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sábado, 13 de julho de 2024

O louvor a Deus pelas criaturas nos santos padres

Santíssima Trindade (Divino Pai Eterno)

O LOUVOR A DEUS PELAS CRIATURAS NOS SANTOS PADRES

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)  

Os santos padres, os escritores do cristianismo primitivo tiveram presente a criação, percebida como dom do Deus criador, em conformidade com o seu poder grandioso de criar obras maravilhosas dadas à realidade humana, a partir do nada. Eles enalteceram as coisas bonitas saídas das mãos fabulosas do Senhor de modo que Deus é louvado por ter criado tão bem os seres sobretudo, o ser humano, percebido à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1,2). Eles realçaram a ação plenamente livre do Deus Criador, a extensão universal desta ação divina, aludindo a admiração, a bondade e a harmonia de todo o universo, criado e conservado pelo único Deus (1). Eles também colocaram a nova criação proveniente do Filho de Deus Redentor. Num momento em que nós percebemos muitas queimadas da natureza em diversos lugares no Brasil e no mundo, enchentes ocorridas, mudanças climáticas, guerras entre os povos, destruições, mortes, calor acima da média, falta de chuvas, ar seco, preservação da natureza, de rios e nascentes, é importante perceber como os santos padres deram atenção à natureza, e às criaturas de um modo geral e às humanas, como obras maravilhosas do Senhor e a necessidade de preservá-las em vista de sua continuidade e amor ao Senhor.  

O louvor a Deus

São Cirilo de Jerusalém, bispo no século IV afirmou a importância do louvor que deve ser dado a Deus pelas criaturas feitas. “Não é talvez digno o Criador, de ser essencialmente louvado? Se talvez a pessoa não conheça a natureza de todas as coisas, talvez o que foi criado é sem sentido” (2). O bispo também afirmou que é impossível uma criatura conhecer as propriedades de todas coisas, de modo que existe o Criador que conhece tudo, porque tudo proveio dele. Ele também afirmou a vitalidade das obras que rastejam na terra como no caso as cobras mais venenosas se extraem antídotos para a saúde das pessoas, caso estas forem picadas (3). A pessoa é conduzida ao louvor do Criador que fez tão bem as coisas para que o ser humano as admirasse e as preservasse, recebidas pelo Senhor.  

O Senhor criou as aves do céu

São Cirilo de Jerusalém também disse que Deus criou as aves do céu. Ele levantou uma pergunta no sentido de quem indague a natureza dos pássaros dos céus?! Como é possível que alguns modulem o seu canto, outros sejam ornados sobre suas asas de cores, outros ainda, vão juntos, permanecendo imóveis no meio do ar?. Assim para São Cirilo é impossível a pessoa permanecer indiferente à obra da criação, porque o Criador está na frente de todas as coisas (4).  

A descrição dos mares

O bispo de Jerusalém teve presente a descrição do mar, grande e vasto, contendo inumeráveis animais que nadam nas águas profundas. Assim quem pode descrever a beleza dos peixes que estão presentes no mar? Além do mais quem elucidaria a profundidade e a vastidão do mar, o ímpeto das suas ondas imensuráveis? Ainda que as dimensões dos mares sejam grandiosas os seus limites foram fixados pelo Criador, pela sua palavra que disse: “Até aqui chegarás, e não além; aqui dominarás a arrogância de tuas ondas!”(Jó 38,11) (5). 

O Pintor divino

Santo Ambrósio de Milão, bispo no século IV afirmou que a pessoa humana foi modelada pelo Senhor Deus, bom artista, criada à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1,26) (6). Desta forma não pode ser eliminada uma boa pintura que brilha pela verdade e foi feita com a graça. O bispo convidava os seus fieis a buscar a pintura que Deus fez com o ser humano, Daquele que o pintou e o formou, para fazer comunhão com Ele para que assim ele viva a graça de ser sua criatura (7). 

A criação nova

São Clemente de Alexandria, leigo e padre da Igreja nos séculos II e III afirmou a criação nova a partir de Jesus Cristo. Enquanto a humanidade estava envolta nas trevas (cf. Mt 4,16), as pessoas fechadas num caminho de morte, surgiu uma luz mais pura que o sol, mais doce que a vida humana proveniente da realidade humana, dada pelo Pai em Jesus Cristo. Aquela luz é vida eterna, e tudo aquilo que é tocado por ela, vive. A noite do pecado é exterminada pela luz da vida, Jesus. Isto significou a criação nova (cf. Gl 6,15), porque o sol da justiça se fez presente na humanidade e sobre todos desceu o orvalho da verdade, proveniente do Verbo de Deus Pai encarnado (8).

O Deus Uno e Trino criou as coisas, os animais e os seres humanos. Tudo foi feito na maior harmonia e amor. O ser humano é convidado a preservar as coisas e a vida humana, sem guerras, sem conflitos, sem derrubadas das florestas, sem destruições mas ajudando a continuidade da vida pelos seres criados. O Senhor abençoe a todos os seres vegetais, animais e humanos.  

 ___________________

1 Veja B. Studer. Criação. In: Novo Dicionário de Patrística e Antiguidades Cristãs, dirigido por Angelo Di
Berardino. Instituto Patriscum Augustinianum. Gênova-Milão, Marietti, 2006, pág. 1254.
2 Ver Cada Dia com os Padres da Igreja, editado por Giovanna della Croce. Apresentação de Enzo Bianchi.
Milão, Paoline, 1996, pág. 213.
3 Ver Idem, Catequese Pré-batismal 9.14, pág. 213.

4 Ver Ibidem, 9,12, pág. 212
5 Ver Ibidem, 9,11, pág. 211
6 Ver Idem, Ambrogio di Milan., Esamerone 6,9,47, pág. 215.
7 Ver Idem, pág. 215.
8 Ver Idem. Clemente de Alexandria, Protrepticus 11.114, pág. 214.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

NAZARENO: Diálogo após a ceia (o mandamento do amor) - (51)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 51 - Diálogo após a ceia (o mandamento do amor)

Diálogo após a ceia (o mandamento do amor)

Os onze continuam seu diálogo com Jesus no final da ceia. Nasce a discussão entre os apóstolos sobre qual deles deveria ser considerado o maior.

Jesus lhes disse: Pois, qual é o maior: o que está à mesa, ou aquele que serve? Não é aquele que está à mesa? Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve!”…

Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”.

Em seguida, falou sobre sua partida iminente. Simão Pedro lhe diz: “Senhor, para onde vais?”. Respondeu-lhe Jesus: “Não podes seguir-me agora que vou, mas me seguirás mais tarde”. Pedro lhe diz: “Por que não posso seguir-te agora? Darei a minha vida por ti”. Jesus lhe responde: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: o galo não cantará sem que me renegues três vezes”. O apóstolo fica perturbado.

O Nazareno acrescenta:

Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também a mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas... virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. E para onde vou, conheceis o caminho”. Tomé lhe diz: “Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos conhecer o caminho?”. Diz-lhe Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. Se me conheceis, também conhecereis a meu Pai. Desde agora o conheceis e o vistes”.

Depois Jesus ergue os olhos para o céu e reza: “Pai, chegou a hora: glorifica teu Filho, para que teu Filho te glorifique, e que, pelo poder que lhe deste sobre toda carne, ele dê a vida eterna a todos os que lhe deste! Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo...

Eles se levantam da mesa em silêncio. Saíram da casa depois de agradecer a Dã, sua esposa Maria e o jovem Marcos.

Descem da cidade alta pela antiga rua em degraus e passam pelo bairro de Siloé.

Param no Monte das Oliveiras, no jardim chamado Getsêmani.

Judas, que o estava traindo, conhecia também esse lugar, porque, frequentemente, Jesus e seus discípulos aí se reuniam.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/07/09/15/138119669_F138119669.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O Papa recebeu o metropolita Antonij do Patriarcado de Moscou

O Papa durante o primeiro encontro com o metropolita Antonij Volokolamsk, em 05 de agosto de 2022 (Vatican Media)

A audiência foi na tarde de ontem, quinta-feira, 11 de julho. É o quarto encontro entre Francisco e o metropolita presidente do Departamento das Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado.

Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência Antonij, metropolita de Volokolamsk, presidente do Departamento para as Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou. A Sala de Imprensa da Santa Sé informa que o encontro teve lugar no final da tarde de ontem, quinta-feira, 11 de julho.

O Papa e Antonij encontraram-se pela primeira vez em 5 de agosto de 2022, quando o representante ortodoxo veio ao Vaticano pela primeira vez, após a sua nomeação em junho do mesmo ano, com a qual sucedeu ao metropolita Hilarion.

No dia 15 de setembro de 2022, realizou-se um novo encontro em Nur-Sultan, capital do Cazaquistão, que o Pontífice visitou para participar no Congresso dos líderes das religiões tradicionais.

Ainda no dia 3 de maio de 2023, Antonij veio a Roma para se encontrar com alguns chefes de Dicastério da Cúria Romana e participou da Audiência Geral na Praça São Pedro. Naquela ocasião saudou o Pontífice e parou para falar com ele por alguns momentos. Francisco, como sempre nestes encontros, havia beijado a sua Panaghia, o medalhão com a imagem da Mãe de Deus que os metropolitas ortodoxos usam no peito.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Teresa de Jesus dos Andes

Santa Teresa de Jesus dos Andes (A12)
13 de julho
Santa Teresa de Jesus dos Andes

Santa Teresa de Jesus dos Andes nasceu em Santiago do Chile, no dia 13 de julho de 1900, com o nome de batismo de Juanita Fernández Solar. Ela é a padroeira dos jovens da América Latina.

Viveu uma infância normal com sua família que tinha uma boa situação econômica. Gostava de passar as férias na fazenda, andar a cavalo e brincar na natureza. Foi educada dentro da fé cristã, e desde muito nova manifestou o seu gosto pelas coisas de Deus.

Estudou no colégio das Irmãs francesas do Sagrado Coração. Em 11 de setembro de 1910 recebeu a primeira comunhão, que marcou profundamente a sua vida. Sobre esse dia, ela escreveu em seu diário: "Por um ano me preparei. Durante esse tempo a Virgem me ajudou a limpar meu coração de toda imperfeição". Ela prometeu receber a comunhão todos os dias, na medida do possível.

Aos quatorze anos, leu pela primeira vez a “História de uma alma” de Santa Teresinha do Menino Jesus. Passou por muitos problemas de saúde e movida por Deus, ela decidiu consagrar-se a Ele como religiosa, começando o discernimento sobre a sua vocação.

Aos 17 anos, leu os escritos de Santa Teresa d’Ávila. Começou a viver a oração como amizade e entrega aos demais. Também conheceu os escritos de Isabel da Trindade, experimentando uma grande sintonia com ela. Ao sentir o chamado para ser Carmelita, entrou em contato com a Madre Angélica, priora das Carmelitas de Los Andes e falou com ela sobre sua inquietação vocacional.

Em 7 de maio de 1919, entrou para o Carmelo de Los Andres, iniciando assim o postulantado com o nome de Teresa de Jesus. Exerceu um verdadeiro apostolado com as suas cartas a familiares e amigos, tratando de conduzi-los à amizade com Deus, à alegria e à gratidão. As suas Cartas e os seus Diários ficaram como legados da sua espiritualidade.

Recebeu o hábito carmelita no dia 14 de outubro de 1919 em presença de familiares e amigos de Santiago. Para ela a vida carmelita se resumia em três coisas: amar, sofrer e rezar pela conversão dos pecadores, pela santificação dos sacerdotes e da Igreja.

Em março de 1920, iniciada a Quaresma, Irmã Teresa comunicou ao seu confessor, Padre Avertano, que morreria dentro de um mês; pediu autorização para intensificar sua penitência pelos pecados da humanidade. Sem dar importância ao anúncio, como única resposta o confessor lhe pediu inteira disponibilidade a Deus e que viva a regra carmelita. Foi o que fez, dedicando-se ainda mais aos trabalhos, na entrega à oração e na vivência fraterna com suas coirmãs. Algum tempo depois, ela começou a ter muita febre, sofreu frequentes delírios, seis médicos a atenderam e a diagnosticaram com Tifo.

No dia 07 de abril, fez sua profissão religiosa, por causa do perigo eminente de morte. Repetiu três vezes, emocionada, a fórmula de consagração ao Senhor e agradeceu à comunidade a graça de poder fazer a profissão antes do tempo, pois ainda não havia completado seu Noviciado.

No dia 12 de abril, a Irmã Teresa de Jesus morreu com 19 anos e nove meses, tendo apenas onze meses como carmelita. Muitas pessoas foram à capela do convento para o funeral daquela que já era considerada uma “santinha” por muitos. A fama de santidade foi imediata, muitos diziam ter recebido bênçãos através da intercessão da Irmã Teresa de Jesus.

Em 13 de abril de 1987, Irmã Teresa de Jesus foi beatificada pelo Papa João Paulo II. Em 21 de março de 1993, o mesmo Papa a canonizou em Santiago do Chile. “A Luz de Cristo para toda a Igreja chilena é a Irmã Teresa de Los Andes”, disse João Paulo II na ocasião.

Padroeira dos jovens da América Latina, Santa Teresa dos Andes foi escolhida como uma das intercessoras da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, no Rio de Janeiro, sendo invocada como contemplativa de Cristo.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Para uma sociedade secularizada, que vive de costas para Deus, esta carmelita chilena, que viveu com alegria apresentada como modelo da perene juventude do Evangelho, oferece o testemunho límpido de uma existência que proclama aos homens e mulheres de hoje que no amar, adorar e servir a Deus estão a grandeza e a alegria, a liberdade e a realização plena da criatura humana”, disse João Paulo II na homilia de canonização de Santa Teresa. O Pontífice destacou que a vida de Santa Teresa “grita suavemente a partir do claustro: ‘só Deus basta!’” e este é um grito “especialmente aos jovens, famintos de verdade e em busca de uma luz que dê sentido a suas vidas”. “A uma juventude solicitada pelas contínuas mensagens e estímulos de uma cultura erotizada e uma sociedade que confunde amor genuíno, que é doação, com o uso hedonista do outro, esta jovem virgem dos Andes proclama hoje a beleza e bem-aventurança que emana corações puros”, acrescentou o Papa.

Oração:

Que das mãos de Maria te converteste Em uma jovem apaixonada por Jesus Cristo, És modelo de santidade e caminho de perfeição para a Igreja. Tu soubeste sorrir, amar, alegrar e servir. Tu foste forte para assumir a dor E generosa para amar. Tu soubeste contemplar a Deus Nas coisas sensíveis da vida. Mostra-nos o amor do Pai Para viver a amizade com alegria E com ternura na família. Ajuda aos fracos e aos tristes Para que o Espírito os anime na esperança. Intercede por nós E pede para o Chile o amor e a paz. Teresa dos Andes, Filha predileta da Igreja chilena, Religiosa do Carmelo, Amiga dos jovens, Serva dos pobres, Roga por nós cada dia.

 Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Paulo VI: Cartas de misericórdia (1)

Giovanni Battista Montini nos anos em que esteve na Secretaria de Estado. Ao fundo, uma de suas cartas dirigida a Dom Orione por sua ajuda aos sacerdotes “lapsi” | 30Giorni

6 de agosto de 1978 • Paulo VI morre em Castel Gandolfo

Cartas de misericórdia

A correspondência, iniciada em 1928, entre Giovanni Battista Montini, então jovem funcionário da Secretaria de Estado, e Dom Orione, sobre a ajuda a prestar a alguns sacerdotes em dificuldade.

por Flávio Peloso

Àqueles que ostentavam as dolorosas estatísticas das então crescentes deserções sacerdotais no mundo, o Cardeal Ottaviani respondeu observando que mesmo entre os apóstolos de Jesus, um em cada doze falhou. E também para Ottaviani, se a primeira reação a um sacerdote que “caiu” foi a indignação, imediatamente assumiu a misericórdia, virtude que só quem entrou nas coisas de Deus pode compreender e viver. Virtude própria de quem experimenta e acredita na graça vitoriosa de Deus. Misericórdia que, aliás, brilhou com exemplos cheios de santa concretude para ajudar, redimir e orientar para o bem os sacerdotes em dificuldade, então chamados de “lapsi”. Desde as primeiras décadas do século XX, pessoas ilustres e santas movem-se discretamente nesta obra de “bons samaritanos”: Dom Luigi Orione, que criou toda uma rede de solidariedade, São João Calábria e o servo de Deus Padre Mário Venturini, que se interessou concretamente pelos sacerdotes que falharam na sua vocação. A um bispo que lhe confiou um sacerdote pobre, repudiado por todos, Dom Orione responde: “ Não recuso laborem , mas agora já tenho mais de cinquenta dos nossos irmãos “lapsi” de uma forma ou de outra. me por este trabalho e me deu conselhos cheios de sabedoria esclarecida, e assim cardeais e bispos, e com ajuda divina, vários foram reabilitados e estão bem”.
Entre as congregações fundadas por Dom Orione, Dom Calabria e Padre Venturini, na década de 1950, estabeleceu-se um pacto quase solidário para melhor ajudar estes sacerdotes em dificuldades. “Sem dúvida este tipo de trabalho é muito necessário e é bom que o Senhor inspire muitos a cuidar dele”, escreve Padre Venturini. “Desde os primeiros anos do meu sacerdócio”, escreve Dom Calabria, “procuro chegar a estes nossos irmãos pobres, ajudando-os a voltar ao coração dulcíssimo de Jesus. tempo é igualmente delicado e complexo."

Nos documentos do arquivo geral de “Dom Orione” há copiosa e comovente correspondência mantida pelo Beato Orione sobre a questão e a “gestão” destes delicados casos sacerdotais (ver Mensagens de Dom Orione 3/2001). E há também uma troca de cartas inédita e prolongada entre Dom Orione e Monsenhor Giovanni Battista Montini, futuro Paulo VI.

O conhecido fundador e o jovem monsenhor

O jovem e promissor padre Giovanni Battista Montini ingressou na Secretaria de Estado em 1923. Depois de uma breve experiência na nunciatura de Varsóvia, em 1925, foi nomeado assistente eclesiástico nacional dos Fuci. Data deste período uma correspondência autografada de Monsenhor Montini, que veio à luz no Arquivo "Dom Orione" de Roma. Trata-se de uma dezena de cartas dirigidas ao Beato Dom Luigi Orione (1872-1940), a partir do ano de 1928. Quase todas têm como tema a ajuda dos sacerdotes “lapsi” para serem apoiados e orientados para o bem. Dom Orione, naqueles anos, já era conhecido por ter sido em muitos casos o “bom samaritano” – Buonaiuti deu-lhe este epíteto – de muitos sacerdotes em crise de pensamento durante os anos do modernismo ou de fidelidade sacerdotal ou com outros problemas de vida.

Dom Luís Orione | 30Giorni

A primeira carta com a qual Monsenhor Montini negociou com Dom Orione a ajuda a um sacerdote em dificuldade data de 27 de dezembro de 1928. “Peço-vos, pela caridade de Nosso Senhor, que acolham o ex-padre *** numa das vossas casas de Roma. Ele abandonou o hábito e a vida sacerdotal depois de dezesseis anos de bom ministério paroquial”.

Monsenhor Montini já havia conhecido Dom Orione num encontro dos Amigos do genovês Piccolo Cottolengo, no dia 18 de março de 1927. Ficou fascinado por ele. “Ele falava com uma franqueza tão simples”, disse mais tarde, “tão sem adornos, mas tão sincero, tão carinhoso, tão espiritual que até tocou o meu coração, e fiquei maravilhado com a transparência espiritual que este homem simples e humilde exalava”. Monsenhor Montini alude precisamente a este encontro quando se dirige a Dom Orione com sua nova roupagem: “Não sei se você se lembra de mim: conheci você em Gênova, quando você realizou uma reunião de trabalho há quase dois anos: eu estava com Franco Costa [mais tarde bispo, assistente geral da Ação Católica]. Certamente me lembro da sua bondade, e é isso que me dá esperança de não ter recorrido em vão a um amigo dos pobres como você”.
Além deste motivo de confiança, a sua iniciativa é movida simplesmente pela caridade sacerdotal: “Não tenho nenhum papel, nem nenhuma autoridade, exceto a de quem reza por um irmão, encontrado por acaso. de atividade, e parece disposto a tudo para sair da dolorosa situação em que se encontra há alguns dias: esteve numa instituição que, cansada de tê-lo aos seus cuidados, apesar das orações de Monsenhor Canali e do vicariato, colocou-o na porta dos carabinieri. Agora ele está num hotel tentado pela pobreza e pelo abandono com pensamentos desesperados".

Dom Orione comunicou imediatamente, no dia 29 de dezembro, a Monsenhor Montini sua disposição de atender ao seu pedido, pedindo apenas mais informações e garantias a respeito do sacerdote a ser ajudado.

“Venerável Dom Orione, Monsenhor Canali agradece-lhe a caridade que demonstra para com o Sr. ***”, escreve novamente Dom Montini em 4 de janeiro de 1929. “Parece-me que posso assegurar-lhe com a consciência tranquila a respeito das cláusulas estabelecidas por você pela aceitação, isto é, do comportamento correto do Sr. ***, de seu desejo de voltar a trabalhar bem pela causa do Senhor e de sua disposição de manter em segredo sua condição de sacerdote até que ele está (se é que pode ser) reabilitado, não sei se alguma vez esteve nas Marcas: aceita ir para lá, embora tenha preferido ficar em Roma para poder levar o seu caso adiante junto ao Santo Ofício: mas confiante. que, se necessário, ela também será uma boa advogada para ele, ele partirá com prazer assim que você lhe der instruções específicas. Eu lhe direi o quanto sua carta me fez bem: a exasperação deste pobre sujeito e a impossibilidade. de poder tirá-lo de problemas me fez sentir muito triste por ser o primeiro a sentir bons benefícios deste trabalho de caridade. […] Ele é alguém que precisa ser tratado com força e amor e trabalhar muito, é isso que ele quer”.

Montini em um subúrbio de Roma na década de 1930 | 30Giorni

Esse sacerdote foi acolhido na casa dos Filhos da Divina Providência em San Severino Marche. Depois de alguns dias, Dom Montini expressou imediatamente sua gratidão a Dom Orione: “Agradeço-lhe a gentileza que demonstrou para com aquele pobre homem e que espero seja um bálsamo para sua alma antes equivocada e agora amargurada. e o próprio Cardeal Merry del Val ficou muito impressionado com a solução que ela lhes facilitou no seu lamentável caso" (carta de 12 de janeiro de 1929).
Foi uma história com final feliz que compensou muitas amarguras e sacrifícios de Dom Orione nesta obra que o ocupava cada vez mais "desde que se espalhou entre os bispos a notícia de que estou assumindo a tarefa de endireitar suas pernas" ( Scritti 7, 304). E confidenciou: «Vou-vos dizer que tenho alguns por todo o lado, reabilitados e ainda não reabilitados, já de batina e alguns ainda à paisana: tenho alguns que trabalham como sacristas, como porteiros, como impressores, como enfermeiros, como professores tenho os que trabalham e outros que não querem saber, e só pensam na cantina e nas fugas de bicicleta, os que estudam e rezam e os que só falam de política e desporto os que têm petróleo; na lâmpada e aqueles que têm muito pouco, talvez alguns nunca a tenham tido, e creio que lhes faltou uma verdadeira vocação” ( Escritos 84, 9).

Arquivo 30Dias – 07/08 – 2001

Fonte: http://www.30giorni.it/

Para que um namoro dê frutos você deve saber estas seis coisas

Nuno Moreira | Obturador

Por Karen Hutch - postado em 12/07/24

Se você quer viver um namoro ao máximo, precisa conhecer essas seis coisas que vão te ajudar e preparar seu relacionamento para um casamento frutífero.

A fase do namoro é o momento ideal para conhecer a pessoa com quem você decidiu iniciar um relacionamento com o propósito de chegarem juntos ao sacramento do casamento, daí a importância de dedicar-lhe os cuidados necessários. 

São Josemaría Escrivá de Balaguer disse num encontro com as famílias: “A Igreja deseja que, entre um homem e uma mulher, exista primeiro o namoro, para que se conheçam melhor e, portanto, se amem mais, e assim cheguem melhor preparados para o sacramento do matrimónio».

Não importa se você ainda não está namorando ou se já iniciou um, o importante é que você conheça estes seis aspectos importantes:

1FALE SOBRE ASSUNTOS IMPORTANTES

Negócio de sorte | Obturador

Como mencionamos, namorar é conhecer melhor a outra pessoa; Por isso, é importante falar sobre seus valores, costumes e aspirações para o futuro. Procure espaços onde você possa conversar sobre família, finanças, educação, etc. 

Dessa forma, o relacionamento não será baseado apenas em experiências divertidas, mas também em como poderão construir um futuro juntos.

2RELAÇÕES SEXUAIS ANTES DO CASAMENTO

Um manual para namorados diz: “Não é ruim querer ter relações sexuais com seu parceiro. O preocupante seria se você não tivesse esse desejo. ."

É bom que haja essa saudade em você, caso contrário não haveria atração. A partir deste desejo, devemos ter consciência de que, se quisermos viver o amor verdadeiro, é necessário viver de forma ordenada e planejar cada momento ou experiência em relação à fase que vivemos como casal.

3AS ATITUDES DE HOJE FALAM DO AMANHÃ

Na fase de se apaixonar, ambos ficam muito felizes e mostram o que têm de melhor. Porém, é importante saber que com o passar do tempo haverá mais confiança entre vocês. 

O que significa que as atitudes que você percebe hoje no seu parceiro – enquanto ele está namorando – estarão presentes com maior intensidade no casamento, tanto positivas quanto negativas. Isso significa que se um dos dois for ciumento, desconfiado ou controlador, o será ainda mais quando se casar. 

4NÃO PODEMOS MUDAR A OUTRA PESSOA

Este ponto se baseia no anterior, pois em muitos relacionamentos alguns desculpam os maus hábitos ou ações do parceiro, pensando que podem mudar de parceiro ou que com o tempo deixarão de ter alguma atitude ruim. 

A verdade é que cada pessoa tem estes três poderes herdados de Deus: vontade, liberdade e consciência, por isso cabe apenas a essa pessoa decidir mudar, e não aos outros. 

5TRABALHE NA SUA INDEPENDÊNCIA

Xavier Lourenço | Obturador

Ángel Villa , hoje casado com Jocelyne González , compartilhou para Aleteia que: “Na fase de nos apaixonar, gostávamos de fazer tudo juntos, íamos juntos a todo tipo de aulas ou atividades”.

Com o tempo, perceberam que também era bom fazer atividades individuais ou com outros amigos, para não gerar dependência um do outro. 

Isso não significa não namorar seu namorado, mas sim “trabalhar para ser duas pessoas independentes que se ajudam”.

6COMUNICAÇÃO ASSERTIVA

Para fechar com chave de ouro, a comunicação assertiva não pode faltar no seu relacionamento, pois ela é a base de tudo; Muitos especialistas, casais e até namorados recomendam. Nas palavras de Anjo:

“A comunicação assertiva praticada desde o namoro salvou nossas vidas no casamento. Sabemos que podemos construir e destruir com palavras, por isso esquecemos das reclamações e dos descréditos para começar a dizer o que sentimos de forma adequada e que tenha frutos positivos.” 

Colocar esses pontos em prática ajudará você e seu parceiro a se conhecerem, a confirmarem se o outro concorda com o que é importante e a amarem mais e melhor.

 Fonte: https://es.aleteia.org/

Marta Obregón, mártir da castidade e exemplo para a juventude

Crédito: Revista Misión

06 junho 2024

CnCMadrid

POR JAVIER LOZANO

Texto e fotografias: Revista Misión www.revistamision.com, artigo publicado na edição 72.

A Serva de Deus Marta Obregón morreu com apenas 22 anos, defendendo até o fim o que tinha de mais valioso: sua pureza. O testemunho desta jovem de Burgos, atualmente em processo de beatificação, está provocando grandes graças, especialmente em um mundo como o atual, que não dá ao corpo o valor que ele possui.

“Eu só te peço uma coisa: que, seja o que for, me dês forças suficientes para aceitá-lo e cumpri-lo. Que isso nunca me afaste de Ti, mas que fortaleça cada vez mais as cordas que me prendem a Ti. Porque só Te deixo me guiar. Só a Ti, meu Deus. Tu decides em mim e eu aceito. Assim é que alcançarei a felicidade.” Isso foi o que escreveu pouco antes de sua morte a jovem Serva de Deus Marta Obregón (1969-1992), mártir da castidade, assassinada em 21 de janeiro de 1992, em Burgos, com apenas 22 anos, defendendo com todas as suas forças sua pureza e sua virgindade. Seu processo de beatificação já está em Roma.

FIEL ATÉ A MORTE

Marta foi sequestrada e assassinada em 21 de janeiro, festividade da virgem e mártir Santa Inês, e de uma forma muito semelhante a Santa Maria Goretti, também virgem e mártir, pois, assim como ela, recebeu 14 facadas, evidenciando o vínculo tão profundo que une Marta a essas duas grandes santas de épocas diversas.

“Defender até o fim a virtude da castidade não é compreendido hoje em um mundo cheio de uma ideologia frenética que busca prazer e o imediato, onde não há espaço para pensar que esta vida terrena é apenas a primeira parte de nossa vida e que nos espera uma segunda, que é eterna. Deus, ao nos criar à sua imagem e semelhança, nos fez eternos. Por isso, nosso corpo tem um valor enorme, muito além do estético ou do prático, porque é morada do nosso espírito”, explica à Misión Carlos Metola, delegado da parte autora da causa de beatificação.

“Marta havia encontrado Deus, mas continuava buscando-O cada vez com mais intimidade”

Isso foi muito claro para a jovem de Burgos, tanto que, ao escolher entre sua vida ou sua castidade, não hesitou em oferecer sua vida para proteger sua castidade. Metola aponta que “a defesa contra um violador parece algo natural, e certamente é um reflexo natural, mas quando não há outra maneira de sobreviver, isso não fica tão claro, porque salvar a própria vida também é um reflexo natural, provavelmente mais forte do que simplesmente se defender”. Mas Marta resistiu até o fim de maneira martirial. Desse modo, ele acrescenta: “Marta não se submeteu porque já tinha o seu esposo e queria ser fiel a ele até o fim!”.

EM BUSCA DO SEU AMADO

Marta era uma jovem cheia de vida e sonhos, sorridente e dedicada. Estudava Jornalismo e estava terminando o curso quando foi assassinada. Queria, através do seu trabalho, fazer o mesmo que fazia com sua própria vida: “melhorar o mundo”. Era uma garota espontânea e sempre disposta a ajudar os outros. Teve uma forte experiência de Deus que a transformou completamente, especialmente em seus dois últimos anos de vida, após superar uma pequena crise de fé que a afastou da Igreja por um tempo.

“Marta estava como se tivesse voltado, era claro que Deus a havia desprendido de tudo: estudos, namorado, projetos… Sua forma de ser, na minha opinião, era a de uma mulher que havia encontrado a Deus, mas continuava buscando-o cada vez com mais intimidade”, relatava uma amiga sua, cujas palavras foram registradas no livro Marta Obregón, ‘Hágase’. Yo pertenezco a mi amado (Fonte Monte Carmelo, 2018), escrito pelo sacerdote Saturnino López, postulador diocesano de sua causa de beatificação.

Seus pais, José Antonio e Maria Pilar, pertencentes ao Opus Dei, transmitiram-lhe a fé. Marta esteve vinculada aos clubes da Obra até o dia de sua morte, pois ao sair do Club Arlanza de Burgos e após se despedir do Senhor no Sacrário da capela, ela iniciou o caminho para casa, mas nunca chegou lá.

Nessa intensa busca por Deus, Marta teve uma experiência muito forte durante uma peregrinação a Taizé. Pouco tempo depois, foi no Caminho Neocatecumenal que essa jovem encontrou a resposta para descobrir o verdadeiro “sentido da vida”. Em uma ocasião, um sacerdote que lhe dava aulas no instituto perguntou a Marta sobre seus futuros projetos como jornalista, algo que ela tanto almejava anteriormente. A resposta dela ficou gravada em sua memória: “Hoje, na minha cabeça, só cabe Deus”.

Crédito: Revista Misión

A VIRGEM COMO MODELO

Inclusive, poucos meses antes de morrer, em resposta a um chamado vocacional em sua comunidade em Burgos, ela se ofereceu para se entregar totalmente a Deus como missionária “itinerante”, ou seja, como uma evangelizadora leiga disposta a anunciar o Evangelho em qualquer lugar do mundo.

“Necessito te seguir, Senhor; quando me afasto de ti, experimento a morte”

Seguindo o exemplo da Virgem Maria, “Faça-se” tornou-se a palavra favorita de Marta. Ela sempre a tinha nos lábios. Seu empenho durante seus últimos dias, como refletem os escritos e anotações que tinha feito, era cumprir a todo momento a vontade de Deus e entregar tudo ao seu Amado, a Cristo, aquele que havia dado sentido à sua vida. Assim, ela escreveu no final de 1990: “O cristão é uma pessoa alegre e que semeia alegria, graças à paz interior que sempre carrega e à presença de Deus em sua vida. Minha maior súplica nesta convivência é: discernimento e paz. Que aumentes minha fé, preciso te seguir, Senhor; quando me afasto de Ti, sinto a morte”.

APAIXONADA PELA EUCARISTIA

Essa união tão íntima foi se manifestando através da presença real de Cristo, o que levou Marta a deixar escritas algumas breves reflexões em suas anotações, mostrando como seu espírito transbordava: “Sem oração e sem Eucaristia não há santo que aguente”. E em outra, ela adicionou: “A Eucaristia é a vida de nossa alma e a saúde de nossa morte”.

Uma testemunha de sua última noite relatou que, antes de ir para casa, Marta foi ao oratório do clube onde estava estudando para se despedir do Senhor. Ela fez uma genuflexão diante do Santíssimo e saiu, deixando os livros e anotações ali para voltar no dia seguinte após assistir à Missa e comungar em uma igreja próxima.

Passaram-se 32 anos desde sua morte, e sua vida continua sendo um exemplo, especialmente para os mais jovens. Era alegre, inteligente e sabia se divertir de forma saudável, mas Marta Obregón é sobretudo um modelo no qual a juventude atual pode se espelhar para descobrir a virtude da pureza e o verdadeiro valor do corpo.

“Se eu pudesse dar exemplo…!” Carlos Metola indica que são numerosas as graças e os favores produzidos por sua intercessão, e embora muitas pessoas de todos os tipos tenham recorrido a ela, destaca a grande quantidade de jovens. Houve garotas que encontraram sua vocação para a vida religiosa graças ao seu testemunho, curas inexplicáveis de doenças e também ajuda em situações familiares graves. “Vejo que Deus me ‘exige’ cada vez mais, e mesmo nisso me sinto privilegiada. Se eu pudesse dar exemplo com minha vida…!”, escreveu Marta, sem saber então que seu testemunho seria um presente para toda a Igreja, e que seu exemplo é ainda hoje mais urgente do que quando se tornou mártir da pureza.

 Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF