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terça-feira, 30 de julho de 2024

Um tempo para renovação

Julho, mês férias (PIN page)

Um tempo para renovação 

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

As férias são uma época esperada por muitos como um momento para descansar, recarregar as energias e passar tempo com a família e amigos. O período também pode ser uma oportunidade única para renovar a espiritualidade e fortalecer a fé. 

A Bíblia nos oferece várias passagens que destacam a importância do descanso. No livro do Gênesis, lemos que Deus descansou no sétimo dia após a criação do mundo: “Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação” (Gênesis 2,3). Este descanso divino serve como um modelo para nós, mostrando que o descanso é não apenas necessário, mas também sagrado. 

Jesus também reconheceu a necessidade de descanso. Em Marcos 6,31, Ele disse aos Seus discípulos: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco.” Este convite de Jesus é um lembrete de que o descanso é essencial para nossa saúde física, mental e espiritual. 

Durante as férias, podemos aproveitar o tempo longe das atividades cotidianas para aprofundar nossa vida de oração. Este pode ser um momento para refletir sobre as bênçãos recebidas e buscar orientação divina para os desafios futuros. Como disse o Salmista: “Silenciai-vos e sabei que eu sou Deus” (Salmo 46,10). O silêncio e a tranquilidade das férias podem proporcionar um ambiente ideal para ouvir a voz de Deus em nossas vidas. 

Mesmo durante as férias, é importante manter nossa participação na comunidade de fé. Frequentar a missa dominical, mesmo quando estamos longe de casa, é fundamental para alimentar nossa vida espiritual. Muitas paróquias oferecem missas em diferentes horários e idiomas, permitindo que os católicos encontrem uma comunidade para celebrar a Eucaristia onde quer que estejam. A Eucaristia é a fonte e o ápice da vida cristã, e participar dela nos une mais profundamente a Cristo e à Igreja. 

As férias muitas vezes nos levam a destinos naturais, como praias, montanhas e florestas. Esses ambientes são uma excelente oportunidade para contemplar a beleza da criação de Deus. O Catecismo da Igreja Católica nos lembra que “A criação é o fundamento de todos os desígnios salvíficos de Deus” (CIC 280). Ao admirar a natureza, podemos renovar nosso agradecimento a Deus por todas as Suas obras e fortalecer nosso compromisso com a responsabilidade ambiental. 

As férias também podem ser um tempo para praticar atos de caridade e serviço. Muitos destinos turísticos têm oportunidades de voluntariado em comunidades locais. Participar em ações de caridade durante as férias pode ser uma maneira poderosa de viver o mandamento de Jesus de amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22,39). Estas experiências podem enriquecer nosso espírito e nos aproximar de Deus através do serviço aos outros.  

A leitura de livros espirituais durante as férias pode ser uma maneira maravilhosa de crescer na fé. Pode ser um bom momento para ler a Bíblia, a vida dos santos ou outros textos inspiradores. Ler sobre a vida dos santos pode nos encorajar a seguir seus exemplos de fé e virtude. 

As férias são uma boa ocasião para refletir sobre nossas vidas e planejar o futuro com Deus. Podemos avaliar nossas metas espirituais e pessoais e buscar a orientação divina para o próximo capítulo de nossas vidas. Em Provérbios 16,9, lemos: “O coração do homem planeja o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” Submeter nossos planos a Deus nos ajuda a caminhar em Sua vontade. 

As férias oferecem uma oportunidade valiosa para descanso e renovação. Para os católicos, é também um tempo para aprofundar a espiritualidade e fortalecer a fé. Ao integrar práticas de oração, participação na missa, contemplação da natureza, atos de caridade, leitura espiritual e reflexão, podemos transformar nossas férias em um período de crescimento espiritual. Que possamos usar este tempo para nos aproximar de Deus, renovando nossa mente, corpo e espírito, e retornando às nossas vidas diárias com um coração mais cheio de fé e amor. 

Aos que desfrutam de férias em julho desejo saúde, paz e a graça do Cristo Ressuscitado! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

JMJ 2027 lançada oficialmente na Catedral de Myeongdong, em Seul

Em Lisboa, jovens peregrinos e bispos festejam o anúncio da Coreia como sede JMJ 2024  (AFP or licensors)

Seul prepara o cenário para a Jornada Mundial da Juventude de 2027 com grande cerimônia celebrando juventude, cultura e esperança. Presença do núncio apostólico na Coreia e do secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

Com o tema Hope Ignites in Seoul. Success for WYD Seoul 2027 ('A esperança se acende em Seul. Sucesso para a JMJ Seul 2027', em tradução livre), a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Seul 2027 foi oficialmente lançada na tarde do domingo, 28, na histórica Catedral de Myeongdong. A cerimônia de lançamento, que começou às 14h contou com a participação de vários convidados importantes e mais de 1.000 jovens. 

Entre os estimados convidados de honra estavam o arcebispo Giovanni Gaspari, núncio apostólico na Coreia; Dr. Gleison De Paula Souza, secretário do Dicastério para Leigos, Família e Vida; representantes diplomáticos de oito países; Yong Ho-sung, vice-ministro da Cultura, Esportes e Turismo; 19 membros da Assembleia Nacional e 9 membros do Conselho Municipal de Seul. O evento também contou com a presença de um grupo especial de jovens, formado por desertores norte-coreanos, jovens com deficiência e soldados do Exército, Marinha e Força Aérea, simbolizando unidade e inclusão.

Na catedral de Seul, evento que deu início ao caminho de preparação para a JMJ 2027 (© Arquidiocese de Seul)

Destaques da cerimônia de lançamento

A cerimônia de lançamento começou com um desfile de jovens coreanos ao lado de jovens de vários países, carregando 193 bandeiras, enquanto entravam  na Catedral de Myeongdong. A presença de cada bandeira simbolizou a resposta positiva ao convite do Papa Francisco para que Seul sediasse a Jornada Mundial da Juventude em 2027.

Um destaque significativo da cerimônia foi a Declaração de Lançamento. Este momento crucial foi liderado pelo arcebispo Peter Soon-taick Chung, presidente do Comitê Organizador Local (LOC) para a JMJ Seul 2027, ao lado de dois jovens delegados coreanos. A declaração marcou o início oficial dos preparativos para o evento de 2027 e simbolizou o compromisso coletivo da Igreja e dos jovens com essa jornada.

Revelação do Impacto Econômico

A importância econômica da JMJ Seul 2027 também foi destacada durante a cerimônia. A análise da Escola de Políticas Públicas e Gestão do KDI revelou efeitos econômicos consideráveis, prevendo um total de 11,3698 trilhões wons em impactos de produção, 1,5908 trilhões de wons em efeitos de valor agregado e a criação de 24.725 empregos.

Ingresso na Catedral de jovens coreanos ao lado de jovens de vários países, carregando 193 bandeiras (© Arquidiocese de Seul)
Missa Solene de Início

Após a cerimônia, foi celebrada uma Missa presidida pelo arcebispo Peter Soon-taick Chung e concelebrada pelo cardeal Andrew Soo-jung Yeom, pelos bispos Job Yo-bi Koo, Paul Kyung-sang Lee (coordenador geral do Comitê Organizador Local da JMJ Seul 2027) e Titus Sang-Bum Seo, bispo do Ordinariato Militar da Coreia.

Em sua homilia, o arcebispo Chung afirmou ter "uma profunda aspiração de que a Igreja ofereça uma plataforma para os jovens do nosso tempo — um palco onde eles possam emergir como protagonistas de suas próprias narrativas. Estou confiante de que este palco servirá como uma oportunidade e um espaço de esperança para todos vocês. Juntos, desejo cultivar esta esperança compartilhada por meio da JMJ. Acredito que a JMJ representa uma oportunidade inestimável para jovens de todo o mundo, incluindo nossos jovens coreanos, de refletirem e se envolverem com essas tarefas desafiadoras. É imperativo que unamos nossos corações, rezemos juntos e discernamos a orientação do Espírito Santo enquanto nos preparamos sinceramente para esta jornada.”

O Papa e os jovens

A Oração Universal foi conduzida em vários idiomas por jovens de diferentes países, simbolizando a unidade global abraçada pela JMJ. A Missa concluiu com agradecimentos do núncio apostólico na Coreia e do secretário do Dicastério para Leigos, Família e Vida.

O arcebispo de Seul, dom Peter Soon-taick Chung (© Arquidiocese de Seul)

O arcebispo Giovanni Gaspari destacou a profunda conexão entre o Papa e os jovens, afirmando que “os jovens inspiram esperança e simpatia no coração do Papa. Isso atinge a grande simpatia e paixão com que ele fala sobre os jovens e para os jovens. O Papa olha para vocês, os jovens da Coreia, com grande confiança e afeição. Ele reconhece a contribuição essencial que vocês podem dar à Jornada Mundial da Juventude Seul 2027 e os acompanha com suas orações.”

Já o Dr. Gleison De Paula Souza, expressou gratidão e otimismo afirmando que “o Papa Francisco escolheu Seul como a cidade-sede da próxima Jornada Mundial da Juventude, ciente da rica história e cultura da Coreia. É uma cidade que incorpora o espírito de inovação e esperança, valores que são intrínsecos à nossa missão. A todos os jovens presentes e aqueles que não puderam se juntar a nós, desejo fervorosamente que esta jornada seja de descoberta, crescimento e alegria para vocês. Que vocês retornem para suas casas inspirados e motivados para efetuar mudanças em suas comunidades e no mundo em geral. Como o tema de hoje proclama, ‘A esperança se acende em Seul!’ Que nossos corações também sejam acesos em antecipação a esta experiência maravilhosamente imaginada que nos levará a 2027.”

Próximos eventos

Em antecipação à JMJ Seul 2027, o lema do evento será revelado em setembro. Além disso, os símbolos da JMJ serão cerimoniosamente entregues a Seul em novembro, marcando outro marco significativo nesta jornada inspiradora.

Jovens da Coreia rumo à JMJ 2027 (© Arquidiocese de Seul)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Pedro Crisólogo

São Pedro Crisólogo (A12)
30 de julho
País: Itália
São Pedro Crisólogo

Pedro nasceu em Ímola, uma província de Ravena, Itália, no ano de 380. Filho de pais cristãos, foi educado na fé, e cedo ordenado diácono. A imperatriz romana Galla Plácida o apoiava, fazendo dele seu conselheiro pessoal, e influenciando para que se tornasse arcediácono de Ravena, que na época era a capital do Império Romano no Ocidente e a metrópole eclesiástica.

Por volta de 433, o imperador romano do ocidente Valentiniano III, filho de Galla Plácida, favoreceu sua indicação a vigário-geral, e o Papa Sisto III o nomeou bispo de Ravena. Foi o primeiro bispo ocidental a ocupar essa diocese.

Pedro já era popularmente conhecido como o “doutor das homilias”, por seus sermões breves mas profundos. Consta que ele os preparava curtos para não cansar os fiéis. O apelido de Chrysologus, “das palavras de ouro”, teria vindo da imperatriz Galla Plácida depois de ouvir a sua primeira homilia como bispo. Ele é considerado um dos maiores pregadores da História da Igreja, também pela sua produção escrita.

São 176 homilias de natureza doutrinária, numa linguagem que explica tópicos difíceis de modo simples, claro, objetivo e atrativo, e portanto de fácil acesso ao grande público, o que gerou inúmeras conversões. Os temas incluem a Virgem Maria, São João Batista, dogmas, liturgia, a oração do Credo dos Apóstolos, o Mistério da Encarnação, a condenação das heresias ariana e monofisita, etc..

Mas foi também um pastor prudente, lúcido e seguro. Defendia que os fiéis tomassem a Eucaristia diariamente, algo incomum na época, e incentivava a confiança no perdão de Deus oferecido por meio da obra de Salvação de Cristo. Escutava solicitamente humildes ou poderosos. Era amigo próximo do Papa, e depois santo e Doutor da Igreja, Leão Magno (440-461).

Além das invasões bárbaras ao império romano e da disputa de poder da Igreja de Constantinopla com a Igreja de Roma, um terceiro grande desafio do período foi a proliferação de heresias. Pedro lidou de modo respeitoso mas firme com Eutíquio, superior de um mosteiro em Constantinopla que propunha o monofisitismo, isto é, que em Cristo havia apenas uma natureza, advertindo-o a obedecer ao Papa e às decisões do Concílio de Calcedônia (451).

São Pedro Crisólogo faleceu em Ímola, talvez em 450 ou 451, talvez em 30 ou 31 de julho. A Igreja definiu sua festa no dia 30 pois em 31 já se comemorava Santo Inácio de Loyola.

 Ele é considerado um modelo de pastor, pelo seu contato com o povo e pela excelência da sua pregação. Tem o título de Doutor da Igreja.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Não há dúvida de que São Pedro Crisólogo destacou-se pela sua pregação, particularmente oral, daí a sua alcunha. As homilias, pelo seu conteúdo verdadeiro, sem ambiguidades doutrinais, já seriam suficientes para lhe dar reconhecimento, mas a sua estudada brevidade, com a preocupação carinhosa de não cansar os fiéis, e em linguagem acessível – não banal ou empobrecida, mas simples e clara na sua profundidade – mostram um cuidado a mais que está na essência da multiplicação dos seus vastos frutos. Mas, acima de tudo, o testemunho da sua coerência de vida com o que falava, e escrevia, é com certeza a pedra fundamental que Pedro alicerçou nas suas pregações como razão do seu êxito evangelizador. De fato, sem a correspondência entre a palavra e a ação, não pode haver santidade nem sucesso no apostolado, mas apenas a crítica de Jesus aos fariseus hipócritas, resumido no dito popular “faça o que eles dizem, mas não faça o que eles fazem” (cf. Mt 23,1-4). A maior prova do testemunho de Cristo é justamente a perfeita conformidade entre o que disse e o que fez, incluindo o anúncio e a realização da Sua morte e Ressurreição. Não apenas pela excelência da sua pregação, portanto, mas pelo seu contato com todos, recebendo com a mesma atenção a nobreza e o povo, convenciam e conduziam para Deus, que é a função de todo batizado e mais ainda dos religiosos. Apesar das dificuldades da época, Pedro Crisólogo contou com algo em extrema necessidade hoje em dia, o apoio dos governantes. No contexto do desenvolvimento e consolidação das nações católicas na Europa, especialmente na Idade Média, e ainda que o pecado e as suas consequências estejam sempre presentes na História, a noção de que os governos religioso e civil devem estar associados pela base nos valores que provêm da Verdade de Deus foi fundamental para construir a sociedade civilizada. Na medida em que esta base de valores é dicotomizada, e a verdadeira Fé começa a ser desvaloriza e/ou perseguida pelas administrações políticas, a cultura entra em colapso e qualquer progresso nas atividades humanas irá inevitavelmente se voltar contra os próprios homens, porque perderá a razão e a objetividade dos corretos valores morais. As profundas crises éticas e morais contemporâneas são a constatação cabal desta divisão, no momento de maior desenvolvimento tecnológico da humanidade, que apesar deste nome se comporta de modo bestial. Sem Comunhão, obviamente não pode haver união… “diabo” significa, literalmente, “dividir”. Não por acaso, São Pedro Crisólogo, já na sua época, enfatizava os dois elementos que solucionam estas crises: a confiança no perdão de Deus, oferecido por Ele a todos através da Redenção em Cristo, e a Eucaristia, Comunhão, diária.

Oração:

Ó Senhor, Deus Único mesmo na Trindade, concedei-nos pela intercessão de São Pedro Crisólogo o conhecimento e o acesso da Palavra que mais vale, mais que todo o ouro mundo, e que submete o mundo ao preço infinito do Seu Sangue, Jesus Cristo; de modo que os corações e as nações possam ouvir e se juntar por fim às vozes dos anjos celestiais no infinito louvor a Vós. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 29 de julho de 2024

Quais tentações um exorcista enfrenta?

Imagem referencial | Luis Ángel Espinosa, LC

Quais tentações um exorcista enfrenta?

REDAÇÃO CENTRAL, 18 de novembro de 2017

Pe. Doriam Rocha Vergara, um dos sacerdotes exorcistas mais jovens do mundo, decidiu revelar quais são as maiores tentações que enfrenta diariamente no exercício do seu ministério.

Em conversa com o Grupo ACI em 9 de novembro, assegurou que as tentações o perseguem especificamente no prazer, no poder e no ter.

1. Tentação do dinheiro

“Eu tenho a tentação do dinheiro. Meus irmãos sacerdotes pensam que eu sou o padre rico. Que tudo o que eu toco transformo em dinheiro. As pessoas pensam que eu sou rico”, disse o sacerdote.

2. Tentação das mulheres

Pe. Doriam afirma que há muitas mulheres que, por ser jovem e pela sua maneira de falar, pensam que é “diferente dos outros homens”.

“Isso desperta uma grande admiração e querer chegar a namorar com o Pe. Doriam. Normalmente são mulheres muito bonitas e muito formosas”, manifestou.

3. Tentação da desobediência

“Tentações de desobediência, rebeldia e soberba que muitas vezes tiram a glória de Deus. Quando um bispo me diz que não posso ir a certo lugar, por exemplo. Entretanto, nunca o desrespeitei”, assegurou o Pe. Doriam.

4. Tentação de reconhecimento e fama

O sacerdote indica que isso acontece quando um canal lhe “oferece visibilidade ou uma editora quer começar a receber os seus escritos”.

“Com relação ao tema do exorcismo não pode haver fama”, afirmou.

5. Tentações em sua família

“A família pensa que você é o solucionador de todos os problemas. Tanto emocionais quanto econômicos”, indicou o padre.

6. Tentação da soberba

Finalmente, Pe. Doriam manifestou que outra tentação que ele tem “é tornar-se uma pessoa que faz ‘mágicas’. De ter dons para curar, libertar, etc”.

A superação das tentações

Para superar as tentações, Pe. Doriam explicou que às vezes tem que fazer “autoexorcismos”, ou seja, orações que os exorcistas rezam para se protegerem.

Do mesmo modo, assegurou que não assiste televisão no seu quarto, não tem computador, não toma bebidas alcoólicas nem consome tabaco, e tem uma exigente vida de oração. Entre as orações estão: o Santo Rosário, o Santo Ofício, Laudes, Ângelus, Oração da Divina Misericórdia, Vésperas e Completas.

Finalmente, Pe. Doriam assegurou que o mais importante para ele é celebrar a Eucaristia diariamente.

“Não há um só dia na minha vida que não celebro a Eucaristia, com as pessoas ou sozinho. Ao lado do meu quarto, tenho uma capela, um oratório onde está o Santíssimo e a presença da Santíssima Virgem Maria”, destacou.

Fonte: https://www.acidigital.com/

ORIENTE MÉDIO: A mão tripla estendida

Barak com o presidente palestino Yasser Arafat durante a cúpula de 11 de julho em Eretz, na fronteira entre Israel e a Palestina | 30Giorni

ISRAEL. O novo primeiro-ministro e a retomada do caminho da reconciliação

A mão tripla estendida

Hipóteses sobre o diálogo simultâneo de Israel com a Síria, o Líbano e os palestinos.

por Igor Man

Há espaço para otimismo, ainda que moderado, mas ainda assim nuvens de tempestade permanecem à espreita no céu do Médio Oriente . Tendo esgotado quase todos os 45 dias que a lei colocou à sua disposição, Ehud Barak, o novo primeiro-ministro israelita, formou um governo de coligação alargada e prepara-se para enfrentar a "questão fundamental e não resolvida da paz", como ele próprio declarou ao Knesset. O governo de coligação inclui seis partidos que dão (teoricamente) ao primeiro-ministro 75 votos dos 120 parlamentares e isto também se deve à contribuição (muito discutida) dos ultraortodoxos do Shas , cuja participação foi em vão contestada pelos secularistas. do Meretz , até o fim. A mão tripla estendida de Barak à Síria, ao Líbano, aos palestinos , foi a manchete de um jornal que foi ecoado pela imprensa libanesa, observando que apenas uma mão é suficiente para fazer a paz, desde que esteja limpa. Mas a quem esta mão – única e limpa – deve ser estendida primeiro? Parecia (e parece) óbvio que deveria avançar em direção ao de Arafat. Por uma razão muito simples: a aplicação dos Acordos de Oslo (dos quais o presidente dos Estados Unidos é o fiador) foi adiada e posteriormente bloqueada com rude arrogância pelo anterior governo israelita, o de “Bibi” Netanyahu. Os Acordos de Oslo, substanciados pelos assinados posteriormente em Wye Plantation, preveem a retirada imediata das forças israelitas de 13 por cento da Cisjordânia ocupada. Esta retirada pressupõe o congelamento dos colonatos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém. Pois bem, em declarações recentes em que afirmou compreender o estado de espírito dos palestinos que anseiam pela sua terra, Barak não foi além da retórica (encorajando o quanto quiser, mas sempre com ar quente). Nenhuma menção a colonatos, nenhuma menção à retirada da Cisjordânia. E mais: Barak decidiu telefonar para Arafat apenas após uma solicitação (privada) e uma bofetada (pública) do Presidente Clinton, que teria "irritado muito" o antigo general.

Deve-se lembrar aqui que durante a fase final da formação do novo governo ocorreram dois acontecimentos importantes no Médio Oriente: um negativo, o outro positivo. O bombardeamento do Líbano, com Beirute escurecida e aterrorizada, após a chuva de foguetes enviados pelo Hezbollah (as milícias xiitas do Partido de Deus) sobre as casas da Alta Galileia. Por provocação, segundo Jerusalém (onde, segundo a lei, “Bibi” ainda governava), por retaliação, segundo o Hezbollah. Na verdade, aquele insano bombardeamento sobre o já feliz país dos cedros pretendia ser um “recompensa” para o exército israelita que, durante longos e ferozes 14 anos, não conseguiu levar a melhor sobre os guerrilheiros que define como terroristas enquanto se proclamam “ patriotas-irredentistas”. A retirada sensacionalmente anunciada, e na prática já iniciada, das forças armadas israelitas do sul do Líbano embora seja na verdade uma operação interna, no sentido de que a pressão exercida pelas "mães judias" sobre o Estado-Maior militar está na origem da dramática decisão, tem um certo valor político a nível internacional para poder facilitar uma negociação de paz entre israelitas e libaneses.

E chegamos ao acontecimento positivo: consiste na troca de gentilezas entre o recém-eleito Barak e o presidente sírio Hafez el Assad. Troca de gentilezas: “soldado honesto”, “líder sábio” e assim por diante, com uma garantia final e mútua de querer a “paz dos bons”.
No Médio Oriente sempre se disse que sem o Egipto a guerra não pode ser travada, sem a Síria a paz não pode ser feita. Há quatro anos, Rabin, o soldado da paz assassinado por um piedoso estudante fundamentalista por ser rejef (renegado, segundo a Torá ), conseguiu iniciar uma negociação promissora com a Síria. O actual primeiro-ministro, Barak, participou nessa negociação como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. De boas fontes sabemos que houve acordo «sobre 70 por cento dos “acordos de segurança”» entre a Síria e Israel. A tragédia da morte de Rabin, agravada pela política errática de “Bibi”, que visava apenas sabotar uma paz que implicava um preço mínimo a pagar, congelou aquele importantíssimo anteprojeto de acordo.

Presidente sírio Assad. No Médio Oriente sempre se disse que sem o Egipto a guerra não pode ser travada, sem a Síria a paz não pode ser feita | 30Giorni

E agora, depois das delicadezas, após o regresso de Barak de Washington, o fio dessa negociação verdadeiramente histórica poderia ser reunido. Magnífico. Mas há um “mas”. Não gostaríamos que, sem prejuízo das suas boas intenções, o antigo general Barak, também conhecido como o "pequeno Napoleão" e também o "raio", abordasse antes de mais nada o dossiê da Síria (ao qual o problema do Líbano está fatalmente ligado , país onde Assad exerce um feroz droit degard ), acaba por colocar a aplicação dos Acordos de Oslo em segundo plano, deixando Arafat na antecâmara. Provavelmente por muito tempo. Porque se é verdade que em 70 por cento das cláusulas de segurança muito importantes já existe um acordo (aperfeiçoável) entre Telaviv e Damasco, também é verdade, como reiterou Barak antes de partir para os EUA, que as negociações com a Síria deve ser conduzida no âmbito das duas famosas resoluções do Conselho de Segurança: 242 e 338. Ambas nunca esclareceram se o despejo (israelense) deveria ocorrer dos territórios ocupados ou dos territórios ocupados. Não será fácil, portanto, com toda a boa vontade, chegar a uma solução justa e aceitável relativamente à retirada do Golã (onde, entre outras coisas, prosperam os prósperos kibutzim israelitas ), num curto espaço de tempo.

Podemos acreditar que Barak quer e pode negociar em três mesas ao mesmo tempo (Síria, Líbano, Palestinos)? Parece difícil, nem mesmo a deusa Kali conseguiria. Então? É legítima a suspeita de que, ao optar (como parece provável) por favorecer as negociações com Assad, o General Barak quer ganhar tempo com os palestinianos. Atenção: não só pela aversão (partilhada por Assad) que leva a Arafat mas também pelas dificuldades objetivas. O mais dramático tem um nome de esquadrão: os colonos. Opressores, arrogantes, sempre armados, muitos de origem americana e nem sempre de judaísmo autêntico, transformaram os territórios onde dominam numa espécie de Extremo Oeste do Médio Oriente, com os palestinianos a agirem como os índios vermelhos. Eles constituem uma bomba-relógio que não é fácil de desarmar (eram a implicância de Rabin). Até porque entre eles há meninos de absoluta boa-fé enviados para colonizar a Terra dos Padres: foi o que lhes disseram e têm a certeza de que estão cumprindo um preceito moral-religioso. E como você pode dizer a eles: erramos, não é válido, saiam? Para contornar o obstáculo, Barak pretende tirar a poeira do famoso Plano Allon, lançado após a Guerra dos Seis Dias. Este Plano, para ser franco, significa a anexação por Israel de 40 por cento dos territórios ocupados em 1967.

Mesmo que Arafat, encurralado, quase no limite das suas forças físicas, aceitasse a reedição do Plano Allon, “não teríamos paz, mas sim um falso expediente que mais cedo ou mais tarde explodirá na cara de todos”, como disse o jornalista israelense Zvi Schuldiner escreve. Uma miserável federação de “bantustões” gerida por funcionários palestinianos administrativamente “casuais” não teria certamente as características da verdadeira paz. «Há quem pense que a paz se compra com desconto, que a segurança se adquire antes da paz e que a paz se faz lentamente. Esses são os três maiores erros. A paz tem um preço – a segurança é uma consequência e não um pré-requisito –, fazer a paz é um processo do coração que exige ímpeto e atenção”: estas são as palavras de um entristecido Shimon Peres. Amargurado porque foi relegado a um “Ministério do Desenvolvimento do Médio Oriente”, que atualmente continua a ser um objeto misterioso. Preocupado porque ainda não tem a certeza de que Barak se libertou (consegue libertar-se) dos dogmas que ainda envenenam o establishment israelita .

75 por cento dos israelitas resignaram-se à ideia de viver com um Estado palestiniano, uma vez que este é o objectivo final dos Acordos de Oslo. Até os políticos, até os governantes de Israel sabem disso. O problema é se estão dispostos a pagar o preço (justo) que isso implica, ou seja, se permanecem escravos do dogma de Eretz Israel .

Arquivo 30Dias - 07/08 - 1999

Fonte: http://www.30giorni.it/

"A sociedade Humana"

A sociedade Humana (Maestrovirtuale)

“A SOCIEDADE HUMANA” 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

“A sociedade Humana” 

Cadernos do Concílio – Volume 27 

Hoje nos debruçaremos no volume vinte e sete da coleção “Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II” elaborados em preparação ao Jubileu da Esperança que acontecerá no próximo ano, onde comemoraremos os 60 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II. O tema desse volume: “A sociedade humana”.  

A sociedade humana é por vezes complexa, formada por diversos tipos de pessoas em suas diferentes etnias, raças, religião e classe social. A Igreja tem de estar aberta e pronta para falar com toda a sociedade, independente da classificação. Inclusive essa foi a intenção do Concílio Ecumênico Vaticano II falar com todo o povo, da igreja para o mundo, e de certa maneira a Igreja tornar-se mais próxima do povo.  

Por isso, por mais que o Concílio Ecumênico Vaticano II tenha acontecido há praticamente sessenta anos atrás ele continua vivo e atual, tanto é que estamos discutindo os principais temas do Concílio nessa coletânea especial.  

Um documento de grande importância elaborado ao longo do Concílio Ecumênico Vaticano II e conversa diretamente com a sociedade como um todo é a Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”. Significa alegria e esperança e trata sobre a Igreja em relação ao mundo contemporâneo, como bem sabemos o mundo passa constantemente por diversas transformações, inclusive o mundo era de um jeito durante o Concílio Ecumênico Vaticano II e hoje já está bem diferente. São mudanças tecnológicas, mudanças de pensamento, mudanças na forma de educar os filhos, dentre outras. Nós chamamos hoje de mudança de época. 

Muitas das discussões do mundo atual estão presentes na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, sobretudo no que diz respeito a dignidade da pessoa humana, ou seja, respeitar o ser humano em sua integridade, por inteiro, e desde o seu nascimento até a sua morte. Temos que respeitar a vida e não a ferir de jeito nenhum pois ninguém tem o direito de tirar a própria vida ou a vida do outro, se Deus deu a vida, somente Ele tem o poder de tirá-la. 

O documento fala também sobre a comunidade humana, ou seja, essa comunidade humana são todos os que habitam o planeta terra, e cada um deve contribuir para que a nossa sociedade seja sempre mais justa e fraterna e que todos possam conviver bem. Recentemente o Papa Francisco lançou dois documentos: a Carta Encíclica “Laudato Si” (2015) e a Carta Encíclica “Fratelli Tutti” (2020). Os dois documentos em consonância com a Constituição Pastoral Gaudium et Spes falam sobre como cada um deve cuidar bem do planeta em que vive sempre pensando em si mesmo e no próximo. Faz parte dos documentos sociais do magistério. 

Podemos fazer uma reflexão sobre como está o planeta hoje, as catástrofes climáticas que estão cada vez mais severas, o aquecimento global, as ondas de calor que estamos enfrentando sempre mais severas, e ainda, as estações do ano todas misturadas. Portanto, façamos a nossa parte cuidando da comunidade humana respeitando o universo, não poluindo o ambiente em que vive, economizando água, e sempre pensando no que estamos deixando para a próxima geração. 

Um dos mandamentos da lei de Deus e um dos mais importantes é o amor a Deus e consequentemente o amor ao próximo, por isso, viver em comunidade humana conforme ressalta esses documentos, sobretudo a Gaudium et Spes é amar o próximo, muitas vezes se colocando no lugar do outro, e refletindo se aquilo que é ruim para mim é também ruim para o outro, se as consequências dos meus atos não vão impactar de certa forma na vida do outro.  

Outra transformação do mundo atual é o avanço tecnológico, no tempo do Concílio a tecnologia não era tão avançada, mas já tinha a preocupação daquilo que ela poderia vir a ser. A tecnologia teve muitos avanços e com certeza irá avançar cada vez mais, ela ao mesmo tempo que é boa, também pode ser ruim. Tanto podemos usar a tecnologia para o bem quanto para o mal.  

Aqui hoje nós nos colocamos diante da assim chamada “inteligência artificial”. Está comum nos dias de hoje a questão da inteligência artificial, temos que tomar cuidado com ela para que a inteligência artificial não ocupe o lugar do ser humano e construamos uma sociedade de “robôs” e sem sentimentos.  

O que esse documento nos atesta é que devemos nos preocupar com o próximo em vista do bem comum para todos. Todos devem cuidar do lugar em que vivem para que todos se sintam bem ali. As regras de boa convivência devem valer para todos, desde aqueles que ocupam os altos cargos, como por exemplo, políticos até o mais humilde habitante da cidade.  

Cabe a nós respeitarmos a vida, tanto a nossa como a do outro, e ainda respeitá-la desde a concepção até a velhice. Não podemos tirar nem a nossa vida e nem a do outro. Todos os homens e mulheres são iguais perante Deus, ninguém é melhor do que o outro. Por isso, não podemos menosprezar o outro, por ter mais bens ou ser mais rico ou mais pobre, não levaremos nada daqui para a vida eterna, mas somente se fomos capazes de amar o nosso semelhante.  

Convido a tomarem em mãos esse volume vinte e sete da Coleção Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II, bem como a Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”, e que possamos viver bem em sociedade, amando e respeitando o próximo, e construindo um mundo melhor para todos. Cuidemos da nossa casa comum para que possamos deixar um futuro melhor para as próximas gerações. Esse é um documento muito interessante e importante do Concílio Vaticano II que devemos nos propor a meditar. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Comunidade de Taizé: à luz da fé ortodoxa

Comunidade Ecumênica de Taizé. Encontro de jovens cristãos e ortodoxos por ocasião da “Semana de partilhas e testemunhos da fé ortodoxa"  | Vatican News

De 4 a 11 de agosto a Comunidade Ecumênica de Taizé na França, organiza uma série de encontros com jovens cristãos e ortodoxos por ocasião da “Semana de partilhas e testemunhos da fé ortodoxa” com orações comunitárias, introduções bíblicas seguidas pelos tempos de partilha em pequenos grupos e os serviços.

Charles de Pechpeyrou - Osservatore Romano

“Pela tua luz vemos a luz": do Salmo 36, 10 é o tema da terceira ‘Semana de partilhas e testemunhos da fé ortodoxa’ organizada pela comunidade ecumênica de Taizé, na França, de 4 a 11 de agosto. Como todos os anos, essa semana será marcada por momentos de oração, tempos de partilha da fé e testemunhos.

Celebrações litúrgicas Ortodoxas

No programa três celebrações litúrgicas ortodoxas: uma vigília de oração na noite de segunda-feira, 5 de agosto, seguida pela Divina Liturgia na terça-feira, 6 de agosto, a Festa da Transfiguração do Senhor, na igreja da aldeia de Taizé, enquanto na sexta-feira, 9 de agosto, o Metropolita Dimitrios (Ploumis) de Paris, do Patriarcado Ecumênico, celebrará a Divina Liturgia na Igreja da Reconciliação.

Partilha da fé ortodoxa

No que se refere ao espaço de compartilhamento da fé ortodoxa estão programados quatro encontros nos dias 6, 7, 9 e 10 de agosto sobre vários tópicos, como “Encontrar seu lugar em uma paróquia” ou “Diálogo ecumênico e inter-religioso do ponto de vista ortodoxo”, em função das questões e interesses. O tema do testemunho da fé também será abordado em vários workshops abertos a todos e animados por cristãos ortodoxos.

No dia 6 de agosto, o tema será “Transfigurar a morte: A Transfiguração de Jesus no Evangelho segundo São Marcos em diálogo com o ícone ortodoxo da Transfiguração”, enquanto no dia 7 de agosto será “Participar na vida de Deus. A Transfiguração de Jesus e a nossa própria participação na vida de Deus, segundo a experiência e o ensinamento de São Gregório Palamas (século XIV)”.

Em 9 de agosto, os participantes da “Semana de partilhas e testemunhos da fé ortodoxa” refletirão sobre “A transfiguração da nossa vida. A liturgia eucarística como uma experiência do Reino de Deus”, com o Arcipreste Serge Sollogoub, do Patriarcado Ecumênico. No sábado, dia 10, haverá uma tentativa de encontrar “Uma nova forma de ser Igreja que transforma as nossas vidas” com jovens ucranianos presentes em Taizé ou ligados por videoconferência. “Criados à imagem de Deus: amar e ser amados” é o tema do último debate, no domingo, 11 de agosto.

Diálogo com jovens muçulmanos

Essa semana especial dedicada à descoberta da ortodoxia é o segundo evento de verão que a comunidade ecumênica de Taizé dedica ao diálogo entre jovens de diferentes religiões. Com efeito, de 7 a 12 de julho foi realizado o sétimo encontro de amizade entre jovens cristãos e muçulmanos. O tema do evento, que envolveu jovens de diferentes países europeus e de outros continentes, foi “Caminhar juntos”. Todas as manhãs foram marcadas por encontros com diálogos baseados em um trecho do Alcorão apresentado por um imame e sobre um texto da Bíblia comentado por um irmão de Taizé.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Marta

Santa Marta (A12)
29 de julho
Santa Marta

Marta era irmã de Maria e Lázaro, um amigo que Jesus iria ressuscitar, morando os três juntos em Betânia, a cerca de três quilômetros de Jerusalém. A família foi abençoada com uma proximidade preferencial do Senhor, que a procurava para convivência e descanso.

Duas são as passagens que destacam a figura de Marta no Novo Testamento. Na primeira, ela recebe uma bondosa mas importante repreensão de Jesus, pois ao recebê-Lo em casa preocupou-se mais com as providências materiais relativas à Sua chegada do que com a atenção direta à Sua pessoa (Lc 10,38-42).

Na segunda, relativa à doença, morte e ressurreição de Lázaro, ela demonstra a intimidade que sua amizade permitia com o Senhor, expondo-Lhe seu sofrimento, expectativa, confiança, mas sobretudo sua profissão de Fé na divindade de Cristo (Jo 11,1-44).

 Santa Marta é padroeira do lar, das donas de casa, dos anfitriões, hoteleiros, nutricionistas e cozinheiros.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Belíssima é a amizade de Jesus com Marta, Maria e Lázaro. A proximidade dos três com o Senhor nos daria mesmo uma “santa inveja”, não fosse a realidade de que, pela Eucaristia, temos com Ele essa mesma graça. Exatamente por isso devemos estar bem à vontade para expressarmos claramente a Ele os nossos sentimentos, as nossas dúvidas, as nossas fraquezas, e alegrias, e expectativas, sonhos, ideias… a oração verdadeira nada mais é do que este diálogo direto, em que ouvimos e somos ouvidos, com Aquele que nos procura, nos vem visitar justamente para esta conversa individual e exclusiva. A falta de confiança num melhor amigo é algo triste, grave e contraditório. Se Cristo mesmo nos procura para estarmos juntos em profunda união, é no mínimo uma grosseria com o nosso melhor Amigo ocultar ou dissimular Dele o que realmente somos, tentando nos esconder sob aparências artificiais. Em relação a Deus, além disso ser impossível, é uma fraqueza que facilmente se torna pecado. Santa Marta nos ensina que, se crermos e formos sinceros com Jesus, também presenciaremos a ressurreição, Dele, nossa e dos nossos irmãos... As atenções práticas e materiais de Marta para com Jesus eram certamente importantes e necessárias, e o Senhor não as condenou ou desprezou. Porém deixou claro que as coisas materiais, que passam, não podem ter prioridade sobre as espirituais, sobre o Espírito Santo, trazido Nele e por Ele. Há hierarquia de valores, é preciso amar a Deus sobre todas as coisas, como ensina o Primeiro Mandamento, e Jesus é Deus Encarnado. Primeiro Deus, depois, encarnado. Por isso a compreensão de que a vida contemplativa, representada por Maria, é mais importante do que a vida ativa, figura por Marta, como explicita o próprio Jesus: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada” Lc 10,41-42). Ele a advertiu, com carinho mas em verdade, por que a amava. Também ama a nós.

Oração:

Senhor, que nos fizestes à Vossa imagem e semelhança, assim desejando desde sempre que participemos do âmago da Vossa vida Trinitária, concedei-nos por intercessão de Santa Marta não descuidar das obras materiais, mas submetê-las à primazia das espirituais, alcançando assim tamanha intimidade com Jesus que nosso coração seja a casa onde Ele venha conviver e descansar, nos proporcionando o descanso e a vivência infinita com Ele. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 28 de julho de 2024

O Sentido da vida

O sentido da vida (Diocese de Valadares)

O SENTIDO DA VIDA 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

O Sentido da vida 

Cadernos do Concílio – Volume 26 

Hoje nos debruçaremos no volume vinte e seis da Coleção Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II, uma tradução publicada pelas Edições CNBB em vistas do Sínodo da Esperança, que tem como tema: “O sentido da vida”, tema debatido também ao longo do Concílio Ecumênico Vaticano II e que é atual também para nós hoje. Sobretudo por aquilo que vivemos no mundo nos últimos tempos com pandemia da Covid-19, guerras, violência, fome e tantas outras coisas.  

É sempre bom falarmos sobre o sentido da vida, quantas pessoas que conhecemos, até mesmo de nosso núcleo familiar, que atravessam um momento de depressão e perdem muitas vezes a vontade de viver. Temos que ter a certeza de que Deus nos deu a vida e somente Ele tem o poder de tirá-la, não podemos tirá-la por vontade própria. Não sabemos qual o dia e a hora, somente Ele o sabe.  

Desde quando fomos concebidos e nascemos, Deus imprimiu em nós o dom do Espírito Santo, confirmado na celebração do Batismo e depois na Crisma. Somos convidados a trilhar a nossa vida segundo o Espírito Santo e esse mesmo Espírito Santo dará sentido a nossa vida. Ao longo da nossa existência nos deparamos com algumas situações que colocam em “xeque” a nossa vida, mas devemos acreditar em Deus e continuar seguindo em frente. Temos que acreditar que vale a pena viver e que temos muito a contribuir com esse mundo até o momento em que Deus nos chamar de volta para Ele.  

Aquelas pessoas que se encontram internadas nos hospitais acometidas por alguma doença, aqueles que estão em casas de repouso, ou nas prisões, colocam em dúvida a própria existência, por conta muitas vezes da solidão e por tudo aquilo que passou para estar ali. Mas, mesmo assim deve confiar em Deus que fará o melhor e conseguirá passar por aquela situação.  

As famílias que perderam seus entes queridos sobretudo recentemente por conta da pandemia da Covid-19, ou que perderam seus entes queridos em acidente, assalto, ou precocemente, ficam abalados e questionam a Deus o porquê. Por mais que essa situação seja difícil é preciso confiar no Senhor e seguir em frente, acreditando que aquele ente querido que morreu está no céu intercedendo por aqueles que ficaram.  

O questionamento sobre a vida humana é bem antigo, vem desde o tempo filosófico. Os pensadores filosóficos se questionavam qual era a razão da existência humana, e ainda, de onde viemos e para onde vamos depois daqui. Nós como cristãos católicos sabemos que viemos de Deus e para Ele voltaremos. A vida não termina aqui, mas continua eternamente.  

Diante dos avanços tecnológicos e científicos a humanidade trouxe à tona novamente esses questionamentos sobre a existência humana. Temos que tomar muito cuidado nos dias de hoje com a “Inteligência Artificial”, que é capaz de criar textos, imagens, e até mesmo criar um “robô” com a imagem semelhante à do ser humano. Esse “robô” não tem sentimento e não tem espírito como um ser humano tem.  

A Constituição Dogmática Lumen Gentium, documento do Concílio Ecumênico Vaticano II, tem um capítulo que trata sobre a escatologia, ou seja, aquilo que acontecerá no final dos tempos, ou seja, o nosso fim último que é a vida eterna. Enquanto estamos aqui na terra fazemos parte da Igreja peregrina que caminhamos rumo a Igreja triunfante, que é a Igreja celeste, ao encontro do Senhor.  

A Constituição Dogmática Lumen Gentium, também vai dizer que é por isso que rezamos pelos defuntos, acreditamos que suas vidas estão junto de Deus se viveram de acordo com a vontade do Pai. Por isso, não devemos acumular bens materiais, causar brigas e intrigas com os outros, querer ser melhor do que os outros, enfim, o que levaremos dessa vida será somente o amor. O amor deve ser o nosso “ingresso” para a vida eterna.  

Acredita-se que após essa vida terrena teremos um primeiro encontro com o Senhor, ou seja, será o nosso “juízo particular”, momento em que poderemos nos arrepender de nossos pecados e aguardar a o momento do encontro final com o Senhor, na segunda vinda de Cristo que será o “juízo final” junto com todos.  

A nossa vida tem total sentido, ela não teria sentido se acabasse aqui, mas ela continua na eternidade. Por isso, aproveitemos ao máximo enquanto estamos aqui para amar o nosso próximo e fazer o bem para que ao passar dessa vida possamos habitar eternamente junto de Deus.  

A salvação é para todos, Deus não deseja condenar ninguém, por isso, até o último momento a pessoa tem a oportunidade de se arrepender de seus pecados. E nós que aqui ficamos rezamos sempre na intenção dos entes falecidos, para que alcancem mais facilmente o perdão dos pecados e a salvação eterna.  

Podemos observar que a questão do sentido da vida vem de anos na Igreja, conforme nos exorta a Constituição Dogmática Lumen gentium, e ela ainda continua atual nos dias de hoje. Convido a tomarem esse volume vinte e seis dos Cadernos do Concílio Ecumênico Vaticano II em mãos e ainda ler o capítulo sétimo da Constituição Dogmática Lumen Gentium.  

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Reflexão para o XVII Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

O projeto de Jesus não ensina primeiro acumular para depois dividir, mas partilhar o que cada um possui, para que todos fiquem saciados.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican  News

Para quem diz que a religião deve se preocupar apenas com o espírito, deverá surpreender o tema deste domingo onde na primeira leitura e no Evangelho o pão é multiplicado para que todos se alimentem bem. Aliás, na Sagrada Escritura, o verbo comer aparece quase mil vezes, enquanto que rezar só umas cem.

Na primeira leitura, o profeta Eliseu não aceita comer, em uma situação de penúria, de fome mesmo, os 20 pães que um devoto de outro lugar lhe traz. Ele diz a esse bom homem que o distribua aos seus cem seguidores. O benfeitor diz ser impossível, que o pão é pouco e os ouvintes são cinco vezes mais. Eliseu ordena, confiando na Palavra de Deus dita a ele. “O homem distribuiu e ainda sobrou” nos diz a Sagrada Escritura.

Naquela época isso aconteceu, bem como outros sinais semelhantes, para que o povo confiasse só em Deus e não nos ídolos. Deus se preocupa com nossas necessidades materiais, mas quer a nossa colaboração. Por isso a multiplicação do que foi trazido, do esforço físico de quem trabalhou, da solicitude de quem o trouxe e da generosidade e fé do profeta, que não reteve o dom para si, mas ensinou o homem a partilhar o que Deus criou para todos.

A atitude de Eliseu faz Deus ser verdadeiro e não mentiroso, já que o Senhor havia dito “Comerão e ainda sobrará”.

Em nossa realidade social somos os primeiros a fazer Deus passar por mentiroso, quando vivemos no Brasil, país que faz parte do grupo G20, e apesar disso temos mais de 10 milhões de pessoas vivendo abaixo da “pobreza absoluta”. País tão rico e população tão pobre! Deus não é mentiroso, nós é que somos egoístas e não queremos abrir mão de nossos pães que sobram para saciar a fome dos irmãos.

E não é só o pão. É a saúde, as vestes, o afeto, a educação, tudo aquilo que depende de nós, porque nós os temos, pouco até, mas os temos. Se confiarmos em Deus, Ele cumprirá sua Palavra e do pouco sobrará bastante.  Conta-se que São Vicente de Paulo ao chegar à cidade em que foi destinado como pároco, assistiu a morte de uma senhora e ficou penalizado por ter deixado sua filhinha de pouca idade. Após o sepultamento perguntou à população bastante pobre, quem tinha mais filhos e apareceu uma mãe com seus quatro filhos. Aí São Vicente entregou a ela a pequena órfã e ele acrescentou, mais ou menos assim: quem tem menos posses e mais filhos, sabe dividir e aceita o novo membro como bênção.

No Evangelho, ao mandar as pessoas se sentarem, Jesus quer dizer que todos são cidadãos livres, já que os escravos não se sentavam para comer. Mais ainda, no projeto de Jesus não ensina primeiro acumular para depois dividir, mas partilhar o que cada um possui, para que todos fiquem saciados.

Esta é a autêntica Eucaristia, o dom de Deus, associado ao esforço das pessoas, em vista da partilha, da fraternidade e da igualdade.

E a Carta de Paulo aos Efésios nos diz que há “um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos”.

Que nosso testemunho de crer no Deus único e verdadeiro nos leve a colocar as mãos em nosso bolso e partilhar tudo aquilo que recebemos ou produzimos porque dele tudo recebemos para partilhar, para sermos irmãos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF