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segunda-feira, 15 de julho de 2024

A Igreja no mundo de hoje

Ser Igreja hoje (PJMP)

A IGREJA NO MUNDO DE HOJE

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Cadernos do Concílio – Volume 25 

Hoje nos debruçaremos no volume vinte e cinco dos Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II em preparação ao jubileu do próximo ano. A cada vinte e cinco anos a Igreja celebra o jubileu ordinário. Nesse próximo ano comemoraremos também os sessenta anos de encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano II, por isso, ao longo desse ano estamos revendo, mesmo que de maneira resumida, os principais documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II, através dessa Coleção Cadernos do Concílio.  

Muitas pessoas não viveram na época do Concílio Ecumênico Vaticano II, por isso, é necessário tornar esses documentos atuais e mesmo quem viveu à época é bom revisitá-los. É necessário ainda viver tudo aquilo que foi discutido ao longo do Concílio Ecumênico Vaticano II por isso é importante revisitar os documentos, e entender a importância dele para a Igreja.  

Esse ano jubilar será um ano de muitas graças e que a Igreja colherá muitos frutos. Somos felizes por participar da Igreja de Cristo, por ser membros desse corpo que é a Igreja e que tem Cristo como cabeça. Temos que viver aqui na terra o Reino de Deus e aquilo que Jesus tanto pregou, o amor ao próximo.  

Voltando ao tema que é proposto para esse volume vinte e cinco da Coleção Cadernos do Concílio: “A Igreja no mundo de hoje”, que foi escrito por Monsenhor Cesare Pagazzi, secretário do Dicastério da Cultura e Educação. Todos os volumes dessa coleção foram preparados pelo Dicastério para a Evangelização. Inclusive é uma maneira da Igreja fazer-se presente no mundo, ou seja, chegando as mãos de todos os fiéis através dos documentos.  

A Igreja mais do que nunca precisa estar inserida na sociedade no mundo de hoje, e como que a Igreja se fará presente? Através dos Bispos, sacerdotes e diáconos que ministram os sacramentos e através dos leigos que são chamados a serem sal na terra e luz no mundo.  

Com o passar do tempo a Igreja precisou se adaptar e acompanhar o crescimento e o desenvolvimento do mundo, principalmente no que diz respeito a tecnologia. Hoje em dia é possível evangelizar por meio do rádio, televisão e redes sociais. Antigamente a única maneira do padre ou da paróquia conversar com seus fiéis era por meio de carta ou telegrama, hoje é possível a paróquia ou o padre conversar com os fiéis através de mensagens nas redes sociais. É claro, que se for algo mais urgente o fiel tem que ir pessoalmente até a paróquia.  

Nos dias de hoje é possível transmitir a missa através das redes sociais, ou Youtube, é claro que essas transmissões não devem nos acomodar, elas são voltadas mais para os idosos e doentes que tem dificuldade de ir à Igreja. Os demais podem assistir, mas não deixar de ir à Igreja fisicamente.  

Todos os fiéis quando batizados são chamados a ser sacerdotes, profetas e reis, e ainda, sal na terra e luz no mundo. Ou seja, a partir do batismo passamos a pertencer a Cristo e à Igreja, nos tornamos membros dessa Igreja onde Cristo é a cabeça e nós somos os membros. Cada batizado é chamado a anunciar Jesus Cristo aos outros e se tornar discípulo e missionário do Senhor, anunciando a alegria que é pertencer a essa Igreja.  

Ao realizar esse trabalho evangelizador e ao chamar novos membros para que se incorporem a Igreja é uma forma de tornar a Igreja presente no mundo. A nossa missão tem que ser diária, todos os dias devemos falar de Deus para quem conhecemos e a missão de cada batizado deve ser permanente. A Igreja deve estar sempre de portas abertas, acolhendo a todos que chegam, oferecendo os sacramentos e sobretudo tendo Santa Missa diária. Para a Igreja poder conversar com os fiéis e estar presente no mundo é preciso estar sempre aberta e oferecer os sacramentos aos fiéis.  

O Papa Francisco insiste que a Igreja deve ser em “saída”, ou seja, não ficar apenas dentro dos templos ou na sacristia esperando os fiéis chegarem, mas deve ir ao encontro dos fiéis, essa é uma forma da Igreja se fazer presente no mundo. É necessário testemunharmos Jesus Cristo nos dias de hoje. É preciso que o padre esteja ciente dos idosos, doentes, e de todos aqueles que precisam de alguma necessidade em torno de seu território paroquial, para que ele possa ser um sinal do Cristo Bom Pastor para essas pessoas e a Igreja esteja presente no mundo.  

Desde o início da Igreja primitiva quando Jesus envia os discípulos em missão, Ele lhes dá o poder do Espírito Santo para que fossem por todo o mundo anunciar o Evangelho. Por isso, o termo “católico” significa universal, ou seja, justamente aquilo que estamos tratando aqui, a Igreja presente no mundo. Do mesmo modo que Jesus enviou os discípulos, Ele nos envia também hoje.  

O próprio Concílio Ecumênico Vaticano II é uma forma da Igreja dialogar com o mundo e de se atualizar. A Igreja precisava de certa maneira se renovar e se aproximar dos fiéis.  Por isso, a partir do Concílio e com todas as mudanças que ele proporcionou a Igreja entrou num processo de renovação e tendo consciência de sua missão “ad gentes”, ou seja, a missão da Igreja é permanente.  

Convido a tomarem em mãos esse volume vinte e cinco da Coleção Cadernos do Concílio, e ainda a lerem o Decreto “ad gentes” promulgado pelo Concílio Ecumênico Vaticano II. Tenhamos a certeza de que somos discípulos e missionários do Senhor e temos que ser uma Igreja em saída, a pedido do Papa Francisco.  

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa aos religiosos: a beleza e a simplicidade refletem o rosto de Deus

Francisco recebeu no Vaticano membros de seis congregações religiosas (Vatican Media)

Na manhã desta segunda-feira (15/07), o Papa Francisco fez uma pausa em seu período de repouso para receber no Vaticano membros de seis congregações religiosas. Em seu discurso, destacou a importância das novas vocações, da beleza e simplicidade na vida consagrada, e encorajou as congregações a continuarem suas missões com fé e generosidade.

Thulio Fonseca - Vatican News

O Papa fez uma pausa em seu período de repouso e, na manhã desta segunda-feira (15/07), recebeu no Vaticano membros de seis congregações religiosas que nestes dias realizam seus capítulos gerais. No início de seu discurso, ao agradecer pela oportunidade do encontro, Francisco mencionou o nome de cada uma das congregações presentes: Ordem dos Mínimos, Clérigos Regulares Menores, Clérigos de San Viatore, Missionárias de Santo Antônio Maria Claret, Irmãs Reparadoras do Coração de Jesus e Irmãs Agostinianas do Divino Amor.

Em um tom informal e acolhedor, o Pontífice saudou os participantes e questionou: "Eu farei uma pergunta antes de começar. Quantos noviços ou noviças vocês têm?" Ao ouvir as respostas, o Papa destacou a importância das novas vocações para a vida religiosa e completou: "Eu gosto de fazer essa pergunta porque isso significa o futuro de cada congregação".

O caminho espiritual dos religiosos

Francisco enfatizou a diversidade e a riqueza das congregações presentes, cujas origens vão do século XVI ao século XX: "Na sua variedade, vocês são uma imagem viva do mistério da Igreja, onde: 'a cada um é dada uma manifestação particular do Espírito Santo para o bem comum de todos' (1 Cor 12,7), para que no mundo brilhe em toda a sua luz a beleza de Cristo."

O Papa também trouxe a definição dos Padres da Igreja sobre o caminho espiritual dos religiosos: "Não é por acaso que os Padres da Igreja definiam o caminho espiritual dos consagrados e das consagradas como 'filocalia', ou seja, amor pela beleza divina, o qual é a irradiação da bondade divina", e alertou: "nesse caminho não há espaço para as lutas internas e para os interesses que não são os do amor."

A beleza presente no Evangelho

O Santo Padre refletiu em seu discurso sobre dois aspectos importantes da vida religiosa: a beleza e a simplicidade. Sobre a beleza, Francisco sublinhou que as histórias de cada congregação, em circunstâncias, tempos e lugares diferentes, são histórias de beleza, porque nelas transparece a graça do rosto de Deus, transcritas nos Evangelhos, “quando Jesus se recolhe em oração, no seu coração cheio de compaixão pelos irmãos, nos seus olhos acesos de zelo quando denuncia injustiças e abusos, nos seus pés calejados, marcados pelas longas caminhadas com que alcançou também as periferias mais carentes e marginalizadas de sua terra”.

O legado dos fundadores

Em seguida, o Papa destacou a importância de continuar o legado dos fundadores das congregações: 

"As suas fundadoras e os seus fundadores, sob o impulso do Espírito Santo, souberam captar os traços dessa beleza, e corresponder a ela de diversos modos, conforme as necessidades de suas épocas, escrevendo páginas maravilhosas de caridade concreta, de coragem, de criatividade e de profecia, dedicando-se ao cuidado dos fracos, dos doentes, dos idosos e das crianças, na formação dos jovens, no anúncio missionário e no compromisso social; páginas que hoje são confiadas a vocês, para que continuem a obra por eles iniciada". 

O convite, então, em seus trabalhos capitulares, é "recolher o seu testemunho", e a continuar como eles a procurar e semear a beleza de Cristo na concretude da história, colocando-se antes de tudo à escuta do Amor que os animou, e deixando-se interrogar pelas modalidades com que corresponderam: "pelo que escolheram e pelo que renunciaram, talvez com sofrimento, para serem para os seus contemporâneos espelho límpido do rosto de Deus".

A simplicidade na vida consagrada

Ao falar sobre a simplicidade, o Pontífice recordou que este passo só é possível quando a escolha é pelo essencial e pela renúncia ao supérfluo, deixando-se forjar dia após dia pela simplicidade do amor de Deus que resplandece no Evangelho:

"Peçam ao Senhor para serem simples, pessoalmente e também simples nas dinâmicas sinodais do caminho comum, despojando-se de tudo o que não serve ou que pode dificultar a escuta e a concórdia em seus processos de discernimento; despojando-se de cálculos, de ambições – mas a ambição, por favor, é uma praga na vida consagrada; cuidado com isso: é uma praga –, invejas – é feia a inveja na vida comunitária –, pretensões, rigidez e qualquer outra tentação feia de autorreferencialismo. Vocês saberão, assim, ler juntos, com sabedoria, o presente, para captar nele os 'sinais dos tempos' e tomar as melhores decisões para o futuro."

A missão confiada por Deus

O Papa concluiu com um agradecimento e um incentivo para a missão das congregações: "Como religiosas e religiosos vocês abraçam a pobreza justamente para esvaziar-se de tudo o que não é amor de Cristo e para deixar-se encher pela sua beleza, até fazê-la transbordar no mundo, em qualquer lugar que o Senhor os enviar e em direção a qualquer irmão ou irmã que Ele puser no seu caminho, especialmente através da obediência. E esta é uma grande missão! O Pai confia a vocês, membros frágeis do corpo de seu Filho, justamente para que através do seu 'sim' humilde apareça o poder da sua ternura, que vai além de qualquer possibilidade, e que permeia a história de cada uma das suas comunidades". 

Francisco fez ainda um convite aos religiosos:

"Não deixem a oração, uma oração do coração; não deixem os momentos diante do tabernáculo falando com o Senhor, falando ao Senhor e deixando que o Senhor fale a nós. Mas a oração do coração, não a dos papagaios, não, não. Aquela que vem do coração e que nos faz seguir em frente no caminho do Senhor."

Rezar pelas novas vocações

Por fim, assim como fez na introdução do encontro, Francisco sublinhou a importância de rezar pelas vocações: 

"Queridas irmãs, queridos irmãos, agradeço pelo grande bem que fazem na Igreja, em tantas partes do mundo, e encorajo-os a continuar a sua obra com fé e generosidade! Rezem pelas vocações. É necessário que vocês tenham sucessores que levem adiante o carisma. Rezem, rezem. E tenham cuidado na formação: que seja uma boa formação."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Boaventura

São Boaventura (A12)
15 de julho
São Boaventura

João de Fidanza nasceu no ano de 1218 em Bagnorea (atualmente Bagnoregio), região de Viterbo, Itália. Seu pai era um médico famoso, mas não conseguiu curá-lo de uma enfermidade grave na infância, que foi obtida quando a família reunida a pediu por intercessão de São Francisco de Assis.

Foi para Paris estudar, e lá, aos 20 anos, entrou para a Ordem Franciscana com o nome de Boaventura. Concluídos em 1253 os cursos de Filosofia e Teologia na Universidade de Paris, foi nela nomeado, no mesmo ano, catedrático das duas matérias, pois sua inteligência e sabedoria o destacavam. Nesta mesma universidade conheceu e fez grande amizade com São Tomás de Aquino, a partir da qual muitas e fundamentais obras espirituais e literárias surgiram através de ambos, conduzindo a Igreja nos séculos futuros.

Boaventura via na Ordem Franciscana, e por isso com ela se identificou, um reflexo da própria Igreja, pois ambas haviam surgido entre homens simples e humildes, só posteriormente agregando-se a elas os nobres e cultos. As ordens mendicantes, como a dos franciscanos, representavam assim as origens da Igreja, e por isso precisavam ser preservadas.

Em 1254 surgiu grande controvérsia entre os mestres seculares e os das ordens mendicantes, os primeiros argumentando que aquelas não deveriam ser reconhecidas pelas universidades. Foi na defesa destas Ordens que, pelas suas qualidades superiores como teólogo e orador, Boaventura se destacou no meio eclesiástico.

Em 1257 ele foi nomeado pelo Papa Alexandre IV, em função da sua virtude e cultura, ciência e sabedoria, como superior geral dos franciscanos (com o título oficial de Ministro-Geral da Ordem dos Frades Menores). Por isto deixou o ensinou nos seguintes 18 anos, bem como teve que viajar muito pela Europa em missões importantes.

Em 1260 escreveu uma biografia de São Francisco de Assis, a Legenda Maior, superior a todas as anteriores e com o objetivo de fortalecer a unidade da Ordem, que já contava com cerca de 30 mil frades, mas se via ameaçada por espiritualidades discutíveis e influências mundanas. O famoso pintor Giotto inspirou-se nesta obra para realizar sua série “Histórias de São Francisco”.

O Papa Gregório X o tornou bispo e cardeal de Albano Laziale em 1273, encarregando-o de organizar e dirigir o Concílio de Lyon de 1274, no qual foi trabalhada a unidade entre a Igreja latina e a grega, bem como a reconciliação entre o clero secular e as ordens mendicantes

Além de todas estas suas altas funções e responsabilidades, Boaventura escreveu ainda uma vasta e profunda obra, abordando quase todos os assuntos acadêmicos da sua época, com destaque porém para a Filosofia e Teologia, testemunhando a relação mútua entre estas duas disciplinas, com a submissão da primeira à segunda. Para ele, Cristo é o caminho de todas as ciências, e só a Verdade revelada pode uni-las e plenificá-las para o seu objetivo de levar ao conhecimento de Deus.

Procurando sempre fundamentar com a Razão as verdades da Fé, tomou a Caridade como base do seu pensamento teológico. Este foi desenvolvido num total de 11 volumes. Entre os muitos e diversos textos, destacam-se "Comentário sobre as Sentenças de [Pedro] Lombardo”, (incluindo "Comentário sobre o Evangelho de São Lucas", Itinerarium Mentis in Deum, Breviloquium, De Reductione Artium ad Theologiam, Soliloquium e De septem itineribus aeternitatis), realizado por ordem dos seus superiores, quando tinha apenas 27 anos. Escreveu o tratado “Sobre a Perfeição da Vida" para Santa Isabel de França, irmã de São Luís IX de França, e suas clarissas.

Após duas e decisivas intervenções no Concílio de Lyon, São Boaventura faleceu em 15 de julho de 1274, assistido pessoalmente pelo Papa.

 O modo exemplar como conduziu a ordem franciscana o tornou conhecido por “Segundo Fundador” e “Segundo Pai” da mesma. Recebeu o título de Doutor da Igreja – “Doutor Seráfico”, paralelamente a São Tomás de Aquino, o “Doutor Angélico”.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Fato comum na vida dos santos é a influência benéfica e inicial da família na sua formação espiritual, independentemente da situação cultural, social ou econômica. São Boaventura foi curado na infância pela intercessão da família reunida… não apenas por um dos pais, por exemplo, mas por toda a família. A oração em família é, de fato, um caminho de cura para muitos males e para a obtenção de muitas graças, e precisa ser urgentemente resgatada e valorizada como atividade habitual nos lares católicos. “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18,20): quanto mais se estes forem uma família… a de Nazaré rezava junta. Sua grandiosa obra, acadêmica, pastoral, evangelizadora, administrativa, e especialmente espiritual é centrada na Caridade, como fundamento teológico, fundamento este a que se submetem a Filosofia, e demais ciências: uma ordenação hierárquica que interconecta na Verdade o conhecimento e a ação humana sob a primazia de Deus. Escreveu que “Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humildade, o estudo sem a graça”. Amém. São Boaventura foi também reformador da Ordem Franciscana, ameaçada então por discutíveis espiritualidades. E suspeitas influências humanas. Também hoje, no contexto maior da crise da Igreja em geral, os franciscanos foram muito atacados pela herética “Teologia da Libertação”. Rezemos para que o Senhor, a Virgem Maria, São Francisco de Assis e São Boaventura libertem a sã Teologia desta ideologia comunista infiltrada no Catolicismo, e que se espalhou também por outros dos seus setores.

Oração:

Senhor, que quereis reformar nossas almas no caminho da santidade, concedei-nos por intercessão de São Boaventura viver na Verdade da caridade, portanto em harmonia Convosco e com as criaturas em meio às desordens deste mundo, para que tenhamos a boa ventura de repousar em Vós depois dos nossos terrenos trabalhos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 14 de julho de 2024

50 anos do Caminho Neocatecumenal no Brasil

50 anos do Caminho Neocatecumenal  n Brasil (Diocese de Jundiaí-SP)

Em 2024, completam-se 50 anos que o Caminho Neocatecumenal teve início no Brasil com a formação das primeiras comunidades na Diocese de Umuarama, no estado do Paraná.

O Jubileu será celebrado no dia 14 de julho deste ano, a partir das 15h, no Santuário de Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, SP, com a presença das comunidades neocatecumenais de todo o Brasil.

ACOMPANHE A TRANSMISSÃO AO VIVO
DA CELEBRAÇÃO EM AÇÃO DE GRAÇAS PELOS
50 ANOS DO CAMINHO NEOCATECUMENAL NO BRASIL
DIA: 14/7/2024 – HORA: 15H


Fonte: https://cn.org.br/portal/50anosbrasil/

Reflexão para o 15 º Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

A partir da vocação de sermos irmãos em Cristo, o Pai nos deu a felicidade completa, o céu, a proximidade Dele, e dos irmãos, para sempre.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A mensagem da liturgia deste domingo nos propõe refletir sobre o papel do profeta, do homem enviado por Deus para nos comunicar seus desejos e orientações, em relação à nossa vida.

Na primeira leitura vemos o Profeta Amós sendo expulso, pelo sacerdote Amasias, da cidade de Betel, porque denunciou as coisas erradas feitas pelo rei Jeroboão II.  Amós respondeu que não poderia obedecer a essa ordem, pois fora investido dessa função por Deus, quando era apenas, em sua cidade, um pastor de gado e recebera, do Senhor, a missão de profetizar em Israel, o que ora fazia. O profeta disse que a prosperidade em Israel é fruto de injustiças, de exploração do pobre e do humilde e, portanto, todo o bem estar desfrutado pelas classes poderosas, percebido inclusive na frequência ao Templo, era vazio e sustentado pela exploração do pequeno. Evidentemente isso agredia o rei, os sacerdotes e toda a classe de dirigentes e famílias bem constituídas.

No Evangelho, Jesus chama seus discípulos e os envia às pessoas para libertá-las dos males. Ao mesmo tempo deu orientações para saberem como deveriam realizar a incumbência. Será na simplicidade e na total confiança no poder de Deus que a missão será exercida. Mas por que o Senhor os enviou com observações claras sobre simplicidade? E quais eram os males dos quais os apóstolos são enviados para libertar os homens?

O gênero humano é o mesmo, desde a época de Amós, passando pela época de Jesus e chegando ao nosso tempo. Todos são envolvidos pelos males, os mesmos que Jesus exorcizou em sua tentação no deserto: a riqueza, o poder, a soberba. Todos esses, com suas versões contemporâneas, levam o ser humano a ser opressor, egoísta e, profundamente infeliz. Podemos constatar isso através de notícias atuais e até de nossa própria experiência.

Existe um dito popular: “O homem feliz não tinha camisa!” Esse dito quer nos dizer que a felicidade não está em possuir coisas. É a sabedoria popular nos alertando contra o desejo de posse, contra a concupiscência do ter. Deus quer o homem feliz, o criou para isso, mas a atração pelo consumismo e pela saciedade dos instintos pode levá-lo ao inferno, isto é, à infelicidade absoluta, longe do irmão e de Deus.

Outro perigo que essas duas leituras nos alertam, especialmente a primeira, é sobre o presente que corrompe. Amasias, o sacerdote que expulsou o profeta Amós, fez isso não porque fosse cego ou sem inteligência para perceber a situação de injustiça, mas porque era empregado do rei. Era Jeroboão II quem pagava seu salário e, além de prestígio, certamente, recebia dele homenagens, privilégios e portanto, não era livre para lutar pela verdade! Também esse é um dos grandes males de que Jesus veio nos libertar, a conivência e omissão, principalmente quando temos culpa no cartório.   

Já Amós, era livre e independente. Seu único patrão, seu único senhor era Deus e, também, sua consciência.

Por outro lado dizemos, de acordo com a segunda leitura, que Deus, nosso Pai e nosso Senhor nos cumulou, em Jesus Cristo, com todos os bens imperecíveis. A partir da vocação de sermos irmãos em Cristo, o Pai nos deu a felicidade completa, o céu, a proximidade  Dele, e dos irmãos, para sempre. Jesus, o homem livre, deverá ser o nosso exemplo de filho, de irmão, de missionário. Além de ser livre, nos indicou o caminho para a liberdade, ao declarar que a verdade liberta. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Paulo VI: Cartas de misericórdia (2)

Giovanni Battista Montini nos anos em que esteve na Secretaria de Estado. Ao fundo, uma de suas cartas dirigida a Dom Orione por sua ajuda aos sacerdotes “lapsi” | 30Giorni

6 de agosto de 1978 • Paulo VI morre em Castel Gandolfo

Cartas de misericórdia

A correspondência, iniciada em 1928, entre Giovanni Battista Montini, então jovem funcionário da Secretaria de Estado, e Dom Orione, sobre a ajuda a prestar a alguns sacerdotes em dificuldade.

por Flávio Peloso

Uma colaboração contínua

Estabeleceu-se uma colaboração contínua entre o jovem Montini, escrivão da Secretaria de Estado, e Dom Orione para ajudar os sacerdotes em dificuldade. Quando Monsenhor Montini soube desses casos, sabia que poderia recorrer a Dom Orione: “Por favor, por sua bondade, dê uma olhada também nesta miséria e diga-me se Nossa Senhora não lhe sugeriu como lhe trazer alguma ajuda”. Do resto da carta, entende-se que Monsenhor Montini não estava “descarregando o problema” sobre Dom Orione, como se fosse uma prática oficial, mas ofereceu-lhe o seu envolvimento pessoal: “Se você acredita que algo pode e deve ser feito na intenção da minha parte (realmente não sei do que a minha pequenez é capaz, principalmente neste campo) por favor me avise".

Dom Orione deve ter apreciado muito o empenho do jovem monsenhor, porque em outra ocasião ele desabafa sua raiva dizendo: “Eu poderia ter feito mais e, com a ajuda divina, faria muito mais por estes e por outros, mas, eu digo isso com dor, não sou ajudado além do Santo Padre e, para alguns, do Santo Ofício em geral, os outros, depois que se livraram deles e os jogaram em meus braços, não se lembram mais deles: deixe-os ficar! para você!" ( Escritos 84, 9).
Outro indício da continuidade do empenho de Monsenhor Montini neste campo oculto da caridade sacerdotal encontra-se na sua carta de 2 de agosto de 1929, na qual confidenciou a Dom Orione: «Monsenhor Canali enviou-me novamente casos semelhantes com a oração de encontrar alguns remediar ou pelo menos dar algum conforto".

Depois de algum tempo, pelos conhecimentos adquiridos e pela franqueza da caridade, Monsenhor Montini torna-se ousado e propõe ao fundador da Pequena Obra da Divina Providência: “Tenho bastante experiência sobre a necessidade de uma obra de assistência aos levanta-te por estes infelizes, aos quais já ninguém quer chegar... Ah, se o Senhor te inspirasse a fundar também esta obra, Dom Orione, como eu também o abençoaria!”. De facto, precisamente na década de 1930, Dom Orione designou um ambiente confidencial capaz de promover a sua recuperação humana e espiritual para ajudar estes sacerdotes. “Para recolher os padres que caíram durante a guerra e que aos poucos voltam arrependidos”, escreveu a um eclesiástico que lhe pediu ajuda em favor de um padre “A Divina Providência me fez comprar uma casa adequada em Varallo Sesia, e também ali perto de L .200.000, e dei um passo que agora considero muito longo" (carta de 25 de novembro de 1932).

Paulo VI visita duas obras dos Orionitas em Roma; aqui está ele com um menino deficiente do centro "Dom Orione" de Monte Mario | 30Giorni

Na colaboração entre Monsenhor Montini e Dom Orione, o bálsamo da caridade aliado à ação jurídica levou ao resgate de vários sacerdotes “lapsi”. É também mencionado numa carta datada de 11 de setembro de 1929: “Venerável Dom Orione, o excelente Doutor Costa, de Gênova, trouxe-me suas saudações, com meu imenso prazer, por saber que você se lembrou de mim e, espero, em Lembro-lheme.

A preocupação pelos sacerdotes em dificuldade, por mais generosa e sábia que fosse, nem sempre alcançava os bons resultados esperados. Como no caso de Don Raffaele ***. Monsenhor Montini escreveu a Dom Orione em novembro de 1929. “Venerável Dom Orione, há meses tomei a liberdade de lhe relatar o lamentável caso de um sacerdote apóstata que precisava ser salvo, e na carta incluí um memorando com a precisão dados. […] Queria que você, Deo adjuvante , estendesse a mão ao pobre!”. Depois, porém, Monsenhor Montini deverá concluir: “Se não for possível fazer algo por ele, gostaria de receber de volta os lembretes que acompanhavam a carta. Em setembro, passei alguns dias com Franco Costa, e juntos falou sobre ela: Você quer se lembrar de nós dois em sua oração de caridade?".

A correspondência manuscrita de Monsenhor Montini conservada no Arquivo “Dom Orione” é escassa durante a estada de Dom Orione na América Latina (1934-1937) e cessa com a sua morte (1940). O último documento da alma sensível e amiga de Monsenhor Montini a respeito de Dom Orione data de 26 de outubro de 1939. Ele sabia que o “pai dos pobres” tremia pelos seus filhos na Polônia, dos quais não tinha notícias depois da invasão devastadora do tropas de Hitler, que começou em 1º de setembro. Ele o tranquiliza: “Apresso-me em informar que, segundo notícias muito recentes que chegaram até mim, todas as pessoas acolhidas nas instituições da congregação dos Filhos da Divina Providência na Polônia estão seguras. endereçado a você por um de seus filhos; eu estava ansioso para devolvê-lo em anexo, por favor não publique nenhuma informação contida na mesma carta, nem mesmo em boletins reservados à Congregação”.

Uma amizade verdadeiramente singular ligava os dois “bons samaritanos” de sacerdotes em dificuldade. Recordando este período, quarenta anos depois, Paulo VI ainda reviverá o seu encanto (audiência de 31 de maio de 1972): “Vi-o mais de uma vez quando veio me visitar na Secretaria de Estado, e nunca teria terminado de falar com ele porque senti nele uma alma especial, um espírito singular, um santo e esperamos um dia poder proclamá-lo como tal desde esta basílica”.

Arquivo 30Dias – 07/08 – 2001

Fonte: http://www.30giorni.it/

Papa: a missão se faz juntos, com sobriedade de vida. O supérfluo escraviza

Angelus 14/07/2024 - Papa Francisco (Vatican News)

O Evangelho se anuncia juntos, como comunidade, e para fazê-lo é importante ser sóbrio não só no uso das coisas, afirmou Francisco, mas também nos pensamentos, abandonando os preconceitos e a rigidez.

https://youtu.be/nk1ezfPjEjg

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O Papa rezou com os fiéis na Praça São Pedro a oração do Angelus, comentando o Evangelho deste 15º Domingo do Tempo Comum. O trecho de Marcos (cf. Mc 6,7-13) fala de Jesus que envia seus discípulos em missão "dois a dois".

Em sua alocução, Francisco se deteve sobre o fato de os discípulos serem enviados juntos e levarem consigo apenas o necessário.

"O Evangelho não é proclamado sozinho, mas em conjunto, como comunidade, e para fazer isso é importante saber preservar a sobriedade", explicou o Pontífice. É importante saber ser sóbrio no uso das coisas, compartilhando recursos, habilidades e dons, prescindindo do supérfluo, que "escraviza". Só assim se é livre.

A sobriedade, prosseguiu Francisco, também é necessária nos pensamentos e nos sentimentos, abandonando preconceitos e a rigidez que, como bagagem inútil, pesam e dificultam o caminho, para favorecer, ao invés, o debate e a escuta e, assim, tornar o testemunho mais eficaz.

É o que acontece nas famílias ou comunidades: quando nos contentamos com o necessário, mesmo com pouco, com a ajuda de Deus é possível seguir em frente e se entender, compartilhando o que se tem, todos renunciando a alguma coisa e apoiando-se mutuamente. Para o Pontífice, isso já é um anúncio missionário, antes e até mais do que palavras, porque encarna a beleza da mensagem de Jesus na concretude da vida.

"Uma família ou uma comunidade que vive dessa forma, de fato, cria em torno de si um ambiente rico de amor, no qual é mais fácil abrir-se à fé e à novidade do Evangelho, e do qual se sai melhor e mais sereno."

Se, ao contrário, cada um segue seu próprio caminho, se o que conta são apenas as coisas - que nunca são suficientes -, se não há escuta, se prevalecem o individualismo e a inveja, que é "mortal, um veneno", o ar se torna pesado, a vida difícil, e os encontros se tornam mais ocasião de inquietação, tristeza e desânimo do que de alegria.

"Queridos irmãos e irmãs, comunhão e sobriedade são valores importantes para a nossa vida cristã, valores indispensáveis para uma Igreja missionária, em todos os níveis."

O Papa então convidou os fiéis a se questionarem: sinto prazer em anunciar o Evangelho, de levar, onde vivo, a alegria e a luz que provêm do encontro com o Senhor? Para fazer isso, estou comprometido em caminhar junto com os outros, compartilhando com eles ideias e habilidades, com mente aberta e coração generoso? E finalmente: sei como cultivar um estilo de vida sóbrio e atento às necessidades dos irmãos?

"Que Maria, Rainha dos Apóstolos, ajude-nos a ser verdadeiros discípulos missionários, em comunhão e sobriedade de vida", concluiu Francisco, concedendo a todos a sua bênção apostólica.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Camilo de Léllis

São Camilo de Léllis (A12)
14 de julho
São Camilo de Léllis

Camilo nasceu na vila Bucchianico, em Chieti, região de Abruzos, geograficamente no centro da Itália, no ano de 1550. Sua família era nobre e tradicional, e seus pais já muito idosos, por isso seu parto foi difícil, mas bem sucedido.

O pai, militar, passava muito tempo fora de casa, mas sua mãe, dedicada e de fé, o educou nos princípios católicos e nos bons costumes. Camilo tinha 13 anos quando ela faleceu, sendo obrigado a morar com o pai. Este não era propriamente má pessoa, mas tinha o vício do jogo, o que, além das frequentes mudanças da vida militar, tornavam a vida instável. Camilo tornou-se rebelde e passou a detestar os estudos.

Apesar das suas fraquezas, seu pai o amava e procurou ajudá-lo colocando-o como soldado no exército. O filho, com 14 anos e mal sabendo ler, fazia serviços braçais, favorecido ao menos pelo corpo atlético. Perdeu o pai aos 19 anos, tendo como herança apenas sua espada e seu punhal, e o vício do jogo; jovem, forte, violento e jogador, desenvolveu má fama, levando vida mundana e com dificuldades financeiras. Estas se agravaram quando lhe surgiu uma úlcera no pé.

Em 1570, conheceu um jovem frade franciscano que, sem medo dele como outros, dispôs-se a aproximar-se e conversar, desenvolvendo uma amizade e descobrindo até para ele mesmo os sofrimentos e bondade que havia no seu coração. Esta maravilhosa experiência o motivou a procurar também a vida franciscana, mas não foi aceito no convento por causa da grave úlcera podal. Os religiosos o encaminharam para ser atendido no hospital de São Tiago, em Roma, onde descobriu-se que o tumor não tinha cura. Para receber os possíveis cuidados paliativos, ofereceu-se como servente, pagando o tratamento com o trabalho. Mas por causa do vício no jogo, gerando dívidas e confusões, acabou despedido.

Viu-se assim sem casa, trabalho e dinheiro, com uma chaga incurável. Buscou então o emprego de servente de pedreiro junto a frades capuchinhos que começavam a construção de um convento. O contato diário com os religiosos começou a mudar seu coração. E indo para a construção Deus um dia lhe concedeu a graça de uma visão, nunca revelada a ninguém, que mudou completa e definitivamente a sua vida aos 25 anos, convertendo-o e fazendo com que abandonasse o jogo. Procurou novamente a admissão nos franciscanos, sem sucesso, mas de novo os frades conseguiram que voltasse ao hospital de São Tiago para ser cuidado.

Desta vez, não apenas empenhou-se no tratamento, mas pediu para trabalhar voluntariamente como auxiliar de enfermeiro e assistir também aos outros doentes, que entendeu deveria servir como ao Cristo chagado. Antes já havia, como soldado, testemunhado a situação de enfermos agonizantes e terminais, e na realidade do hospital procurou cuidar dos casos mais repugnantes, usualmente abandonados pelos funcionários regulares da casa. Passou a amar os enfermos como a Jesus, com dedicação total, e muitos reconheceram o seu amor cristão. Vários deles, por intermédio de Camilo, aproximaram-se do arrependimento e da Confissão, morrendo em estado de graça.

Surgiram então outros jovens que, motivados pelo seu exemplo, se dispunham ao cuidado gratuito e amoroso dos doentes. A amizade com o futuro São Filipe Néri levou a que retornasse aos estudos, com 32 anos, e à sua ordenação sacerdotal aos 34, bem como à fundação por ambos, em 1582, da Companhia dos Servidores dos Enfermos, ou Congregação dos Ministros Camilianos.

Os Camilianos, como eram simplesmente conhecidos, era inicialmente apenas uma irmandade de voluntários para assistir aos doentes pobres, miseráveis, terminais e rejeitados. Em 1591, com aprovação do Papa, a Congregação se tornou uma Ordem religiosa, a Ordem dos Padres Enfermeiros, ou Ordem dos Ministros dos Enfermos, sendo Camilo eleito superior e como tal atuando por 20 anos. Além dos votos de pobreza, castidade e obediência, havia também o da dedicação aos doentes, ainda que com risco da própria vida.

Pouco depois os camilianos serviram como a primeira unidade médica de campo, na guerra ocorrida na Hungria.

Camilo, apesar das dores no pé, ia visitar os doentes em casa, e quando preciso, dando graças a Deus pelo seu físico, os carregava nas costas para o hospital. Recebeu o dom da cura pela oração, e por isso era muito procurado. Trabalhou duramente, até não ter mais forças. Nos seus últimos sete anos de vida, já não como superior, dedicou-se a ensinar aos irmãos como cuidar e conviver com os enfermos.

Faleceu em Roma aos 14 de julho de 1614, com 64 anos, recomendando aos seus religiosos a dedicação ao apostolado dos enfermos. A úlcera no seu pé desapareceu no instante da sua morte.

Atualmente, no Brasil, a Ordem dos Camilianos está presente em muitos Estados, e no de São Paulo, na cidade de Santo André, está localizada a Paróquia São Camilo de Léllis.

 São Camilo de Léllis é padroeiro dos enfermeiros, dos doentes e dos hospitais católicos, juntamente a São João de Deus, e protetor contra o vício do jogo.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Do princípio da vida de São Camilo, fica a evidência de que não se deve jogar com os vícios. Um leva a outro, e o aparecimento de chagas é inevitável. E se é verdade que Deus pode tudo curar, há uma doença para a qual, nesta vida, não há operação definitiva: o nosso orgulho, para o qual temos que tomar, a vida toda, o remédio da humildade, na Eucaristia. Numa segunda fase, destaca-se a importância da atuação dos religiosos na conversão das pessoas. Particularmente a eles foi dada a unção de buscar as ovelhas desgarradas, e seu exemplo e ensinamentos são um padrão natural de comportamento humano, constantemente observado e avaliado. Mesmo por quem não é da Igreja. Sim, por serem abertamente comprometidos com uma vida de perfeição, muito se espera dos religiosos, nada menos que a santidade, e por isso devemos rezar continuamente por eles, agradecendo sua vocação e pedindo ao dono da messe que envie mais trabalhadores (cf.Lc 10,2). Mas, sem esquecer que todo ser humano é falho, é preciso o empenho sincero dos vocacionados na própria santificação, pois “A quem muito foi dado, muito será pedido. A quem muito foi confiado, dele muito será exigido” (Lc 12, 48). E a cobrança virá de Deus. Vivemos em tempos, previstos por Nossa Senhora em Fátima, Portugal, 1917, de séria crise no testemunho do clero e dos consagrados da Igreja Católica. Aumentemos nossas orações, pelo bem de todos, fiquemos atentos à Verdade, e “...quem pensa estar de pé cuide para não cair” (Lc 10,12). Numa última etapa da sua vida, a dedicação de São Camilo aos doentes fala por si mesma. São suas palavras: “Os doentes nos revelam o rosto de Deus”; “Todos peçam a Deus que lhes dê um amor de mãe para com o próximo”; “Deixe tudo nas mãos de Deus e recorra a Nossa Senhora”. Esta última citação destaca a sua preocupação também com as enfermidades da alma. De fato, no seu leito de morte, recomendou aos seus religiosos a dedicação ao apostolado dos enfermos. Um modo de entender o desaparecimento da úlcera no seu pé, até então incurável, é que, no Céu, só a perfeição entra. Antes, Camilo precisava da chaga para lembrá-lo da sua pobre condição humana, e lhe trazer méritos por suportá-la com amor. Aproveitemos este sinal visível para pensar – também, aqui, no sentido de cuidar – nas nossas feridas de alma ainda abertas, dentre as quais há de haver algumas que possam e devam ser curadas ainda nesta vida.

Oração:

Senhor Deus, Médico dos Médicos, que pelas chagas de Vosso Filho curastes as nossas, concedei-nos, pela intercessão e pelo exemplo de São Camilo de Léllis, a sua mesma caridade para com os adoentados de corpo e alma, seguindo a recomendação de continuamente preservar a dignidade humana, para alcançarmos a realização do significado plena destas suas palavras: “Tudo passa, o bem permanece”. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF