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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Publicados os lemas e logotipos da viagem do Papa à Ásia e Oceania

Logotipos e lemas da viagem do Papa à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor Leste e Singapura (Vatican News)

Francisco estará na Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura de 2 a 13 de setembro. Fé, esperança, fraternidade, oração, os temas centrais.

Vatican News

Fé, oração, compaixão, fraternidade, harmonia, esperança. Estes são os temas que aparecem nos lemas e nos logotipos da viagem apostólica - o mais longo do pontificado - que o Papa Francisco fará de 2 a 13 de setembro à Indonésia, Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura. A Sala de Imprensa do Vaticano os publicou nesta quarta-feira, 8 de maio.

Indonésia

O logotipo da etapa na Indonésia tem como elemento principal a imagem do Papa Francisco abençoando em frente ao emblema da Garuda dourada, a águia sagrada, reproduzida de uma forma que lembra o tradicional tecido “batik”, com um mapa da Indonésia dentro, um arquipélago caracterizado por uma grande variedade de grupos étnicos e sociais, idiomas, culturas e crenças religiosas. À direita, abaixo do nome e do brasão do papa, estão a bandeira da Indonésia, o nome do país, a data da viagem e, enfim, o lema da visita papal: Faith × Fraternity × Compassion  (Fé - Fraternidade - Compaixão).

O logotipo e o lema da viagem à Indonésia (Vatican News)

Papua Nova Guiné

O logotipo de Papua Nova Guiné é caracterizado por três elementos: a cruz é retratada no centro com cores que lembram o nascer e o pôr do sol do país e representa o único Sacrifício que abre as portas do Céu; na cruz está desenhada a Ave do Paraíso, um elemento simbólico de Papua Nova Guiné, com as cores da bandeira nacional dentro dela; à esquerda do braço vertical da cruz está o lema da viagem apostólica: “Pray”,  (Rezar), inspirado na pergunta dos discípulos a Jesus “Senhor, ensina-nos a rezar” (Lc 11:1), com a qual os cristãos papuásios se fazem intérpretes de todo o povo ao expressar seu desejo de aprender a rezar, com a orientação do Papa.

O logotipo e o lema da viagem a Papua Nova Guiné (Vatican News)

Timor Leste

A imagem de Francisco abençoando, simbolizando a proteção que o povo timorense recebe de Deus durante a viagem apostólica, é a imagem no centro do logotipo da viagem a Timor Leste. Atrás do Pontífice está o globo terrestre, do qual emerge, em primeiro plano, o mapa físico do Timor-Leste. Acima, em um arco, está o lema da visita papal: “Que a vossa fé seja a vossa cultura”, uma exortação e um incentivo para viver a fé em harmonia com a cultura, de acordo com as tradições do povo timorense.

O logotipo e o lema da viagem a Timor Leste (Vatican News)

Singapura

Quanto ao logotipo da viagem a Singapura, ele representa uma cruz estilizada inspirada na estrela que guiou os Reis Magos, na Eucaristia e nas cinco estrelas da bandeira. À esquerda e à direita da cruz está o lema da visita papal: “Unity - Hope”  (Unidade e Esperança). “Unidade” expressa a comunhão e a harmonia entre os fiéis, tanto dentro da Igreja quanto no contexto da sociedade e das relações familiares. “Esperança” sugere que a viagem apostólica será um farol de esperança para os cristãos da região, especialmente para aqueles que são discriminados e perseguidos. As cores usadas lembram a bandeira do Estado da Cidade do Vaticano. Abaixo do lema está o nome do Papa, tendo ao lado o nome do país visitado e o ano da visita, em vermelho sobre um fundo branco, cores da bandeira de Singapura.

O logotipo e o lema da viagem a Singapura (Vatican News)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O caminho da libertação: do pecado à graça

O caminho da libertação (Opus Dei)

O caminho da libertação: do pecado à graça

O pecado entrou na humanidade através de um exercício errado da liberdade, mas o “faça-se em mim segundo a tua palavra” que Maria pronunciou, abriu uma nova etapa na História: o Filho de Deus desceu à terra para dar a vida em um ato supremo de liberdade, porque se originou no Amor.

01/07/2018

Depois que Adão e Eva comeram do fruto da árvore proibida, o Senhor “tendo expulsado o homem, postou a oriente do jardim do Éden os querubins, com a espada fulgurante a cintilar, para guardarem o caminho da árvore da vida”. (Gen 3,24) O drama da história humana começou: o homem e a mulher caminhariam como exilados de sua verdadeira pátria, que se caracterizava pela comunhão com Deus. Dante expressa isso lindamente no início de sua Divina Comédia: “À metade do caminho da vida, / em uma selva escura eu estava / porque o meu caminho se havia extraviado”[1]. No entanto, esta caminhada não é uma noite sem luz: o Senhor também anunciou uma esperança: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gen 3,15). A vinda de Cristo marcaria a passagem do pecado para a vida da graça.

A “culpa” original

É o conhecimento de Deus que dá origem ao sentido do pecado, e não o contrário. Nós não vamos entender o pecado original e as suas consequências, enquanto não percebermos, primeiro, a bondade de Deus ao criar o homem, assim como a grandeza do seu destino. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “O primeiro homem não só foi criado bom, como também foi constituído num estado de amizade com o seu Criador, e de harmonia consigo mesmo e com a criação que o rodeava: amizade e harmonia tais, que só serão ultrapassadas pela glória da nova criação em Cristo”[2].

É O CONHECIMENTO DE DEUS QUE DÁ ORIGEM AO SENTIDO DO PECADO.

O pecado de Adão e Eva introduziu uma ruptura fundamental na unidade interna do ser humano. A submissão da vontade humana à Vontade divina, que era a pedra de apoio do arco das faculdades corporais e espirituais da natureza humana, foi quebrada pela desobediência a Deus. Então, ao remover o apoio, o arco inteiro desmoronou. Como consequência, “a harmonia em que se encontravam, estabelecida graças à justiça original, fica destruída; o domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo se quebra (cf. Gen 3, 7)[3]“.

Este primeiro pecado é chamado pecado original, e é transmitido, juntamente com a natureza humana, de pais para filhos, com a única exceção, por privilégio de Deus, de uma pessoa: Nossa Senhora. “Pela desobediência de um único homem, todos eles foram constituídos pecadores” (Rom 5,19), diz São Paulo. Certamente, essa realidade é difícil de entender, até um pouco escandalosa para a consciência atual: “Eu não fiz nada, por que tenho que carregar esse pecado?”

O Catecismo da Igreja Católica aborda esta questão: “É um pecado que será transmitido por propagação a toda a humanidade, isto é, pela transmissão de uma natureza humana privada de santidade e justiça originais. Portanto, o pecado original é chamado “pecado” de maneira análoga[4]: é um pecado ‘contraído’ e não ‘cometido’, um estado e não um ato”[5]. Refletindo sobre isso Ronald Knox escreveu que “evitaríamos muito trabalho se combinássemos de chamar o pecado original de culpa original. Porque o pecado, de acordo com a mentalidade do homem comum, é algo que ele mesmo comete, e a culpa é algo que pode corresponder a ele sem qualquer falta de sua parte”[6].

E é isso o que acontece com o pecado original: nossos primeiros pais pecaram e, ao fazê-lo, perderam a santidade e a justiça originais que Deus lhes havia dado e sua natureza foi “ferida em suas próprias forças naturais, submetida à ignorância, sofrimento e domínio da morte e inclinados ao pecado”[7]. E como que ninguém pode deixar como herança o que já não possui, Adão e Eva não puderam deixar-nos o que eles perderam: aquele estado de santidade e justiça original, e uma natureza sem corrupção. Eles nos transmitiram a sua natureza como ela era naquele momento: ferida pelo pecado. É por isso que Santo Agostinho escreveu: “é que deles nada podia nascer diferente deles. Realmente, a magnitude da sua falta acarretou uma sanção que alterou para pior a sua natureza: o que não passava de uma pena para os primeiros homens pecadores, tornou-se natureza para todos os seus descendentes”[8].

Assim, o pecado original é a causa do estado em que nos encontramos pela má herança recebida e, como afirma o Catecismo, “o pecado original não tem, em qualquer descendente de Adão, caráter de falta pessoal”[9]. Mas todos nós viemos ao mundo afetados pelas suas consequências: certa ignorância na inteligência, uma vida marcada pelo sofrimento, subordinados ao império da morte, a vontade inclinada ao pecado e as paixões desordenadas. Qualquer pessoa tem experiência dessa desagregação, dessa incoerência, dessa fraqueza interna.

TODOS NÓS VIEMOS AO MUNDO AFETADOS PELAS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO ORIGINAL, QUALQUER PESSOA TEM EXPERIÊNCIA DESSA DESAGREGAÇÃO, DESSA INCOERÊNCIA, DESSA FRAQUEZA INTERNA.

Quantas vezes já nos propusemos algo que depois não fizemos: fazer uma dieta necessária para a saúde, dedicar diariamente um tempo para aprender um idioma, tratar os filhos com mais doçura, não se chatear com os pais ou cônjuge, não reclamar do trabalho, ajudar uma pessoa pobre ou doente, acompanhar com generosidade os mais vulneráveis, falar bem dos outros e alegrar-nos com os seus sucessos, olhar para o mundo e para as pessoas com um coração limpo… Sem mencionar as situações em que fazemos exatamente o que não queremos: deixamo-nos levar por uma explosão de ira injustificada, sucumbimos à preguiça em vez de servir com amor, desculpamo-nos com uma mentira para não ficar mal, cedemos à curiosidade na internet…

Experimentamos também a tirania do desejo que, buscando com veemência um bem aparente, particular e limitado (um prazer, um privilégio, o poder, a fama, o dinheiro, etc.), arrasta em sua direção uma vontade enfraquecida, e a desvia do bem íntegro e verdadeiro da pessoa (a felicidade, a vida com Deus) que deveria perseguir. Da mesma forma, a inteligência, luz para indicar o verdadeiro fim, fica obscurecida e corre o risco de se tornar um simples instrumento para obter o que uma vontade escravizada pelo desejo já tinha decidido procurar.

Mas nem tudo é amaldiçoado no ser humano, longe disso. A natureza humana não está totalmente corrompida, conserva a sua bondade essencial. Nós viemos ao mundo com as “sementes” de todas as virtudes, chamados a desenvolver-nos com a ajuda dos outros, com o exercício da nossa liberdade e com a graça de Deus. Na verdade, a virtude corresponde mais ao que verdadeiramente somos do que o pecado, porque este último é sempre um ato contra a natureza, um “ato suicida” [10]. Bento XVI o expressava assim: “Diz-se: ele mentiu, é humano. Ele roubou, é humano. Mas isso não é realmente humano. Humano é ser generoso. Humano é ser bom. Humano é ser um homem de justiça”[11].

Da escravidão à libertação

Na raiz de todo pecado está uma dúvida sobre Deus, a suspeita de que talvez não nos ame ou não possa nos fazer felizes: ‘É tão bom como diz ser? Não estará nos enganando?’. “É verdade que Deus vos disse: ‘Não comais de nenhuma das árvores do jardim?’” (Gen 3,2), diz a serpente a Eva. E quando ela responde que não é assim, que somente estão proibidos de comer da árvore que está no meio do jardim para não morrer, a serpente semeia o veneno da desconfiança em seu coração: “De modo algum morrereis. Pelo contrário, Deus sabe que, no dia em que comerdes da árvore, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecedores do bem e do mal” (Gen 3,4-5). Na verdade, por trás dessa falsa promessa de liberdade infinita, de autonomia absoluta da vontade (impossíveis para uma criatura), se esconde uma grande mentira. Porque ao tentar nos virarmos sozinhos, sem nos apoiarmos em Deus, aparece o séquito do mal, que nos escraviza e nos prende porque nos impede de ser felizes com Deus.

O pecado pode aparecer porque somos livres, ele vive dessa liberdade, mas termina por matá-la. Promete muito, mas dá apenas dor. É um engano que nos converte em “escravos do pecado” (Rom 6,17). Por isso: “o mal não é uma criatura, mas se assemelha a uma planta parasita. Ele vive do que tira dos outros e no final se mata, como faz a planta parasita quando toma posse de seu hospedeiro e o aniquila”[12].

O pecado entrou na humanidade por um exercício errado da liberdade, porém o remédio para ele e o começo de uma nova vida também entraram por uma decisão livre. O “faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38), que Nossa Senhora pronunciou de uma forma totalmente livre, abre uma nova etapa na história, a plenitude dos tempos.

Assim, o Filho de Deus desceu à terra para entregar a sua vida em um ato supremo de liberdade, por estar originado no amor: “Meu Pai, se possível, que este cálice passe de mim. Contudo, não seja feito como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26,39). E agora isso nos eleva, para que possamos responder – porque queremos de verdade – a esse convite para viver a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (Rom 8:21).

É justamente com a nossa liberdade de filhos de Deus que podemos voltar a deixar-nos olhar e curar pelo Senhor, dirigindo-nos com humildade a Ele, que nos renova interiormente com a sua graça. Aprendemos assim que “a vontade de Deus não é uma lei imposta de fora para o homem, que o obriga, mas a medida intrínseca de sua natureza, uma medida que está inscrita nele e faz dele uma imagem de Deus, e assim, uma criatura livre”[13]. Na verdade, Deus é o fiador da nossa liberdade. É livre quem se deixa amar por Deus, quem não desconfia, quem acredita no seu Amor. Com a fé desaparecem os limites impostos pela dúvida, falsidade, cegueira e a falta de sentido. Com a esperança, derrubam-se o medo, o desânimo, a inquietação e a culpa que nos infernizam. Com a caridade, deixamos para trás o egoísmo, a ganância, a autorreferência, as frustrações e a amargura que reduzem a medida da nossa vida.

A graça de Deus

A RESPOSTA DE DEUS A NOSSOS PECADOS É A ENCARNAÇÃO E REDENÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

São João Paulo II escreveu em seu último livro que “a redenção é o limite divino imposto ao mal pela simples razão de que nele o mal é radicalmente derrotado para sempre pelo bem, o ódio pelo amor, a morte pela ressurreição”[14]. A resposta de Deus a nossos pecados é a Encarnação e Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Jesus Cristo foi entregue pelos nossos pecados” (Rom 4:25), afirma São Paulo. Ele nos reconcilia com Deus, nos liberta da escravidão do pecado e nos concede o dom da graça: “um dom gratuito de Deus, pelo qual Ele nos faz participantes em sua vida Trinitária e capaz de agir por amor a Ele”[15]. Nós não devemos nos acostumar com esta realidade: a graça é um dom imerecido, uma participação na vida divina, introduz-nos na intimidade amorosa de Deus e nos torna capazes de agir de uma nova maneira: como filhos de Deus.

A graça é muito mais abundante do que o pecado: “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rom 5,20). E muito mais forte. Em um famoso romance literário, a protagonista vai ao confessionário e, uma vez lá, manifesta seu pecado qualificando-o como muito grave. A resposta que ele ouve do confessor é esta: “Não, minha filha” – dizia com calma e quase friamente –, “você não ofendeu a Deus mais gravemente do que uma infinidade de pessoas: seja humilde mesmo na confissão de seu pecado! Grande, em sua vida, foi apenas a Graça. Somente a Graça é sempre grande. O pecado em si, seu próprio pecado, é pequeno e comum”[16]. Por isso São Josemaria podia afirmar: “Nosso Pai do Céu perdoa qualquer ofensa quando o filho volta de novo para Ele, quando se arrepende e pede perdão. Nosso Senhor é de tal modo Pai, que prevê os nossos desejos de sermos perdoados e a eles se antecipa, abrindo-nos os braços com a sua graça”[17]. Uma graça que nos é concedida abundantemente na oração e nos sacramentos. E que é recuperada no sacramento da Penitência[18] se a perdemos pelo pecado grave.

Um dos hinos da Liturgia das Horas diz: “Cura, Senhor, com o orvalho da tua graça, as feridas da nossa alma doente, para que, sufocando os maus desejos, deplore seus pecados com lágrimas”[19]. A Graça cura as feridas de pecado em nossa alma: identifica a vontade humana com a Vontade Divina por meio do amor de Deus, ilumina a inteligência através da fé, ordena paixões ao verdadeiro fim do homem e sujeito à razão, etc. Em uma palavra: é o remédio de todo o nosso ser. Resumindo: “Nada é melhor no mundo do que estar em graça de Deus”[20].

Talvez algumas pessoas se perguntem: “Se a graça de Deus é tão poderosa, por que não tem efeitos mais decisivos sobre as pessoas?”. Outra vez tropeçamos com o mistério da liberdade humana. A graça “previne, prepara e desperta a livre resposta do homem”[21], mas não força essa liberdade. “Quem te criou sem ti não te salvará sem ti”[22], sentenciou Santo Agostinho. Temos à nossa disposição uma usina nuclear com milhares de megawatts, mas temos que conectar a rede da nossa casa, se quisermos que essa energia nos ilumine, aqueça e sirva de proveito. Temos que receber a graça com humildade, gratidão e arrependimento dos nossos pecados e lutar com amor para seguir humildemente os seus impulsos. Sem nunca perder de vista, como o Papa Francisco nos lembra, que “essa luta é muito bonita, porque nos permite celebrar cada vez que o Senhor vence em nossa vida”[23]. Vamos evitar assim, todos os sinais de voluntarismo, conscientes da absoluta prioridade da graça na nossa vida.

"DEUS IRROMPEU NA HISTÓRIA DE UMA FORMA MUITO MAIS SUAVE DO QUE GOSTARÍAMOS. MAS ESSA É A RESPOSTA PARA A LIBERDADE" (CARD. RATZINGER).

Mas acontece que, além disso, “nesta vida as fraquezas humanas não são curadas completamente e definitivamente pela graça”[24]. “A graça, justamente porque supõe a nossa natureza, não nos transforma de repente em super-homens. Pretender isso seria confiar demais em nós mesmos (...). Porque se não notarmos nossa realidade concreta e limitada, não poderemos ver os passos reais e possíveis que o Senhor nos pede a cada momento, depois de nos ter capacitado e cativado com seu dom. A graça atua historicamente e, normalmente, nos toma e nos transforma de forma progressiva. Portanto, se rejeitamos esta maneira histórica e progressiva, de fato, podemos chegar a negá-la e bloqueá-la, ainda que a exaltemos com nossas palavras”[25]. Deus é delicado e respeitoso conosco. Assim refletia o cardeal Ratzinger certa vez: “Creio que Deus irrompeu na história de uma forma muito mais suave do que gostaríamos. Mas essa é a resposta para a liberdade. E se queremos e aprovamos que Deus respeite a liberdade, devemos respeitar e amar a suavidade das suas mãos”[26], que é o mesmo que amar a suavidade de sua graça.

José Brage
Tradução: Mônica Diez

Bibliografia sobre o pecado e a graça
Leituras recomendadas:

- Catecismo da Igreja Católica nºs 374-421 1846-1876 e 1987-2029.

- Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nºs. 72-78 e 422-428.

- São João Paulo II, Exort. Ap. Reconciliação e Penitência (2-XII-1984).

- Concilio Vaticano II, Constituição pastoral “Gaudium et spes” (7-XII-1965), nºs. 13 e 37.

- Bento XVI, Homilia (8-XII-2005); Discurso aos alunos do Colégio Universitário Santa Maria de Twickenham, Londres, 17-IX-2010; Encontro com os párocos da diocese de Roma, 18 de fevereiro de 2010.

- Francisco, ex. Ap. Gaudete et exultate (19-III-2018), nºs. 47-62 e 158- 165. Palavras na visita a Auschwitz, 29 de agosto de 2016. Palavras da janela da sede da Arquidiocese de Cracóvia.

* * *

- Joseph Ratzinger, Criação e pecado; Deus e o mundo, pag. 106-130: “Sobre a criação”.

- Santo Agostinho, A Cidade de Deus, Livros XIII y XIV: “A morte como pena do pecado” e “O pecado e as paixões”.

- Santiago Sanz, A elevação sobrenatural e o pecado original em Resumos dos ensinamentos Católicos”, tema 7 (www.opusdei.org.br).

- Juan Luis Lorda, Antropología teológica, EUNSA, Barañáin 2009, pag. 287-438.

* * *

- Ronald Knox, A torrente oculta.

-Thomas Merton, A montanha dos sete patamares.

- Dante Alighieri, Adivina comédia.

- Evelyn Waugh, O retorno a Brideshead.


[1] DANTE ALIGHIERI, Divina comedia, Inferno, Canto I, 1-3.

[2] Catecismo da Igreja Católica, nº 375.

[3] Catecismo da Igreja Católica, nº 400.

[4] Convém aqui entender bem o conceito de analogia: é a relação de semelhança entre coisas diferentes. Aplicado ao nosso caso: A queda original tem semelhança com o pecado, mas é diferente do pecado original.

[5] Catecismo da Igreja Católica, nº 404.

[6] KNOX, R., A torrente oculta.

[7] Catecismo da Igreja Católica, nº 405.

[8] SANTO AGOSTINHO, A Cidade de Deus, Livro XIII, III, 1.

[9] Catecismo da Igreja Católica, nº 405.

[10] SÃO JOÃO PAULO II, Exort. Ap. Reconciliação e Penitência (2-XII-1984), nº 15.

[11] BENTO XVI, Encontro com os párocos da diocese de Roma, 18-II-2010.

[12] RATZINGER, J., Dios y el mundo, Galaxia Gutemberg, Barcelona 2002, p. 120.

[13] BENTO XVI, Homilia, 8-XII-2005.

[14] SÃO JOÃO PAULO II, Memória e Identidade, 2004 nº 15.

[15] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 423.

[16] LE FORT, G. Von, El velo de Verónica, Encuentro, Madrid 1998, p. 314.

[17] SÃO JOSEMARIA, É Cristo que passa, nº 64.

[18] Cfr. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 310.

[19] Hino latino de Vésperas da terça-feira da XXV semana do Tempo Comum.

[20] SÃO JOSEMARIA, Caminho, nº 286.

[21] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 425.

[22] Sermão 169, 13.

[23] FRANCISCO, Ex. Ap. Gaudete et exultate (19-III-2018), nº. 158.

[24] Ibidem, nº 49.

[25]Ibidem, nº 50.

[26] RATZINGER, J., O sal da terra.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

OS MÁRTIRES E O CAMINHO NEOCATECUMENAL: PALOMERAS FOI “REGADA COM O SANGUE DOS SANTOS”

Kiko e Carmen nas barracas de Palomeras, em Madrid, com o arcebispo Casimiro Morcillo (neocatechumenaleiter)

OS MÁRTIRES E O CAMINHO NEOCATECUMENAL: PALOMERAS FOI “REGADA COM O SANGUE DOS SANTOS”

POST 9 DE MARÇO DE 2024 C. N. BRASIL

O caminho Neocatecumenal nasceu em Madri em 1964, no mesmo ano em que a Diocese de Madri foi elevada a Arquidiocese por São Paulo VI, com Monsenhor Casimiro Morcillo a frente, em plena realização do Concílio Vaticano II, do qual Dom Casimiro foi participante.

Conforme se sabe, Kiko Argüello (1939-) e a Serva de Deus Carmen Hernández (1930-2016) foram seus co-iniciadores. O próprio Kiko se referiu as origens desta realidade eclesial na primeira entrevista concedida à televisão, onde falou abertamente de coisas muito interessantes que seguem vigentes.

Foram várias as ocasiões nas quais ReL falou da relação desta realidade eclesial com os mártires, como por exemplo quando fez-se referência no dia do XX aniversário dos Mártires de Ruanda.

Também se destacou, em 2020, o caso de Marta Obregón, divulgando-se a informação em 2023, ano em que também se deu a notícia da estreia da segunda sinfonia composta por Kiko, O Messias, precisamente dedicada os mártires.

Mais que recomendado é escutar o discurso que deu o compositor depois da interpretação – o próprio Kiko, acompanhado pelo Padre Mario Pezzi e Ascensión Romero, todos membros da atual Equipe Internacional Responsável pelo Caminho Neocatecumenal – em que explicou o sentido e a validade que tem, hoje, o espírito de mártir.

Kiko e Carmen nas barracas de Palomeras, em Madrid, com o arcebispo Casimiro Morcill (neocatechumenaleiter)

De igual modo pode-se destacar como informação sobre a relação do Caminho com os mártires tudo o que foi publicado em ReL sobre a primeira sinfonia composta por Kiko e
intitulada ‘O Sofrimento dos Inocentes’, já que está dedicada à Virgem Maria, primeira mártir e inspiradora do nascimento desta realidade eclesial, que disse a Kiko, há 65 anos, no dia da Imaculada:

“Há que fazer comunidades cristãs como a Sagrada Família de Nazaré, que vivam em humildade, simplicidade e louvor. O outro é Cristo.”

De igual modo, qualquer um que conheça o significado do termo “martírio espiritual” pode facilmente perceber, ao ler os Diários 1979-1981 – diretamente relacionados com o desenvolvimento do Caminho Neocatecumenal – que a Serva de Deus Carmen Hernández sofreu com isso durante longos períodos de sua vida.

Foi o próprio Kiko que relacionou os mártires com o nascimento do Caminho Neocatecumenal expressando-o da seguinte maneira:

“Espanha deu Cursilhos de Cristianismo, o Opus Dei, o Caminho Neocatecumenal e tudo que você quiser. Sabe por quê? Porque houve uma Guerra Civil Espanhola onde mais de 6.000 padres foram mortos, torturados, martirizados: não houve uma única apostasia. As raízes do Caminho Neocatecumenal estão banhadas no sangue de muitos mártires da Espanha.”


Certamente não podemos deixar de lembrar que em 2022 a Associação Católica de Propagandistas – com um número significativo de mártires nas suas fileiras – lançou uma campanha publicitária para dar a conhecer à sociedade espanhola a realidade dos mártires espanhóis relacionados à Guerra Civil.

Nesta campanha se destacava sem rodeios que a Espanha era o país em que mais gente morreu perdoando seus algozes, assassinos na realidade, posto que as execuções se realizavam sem nenhum julgamento. Esta campanha foi contestada ideologicamente, mas não rebatida em relação ás cifras.

Disso e junto com os dados de que hoje dispomos – fundamentalmente, graças aos precisos cômputos realizados pelo maior expert em vítimas da Frente Popular em Madri, Jose Manuel Ezpeleta – podia-se deduzir diretamente que Madri é a cidade no mundo em que mais pessoas morreram perdoando seus assassinos, já que é a primeiro em número de martirizados.

Palomeras – Terra Dos Mártires

Precisamente, o lugar onde estão enterrados mais assassinados em processo de beatificação é o Campo Santo dos Mártires de Paracuellos del Jarama, município do província de Madrid, em cuja capital nasceu o Caminho Neocatecumenal, mais especificamente nos barracos que foram assentados em 1964, em
um lugar chamado Palomeras.


Palomeras, além dos pequenos pombais, é o nome (em espanhol) dado às redes para caçar pombos que ainda hoje se utilizam em alguns lugares da Espanha. Pode ter sido essa a origem do nome de Palomeras de Madri, já que o lugar se localiza na linha migratória dos pombas-torcazes, onde podiam fazer uma pausa para se recuperar do esforço da travessia da Serra de Guadarrama em direção ao sul, ou um
recesso para ganhar força para seguir em direção ao norte.

A Real Academia Espanhola também admite que “Palomeras” é um pântano (charneca) de curta extensão, algo que em princípio também concordaria com a área original de Palomeras. Seja como for, Palomeras foi o nome que recebeu um local situado a sudoeste da vila de Vallecas, hoje bairro de Madri.


No mapa de Rafael de Aro y Villar, de 1755, que apresentamos a seguir, observa-se que dito lugar ocupava um terreno que, com o passar do tempo, as subdivisões urbanas, etc., incluiriam hoje dia não só o terreno da colônia das favelas de Palomeras onde viveram Kiko Argüello e a Serva de Deus Carmen Hernández e surgiu a primeira comunidade neocatecumenal do mundo cujo responsável foi José Agudo, falecido recentemente, mas também os atuais bairros de Pozo del Tío Raimundo e Santa Cecília, entre outros.


Resulta que esta área de Palomeras, além de ver o nascimento do Caminho Neocatecumenal, em 1964, foi, antes, testemunha do maior fuzilamento público ocorrido durante a Guerra Civil Espanhola, na qual morreu pela fé um número ainda indeterminado de irmãos, alguns dos quais já estão em caminho da santidade.

A área sul ocidental de Vallecas, até o rio Manzanares, se chamou Palomeras, e figura em um mapa de Rafael de Aro y Villar, de 1755. Terminou incluindo tanto Santa Cecilia e El Pozo del Tío Raimundo como as Palomeras Altas, Bajas, etc. (Religión en Libertad)

Estou falando dos episódios conhecidos como os Trens da Morte, em que havia dois comboios que chegavam a Madrid cheios de prisioneiros do sul da Espanha, principalmente de Jaén, com o objetivo de descongestionar o que então funcionava como Prisão Popular, a Catedral de Jaén, à qual o Exército da Frente Popular mantinha detidos pessoas que considerava perigosas, todos eles simples civis desarmados.

A ideia era levar uma parte destes presos para a prisão menos congestionada de Alcalá de Henares. Existem muitos estudos excelentes sobre o que ocorreu nesses episódios. Santiago Mata é provavelmente quem mais aprofundou no tema, tanto em seu livro intitulado O Trem da morte, como em menor medida em Holocausto católico.

(Crédito: Religión en Libertad)

Para destacar no mesmo sentido, o mais que interessante relato de uma testemunha ocular dos fatos, Ignacio de Valenzuela y Urzáiz, sobrevivente da tragédia por se passar por um francês, que deixou relatado tudo o que viu em sua obra El tren de Jaén, cujo manuscrito foi encontrado fortuitamente por uma neta depois do falecimento dele, e que foi publicado há pouco tempo com o aval da presença no ato de quem, sem dúvida, melhor conhece o vitimário de Madri na época e mencionado anteriormente, José Manuel Ezpeleta, que o recomendou a mim especialmente como o relato mais calmo e detalhado daquela barbárie.

(Crédito: Religión en Libertad)

Os relatos que esses autores fazem dos fatos ocorridos aparecem resumidos com maestria e com comentários precisos em um artigo de Luis E. Togores que recomendo ler aqui . O autor indica com rotundidade que entre os transferidos nos trens não havia militares ou civis diretamente ligados ao golpe de Estado, mas sim pessoas identificadas pelos municípios de Jaén por serem de direita ou católicos
praticantes.
O primeiro dos trens partiu em 11 de agosto de 1936, com 322 presos. Ao longo de todo o percurso ele sofreu várias tentativas de assalto para assassinar os passageiros. Este objetivo só foi alcançado com 11 pessoas, duas das quais já são beatificados.

Trata-se das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo: Irmã Juana Pérez Abascal, 49 anos, e Irmã Ramona Cao Fernández, com 52. Segundo o biografia publicada por María Ángeles Infante Barrera, eram enfermeiras que exerciam suas atividades no Sanatório Antituberculose de El Neveral, do qual foram expulsas com as demais irmãs e que posteriormente foram presas e acusados de roubo, e como não foram encontradas provas do delito, escaparam da morte certa.

(Crédito: Religión en Libertad)

Como não encontraram uma maneira de permanecer ali, tiveram a ideia de se mudar para Madri, vestidas como enfermeiras da Cruz Vermelha, mas com seu rosário das Filhas da Caridade debaixo do uniforme, embarcando no trem no qual iam os presos, quando finalmente foi conhecida a sua condição de religiosas.
Tendo o trem chegado à região próxima onde depois Kiko e Carmen viveriam, em Palomeras, a um quilômetro aproximadamente em linha reta onde esteve o povoado das favelas onde nasceu o Caminho Neocatecumenal, foi parado e onze pessoas saíram dele e foram assassinadas, entre as quais estavam estas Filhas da Caridade.
Bento XVI assinou, em 20 de dezembro de 2012,, o decreto de reconhecimento de martírio da Serva de Deus Melchora Cortés Bueno e companheiras, Irmã Juana e Irmã Ramona incluídas. Foram 27 as Filhas da Caridade assassinadas na Espanha na época.
Todavia, no dia seguinte a matança foi muito superior, e os detalhes são conhecidos com maior precisão. No dia 12 de agosto, ao chegar o segundo trem na Estação de Santa Cecília – a mártir (coincidências da vida) da qual havia uma pintura importante no templo vizinho dedicado a San Pedro Ad vincula, ainda em pé, e provavelmente alguma devoção na área – então em operação, o trem foi parado por soldados do Exército da Frente Popular, e imediatamente eles o desengancharam da locomotiva.
Segundo assinala Togores, falaram por telefone com o Diretor Geral de Segurança, Manuel Muñoz Martínez, informando-lhe que haviam parado o trem e que três metralhadoras estavam apontadas para ele. Manuel Muñoz ordenou aos guardas civis que custodiavam os presos que os abandonassem à própria sorte, alegando que “a pouca autoridade que o governo ainda tinha entraria em colapso se as escassas forças da ordem pública acabassem sendo esmagadas em um confronto com o povo
armado”.
Os 245 prisioneiros escoltados por 50 guardas civis sob as ordens do Alferes Manuel Hormigo Montero compunham a expedição em direção a Alcalá, mas neste segundo trem, as tropas da Frente Popular foram avisadas e agiram com a barbárie que sempre os caracterizou em Madri. Logo que os guardas civis se afastaram, começou a matança, presenciada por milhares de pessoas das redondezas que se aproximaram para ver o espetáculo.

O que aconteceu, segundo declarou o sobrevivente Andrés Portillo Ruiz sob juramento na Causa Geral, foi o seguinte:

“Então como já estávamos sob o poder dos vermelhos, estes puseram o trem em marcha em direção a Alcalá de Henares, passando nesta linha pela Estação de Santa Catalina, onde há um lugar que se chama ‘POZO DEL TIO RAIMUNDO’, onde o trem parou, fazendo descer os detidos pela frente do trem de 10 em 10, mas não antes de lhes tirar tudo o que o que consideravam de valor…”

A Causa Geral continua:

“Cerca de trezentos detentos vinham de Jaén, imprensados no trem. Próximo de Madri, em Villaverde, os milicianos do vilarejo os capturaram, apesar dos quarenta guardas civis encarregados de sua proteção, e iniciaram o mais feroz e desumano pelotão de fuzilamento em grupos de vinte e cinco, sem qualquer investigação sobre suas pessoas ou crimes. Há cenas tristes de pais testemunhando a morte de seus filhos e vice-versa. O bispo de Jaén, Sua Excelência Dom Manuel Basulto, cai de joelhos, exclamando:

– Perdoe, Senhor, meus pecados e perdoe também meus assassinos.

– Isso é uma infâmia- exclama sua irmã Teresa – eu sou uma pobre mulher.

– Não se preocupe – responderam à ela- uma mulher vai matá-la.

Então, uma miliciana desgrenhada chamada Josefa Coso “La Pecosa” se aproximou e a matou no local a sangue frio. Quando ainda faltavam cerca de quarenta prisioneiros, Leocadio, um jovem de 19 anos, aproximou-se do grupo e, confrontando o líder da milícia, disse-lhe que responderia com a própria vida por todos os que estavam no grupo restante (…) O feroz comandante suspendeu as execuções, ameaçando-o: “Ai de você, se me enganar! Leve-os para Vallecas e deixe-os provar sua inocência”.

Mas a história completa de acordo com o a documentação existente é a seguinte:

“O trem foi desviado de seu trajeto até Madri e levado por uma via de circunvalação ou ramal até às proximidades do lugar já mencionado do Pozo del Tío Raimundo. Rapidamente, os criminosos começaram a fazer descer do trem grupos de prisioneiros, que foram colocados ao lado de um aterro e diante de três metralhadoras, sendo assassinado o Excelentíssimo e Ilustrísimo Sr. Bispo e o Vigário Geral
Dom Félix Pérez Portela. A irmã do Sr. Bispo, que era a única mulher na expedição, chamada Dona Teresa Basulto Jiménez, foi assassinada individualmente por uma miliciana que se ofereceu para fazê-lo,
chamada Josefa Coso ‘La Pecosa ‘, que disparou sua pistola contra a citada senhora, causando a sua morte; continuando a matança indiscriminada do resto dos detidos, sendo este espetáculo presenciado por cerca de duas mil pessoas, enquanto um grande número de pessoas observava o espetáculo com alegria ruidosa. Esses assassinatos, que começaram nas primeiras horas de manhã do dia 12 de agosto de 1936, foram seguidos do despojo dos cadáveres das vítimas, realizado pela multidão e pelas milícias, que se apoderaram de quaisquer objetos que tivessem algum valor, cometendo atos de profanação e escárnio e levando parte do resultado do saque às instalações do Comitê de Sangue de Vallecas, cujos dirigentes foram, com outros, os maiores responsáveis pelo crime relatado. (Cópia literal do Livro: La Causa General. Páginas 177-178)”.

E foi assim que, em 12 de agosto, 193 dos prisioneiros que o trem transportava foram assassinados, incluindo o bispo de Jaén, Manuel Basulto Jiménez – o único bispo assassinado em Madri – com sua irmã, o marido dela e o vigário geral da diocese de Jaén, Félix Pérez Portela.

O bispo de Jaén, Manuel Basulto Jiménez, de 67 anos, e seu vigário Félix Pérez Portela, de 41. Basulto, que era bispo de Lugo desde 1910 e bispo de Jaén desde 1920, demonstrou sua disposição para o martírio assim que deixou a Catedral de Jaén. Pouco antes de sua morte, ele cruzou os braços sobre o peito e se ajoelhou.

Lugar exato da matança (Ao oeste da linha de trem, ou seja, no lado em direção a Villaverde, mas dentro do término municipal de Vallecas e da parada originária de Palomeras). | Religión en Libertad

O último sobrevivente do massacre ainda vivo, Leocadio Moreno, o Leocadio mencionado anteriormente no relato da Causa Geral, sempre se lembrou vividamente do “gesto de pastor” do vigário geral, quando lhe pediu absolvição antes de seu previsível fuzilamento – que não ocorreu – e Portela lha deu, antes de escapar dos milicianos que o puxavam para fora do vagão do trem. Santiago Mata conseguiu localizar o local exato dos assassinatos.

O segundo trem partiu de Jaén em 12 de agosto. Dessa vez, o trem evitou passar por Atocha para evitar que os prisioneiros caíssem nas mãos de Villalba Corrales e seus milicianos. Todas as vítimas foram enterradas em duas trincheiras abertas ao lado dos muros do cemitério de Vallecas. Togores indica que, na década de 1940, seus restos mortais foram transferidos para a cripta da Igreja do Sagrario na Catedral de Jaén. 

Na catedral de Jaén há várias lápides de mármore com quase todos os nomes dos assassinados. Seus assassinos não foram processados nem condenados por esses crimes pelas autoridades da Frente Popular em nenhum momento. Quando o governador civil de Jaén descobriu o que havia acontecido, devastado pelos assassinatos, ele renunciou.

Os 40 sobreviventes do massacre de Palomeras foram parar no Cárcel Modelo, em Madri. Muitos deles seriam mortos algumas semanas depois em Paracuellos del Jarama.

Aspecto que tem a área do campo de mártires de Palomeras na atualidade (Religión en Libertad)

A Igreja Católica testemunha a autenticidade da afirmação de Tertuliano Sanguis martyrum semen christianorum. Esse tem sido o caso ao longo de sua história, e continua sendo nos últimos tempos. O caso das origens do Caminho Neocatecumenal em Madri e de outras realidades eclesiais, tanto em Madri como em outras cidades do mundo, como Roma, é mais um deles.

Nesse sentido, é surpreendente que em pelo menos dois outros campos de mártires da capital espanhola, nos cemitérios de Hortaleza e Canillas e no cemitério de Almudena, tenham surgido, com o tempo, comunidades neocatecumenais nas paróquias de Nuestra Señora del Tránsito e Santas Perpetua y Felicidad e San Emilio, respectivamente. Anos mais tarde, o Caminho Neocatecumenal começaria a se desenvolver em Roma, uma cidade regada pelo sangue dos Santos Pedro e Paulo e de tantos outros.

Espero que essa curiosa coincidência, até então não descrita, sirva como um presente para todos aqueles que estão celebrando o 60º aniversário do Caminho Neocatecumenal.

*Matéria publicada no site do Religión en Libertad, em 22 de fevereiro de 2024. Autor: Alfonso V. Carrascosa. Para ler a matéria original, em espanhol, clique aqui.

Fonte: https://cn.org.br/

O vício da gula e caminhos para a superação

Pecado da gula (Wikipédia)

O VÍCIO DA GULA E CAMINHOS PARA A SUPERAÇÃO

Dom João Santos Cardoso
Arcebispo de Natal (RN)

A gula é um desejo excessivo e desordenado por comida e bebida, que vai além da necessidade de nutrição, transformando-se em um anseio descontrolado por prazer sensorial. 

O místico medieval Hugo de São Victor classifica a gula como o sexto vício entre os sete pecados capitais, que ele compara aos rios da Babilônia, os quais espalham o mal pela terra. Para superar a gula, ele a associa ao sexto pedido do Pai Nosso, “não nos deixeis cair em tentação”, e à sexta bem-aventurança, “bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”. Segundo sua abordagem, a gula seduz o ser humano, afastando-o dos valores superiores e da busca por Deus. Assim, a gula não apenas gera outros pecados, mas também desvia o homem da verdadeira felicidade espiritual. 

Santo Tomás de Aquino, na Suma Teológica, considera que o ato de comer, embora seja uma necessidade humana, torna-se pecaminoso quando se desvia da razão e moderação, podendo levar a outros vícios e pecados. Assim, a gula pode ser um pecado mortal quando o prazer da comida se torna um fim em si mesmo, levando o indivíduo a desprezar Deus e a agir contra seus preceitos. Se a gula apenas corrompe os meios, sem levar a uma violação direta da lei divina, é considerada pecado venial. Ele também classifica a gula como um vício capital porque seus prazeres são altamente desejáveis, o que leva a outros pecados. Embora a comida se ordene à nutrição, o prazer desordenado da comida pode se tornar um fim em si mesmo, promovendo outros pecados. 

Santo Tomás considera que a gula se opõe à virtude da temperança e não se refere apenas ao excesso de comida e bebida, mas também à forma como se come: se apressadamente, mostrando avidez e desordem no apetite; com muito requinte, demonstrando apego desordenado à forma de preparar e comer; buscando apenas alimentos mais saborosos e suculentos, a fim de obter o máximo de prazer; consumindo mais alimentos do que o necessário com desejo desmedido pela comida. A virtude da temperança, que modera os desejos e prazeres, é o remédio contra a gula. 

Em sua catequese sobre os vícios e virtudes, o Papa Francisco destaca que a relação com a comida deve ser equilibrada e serena. Ele ressalta que o problema não está no alimento em si, mas na relação que se tem com ele. Uma relação desordenada com a comida pode levar a distúrbios alimentares como anorexia, bulimia e obesidade. O Papa Francisco também critica a gula social, que se manifesta na exploração excessiva dos recursos do planeta, comprometendo o futuro de todos (Audiência Geral, 10/01/2024). 

A gula apresenta perigos tanto físicos quanto espirituais. O consumo excessivo de alimentos pode levar à obesidade, doenças cardíacas, diabetes e outros problemas de saúde. A busca incessante por satisfação através da comida pode transformar-se em um hábito destrutivo. 

Espiritualmente, a gula desvia o foco do ser humano dos valores superiores e da busca por Deus. Ao procurar consolo nos prazeres sensoriais, o indivíduo nega sua transcendência. O vício da gula reduz o ser humano a um nível inferior ao dos animais, que comem apenas para sobreviver, enquanto o ser humano transcende o puro dado animal, pela cultura, racionalidade e espiritualidade e, portanto, deve buscar um equilíbrio maior e uma relação mais saudável com a alimentação. 

Superar a gula exige uma abordagem consciente e deliberada, que inclui práticas espirituais e disciplina pessoal, como jejum e abstinência, práticas que ajudam a disciplinar o corpo e a mente, reduzindo o apego aos prazeres sensoriais e fortalecendo a vontade contra o excesso. A oração antes das refeições e a compreensão de que “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4), ajudam a manter o foco nos valores espirituais. Educação e consciência, buscando informar-se sobre os perigos da gula e sobre uma alimentação saudável pode ajudar a desenvolver hábitos alimentares mais salutares. A prática da partilha de alimentos com os necessitados, bem como a participação em iniciativas de caridade, ajuda a cultivar um consumo responsável e solidário. 

A luta contra a gula deve ser contínua e envolve autoconhecimento e disciplina. Ao reconhecer a gula como um vício que impede o crescimento humano e espiritual, podemos buscar forças em Deus e nas práticas espirituais para superá-la. A verdadeira fome que devemos nutrir é pela justiça e pela bondade, alinhando nossos desejos com os propósitos divinos e construindo uma vida de equilíbrio e gratidão. 

 Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa insiste pela trégua olímpica nos Jogos de Paris: a paz está seriamente ameaçada

As Olimpíadas de Paris começam oficialmente em 26 de julho (Vatican News)

A mensagem de Francisco ao arcebispo Ulrich para os Jogos Olímpicos que serão realizados na capital francesa de 26 de julho a 11 de agosto: “que sejam oportunidades de harmonia fraterna para superar as diferenças e oposições e para fortalecer a unidade da nação”.

Salvatore Cernuzio - Vatican News

Uma oportunidade para “superar as diferenças e as oposições” e para “fortalecer a unidade da nação”; uma oportunidade para “derrubar os preconceitos, para promover a estima onde há desprezo e desconfiança, e a amizade onde há ódio”. Grandes esperanças e expectativas do Papa para os Jogos Olímpicos de Paris que serão realizados na capital francesa de 26 de julho a 11 de agosto. Jogos que, “por sua própria natureza, são portadores de paz, não de guerra”, escreve Francisco na mensagem enviada ao arcebispo metropolitano Laurent Ulrich que, na manhã desta sexta-feira (19/07) celebrou a "Missa pela Paz" de abertura da trégua olímpica na Igreja da Madalena, em Paris.

Trégua Olímpica

Uma tradição sábia, a da trégua, instituída no mundo antigo e que é urgente nesta era ferida por conflitos: “nestes tempos difíceis, em que a paz no mundo está seriamente ameaçada, espero fervorosamente que todos respeitem esta trégua na esperança de resolver os conflitos e restaurar a harmonia”, afirma o Papa, reiterando um apelo já expresso no prefácio do livro “Jogos de Paz”, publicado pela Livraria Editoria Vaticana.

“Que Deus tenha piedade de nós!”, escreve agora na mensagem ao arcebispo Ulrich, que o Senhor "ilumine as consciências dos que estão no poder sobre as graves responsabilidades que lhes cabem, que conceda aos operadores de paz o sucesso em seus esforços e que os abençoe.

Abrir as portas de igrejas, lares e corações

Na missiva, o Papa Francisco invoca os dons de Deus para todos aqueles que, como atletas ou espectadores, participarão do evento esportivo e também apoio e bênção para aqueles que os receberão no país, “especialmente os fiéis de Paris e de outros lugares”. “Sei que as comunidades cristãs estão se preparando para abrir as portas das suas igrejas, escolas e casas. Acima de tudo, que abram as portas dos seus corações, testemunhando o Cristo que habita neles e lhes comunica a sua alegria, através da gratuidade e da generosidade das suas boas-vindas a todos”, escreve o Papa, enfatizando que apreciava muito o fato de que as pessoas mais vulneráveis não foram esquecidas, "especialmente aquelas em situações muito precárias".

Superar diferenças e oposições

A esperança do Pontífice é que “a organização desses Jogos ofereça ao povo francês uma oportunidade maravilhosa de harmonia fraterna que permitirá superar as diferenças e as oposições e fortalecer a unidade da nação”.

“O esporte”, observa Francisco, ”é uma linguagem universal que transcende as fronteiras, os idiomas, as raças, as nacionalidades e as religiões; tem a capacidade de unir as pessoas, de incentivar o diálogo e a aceitação mútua; estimula o desenvolvimento do espírito humano; incentiva as pessoas a se superarem, fomenta o espírito de sacrifício e encoraja a lealdade nas relações interpessoais; incentiva a reconhecer os próprios limites e o valor dos outros".

Encontro entre pessoas, mesmo as mais hostis

Se forem realmente “jogos”, os Jogos Olímpicos podem ser realmente “um lugar excepcional de encontro entre os povos, mesmo os mais hostis”, diz Francisco, olhando para o conhecido logotipo com os cinco anéis entrelaçados que, segundo ele, representam o “espírito de fraternidade” que deveria caracterizar o evento olímpico e a competição esportiva em geral.

Derrubar preconceitos e o ódio

Concluindo sua mensagem, o Papa expressa o desejo de que “os Jogos Olímpicos de Paris sejam uma oportunidade imperdível para que todos aqueles que vêm de todas as partes do mundo se descubram e se valorizem mutuamente, para derrubar preconceitos, para promover a estima onde há desprezo e desconfiança, e a amizade onde há ódio”.

 Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Escolhido o novo Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Brasília

Crédito da foto: arqbrasilia

Escolhido o novo Conselho Presbiteral da Arquidiocese de Brasília

  • julho 17, 2024

Na manhã desta quarta-feira, (17/07), o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa definiu a formação do novo Conselho Presbiteral da Arquidiocese Metropolitana de Brasília.

O Conselho Presbiteral, exigido pelo cânon 495 § 1 do Código de Direito Canônico para cada Diocese, é “um grupo de sacerdotes que, representando o presbitério, cabendo-lhes, de acordo com o direito, ajudar o Bispo no governo da Arquidiocese, a fim de se promover ao máximo o bem pastoral da porção do Povo de Deus que lhe foi confiada”.

O novo conselho ficou assim constituído:

01- VIGÁRIO GERAL -SACERDOTE (22/10/2021-21/10/2024)

 Padre Eduardo Vinícius de Lima Peters

02- VIGÁRIO JUDICIAL (O5/11/2021-04/11/2026)

 Dom Fernando José M. Guimarães, C.Ss.R.

03 – VIGÁRIO EPISCOPAL PARA O VICARIATO CENTRO (22/05/2024 -23/01/2027

Padre Carlos Fernando Hernandez Sanchez

04- VIGÁRIO EPISCOPAL PARA O VICARIATO LESTE (24/01/2023- 23/01/2026)

 Padre Alex Novais de Brito

05- VIGÁRIO EPISCOPAL PARA O VICARIATO NORTE (22/10/2021- 21/10/2024)

Padre Rafael Souza dos Santos

06- VIGÁRIO EPISCOPAL PARA O VICARIATO SUL (22/10/2021- 21/10/2024)

Padre Antônio Carlos de Araújo

07- VIGÁRIO EPISCOPAL PARA O DIACONATO PERMANENTE (22/10/2021 -21/10/2024)

 Padre Miguel Alon Barros Souza 

08- VIGÁRIO EPISCOPAL PARA A PROMOÇÃO HUMANA E OBRAS SOCIAIS (16/04/2024 -16/04/2028)

Dom Antônio Aparecido de Marcos Filho

09- VIGÁRIO EPISCOPAL PARA OS MEMBROS DOS INSTITUTOS DE VIDA CONSAGRADA E AS SOCIEDADES DE VIDA APOSTÓLICA 
(08/05/2024 – 07/05/2027)

Dom Denilson Geraldo, SAC.

10- ECÔNOMO DA ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA (03/12/2021 – 02/12/2026)

Padre Roberto Carlos Rambo

11- COORDENADOR DA COMISSÃO ARQUIDIOCESANA PARA A  PROTEÇÃO DOS MENORES E PESSOAS EM SITUAÇÃO DE
VULNERABILIDADE (08/05/2024 – 08/05/2026)

Dom Denilson Geraldo, SAC.

12- CHANCELER DA CÚRIA METROPOLITANA DE BRASÍLIA

Padre lran Preusse

13- ADMINISTRADOR DA CÚRIA METROPOLITANA (06/03/2024 – 
05/03/2027)

Padre André Marinho de Souza

14- COORDENADOR  ARQUIDIOCESANO DE PASTORAL (09/07/2021)

Padre Agenor Vieira de Brito

15- COORDENADOR DO CLERO DE BRASÍLIA 

Padre José Vicente Damasceno

16 -REITOR DO SEMINÁRIO MAIOR ARQUIDIOCESANO DE  BRASÍLIA- NOSSA SENHORA DE FÁTIMA (28/12/2021)

Padre Carlos Costa Carvalho

17 – REITOR DO SEMINÁRIO MISSIONÁRIO REDEMPTORIS MATER  (06/09/2023)

Padre Paulo de Matos Félix

MEMBROS CONVIDADOS PELO ARCEBISPO

01 – PÁROCO DA PARÓQUIA DIVINO ESPÍRITO SANTO- ARAPOANGA- BRASÍLIA- DF

 Padre Doalcei Boenos Alves Gonçalves

02- PÁROCO DA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA – EQN 307/308 – ASA NORTE- BRASÍLIA- DF

Padre João Baptista Mezzalira Filho

03- PÁROCO DA PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO- SETOR TRADICIONAL PLANALTINA

Padre Rafael da Silva Costa 

04 – REITOR DO SANTUÁRIO SÃO FRANCISCO DE ASSIS- ASA NORTE- BRASÍLIA- DF

Padre Frei Flávio Freitas de Amorim, OFMConv.

05 – REITOR DO SANTUÁRIO ARQUIDIOCESANO MENINO JESUS – SETOR NORTE DE BRAZLÂNDIA – DF

Padre João Ignácio Périus

MEMBROS ELEITOS PELOS PADRES – 16/07/2024 A 15/07/2026

SETOR I

Padre Fernando Alves de Sousa (I Mandato)

Vicariato Centro 

Cruzeiro Novo, Cruzeiro Velho, Setor Sudoeste e W/Sul.

SETOR II

 Padre Ricardo Nascimento Guimarães (I Mandato)

Vicariato Centro 

Esplanada, L/Sul, Lago Sul, Park, Way e Vila Planalto

SETOR III

Padre Vagner Uilson Apolinário, SVD (II Mandato)

Vicariato Norte

Lago  Norte, Taquari, Varjão e W/Norte. 

SETOR IV

Padre Carlos André da Silva Câmara, RCJ

Vicariato Centro 

Guará 1, Guará 2, Núcleo Bandeirante, Park Way e Setor Habitacional Lúcio Costa.

SETOR V

Padre Paulo Alves Marciano (I Mandato)

Vicariato Sul

Taguatinga.

SETOR VI

Padre Marcos Fernando de Oliveira (I Mandato)

Vicariato Sul

Ceilândia, Sol Nascente e Pôr do Sol

SETOR VII

Padre Marcelino Secherita Sotaridona (I Mandato)

Vicariato Leste

Gama e Engenho das Lajes.

SETOR VIII

Padre Luiz Gonzaga Pinheiro (l Mandato)

Vicariato Norte

Fercal, Grande Colorado, Granja do Torto, Lago Oeste, Sobradinho I e Sobradinho II.

SETOR IX

Padre Wilkie Bandeira Claret (I Mandato)

Vicariato Leste

Samambaia.

SETOR X

Padre Nathan Nunes Leitão (I Mandato)

Vicariato Sul

Brazlândia.

SETOR XI

Padre Norbey Londoño Buitrago (l Mandato)

Vicariato Centro

ltapoã, Jardim Botânico, Lago Sul, Nova Betânia, Paranoá e São Sebastião.

SETOR XII

Padre Rayan André dos Santos de Oliveira (I Mandato)

Vicariato Sul

Aguas Claras, Arniqueiras, Colônia Agrícola Samambaia, Riacho Fundo 1 e Vicente Pires.

SETOR XIII

Padre Felipe Ferreira de Souza (I Mandato)

Vicariato Leste

Recanto das Emas e Riacho Fundo II.

SETOR XIV

Padre Willames Nascimento Fernandes (i Mandato)

Vicariato Leste

Santa Maria.

SETOR XV

Padre Cícero uma de Souza (I Mandato)

Vicariato NORTE

Arapoanga e Planaltina

 Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Hoje é celebrado santo Arsênio, monge que renunciou a uma grande herança

Santo Arsênio (ACI Digital)
18 de julho

Santo Arsênio, monge

Por Redação central

18 de jul de 2024

Hoje (18), a Igreja recorda santo Arsênio, monge eremita que viveu entre os séculos IV e V, famoso por sua sabedoria e virtude. Muitas pessoas iam ao seu encontro em busca de conselhos espirituais. Alguns viajavam semanas ou até meses para encontrar conforto ou alguma luz em suas palavras.

Santo Arsênio é um dos Padres do Deserto.

"Eu te seguirei onde quer que vás" (Lc 9, 57)

Acredita-se que Arsênio tenha nascido em Roma por volta do ano 350. Possivelmente pertencia a uma família nobre e foi educado com cuidado e pureza. No ano de 383, o imperador Teodósio I, o Grande, ordenou que ele fosse tutor de seus filhos, seguindo o conselho do papa são Dâmaso I. Por pouco mais de dez anos, o santo viveu no palácio do imperador como tutor dos jovens Arcádio e Honório, filhos do imperador.

Aos 40 anos, após uma profunda crise espiritual, Arsênio compreendeu que Deus lhe pedia uma mudança total em sua vida: “Afaste-se do trato com as pessoas e vá para a solidão”. Assim, deixou Constantinopla, onde estava naquele momento, e embarcou secretamente em direção a Alexandria, até chegar ao deserto de Scete.

Colocado em prova

Arsênio se apresentou no mosteiro do local por volta do ano 400. O abade, ciente de sua nobreza e refinamento, submeteu-o a um regime muito exigente com o objetivo de testar sua vocação. Ele jogou sua comida no chão e disse a ele "coma". Arsênio agradeceu ao abade e ajoelhou-se para recolher a comida. Todos ficaram impressionados com seu bom temperamento e humildade.

Arsênio, nesse sentido, mostrava-se apto para uma vida de mortificação e sacrifício. Ele foi admitido na vida monástica.

Morto para as coisas do mundo

Santo Arsênio ficaria conhecido por seu espírito penitente e alma obediente. Era comum ele passar a noite em oração, mortificando-se com jejuns e trabalhos braçais. Ele escrevia e repetia "frases", breves frases de caráter instrutivo, que eram de grande ajuda para seus irmãos ou para quem o ouvia falar.

Em certa ocasião, disseram-lhe que um senador romano havia lhe deixado uma grande fortuna. O santo renunciou a ela para dar aos pobres. Referindo-se ao doador, ele exclamou: "Antes que ele morra em seu corpo, eu morri em minhas ambições e ganância. Não quero riquezas mundanas que me impeçam de adquirir as riquezas do céu".

São Arsênio morreu em Troe, Egito, no ano 445.

 Fonte: https://www.acidigital.com/

Em que sentido Maria é Rainha?

Nossa Senhora Rainha (cancaonova)

EM QUE SENTIDO MARIA É RAINHA?

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

Alguém poderia questionar o sentido de proclamar Maria Rainha em pleno século XXI. Ocorre que esse título, quando aclamado pela Igreja, tem um lato senso, há um alargamento do sentido habitual que atribuímos a monarcas e  soberanas. Desde o século IV Maria é aclamada Rainha na Igreja, mas denominar especificamente esse título a um povo, como no caso de Aparecida, Mãe e Rainha do Povo Brasileiro e a Medianeira, Rainha do povo gaúcho, implica aprofundar o sentido bíblico e teológico de tal afirmação. 

 Dentre todos os santos e santas de Deus  se destaca a Santíssima Mãe do Senhor, a intercessora por excelência, a medianeira da Graça. Maria é rainhade todos os santos porque nos recorda que a consagração batismal nos possibilita participar da vida de Deus e entrar em relação com ele, buscando a própria santidade.  

Maria é rainha porque vive as bem-aventuranças do Reino de Deus.  Jesus: “Felizes os pobres.”   No Magnificat, Maria canta que o Senhor olhou para a condição humilde de sua serva. (Lc 1,48).  O Reino de Deus já é dos pobres embora permaneça a tensão entre o presente e o futuro. Maria é a mulher bendita e feliz, porque nela se cumpre o que o Senhor prometera.  

Depois Jesus disse: “Felizes os aflitos.” “Consolação” indica a alegria do mundo novo, no qual não haverá mais o mal. Um dos títulos que a tradição atribuiu a Maria é “Consoladora dos Aflitos”. Como consoladora dos aflitos, Maria expressa sua solidariedade para com os sofredores e, ao mesmo tempo, a esperança de mediação e intercessão ao Espírito– o “Consolador”.  

Jesus também declara felizes os mansos, pois eles herdarão a Terra. Mansos são os que não fazem valer os seus próprios direitos e cedem, ao invés de se irritarem. Quantas vezes Maria enfrentou situações complexas diante do mistério da vida de Jesus. Em todas essas situações, ela silencia e medita mansamente, em seu coração.   

Disse Jesus: “Felizes os que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados. No Magnificat a Virgem declara: “O Senhor sacia de bens os famintos, depõe os poderosos e despede os ricos sem nada.” (Lc 1,52-53). Jesus quer uma justiça que dê ao outro o que ele precisa para refazer sua vida com dignidade.  

E Jesus felicita os misericordiosos, cujo coração se deixa tocar pela miséria do outro como se fosse dele mesmo. A Virgem proclama que a misericórdia do Senhor “Se estende de geração em geração. (Lc 1,50).  

Jesus proclama: “Felizes os puros de coração, pois verão a Deus”. O coração, centro da pessoa, contém o Filho que mora pela fé em nosso coração. (Ef 3,17). A Virgem sempre foi aclamada como “toda pura”, sem mancha e resplandecente de beleza, reza o Prefácio da Imaculada.  Sua pureza indica sua integralidade de humana que não conhece ambiguidades em sua forma de ser e agir. Ela é toda de Deus, o “Santo!” 

“Felizes os que promovem a paz”, diz Jesus, “porque serão chamados filhos de Deus”. Inúmeras são as manifestações e devoções da Mãe de Jesus estimulando o fim das guerras, do ódio e da violência. Maria exerce, sempre, um verdadeiro ministério da paz sobre o mundo.  

“Felizes os que são perseguidos, desses é o reino dos Céus” falou Jesus.  A Virgem viveu essa dura experiência de acolher o Reino em meio à rejeição que seu Filho enfrentou a ponto de ser crucificado. Mas Maria estava lá, aos pés da Cruz.  

Sobre o lugar da santidade de Maria na comunhão dos santos, escreveu a mística Santa Terezinha do Menino Jesus: “Sabe-se bem que a Santíssima Virgem é a Rainha do Céu e da Terra, porém é mais mãe do que rainha; e seria necessário não fazer acreditar (como com frequência tenho ouvido dizer) que a causa de suas prerrogativas eclipsa a glória de todos os santos, como o sol ao levantar-se faz desaparecer as estrelas. Meu Deus, que estranho! Uma mãe que faz desaparecer a glória de seus filhos! Eu penso exatamente o contrário, eu creio que ela aumentará muito o esplendor dos eleitos!”  

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Francisco convida os jovens latinos a continuar se preparando para o Jubileu

O abraço do Papa a uma jovem da delegação da Arquidiocese de Córdoba, Argentina, que se reuniu com ele antes da JMJ Lisboa 2023 (Vatican Media)

O Papa envia uma mensagem aos participantes do XXI Encontro de líderes nacionais da Pastoral da Juventude da América Latina e do Caribe, que se realiza em Assunção de 15 a 20 de julho, e os encoraja a não ter medo de Jesus, que passa por nós, abrindo de par em par as portas de seu coração.

Vatican News

“Suscita esperança o fato que considerem o discernimento comunitário como uma forma de 'conversão na prática pastoral'”, diz o Papa Francisco em sua mensagem aos jovens da Pastoral da Juventude Latino-Americana (PJ) que se reúnem em Assunção, no Paraguai, de 15 a 20 de julho para o XXI Encontro de Líderes Nacionais.

No texto, datado de 12 de julho, o Pontífice espera que este encontro “lhes permita identificar os desafios e as oportunidades que enfrentam com a ajuda do Espírito Santo”.

Trabalhar pela justiça que faz a paz efetiva e duradoura

“Vocês são o presente, sejam corajosos! Eu os encorajo a se agarrarem firmemente às suas raízes e seguirem em frente sem medo. Busquem a unidade entre todas as diferenças.”

O Santo Padre os incentiva a trabalhar pela justiça que faz a paz efetiva e duradoura, a construir o bem comum e a fecundar a felicidade da Pátria Grande que constitui os povos latino-americanos, para continuar crescendo o Reino de Deus.

XXI Encontro Latino-Americano de Líderes Nacionais da Pastoral da Juventude (Foto do Arcebispado de Assunção)

Cristo transforme seu otimismo natural em amor autêntico

Em uma carta anterior, datada de 27 de maio e endereçada aos bispos responsáveis pela PJ e aos organizadores do evento, Francisco garante que “a juventude é essa etapa da vida normalmente caracterizada por um otimismo natural, energia e esperança”. Também os exorta a “deixar que Cristo transforme seu otimismo natural em amor autêntico; um amor que sabe se sacrificar, que é sincero, real e genuíno, para que sua juventude seja um dom para Jesus e para o mundo e assim vocês poderão gastar sua vida de forma digna e frutífera”. A ordem de Jesus “Levantai-vos” significa tanto uma tarefa quanto uma responsabilidade. Não tenham medo do Senhor que passa por nós e sussurra em nosso ouvido, inclina-se para nós e nos oferece sua mão para nos levantar toda vez que caímos. Ele nos quer de pé, ressuscitados.

Abram seus corações para Cristo

Portanto, não tenham medo de deixá-Lo entrar em sua vida; abram de par em par as portas de seu coração para Ele, pois a nova vida que vem d’Ele é incomparável e vale a pena ser vivida. O Pontífice os confia à Santíssima Virgem e lhe pede que acompanhe seus passos e interceda por eles, “para que, junto com as crianças, os adultos e os idosos, em comunhão intergeracional, sejam protagonistas de uma Igreja cada vez mais sinodal, discípula e missionária”. Francisco agradece especialmente aos jovens paraguaios pela organização do encontro e convida a todos “a continuar se preparando durante este Ano de Oração, para celebrar o próximo Jubileu 2025 com alegre esperança”.

XXI Encontro Latino-Americano de Líderes Nacionais da Pastoral da Juventude (Foto do Arcebispado de Assunção)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF