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segunda-feira, 15 de julho de 2024

São Boaventura

São Boaventura (A12)
15 de julho
São Boaventura

João de Fidanza nasceu no ano de 1218 em Bagnorea (atualmente Bagnoregio), região de Viterbo, Itália. Seu pai era um médico famoso, mas não conseguiu curá-lo de uma enfermidade grave na infância, que foi obtida quando a família reunida a pediu por intercessão de São Francisco de Assis.

Foi para Paris estudar, e lá, aos 20 anos, entrou para a Ordem Franciscana com o nome de Boaventura. Concluídos em 1253 os cursos de Filosofia e Teologia na Universidade de Paris, foi nela nomeado, no mesmo ano, catedrático das duas matérias, pois sua inteligência e sabedoria o destacavam. Nesta mesma universidade conheceu e fez grande amizade com São Tomás de Aquino, a partir da qual muitas e fundamentais obras espirituais e literárias surgiram através de ambos, conduzindo a Igreja nos séculos futuros.

Boaventura via na Ordem Franciscana, e por isso com ela se identificou, um reflexo da própria Igreja, pois ambas haviam surgido entre homens simples e humildes, só posteriormente agregando-se a elas os nobres e cultos. As ordens mendicantes, como a dos franciscanos, representavam assim as origens da Igreja, e por isso precisavam ser preservadas.

Em 1254 surgiu grande controvérsia entre os mestres seculares e os das ordens mendicantes, os primeiros argumentando que aquelas não deveriam ser reconhecidas pelas universidades. Foi na defesa destas Ordens que, pelas suas qualidades superiores como teólogo e orador, Boaventura se destacou no meio eclesiástico.

Em 1257 ele foi nomeado pelo Papa Alexandre IV, em função da sua virtude e cultura, ciência e sabedoria, como superior geral dos franciscanos (com o título oficial de Ministro-Geral da Ordem dos Frades Menores). Por isto deixou o ensinou nos seguintes 18 anos, bem como teve que viajar muito pela Europa em missões importantes.

Em 1260 escreveu uma biografia de São Francisco de Assis, a Legenda Maior, superior a todas as anteriores e com o objetivo de fortalecer a unidade da Ordem, que já contava com cerca de 30 mil frades, mas se via ameaçada por espiritualidades discutíveis e influências mundanas. O famoso pintor Giotto inspirou-se nesta obra para realizar sua série “Histórias de São Francisco”.

O Papa Gregório X o tornou bispo e cardeal de Albano Laziale em 1273, encarregando-o de organizar e dirigir o Concílio de Lyon de 1274, no qual foi trabalhada a unidade entre a Igreja latina e a grega, bem como a reconciliação entre o clero secular e as ordens mendicantes

Além de todas estas suas altas funções e responsabilidades, Boaventura escreveu ainda uma vasta e profunda obra, abordando quase todos os assuntos acadêmicos da sua época, com destaque porém para a Filosofia e Teologia, testemunhando a relação mútua entre estas duas disciplinas, com a submissão da primeira à segunda. Para ele, Cristo é o caminho de todas as ciências, e só a Verdade revelada pode uni-las e plenificá-las para o seu objetivo de levar ao conhecimento de Deus.

Procurando sempre fundamentar com a Razão as verdades da Fé, tomou a Caridade como base do seu pensamento teológico. Este foi desenvolvido num total de 11 volumes. Entre os muitos e diversos textos, destacam-se "Comentário sobre as Sentenças de [Pedro] Lombardo”, (incluindo "Comentário sobre o Evangelho de São Lucas", Itinerarium Mentis in Deum, Breviloquium, De Reductione Artium ad Theologiam, Soliloquium e De septem itineribus aeternitatis), realizado por ordem dos seus superiores, quando tinha apenas 27 anos. Escreveu o tratado “Sobre a Perfeição da Vida" para Santa Isabel de França, irmã de São Luís IX de França, e suas clarissas.

Após duas e decisivas intervenções no Concílio de Lyon, São Boaventura faleceu em 15 de julho de 1274, assistido pessoalmente pelo Papa.

 O modo exemplar como conduziu a ordem franciscana o tornou conhecido por “Segundo Fundador” e “Segundo Pai” da mesma. Recebeu o título de Doutor da Igreja – “Doutor Seráfico”, paralelamente a São Tomás de Aquino, o “Doutor Angélico”.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Fato comum na vida dos santos é a influência benéfica e inicial da família na sua formação espiritual, independentemente da situação cultural, social ou econômica. São Boaventura foi curado na infância pela intercessão da família reunida… não apenas por um dos pais, por exemplo, mas por toda a família. A oração em família é, de fato, um caminho de cura para muitos males e para a obtenção de muitas graças, e precisa ser urgentemente resgatada e valorizada como atividade habitual nos lares católicos. “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18,20): quanto mais se estes forem uma família… a de Nazaré rezava junta. Sua grandiosa obra, acadêmica, pastoral, evangelizadora, administrativa, e especialmente espiritual é centrada na Caridade, como fundamento teológico, fundamento este a que se submetem a Filosofia, e demais ciências: uma ordenação hierárquica que interconecta na Verdade o conhecimento e a ação humana sob a primazia de Deus. Escreveu que “Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça”. Amém. São Boaventura foi também reformador da Ordem Franciscana, ameaçada então por discutíveis espiritualidades. E suspeitas influências humanas. Também hoje, no contexto maior da crise da Igreja em geral, os franciscanos foram muito atacados pela herética “Teologia da Libertação”. Rezemos para que o Senhor, a Virgem Maria, São Francisco de Assis e São Boaventura libertem a sã Teologia desta ideologia comunista infiltrada no Catolicismo, e que se espalhou também por outros dos seus setores.

Oração:

Senhor, que quereis reformar nossas almas no caminho da santidade, concedei-nos por intercessão de São Boaventura viver na Verdade da caridade, portanto em harmonia Convosco e com as criaturas em meio às desordens deste mundo, para que tenhamos a boa ventura de repousar em Vós depois dos nossos terrenos trabalhos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 14 de julho de 2024

50 anos do Caminho Neocatecumenal no Brasil

50 anos do Caminho Neocatecumenal  n Brasil (Diocese de Jundiaí-SP)

Em 2024, completam-se 50 anos que o Caminho Neocatecumenal teve início no Brasil com a formação das primeiras comunidades na Diocese de Umuarama, no estado do Paraná.

O Jubileu será celebrado no dia 14 de julho deste ano, a partir das 15h, no Santuário de Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, SP, com a presença das comunidades neocatecumenais de todo o Brasil.

ACOMPANHE A TRANSMISSÃO AO VIVO
DA CELEBRAÇÃO EM AÇÃO DE GRAÇAS PELOS
50 ANOS DO CAMINHO NEOCATECUMENAL NO BRASIL
DIA: 14/7/2024 – HORA: 15H


Fonte: https://cn.org.br/portal/50anosbrasil/

Reflexão para o 15 º Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

A partir da vocação de sermos irmãos em Cristo, o Pai nos deu a felicidade completa, o céu, a proximidade Dele, e dos irmãos, para sempre.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A mensagem da liturgia deste domingo nos propõe refletir sobre o papel do profeta, do homem enviado por Deus para nos comunicar seus desejos e orientações, em relação à nossa vida.

Na primeira leitura vemos o Profeta Amós sendo expulso, pelo sacerdote Amasias, da cidade de Betel, porque denunciou as coisas erradas feitas pelo rei Jeroboão II.  Amós respondeu que não poderia obedecer a essa ordem, pois fora investido dessa função por Deus, quando era apenas, em sua cidade, um pastor de gado e recebera, do Senhor, a missão de profetizar em Israel, o que ora fazia. O profeta disse que a prosperidade em Israel é fruto de injustiças, de exploração do pobre e do humilde e, portanto, todo o bem estar desfrutado pelas classes poderosas, percebido inclusive na frequência ao Templo, era vazio e sustentado pela exploração do pequeno. Evidentemente isso agredia o rei, os sacerdotes e toda a classe de dirigentes e famílias bem constituídas.

No Evangelho, Jesus chama seus discípulos e os envia às pessoas para libertá-las dos males. Ao mesmo tempo deu orientações para saberem como deveriam realizar a incumbência. Será na simplicidade e na total confiança no poder de Deus que a missão será exercida. Mas por que o Senhor os enviou com observações claras sobre simplicidade? E quais eram os males dos quais os apóstolos são enviados para libertar os homens?

O gênero humano é o mesmo, desde a época de Amós, passando pela época de Jesus e chegando ao nosso tempo. Todos são envolvidos pelos males, os mesmos que Jesus exorcizou em sua tentação no deserto: a riqueza, o poder, a soberba. Todos esses, com suas versões contemporâneas, levam o ser humano a ser opressor, egoísta e, profundamente infeliz. Podemos constatar isso através de notícias atuais e até de nossa própria experiência.

Existe um dito popular: “O homem feliz não tinha camisa!” Esse dito quer nos dizer que a felicidade não está em possuir coisas. É a sabedoria popular nos alertando contra o desejo de posse, contra a concupiscência do ter. Deus quer o homem feliz, o criou para isso, mas a atração pelo consumismo e pela saciedade dos instintos pode levá-lo ao inferno, isto é, à infelicidade absoluta, longe do irmão e de Deus.

Outro perigo que essas duas leituras nos alertam, especialmente a primeira, é sobre o presente que corrompe. Amasias, o sacerdote que expulsou o profeta Amós, fez isso não porque fosse cego ou sem inteligência para perceber a situação de injustiça, mas porque era empregado do rei. Era Jeroboão II quem pagava seu salário e, além de prestígio, certamente, recebia dele homenagens, privilégios e portanto, não era livre para lutar pela verdade! Também esse é um dos grandes males de que Jesus veio nos libertar, a conivência e omissão, principalmente quando temos culpa no cartório.   

Já Amós, era livre e independente. Seu único patrão, seu único senhor era Deus e, também, sua consciência.

Por outro lado dizemos, de acordo com a segunda leitura, que Deus, nosso Pai e nosso Senhor nos cumulou, em Jesus Cristo, com todos os bens imperecíveis. A partir da vocação de sermos irmãos em Cristo, o Pai nos deu a felicidade completa, o céu, a proximidade  Dele, e dos irmãos, para sempre. Jesus, o homem livre, deverá ser o nosso exemplo de filho, de irmão, de missionário. Além de ser livre, nos indicou o caminho para a liberdade, ao declarar que a verdade liberta. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Paulo VI: Cartas de misericórdia (2)

Giovanni Battista Montini nos anos em que esteve na Secretaria de Estado. Ao fundo, uma de suas cartas dirigida a Dom Orione por sua ajuda aos sacerdotes “lapsi” | 30Giorni

6 de agosto de 1978 • Paulo VI morre em Castel Gandolfo

Cartas de misericórdia

A correspondência, iniciada em 1928, entre Giovanni Battista Montini, então jovem funcionário da Secretaria de Estado, e Dom Orione, sobre a ajuda a prestar a alguns sacerdotes em dificuldade.

por Flávio Peloso

Uma colaboração contínua

Estabeleceu-se uma colaboração contínua entre o jovem Montini, escrivão da Secretaria de Estado, e Dom Orione para ajudar os sacerdotes em dificuldade. Quando Monsenhor Montini soube desses casos, sabia que poderia recorrer a Dom Orione: “Por favor, por sua bondade, dê uma olhada também nesta miséria e diga-me se Nossa Senhora não lhe sugeriu como lhe trazer alguma ajuda”. Do resto da carta, entende-se que Monsenhor Montini não estava “descarregando o problema” sobre Dom Orione, como se fosse uma prática oficial, mas ofereceu-lhe o seu envolvimento pessoal: “Se você acredita que algo pode e deve ser feito na intenção da minha parte (realmente não sei do que a minha pequenez é capaz, principalmente neste campo) por favor me avise".

Dom Orione deve ter apreciado muito o empenho do jovem monsenhor, porque em outra ocasião ele desabafa sua raiva dizendo: “Eu poderia ter feito mais e, com a ajuda divina, faria muito mais por estes e por outros, mas, eu digo isso com dor, não sou ajudado além do Santo Padre e, para alguns, do Santo Ofício em geral, os outros, depois que se livraram deles e os jogaram em meus braços, não se lembram mais deles: deixe-os ficar! para você!" ( Escritos 84, 9).
Outro indício da continuidade do empenho de Monsenhor Montini neste campo oculto da caridade sacerdotal encontra-se na sua carta de 2 de agosto de 1929, na qual confidenciou a Dom Orione: «Monsenhor Canali enviou-me novamente casos semelhantes com a oração de encontrar alguns remediar ou pelo menos dar algum conforto".

Depois de algum tempo, pelos conhecimentos adquiridos e pela franqueza da caridade, Monsenhor Montini torna-se ousado e propõe ao fundador da Pequena Obra da Divina Providência: “Tenho bastante experiência sobre a necessidade de uma obra de assistência aos levanta-te por estes infelizes, aos quais já ninguém quer chegar... Ah, se o Senhor te inspirasse a fundar também esta obra, Dom Orione, como eu também o abençoaria!”. De facto, precisamente na década de 1930, Dom Orione designou um ambiente confidencial capaz de promover a sua recuperação humana e espiritual para ajudar estes sacerdotes. “Para recolher os padres que caíram durante a guerra e que aos poucos voltam arrependidos”, escreveu a um eclesiástico que lhe pediu ajuda em favor de um padre “A Divina Providência me fez comprar uma casa adequada em Varallo Sesia, e também ali perto de L .200.000, e dei um passo que agora considero muito longo" (carta de 25 de novembro de 1932).

Paulo VI visita duas obras dos Orionitas em Roma; aqui está ele com um menino deficiente do centro "Dom Orione" de Monte Mario | 30Giorni

Na colaboração entre Monsenhor Montini e Dom Orione, o bálsamo da caridade aliado à ação jurídica levou ao resgate de vários sacerdotes “lapsi”. É também mencionado numa carta datada de 11 de setembro de 1929: “Venerável Dom Orione, o excelente Doutor Costa, de Gênova, trouxe-me suas saudações, com meu imenso prazer, por saber que você se lembrou de mim e, espero, em Lembro-lheme.

A preocupação pelos sacerdotes em dificuldade, por mais generosa e sábia que fosse, nem sempre alcançava os bons resultados esperados. Como no caso de Don Raffaele ***. Monsenhor Montini escreveu a Dom Orione em novembro de 1929. “Venerável Dom Orione, há meses tomei a liberdade de lhe relatar o lamentável caso de um sacerdote apóstata que precisava ser salvo, e na carta incluí um memorando com a precisão dados. […] Queria que você, Deo adjuvante , estendesse a mão ao pobre!”. Depois, porém, Monsenhor Montini deverá concluir: “Se não for possível fazer algo por ele, gostaria de receber de volta os lembretes que acompanhavam a carta. Em setembro, passei alguns dias com Franco Costa, e juntos falou sobre ela: Você quer se lembrar de nós dois em sua oração de caridade?".

A correspondência manuscrita de Monsenhor Montini conservada no Arquivo “Dom Orione” é escassa durante a estada de Dom Orione na América Latina (1934-1937) e cessa com a sua morte (1940). O último documento da alma sensível e amiga de Monsenhor Montini a respeito de Dom Orione data de 26 de outubro de 1939. Ele sabia que o “pai dos pobres” tremia pelos seus filhos na Polônia, dos quais não tinha notícias depois da invasão devastadora do tropas de Hitler, que começou em 1º de setembro. Ele o tranquiliza: “Apresso-me em informar que, segundo notícias muito recentes que chegaram até mim, todas as pessoas acolhidas nas instituições da congregação dos Filhos da Divina Providência na Polônia estão seguras. endereçado a você por um de seus filhos; eu estava ansioso para devolvê-lo em anexo, por favor não publique nenhuma informação contida na mesma carta, nem mesmo em boletins reservados à Congregação”.

Uma amizade verdadeiramente singular ligava os dois “bons samaritanos” de sacerdotes em dificuldade. Recordando este período, quarenta anos depois, Paulo VI ainda reviverá o seu encanto (audiência de 31 de maio de 1972): “Vi-o mais de uma vez quando veio me visitar na Secretaria de Estado, e nunca teria terminado de falar com ele porque senti nele uma alma especial, um espírito singular, um santo e esperamos um dia poder proclamá-lo como tal desde esta basílica”.

Arquivo 30Dias – 07/08 – 2001

Fonte: http://www.30giorni.it/

Papa: a missão se faz juntos, com sobriedade de vida. O supérfluo escraviza

Angelus 14/07/2024 - Papa Francisco (Vatican News)

O Evangelho se anuncia juntos, como comunidade, e para fazê-lo é importante ser sóbrio não só no uso das coisas, afirmou Francisco, mas também nos pensamentos, abandonando os preconceitos e a rigidez.

https://youtu.be/nk1ezfPjEjg

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O Papa rezou com os fiéis na Praça São Pedro a oração do Angelus, comentando o Evangelho deste 15º Domingo do Tempo Comum. O trecho de Marcos (cf. Mc 6,7-13) fala de Jesus que envia seus discípulos em missão "dois a dois".

Em sua alocução, Francisco se deteve sobre o fato de os discípulos serem enviados juntos e levarem consigo apenas o necessário.

"O Evangelho não é proclamado sozinho, mas em conjunto, como comunidade, e para fazer isso é importante saber preservar a sobriedade", explicou o Pontífice. É importante saber ser sóbrio no uso das coisas, compartilhando recursos, habilidades e dons, prescindindo do supérfluo, que "escraviza". Só assim se é livre.

A sobriedade, prosseguiu Francisco, também é necessária nos pensamentos e nos sentimentos, abandonando preconceitos e a rigidez que, como bagagem inútil, pesam e dificultam o caminho, para favorecer, ao invés, o debate e a escuta e, assim, tornar o testemunho mais eficaz.

É o que acontece nas famílias ou comunidades: quando nos contentamos com o necessário, mesmo com pouco, com a ajuda de Deus é possível seguir em frente e se entender, compartilhando o que se tem, todos renunciando a alguma coisa e apoiando-se mutuamente. Para o Pontífice, isso já é um anúncio missionário, antes e até mais do que palavras, porque encarna a beleza da mensagem de Jesus na concretude da vida.

"Uma família ou uma comunidade que vive dessa forma, de fato, cria em torno de si um ambiente rico de amor, no qual é mais fácil abrir-se à fé e à novidade do Evangelho, e do qual se sai melhor e mais sereno."

Se, ao contrário, cada um segue seu próprio caminho, se o que conta são apenas as coisas - que nunca são suficientes -, se não há escuta, se prevalecem o individualismo e a inveja, que é "mortal, um veneno", o ar se torna pesado, a vida difícil, e os encontros se tornam mais ocasião de inquietação, tristeza e desânimo do que de alegria.

"Queridos irmãos e irmãs, comunhão e sobriedade são valores importantes para a nossa vida cristã, valores indispensáveis para uma Igreja missionária, em todos os níveis."

O Papa então convidou os fiéis a se questionarem: sinto prazer em anunciar o Evangelho, de levar, onde vivo, a alegria e a luz que provêm do encontro com o Senhor? Para fazer isso, estou comprometido em caminhar junto com os outros, compartilhando com eles ideias e habilidades, com mente aberta e coração generoso? E finalmente: sei como cultivar um estilo de vida sóbrio e atento às necessidades dos irmãos?

"Que Maria, Rainha dos Apóstolos, ajude-nos a ser verdadeiros discípulos missionários, em comunhão e sobriedade de vida", concluiu Francisco, concedendo a todos a sua bênção apostólica.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Camilo de Léllis

São Camilo de Léllis (A12)
14 de julho
São Camilo de Léllis

Camilo nasceu na vila Bucchianico, em Chieti, região de Abruzos, geograficamente no centro da Itália, no ano de 1550. Sua família era nobre e tradicional, e seus pais já muito idosos, por isso seu parto foi difícil, mas bem sucedido.

O pai, militar, passava muito tempo fora de casa, mas sua mãe, dedicada e de fé, o educou nos princípios católicos e nos bons costumes. Camilo tinha 13 anos quando ela faleceu, sendo obrigado a morar com o pai. Este não era propriamente má pessoa, mas tinha o vício do jogo, o que, além das frequentes mudanças da vida militar, tornavam a vida instável. Camilo tornou-se rebelde e passou a detestar os estudos.

Apesar das suas fraquezas, seu pai o amava e procurou ajudá-lo colocando-o como soldado no exército. O filho, com 14 anos e mal sabendo ler, fazia serviços braçais, favorecido ao menos pelo corpo atlético. Perdeu o pai aos 19 anos, tendo como herança apenas sua espada e seu punhal, e o vício do jogo; jovem, forte, violento e jogador, desenvolveu má fama, levando vida mundana e com dificuldades financeiras. Estas se agravaram quando lhe surgiu uma úlcera no pé.

Em 1570, conheceu um jovem frade franciscano que, sem medo dele como outros, dispôs-se a aproximar-se e conversar, desenvolvendo uma amizade e descobrindo até para ele mesmo os sofrimentos e bondade que havia no seu coração. Esta maravilhosa experiência o motivou a procurar também a vida franciscana, mas não foi aceito no convento por causa da grave úlcera podal. Os religiosos o encaminharam para ser atendido no hospital de São Tiago, em Roma, onde descobriu-se que o tumor não tinha cura. Para receber os possíveis cuidados paliativos, ofereceu-se como servente, pagando o tratamento com o trabalho. Mas por causa do vício no jogo, gerando dívidas e confusões, acabou despedido.

Viu-se assim sem casa, trabalho e dinheiro, com uma chaga incurável. Buscou então o emprego de servente de pedreiro junto a frades capuchinhos que começavam a construção de um convento. O contato diário com os religiosos começou a mudar seu coração. E indo para a construção Deus um dia lhe concedeu a graça de uma visão, nunca revelada a ninguém, que mudou completa e definitivamente a sua vida aos 25 anos, convertendo-o e fazendo com que abandonasse o jogo. Procurou novamente a admissão nos franciscanos, sem sucesso, mas de novo os frades conseguiram que voltasse ao hospital de São Tiago para ser cuidado.

Desta vez, não apenas empenhou-se no tratamento, mas pediu para trabalhar voluntariamente como auxiliar de enfermeiro e assistir também aos outros doentes, que entendeu deveria servir como ao Cristo chagado. Antes já havia, como soldado, testemunhado a situação de enfermos agonizantes e terminais, e na realidade do hospital procurou cuidar dos casos mais repugnantes, usualmente abandonados pelos funcionários regulares da casa. Passou a amar os enfermos como a Jesus, com dedicação total, e muitos reconheceram o seu amor cristão. Vários deles, por intermédio de Camilo, aproximaram-se do arrependimento e da Confissão, morrendo em estado de graça.

Surgiram então outros jovens que, motivados pelo seu exemplo, se dispunham ao cuidado gratuito e amoroso dos doentes. A amizade com o futuro São Filipe Néri levou a que retornasse aos estudos, com 32 anos, e à sua ordenação sacerdotal aos 34, bem como à fundação por ambos, em 1582, da Companhia dos Servidores dos Enfermos, ou Congregação dos Ministros Camilianos.

Os Camilianos, como eram simplesmente conhecidos, era inicialmente apenas uma irmandade de voluntários para assistir aos doentes pobres, miseráveis, terminais e rejeitados. Em 1591, com aprovação do Papa, a Congregação se tornou uma Ordem religiosa, a Ordem dos Padres Enfermeiros, ou Ordem dos Ministros dos Enfermos, sendo Camilo eleito superior e como tal atuando por 20 anos. Além dos votos de pobreza, castidade e obediência, havia também o da dedicação aos doentes, ainda que com risco da própria vida.

Pouco depois os camilianos serviram como a primeira unidade médica de campo, na guerra ocorrida na Hungria.

Camilo, apesar das dores no pé, ia visitar os doentes em casa, e quando preciso, dando graças a Deus pelo seu físico, os carregava nas costas para o hospital. Recebeu o dom da cura pela oração, e por isso era muito procurado. Trabalhou duramente, até não ter mais forças. Nos seus últimos sete anos de vida, já não como superior, dedicou-se a ensinar aos irmãos como cuidar e conviver com os enfermos.

Faleceu em Roma aos 14 de julho de 1614, com 64 anos, recomendando aos seus religiosos a dedicação ao apostolado dos enfermos. A úlcera no seu pé desapareceu no instante da sua morte.

Atualmente, no Brasil, a Ordem dos Camilianos está presente em muitos Estados, e no de São Paulo, na cidade de Santo André, está localizada a Paróquia São Camilo de Léllis.

 São Camilo de Léllis é padroeiro dos enfermeiros, dos doentes e dos hospitais católicos, juntamente a São João de Deus, e protetor contra o vício do jogo.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Do princípio da vida de São Camilo, fica a evidência de que não se deve jogar com os vícios. Um leva a outro, e o aparecimento de chagas é inevitável. E se é verdade que Deus pode tudo curar, há uma doença para a qual, nesta vida, não há operação definitiva: o nosso orgulho, para o qual temos que tomar, a vida toda, o remédio da humildade, na Eucaristia. Numa segunda fase, destaca-se a importância da atuação dos religiosos na conversão das pessoas. Particularmente a eles foi dada a unção de buscar as ovelhas desgarradas, e seu exemplo e ensinamentos são um padrão natural de comportamento humano, constantemente observado e avaliado. Mesmo por quem não é da Igreja. Sim, por serem abertamente comprometidos com uma vida de perfeição, muito se espera dos religiosos, nada menos que a santidade, e por isso devemos rezar continuamente por eles, agradecendo sua vocação e pedindo ao dono da messe que envie mais trabalhadores (cf.Lc 10,2). Mas, sem esquecer que todo ser humano é falho, é preciso o empenho sincero dos vocacionados na própria santificação, pois “A quem muito foi dado, muito será pedido. A quem muito foi confiado, dele muito será exigido” (Lc 12, 48). E a cobrança virá de Deus. Vivemos em tempos, previstos por Nossa Senhora em Fátima, Portugal, 1917, de séria crise no testemunho do clero e dos consagrados da Igreja Católica. Aumentemos nossas orações, pelo bem de todos, fiquemos atentos à Verdade, e “...quem pensa estar de pé cuide para não cair” (Lc 10,12). Numa última etapa da sua vida, a dedicação de São Camilo aos doentes fala por si mesma. São suas palavras: “Os doentes nos revelam o rosto de Deus”; “Todos peçam a Deus que lhes dê um amor de mãe para com o próximo”; “Deixe tudo nas mãos de Deus e recorra a Nossa Senhora”. Esta última citação destaca a sua preocupação também com as enfermidades da alma. De fato, no seu leito de morte, recomendou aos seus religiosos a dedicação ao apostolado dos enfermos. Um modo de entender o desaparecimento da úlcera no seu pé, até então incurável, é que, no Céu, só a perfeição entra. Antes, Camilo precisava da chaga para lembrá-lo da sua pobre condição humana, e lhe trazer méritos por suportá-la com amor. Aproveitemos este sinal visível para pensar – também, aqui, no sentido de cuidar – nas nossas feridas de alma ainda abertas, dentre as quais há de haver algumas que possam e devam ser curadas ainda nesta vida.

Oração:

Senhor Deus, Médico dos Médicos, que pelas chagas de Vosso Filho curastes as nossas, concedei-nos, pela intercessão e pelo exemplo de São Camilo de Léllis, a sua mesma caridade para com os adoentados de corpo e alma, seguindo a recomendação de continuamente preservar a dignidade humana, para alcançarmos a realização do significado plena destas suas palavras: “Tudo passa, o bem permanece”. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 13 de julho de 2024

O louvor a Deus pelas criaturas nos santos padres

Santíssima Trindade (Divino Pai Eterno)

O LOUVOR A DEUS PELAS CRIATURAS NOS SANTOS PADRES

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)  

Os santos padres, os escritores do cristianismo primitivo tiveram presente a criação, percebida como dom do Deus criador, em conformidade com o seu poder grandioso de criar obras maravilhosas dadas à realidade humana, a partir do nada. Eles enalteceram as coisas bonitas saídas das mãos fabulosas do Senhor de modo que Deus é louvado por ter criado tão bem os seres sobretudo, o ser humano, percebido à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1,2). Eles realçaram a ação plenamente livre do Deus Criador, a extensão universal desta ação divina, aludindo a admiração, a bondade e a harmonia de todo o universo, criado e conservado pelo único Deus (1). Eles também colocaram a nova criação proveniente do Filho de Deus Redentor. Num momento em que nós percebemos muitas queimadas da natureza em diversos lugares no Brasil e no mundo, enchentes ocorridas, mudanças climáticas, guerras entre os povos, destruições, mortes, calor acima da média, falta de chuvas, ar seco, preservação da natureza, de rios e nascentes, é importante perceber como os santos padres deram atenção à natureza, e às criaturas de um modo geral e às humanas, como obras maravilhosas do Senhor e a necessidade de preservá-las em vista de sua continuidade e amor ao Senhor.  

O louvor a Deus

São Cirilo de Jerusalém, bispo no século IV afirmou a importância do louvor que deve ser dado a Deus pelas criaturas feitas. “Não é talvez digno o Criador, de ser essencialmente louvado? Se talvez a pessoa não conheça a natureza de todas as coisas, talvez o que foi criado é sem sentido” (2). O bispo também afirmou que é impossível uma criatura conhecer as propriedades de todas coisas, de modo que existe o Criador que conhece tudo, porque tudo proveio dele. Ele também afirmou a vitalidade das obras que rastejam na terra como no caso as cobras mais venenosas se extraem antídotos para a saúde das pessoas, caso estas forem picadas (3). A pessoa é conduzida ao louvor do Criador que fez tão bem as coisas para que o ser humano as admirasse e as preservasse, recebidas pelo Senhor.  

O Senhor criou as aves do céu

São Cirilo de Jerusalém também disse que Deus criou as aves do céu. Ele levantou uma pergunta no sentido de quem indague a natureza dos pássaros dos céus?! Como é possível que alguns modulem o seu canto, outros sejam ornados sobre suas asas de cores, outros ainda, vão juntos, permanecendo imóveis no meio do ar?. Assim para São Cirilo é impossível a pessoa permanecer indiferente à obra da criação, porque o Criador está na frente de todas as coisas (4).  

A descrição dos mares

O bispo de Jerusalém teve presente a descrição do mar, grande e vasto, contendo inumeráveis animais que nadam nas águas profundas. Assim quem pode descrever a beleza dos peixes que estão presentes no mar? Além do mais quem elucidaria a profundidade e a vastidão do mar, o ímpeto das suas ondas imensuráveis? Ainda que as dimensões dos mares sejam grandiosas os seus limites foram fixados pelo Criador, pela sua palavra que disse: “Até aqui chegarás, e não além; aqui dominarás a arrogância de tuas ondas!”(Jó 38,11) (5). 

O Pintor divino

Santo Ambrósio de Milão, bispo no século IV afirmou que a pessoa humana foi modelada pelo Senhor Deus, bom artista, criada à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1,26) (6). Desta forma não pode ser eliminada uma boa pintura que brilha pela verdade e foi feita com a graça. O bispo convidava os seus fieis a buscar a pintura que Deus fez com o ser humano, Daquele que o pintou e o formou, para fazer comunhão com Ele para que assim ele viva a graça de ser sua criatura (7). 

A criação nova

São Clemente de Alexandria, leigo e padre da Igreja nos séculos II e III afirmou a criação nova a partir de Jesus Cristo. Enquanto a humanidade estava envolta nas trevas (cf. Mt 4,16), as pessoas fechadas num caminho de morte, surgiu uma luz mais pura que o sol, mais doce que a vida humana proveniente da realidade humana, dada pelo Pai em Jesus Cristo. Aquela luz é vida eterna, e tudo aquilo que é tocado por ela, vive. A noite do pecado é exterminada pela luz da vida, Jesus. Isto significou a criação nova (cf. Gl 6,15), porque o sol da justiça se fez presente na humanidade e sobre todos desceu o orvalho da verdade, proveniente do Verbo de Deus Pai encarnado (8).

O Deus Uno e Trino criou as coisas, os animais e os seres humanos. Tudo foi feito na maior harmonia e amor. O ser humano é convidado a preservar as coisas e a vida humana, sem guerras, sem conflitos, sem derrubadas das florestas, sem destruições mas ajudando a continuidade da vida pelos seres criados. O Senhor abençoe a todos os seres vegetais, animais e humanos.  

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1 Veja B. Studer. Criação. In: Novo Dicionário de Patrística e Antiguidades Cristãs, dirigido por Angelo Di
Berardino. Instituto Patriscum Augustinianum. Gênova-Milão, Marietti, 2006, pág. 1254.
2 Ver Cada Dia com os Padres da Igreja, editado por Giovanna della Croce. Apresentação de Enzo Bianchi.
Milão, Paoline, 1996, pág. 213.
3 Ver Idem, Catequese Pré-batismal 9.14, pág. 213.

4 Ver Ibidem, 9,12, pág. 212
5 Ver Ibidem, 9,11, pág. 211
6 Ver Idem, Ambrogio di Milan., Esamerone 6,9,47, pág. 215.
7 Ver Idem, pág. 215.
8 Ver Idem. Clemente de Alexandria, Protrepticus 11.114, pág. 214.

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

NAZARENO: Diálogo após a ceia (o mandamento do amor) - (51)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 51 - Diálogo após a ceia (o mandamento do amor)

Diálogo após a ceia (o mandamento do amor)

Os onze continuam seu diálogo com Jesus no final da ceia. Nasce a discussão entre os apóstolos sobre qual deles deveria ser considerado o maior.

Jesus lhes disse: Pois, qual é o maior: o que está à mesa, ou aquele que serve? Não é aquele que está à mesa? Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que serve!”…

Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros”.

Em seguida, falou sobre sua partida iminente. Simão Pedro lhe diz: “Senhor, para onde vais?”. Respondeu-lhe Jesus: “Não podes seguir-me agora que vou, mas me seguirás mais tarde”. Pedro lhe diz: “Por que não posso seguir-te agora? Darei a minha vida por ti”. Jesus lhe responde: “Darás a tua vida por mim? Em verdade, em verdade, te digo: o galo não cantará sem que me renegues três vezes”. O apóstolo fica perturbado.

O Nazareno acrescenta:

Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede também a mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas... virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais vós também. E para onde vou, conheceis o caminho”. Tomé lhe diz: “Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos conhecer o caminho?”. Diz-lhe Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. Se me conheceis, também conhecereis a meu Pai. Desde agora o conheceis e o vistes”.

Depois Jesus ergue os olhos para o céu e reza: “Pai, chegou a hora: glorifica teu Filho, para que teu Filho te glorifique, e que, pelo poder que lhe deste sobre toda carne, ele dê a vida eterna a todos os que lhe deste! Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo...

Eles se levantam da mesa em silêncio. Saíram da casa depois de agradecer a Dã, sua esposa Maria e o jovem Marcos.

Descem da cidade alta pela antiga rua em degraus e passam pelo bairro de Siloé.

Param no Monte das Oliveiras, no jardim chamado Getsêmani.

Judas, que o estava traindo, conhecia também esse lugar, porque, frequentemente, Jesus e seus discípulos aí se reuniam.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/07/09/15/138119669_F138119669.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O Papa recebeu o metropolita Antonij do Patriarcado de Moscou

O Papa durante o primeiro encontro com o metropolita Antonij Volokolamsk, em 05 de agosto de 2022 (Vatican Media)

A audiência foi na tarde de ontem, quinta-feira, 11 de julho. É o quarto encontro entre Francisco e o metropolita presidente do Departamento das Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado.

Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência Antonij, metropolita de Volokolamsk, presidente do Departamento para as Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou. A Sala de Imprensa da Santa Sé informa que o encontro teve lugar no final da tarde de ontem, quinta-feira, 11 de julho.

O Papa e Antonij encontraram-se pela primeira vez em 5 de agosto de 2022, quando o representante ortodoxo veio ao Vaticano pela primeira vez, após a sua nomeação em junho do mesmo ano, com a qual sucedeu ao metropolita Hilarion.

No dia 15 de setembro de 2022, realizou-se um novo encontro em Nur-Sultan, capital do Cazaquistão, que o Pontífice visitou para participar no Congresso dos líderes das religiões tradicionais.

Ainda no dia 3 de maio de 2023, Antonij veio a Roma para se encontrar com alguns chefes de Dicastério da Cúria Romana e participou da Audiência Geral na Praça São Pedro. Naquela ocasião saudou o Pontífice e parou para falar com ele por alguns momentos. Francisco, como sempre nestes encontros, havia beijado a sua Panaghia, o medalhão com a imagem da Mãe de Deus que os metropolitas ortodoxos usam no peito.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Teresa de Jesus dos Andes

Santa Teresa de Jesus dos Andes (A12)
13 de julho
Santa Teresa de Jesus dos Andes

Santa Teresa de Jesus dos Andes nasceu em Santiago do Chile, no dia 13 de julho de 1900, com o nome de batismo de Juanita Fernández Solar. Ela é a padroeira dos jovens da América Latina.

Viveu uma infância normal com sua família que tinha uma boa situação econômica. Gostava de passar as férias na fazenda, andar a cavalo e brincar na natureza. Foi educada dentro da fé cristã, e desde muito nova manifestou o seu gosto pelas coisas de Deus.

Estudou no colégio das Irmãs francesas do Sagrado Coração. Em 11 de setembro de 1910 recebeu a primeira comunhão, que marcou profundamente a sua vida. Sobre esse dia, ela escreveu em seu diário: "Por um ano me preparei. Durante esse tempo a Virgem me ajudou a limpar meu coração de toda imperfeição". Ela prometeu receber a comunhão todos os dias, na medida do possível.

Aos quatorze anos, leu pela primeira vez a “História de uma alma” de Santa Teresinha do Menino Jesus. Passou por muitos problemas de saúde e movida por Deus, ela decidiu consagrar-se a Ele como religiosa, começando o discernimento sobre a sua vocação.

Aos 17 anos, leu os escritos de Santa Teresa d’Ávila. Começou a viver a oração como amizade e entrega aos demais. Também conheceu os escritos de Isabel da Trindade, experimentando uma grande sintonia com ela. Ao sentir o chamado para ser Carmelita, entrou em contato com a Madre Angélica, priora das Carmelitas de Los Andes e falou com ela sobre sua inquietação vocacional.

Em 7 de maio de 1919, entrou para o Carmelo de Los Andres, iniciando assim o postulantado com o nome de Teresa de Jesus. Exerceu um verdadeiro apostolado com as suas cartas a familiares e amigos, tratando de conduzi-los à amizade com Deus, à alegria e à gratidão. As suas Cartas e os seus Diários ficaram como legados da sua espiritualidade.

Recebeu o hábito carmelita no dia 14 de outubro de 1919 em presença de familiares e amigos de Santiago. Para ela a vida carmelita se resumia em três coisas: amar, sofrer e rezar pela conversão dos pecadores, pela santificação dos sacerdotes e da Igreja.

Em março de 1920, iniciada a Quaresma, Irmã Teresa comunicou ao seu confessor, Padre Avertano, que morreria dentro de um mês; pediu autorização para intensificar sua penitência pelos pecados da humanidade. Sem dar importância ao anúncio, como única resposta o confessor lhe pediu inteira disponibilidade a Deus e que viva a regra carmelita. Foi o que fez, dedicando-se ainda mais aos trabalhos, na entrega à oração e na vivência fraterna com suas coirmãs. Algum tempo depois, ela começou a ter muita febre, sofreu frequentes delírios, seis médicos a atenderam e a diagnosticaram com Tifo.

No dia 07 de abril, fez sua profissão religiosa, por causa do perigo eminente de morte. Repetiu três vezes, emocionada, a fórmula de consagração ao Senhor e agradeceu à comunidade a graça de poder fazer a profissão antes do tempo, pois ainda não havia completado seu Noviciado.

No dia 12 de abril, a Irmã Teresa de Jesus morreu com 19 anos e nove meses, tendo apenas onze meses como carmelita. Muitas pessoas foram à capela do convento para o funeral daquela que já era considerada uma “santinha” por muitos. A fama de santidade foi imediata, muitos diziam ter recebido bênçãos através da intercessão da Irmã Teresa de Jesus.

Em 13 de abril de 1987, Irmã Teresa de Jesus foi beatificada pelo Papa João Paulo II. Em 21 de março de 1993, o mesmo Papa a canonizou em Santiago do Chile. “A Luz de Cristo para toda a Igreja chilena é a Irmã Teresa de Los Andes”, disse João Paulo II na ocasião.

Padroeira dos jovens da América Latina, Santa Teresa dos Andes foi escolhida como uma das intercessoras da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, no Rio de Janeiro, sendo invocada como contemplativa de Cristo.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Para uma sociedade secularizada, que vive de costas para Deus, esta carmelita chilena, que viveu com alegria apresentada como modelo da perene juventude do Evangelho, oferece o testemunho límpido de uma existência que proclama aos homens e mulheres de hoje que no amar, adorar e servir a Deus estão a grandeza e a alegria, a liberdade e a realização plena da criatura humana”, disse João Paulo II na homilia de canonização de Santa Teresa. O Pontífice destacou que a vida de Santa Teresa “grita suavemente a partir do claustro: ‘só Deus basta!’” e este é um grito “especialmente aos jovens, famintos de verdade e em busca de uma luz que dê sentido a suas vidas”. “A uma juventude solicitada pelas contínuas mensagens e estímulos de uma cultura erotizada e uma sociedade que confunde amor genuíno, que é doação, com o uso hedonista do outro, esta jovem virgem dos Andes proclama hoje a beleza e bem-aventurança que emana corações puros”, acrescentou o Papa.

Oração:

Que das mãos de Maria te converteste Em uma jovem apaixonada por Jesus Cristo, És modelo de santidade e caminho de perfeição para a Igreja. Tu soubeste sorrir, amar, alegrar e servir. Tu foste forte para assumir a dor E generosa para amar. Tu soubeste contemplar a Deus Nas coisas sensíveis da vida. Mostra-nos o amor do Pai Para viver a amizade com alegria E com ternura na família. Ajuda aos fracos e aos tristes Para que o Espírito os anime na esperança. Intercede por nós E pede para o Chile o amor e a paz. Teresa dos Andes, Filha predileta da Igreja chilena, Religiosa do Carmelo, Amiga dos jovens, Serva dos pobres, Roga por nós cada dia.

 Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF