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quinta-feira, 1 de agosto de 2024

A Primazia de Pedro (2)

A Primazia de Pedro (Apologistas da Fé Católica)

A Primazia de Pedro

Os nomes de Pedro, que incluem Simão e Cefas, são mencionados mais vezes no Novo Testamento que os de qualquer outro Apóstolo.

“Muito se sabe sobre Pedro. Pedro é mencionado 195 vezes, o resto dos Apóstolos somente 130 vezes. O mais próximo a Pedro mencionado em termos de frequência é João, do qual há 29 referências.”

Arcebispo Fulton J. Sheen, “Life of Christ” (“Vida de Cristo”), página 106.

O nome Tiago é mencionado num total de 38 vezes e deste número havia 2 pessoas: Tiago Maior e Tiago Menor. Então se dizem que Tiago Menor tinha a primazia, por que ele é mencionado tão poucas vezes comparado com Pedro?

Toda vez que os nomes dos Apóstolos são listados, exceto por Gl 2,9, seu nome aparece primeiro. Em Mt 10,2 é até dito que Pedro é o primeiro: “Eis os nomes dos doze Apóstolos: o primeiro, Simão, chamado Pedro,…”. Veja também Mc 3,16, Lc 6,13-14, e At 1,13.

O nome de Pedro aparece primeiro também quando 3 ou 4 dos Apóstolos são listados: Mt 17,1, Mc 5,37, Mc 9,2, Mc 13,3, Mc 14,33, Lc 5,8-10, Lc 8,51, Lc 9,28.

Quanto a Gl 2,9, era costume então, como é até hoje, nomear o Bispo da Diocese primeiro. Se o Papa visitava uma Diocese, o Bispo seria nomeado antes dele, conforme o protocolo adequado. Em Gl 2, Pedro estava visitando Jerusalém, conforme indicam os versículos 1-8.

Nunca deixa de me espantar o fato de que aqueles que negam a Primazia de Pedro, invariavelmente apontam para este único versículo onde Pedro é nomeado em segundo lugar e ignoram completamente os muitos versículos que listam o seu nome primeiro. Se Tiago tivesse a primazia conforme alguns gostariam que acreditássemos, então por que ele só é mencionado em primeiro lugar num único versículo?

Através da história da nossa salvação, DEUS tem sempre providenciado uma ‘Figura Paterna‘ para guiar Seu povo. Alguns exemplos são: Noé, Abraão, Isaac, Jacó, Moisés, Davi, Salomão e Pedro e a sucessão de Papas.

50 versículos do Novo Testamento que mostram a “primazia” de São Pedro….

* Mateus 16,18: “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” A “pedra” (em grego: “petra”) mencionada aqui é o próprio São Pedro, não a sua fé ou Jesus Cristo. Cristo aparece aqui não como o fundamento, mas como o arquiteto que “constrói”. A Igreja é erguida, não sobre confissões, mas sobre confessores – homens viventes (veja Pe 2,5). Hoje, o consenso esmagador da grande maioria dos estudiosos e comentadores é a favor do que a Igreja tradicionalmente entendeu. Aqui São Pedro é mencionado como a pedra-fundamental da Igreja, fazendo dele cabeça e superior da família de Deus – quer dizer, a semente da doutrina do papado. Mais ainda, “Pedra” incorpora uma metáfora aplicada a ele por Cristo num sentido análogo ao do Messias sofredor e desprezado (veja 1Pe 2,4-8Mt 21,42). Sem uma fundação sólida a casa cai. São Pedro é a fundação, mas não o fundador da Igreja; administrador, mas não o Senhor da Igreja. O Bom Pastor (Jo 10,11) nos dá também outros pastores (Ef 4,11).

* Mateus 16,19: “Eu te darei as chaves do Reino dos céus.” O “poder” das chaves tem a ver com a autoridade em assuntos de disciplina e administração eclesiástica com relação aos requisitos da fé, como em Isaías 22,22 (veja Is 9,6; Jó 12,14; Ap 3,7). De seu poder flui o uso de censuras, excomunhão, absolvição, disciplina batismal, a imposição de penalidades e poderes legislativos. No Antigo Testamento, um administrador, ou primeiro ministro, é um homem que está “encarregado de uma casa” (Gn 41,40; Gn 43,19; 44,4; 1 Rs 4,6; 16,9; 18,3; 2 Rs 10,5; 15,5; 18,18; Is 22,15, Is 20-21).

* Mateus 16,19: “Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” “Ligar” e “desligar” eram termos técnicos rabínicos que significavam “proibir” e “permitir” com referência à interpretação da lei e, secundariamente, “condenar”, “colocar sobre banimento”, ou “exonerar.” Dessa forma é dada a São Pedro e aos papas a autoridade de determinar as regras para doutrina e vida pela virtude da revelação e da orientação do Espírito (veja Jo 16,13), assim como demandar obediência por parte da Igreja. “Ligar e desligar” representam os poderes legislativo e judiciário do papado e dos bispos (Mt 18,17-18Jo 20,23). São Pedro, entretanto, é o único apóstolo que recebe esses poderes pelo nome e no singular, dando-lhe assim a primazia.

* O nome de Pedro aparece primeiro em todas as listas de Apóstolos (veja Mt 10,2Mc 3,16Lc 6,14At 1,13). Mateus até o chama “o primeiro” (10,2). (Judas Iscariotes é invariavelmente mencionado por último.)

* Pedro é quase sem exceção nomeado primeiro sempre que aparece mais alguém. Num exemplo do contrário, Gálatas 2,9, onde ele é listado depois de Tiago e antes de João, ele é claramente superior no contexto inteiro (veja, por exemplo, Gal 1:18-192:7-8). Tomado em contexto, Paulo está em Jerusalém (2,1), a Sé de Tiago. O protocolo até hoje é que o Bispo da diocese seja mencionado primeiro antes de qualquer visitante ser mencionado, mesmo que seja o Papa. São Paulo estava meramente seguindo o protocolo adequado no versículo 2,9.

* Somente Pedro entre os apóstolos recebe um nome novo, “Pedra”, conferido solenemente (Jo 1,42; Mt 16,18).

* Cristo pede a Pedro três vezes para alimentar Suas ovelhas, é reconhecido por Jesus como o pastor-chefe depois dele mesmo (Jo 21,15-17), singularmente pelo nome, e sobre a Igreja universal, mesmo que outros tenham um papel similar, embora subordinado (At 20,281 Pd 5,2).

* Somente Pedro entre os apóstolos é mencionado pelo nome como tendo sido objeto de oração por parte de Jesus Cristo para que sua “fé não falhasse” (Lc 22,32).

* Somente Pedro entre os apóstolos é exortado por Jesus a “fortalecer seus irmãos” (Lc 22,32).

* Pedro é o primeiro a confessar a divindade de Cristo (Mt 16,16).

* Somente a Pedro é dito que recebeu conhecimento divino por uma revelação especial (Mt 16,17).

* Pedro é reconhecido pelos Judeus (At 4,1-13) como líder e representante da Cristandade.

* Pedro é reconhecido da mesma forma pelas pessoas comuns (At 2,37-41; 5,15).

* Jesus Cristo associou unicamente Pedro a ele próprio no milagre do dinheiro do tributo (Mt 17,24-27).

* Cristo prega do barco de Pedro, e se segue a pesca milagrosa (Lc 5,1-11) talvez uma metáfora para o papa como um “pescador de homens” (Mt 4,19).

* Pedro foi o primeiro apóstolo a ir e entrar no túmulo vazio (Lc 24,12; Jo 20,6).

* Pedro é apontado por um anjo como o líder e representante dos apóstolos (Mc 16,7).

* Pedro lidera os apóstolos na pesca (Jo 21,2-3.11). A barca de Pedro tem sido considerada pelos Católicos como uma figura da Igreja, com Pedro no leme.

* Somente Pedro se atira ao mar para vir até Jesus (Jo 21:7).

* As palavras de Pedro são as primeiras registradas e as mais importantes na Sala Superior antes de Pentecostes (At 1,15-22).

* Pedro toma a liderança ao pedir um substituto para Judas (At 1,22).

* Pedro é a primeira pessoa a falar (e o único a ser registrado) depois de Pentecostes, então ele foi o primeiro Cristão a “pregar o Evangelho” na era da Igreja (At 2,14-36).

* Pedro faz o primeiro milagre da Era da Igreja, curando um homem aleijado (At 3,6-12).

* Pedro pronuncia o primeiro anátema (Ananias e Safira) confirmado enfaticamente por Deus (At 5,2-11).

* A sombra de Pedro faz milagres (At 5,15).

* Pedro é a primeira pessoa depois de Cristo a ressuscitar os mortos (At 9,40).

* Um anjo diz a Cornélio para procurar Pedro e receber instrução sobre o Cristianismo (At 10,1- 6).

* Pedro é o primeiro a receber os pagãos, depois de uma revelação de Deus (At 10,9-48).

* Pedro instrui os outros apóstolos sobre a catolicidade (universalidade) da Igreja (At 11,5-17).

* Pedro é o objeto da primeira intervenção divina em nome de um indivíduo na Era da Igreja (um anjo o liberta da prisão – At 12,1-17).

* A Igreja inteira (ênfase fortíssima) reza por Pedro “sem cessar” quando ele é preso (At 12,5).

* Pedro preside e abre o primeiro concílio do Cristianismo, e determina princípios que depois são aceitos por este (At 15,7-11).

* Paulo diferencia as aparições pós-ressurreição do Senhor a Pedro das aparições aos outros apóstolos

(1 Cr 15,4-5).

* Fala-se de Pedro frequentemente como distinto entre os apóstolos (Mc 1,36; Lc 9,28.32; At 2,37; 5,29;

1 Cr 9,5).

* Pedro é frequentemente o representante dos outros apóstolos, especialmente em momentos climáticos

(Mc 8,29; Mt 18,21; Lc 9,5; 12,41; Jo 6,67).

* O nome de Pedro é sempre o primeiro a ser listado no “círculo interno” dos discípulos

(Pedro, Tiago e João – Mt 17,1; 26,37.40; Mc 5,37; 14,37).

* Pedro é frequentemente a figura central em relação a Jesus em cenas dramáticas do Evangelho, como por exemplo andar sobre as águas (Mt 14,28-32, Lc 5,1, Mc 10,28, Mt 17,24).

* Pedro é o primeiro a reconhecer e a rejeitar heresia em Simão o Mago (At 8,14-24).

* O nome de Pedro é mencionado com mais frequência do que o de todos os outros discípulos juntos: 191 vezes (162 como Pedro ou Simão Pedro, 23 como Simão e 6 como Cefas).

João é o seguinte em termos de frequência com apenas 48 aparições, e Pedro está presente em 50 por centro do tempo no qual encontramos João na Bíblia. O Arcebispo Fulton Sheen calculou que todos os outros discípulos juntos foram mencionados 130 vezes. Se isto é correto, Pedro é citado em 60% do tempo no qual outro discípulo é citado.

* A proclamação de Pedro em Pentecostes (At 2,14-41) contém uma interpretação da Escritura totalmente autoritária, uma decisão doutrinal e um decreto disciplinador com relação aos membros da “Casa de Israel” – um exemplo de “ligar e desligar”.

Bob Stanley

Fonte: Veritatis Splendor

As novas formas de escravidão no relatório de Save the Children

As novas formas de escravidão no relatório de Save the Children (Vatican News)

São 50 milhões as pessoas vítimas das novas formas de escravidão, das quais 12 milhões são menores de idade. Esses são os números surpreendentes denunciados pela organização não governamental por ocasião do Dia Internacional contra o Tráfico de Seres Humanos, celebrado no dia 30 de julho. Raffaela Milano, diretora de pesquisa e treinamento da Save the Children: 'A escravidão moderna é o resultado de crises mundiais, nossa tarefa é restaurar a confiança nessas crianças'.

Emilio Sortino – Vatican News

Para marcar o Dia Internacional contra o Tráfico de Pessoas, celebrado no último dia 30 de julho, Save the Children publicou seu relatório anual intitulado "Pequenos Escravos Invisíveis", agora em sua 14ª edição. O dossiê deste ano abre as portas para um fenômeno que é tão grande quanto desconhecido: as formas contemporâneas de escravidão. Do trabalho forçado à exploração sexual, do envolvimento em atividades ilícitas aos casamentos forçados: há mais de 50 milhões de pessoas envolvidas nesse fenômeno dramático, 12 milhões das quais são crianças, como Raffaela Milano, diretora de pesquisa e treinamento da organização não governamental, enfatiza à Rádio Vaticano-Vatican News: "estamos falando de crianças, meninas e adolescentes envolvidos em formas de exploração que são tão diversas quanto brutais e que, em muitos casos, se sobrepõem umas às outras, destruindo a vida desses jovens em várias frentes".

Uma tendência crescente

Os números desse fenômeno aumentam a cada ano, destacando um aspecto preocupante do mesmo. "A partir das análises realizadas nos últimos anos, vimos como certos fatores contribuíram para reforçar essas formas de abuso", continua Milan, "como a emergência da Covid, crises humanitárias, crises climáticas e, acima de tudo, conflitos regionais ou nacionais. Nas áreas de conflito, de fato, as circunstâncias produzem um aumento da pobreza e situações de vulnerabilidade familiar e pessoal, que se traduzem em exploração". Para reverter a situação, explica Milan, "é necessário focar na questão do investimento dos países na elaboração de políticas de combate à escravidão, que são cada vez mais fortes em nível internacional e nacional".

Tráfico de pessoas e o papel da migração

O relatório enfatiza a forte ligação entre os fluxos migratórios, a falta de canais seguros de migração e o tráfico de pessoas. "A dificuldade de acesso a canais seguros e legais de migração inevitavelmente alimenta o tráfico, já que o migrante é forçado a passar por estresse psicológico e físico grave e também é exposto ao risco de várias formas de exploração nos países de trânsito e de chegada. Isso também pode ser visto na Europa", ressalta Milan, "onde menores desacompanhados correm o risco de acabar nas mãos de traficantes inescrupulosos devido à ausência de canais rápidos de reunificação familiar".

Save the Children e a importância da confiança

Save The Children atua em todo o mundo nessas emergências, colaborando com organizações internacionais e nacionais para proteger as figuras mais frágeis, como crianças, adolescentes ou mulheres com filhos, quando chegam às áreas de fronteira terrestre ou marítima. Como explica Raffaella Milano, "o primeiro período de recepção é crucial: é necessário identificar imediatamente as vítimas do tráfico para fazer com que os meninos e as meninas entendam que podem recuperar a confiança em si mesmos e nos outros; porque todos eles passaram por uma espécie de traição por parte das pessoas em quem depositaram suas esperanças; enganados e arrastados para situações dramáticas. Devemos, então, infundir neles a força para que possam olhar para o futuro com serenidade."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A primazia do sucessor de Pedro no mistério da Igreja (2)

A primazia do sucessor de Pedro (iCatólica)

A primazia do sucessor de Pedro no mistério da Igreja

Considerações sobre o recente Documento da Congregação para a Doutrina da Fé.

do Cardeal Vincenzo Fagiolo

Do Vaticano II a João Paulo II 

O magistério pontifício mais recente desenvolveu-se sobretudo com o ensinamento do Vaticano I e do Vaticano II. A primeira, depois de ter indicado a finalidade do primado no prólogo, dedica o corpo do texto a expor o conteúdo ou alcance do poder inerente, iure divino , ao próprio primado. O Vaticano II não se deteve no conteúdo do primado, para não repetir o que o Vaticano I já havia apoiado, do qual reafirmou toda a doutrina. Continuando na linha do Concílio anterior, o Vaticano II completou o seu ensinamento, tratando principalmente do tema da finalidade. E fê-lo com particular atenção ao mistério da Igreja como Corpus Ecclesiarum (cf. Lumen gentium n. 23). O Vaticano II baseou as suas considerações communiono princípio teológico da Igreja communio era tão sentido, acreditado e desejado já nos primeiros séculos da Igreja que dele surgiu a respectiva instituição jurídica. Segundo o qual aqueles que não estavam na communio fidei ou na communio sacramentorum ou na communio disciplinae não eram considerados e considerados membros plenos da Igreja . Este último, certamente não da mesma entidade teológica dos dois primeiros, foi, no entanto, considerado necessário, também porque protegia os primeiros e era um guia para vivê-los. Sempre à luz deste instituto, também nos é fácil compreender as considerações acima mencionadas da Congregação Romana, especialmente quando nos lembra que “o bispo de Roma pertence ao seu colégio [de bispos] e eles são seus irmãos no ministério" ( Doc . n. 5. Ver Ut unum sint n). 

Como antigamente, ainda hoje é possível conceber e avaliar, mesmo concretamente, o exercício do poder. Com o princípio da comunhão não é difícil compreender como cada parte do corpo, composta por diferentes membros com diferentes funções, está ligada à cabeça. Expressando este conceito, São Leão Magno explicou que «entre todos os membros privilegiados do corpo místico, os dois apóstolos Pedro e Paulo tiveram uma função verdadeiramente especial da parte de Deus. São quase dois olhos daquela cabeça que é Cristo” ( Sermo 82, 1, 6-7). E com o discurso ( Sermo 4, 1-2) no aniversário da sua eleição, recordou que “todo o corpo da Igreja reconhece que o caráter sagrado da dignidade pontifícia é único”. E assim é porque, acrescentou, não devemos parar «de considerar o nosso pobre, mas antes a glória do bem-aventurado Pedro apóstolo [...], aquele que se encontrou próximo da própria fonte dos carismas e foi preenchido por ele e como se estivesse submerso. É por isso que muitas prerrogativas eram exclusivas da sua pessoa e, por outro lado, nada foi transmitido aos seus sucessores que já não estivesse nele.” O problema, porém, surge do inverso desta última frase, que em si é dogmaticamente fundamentada e sustentada pela fé: “Nada foi transmitido aos seus sucessores que não fosse encontrado nele”. Mas perguntemo-nos: há algo nos sucessores que não existia em Pedro? Com esta pergunta entramos na segunda parte do Documento da Congregação para a Doutrina da Fé sobre “o exercício do primado e suas modalidades” (nn. 7-15).

Dada a clara fonte bíblica ou, mais especificamente, o mandato divino (cf. Mt 16, 18 ; Lc 22, 32; Jo 21, 15-17), é dogmaticamente certo que Cristo quis que «o colégio apostólico fosse perfeitamente um, com restrições duplas e muito rigorosas. O primeiro é o interno da fé e da caridade que foi derramado nos corações através do Espírito Santo (cf. Rm 5, 5). O outro é o externo do governo de um sobre todos. A Pedro, de facto, foi confiada a primazia sobre os outros apóstolos como princípio perpétuo e fundamento visível da unidade (ver Pio XI, Ecclesiam Dei , em AAS 15, 1923, 573 ss.).

O problema emerge em todo o seu valor teológico e jurídico, pastoral e ecumênico, quando o elemento que o liga ao mistério salvífico de Cristo e à missão específica da Igreja não é visto no exercício do primado ou do governo do Papa. A partir desta ligação, é imediata e claramente evidente que a Igreja, mesmo - ou antes de tudo - no seu cume, não é um poder que possa seguir os parâmetros do poder civil (a distinção que muitas vezes ecoa nos textos patrísticos é clássica: Sacerdotium distinto de Imperium Imperatoribus palatia Sacerdotibus Ecclesiae ) e que o primado «não é um cargo de coordenação ou de presidência, nem pode ser reduzido a um primado de honra , nem pode ser concebido como uma monarquia política» ( Doc . n. 7). Contudo, o conhecimento dos limites que circunscrevem a potestas sacra em geral e a pontifícia em particular não é tão imediato. Os limites que o primado não pode certamente ultrapassar são aqueles "que procedem da lei divina e da inviolável constituição divina da Igreja contida na Revelação" ( Doc . n. 7). 

A Congregação para a Doutrina da Fé no contexto das potestas petrinas indica quais funções do bispo de Roma são antes de tudo «uma responsabilidade específica e particular na missão evangelizadora» (ver LG n. 23; CIC cân. 782 § 1), que representa e é um ofício magisterial supremo e universal em toda a Igreja (ver Concílio Vaticano I, Pastor aeternus c. 4) e que também implica, em certos casos, a prerrogativa da infalibilidade (ver LG n. 25 749 § 1º do CCEO ; Juntamente com a função magisterial do primado, a missão do sucessor de Pedro «compreende a faculdade de implementar os atos de governo eclesiástico necessários ou convenientes para promover e defender a unidade da fé e da comunhão» ( Doc . n. 10). 

Este poder de jurisdição, em referência ao seu exercício , é definido como “ordinário, supremo, pleno, imediato e universal na Igreja, poder que [o papa] pode sempre exercer livremente” ( CIC cân. 331). Se esta definição não causa dificuldades, surge o problema de determinar quais , quando e se os atos governamentais são necessários ou convenientes para toda ou apenas uma parte da Igreja. Estes atos foram muito diferentes na vida bimilenária da Igreja: o que no início não se enquadrava, pelo menos de facto, no âmbito do exercício primacial, hoje é a norma: hoje o sumo pontífice nomeia os bispos , durante séculos ele não o fez diretamente ; hoje, para uma parte da Igreja, ele os nomeia e para outra parte, confirma aqueles que foram legitimamente eleitos (cf. CIC cân. 377 § 1). 

documento em questão exemplifica, indicando “por exemplo” (entre os atos do governo primacial “necessários ou convenientes para promover e defender a unidade da fé”): “Dar o mandato para a ordenação de novos bispos; [...] emitir leis para toda a Igreja, estabelecer estruturas pastorais ao serviço das diversas Igrejas particulares, dar força vinculativa às decisões dos Concílios particulares, aprovar institutos religiosos supradiocesanos, etc.» (Nº 10). A lista poderia continuar com todas as normas do Código de Direito Canônico que estabelecem reservas à Santa Sé. Mas se fizermos uma comparação não apenas com as intervenções, e os métodos das mesmas, que os pontífices dos primeiros séculos (poderíamos até estender para além do século V) experimentaram como governo petrino, necessário ou conveniente para o bem da Igreja, mas também com os dos papas da época dos Decretais ( Decretalium Collectiones de Gregório IX ou o Liber sextus Decretalium de Bonifácio VIII ou as Constitutiones extravagantes de Clemente V), veríamos quão variados e diferenciados são os critérios de "necessidade ou conveniência" "As intervenções pontifícias foram. As diferenciações, porém, também devem ser interpretadas à luz da realidade histórica da Igreja que, peregrina com as suas instituições na época atual, carrega a figura fugaz deste mundo (cf. LG n. 48). Também por esta razão – lemos no Documento – o carácter imutável do primado do sucessor de Pedro exprimiu-se historicamente através de métodos de exercício adequados às circunstâncias de uma Igreja peregrina neste mundo em mudança (cf. n. 12). E a própria Igreja arrependeu-se quando percebeu que a figura deste mundo a tinha obscurecido de tal forma que a induziu a atos exteriores ou não necessários ou convenientes à sua missão. Contudo, do ponto de vista doutrinal, tanto teológico como jurídico, o critério que o Documento agora nos recorda não é apenas válido, mas também único; o resto está na sabedoria e na prudência de quem detém o poder e deve exercê-lo, de acordo com a natureza e os propósitos do mandato divino. E se é certo que prima sedes a nemine iudicatur , é igualmente certo não fazer com que “um poder absoluto” do papa derive deste princípio; de fato, ouvir a voz da Igreja (e hoje tornou-se uma prática, também legalmente consolidada; ver por exemplo os cânones 342-348 sobre o Sínodo dos Bispos) é um sinal do valor da unidade, uma consequência do corpo episcopal e o sensus confia em mim de todo o povo de Deus Todas aquelas instâncias que tendem a vincular legalmente o sucessor de Pedro no exercício do seu ministério não entram nem podem entrar nesta linha. 

Seguiríamos o caminho livre da constituição divina da Igreja, que se reduziria a uma societas puramente humana se este caminho fosse seguido até o fim. Para evitar cair em tais perigos, é fundamental o discernimento sobre a congruência entre a natureza do ministério petrino e os possíveis métodos do seu exercício. Discernimento a realizar na Igreja, isto é, sob a assistência do Espírito Santo, com a vitalidade da Eucaristia operando na Igreja, como centro e raiz da comunhão eclesial, no diálogo fraterno do Romano Pontífice com os demais bispos. De acordo com as necessidades concretas da Igreja, será então o Papa (ou o Papa com o Concílio Ecuménico), como sucessor de Pedro, quem deverá pronunciar com autoridade o julgamento definitivo, em benefício da Igreja universal (ver Doc.) .

Esta referência ao sobrenatural é parte integrante do primado e do seu exercício. É por isso que o atual movimento ecuménico - que o Concílio Vaticano II e o consequente magistério papal quiseram e planearam - nasceu e desenvolve-se sob a ação do Espírito Santo, com o convite contínuo e urgente a ouvir "o que o Espírito Santo diz às Igrejas". " ( Ap 1, 7). A oração que o Papa – e com ele hoje a Igreja “dividida” – dirige ao Pai através do seu Filho Jesus, é que os cristãos não resistam ao Espírito Santo que os estimula a recompor a unidade visível dos cristãos.

Arquivo 30Dias – 11/1998

Fonte: http://www.30giorni.it/

Papa: rezemos para que os líderes políticos estejam ao serviço de seu povo

Pelos líderes políticos (Vatican News)

A intenção de oração do Papa Francisco para agosto é pelos líderes políticos. Nesse sentido, O Vídeo do Papa deste mês acompanha o desejo de Francisco no qual pede aos políticos para que “estejam ao serviço de seu povo”.

https://youtu.be/ZPfCiplPqCA

Vatican News

Pelos líderes políticos é a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de agosto. Na mensagem de vídeo divulgada nesta terça-feira (30/07), o Santo Padre diz que "atualmente a política não tem boa fama: corrupção, escândalos, está distante do dia a dia das pessoas". "Mas, podemos avançar em direção à fraternidade universal sem uma boa política? Não", responde o Papa.

As primeiras palavras do Pontífice, na mensagem de vídeo que introduz sua intenção de oração para o mês de agosto, parecem dizer o que pensam muitos de nós: que a política é um negócio sujo nas mãos de quem só pensa em enriquecer-se ou alcançar o poder. Os que se dedicam à política, aos olhos das pessoas comuns, devem ser vistos com receio: certamente terão algum interesse pessoal que esconder.

A política é uma das formas mais altas da caridade

No entanto, na medida em que passam os segundos, no vídeo, fica claro que o Papa Francisco está dizendo outra coisa. Ele está nos lembrando que sempre é possível outro tipo de política:

Como disse Paulo VI, a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. Falo da POLÍTICA com maiúsculas, não da politicagem. Falo da política que escuta a realidade, que está a serviço dos pobres, não da que está escondida em grandes edifícios com longos corredores. Falo da política que se preocupa com os desempregados e sabe muito bem como pode ser triste um domingo quando a segunda-feira é um dia a mais sem poder ir trabalhar. Se a vemos assim, a política é muito mais nobre do que aparenta.

As imagens que acompanham suas palavras querem contar exatamente isto, alternando situações de vida em dois contextos diversos: um, no qual as pessoas sobrevivem por conta própria (uma mulher refugiada, um adulto desempregado, crianças sem água, uma pessoa em situação de rua), e outro em que, ao contrário, encontraram uma resposta - às vezes de modo emergencial, às vezes permanente - aos seus problemas. O mundo sem boa política e o mundo com boa política.

Que os líderes políticos estejam ao serviço de seu povo

Agradeçamos aos muitos políticos que desempenham sua tarefa com vontade de servir, não de poder, todos seus esforços pelo bem comum. Rezemos para que os líderes políticos estejam ao serviço de seu povo, trabalhando pelo desenvolvimento humano integral, trabalhando pelo bem comum, cuidando dos que perderam seu emprego e dando prioridade aos mais pobres.

Os cristãos, especialmente os leigos, são chamados a participar da vida política, para poder construir uma sociedade mais justa e solidária. “Um indivíduo pode ajudar a uma pessoa necessitada, porém quando se une a outros para gerar processos sociais de fraternidade e de justiça para todos, entra no campo da mais ampla caridade, a caridade política”, reflete o Papa Francisco sobre este tema na encíclica Fratelli Tutti.

Quando um político não deixa espaço para o diálogo, a cooperação e o compromisso com a dignidade das pessoas – chaves que o Papa destaca na Fratelli Tutti, não se alcança o desenvolvimento integral da sociedade. Problemas como a fome e a pobreza, as guerras ou as crises ambientais, para citar alguns, são agravados por uma liderança política egoísta e ávida de poder. 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Afonso Maria de Ligório

Santo Afonso Maria de Ligório (A12)
01 de agosto
País: Itália
Santo Afonso Maria de Ligório

Afonso Maria Antônio João Francisco Cosme Damião Miguel Ângelo Gaspar de Ligório nasceu em 1696, na aldeia de Marianella, cidade de Nápoles, Itália. Destes 11 nomes, Afonso era uma homenagem ao avô e ao trisavô; Antônio, João, Francisco e Gaspar homenageavam outros antepassados paternos; Cosme e Damião e Miguel Ângelo em função dos santos celebrados na proximidade de seu nascimento; e Maria por causa de Nossa Senhora, no sábado (dia tradicional da Santíssima Virgem) do seu batismo, dois dias após o seu nascimento.

Primogênito de família cristã, rica, nobre e numerosa, teve do pai o empenho na sua formação acadêmica e científica – ciências humanas, línguas clássicas e modernas, pintura, música – e da mãe a educação na Fé. Quando ainda criança, o futuro São Francisco Jerônimo, ao abençoá-lo, profetizou: “Este menino viverá muito, muito; não morrerá antes dos 90 anos; será bispo e fará grandes coisas por Jesus Cristo”.

Participou desde pequeno de confrarias, grupos pastorais voltados para o crescimento espiritual. Aos 12 anos inicia a faculdade de direito, doutorando-se aos 17 em Direito Civil e Canônico. Neste mesmo dia, 21 de janeiro de 1713, fez o voto público de defender a verdade da Imaculada da Conceição de Maria: ““Eu, Afonso Maria de Ligório, humilde servo de Maria Sempre Virgem, Mãe de Deus, prostrado aos pés da Divina Majestade (…) proclamo firmemente com a boca que Vós (...) fostes objeto por parte do Todo Poderoso Deus, de um privilégio absolutamente único: Vós fostes inteiramente preservada da mancha do Pecado Original, desde o primeiro instante de Vossa concepção, ou seja, a partir do momento da união do Vosso corpo com a Vossa alma (…)”.

Trabalhou como advogado no Fórum de Nápoles, onde atendia a todos, mas dava preferência àqueles que não tinham como pagar. Em dez anos, desenvolveu uma carreira brilhante, sem perder uma única causa. Porém num caso de grande repercussão social, por motivo de um juiz corrupto sob influência política, foi injustiçado e perdeu a causa, o que o levou, desiludido, a abandonar a advocacia: "Ó mundo falaz, agora eu te conheço! Adeus tribunais!"

Decidiu-se então pela vida religiosa, apesar da inicial oposição do pai, que contudo, ao ver a alegria com que ele renunciou à herança e aos títulos de nobreza, aceitou sua vontade. Estudou Teologia e foi ordenado em 1726, aos 30 anos de idade. Dedicou-se à pregação e à orientação dos fiéis, especialmente no confessionário, e ao cuidado dos mais necessitados. Fundou as “Capelas da Tarde”, centros dirigidos por leigos para a oração, proclamação da Palavra de Deus, atividades sociais, educação e vida comunitária.

Por volta de 1729, num período de necessário descanso, viaja para Scala, uma região montanhosa, aonde conhece a realidade da pobreza material e espiritual da população do interior. Conheceu também a futura beata irmã Maria Celeste Crostarosa, ajudando-a na fundação de uma nova congregação de irmãs contemplativas, a Ordem do Santíssimo Redentor, em 1731. E ela mesma lhe diz que o “Senhor queria que ele deixasse Nápoles e viesse para Scala para fundar a congregação dos homens para a evangelização”.

De fato, ele se muda para lá, e sob a inspiração divina (a Virgem Santíssima lhe apareceu muitas vezes, orientando-o), fundou em 1732 a Congregação do Santíssimo Redentor, ou dos Padres Redentoristas, destinada, exclusivamente, à pregação aos pobres, às regiões de população abandonada, sob a forma de missões e retiros. Passou a viajar por quase toda a região sul da Itália pregando a Palavra de Deus e a devoção a Maria e escrevendo sobre temas ascéticos e teológicos. As casas da Congregação foram construídas em locais que permitissem o fácil acesso do povo, bem como o dos padres à população.

Seus primeiros congregados, em desacordo, o abondaram, mas posteriormente outras vocações surgiram, incluindo por exemplo São Geraldo e o Beato Sarnelli.

Três são as particularidades da atividade de Santo Afonso. Em primeiro lugar, a sua devoção à Imaculada Conceição, que desde o século IV era refletido e rezado: 140 anos antes da proclamação deste Dogma Mariano pela Igreja (em 1854), ele o defendeu e divulgou, inclusive através do voto pessoal citado acima. Também a sua produção literária, destacando-se suas contribuições para a Teologia Moral.

São 123 obras traduzidas em pelo menos 72 línguas, e acessíveis à população em geral, formando na piedade não apenas as pessoas já cultas. Seus livros mais conhecidos são “Tratado sobre a Oração”, “A Prática de Amar a Jesus Cristo”, “As Glórias de Maria”, “Visitas ao Santíssimo Sacramento” e “Teologia Moral”. Por fim, músico e pintor, usou destas formas de arte na evangelização com enorme sucesso. Compôs músicas ainda tradicionais na Itália, como “Dueto da Paixão” e Tu Scendi dalle Stelle – “Tu Desces das Estrelas”, esta uma canção natalina, e numerosos hinos.

Afonso foi ordenado bispo de Santa Ágata dos Godos em 1762, aos 66 anos, por obediência, já que se entendia demasiado idoso e doente para o cargo. Mas por 13 anos dedicou-se à renovação dos sacerdotes e do seminário, das paróquias e do povo. Dizia que o dinheiro da diocese era para os pobres, sendo o bispo um administrador; chegou a dar auxílios mensais para moças, de modo a que não se prostituíssem por causa da pobreza. Numa situação de falta de alimentos, empenhou os bens da diocese para comprá-los e distribuí-los à população. Já como bispo, renovou sua consagração à Imaculada Conceição: “Minha Imaculada Senhora (…) juro defender este grande privilégio de Vossa Imaculada Conceição, e juro dar, se for preciso, a minha vida também”.

Em 1775, sofrendo muito com artrite degenerativa deformante, já paralítico e quase cego, teve a permissão de deixar o bispado, e foi residir no convento redentorista de Nocera dei Pagani em Salerno, onde ainda completou sua obra literária. Faleceu ali em 1 de agosto de 1787, com 91 anos.

Nesta época, já eram 72 as “Capelas da Tarde” por ele fundadas, com mais de 10 mil participantes ativos. E atualmente são mais de 5.500 redentoristas. Santo, historiador, apologeta, pregador, poeta e grande músico, foi proclamado Doutor (Zelosíssimo) da Igreja e Patrono dos Confessores e dos Teólogos de Teologia Moral.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

“Afonso” significa “apto para a nobreza” e “pronto para a luta”. Certamente Santo Afonso Maria de Ligório vivenciou a nobreza da alma e lutou o “bom combate” (cf. 2Tm 4,7-8), mas todos nós somos “aptos” e “prontos” para fazer o mesmo, pelas graças de Deus e pelo Batismo e demais Sacramentos. É da natureza humana, feita à imagem e semelhança de Deus, a prontidão para assumirmos a nossa nobreza espiritual e assim estarmos aptos para a luta pela santidade. Devemos porém desejar e escolher o que já temos na nossa própria constituição pessoal. Para isso, muitas vezes será preciso tirarmos um “período de necessário descanso” das agitações do mundo, buscando no silêncio, na oração e sobretudo junto a Nossa Senhora a compreensão do que Deus deseja que seja a nossa obra, a nossa “fundação” dentro da ordem que ele estabeleceu. Que não sejamos como os congregados, os chamados pelo Senhor – e estes somos todos nós – que, “em desacordo, O abondaram”, o que é sempre negarmos também a nós mesmos, ao que verdadeiramente somos e para Quem (não “o quê”) existimos. Como bispo, Santo Afonso tinha evidente a noção correta de que o clero está a serviço dos homens, seguindo o exemplo e o carisma que o próprio Cristo lhes deu: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Eu vos dei um exemplo, para que vós também façais como Eu fiz” (Jo 13, 14-15). Em contrapartida, assim como ao Cristo, devemos amar aqueles que o Pai nos deu como o Seu Filho, mestres e servidores na mesma pessoa, cumprindo assim a nossa parte de lhes lavarmos também os pés. Atualmente, em dias de crise, rezemos e façamos penitência para que todos os consagrados, em especial os ministros dos Sacramentos e autoridades eclesiásticas, usem da verdadeira arte da evangelização, na fidelidade a Jesus, para levar a redenção, a salvação, como verdadeiros redentoristas, aos mais necessitados, nós os pecadores.

Oração:

Senhor Deus, que nos destes o Vosso Primogênito da rica, nobre e numerosa família cristã que fundastes, concedei-nos pela intercessão de Santo Afonso Maria de Ligório advogar, como ele, pelos Vossos interesses, e não para a corrupção do mundo que leva a perder a causa da nossa existência, de modo a que possamos igualmente cantar com ele as glórias Vossas e de Maria no Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quarta-feira, 31 de julho de 2024

O padre progressista fica sem substituto geracional no clero americano, segundo o New York Times

O Clero Mais Jovem, Segundo Uma Pesquisa Com 3.500 Padres Nos Estados Unidos, Prefere A Ortodoxia Foto: InfoVaticana

O clero mais jovem, de acordo com uma pesquisa com 3.500 padres nos Estados Unidos, prefere a Ortodoxia.

29 DE JULHO DE 2024 RAFAEL MANUEL TOVAR

 (ZENIT News / Nova York, 29/07/2024).- Os sacerdotes que se definem como progressistas nas ideias teológicas são quase irrelevantes em número quando comparados com aqueles inclinados à doutrina oficial da Igreja. O clero mais jovem, de acordo com uma pesquisa com 3.500 padres nos Estados Unidos, prefere a Ortodoxia.

Michael Sean Winters se considera um católico progressista, ex-seminarista e colunista do National Catholic Reporter e declara que “há menos liberais com famílias numerosas nas igrejas”. Além disso, os pais com mais filhos geralmente ficam felizes com o surgimento de novas vocações nas suas famílias.

Em Novembro de 2023, o The Catholic Project publicou as conclusões de um estudo nacional sobre padres católicos realizado com a Universidade Católica da América que entrevistou 10.000 padres sobre a tendência dos padres e as suas posições de acordo com a idade.

O estudo mostrou “uma divisão significativa entre a identificação política e teológica dos padres mais velhos e dos mais jovens”.

Os dados indicam que “a parcela de novos padres que se consideram politicamente ‘liberais’ ou teologicamente ‘progressistas’ está em constante declínio e praticamente desapareceu”. Mais da metade dos ordenados desde 2010 expressaram inclinação para a Ortodoxia e nenhum dos ordenados desde 2020 se definiu como “muito progressista”, vendo-se politicamente como “moderado ou conservador”. A maioria dos anciãos considerava-se “politicamente liberal” e “teologicamente progressista”.

A análise de Michael Sean Winters, especializado em informação religiosa, destaca: “Num futuro próximo, o padre católico liberal poderá ser extinto nos Estados Unidos”. Os dados da pesquisa dizem que os progressistas, que já foram 68% dos ordenados, mal representam 1% hoje. A reflexão sobre o relatório acredita que o Concílio Vaticano II e a crise dos abusos sexuais de 2002 marcaram a mudança de tendência.

No New York Times, Ruth Graham escreve que “os jovens padres de hoje não se vêem como uma insurgência conservadora, mas como parte de uma nova geração que abraça os ensinamentos da Igreja em vez de os subestimar, naquilo que consideram uma busca equivocada”. para uma evangelização poderosa.

Os padres e autoridades entrevistados por Ruth Graham no dia 10 de julho corroboram os dados do relatório de novembro. Assim, Brad Vermurlen, professor de sociologia da Universidade de Santo Tomas, em Houston, observa que os ordenados desde 2010 “são claramente os mais conservadores vistos em muito tempo”. E que, desde 1980, cada geração é mais conservadora que a anterior.

Ele observa que a aceitação do "secularismo" na Igreja também veio para "suavizar as expectativas" sobre a ordenação de mulheres, a coabitação pré-marital ou o vestuário apropriado para a missa, "numa tentativa de fazer a Igreja parecer mais acolhedora e Seus ensinamentos eram mais fáceis aceitar. Muitos sacerdotes nos anos 70 e 80 olharam para o mundo e disseram: O mundo está a mudar e nós precisamos de mudar também. A visão não funcionou: perda generalizada de fiéis e baixa prática da fé.

As numerosas conversões deste ano nos Estados Unidos são atribuídas a jovens sacerdotes que são “fiéis, enérgicos e dispostos a fazer qualquer coisa”, segundo Jason Whitehead, diretor de evangelização e catequese da diocese de Fort Worth.

Uma pesquisa realizada pela Conferência dos Bispos dos Estados Unidos, publicada em 15 de abril, relata que metade dos 400 seminaristas entrevistados para ordenação este ano têm cerca de 30 anos, mais velhos do que no passado.

Para Whitehead, a ortodoxia e a fidelidade ao Evangelho produzem mais convertidos. Ele mesmo, ex-batista convertido, lembra-se de sua preparação para ingressar na Igreja Católica, onde viu muitos abandonarem a preparação “porque não lhes foi oferecida a verdade do Evangelho e os ensinamentos da Igreja”.

Fonte: https://es.zenit.org/2024/07/29/el-sacerdote-progre-se-queda-sin-reemplazo-generacional-en-el-clero-estadounidense-segun-new-york-times/

A Primazia de Pedro (1)

A Primazia de Pedro (Apologistas da Fé Católica)

A Primazia de Pedro

Muito se tem escrito sobre a primazia de Pedro. Apresento um ponto de vista que dificilmente pode ser refutado por qualquer caluniador. Há uma lei no estudo da Bíblia chamada “A Lei da Primeira Menção”. Isto significa que, da primeira vez que algo é mencionado na Bíblia, o mesmo significado permanece verdadeiro para aquele assunto em todos os versículos subsequentes nos quais é mencionado. Esta lei ajuda a manter a harmonia e a integridade da Escritura. DEUS é eterno e imutável, e assim, o que ele disse no Gênesis tem o mesmo significado para todos os capítulos.

A “Primazia de Pedro” tem sido disputada por caluniadores em vários aspectos. Foi dada a Pedro a primazia em Mt 16,18: “E EU TE DECLARO: TU ÉS PEDRO, E SOBRE ESTA PEDRA EDIFICAREI MINHA IGREJA.” Alguns dizem que Pedro não era a “pedra”. Outros tentam separar Pedro do Bispo de Roma, tentando mostrar que ele nunca esteve em Roma. Há ainda outros que dizem que a palavra ‘EDIFICAREI’ em Mt 16,18, indica um tempo futuro. Eles incluem Mt 16,19: “EU te DAREI as chaves…” como “prova” de que Pedro não recebeu as chaves mas que, de certa forma, TODOS os Apóstolos a receberam em Mt 18,18. É óbvio que Jesus falou somente a Pedro em Mt 16,19 e deu a ele pessoalmente o poder de atar e desatar. Também é óbvio que Jesus deu a ele o poder de atar e desatar junto com os outros Apóstolos em Mt 18,18, e mais uma vez em João 20,30. Entretanto, Jesus deu a Pedro, e somente a ele, as Chaves do Reino dos Céus em Mt 16,19. Detratores da primazia de Pedro tem argumentos tão fracos que quase nem existem. Eu poderia discutir cada um desses pontos, mas nessa seção da carta vou discutir apenas um ponto, que faz com que todos os outros argumentos contra a primazia de Pedro sejam discutíveis.

A Lei da Primeira Menção…

Quando algo é mencionado pela primeira vez na Bíblia, o significado permanece o mesmo por todo o resto da Bíblia.

Quando DEUS deu autoridade a alguém na Escritura, ELE mudou o nome daquela pessoa.

  1. DEUS mudou o nome de Abrão para Abraão quando Ele o fez “Pai de uma Multidão de Nações”, em Gn 17,5. ELE deu a Abraão a “primazia” sobre todos os outros homens.
  2. DEUS mudou o nome de Sarai para Sara quando ELE a fez “Mãe de Nações” em Gn 17,15-16. ELE deu a Sara “primazia” sobre todas as outras mulheres.
  3. DEUS mudou o nome de Jacó para Israel, o nome da Nação Judaica, e Jacó se tornou o primeiro israelita em Gn 32,29; 35,10.
  4. DEUS mudou o nome de Simão para Pedro em Mt 16,18, dando-lhe então “primazia” sobre todos os Apóstolos. Por qual outra razão DEUS daria um novo nome a Simão?

A “Lei da Primeira Menção”, conforme aplicada a Abraão, Sara e Israel, funciona realmente muito bem. Por que então alguns acreditam que não funciona quando se trate de Simão-Pedro?

Mateus 16,13-17…

Jesus disse: “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?” (13)

Responderam: “Uns dizem que é João Batista; outros Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas.”(14)

Disse-lhes Jesus: “E VÓS, quem dizeis que Eu sou?” (15)

Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho de DEUS Vivo.” (16)

Jesus então lhe disse: “Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está no Céu.” (17)

Este versículo expressa uma bênção do Filho para Pedro.

Você percebeu que Pedro era o único Apóstolo que sabia quem era Jesus Cristo?

Todos o resto exprimiu uma opinião.

DEUS o Pai, Ele Próprio, disse somente a Pedro, e a nenhum outro dos Apóstolos.

Foi uma bênção do Pai para Pedro.

Este é um sinal claro da Primazia de Pedro perante o Pai.

João 21,1-11…

Há pelo menos três exemplos da primazia de Pedro nestes versículos.

No versículo 2-3, sete dos discípulos estão reunidos quando Pedro decide ir pescar. Os outros concordam em ir com ele. Eles pescaram a noite toda e não conseguiram nada, como sempre. Jesus lhes disse para jogar a rede, eles assim o fizeram e pegaram tantos peixes que nem todos eles juntos conseguiram puxar a rede (versículo 6). João, o discípulo que Jesus amava, disse a Pedro (ele informou primeiro a Pedro) que era o Senhor em pé na praia. Pedro mergulhou no mar depois de ouvir isto (versículo 7). Os outros seis discípulos vieram com o barco, arrastando a rede cheia de peixes. No versículo 10, Jesus pediu a eles que Lhe trouxessem alguns peixes. No versículo 11, foi Pedro sozinho que puxou a rede com 153 peixes grandes até à terra. Agora, quanto pesavam os 153 peixes grandes? Não sabemos o peso médio de cada, mas já que eram grandes, mesmo somente 1 quilo e meio cada, daria um total de mais de 200 quilos e mesmo assim Pedro sozinho conseguiu puxá-los para a praia quando todos os sete discípulos não tinham conseguido arrastar a rede no versículo 6. Isto mostra claramente o poder humano de Pedro. Mais uma vez, a presença de Jesus permitiu com que fizessem uma grande pescaria e, depois de saberem que era o Senhor, Pedro apresenta um poder incomum ao concluir a pesca sozinho.

João 21,15-17…

Três vezes nestes versículos Jesus Cristo diz a Pedro para “Alimentar Meu Rebanho”, ou para “Alimentar Minhas Ovelhas”. Para compreensão adequada destes versículos é necessário se referir ao texto grego apontado.

No versículo 16, a palavra grega usada para “alimentar” é “poimaino” (segunda pessoa do singular), que significa: agir como um PASTOR, dirigir, governar, pastorear ou um funcionário que preside. É a única vez que esta palavra grega é usada no Evangelho de João. Nos versículos 15 e 17, a palavra grega usada para “alimentar” é “bosko”, que significa alimentar. Então os versículos 15-17 dizem “alimente minhas ovelhas, pastoreie minhas ovelhas, e alimente as minhas ovelhas”. Jesus disse somente a Pedro para ser o PASTOR de Seu rebanho.

Em João 10,16, Jesus disse: “…e haverá um só rebanho e UM SÓ PASTOR.” A palavra grega usada aqui é “poimen (masculino, singular)”. Claramente, Jesus disse nesses versículos que haveria somente UM PASTOR, e aquele pastor será Pedro, o primeiro Bispo de Roma e o primeiro Papa.

Atos 15,7: durante o primeiro Concílio da Igreja, o Concílio de Jerusalém…

Ao fim de uma grande discussão, Pedro levantou-se e lhes disse:

“Irmãos, vós sabeis que já há muito tempo DEUS me escolheu dentre vós, para que da MINHA boca os pagãos ouvissem a palavra do Evangelho e cressem.”

Quem fez a escolha? Foi DEUS. Quem DEUS escolheu? Ele escolheu Pedro. Ora, isto é uma primazia.

Alguns detratores da primazia de Pedro tentam mostrar que Tiago (At 15,13-21) tinha a primazia simplesmente porque era o Bispo de Jerusalém. Bom, ele pode ter sido Bispo de Jerusalém durante este Concílio, mas Pedro era o Bispo de todo o mundo. Leia At 1,8, onde Jerusalém era apenas uma das muitas igrejas locais (comunidades) a serem fundadas pelos Apóstolos. O Livro dos Atos, Apocalipse e alguns outros, registram mais de 30 locais adicionais para a Igreja além de Jerusalém.

Jerusalém nem teria sido considerada pelos Apóstolos para ser a sede da Cristandade, já que eles haviam sido advertidos pelo Próprio Jesus Cristo de que a cidade iria ser totalmente destruída em breve. Esta profecia se cumpriu em 70 D.C. quando as legiões romanas realmente a destruíram.

Leia Mateus 24 começando pelo versículo 15.

Eusebius (263-339) Bispo de Cesaréia e conhecido como “O Pai da História da Igreja”, escreveu em “A História da Igreja”, volume 2 capítulo 1, “Mas Clemente no sexto livro de suas Hypotyposes escreve desta maneira: “Pois eles dizem que Pedro e Tiago e João depois da ascensão de nosso Salvador, como também teria preferido nosso Senhor, não lutaram por honra, mas escolheram Tiago como o justo bispo de Jerusalém”.”

Primazia de Pedro: Mt 10,2; 16,15-19, Lc 22,24-33; 24,34, Jo 10,16; 21,1-11.15-19,

At 2,14-41, At 5,29; 9,36-43; 10,1-48; 11,1-18, At 15,7, 1Cr 15,5.

Bob Stanley

Fonte: Veritatis Splendor

Juíza do Reino Unido mantém proibição de bloqueadores de puberdade

Imagem referencial. | angellodeco/Shutterstock

Juíza do Reino Unido mantém proibição de bloqueadores de puberdade

Por Kate Quiñones*

30 de jul de 2024

Uma juíza de um tribunal superior do Reino Unido manteve ontem (29) a proibição de emergência do governo britânico de bloqueadores de puberdade para menores de idade porque os bloqueadores têm "riscos muito substanciais e benefícios muito pequenos".

As drogas bloqueiam o desenvolvimento natural da criança durante a puberdade, impedindo a produção de hormônios, como testosterona e estrogênio, e são usadas como para alterar a aparência de quem se identifica como sendo do sexo oposto.

O grupo de defesa TransActual contestou a proibição do Reino Unido junto com um jovem de 15 anos cuja identidade é segredo de Justiça.

Em sua decisão, a juíza Beverley Lang citou o estudo do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (NHS, na sigla em inglês) como "evidência científica poderosa em apoio às restrições ao fornecimento de bloqueadores da puberdade, com base em que eles são potencialmente prejudiciais".

As restrições de 2022, baseadas em um estudo conhecido como Cass Review (link em inglês) impedem a prescrição e o fornecimento de análogos do hormônio liberador de gonadotrofina conhecidos como "bloqueadores da puberdade" para menores de idade, exceto quando usados em ensaios clínicos.

Embora a proibição emergencial de prescrição de bloqueadores da puberdade expire em setembro, o governo do Reino Unido estabeleceu "restrições indefinidas" às prescrições de bloqueadores da puberdade na Inglaterra, segundo as diretrizes do NHS.

TransActual condenou ontem (29) a decisão da Suprema Corte em uma declaração (link em inglês), dizendo que o estudo foi conduzido por acadêmicos "anti-trans".

Os defensores da ideologia de gênero chamam de “trans” pessoas que se identificam como sendo do sexo oposto e fazem tratamentos químicos ou cirúrgicos para parecer do outro sexo.

Ideologia de gênero é a militância política baseada na teoria de que a sexualidade humana independe do sexo e se manifesta em gêneros muito mais variados do que homem e mulher, representados na sigla LGBTQIA+.

A ideia contraria a Escritura que diz, no livro do Gênesis 1, 27: “Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher Ele os criou”, na tradução oficial da CNBB.

O Catecismo da Igreja Católica diz, no número 369: “O homem e a mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por Deus: em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas, por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher. «Ser homem», «ser mulher» é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível e que lhes vem imediatamente de Deus, seu Criador. O homem e a mulher são, com uma mesma dignidade, «à imagem de Deus». No seu «ser homem» e no seu «ser mulher», refletem a sabedoria e a bondade do Criador.

 "Estamos seriamente preocupados com a segurança e o bem-estar dos jovens trans no Reino Unido", disse o diretor de saúde da TransActual, Chay Brown. "Nos últimos anos, eles passaram a ver o estabelecimento médico do Reino Unido como um defensor de suas necessidades da boca para fora, e muito felizes usar a própria existência deles como arma numa guerra cultural já desacreditada."

Os defensores dos bloqueadores de puberdade argumentam que as drogas ajudam os jovens a ganhar "tempo para pensar", segundo documentos judiciais.

O relatório final da Cass Review, citado com frequência pelo juiz, descobriu que "não há evidências de que os bloqueadores da puberdade ganhem tempo para pensar e alguma preocupação de que eles possam mudar a trajetória do desenvolvimento da identidade de gênero psicossexual".

A Cass Review foi um estudo aprofundado baseado em informações de médicos e profissionais experientes em serviços de gênero e pais e organizações que trabalham com “crianças LGBTQ+”.

"Os profissionais que participaram do estudo muitas vezes estavam em conflito porque reconheciam a angústia dos jovens e sentiam o desejo de tratá-los, mas, ao mesmo tempo, a maioria tinha dúvidas por causa da falta de informações sobre os resultados físicos e psicológicos a longo prazo", dizia o relatório final da Cass Review, conforme citado na decisão da Suprema Corte.

Muitos profissionais e pais se sentem pressionados a aderir ao bloqueador da puberdade para crianças por medo de aumentar a probabilidade de suicídio em indivíduos que se identificam com o sexo diferente do natural, disse o relatório. Embora a taxa de suicídio para indivíduos que se identificam com o sexo oposto seja desproporcionalmente alta, o estudo não encontrou evidências de que o tratamento hormonal reduz o risco de suicídio. O risco de suicídio de pessoas com disforia de gênero, incompatibilidade entre o sexo percebido e o natural, "permaneceu comparável a outros jovens com uma gama semelhante de problemas de saúde mental e psicossociais".

Em uma carta de 2022 citada pela Suprema Corte, a médica Hilary Cass, que liderou o estudo, recomendou mais pesquisa sobre o tema.

Segundo ela, "a falta de provas continuará a ser preenchida com opiniões e conjecturas polarizadas, o que pouco ajuda as crianças e jovens, e suas famílias e cuidadores, que precisam de apoio e informações para tomar decisões".

A Cass Review é um dos muitos estudos que analisam mais de perto o tratamento da disforia de gênero. Um estudo recente da Mayo Clinic descobriu que os bloqueadores da puberdade podem causar "danos irreversíveis" aos meninos, e um estudo de 2022 descobriu que dar bloqueadores de puberdade a crianças pode prejudicar a densidade óssea.

"Não podemos encorajar ou dar apoio a intervenções médicas cirúrgicas ou medicamentosas que prejudiquem o corpo”, disse a Conferência Episcopal da Inglaterra e de Gales (CBCEW, na sigla em inglês) em declaração em 25 de abril sobre identidade de gênero. “Também não podemos legitimar ou defender um modo de vida que não respeite a verdade e a vocação de cada homem e de cada mulher, chamados a viver segundo o desígnio divino".

"Vocês ainda são nossos irmãos e irmãs”, disse a CBCEW em um comunicado dirigido a pessoas que se identificam com o sexo oposto. “Não podemos ficar indiferentes às suas dificuldades e ao caminho que vocês possam ter escolhido. As portas da Igreja estão abertas para vocês, e vocês devem encontrar, de todos os membros da Igreja, um acolhimento compassivo, sensível e respeitoso".

*Kate Quiñones é redatora da Catholic News Agency e membro do site de notícias The College Fix. Ela já escreveu para o Wall Street Journal, para o Denver Catholic Register e para o CatholicVote, e se formou pelo Hillsdale College. Ela mora com o marido no Colorado, nos EUA.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/58597/juiza-do-reino-unido-mantem-proibicao-de-bloqueadores-de-puberdade

Inácio de Loyola: Mestre do discernimento espiritual

Inácio de Loyola: Mestre do discernimento espiritual (Vatican News)

Para discernir a vontade de Deus, o discípulo de Jesus acolhe, no silencio e na suavidade do Espírito de Deus, a brisa do seu Amor que nos conduz ao fim para o qual somos todos criados: “louvar, reverenciar e servir a Deus”.

Bruno Franguelli, SJ

Hoje, celebramos a memória de Santo Inácio de Loyola, o mestre do discernimento espiritual. Nos últimos anos, principalmente durante o Pontificado do Papa Francisco, jesuíta e, por isso mesmo, filho da espiritualidade de Santo Inácio de Loyola, o termo discernimento têm se tornado chave nos discursos e documentos do Papa. Sonha Francisco, com uma Igreja que se abre com liberdade ao discernimento dos espíritos para identificar os sinais de Deus nos dias difíceis que estamos enfrentando.

Mas, afinal de contas, o que é discernimento espiritual, como nos ensina Santo Inácio de Loyola, e como se faz? Para responder a esta pergunta, não nos bastaria um pequeno texto, mas podemos sugerir uma resposta através de três aspectos:

Crer que Deus trabalha na nossa história pessoal

Santo Inácio era um cavalheiro vaidoso e pautava sua vida no intenso desejo de conquistar o mundo para si. Com seus sonhos destruídos, através da derrota em uma batalha que o deixou acamado, começou a repensar sua vida. Ao ler livros da vida de Cristo e dos santos, compreendeu o quão superficial era a sua vida e através de pensamentos bons, percebeu que Deus agia na sua história convocando-o a servir a um outro Rei, aquele Eterno.

Deus trabalhou na história de Inácio e trabalha também na nossa. O primeiro passo para discernir a Sua voz e a Sua vontade em nossa vida é crer que Ele está presente, não somente nas periferias da nossa história pessoal, mas em todos os momentos. Crer que Ele suscita em nós pensamentos, sentimentos e movimentos que nos direcionam para o bem, para o Seu serviço, para a Sua Santíssima Vontade.

Conhecer as armadilhas do inimigo da natureza humana

A leitura da vida de Cristo e dos santos produzia em Inácio movimentos de amor e transformação de vida. Porém, ele percebia que, por algum momento, vinha-lhe a nostalgia dos deleites mundanos e perversos. Eram movimentos contrários àqueles belos e santos. Por um momento, vinham-lhe pensamentos que lhe induziam a buscar a riqueza, a fama e o poder. Mas, percebia que estes, de algum modo, depois que passavam, deixava seu coração vazio, insatisfeito e desanimado. Com isso, tinha certeza de que esses pensamentos não vinham de Deus.

Santo Inácio chama o demônio de inimigo da natureza humana. E, de fato, Inácio percebeu que era a vontade do demônio desumanizá-lo, induzi-lo ao fracasso, ao desânimo, à uma vida sem sentido. Neste sentido, o mestre do discernimento nos convida a reconhecer as armadilhas que o inimigo da nossa natureza usa para nos atrair, seduzir e enganar. Reconhecer a “cauda da serpente”, muitas vezes disfarçada de “angelo lucis” (anjo de luz), isto é, com falsas santas e boas intenções, é indispensável para discernir os movimentos do Espírito de Deus. Inácio nos ensina que o Espírito de Deus age com suavidade, “como água que se derrama na esponja”, já o mau espírito é grosseiro e barulhento como “água que se derrama na pedra”.

Dar-se conta dos afetos desordenados

Santo Inácio deu-se conta de que seu coração era cheio de afetos. Sentia-se, ao mesmo tempo, atraído pelas honras, por Deus, por uma duquesa, pelo dinheiro, pela fama, etc. Percebia que seu coração era como um armário bagunçado. Sentiu necessidade de colocar ordem e chamar cada atração que sentia pelo seu próprio nome. Sabia que era movido por afetos bons e ruins. O que fazer com eles, então? Compreendeu que devia dar-se conta, tomar consciência deles e jamais ignorá-los.

No discernimento inaciano, é essencial não se distrair dos afetos. Prestar bem a atenção neles: De onde vêm? Para onde me levam? O discípulo de Jesus, segundo Inácio de Loyola, jamais se deixa levar, inconscientemente, pelos seus afetos. Pelo contrário, é sempre atento, para “não se deixar determinar por nenhuma afeição desordenada”. O cristão que assume com maturidade a sua vida de fé, como nos ensina Santo Inácio, não toma decisões em tempos tempestuosos ou no auge de suas paixões. Para discernir a vontade de Deus, o discípulo de Jesus acolhe, no silencio e na suavidade do Espírito de Deus, a brisa do seu Amor que nos conduz ao fim para o qual somos todos criados: “louvar, reverenciar e servir a Deus”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A primazia do sucessor de Pedro no mistério da Igreja (1)

A primazia do sucessor de Pedro (iCatólica)

A primazia do sucessor de Pedro no mistério da Igreja

Considerações sobre o recente Documento da Congregação para a Doutrina da Fé.

do Cardeal Vincenzo Fagiolo

Se analisássemos o significado dos 22 títulos com que Dante na Divina Comédia , na Monarquia , nas Epístolas define e qualifica o papa, talvez acabássemos por complicar ainda mais a questão ecumênica, que ainda hoje se encontra em o problema dos poderes do sucessor de Pedro não apresenta pequenos obstáculos no caminho da unidade. No entanto, esses títulos, mesmo quando exaltam o pontífice romano a ponto de torná-lo Ostiarius Regni Coelorum Mon. III , VIII, 9) e o Claviger Regni Coelorum Mon. III, 15), bem como o Vicarius Dei ( Mon. . I , II, 2 Na Idade Média, alguns papas, por exemplo Inocêncio III, também se apresentaram com este título) e Prefeito do Fórum Divino Par . XXX, 142), segundo o cânon do Novo Testamento (ver Mt 10) . , 2; 14, 28-31; 16, 16-23 ,33-35,26; ) Mas, embora apoiados num fundamento bíblico, tomado no seu núcleo essencial e resumido no título mais utilizado – sucessor de Pedro – esses títulos historicamente, devido a circunstâncias diferentes, não têm sido interpretados igualmente por todas as comunidades cristãs. O ponto crucial, causa real ou suposta, era sobretudo o exercício do poder do papa. De fato, entre as causas que geraram a divisão entre a Igreja Católica e os Ortodoxos, primeiro no Oriente, e depois entre a própria Igreja Católica e as comunidades cristãs no Ocidente, está a da interpretação do munus petrinum , do concreto cargo de sucessor de Pedro, estava entre os mais relevantes e entre os mais difíceis de explicar, embora «quase todos [os cristãos], porém, mesmo que de forma diferente, aspirem à única e visível Igreja de Deus, que é verdadeiramente universal e enviado ao mundo inteiro, para que o mundo se converta ao Evangelho e assim se salve para a glória de Deus" ( Unitatis redintegratio 1). 

Paulo VI e João Paulo II demonstraram, com documentos magisteriais e iniciativas apostólicas abrangentes, tanto para o Oriente como para o Ocidente, a firme vontade de continuar no caminho ecumênico, que o Vaticano II considerou uma das suas principais intenções, para alcançar «o re -estabelecimento da unidade a ser promovida entre todos os cristãos» ( UR 1). Neste sentido, na encíclica Ut unum sint (25 de Maio de 1995), João Paulo II sublinhou a singular relevância que a questão do primado de Pedro e dos seus sucessores apresenta no actual momento da vida da Igreja. A encíclica convida, portanto, pastores e teólogos a «encontrar uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de forma alguma à essência da sua missão, se abra a uma situação nova» (n. 25). 

A Congregação para a Doutrina da Fé não demorou a reunir o voto pontifício e ao longo de um ano e meio preparou um simpósio puramente doutrinário sobre o primado do sucessor de Pedro , que teve lugar no Vaticano a partir de 2. a 4 de dezembro de 1996, cujos anais foram publicados este ano pela Libreria Editrice Vaticana. No apêndice do volume (pp. 493-503) encontra-se o documento que a própria Congregação publicou no Osservatore Romano (sábado, 31 de outubro de 1998, p. 7, que chamaremos de Documento ) com o evidente objetivo de ampliar a sua conhecimento e exorta teólogos e pastores a aprofundar o seu conteúdo, também - talvez sobretudo - em vista de um caminho ecuménico menos árduo, mesmo que, provavelmente, mais longo se for deixado apenas à reflexão teológica. 

Os dados históricos que confirmam a primazia 

Sabemos que, a partir do Concílio Vaticano II, a Igreja, já com João XXIII e depois com Paulo VI e João Paulo II, segue, juntamente com o caminho doutrinal, também o da caridade, que, como o próprio patriarca Atenágoras se expressou, é preferível. Sem portanto abandonar o doutrinário. A história confirma que o primado visto e estimado como presidência e serviço de caridade, atraiu durante séculos – os mais fecundos para a vitalidade doutrinal e missionária – o afeto das diversas Igrejas à de Roma, cujo bispo foi o sucessor de Pedro. Só para fazer alguma referência, Santo Inácio, bispo de Antioquia (depois de São Pedro e Evódio), já o declarava entre os Padres Apostólicos, que viam as diversas comunidades eclesiais unidas pela caridade pela fé sob o governo de pastores legítimos e com o primado da Igreja de Roma, porque Pedro e Paulo estabeleceram a sua autoridade em Roma, e em seu nome Roma então ensina as outras Igrejas ( Epist ad Smyrn . 8, 2; 4, 3) . 

São verdadeiras todas aquelas Igrejas - observou Santo Irineu no século II - que têm a nota da apostolicidade, e, dado que "longum est ire per singulas" nomeia todas elas, basta examinar aquela que as resume todas: a Igreja de Roma, fundada pelos príncipes dos apóstolos Pedro e Paulo; e como estes apóstolos eram os príncipes entre os outros, assim a Igreja de Roma tem um potentior principalitas sobre todos os outros , do qual se deduz o critério de verdade relativo à Igreja e à sua constituição, desejado por Jesus Cristo (ver Adv haer . III, 4, 1). 

A tradição primitiva, atestando o primado da Igreja de Roma, permaneceu inalterada como fato dogmático e como fonte de produção jurídica; repousa sobre o fundamento da revelação divina, que com os textos do Evangelho e dos Atos mostra «com clareza e simplicidade que o cânon do Novo Testamento recebeu as palavras de Cristo relativas a Pedro e ao seu papel no grupo dos doze. Por isso”, lemos nas considerações da Congregação para a Doutrina da Fé, «já nas primeiras comunidades cristãs, como depois em toda a Igreja, a imagem de Pedro permaneceu fixada como a do apóstolo que, apesar da sua fraqueza humana , foi expressamente constituído por Cristo em primeiro lugar entre os doze e chamado a desempenhar a sua função específica na Igreja» ( Doc . n. 3). 

Da revelação o dogma: «Com base no testemunho do Novo Testamento, a Igreja Católica ensina, como doutrina de fé, que o bispo de Roma é o sucessor de Pedro no seu serviço primacial na Igreja universal» ( Doc . n. 4). É no conteúdo deste ensinamento que se deve concentrar a atenção, tanto para não perder o seu valor dogmático, portanto sempre vinculativo, como para não o sobrecarregar com elementos que não lhe são essenciais e que poderiam dificultar o exercício da primado mais difícil e dificulta o caminho ecumênico. 

A tradição primitiva estabeleceu a essencialidade do primado no carisma de Cristo dado a Pedro e em Pedro aos seus sucessores, para que fossem princípio e fundamento da unidade da fé e da comunhão : fides et caritas . Segue-se que não há dúvidas, do ponto de vista bíblico, teológico e jurídico, sobre a origem finalidade e natureza do primado , como claramente evidenciado pela primeira parte do Documento da Congregação para a Doutrina da Fé, acompanhado de numerosas fontes patrísticas, conciliares e do magistério pontifício. 

Arquivo 30Dias – 11/1998

Fonte: http://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF