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segunda-feira, 5 de agosto de 2024

A apresentação do menino Jesus no Templo em Santo Ambrósio de Milão

Apresentação do menino Jesus no Templo (CNBB- Região Norte 2)

A apresentação do menino Jesus no Templo em Santo Ambrósio de Milão.

02 de agosto de 2024   .   

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá – PA.

Santo Ambrósio, bispo de Milão, no século IV fez comentários importantes em
relação ao evangelho de São Lucas, onde ele teve presente a apresentação do menino Jesus no Templo de Jerusalém. Maria e José, os pais adotivos de Jesus levaram-no ao templo para ser ofertado ao Senhor (cfr. Lc 2,21). Jesus foi a oferta verdadeira, sublime que dá sentido a todas as ofertas realizadas pelo ser humano. Pela sua vida, morte de cruz e ressurreição, Ele nos ensinou a oferecer tudo o que somos para nos tornar também oferendas agradáveis a Deus e à humanidade.

Simeão, o justo, piedoso, o ancião.

Em Jerusalém havia um homem justo, piedoso, esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo lhe havia revelado que não morreria sem ver o Ungido do Senhor (cf. Lc 2, 25-26). Para Santo Ambrósio a geração do Senhor recebeu um testemunho muito importante não apenas dos anjos, dos profetas, dos pastores e dos pais, mas também da parte dos anciãos e dos justos que esperaram a vinda do Salvador (1) .

Toda a idade falou do Senhor.

Para Santo Ambrósio toda a idade anterior falou da vinda do Messias. Os
prodígios que sucederam, foram fundamentais para sustentar a fé; a Virgem gerou, uma estéril deu à luz, um mudo falou: Isabel profetizou, os magos adoraram, o útero fechado exultou, a viúva confessou, o justo esperou. Foram muitas as coisas em vista da vinda do Salvador. O justo, o Simeão que não procurava a graça para si, mas para o povo de Israel à humanidade, na medida em que ele próprio almejava a libertação dos vínculos
da fragilidade corpórea, esperava com alegria e com amor, ver o Prometido, o Messias.
Ele se tornou bem-aventurado porque viu o Salvador( 2) .

Ele o tomou em seus braços (cfr. Lc 2,28).

São Lucas disse que Simeão tomou o menino Jesus em seus braços e disse:
“Agora, deixa ir o teu servo em paz”(cf. Lc 2,29), possui um significado importante porque na verdade a expressão “ver tudo”, era de fato o Salvador esperado, o Messias anunciado, mesmo porque ele o tomou em seus braços, sendo não somente esta grande graça neste mundo, a alegria plena em sua vida de ser humano, mas também viu o desejo de desprendimento das coisas da realidade para começar a estar para sempre com Cristo, aludindo, pelo bem realizado, a recompensa da vida eterna (3) .

A despedida.

O desejo do ancião Simeão, segundo Santo Ambrósio, também era um pedido ao Senhor da história para a despedida. Movido pelo Espírito, ele veio à Jerusalém, veio ao templo, esperar o Cristo do Senhor, receber nas mãos o Verbo de Deus, e o abraçou como uma pessoa que manifestou fé e amor a Cristo e a seu povo. Será então Simeão
despedido para quem viu a vida, não veja a morte (4) .

A profecia dada aos justos.

O bispo de Milão falou de uma profecia dada aos justos através do ancião
Simeão que esperava a vinda do Salvador ao mundo. Uma generosa graça espalhou-se sobre todas as pessoas, realizada pela geração do Senhor, que se a profecia foi negada aos incrédulos, no entanto ela não a foi negada para as pessoas justas( 5) . Simeão era considerado uma pessoa justa, profundamente ligada ao Senhor da história. O fato colocou também o ancião Simeão como profeta de modo que ele profetizou ter visto o Senhor e ter vindo o Salvador Jesus para a ruína e o soerguimento de muitas pessoas em
Israel (cfr. Lc 2,34), para discernir os merecimentos de justos, de iníquos e assim perceber o Messias como enviado do Pai, como Juiz verdadeiro, justo a dar a devida recompensa para os fiéis nos suplícios ou prêmios conforme a qualidade das ações realizadas sobretudo para a vida dos irmãos e das irmãs (6) .

A espada traspassada em Maria.

Ao dirigir-se para a mãe do Filho de Deus, Simeão profetizou que uma espada
traspassará a sua alma (cfr. Lc 2,35). Na verdade, Maria teve uma morte natural, de modo que foi na alma que esta espada transpassaria a sua vida. Para Santo Ambrósio a afirmação de Simeão para Maria mostrou que a palavra dirigida a ela, não era em absoluto ignorante do mistério celeste, porque como diz a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que toda espada bem afiada, atingindo também até as divisões da alma e do espírito, das juntas e das medulas, perscrutando os pensamentos do coração e os segredos das mentes (cfr. Hb 4,12). Maria sofreria o mistério da dor e da
paixão, morte de seu Filho, Jesus.

O profetismo se realizou em Simeão e depois em Ana.

O ancião Simeão profetizou sobre o menino Jesus em vista da salvação que ele como Salvador trouxe à humanidade pecadora: Ele também profetizou sobre Maria e também Ana, que tinha oitenta e quatro anos, viúva, indicando a sua idade um número importante, sagrado, mas ela era tão respaldada pelos anos de viuvez e pelos costumes que considerou digna de anunciar que viera o Redentor de toda a humanidade (cfr. Lc 2,36-38) (7) .

A apresentação do menino Jesus revelou a divindade e a humanidade de Jesus porque ele foi acolhido pelo ancião Simeão, a sua profecia, a sua alegria imensa de ver o Messias e também por Ana, que louvou ao Senhor ao perceber a vinda de Jesus no Templo. Nós somos chamados a oferecer a nossa vida ao Senhor para que tudo se torne vida e salvação como o foi a vida de Jesus para nós e para a humanidade.

______________

Notas:

1 Cfr. Santo Ambrósio. Comentário ao Evangelho de São Lucas. Tradução: Luciano Rouanet Bastos. São
Paulo: Paulus, 2022, pg. 119.
2 Cfr. Idem, pg. 119.
3 Cfr. Ibidem, pg. 119.

4 Cfr. Ibidem, págs. 119-120.
5 Cfr. Ibidem, pg. 120.
6 Cfr. Ibidem, pg. 120.
7 Cfr. Ibidem, págs. 120-121.

Fonte: https://diocesedemaraba.com.br/

O Papa: a literatura educa o coração e a mente e abre à escuta dos outros

Papa Francisco  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Francisco dirige uma carta aos candidatos ao sacerdócio, mas também aos agentes pastorais e a todos os cristãos, para sublinhar o "valor da leitura de romances e poemas no caminho do amadurecimento pessoal", porque os livros abrem novos espaços interiores, enriquecem, ajudam a enfrentar a vida e a compreender os outros.

Tiziana Campisi – Vatican News

Um bom livro abre a mente, estimula o coração, treina para a vida. Palavra do Papa Francisco, que pegou caneta e papel para fazer com que os futuros sacerdotes, mas também "todos os agentes pastorais" e "qualquer cristão" entendam o "valor da leitura de romances e poemas no caminho do amadurecimento pessoal". Com a "Carta sobre o papel da literatura na educação", escrita em 17 de julho e publicada neste dia 4 de agosto, o Pontífice pretende "despertar o amor pela leitura" e, sobretudo, "propor uma mudança radical de ritmo" na preparação dos candidatos ao sacerdócio, de modo que se dê mais espaço à leitura de obras literárias. Como a literatura pode "educar o coração e a mente do pastor" para "um exercício livre e humilde da própria racionalidade" e para o "reconhecimento frutífero do pluralismo das línguas humanas", ela pode ampliar a sensibilidade humana e levar a "uma grande abertura espiritual". Além disso, a tarefa dos fiéis, e dos sacerdotes em particular, é "tocar o coração dos seres humanos contemporâneos para que eles possam se comover e se abrir diante da proclamação do Senhor Jesus", e em tudo isso "a contribuição que a literatura e a poesia podem oferecer é de valor inigualável".

Os efeitos benéficos da leitura

No texto, Francisco enfatiza primeiramente os efeitos benéficos de um bom livro que, "muitas vezes no tédio das férias, no calor e na solidão de alguns bairros desertos", pode ser "um oásis que nos distancia de outras escolhas que não são boas para nós" e que, em "momentos de cansaço, raiva, decepção, fracasso e quando nem mesmo na oração conseguimos encontrar a quietude da alma", pode nos ajudar a superar momentos difíceis e "ter um pouco mais de serenidade". Porque talvez "essa leitura abra novos espaços interiores" que nos ajudem a não nos fecharmos "naquelas poucas ideias obsessivas", que depois "nos prendem de maneira inexorável". As pessoas costumavam se dedicar à leitura com mais frequência "antes da onipresença da mídia, das redes sociais, dos telefones celulares e de outros dispositivos", observa o Papa, que ressalta que, em um produto audiovisual, embora "mais completo", "a margem e o tempo para 'enriquecer' a narrativa ou interpretá-la são geralmente reduzidos", enquanto a leitura de um livro "o leitor é muito mais ativo". Uma obra literária é "um texto vivo e sempre fértil". Acontece, de fato, que "ao ler, o leitor é enriquecido com o que recebe do autor", e isso "permite que ele faça florescer a riqueza de sua própria pessoa".

Dedicar tempo à literatura nos seminários

Embora seja positivo que "em alguns seminários se ultrapasse a obsessão dos ecrãs - e pelas fake news venenosas, superficiais e violentas - e se dedique momentos à literatura", à leitura, a falar sobre "livros, novos ou antigos, que continuam a nos dizer muitas coisas", reconhece Francisco, em geral, "no caminho de formação daqueles que estão a caminho do ministério ordenado" não há um espaço adequado para a literatura, considerada "uma expressão menor da cultura que não pertence ao caminho de preparação e, portanto, à experiência pastoral concreta dos futuros sacerdotes". "Tal abordagem não é boa", diz o Papa, levando a "uma forma de grave empobrecimento intelectual e espiritual dos futuros sacerdotes", que assim não têm "acesso privilegiado, precisamente através da literatura, ao coração da cultura humana e, mais especificamente, ao coração do ser humano". Porque, na prática, a literatura tem a ver "com o que cada um de nós deseja da vida" e "entra em uma relação íntima com nossa existência concreta, com as suas tensões essenciais, com os seus desejos e os seus  significados".

Livros como companheiros de viagem

Relembrando os anos em que lecionou em uma escola jesuíta em Santa Fé, entre 1964 e 1965, o Papa conta que, como professor de Literatura, os alunos deveriam estudar El Cid, enquanto eles "pediam para ler García Lorca". "Por isso, decidi: em casa estudariam El Cid, e, durante as aulas, abordaria os autores de que os jovens mais gostavam", recorda Francisco, acrescentando que eles preferiam "obras literárias contemporâneas"; porém, à medida que fossem lendo o que os atraía no momento, iriam adquirindo em geral o gosto pela literatura, pela poesia, e depois passariam a outros autores, porque "no fim, o coração busca mais, e cada um encontra seu próprio caminho na literatura". A esse respeito, o Papa confessa que ama "os artistas trágicos, porque todos nós poderíamos sentir suas obras como nossas, como uma expressão de nossos próprios dramas". O Pontífice adverte que não se deve "ler algo por obrigação", pelo contrário, deve-se selecionar as próprias leituras "com abertura, surpresa, flexibilidade".

Fazer encontrar Jesus feito carne

Hoje, para "responder adequadamente à sede de Deus de muitas pessoas, para que não busquem saciá-la com propostas alienantes ou com um Jesus Cristo sem carne", os crentes e os sacerdotes, ao anunciar o Evangelho, devem se comprometer para que "todos possam se encontrar com um Jesus Cristo feito carne, feito humano, feito história". Nunca se deve perder de vista "a 'carne' de Jesus Cristo", recomenda o Pontífice, "aquela carne feita de paixões, emoções, sentimentos, histórias concretas, mãos que tocam e curam, olhares que libertam e encorajam, de hospitalidade, de perdão, de indignação, de coragem, de intrepidez: em uma palavra, de amor". Por essa razão, enfatiza Francisco, "uma assídua frequência à literatura pode tornar os futuros sacerdotes e todos os agentes pastorais ainda mais sensíveis à plena humanidade" de Cristo, "na qual se derrama toda a sua divindade".

O hábito da leitura tem resultados positivos

Na carta, o Papa também enuncia as consequências positivas que, segundo os estudiosos, decorrem do "hábito de ler", que ajuda a "adquirir um vocabulário mais amplo", "a desenvolver vários aspectos" da própria inteligência, "também estimula a imaginação e a criatividade", "permite que as pessoas aprendam a exprimir as suas narrativas de uma forma mais rica", "melhora também a capacidade de concentração, reduz os níveis de deficit cognitivo, e acalma o stress e a ansiedade". Em termos concretos, a leitura "prepara-nos para compreender e, assim, enfrentar as várias situações que podem surgir na vida", continua Franciso, "ao ler, mergulhamos nas personagens, nas preocupações, nos dramas, nos perigos, nos medos de pessoas que acabaram por ultrapassar os desafios da vida". E com Borges podemos chegar ao ponto de definir literatura como "ouvir a voz de alguém".

Reduzir, contemplar, escutar

A literatura serve, “em suma, a fazer eficazmente a experiência da vida”. E se a nossa visão ordinária do mundo é como que “reduzida” e limitada pela pressão que os objetivos operacionais e imediatos do nosso agir exercem sobre nós “e também o serviço – cultual, pastoral, caritativo – pode tornar-se” somente algo a fazer, o risco passa a ser o cair na busca duma “eficiência que banaliza o discernimento, empobrece a sensibilidade e reduz a complexidade”.

Assim, em "nossa vida cotidiana", devemos aprender “a distanciarmo-nos do imediato, a reduzir a velocidade, a contemplar e a escutar. Isto pode acontecer quando, de modo desinteressado, uma pessoa se detém para ler um livro.

É necessário “recuperar formas hospitaleiras e não estratégicas de relacionamento: ocorre distância, lentidão, liberdade para uma abordagem da realidade, em palavras simples, a literatura nos permite "treinar nosso olhar para buscar e explorar a verdade das pessoas e das situações", "nos ajuda a dizer nossa presença no mundo". Além disso, insiste o Papa, "lendo um texto literário" vemos através dos olhos dos outros, desenvolvemos "o poder empático da imaginação", "descobrimos que o que sentimos não é só nosso, é universal, e, por isso, até a pessoa mais abandonada não se sente só”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

CRISTANDADE: As palavras de espanto (1)

A cura do cego de nascença, Duccio di Buoninsegna, National Gallery, Londres.| 30Giorni

As palavras de espanto

O Evangelho de Marcos parece não ter uma cristologia “robusta e bem definida”. Monsenhor Settimio Cipriani mostra, ao contrário, que ela se expressa através de perguntas e termos que expressam espanto, mais numerosos aqui do que em todos os outros Sinópticos.

por Lorenzo Cappelletti

Quando você envelhece, não espera ser surpreendido. Tanto mais inusitado é que, no final da sua atividade docente, um sacerdote, aliás exegeta, habituado "profissionalmente" ao tratamento da Escritura, tenha pensado em dedicar a sua última lectio magistralis à "Cristologia do 'espanto' no Evangelho". de Marcos". Foi o que fez Monsenhor Settimio Cipriani, da Faculdade Teológica do Sul da Itália, em Nápoles. (Também no Norte, outro antigo exegeta, o cardeal Martini, comentando outro evangelista, Lucas, quis partir do mesmo termo, na carta pastoral de 2001-2002 à sua diocese “Pela tua palavra ( Lc 5,5)”: «Nós temos certeza de que o Senhor ainda poderá nos surpreender com sua fidelidade e suas surpresas”.

O tema de uma palestra de despedida, não sendo nem um pouco constrangido, além de reunir a síntese desenvolvida ao longo de toda uma vida de pesquisa, expressa livremente a sensibilidade atual de um estudioso. Quando se trata de um estudioso de autoridade como Monsenhor Cipriani, vale a pena prestar atenção: «É do espanto que a fé nasce ou pode nascer; e a fé, por sua vez, gera um espanto cada vez maior, porque nos introduz no mistério ilimitado do amor de Deus para conosco, que nos foi revelado em Cristo, nosso Senhor» (p. 26). Palavras finais (resumo da síntese, poderíamos dizer) de sua lição, recentemente publicada no volume único do ano 2000 (as revistas - como bem sabemos em 30Giorni - nem sempre saem quando gostaríamos) de Asprenas , revista que escreveu mesmo direto, conforme ordem dada pelo autor. Todas as citações se referirão a este volume.

A essência da cristologia de Marco

Monsenhor Cipriani começa explicando o título escolhido, porque sabe que poderia ser excêntrico do ponto de vista cristológico. Na verdade, não são poucos os estudiosos que acreditam «que Marcos não tem uma cristologia robusta e bem definida [...] pois foi o primeiro a recolher as diversas e nem sempre coerentes tradições sobre Jesus» (p. 5). Cipriani não nega esse caráter do Evangelho de Marcos, mas também acredita - e os estudos mais recentes demonstram isso - que Marcos, um "narrador muito habilidoso" (p. 6), não "montou de forma desorganizada o material encontrado entre mãos " (p. 7) e que, portanto, a sua cristologia deve ser procurada nos recursos linguísticos e na própria estrutura narrativa do seu Evangelho. Na realidade «todo o Evangelho de Marcos visa descobrir “quem” Jesus realmente é» ( ibidem ). Cipriani destaca a força desta fraca cristologia do espanto: «Esta é também uma forma de fazer “cristologia” característica e exclusiva de Marcos. Alguns podem até chamar isso de cristologia “baixa”; preferimos chamá-la simplesmente de cristologia, porque na verdade ela nos leva de alguma forma ao reconhecimento, ou pelo menos à suspeita, de que em Jesus Deus está verdadeiramente presente e ativo" ( ibidem ).

Na verdade, desde o início, a imposição do segredo da sua messianidade por Jesus aos demônios, aos milagreiros e até mesmo aos apóstolos levanta continuamente a questão de quem ele é. É “como a essência de sua cristologia, feita de surpresa, espanto, espanto” (p. 16), diz Cipriani. A própria confissão de Pedro: “Tu és o Cristo” ( Mc 8,29), que marca o divisor de águas do “Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” ( Mc.1,1), não esgota o seu mistério. Com efeito, é relançada pelo anúncio da paixão e pela repreensão que se segue ao raciocínio de Pedro «não segundo Deus, mas segundo os homens» ( Mc 8,33). Até o espanto das mulheres é colocado no final (o original segundo Cipriani) do Evangelho de Marcos ( Mc 16,8) para reiterar aquele espanto, feito em igual medida de alegria e medo, diante do rosto de Jesus Cristo.

«Tudo isto cria um clima de espera, de questionamento contínuo em relação a Jesus, que se expressa sobretudo nas atitudes de surpresa, de espanto sempre renovado das pessoas, incluindo os seus discípulos [mesmo aqueles que virão depois: «Tudo isto Marcos ele não o faz para narrar uma história do passado" (p. 20), repete Cipriani], diante do que faz ou diz" (p. 7), ou às vezes até na sua simples presença (ver pp. 11-12). ).

Arquivo 30Dias – 09/2001

Fonte: http://www.30giorni.it/

Papa: as coisas materiais não preenchem a vida, seguir o caminho da caridade

Papa Francisco - Angelus  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O Papa Francisco rezou ao meio-dia deste domingo a oração do Angelus, diante dos fiéis e peregrinos reunidos neste domingo na Praça São Pedro. “Se cada um der aos outros o que tem, com a ajuda de Deus, mesmo com pouco, todos podem ter algo", afirmou.

Silvonei José – Vatican News

"As coisas materiais não preenchem a vida: somente o amor pode fazer isso. E para que isso aconteça, o caminho a seguir é o da caridade, que não guarda nada para si, mas compartilha tudo": foi o que disse o Papa, antes do Angelus, diante dos fiéis e peregrinos reunidos neste domingo na Praça São Pedro.

"Hoje, o Evangelho nos fala de Jesus que, depois do milagre dos pães e dos peixes, convida as multidões, que o procuram, a refletir sobre o que aconteceu, para entender seu significado. Eles haviam comido aquele alimento compartilhado e puderam ver como, mesmo com poucos recursos, graças à generosidade e coragem de um jovem, que colocou à disposição dos outros o que ele tinha, todos foram alimentados até a saciedade”.

O sinal era claro, destacou o Papa: “se cada um der aos outros o que tem, com a ajuda de Deus, mesmo com pouco, todos podem ter algo".

E, em vez disso, eles não entenderam – completou o Santo Padre: “confundiram Jesus com uma espécie de mágico, e voltaram para procurá-lo, esperando que repetisse o prodígio como se fosse uma magia".

"Eles foram protagonistas de uma experiência para seu caminho, mas não compreenderam o significado dela: sua atenção estava voltada apenas para os pães e peixes, para o alimento material, que acabou imediatamente – continuou o Papa. Eles não perceberam que isso era apenas um instrumento, que o Pai, enquanto saciava a fome deles, lhes revelava algo muito mais importante: o modo de vida que dura para sempre e o sabor do pão que sacia para além da medida".

O verdadeiro pão, em resumo, - disse o Papa - "era e é Jesus, seu Filho amado feito homem, que veio para compartilhar nossa pobreza para nos conduzir, por meio dela, à alegria da plena comunhão com Deus e com nossos irmãos e irmãs, em dom".

"As coisas materiais não preenchem a vida: somente o amor pode preenchê-la. E para que isso aconteça, o caminho a ser seguido é o da caridade que não guarda nada para si, mas compartilha tudo", observou o Santo Padre.

"Isso não acontece também em nossas famílias? Pensemos naqueles pais que lutam a vida inteira para educar bem seus filhos e deixar-lhes algo para o futuro. Como é bonito quando essa mensagem é compreendida, e os filhos são gratos e, por sua vez, tornam-se solidários uns com os outros como irmãos! E como é triste, ao contrário, quando eles brigam por herança, e talvez não se falem por anos", enfatizou.

A mensagem da mamãe e do papai, seu legado mais precioso, não é o dinheiro, - enfatizou o Papa - "mas o amor com o qual eles dão a seus filhos tudo o que têm, assim como Deus faz conosco, e dessa forma eles nos ensinam a amar".

"Vamos nos perguntar, então: qual é a minha relação com as coisas materiais? Eu sou escravo delas ou as uso livremente, como instrumentos para dar e receber amor? Sei dizer "obrigado" a Deus e a meus irmãos e irmãs pelos dons recebidos e compartilhá-los?

Francisco concluiu pedindo a Maria, que deu a Jesus toda a sua vida, que nos ensine a fazer de todas as coisas um instrumento de amor.

https://youtu.be/Qhlz_TMKGJI

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Osvaldo de Nortúmbria

Santo Osvaldo de Nortúmbria (A12)
05 de agosto
País: Inglaterra
Santo Osvaldo de Nortúmbria

Osvaldo nasceu em 604 na Nortúmbria (futura Inglaterra). Era filho do rei pagão Etelfrit e da princesa Acha. Em 616 o reino do seu pai foi invadido pelo rei Edin e com a batalha Etelfrit faleceu.

A princesa Acha e seus onze filhos fugiram para a Corte do rei da Escócia, ela e as crianças foram entregues aos cuidados dos beneditinos do Mosteiro de Iona, todos se converteram. Lá, as crianças receberam sólida formação acadêmica e religiosa.

Osvaldo sobressaía pelo seu porte físico, pela inteligência e pela caridade cristã. Era bom e generoso, não distinguindo ricos e pobres. Era um estrategista militar, treinado pelo pequeno, mas potente exército do rei da Escócia. Curioso mesmo era o seu animal de estimação: um falcão que lhe obedecia e pousava em sua mão.

Quando o rei Edin morreu, em 633, Osvaldo formou seu exército, pequeno e eficaz, e venceu a famosa batalha de Havenfield, em 634. Assumiu o trono como legítimo rei da Nortúmbria. Contam os registros históricos que antes desse combate ele teve uma visão de São Columbano, que o orientou a rezar junto com seus soldados antes de partir para o combate. Ele obedeceu.

Com a vitória, o rei mandou chamar os monges para pregarem o Evangelho no seu reino. Ele mesmo traduzia para o povo os sermões, conseguindo muitas conversões. Construiu igrejas, mosteiros, cemitérios, hospitais, asilos e creches, distribuiu riquezas e promoveu prosperidade e caridade ao povo.

Casou-se com a princesa Cineburga, filha do rei pagão de Wessex, hoje também Inglaterra. Em seguida, convenceu o sogro a permitir uma missão evangelizadora de monges escoceses no seu reino, que acabaram convertendo esse rei também. O rei da Nortúmbria morreu em combate em 642, defendendo o seu povo de invasores pagãos.

Amado e venerado como santo em vida, a fama de sua santidade ganhou destaque junto aos povos de língua inglesa graças à divulgação dos monges beneditinos. Depois, o venerável Beda, monge famoso pela santidade e sabedoria na doutrina, reivindicou o título de mártir a santo Osvaldo da Nortúmbria, por ter morrido em combate contra os pagãos. Sua festa é uma tradição antiga, e a Igreja manteve a celebração no dia 5 de agosto.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A vida de Santo Osvaldo nos mostra que a fé em Cristo ajuda a tomar decisões nas horas difíceis e que o verdadeiro cristão sabe entregar a sua vida nas mãos de Deus e fazer a sua parte na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Ele foi um rei bom, preocupado não só com a vida material de seu povo, mas também com a vida espiritual, com a conversão do coração. Ele deu ao povo o tesouro mais precioso que era a sua fé em Cristo, a oportunidade de viver uma vida totalmente nova através do batismo. Que o zelo por evangelizar de Santo Osvaldo nos inspire a levar o Senhor Jesus a todas as pessoas do nosso mundo de hoje.

Oração:

Ó Deus, que aos vossos pastores associastes Santo Osvaldo, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 4 de agosto de 2024

Santuário de Aparecida acolhe 40 mil peregrinos no Jubileu de 50 anos de presença do Caminho Neocatecumenal no Brasil

Celebração no Santuário de Aparecida reuniu 40 mil catecúmenos de 105 dioceses (Vatican News)

O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida foi escolhido como sede para esta celebração de ação de graças, pois foi a Virgem Maria que inspirou o início do Caminho Neocatecumenal, e sempre esteve à frente desta obra de evangelização.

Pe. Gerson Schmidt *

Mais de 40 mil neocatecúmenos, provenientes das 1.800 comunidades neocatecumenais do Brasil e de 105 dioceses, celebraram a grande festa do Jubileu de Ouro, no Santuário Nacional de Aparecida do Norte, neste dia 14 de julho. A segunda maior Basílica do mundo, com 12 mil metros quadrados, ficou pequena para abrigar dentro dela tantas pessoas, que se comprimiam em um mar de gente, devendo grande parte permanecer nas entradas dos átrios da enorme Basílica, proveniente de inúmeros partes do País, com seus alegres cânticos, a dança típica no pátio da Basílica, violões e instrumentos diversos. 

No interior da Basílica, inúmeros bispos, centenas de padres e milhares de membros das comunidades participaram desse dia contagiante, festivo e alegre. O Caminho Neocatecumenal viveu um dia de grandíssimo louvor e ação de graças a Deus, nesse último domingo, com seus neocatecúmenos, pertencentes às comunidades neocatecumenais de todo o País, que celebraram na Basílica do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, o Jubileu áureo do início desta iniciação cristã no Brasil, em 1974.

A Celebração da Palavra teve início às 15h e foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo. Entre os presentes estavam o Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, além de arcebispos e bispos de diversas dioceses, centenas de presbíteros, seminaristas dos Seminários Arquidiocesanos Missionários Redemptoris Mater das Arquidioceses de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belém do Pará.

Entre os membros do Caminho Neocatecumenal, destaca-se a presença das pessoas que participaram das catequeses para a formação das primeiras comunidades neocatecumenais, realizadas no Brasil em 1974, nas dioceses de Toledo (Palotina) e Umuarama (PR), dioceses de Franca e Jaboticabal (SP).

Outra presença significativa foi a dos espanhóis pertencentes às comunidades do Padre José Folqué, de Raúl Viana e de Antonia María (Tonha) Cendán, missionários que formam a equipe de catequistas responsável pelo Caminho Neocatecumenal no Brasil, e da comunidade de Padre Joaquín Antón Carrazoni, da equipe corresponsável a nível nacional.  

Ao apresentá-los, Padre José destacou que aqueles que partem em missão são os “pés” do anúncio do Evangelho, mas isso só é possível se, por trás, houver uma comunidade que seja o "coração", que impulsiona, reza, apoia e acompanha a missão.

Celebração da Palavra

A Celebração da Palavra foi marcado pelo anúncio do Querigma, feito por Padre José Folqué. Este é o anúncio do amor de Deus em Jesus Cristo, que se entregou para a redenção de toda a humanidade: “É através deste amor de Cristo que os homens se tornam capazes de amar como Cristo nos amou”, anunciou Padre José.

O presidente da celebração, Cardeal Odilo Pedro Scherer, destacou a importância de viver o Evangelho no dia a dia. Ele afirmou: “O que Jesus diz é o Evangelho. Eu sei que vocês têm grande amor pelo Evangelho, pela Palavra. É muito edificante saber que aos domingos vocês rezam os salmos em família, introduzem os filhos na escuta amorosa da Palavra, e os iniciam na fé. A exemplo dos pais, as crianças se sentem parte e depois passam a fazer parte da pequena comunidade, da comunidade paroquial e da grande comunidade que é a Igreja”. Ao dizer isso, Dom Odilo se referiu às Laudes dominicais, nas quais os pais transmitem a fé aos filhos. 

Após as palavras do Cardeal, houve um momento marcante: a chamada vocacional para moços, moças, e famílias em missão que aceitassem o chamado de se colocar à disposição da nova evangelização, para serem enviadas pela Igreja para qualquer parte do mundo. "Vou a toda a parte" reza um cântico conhecido do caminho, atribuído à coiniciadora Carmen Hernandez. Na celebração da Palavra, como de costume,  houve um chamamento Vocacional para sacerdotes para a Nova Evangelização, religiosas e famílias e missão. Levantaram-se e apresentaram em torno de 200 moços para o presbiterato, 130 moças para a vida religiosa e 80 famílias, que devidamente acompanhados, farão uma caminhada de discernimento vocacional. Receberam na ocasião uma benção especial para o chamado em embrião. A missão está na origem do Caminho Neocatecumenal e nesse itinerário de formação cristã de adultos fala-se da "vocação primitiva" que é a de leigos anunciarem também o querigma a todas as partes. Dom Odilo Scherer pregou que Jesus não falou pra ficarmos quietinhos e acomodados: "ide, disse Ele, ide e pregai o Evangelho a toda a Criatura". A Celebração terminou com o canto do Te Deum, antigo hino de ação de graças entoado pela Igreja em celebrações solenes. 

No início da celebração, por uma chamada telefônica, Francisco (Kiko) Argüello, iniciador, junto com a Serva de Deus Carmen Hernández, do Caminho Neocatecumenal, saudou os presentes: “Deem graças à Virgem Maria que lhes deu uma comunidade cristã para viverem a fé. Ânimo. Rezem por mim, pois sou um pecador", como sempre solicita. 

Mensagem do Papa para os 50 anos

O Núncio Apostólico do Brasil, Giambattista Diquattro, enviou uma carta com uma mensagem do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, falando em nome do Papa Francisco: 

“Com grande alegria o Santo Padre celebra os 50 anos da presença do Caminho Neocatecumenal em terras brasileiras. Neste meio século, o Caminho tem sido uma fonte de renovação espiritual, de comunhão fraterna e de evangelização, tocando a vida de inúmeras pessoas e famílias. (...) O sucessor de Pedro reza para que este jubileu seja um tempo de renovação da fé e do compromisso missionário, e que a luz de Cristo resplandeça cada vez mais através de suas vidas e comunidades”.

A CNBB envia congratulações

Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também enviou uma carta de congratulação:

“Na alegria da celebração dos 50 anos do início das Comunidades do Caminho Neocatecumenal no Brasil, a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) vem manifestar sua gratidão e reconhecimento pelo trabalho de evangelização em mais de 1800 comunidades espalhadas em todo país. (...) Por isso, manifestamos nosso agradecimento pelo serviço da educação permanente à fé, dentro do espírito que o Concilio Vaticano II propôs como evangelização”.

Celebração Eucarística do Jubileu de Ouro

Em seguida da Celebração da Palavra, todos permaneceram para a Eucaristia das 18h do Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, que teve nas intenções a ação de graças pelos 50 anos do Caminho Neocatecumenal no Brasil, que foi transmitida pela Rede Aparecida de Televisão e Rádio para todo o Brasil. Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, presidiu a Eucaristia, concelebrada por inúmeros bispos e presbíteros. 

“Hoje, nós ouvimos falar tanto de evangelizar nas periferias geográficas e existenciais, e o início do Caminho Neocatecumenal foi assim, na favela de Palomeras Altas, em Madri. Jubileu significa recomeço, tempo de relembrarmos a necessidade de renovar nossa missão. Olhar para o Caminho nos próximos anos é olhar para seus inícios, nas periferias. No mundo de hoje, a comunidade que celebra a presença de Jesus em seu meio faz a diferença em nossas dioceses, em nosso País. Retomamos aqui todo o fervor, todo o amor do nosso início e, com Maria, vamos aprender a dizer sempre sim à vontade do Senhor”, disse Dom Orani.

História do Caminho Neocatecumenal 

O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida foi escolhido como sede para esta celebração de ação de graças, pois foi a Virgem Maria que inspirou o início do Caminho Neocatecumenal, e sempre esteve à frente desta obra de evangelização. 

Em 8 de dezembro de 1959, o espanhol Kiko Argüello teve, da parte da Virgem a inspiração: “Há que fazer comunidades cristãs como a Sagrada Família de Nazaré que vivam em humildade, simplicidade e louvor. O outro é Cristo”.

Na década de 1960, Kiko foi viver entre os pobres na favela de Palomeras Altas, periferia de Madri, à exemplo de São Charles de Foucauld, para ali, encontrar com Cristo crucificado. Em Palomeras, conheceu a Serva de Deus Carmen Hernández e, neste ambiente, nasceu a primeira comunidade neocatecumenal. 

Com o apoio do Arcebispo de Madri, na época, Dom Casimiro Morcillo, e também dos Sumos Pontífices, o Caminho Neocatecumenal foi chegando às dioceses de todo o mundo. Em 1974 chegou ao Brasil, na cidade de Palotina e Umuarama, no Paraná, e depois no Estado de São Paulo, em Franca e Jaboticabal. Atualmente, no Brasil, o Caminho Neocatecumenal está presente em 105 dioceses, com 1800 comunidades que fazem este itinerário de iniciação cristã inseridas em 450 paróquias. 

Conforme define os Estatutos aprovados em 2008, o Caminho Neocatecumenal "é um itinerário de iniciação cristã pós-batismal que está a serviço da Igreja para a Nova Evangelização, anunciando o amor de Jesus Cristo para todas as nações".

Acesse:

Site oficial internacional: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br/ 

Site oficial nacional: www.cn.org.br

Site oficial sobre a Serva de Deus Carmen Hernández: https://carmenhernandez.org/pt-br/

*Pe. Gerson Schmidt, jornalista, colaborador da Rádio Vaticano, Assessoria de Comunicação do Caminho Neocatecumenal 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Papa, Angelus: "basta, irmãos e irmãs, não sufoquem a palavra do Deus da Paz”

Oriente Médio (ANSA)

Novo apelo do Papa Francisco pelo diálogo no Oriente Médio: "ataques direcionados e assassinatos nunca serão uma solução".

Silvonei José – Vatican News

O Papa Francisco pediu diálogo para que o conflito no Oriente Médio não se alastre e disse que "ataques direcionados e assassinatos nunca serão uma solução", em mais um apelo durante a oração do Angelus na Praça São Pedro neste domingo.

"Acompanho com preocupação o que está ocorrendo no Oriente Médio e espero que o conflito, já terrivelmente violento e sangrento, não se espalhe ainda mais", disse Francisco.

“Rezo por todas as vítimas, especialmente as crianças inocentes, e expresso minha solidariedade à comunidade drusa na Terra Santa e às populações da Palestina, de Israel e do Líbano. Não nos esqueçamos de Myanmar”.

O Santo Padre pediu coragem para "retomar o diálogo para que haja um cessar-fogo imediato em Gaza e em todas as frentes, para que os reféns sejam libertados e a ajuda humanitária seja levada às populações".

Ele afirmou que "ataques, inclusive ataques direcionados, e assassinatos nunca podem ser uma solução e não ajudam a trilhar o caminho da justiça e da paz e geram mais ódio e vingança".

"Basta, irmãos e irmãs! Basta! Não sufoquem a palavra do Deus da Paz, mas deixem que ela seja o futuro da Terra Santa, do Oriente Médio e do mundo inteiro. A guerra é sempre uma derrota", clamou Francisco.

Teerã prometeu retaliação contra Israel depois que o país supostamente matou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, e o chefe militar do grupo libanês Hezbullah, Fuad Shukr, em Beirute, com uma diferença de oito horas entre eles nesta semana.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Ordenações Presbiterais na Catedral de Brasília

Celebração Eucarística de Ordenação Sacerdotal (arqbrasilia)

Arquidiocese de Brasília celebra a Ordenação de oito novos Presbíteros na Catedral Metropolitana

Neste sábado, dia 03 de agosto, a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida foi palco de uma emocionante celebração de fé e compromisso. Oito novos presbíteros foram ordenados na nossa amada Arquidiocese de Brasília, marcando um momento especial na vida da igreja e no pastoreio do povo de Deus.

  • agosto 3, 2024

A Celebração Eucarística de Ordenação Sacerdotal foi presidida pelo Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, e foi concelebrada pelo Cardeal Dom Raymundo Damasceno; Cardeal Dom João Braz de Aviz; pelos Bispos Auxiliares da Arquidiocese de Brasília: Dom Antonio de Marcos, Dom Denilson Geraldo e Dom Vicente Guimarães; pelo Arcebispo Militar do Brasil, Dom Marcony Ferreira; pelo presidente do Tribunal Eclesiástico de Brasília e Arcebispo Emérito do Ordinariado Militar do Brasil, Dom Fernando Guimarães; por Dom Marcos Antônio Tavoni, Bispo da Diocese de Bom Jesus do Gurguéia, localizada no Piauí; e por diversos sacerdotes da Arquidiocese de Brasília.

A Ordenação Sacerdotal destaca a entrega total dos novos padres ao serviço de Deus e da Igreja. Ao receberem o Sacramento da Ordem, os Presbíteros assumiram a missão de guiar, ensinar e servir o povo de Deus com dedicação e amor. “Jesus se envolve com as pessoas, não é indiferente diante de quem sofre ou que se aproxima com fé, porque no coração de Jesus tudo é amor, misericórdia. Aqui está o segredo para a nossa vida presbiteral. Não existe verdadeiro pastoreio sem conhecimento, sem amor, sem envolver-se com o nosso amado povo. O sentido do nosso ministério é sermos servos por amor, onde a essência da nossa caridade pastoral é o dom de si mesmo”, destacou o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa durante a homilia.

Exortando os novos presbíteros a um ministério de entrega e amor com alegria, Dom Paulo frisou que “a vida é o dom mais precioso que o ser humano possui. O presbítero é aquele homem que coloca a sua vida à disposição de Deus através da Igreja. Hoje, vocês oito fazem a grande oferta de vida a Deus e à Igreja. Através da imposição das minhas mãos e do presbitério, vocês se tornam anciãos que ofertam a vida a Cristo Bom Pastor, desgastando-se pela santificação do nosso amado povo”, finalizou Dom Paulo.

Agora, a Arquidiocese conta com oito novos padres, sendo sete formados no Seminário Maior da Arquidiocese de Brasília Nossa Senhora de Fátima: padre Anderson da Costa Alencar; padre Celso Adélio Silva Ramos; padre Clezio Antônio Rodrigues do Amaral; padre Francisco de Assis Freires; padre Hudson Pereira de Oliveira; padre Lucas Felipe Andrade Lopes da Silva e padre Luciano Mattar Eleuterio da Silva; e um do Seminário Missionário Arquidiocesano Redemptoris Mater, padre Émerson Tadeu B. de Oliveira.

Além do Clero, familiares, amigos e membros da comunidade, todos unidos em oração e gratidão participaram da Celebração Eucarística. De forma muito especial, as mães e os pais dos novos padres ordenados manifestaram extrema alegria ao entregarem seus filhos a Deus.

“É muita emoção. Estamos esperando por esse momento há mais de oito anos, enquanto ele estava estudando. Esse é o grande desejo do coração dele e da minha mãe, que já faleceu. Ele era o grande orgulho dela. Então, eu sei que hoje ele vai se lembrar dela com muito carinho. Eu nunca imaginei que ele seria padre, pois é meu único filho homem. Quando Deus o chamou à vocação, eu fiquei muito feliz, pois na nossa vida primeiramente deve ser feita a vontade de Deus. Nós estamos aqui para apoiá-lo. É um dia muito especial em que agradeço a Deus por ver meu filho fazendo a vontade do Senhor”, destacou Carmem Lúcia da Costa, mãe do padre Anderson.

“Realmente, eu nunca imaginei que geraria um filho para ser sacerdote, mas estou muito feliz. É uma grande emoção para toda a minha família, pois ele faz parte de uma comunidade religiosa desde pequeno, sendo criado em um berço católico. Eu agradeço a Deus e aos meus pais, pois eles me ajudaram na criação do Celso. Hoje, é um dia muito feliz e, para mim, é como se fosse o nascimento dele novamente”, comentou Genilda de Souza Silva, mãe do padre Celso.

“Eu me sinto muito grato a Deus, porque Ele escolheu o meu filho para participar da Santa Igreja. É o meu segundo filho que atende ao chamado de Deus e segue por esse caminho tão bonito. Clézio é meu filho caçula e estou muito feliz por saber que agora ele segue fazendo a vontade do Senhor e vai ajudar muitos a se encontrarem com Deus”, disse emocionado Cleomar Garcez do Amaral, pai do padre Clézio.

“Espero por esse momento há muito tempo. Acredito que o céu hoje está em festa. É uma grande bênção que estamos recebendo hoje de ter nosso filho ordenado sacerdote. O meu único pedido a Deus é que ele tenha muitas bênçãos, que seja iluminado e possa cumprir a missão dele. Nunca imaginei que ele seria padre, mas recebi a notícia como um grande presente divino”, frisou Maria Cristina Mattar de Souza, mãe do padre Luciano.

“Eu não tenho nem como explicar a emoção desse momento, porque hoje o céu e a terra batem palmas diante de tamanha graça que Deus derrama sobre toda a nossa família. Essa foi uma escolha de Deus, pois foi o próprio Senhor que o chamou para essa missão. Quando ele me disse que queria ser padre, eu quase morri de tanta alegria. Eu já desconfiava da vocação dele, mas como ele é uma pessoa muito reservada, ele só me contou que ingressaria no seminário no último momento, um mês antes. Então, a emoção é muito grande. Ele fez a explicação do lenço que me entregou na celebração e eu nem sei se mereço tamanha graça divina, só Deus mesmo sabe”, comemorou Maria Muniz, mãe do padre Lucas.

“É motivo de grande alegria para toda a nossa família. A vocação é um chamado de Deus. Peço que Deus o guie nessa missão. Estamos aqui para dar todo o apoio que ele precisar. A minha mãe sempre desejou ter um neto sacerdote. Então, o Lucas hoje realiza o grande sonho da avó, que hoje já não está mais aqui, mas do céu ela certamente está muito feliz”, destacou Armando Alves, pai do padre Lucas

“A emoção é muito grande, pois eu jamais imaginava que teria um filho sacerdote. Foi uma ótima surpresa, pois quando ele saiu de casa, eu não sabia se ele seguiria até o fim, perseverante para ser ordenado padre. Então, meu coração está alegre e muito grato por essa bênção em nossa família”, disse Maria José Medroso, mãe do padre Emerson.

Todos os arquidiocesanos são convidados a rezar pelos novos presbíteros para que, guiados pela fé e pelo Espírito Santo, possam cumprir a missão com zelo e humildade, sendo verdadeiros pastores no meio do rebanho que lhes foi confiado. Que a ordenação deste sábado seja apenas o início de uma vida plena de serviço e devoção ao Senhor.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Dia do Padre

Dia do Padre (Portal Católico)

Dia do Padre 

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
 

No dia 4 de agosto celebraremos neste ano o Dia do Senhor, o domingo, porém, dentro do mês vocacional recordamos a memória de São João Maria Vianney, um pároco exemplar, o Cura d’Ars, que converteu uma cidade inteira (sua fama ultrapassou as fronteiras de sua aldeia) através de sua pregação e seu exemplo de vida. Por isso, nesse dia celebramos o dia do Padre, agradecendo o ministério de cada um e pedindo a Deus novos operários para a messe.  

Temos de rezar sempre por todos os sacerdotes, para que perseverem em seu ministério e que sejam santos. Temos de pensar que sem sacerdotes não haverá Eucaristia e sem Eucaristia não haverá Igreja.  

O Dia do Padre é uma data muito especial, o maior presente que podemos oferecer aos sacerdotes neste dia é a oração. Toda vocação é querida por Deus, mas a vocação sacerdotal é muito especial, pois o sacerdote é capaz de levar o amor e a misericórdia de Deus para quem está precisando.  

Cabe a cada um de nós cuidar dos padres, respeitando acima de tudo como aquele que é o pai espiritual da comunidade. O nosso cuidado com os padres deve consistir em perguntar se eles estão bem, perguntar se precisam de algo, mas em nenhum momento ser invasivos, ou seja, conversar com o padre somente aquilo que é pertinente ao serviço pastoral e não querer entrar na intimidade da vida do padre.  

É claro que pode ser amigo do padre, convidá-lo para uma refeição em casa, tornar-se próximo do sacerdote, mas sempre com o máximo respeito. Outra coisa que se perdeu nos dias de hoje é o fato de pedir a benção para o padre, ao cumprimentar o sacerdote temos que pedir a benção primeiro para que a benção de Deus venha sobre nós.  

Aproveitemos o dia dedicado aos sacerdotes para rezar pelos sacerdotes idosos, doentes ou que estejam afastados do ministério. Peçamos que a misericórdia de Deus os alcance e que Deus os recompense por tudo de bom que fazem. O sacerdote, uma vez que é ordenado é para sempre: “Tu, tu és sacerdote pra sempre, Tu és sacerdote pra sempre, segundo a ordem de Melquisedec” (Sal 109/110).  

Nesse dia dedicado aos sacerdotes rezo também por todos os sacerdotes que estão em pleno exercício de seu ministério para que Deus os recompense e os dê forças para continuar levando adiante o rebanho, sendo bons pastores para o povo. Rezo também pelos sacerdotes recém ordenados que tem um longo caminho a percorrer, que Deus os ajude e lhes dê forças na missão.  

Por isso, nesse dia, rezo e convido todos a rezarem pelas vocações sacerdotais, para que nunca faltem jovens que busquem a servir a Deus e ao povo como presbíteros. Que todos os vocacionados perseverem em seu chamado e chegando ao sacerdócio possam servir bem ao povo de Deus.  

Estamos no ano dedicado a oração em preparação ao Jubileu da Esperança no próximo ano (2025): mais um motivo para nos dedicarmos a oração pedindo a Deus boas e santas vocações, e consequentemente bons e santos padres. A vocação é um chamado de Deus, é um dom do alto, e só é possível responder a esse chamado por meio da oração. Por isso, que os jovens rezem mais e possam ouvir qual vocação Deus os chama, e em nossa família possamos incentivar aos jovens para que rezem mais: “Pedi, pois, ao Senhor da messe”.  

O sacerdote é aquele que precisa de oração constante, para estar sempre disponível a atender o povo de Deus. O padre precisa ser padre vinte e quatro horas por dia, e seja em qual lugar for, mesmo fora do ambiente da Igreja, mesmo fora da celebração da Missa, ou de algum sacramento Ele continua sendo sacerdote.  

Os padres estão disponíveis para atender os fiéis, no confessionário, na casa, no hospital e nos cemitérios. São nesses gestos generosos, de delicadeza e carinho, que o padre vai conquistando a comunidade, além de estar cumprindo a sua missão.  

É importantíssimo para todo sacerdote ter coerência de vida, ou seja, viver aquilo que prega, não entrar em contradição. Se o padre diz que povo deve ter vida de oração, o padre deve ser o primeiro a demonstrar isso; se o padre diz que as pessoas devem amar o próximo o sacerdote deve ser o primeiro a demonstrar o amor ao próximo e tratar bem os paroquianos. O sacerdote deve pregar como quem tem autoridade, do mesmo modo que Jesus, ou seja, vivendo aquilo que ensina.  

O que sustenta a vida do Padre é a Eucaristia, por isso, o padre deve celebrar a Santa Missa todos os dias, o padre é o homem da Eucaristia, e por meio da Eucaristia conseguiremos forças para enfrentar os problemas. Do mesmo modo estar disponível para os outros sacramentos, ao entrar no Seminário o jovem vocacionado deve pensar nisso, ao ser ordenado padre será padre para sempre, e 24 horas por dia.  

São João Maria Vianney é o padroeiro de todos os padres, pois ele vivia isso no dia a dia, ficava até treze horas no confessionário, era homem de oração e celebrava a Santa Eucaristia todos os dias. Além de ir à casa das pessoas e nos bares da cidade a fim de converter aquela população e conseguiu o seu objetivo. Que todos os padres tenham São João Maria Vianney como exemplo e possam ir as pessoas e curá-las de seus pecados e seus egoísmos.  

Rezemos, neste dia do padre, pedindo a proteção de São João Maria Vianney por todos os sacerdotes. Deus abençoe todos os sacerdotes e que eles continuem sendo dispensadores dos mistérios da alegria e da esperança cristã, curando os corações feridos! 

Desejo um feliz dia do Padre para todos os padres, que o Cristo Bom Pastor seja o grande exemplo para todos e que a Virgem Maria, a mãe dos sacerdotes, interceda a todos e os conduzam no caminho do bem e do amor. E que todos os fiéis nesse dia, lembrem de rezar por seus padres.   

Fonte: https://www.cnbb.org

Reflexão para o XVIII Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Se algo nos falta ou aos nossos irmãos, saibamos que de há muito Deus providenciou, mas alguém o subtraiu, não partilhando.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

Quando, no deserto, o povo judeu começou a sentir fome e sede, pôs-se a lamentar-se, lembrando o passado recente, no Egito, quando, apesar da escravidão, estava sempre bem alimentado com muito pão e muita panela cheia de carne.

Deus os ouviu e como Pai providente, saciou-os com maná e codornas. Afinal fora Ele quem providenciara a libertação do senhorio egípcio, do mesmo modo que havia, séculos atrás, providenciado a ida e a ascensão de José, filho de Jacó, ao posto de vice-rei daquela terra dos faraós.

Agora, ao ouvir este novo clamor de seu querido povo, o Senhor fez coincidir as migrações daqueles pássaros com a fome dos judeus, como também fez coincidir o gotejamento de um arbusto típico do deserto sinaítico com a passagem do mesmo povo. Portanto, as aves e os pingos açucarados, ou seja, o maná, atividade normal da natureza naquele período, foram vistos e acolhidos pelos judeus como milagre.

Deus não respondeu ao povo com recriminações e castigos, mas ao contrário, dando alimento em abundância.

Por outro lado, Deus, como pedagogo, trabalhou o ponto frágil do povo que era a confiança em Sua Providência. Os israelitas deviam, a cada dia, esperar o alimento das mãos de Deus. As aves deveriam ser abatidas; não era possível criá-las e o maná, por sua vez, não podia ser armazenado, pois se estragava. A cada dia dispunham de alimento físico e também espiritual, isto é alimentar-se de fé na Providência.

No Evangelho, Jesus proporcionou ao povo alimento em abundância. Apenas viu frustrado seu objetivo, quando alimentou o povo com peixes e pão. O Senhor desejava, com esse sinal, mostrar o valor da partilha de todos os bens, isto é, alimentá-los com o dom de serem generosos, de partilharem seus bens, mas o povo queria apenas o alimento perecível.

Jesus, então, alertou o povo dizendo: “Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará.” O Senhor sabe que os alimentos comuns - comida, viagens, estudos - nada nos satisfaz, mas apenas Sua Palavra, que é Palavra de Vida. “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim, não terá mais fome; e quem crê em mim nunca mais terá sede.”

A segunda leitura se refere à nossa inconstância, apesar do compromisso radical feito no Batismo. Deveremos diariamente, possibilitar o crescimento do homem novo, renovando nossa fé em Jesus, buscando o alimento que não perece, confiando sempre em sua Providência.

Se algo nos falta ou aos nossos irmãos, saibamos que de há muito Deus providenciou, mas alguém o subtraiu, não partilhando. A carência material de alguns denuncia a pobreza espiritual de outros.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF