contido na Profissão de Fé, recentemente elaborada pela Congregação para a Doutrina da Fé (1) , que de maneira especial é imposta a certos fiéis para ser emitida quando assumem um cargo relacionado direta ou indiretamente com a busca mais profunda no âmbito das verdades relativas à fé e aos costumes ou vinculadas a um poder particular no governo da Igreja (2) . 

2. A Profissão de Fé, devidamente precedida do Credo Niceno-Constantinopolitano, contém também três proposições ou parágrafos que pretendem explicar as verdades da fé católica que a Igreja, sob a orientação do Espírito Santo, que "lhe ensinará todas as verdade" ( Jo 16, 13), ao longo dos séculos esquadrinhou ou examinará mais profundamente (3) . O primeiro parágrafo que afirma: «Creio também com fé firme em tudo o que está contido na Palavra de Deus escrita ou transmitida e que a Igreja, quer com julgamento solene, quer com Magistério ordinário e universal, propõe que se acredite como divinamente revelado» (4) , convenientemente afirma e tem as suas disposições na legislação universal da Igreja nos cân. 750 do Código de Direito Canônico e 598 do Código dos Cânones das Igrejas Orientais.

O terceiro parágrafo que diz: «Aderi também com religiosa subserviência de vontade e de intelecto às doutrinas que o Romano Pontífice ou o Colégio dos Bispos propõem quando exercem o seu magistério autêntico, mesmo que não pretendam proclamá-las com um ato definitivo », encontra o seu lugar nos cânones. 752 do Código de Direito Canônico e 599 do Código dos Cânones das Igrejas Orientais. 

3. Contudo, o segundo parágrafo que afirma: «Aceito e mantenho firmemente todas as verdades individuais relativas à doutrina relativa à fé ou aos costumes definitivamente propostos pela Igreja», não tem cânone correspondente nos Códigos da Igreja Católica. Este parágrafo da Profissão de Fé é de extrema importância, pois indica as verdades necessariamente ligadas à revelação divina. Estas verdades, que na exploração da doutrina católica expressam uma inspiração particular do Espírito de Deus para a compreensão mais profunda da Igreja de alguma verdade relativa à fé ou aos costumes, estão ligadas tanto por razões históricas como por uma consequência lógica. 

4. Portanto, movidos por esta necessidade, decidimos oportunamente preencher esta lacuna no direito universal da seguinte forma: A) Can. 750 do Código de Direito Canônico passará a ter dois parágrafos, sendo que o primeiro consistirá no texto do cânon atual e o segundo apresentará um novo texto, para que globalmente possa. 750 soará: Can. 750 – § 1. Pela fé divina e católica devem-se acreditar todas as coisas que estão contidas na Palavra escrita ou transmitida de Deus, isto é, no único depósito de fé confiado à Igreja, e que juntas são propostas como divinamente revelado, quer pelo Magistério solene da Igreja, quer pelo seu Magistério ordinário e universal, isto é, aquele que se manifesta pela adesão comum dos fiéis sob a orientação do Magistério sagrado; conseqüentemente, todos são obrigados a evitar qualquer doutrina que lhes seja contrária. § 2. É preciso também aceitar e reter com firmeza todas e cada uma das coisas que são definitivamente propostas pelo Magistério da Igreja em matéria de fé e de costumes, ou seja, aquelas que são necessárias para guardar santamente e expor fielmente o próprio depósito da fé; portanto, aqueles que recusam que as mesmas proposições sejam definitivamente sustentadas opõem-se à doutrina da Igreja Católica. Na lata. 1371, n. 1º do Código de Direito Canônico, a citação do cân. 750 § 2º, para que o mesmo possa. 1371 de agora em diante soará como um todo: Can. 1371 – Seja castigado com castigo justo:

1) quem, além do caso mencionado no cân. 1364 § 1, ensina uma doutrina condenada pelo Romano Pontífice ou pelo Concílio Ecuménico ou rejeita obstinadamente a doutrina mencionada no cân. 750 § 2 ou no cân. 752, e admoestado pela Sé Apostólica ou pelo Ordinário não retratado;

2) que de qualquer outra forma não obedece à Sé Apostólica, ao Ordinário ou ao Superior que legitimamente o ordena ou proíbe, e depois da admoestação persiste na sua desobediência.
[…]

Roma, junto de São Pedro, 18 de maio de 1998, vigésimo ano do Nosso Pontificado. 

João Paulo II 

Notas 

1) Congregatio pro doctrina fidei, Professio fidei et Iusiurandum fidelitatis in suscipiendo officio nomina Ecclesiae exercendo , 9 de janeiro de 1989, in AAS 81 (1989) 105. 

2) Cf. 833. 

3) Cf. Código de Direito Canônico, cân. 747 § 1; Código dos Cânones das Igrejas Orientais, cân. 595 § 1. 

4) Cf. Sacrosanctum Concilium oecumenicum Vaticano II, constitutio dogmatica Lumen gentium , De Ecclesia, n. 25, 21 de novembro de 1964, em AAS 57 (1965) 29-31; constitutio dogmatica Dei Verbum , De divina Revelatione, 18 de novembro de 1965, n. 5, em AAS 58 (1966) 819; Congregatio pro doctrina fidei, instructio Donum Veritatis , De ecclesiali theologi vocatione, 24 de maio de 1990, n. 15, in AAS 82 (1990) 1556. […] Texto retirado do L'Osservatore Romano de 30 de junho a 1 de julho de 1998

Arquivo 30Dias 07/08 – 1998

Fonte: https://www.30giorni.it/

Reflexão para o XIV Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Foi na cruz de Jesus que se manifestou a força de Deus! Portanto, concluindo nossa reflexão, deixemos Paulo falar em nós: “Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A primeira leitura nos ensina o que é um profeta e qual sua função, quando Deus, como nos relata o livro de Ezequiel, o convoca e o envia aos israelitas para lhes dizer: “Filho do homem, eu te envio aos israelitas, nação de rebeldes, que se afastaram de mim.” Mais adiante, acrescenta: “e tu lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus.” O profeta é um homem comum, escolhido dentre os demais, que se dirige a todos com a autoridade recebida de Deus, para alertar os mesmos, com o objetivo de salvá-los da infelicidade.

Do mesmo modo como costuma acontecer conosco, quando alguém vem nos alertar de algum erro que estamos cometendo, nós não gostamos e até agredimos o amigo. Também o povo de Israel não gostava dos profetas porque eles os incomodavam, fazendo mudar de vida e retomar o caminho certo.

No Evangelho, Marcos nos fala que Jesus é esse profeta. Os presentes na sinagoga não o aceitam, pois além de perturbar a ordem, corrigindo as interpretações da Lei feita pelos doutores, ele era não apenas um homem comum, mas filho de pessoas muito simples. Isso causou uma admiração negativa, um espanto. Como o filho do José carpinteiro e de Dona Maria, vem nos ensinar? Que escola ele frequentou? Quem ele pensa que é? E assim Jesus foi rejeitado até ser crucificado, apesar de suas palavras de carinho, de perdão, apesar de seus milagres e de seu ensinamento trazer a felicidade ao coração das pessoas. Mas apesar disso, seu ensinamento exigia mudança de vida, reconhecer-se pecador, deixar a vidinha acomodada e egoísta para ser feliz de verdade.

Na segunda leitura temos aquele famoso trecho da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios, onde ele fala de que lhe foi dado um espinho na carne, que é como um anjo de Satanás. Muito já se escreveu sobre isso. Mas afinal, que espinho é esse? Certamente Paulo se refere à fragilidade do profeta, do apóstolo, do missionário, do catequista, do cristão, quando ser humano que é, sente-se em conflito quando, exercendo sua função, é confrontado pelas atitudes hostis daqueles a quem é enviado. E a resposta de Deus para Paulo e para todos nós que vivenciamos nossa humildade, nossos limites é: “Basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder.”

Foi na cruz de Jesus que se manifestou a força de Deus!

Portanto, concluindo nossa reflexão, deixemos Paulo falar em nós: “Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. Pois, quando sou fraco, então é que sou forte.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF