Translate

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Caminho Neocatecumenal celebra 50 anos no Brasil

Santuário Nossa Senhora Aparecida (cn.org)

CAMINHO NEOCATECUMENAL CELEBRA 50 ANOS NO BRASIL

19 DE JUNHO DE 2024 C. N. BRASIL

No dia 14 de julho de 2024, às 15 horas, o Santuário Nacional de Aparecida será o local de uma celebração especial em comemoração aos 50 anos do Caminho Neocatecumenal no Brasil. O evento contará com a presença de Dom Orani João Tempesta, Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo, diversos arcebispos, bispos, padres e aproximadamente 30 mil membros do Caminho Neocatecumenal vindos de todo o país.

Programação da Celebração

A celebração começará com a proclamação da Palavra e a pregação do Kerigma, conduzida pela equipe responsável pelo Caminho Neocatecumenal no Brasil: Padre José Folqué, Raúl Viana e Tonha Cendán. Em seguida, Dom Orani presidirá a Eucaristia.

História e Missão do Caminho Neocatecumenal

Este evento celebra a presença e missão do Caminho Neocatecumenal no Brasil, que, após cinco décadas, está presente em mais de 100 dioceses, aproximadamente 500 paróquias com 1.800 comunidades em todo o país. Este itinerário de iniciação cristã pós-batismal está a serviço da Igreja para a Nova Evangelização, anunciando o amor de Jesus Cristo para todas as nações. Ao longo dos anos, este anúncio tem transformado a vida de muitas pessoas que se abrem ao chamado do Senhor, resultando no surgimento de novas vocações: presbíteros, religiosas e famílias abertas à vida, conforme a Encíclica Humanae Vitae, de São Paulo VI.

O Caminho Neocatecumenal começou em 1964, na favela de Palomeras Altas, em Madri, Espanha, quando o pintor espanhol Kiko Argüello, após uma crise existencial e uma profunda experiência de conversão, decidiu viver entre os pobres para, no sofrimento deles, encontrar e contemplar Jesus Cristo.

Kiko, a Serva de Deus Carmen Hernández e Pe. Mario Pezzi

Em Palomeras, Kiko conheceu a Serva de Deus Carmen Hernández. A pedido dos pobres, Kiko e Carmen começaram a anunciar o Evangelho, e os primeiros sinais de conversão surgiram quando essas pessoas responderam à Palavra de Deus. Assim, formou-se a primeira comunidade baseada na “Palavra de Deus, Liturgia e Comunidade”. (Fruto das Constituições do Concílio Vaticano II: Dei Verbum, Sacrosanctum Concilium, Lumen Gentium e Gaudium et Spes).

Com a indicação do então Arcebispo de Madri, Dom Casimiro Morcillo, essa primeira comunidade começou a celebrar em uma paróquia próxima, e, aos poucos, esse itinerário de iniciação cristã se difundiu na Arquidiocese de Madri e demais dioceses em todo o mundo. Em 1971, o presbítero italiano Mário Pezzi se juntou à equipe de Kiko e Carmen.

Para conhecer a história do Caminho Neocatecumenal, acesse: neocatechumenaleiter.org.

No Brasil, o Caminho Neocatecumenal começou em 1974, nos estados do Paraná e de São Paulo nas dioceses de Umuarama (PR), Toledo (PR), Franca (SP) e Jaboticabal (SP). As primeiras comunidades foram formadas por duas equipes de catequistas itinerantes enviados pela Equipe internacional responsável pelo Caminho, Kiko Argüello e Carmen Hernández, que foram acolhidas pelos bispos das respectivas dioceses mencionadas.

O Apoio dos Pontífices

30 de dezembro de 1988: São João Paulo II preside a Eucaristia de envio das famílias para a Nova Evangelização. Porto São Giorgio, Itália

No ano de 1974, o Papa Paulo VI, em uma audiência concedida às primeiras comunidades neocatecumenais, destacou a missão do Caminho:

“Sabemos que em vossas comunidades vos esforçais todos juntos em compreender e desenvolver as riquezas do vosso Batismo e suas consequências pela vossa pertença a Cristo. Tal empenho vos leva a perceber que a vida cristã não é outra coisa senão uma coerência, um dinamismo permanente que deriva do fato de ter aceitado estar com Cristo e prolongar a sua presença e a sua missão no mundo (…) Viver e promover esse despertar é considerado por vocês como uma forma de catecumenato pós-batismal, que poderá renovar nas comunidades cristãs de hoje aqueles efeitos de amadurecimento e de aprofundamento que na Igreja primitiva eram realizados no período de preparação ao Batismo (…)O fato é que vós olhais para a autenticidade, para a plenitude, para a coerência, para a sinceridade da vida cristã. E isso tem um mérito grandíssimo, repito, que nos consola enormemente”.

(Cf. vatican.va/audiences/1974)

Os sucessivos pontífices impulsionaram e reconheceram o Caminho como fruto e inspiração do Espírito Santo para ajuda da Igreja.

Em 1990, São João Paulo II escreveu na carta Ogniqualvolta:

“Reconheço o Caminho Neocatecumenal como um itinerário de formação católica válida para a sociedade e para os tempos de hoje” e “desejo vivamente, portanto, que os irmãos no episcopado valorizem e ajudem – juntos com seus presbíteros – esta obra para a nova evangelização”.

(Cf. vatican.va/1990/documents)

Da mesma forma, Bento XVI acompanhou, sustentou e animou a expansão missionária do Caminho. Durante seu pontificado, em 2008, foram aprovados os Estatutos de maneira definitiva pelo Pontifício Conselho para os Leigos.

“Dou graças ao Senhor pela alegria de vossa fé e pelo ardor do vosso testemunho cristão. Graças a Deus! Agradeço-vos por tudo o que fazem na Igreja e no mundo”, disse o Papa Francisco na primeira audiência com os iniciadores e membros do Caminho, em 2014.

(Cf vatican.va/francesco/2014)

O atual Pontífice enviou solenemente, em diversas ocasiões, famílias em Missão, presbíteros e novas “missio ad gentes” a lugares descristianizados do mundo.

Vocações

O Caminho Neocatecumenal produziu inúmeros frutos no Brasil, incluindo quatro Seminários Missionários Arquidiocesanos Redemptoris Mater em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belém do Pará. São mais de 100 seminários Redemptoris Mater no mundo, formando presbíteros missionários diocesanos para a Nova Evangelização.

Serva de Deus Carmen Hernández

O processo de beatificação de Carmen Hernández, coiniciadora do Caminho Neocatecumenal, foi oficialmente aberto em Madri, em julho de 2021. Carmen dedicou a vida à evangelização, deixando um profundo legado espiritual.

Desde o início do processo, inúmeros testemunhos sobre a vida e virtudes da Serva de Deus Carmen Hernández têm sido coletados, evidenciando seu amor por Cristo. O processo está na fase diocesano que visa reunir provas documentais e testemunhais sobre a vida de Carmen, reconhecendo sua santidade e influência na vida de muitos fiéis.


Caminho Neocatecumenal no Brasil
Assessoria de Comunicação

 Fonte: https://cn.org.br/

Carmelitas brasileiras cuidam do santuário de são Luís e santa Zélia Martin, pais de santa Teresinha, na França

Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo na capela do Santuário de São Luís e Santa Zélia Martin, em Alençon, França (ACI Digital)

A casa onde viveu a família de são Luís e santa Zélia Martin, pais de santa Teresinha do Menino Jesus, em Alençon, França, tornou-se um santuário e quem cuida dele são as Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo, uma congregação brasileira.

O Instituto das Irmãs Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo foi fundado por madre Maria José do Espírito Santo, na cidade de Nova Almeida (ES), em 30 de julho de 1984. Tem como carisma “contemplar para evangelizar”. Elas chegaram ao santuário de são Luís e santa Zélia Martin, em Alençon, em 2020.

“Tinha uma congregação aqui, mas a irmã responsável daqui foi eleita superiora geral e precisou se mudar para Roma”, contou à ACI Digital a irmã Catiane Joanol Neitzke. “Nesse período de transição, essa congregação chegou à conclusão de que não conseguiria continuar a missão aqui. Então, o santuário começou a procurar uma nova congregação”.

Segundo ela, naquela época, “com a graça de Deus”, uma “amiga em comum brasileira”, devota de santa Teresinha e de seus pais, ficou sabendo que o santuário procurava uma nova congregação, conversou com a madre das Carmelitas Mensageiras, “que entrou em contato com o santuário para entender um pouco mais”.

“Conversando, acabaram decidindo que seriam as Carmelitas Mensageiras que viriam para cá. Nesse período não estava prevista nenhuma nova fundação, mas a madre aceitou pela beleza do projeto, mas não sabia quem ela podia enviar, não tinha ninguém que falasse francês”.

Embora na época, as carmelitas mensageiras já tivessem três comunidades na França – em Tolon (que não existe mais), Orange e Vénissieux –, nenhuma das irmãs dessas comunidades podia ser transferida para Alençon. “Então, a madre, conversando com as conselheiras do Brasil, escolheu quatro irmãs e depois se decidiu que seriam cinco”.

As carmelitas foram chegando a Alençon aos poucos na época da pandemia de covid-19. As duas primeiras, uma brasileira e uma italiana, chegaram em janeiro de 2020 e a comunidade abriu as portas em 2 de fevereiro. Logo depois chegou mais uma brasileira. Em julho daquele ano, chegaram a irmã Catiane, do Brasil, e outra irmã argentina.

Todas tiveram o desafio de aprender francês juntas. “Tínhamos a ajuda de uma irmã que falava francês e veio por seis meses, e de voluntários. Nós levamos um período quase que recorde para chegar a um país e falar durante uma hora sobre uma coisa”, recordou irmã Catiane. “Nossa missão aqui é falar. Então, sabíamos que, como carmelitas mensageiras, nós temos uma necessidade de evangelizar, uma necessidade de falar”, acrescentou.

Ao mesmo tempo em que aprendiam o idioma, as carmelitas também aprendiam sobre a vida da família Martin e, encantadas, tinham o desejo de logo apresentar para outras pessoas o que estavam conhecendo. “Mas não podíamos falar em francês, então, gravamos uma novena em português, que está no canal de Youtube do santuário, porque estávamos explodindo por dentro de tanta vontade de falar para as pessoas”, contou.

Quatro meses depois, a primeira carmelita “já se lançou” a falar em francês com os visitantes, depois foram as outras, em “cinco meses, seis meses”.

Irmã Catiane explica por que da presença de religiosas no santuário. “Não é só para contar uma história, não é como um museu, mas é um lugar onde se vêem os objetos que pertenceram a eles e se ajuda as pessoas a entrarem um pouco  na história de são Luís e santa Zélia, mas pensando na própria vida”, disse. “Como carmelitas mensageiras, nossa missão é, a partir da contemplação, evangelizar à luz do Espírito Santo. A partir do momento que vemos algo na vida de Luís e Zélia, que são santos porque amaram Jesus, são nossos irmãos mais velhos que nos ajudam a ir para o céu, a partir disso como podemos fazer para que a pessoa que está aqui tenha uma experiência? O ser carmelita ajuda na percepção e ir ao encontro de cada pessoa”, completou.

O santuário de são Luís e santa Zélia Martin

A irmã Catiane contou à ACI Digital que, “antes, o santuário era chamado casa natal de santa Teresinha”, mas, “com a beatificação e canonização de são Luís e santa Zélia”, que aconteceram em 2008 e 2015, respectivamente, “o trabalho do santuário é fazer conhecidos os pais, e chamamos hoje de casa da família Martin”.
Capela e casa de São Luís e Santa Zélia Martin em Alençon, França | Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo (ACI Digital)

“Aqui é a casa dos pais de santa Zélia. Ela viveu aqui dos 13 aos 26 anos, quando se casou com são Luís. Quando se casaram, foram morar na casa da relojoaria. Depois de um tempo, são Luís decidiu que ia vender a relojoaria para ajudar na fábrica do ponto de Alençon, da renda [da família de santa Zélia]. Então, como vendeu a relojoaria, vendeu também o prédio, a casa. Nesse movimento, eles se mudaram para a casa do pai de santa Zélia, que já tinha morrido. Santa Zélia tinha dois irmãos, uma irmã que era religiosa e o irmão estava bem estabelecido como farmacêutico em Lisieux. Naturalmente, santa Zélia veio morar na casa que ficou para ela”, contou a carmelita.

A família se mudou para a casa em 1871. Na época, o casal já tinha as filhas Maria, Paulina, Leônia e Celina. “Teresinha nasceu aqui um ano e meio depois, em 1873. Em 1877, santa Zélia morreu. Então, costumamos dizer que aqui é a única casa em que a família viveu toda junta”, disse a irmã Catiane.

Segundo a carmelita, quando as pessoas vão ao santuário em Alençon, a visita começa na “galeria, onde estão os objetos da família, assistem a um filme de 20 minutos que é de santa Zélia, com suas cartas, que conta esse período dela em Alençon, e depois entramos na casa e terminamos na capela”.

A capela é construída ao lado do quarto do casal Martin, onde santa Teresinha nasceu. “A parede foi quebrada e hoje é de vidro. Então, quando você está na capela, tem a parede de vidro e você olha para o lado e vê o quarto de são Luís e santa Zélia”, disse.

Além de visitar o santuário, os peregrinos também podem fazer uma visita à vila e conhecer a ponte onde são Luís e santa Zélia se encontraram pela primeira vez, a igreja onde se casaram, a casa da relojoaria onde viveram logo depois do casamento. Mas, para isso, disse a irmã Catiane, o grupo precisa de uma visita de um dia inteiro em Alençon.

Com as irmãs hoje no santuário de Alençon, há a “capacidade de receber visitantes em inglês, espanhol, italiano, francês e português”.

O que são Luís e santa Zélia têm a ensinar

“Acho fantástica essa missão aqui porque podemos abordar muitos aspectos”, disse a irmã Catiane. Primeiramente, falar de família. “Temos retiros propostos para casais, renovação de votos de casamento”, disse. No sábado (13), na programação da festa do casal Martin, “os casais farão a renovação dos votos matrimoniais e recebemos um número bem interessante de pessoas que vêm celebrar aniversário de casamento, 25, 50, 60 anos de casamento”.

Há também um trabalho voltado para os solteiros. “Temos um retiro para solteiros que desejam formar uma família santa, é um retiro com 50% rapazes e 50% moças que já têm mais de 35 anos de idade e ainda não se casaram e sofrem por isso, porque desejam formar uma família e querem, à luz de são Luís e santa Zélia, formar uma família santa”.

Além disso, nas próprias visitas, as irmãs conseguem abordar vários temas. “São Luís e santa Zélia são uma fonte inesgotável”, disse a religiosa. “Não é que surjam novas coisas, mas às vezes você tem um clique. Nisso, ser carmelita mensageira do Espírito Santo, ser contemplativa nos ajuda muito na missão, porque lendo alguma coisa, conseguimos colocar em prática na visita e ajudar a pessoa a fazer uma experiência pessoal”, disse. Por isso, nas visitas, cada irmã “vai sentindo o que precisa. O Espírito Santo trabalha onde é necessário para cada um”.

Fonte: https://www.acidigital.com/

NAZARENO: Última Ceia (O exemplo do serviço e a dádiva do Seu Corpo) - (50)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 50 - Última Ceia (O exemplo do serviço e a dádiva do Seu Corpo)

Última Ceia (O exemplo do serviço e a dádiva do Seu Corpo)

À tarde, Jesus e os outros apóstolos descem do Monte das Oliveiras em direção à cidade.

Quando chegou a hora, ele se pôs à mesa com seus apóstolos e disse-lhes: “Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco antes de sofrer; pois eu vos digo que já não a comerei até que ela se cumpra no Reino de Deus”.

Antes de se sentarem para comer, eles tinham feito as abluções tradicionais. Mas, de improviso, Jesus levanta-se da mesa, depõe o manto e, tomando uma toalha, cinge-se com ela. Depois coloca água numa bacia e começa a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los. Lava os pés de todos. Também de Judas. Chega, então, a Simão Pedro, que lhe diz: “Senhor, tu, lavar-me os pés?! Respondeu-lhe Jesus: “O que faço, não compreendes agora, mas o compreenderás mais tarde”. Disse-lhe Pedro: “Jamais me lavarás os pés!”. Jesus respondeu-lhe: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. Simão Pedro lhe disse: “Senhor, não apenas meus pés, mas também as mãos e a cabeça”.

Depois de ter lavado os pés de todos, o Nazareno senta-se novamente à mesa e lhes disse: “Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, também vós o façais. Em verdade, em verdade, vos digo: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que quem o enviou”.

Quando começam a comer, acontece um fato extraordinário. Jesus tomou um pão e, tendo-o abençoado, partiu-o e, distribuindo-o aos discípulos, disse: “Tomai e comei isto é o meu corpo”. Ele disse exatamente isso, "este é o meu corpo" e depois acrescenta: "fazei isto em minha memória". Os doze que estavam à mesa com ele o olham interrogativamente. O que significa comer seu "corpo"? Depois de partir e distribuir o pão, Jesus parece perturbado.

Disse: “Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me entregará”. Os discípulos entreolharam-se, sem saber de quem falava. Estava à mesa, ao lado de Jesus, um de seus discípulos, aquele que Jesus amava. Simão Pedro, faz-lhe então, um sinal e diz-lhe: “Pergunta-lhe quem é aquele de que fala”. João, reclinando-se sobre o peito de Jesus, diz-lhe: “Quem é, Senhor?”. Responde Jesus: “É aquele a quem eu der o pão que vou umedecer no molho”. Então, Judas, seu traidor, perguntou: “Porventura sou eu, Rabi?”. Jesus respondeu-lhe: “Tu o dizes”.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/07/09/15/138119655_F138119655.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O pecado pessoal

O pecado pessoal (Opus Dei)

O pecado pessoal

O pecado é uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna. É uma ofensa a Deus, que lesa a natureza do homem e atenta contra a solidariedade humana.

30/01/2015

1. O pecado pessoal: ofensa a Deus, desobediência à lei divina

O pecado pessoal é um “ato, palavra ou desejo contrário à lei eterna”[1]. Isto significa que o pecado é um ato humano, já que requer o exercício da liberdade[2], e se expressa em atos externos, palavras ou atos internos. Além do mais, este ato humano é mau, isto é, opõe-se à lei eterna de Deus, que é a primeira e suprema regra moral, fundamento das demais. De modo mais geral, pode-se dizer que o pecado é qualquer ato humano oposto à norma moral, isto é, à reta razão iluminada pela fé.

Trata-se, portanto, de uma postura negativa em relação a Deus e, em contraste, um amor desordenado a nós mesmos. Por isso, também se diz que o pecado é essencialmente aversio a Deo et conversio ad creaturas. Aaversio não representa necessariamente um ódio explícito ou aversão, mas o afastamento de Deus, como resultado de colocar um bem aparente ou finito acima do bem supremo do homem (conversio). Santo Agostinho descreve-o como “o amor de si próprio levado até ao desprezo de Deus”[3]. “Por essa exaltação orgulhosa de si, o pecado é diametralmente contrário à obediência de Jesus, que realiza a salvação (cfr. Flp 2, 6-9)” (Catecismo, 1850).

O pecado é o único mal em sentido pleno. Os outros males (a doença, por exemplo) em si mesmos não afastam de Deus, embora sejam certamente privação de algum bem.

2. Pecado mortal e pecado venial

Os pecados podem-se dividir em mortais ou graves eveniais ouleves (cfr. Jo 5, 16-17), dependendo de o homem perder totalmente a graça de Deus ou não [4]. O pecado mortal e o pecado venial podem ser comparados entre si como a morte e a doença da alma.

“É pecado mortal o que tem como objeto uma matéria grave e que, além do mais, é cometido com pleno conhecimento e deliberado consentimento[5]. “Com toda a tradição da Igreja, chamamos pecado mortal a este ato pelo qual um homem, com liberdade e advertência, rejeita Deus, a sua lei, a aliança de amor que Deus lhe propõe, preferindo voltar-se para si mesmo, para qualquer realidade criada e finita, para algo contrário ao querer divino (conversio ad creaturam). Isto pode acontecer de modo direto e formal, como nos pecados de idolatria, apostasia e ateísmo; ou de modo equivalente, como em todas as desobediências aos mandamentos de Deus em matéria grave”[6].

-Matéria grave: significa que o ato é por si mesmo incompatível com a caridade e, portanto, também com exigências inevitáveis das virtudes morais ou teologais.

-Pleno conhecimento (ou advertência) do entendimento: ou seja, conhece-se que a ação que se realiza é pecaminosa, isto é, contrária à lei de Deus.

-Deliberado (ou perfeitoconsentimento da vontade: indica que se quer abertamente essa ação, que se sabe contrária à lei de Deus. Isto não significa que para haver pecado mortal seja necessário querer ofender diretamente a Deus: basta que se queira realizar algo gravemente contrário à sua divina vontade[7].

As três condições têm de cumprir-se simultaneamente[8]. Se falta alguma das três o pecado pode ser venial. Isto ocorre, por exemplo, quando a matéria não é grave, embora se tenha plena advertência e perfeito consentimento; ou então, quando não há plena advertência ou perfeito consentimento, ainda que se trate de matéria grave. Logicamente, se não há advertência nem consentimento, faltam os requisitos para que se possa falar que uma ação é pecaminosa, pois não seria um ato propriamente humano.

2.1. Efeitos do pecado mortal

O pecado mortal “acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno” (Catecismo, 1861)[9]. Quando se cometeu um pecado mortal, e enquanto se permanece fora do “estado de graça” – sem recuperá-la na confissão sacramental – não deve receber a Comunhão, pois não se pode querer ao mesmo tempo estar unido e afastado de Cristo: se cometeria um sacrilégio[10].

Ao perder a união vital com Cristo pelo pecado mortal, perde-se também a união com o seu Corpo místico, a Igreja. Não se deixa de pertencer à Igreja, mas se está como membro doente, sem saúde, que produz um mal a todo o corpo. Também se ocasiona um dano à sociedade humana, porque se deixa de ser luz e fermento, mesmo que isso possa passar despercebido.

Pelo pecado mortal perdem-se os méritos adquiridos (embora estes possam ser recuperados ao receber o sacramento da Penitência), e a pessoa fica incapacitada para adquirir outros novos; o homem fica sujeito à escravidão do demônio; diminui o desejo natural de fazer o bem e provoca-se uma desordem nas potências e afetos.

2.2. Efeitos do pecado venial

“O pecado venial enfraquece a caridade; traduz uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas temporais. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento, dispõe-nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal. Mas o pecado venial não quebra a aliança com Deus. É humanamente reparável com a graça de Deus. “Não priva da graça santificante, da amizade com Deus, da caridade nem, por conseguinte, da bem-aventurança eterna” (João Paulo II, Ex. ap. Reconciliatio et paenitentia (2-12-1984), 17)” (Catecismo, 1863).

Deus perdoa os pecados veniais na Confissão e também, fora deste Sacramento, quando realizamos um ato de contrição e fazemos penitência, nos condoendo por não ter correspondido ao infinito amor que nos tem.

O pecado venial deliberado, ainda que não afaste totalmente de Deus, é uma falta muito triste que esfria a amizade com Ele. Devemos ter “horror ao pecado venial deliberado”. Para uma pessoa que quer amar de verdade a Deus não faz sentido consentir em pequenas traições porque não são pecado mortal[11]; isso leva à tibieza[12].

2.3. A opção fundamental

A doutrina da opção fundamental[13], que recusa a distinção tradicional entre os pecados mortais e os veniais, sustenta que a perda da graça santificante pelo pecado mortal – com tudo o que supõe – compromete de tal modo à pessoa que somente pode ser fruto de um ato de oposição radical e total a Deus, isto é, um ato de opção fundamental contra Ele[14].

Os defensores desta opinião errônea afirmam que resultaria quase impossível cair em pecado mortal no curso de nossas escolhas cotidianas; ou se isto acontecesse, recuperar o estado de graça mediante uma penitência sincera. Isto porque a liberdade não seria capaz de determinar, em sua capacidade ordinária de escolha, de forma tão clara e decisiva, o sinal da vida moral da pessoa. Assim, de acordo com os autores desta doutrina, como estas ações seriam “exceções momentâneas” em uma vida globalmente reta, poderiam ser justificadas faltas graves de unidade e coerência de vida cristã. Uma consequência infeliz desta teoria errônea é que ela tira o valor da capacidade de decisão e do compromisso da pessoa no uso do seu livre arbítrio.

Muito relacionado com a doutrina anterior está a proposta de uma tripartição do pecado, em veniais, graves e mortais. Os últimos suporiam uma resolução consciente e irrevogável de ofender a Deus, e seriam os únicos que afastariam de Deus e fechariam as portas à vida eterna. Desta forma, a maioria dos pecados que, por sua matéria, tradicionalmente foram considerados como mortais não seriam mais que graves, já que não se cometeriam com uma intenção positiva de rejeitar a Deus.

A Igreja apontou em numerosas ocasiões os erros que estão na base destas correntes de pensamento. Encontramo-nos diante de uma doutrina sobre a liberdade, que é muito debilitada, pois esquece que na realidade quem decide é a pessoa, que pode escolher modificar as suas intenções mais profundas e que de fato pode mudar os seus propósitos, suas aspirações, seus objetivos e todo o seu projeto de vida, através de determinados atos particulares e cotidianos[15]. Por outro lado, “fica sempre firme o princípio de que a distinção essencial e decisiva está entre o pecado que destrói a caridade e o pecado que não mata a vida sobrenatural; entre a vida e a morte não existe uma via intermediária”[16].

2.4. Outras divisões

a) Pode-se distinguir entre o pecado atual, que é o próprio ato de pecar, e o habitual, que é a mancha deixada na alma pelo pecado atual, com pena e culpa e, no caso de pecado mortal, a privação da graça.

b) O pecado pessoal distingue-se por sua vez do original, com o qual todos nascemos e que contraímos pela desobediência de Adão. O pecado original é inerente a cada um, ainda que não tenha sido cometido pessoalmente. Pode ser comparado a uma doença herdada, que se cura pelo Batismo (pelo menos, pelo desejo implícito de receber o batismo), embora permaneça uma fraqueza que inclina a cometer novos pecados pessoais. O pecado pessoal, portanto, comete-se, enquanto o pecado original contrai-se.

c) Os pecados externos são os que se cometem com uma ação que pode ser observada a partir do exterior (homicídio, roubo, difamação, etc.). Os pecados internos, por outro lado, permanecem no interior do homem, isto é, em sua vontade, sem se manifestar em atos externos (ira, inveja, avareza não exteriorizadas, etc.). Todo pecado, externo ou interno, tem origem em um ato interno da vontade: é este o ato propriamente moral. Os atos puramente interiores podem ser pecado e inclusive grave.

d) Fala-se de pecados carnais ou espirituais conforme tendem desordenadamente a um bem sensível (ou a uma realidade que se apresenta sob aparência de bem; por exemplo, a luxúria) ou espiritual (a soberba). Em si, os segundos são mais graves; não obstante, os pecados carnais são por regra geral mais veementes, precisamente porque o objeto que atrai (uma realidade sensível) é mais imediato.

e) Pecados de comissão e de omissão: todo pecado comporta a realização de um ato voluntário desordenado. Se este se traduz em uma ação, se denomina pecado de comissão; se pelo contrário, o ato voluntário traduz-se no omitir algo devido, se chama de omissão.

3. A proliferação do pecado

“O pecado cria uma propensão ao pecado; gera o vício pela repetição dos mesmos atos. Disso resultam inclinações perversas que obscurecem a consciência e corrompem a avaliação concreta do bem e do mal. Assim, o pecado tende a reproduzir-se e reforçar-se, mas não consegue destruir o senso moral até a raiz” (Catecismo, 1865).

Chamamos capitais aos pecados pessoais que induzem especialmente a outros pecados, pois são a cabeça dos demais pecados. São a soberba (princípio de todo pecado ex parte aversionis; cfr. Sir 10, 12-13), avareza (princípio ex parte conversionis), luxúria, ira, gula, inveja e preguiça (cfr. Catecismo, 1866).

perda do sentido do pecado é fruto do voluntário obscurecimento da consciência que leva ao homem – por soberba – a negar que os pecados pessoais sejam tais e inclusive a negar que exista o pecado[17].

Às vezes não cometemos diretamente o mal, mas de alguma maneira colaboramos, com maior ou menor responsabilidade e culpa moral, à ação iníqua de outras pessoas. “O pecado é um ato pessoal. Além disso, temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros, quando neles cooperamos: participando neles direta e voluntariamente; mandando, aconselhando, louvando ou aprovando esses pecados; não os revelando ou não os impedindo, quando o somos obrigados; e protegendo os que fazem o mal” (Catecismo, 1868).

Os pecados pessoais dão lugar também a situações sociais contrárias à bondade divina que se conhecem como estruturas de pecado[18]. Estas são a expressão e efeito dos pecados da cada pessoa (cfr. Catecismo, 1869)[19].

4. As tentações

No contexto das causas do pecado, temos que falar da tentação, que é a incitação ao mal. “A raiz de todos os pecados está no coração do homem” (Catecismo, 1873), mas este pode estar atraído pela presença de bens aparentes. A atração da tentação nunca pode ser tão forte que obrigue a pecar: “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação, ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela” (1 Co 10, 13). Se não se buscam, e se aproveitam como ocasião de esforço moral, podem ter um significado positivo para a vida cristã.

As causas das tentações podem reduzir-se a três (cfr. 1 Jo 2, 16):

- O “mundo”: não como criação de Deus, porque neste sentido é bom, mas na medida em que, pela desordem do pecado, nos estimula à conversio ad creaturas, com um ambiente materialista e pagão[20].

- O demônio: que nos impele a pecar, mas não tem poder para nos fazer pecar. As tentações do diabo são repelidas com oração[21].

- A “carne” ou concupiscência: desordem das forças da alma como resultado dos pecados (também chamada fomes peccati). Esta tentação vence-se com a mortificação e a penitência, e com a decisão de não dialogar e de ser sinceros na direção espiritual, sem encobrir a tentação com “razões sem razão”[22].

Diante de uma tentação, devemos lutar por evitar o consentimento, que pressupõe a adesão da vontade à complacência, ainda não deliberada, que segue à representação involuntária do mal que se dá na sugestão.

Para combater as tentações é preciso ser muito sinceros com Deus, consigo mesmo e na direção espiritual. Caso contrário corre-se o risco de provocar a deformação da consciência. A sinceridade é um grande meio para evitar os pecados e atingir a verdadeira humildade: Deus Pai vem ao encontro de quem se confessa pecador, revelando aquilo que a soberba queria ocultar como pecado.

Além do mais, devemos fugir das ocasiões de pecado, isto é, daquelas circunstâncias que se apresentam mais ou menos voluntariamente e supõem uma tentação. Devemos evitar sempre as ocasiões livres, e quando se trata de ocasiões próximas (isto é, se há perigo sério de cair na tentação) e necessárias (que não se podem evitar), se deve fazer todo o possível para afastar o perigo, ou dito de outro modo, colocar os meios para que essas ocasiões passem de próximas a remotas. Também – no possível – se deve evitar as ocasiões remotas, contínuas e livres, que corroem a vida espiritual e predispõem ao pecado grave.

Pau Agulles Simó

________________________

Bibliografia básica

Catecismo da Igreja Católica, 1846-1876.

João Paulo II, Ex. ap. Reconciliatio et paenitentia, 2-12-1984, 14-18.

João Paulo II, Enc. Veritatis splendor, 6-8-1993, 65-70.

Leituras recomendadas

São Josemaria, Homilia A luta interior, em É Cristo que passa, 73-82.

E. Colom, A. Rodríguez Luño, Escolhidos em Cristo para ser santos, Quadrante, São Paulo, 2016, cap. XI.

A. Fernández, Teologia Moral, vol. I, Aldecoa, Burgos 19952, pp. 747-834.

[1] Santo Agostinho, Contra Faustum manichoeum, 22, 27: PL 42, 418. Cfr. Catecismo, 1849.

[2] Classicamente definiu-se o pecado como uma desobediência voluntária à lei de Deus: se não fosse voluntária, não seria pecado, já que não se trataria nem sequer de um verdadeiro e próprio ato humano.

[3] Santo Agostinho, De civitate Dei, 14, 28.

[4] Cfr. João Paulo II, Ex. ap. Reconciliatio et paenitentia, 2-12-1984, 17.

[5] Idem. Cfr. Catecismo, 1857-1860.

[6] João Paulo II, Ex. ap. Reconciliatio et paenitentia, 17.

[7] Comete-se um pecado mortal quando o homem “o sabendo e o querendo, escolhe, pelo motivo que seja, algo gravemente desordenado. Efetivamente, nesta escolha está já incluído um desprezo do preceito divino, uma rejeição do amor de Deus para a humanidade e para toda a criação: o homem afasta-se de Deus e perde a caridade” (Idem).

[8] Cfr. João Paulo II, Enc. Veritatis splendor, 6-8-1993, 70.

[9] Apesar da consideração do ato em si, cabe assinalar que o julgamento sobre as pessoas devemos o confiar só à justiça e à misericórdia de Deus (cfr. Catecismo, 1861).

[10] Só quem tiver um motivo verdadeiramente grave e não encontrar possibilidade de se confessar, pode celebrar os sacramentos e receber a sagrada comunhão, após fazer um ato de contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar o quanto antes (cfr. Catecismo, 1452 e 1457).

[11] Cfr. São Josemaria, Amigos de Deus, 243; Sulco, 139.

[12] Cfr. São Josemaria, Caminho, 325-331.

[13] Cfr. João Paulo II, Enc. Veritatis splendor, 65-70.

[14] Cfr. Idem, 69.

[15] Cfr. João Paulo II, Ex. ap. Reconciliatio et paenitentia, 17; Veritatis splendor, 70.

[16] Idem, 17.

[17] Cfr. Idem, 18.

[18] Cfr. João Paulo II, Enc. Sollicitudo rei socialis, 30-12-1987, 36 e ss.

[19] Cfr. João Paulo II, Ex. ap. Reconciliatio et paenitentia, 16.

[20] Para combater estas tentações é preciso ir contracorrente, sempre que for necessário, com fortaleza, em lugar de deixar-se arrastar por costumes mundanos (cfr. São Josemaria, Caminho, 376).

[21] Por exemplo, a oração a São Miguel Arcanjo, vencedor de Satanás (cfr. Ap 12,7 e 20,2). A Igreja sempre recomendou também alguns sacramentais, como a água benta, para combater as tentações do demônio. “De nenhuma coisa fogem mais os demônios, para não voltar, que da água benta”, dizia Santa Teresa de Ávila (citado em São Josemaria, Caminho, 572).

[22] Cfr. São Josemaria, Caminho, 134 e 727.

 Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF