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terça-feira, 13 de agosto de 2024

NAZARENO: Pedro renega, Jesus se revela (reunião noturna do Sinédrio) - (54)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 54 - Pedro renega, Jesus se revela (reunião noturna do Sinédrio)

No meio daquela noite fria, Pedro e João, depois de seguirem o grupo à distância, aproximaram-se do palácio. João é conhecido do Sumo Sacerdote e tinha entrado com Jesus no pátio. Pedro, ao invés, parou do lado de fora, perto da porta.

Pouco depois João saiu, falou com a porteira e introduziu Pedro no pátio do Palácio. E a jovem porteira disse a Pedro: “Não és, tu também, um dos discípulos deste homem?”. Respondeu ele: “Não sou”. Os servos e os guardas tinham feito uma fogueira, porque estava frio; em torno dela se aqueciam. Pedro também ficou com eles, aquecendo-se. Disseram-lhe então: “Não és tu também um dos seus discípulos?”. Ele negou e respondeu: “Não sou”. Um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro decepara a orelha, disse: “Não te vi no jardim com ele?” Pedro negou novamente. E logo o galo cantou.

Naquele exato momento, o séquito de guardas está saindo, conduzindo Jesus a Caifás atravessando o pátio. O prisioneiro ainda está com as mãos amarradas nas costas. Pedro o vê de longe. Jesus se vira, reconhece-o e olha para ele. Pedro se levantou, saiu correndo do pátio e, quando chegou à rua, jogou-se no chão, chorando amargamente. Ele o havia renegado. Ele o havia deixado sozinho. No entanto, quando Jesus se voltou para ele por alguns instantes, seu olhar transbordava de misericórdia.

O trajeto da casa de Anás até a casa de Caifás é curto. Caifás se esforçara para convocar uma sessão do Sinédrio logo ao amanhecer, há dias já estava buscando testemunhos contra Jesus, a fim de condená-lo.

O chefe dos guardas do templo, um homem de confiança de Caifás, encontrou duas testemunhas que se levantam e afirmam falsidade.

Jesus escuta os testemunhos em silêncio, sem se perturbar.

Diante do silêncio de Jesus, Caifás repetiu a pergunta, com a voz ainda mais forte: “És tu Messias, o Filho do Deus Bendito?”.

Jesus levanta o olhar e fixando no rosto do Sumo Sacerdote responde: “Eu sou. E vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poderoso e vindo com as nuvens do céu”.

Vários membros da assembleia se levantam murmurando e fazem, quase em uníssono, uma única e ainda mais explícita pergunta: "És, portanto, o Filho de Deus?" Ele lhes declarou: "Vós dizeis que eu sou". O destino do Nazareno é definitivamente marcado por essas palavras inequívocas.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Dulce dos Pobres

Santa Dulce dos Pobres (A12)
13 de agosto
País: Brasil
Santa Dulce dos Pobres

Nascida em Salvador, Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes foi canonizada pelo Papa Francisco no ano de 2019, tornando-se a primeira santa brasileira. Recebe o título de Santa Dulce dos Pobres, em memória a sua vida completamente dedicada ao serviço dos mais necessitados.

Depois de sua formatura como professora, ingressou na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Na toma de hábito escolheu o nome de Dulce em homenagem a sua falecida mãe e para recordar que foi no calor da família que brotou sua vocação religiosa e o amor desinteressado pelos mais pobres.

Mulher de saúde frágil, porém de coração forte e decidido, não regateou esforços e criatividade para ajudar a minimizar os sofrimentos dos irmãos mais desvalidos da sociedade baiana. Foi promotora de diversas obras sociais e amou com carinho de mãe a cada um dos pequenos a ela confiados por Deus Pai.

Dulce dos Pobres é conhecida como o anjo bom da Bahia, pois para muitos foi ajuda vinda dos céus em momentos de extrema pobreza e desamparo. Seu olhar terno e penetrante confortou doentes, órfãos, idosos e moradores de rua; suas mãos trabalhadoras deram sustento aos abandonados e descartados do nosso Brasil.

Colaboração: Yara Fonseca

Reflexão:

A santidade de Santa Dulce dos Pobres é um convite à caridade para todos os cristãos, especialmente para nós, brasileiros, que compartilhamos com ela a mesma cultura e desafios sociais. Nosso anjo bom foi mensagem de Deus para os desamparados, com suas palavras e ações foi rosto da misericórdia e amor providente de Deus Pai. Busquemos que seu testemunho desperte em nossos corações a atitude do bom samaritano que no caminho da vida socorreu ao irmão ferido.

Oração:

Santa Dulce, Anjo Bom do nosso Brasil, já que na vida terrena fostes enviada pelo Pai para socorrer aos pobres, imploramos a Deus que no céu sejais nossa intercessora e nos ajude a viver uma autêntica caridade para com todos, especialmente os mais necessitados. Intercedei para que nesta terra de Santa Cruz reine o amor de Cristo e a fraternidade universal. Que assim seja, amém.

Fonte: https://www.a12.com/

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

A epidemia de cyberbullying: como os pais podem combatê-la

Tereluk

A epidemia de cyberbullying: como os pais podem combatê-la

Theresa Civantos Barber - publicado em 22/01/24 - atualizado em 08/08/24

O cyberbullying e as ameaças online são um problema relativamente novo. Esses recursos podem ajudar sua família a navegar com segurança no mundo on-line

Não é um momento fácil para criar um filho. Os pais de hoje enfrentam novos desafios que as gerações anteriores nunca tiveram de enfrentar, e talvez um dos mais angustiantes seja o cyberbullying.

O bullying sempre existiu, é claro, mas tratar os outros de forma cruel online é um desenvolvimento relativamente recente. O que exatamente é o cyberbullying? Aqui está uma definição útil oferecida pela UNICEF :

O cyberbullying é o assédio ou intimidação através de tecnologias digitais. Pode ocorrer em mídias sociais, plataformas de mensagens, plataformas de jogos e telefones celulares. É um comportamento que se repete e que busca assustar, irritar ou humilhar outras pessoas, por exemplo:

fizques | Obturador

Infelizmente, o cyberbullying é muito mais difundido do que a maioria dos adultos imagina. É tão comum que atingiu proporções epidêmicas.

mais recente estudo realizado pelo INEGI (México) revelou que:

Em 2022, 22,4% das mulheres e 19,1% dos homens que utilizaram a Internet foram vítimas de cyberbullying. O tipo mais comum de cyberbullying vivenciado por ambos os sexos foi o contato com identidades falsas.

Salva-vidas que os pais podem levar

Neste contexto, os pais nunca podem ser demasiado cuidadosos ao supervisionar a atividade dos seus filhos na Internet; Além disso, é importante comunicar-se com eles de forma clara e coerente; abrir essas conversas é a melhor defesa.

Se seus filhos têm telefones, uma estratégia útil é pegar os telefones e dispositivos eletrônicos antes de irem para a cama; Você também pode pedir que mantenham telefones e computadores nas áreas comuns da casa.

É importante explicar às crianças que as pessoas online podem estar a mentir sobre quem realmente são e que nunca devem partilhar informações pessoais.

Com muitos jogos hoje em dia apresentando violência e outros conteúdos intensos, vale a pena pensar em outras opções de jogos e tecnologia para crianças e observar como o mundo digital as está moldando.

O que fazer se seu filho sofrer cyberbullying

palpações médias | Obturador

É um cenário em que ninguém quer se encontrar, mas muitos pais enfrentam isso. Respire fundo: é uma situação horrível, mas como pai, você é a pessoa certa para ajudar seu filho a superar isso. E você tem opções:

1 DOCUMENTE E RELATE O ATAQUE

As redes sociais e as administrações escolares levam a sério as queixas de bullying. Imprima ou guarde as provas da agressão, caso o agressor as apague posteriormente, e informe as autoridades competentes. Dependendo da situação, você pode informar os pais do agressor. Noutros casos, poderá ser necessária uma ação judicial ou intervenção policial.

2 AJUDE SEU FILHO A SUPERAR EMOÇÕES NEGATIVAS

O bullying é devastador para a autoestima de uma criança. Pode ser aconselhável procurar aconselhamento profissional, dar ao seu filho algum tempo livre da escola, planear momentos especiais com a família ou amigos que amam e apoiam o seu filho e tomar outras medidas para ajudá-lo a recuperar emocionalmente de uma experiência tão dolorosa.

O cyberbullying e as ameaças online são um fenómeno relativamente novo para os pais e é natural sentir-se desamparado e inseguro sobre como proteger o seu filho. Esperamos que estes recursos ajudem a sua família a navegar no mundo online com segurança.

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/01/22/la-epidemia-del-ciberacoso-como-los-padres-pueden-combatirla

Algo grande e que seja amor (11): Frutos da fidelidade (1)

O Farol (Crédito: Opus Dei)

Algo grande e que seja amor (11): Frutos da fidelidade

A certeza de saber-nos sempre com Deus é uma fonte viva de esperança, da qual brotam mananciais de alegria e paz, que fecundam as nossas vidas e as vidas das pessoas que convivem conosco.

20/08/2019

O livro dos Salmos começa com um canto à fecundidade de quem procura ser fiel a Deus e à sua lei, e não se deixa levar pelo ambiente que os ímpios promovem: “Será como uma árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende, prospera” (cf. Sal 1,1-3). Na verdade, trata-se de um ensinamento constante nas Escrituras: “Aquele que é fiel será muito louvado” (Prov. 28,20); “o que semeia justiça receberá uma recompensa certa” (Prov. 11,18). Todas as obras de Deus são fecundas, assim como as vidas das pessoas que respondem ao seu chamado. O Senhor recordou-o aos apóstolos na última ceia: “eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16). A única coisa que Ele nos pede é que permaneçamos unidos a Ele como os ramos à videira, porque “quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto” (Jo 15,5).

Ao longo dos séculos, os santos também experimentaram a generosidade de Deus. Santa Teresa, por exemplo, escreveu: “E não costuma Sua Majestade pagar mal a pousada, quando Lhe dão boa hospedagem”[1]. Ele prometeu àqueles que são fiéis que serão recebidos em seu Reino, com palavras cheias de carinho: “Parabéns, servo bom e fiel! Como te mostraste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da alegria do teu senhor!” (Mt 25,21). No entanto, Deus não espera o Céu para dar o prêmio aos seus filhos, nesta vida Ele já os vai introduzindo na alegria divina com muitas bênçãos, com frutos de santidade e virtudes, fazendo com que cada pessoa e os seus talentos tenham o melhor rendimento possível. Ajuda-nos a não prestar muita atenção à nossa fragilidade e a confiarmos cada vez mais no poder de Deus. Além disso, por meio de seus filhos, o Senhor também abençoa as pessoas que estão ao seu redor. Deus se alegra com isso: “nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto” (Jo 15,8).

Nestas páginas, vamos rever alguns frutos que a nossa fidelidade produz, tanto na nossa vida como na dos outros. Queira Deus que esses frutos, e muitos outros que só Ele conhece, nos animem a nunca interromper a ação de graças pelos seus cuidados e pela sua proximidade. Assim, nós também aprenderemos a nos beneficiarmos desse amor cada dia mais.

Um céu dentro de nós

Poucas semanas antes de ir para o Céu, São Josemaria dizia a alguns de seus filhos: “O Senhor quis depositar em nós um tesouro riquíssimo. (…) Em nós habita Deus, Senhor Nosso, com toda a sua grandeza. Em nossos corações há habitualmente um Céu”[2]. O Senhor havia prometido aos apóstolos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a Ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14,23). Este é o principal dom que Deus nos oferece: a sua amizade e a sua presença em nós.

Deus não espera o Céu para dar o prêmio aos seus filhos, nesta vida Ele já os vai introduzindo na alegria divina com muitas bênçãos

Todos os dias podemos contemplar na oração com olhos novos esta verdade da presença divina em nós, e cultivá-la em nossa memória. Repletos de assombro e agradecimento procuraremos corresponder como bons filhos ao carinho imenso que Deus tem por nós. Porque “não é para ficar no cibório de ouro que Ele desce do céu todos os dias, mas para encontrar um outro céu, infinitamente mais querido que o primeiro, o céu da nossa alma, feito à sua imagem, o templo vivo da adorável Trindade”[3]. Somente com este presente divino podemos sentir-nos infinitamente recompensados e também seguros da alegria que damos a Deus com a nossa fidelidade.

Quando chega o cansaço físico ou moral, quando os abalos e dificuldades aumentam, é hora de lembrar outra vez que, “se Deus mora na nossa alma, tudo o mais, por muito importante que pareça, é acidental, transitório. Em contrapartida, nós, em Deus, somos o permanente”[4]. A certeza de que Deus está comigo, em mim e de que eu estou n’Ele (cfr. Jo, 6,56) é fonte de uma segurança interior e uma esperança impossíveis de explicar humanamente. Esta convicção vai nos tornando cada vez mais simples – como crianças – e nos dá uma visão ampla e confiada, um interior descontraído e alegre. Do fundo da alma brotam então a alegria e a paz, como frutos naturais da fidelidade e da entrega. Esses frutos são tão importantes, têm tanta força evangelizadora que São Josemaria os pedia diariamente ao Senhor na santa Missa, para ele e para todos os seus filhos e filhas[5].

Temos um Céu dentro de nós para levá-lo a todos os lugares: à nossa casa, ao lugar de trabalho, ao descanso, às reuniões com nossos amigos... “Nos nossos dias, em que se nota frequentemente uma forte ausência de paz na vida social, no trabalho, na vida familiar… é cada vez mais necessário que os cristãos sejam, com expressão de São Josemaria, ‘semeadores de paz e de alegria’”[6]. Sabemos por experiência que essa paz e essa alegria não são nossas. Por isso procuramos cultivar a presença de Deus em nossos corações, para que Ele preencha a nossa vida e para que seja Ele que comunique os seus dons aos que nos rodeiam. E a eficácia dessa simples semeadura é certa, ainda que o seu alcance seja imprevisível: “A paz do mundo depende talvez mais das nossas disposições pessoais, habituais e perseverantes, por sorrir, perdoar e não nos darmos importância, do que das grandes negociações entre os Estados, por muito importantes que sejam”[7].

Coração firme e misericordioso

Quando deixamos que a presença de Deus crie raízes e frutifique em nós – de certo modo, a fidelidade é isso – gradualmente adquirimos uma “firmeza interior” com a qual se torna possível ser pacientes e mansos diante das contrariedades, dos imprevistos, das situações desagradáveis, dos nossos próprios limites e dos limites dos outros. São João Maria Vianney dizia que “as nossas falhas são grãos de areia ao lado da grande montanha da misericórdia de Deus”[8]. Essa convicção nos permite reagir de uma forma cada vez mais parecida a como Deus reage às mesmas pessoas e circunstâncias, com mansidão e misericórdia, sem nos preocuparmos quando não respondem às nossas previsões e gostos imediatos. Descobrimos, em suma, que todos os acontecimentos são de alguma forma “veículos da vontade divina e devem ser recebidos com respeito e amor, com alegria e paz”[9]. Desta forma, pouco a pouco, adquirimos uma facilidade maior para rezar, desculpar e perdoar, como o Senhor faz, e se perdermos a paz, logo a recuperamos.

Deus transforma nosso pobre coração em um manso e misericordioso, a medida do seu

Às vezes, pode parecer uma fraqueza essa disposição de cultivar a mansidão e a misericórdia em nossos corações diante das misérias alheias que nos parecem denunciáveis ou diante da malícia de alguns que querem nos fazer mal. Lembremo-nos, no entanto, de como Jesus repreende os discípulos quando eles sugerem enviar um castigo do céu aos samaritanos que não O recebem (cf. Lc 9,55). “O programa do cristão — o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus — é ‘um coração que vê’. Este coração vê onde há necessidade de amor, e atua em consequência”[10].

A nossa paciente misericórdia, que não se irrita nem reclama diante da contrariedade, torna-se assim um bálsamo com que Deus cura os contritos do coração, cura as suas feridas (cf. Sal 147,3) e lhes torna mais fácil e mais suportável o caminho de conversão.

Pablo Edo

Tradução: Mônica Diez


[1] Santa Teresa de Jesus, Caminho de perfeição, cap. 34.

[2] Cfr. S. Bernal, Mons. Josemaria Escrivá de Balaguer. Perfil do Fundador do Opus Dei, Quadrante, São Paulo, 1978, p. 420.

[3] Santa Teresa de Lisieux, História de uma alma, cap. 5.

[4] São Josemaria, Amigos de Deus, n. 92.

[5] Cfr. J. Echevarría, Recordações sobre Mons. Escrivá, São Paulo, Quadrante.

[6] F. Ocáriz, F. Ocáriz, Homilia, 12/05/2017.

[7] Ibidem.

[8] Citado em G. Bagnard, «El Cura de Ars, apóstol de la misericordia», Anuario de Historia de la Iglesia 19 (2010) p. 246.

[9] São Josemaria, Instrucción maio-1935 - 14-IX-1950, n. 48.

[10] Bento XVI, Enc. Deus Caritas est (25/12/2005), n. 31.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/algo-grande-e-que-seja-amor-frutos-da-fidelidade/

Você sabe como se forma uma preciosa pérola no interior de uma ostra?

A preciosa pérola de uma ostra (Crédito: Ed. Cléofas)

Você sabe como se forma uma preciosa pérola no interior de uma ostra?

 Por Prof. Felipe Aquino*

Ela é o produto da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra contém uma substância lustrosa chamada nácar. Quando um grão de areia penetra, as células do nácar começam a trabalhar e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas para proteger o corpo indefeso da ostra. Como resultado, a linda pérola é formada.

Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.

Todos nós somos feridos de muitas maneiras pelas palavras dos outros; às vezes de ciúme, de ódio, de vingança, de inveja, de calúnia, maledicência… Às vezes nossas ideias são rejeitadas e até menosprezadas e, algumas vezes mal interpretadas.

Não se agite, não revide; não pague o mal com o mal; não, faça como a ostra e produza uma pérola no seu interior, no mesmo lugar da ferida que sangrou. Cubra suas mágoas e as rejeições sofridas com camadas e camadas de amor, paciência, bondade, delicadeza, oração…

“Não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça” (Eclo 2,2-3)

Não adianta ficar blasfemando contra a vida, contra as pessoas e contra Deus; nada resolve e ainda piora o estado de sua alma. É melhor acender um fósforo do que maldizer a escuridão. Uma simples chama de alegria ilumina uma grande escuridão.

Prof. Felipe Aquino

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*Sobre Prof. Felipe Aquino

O Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.

Fonte: https://cleofas.com.br/voce-sabe-como-se-forma-uma-preciosa-perola-no-interior-de-uma-ostra/

Hoje é celebrado o beato Inocêncio XI, papa

Beato Inocêncio XI (ACI Digital)

Hoje é celebrado o beato Inocêncio XI, papa

Por Redação central

12 de agosto de 2024

O beato Inocêncio XI foi o papa número 240 da Igreja, entre 1676 e 1689, e é considerado por alguns como o pontífice mais importante do século XVII.

Nasceu em 16 de maio de 1611, no norte da Itália, em Como. Realizou seus primeiros estudos na mesma cidade, com os jesuítas e, depois, na universidade La Sapienza de Roma e na Universidade da Nápoles, doutorando-se nesta última em direito civil e direito canônico (1639).

Não se tem dados sobre sua vocação e sua ordenação sacerdotal. Em 1645, o papa Inocêncio X o nomeou cardeal diácono de são Cosme e Damião.

Durante seu pontificado, teve vários problemas com cardeais franceses e com o rei Luiz XIV da França, pois não respeitava os direitos da Igreja. Este último convocou em assembleia o clero francês determinando que a Igreja passaria a ser uma instituição submissa ao Estado. Por isso, o pontífice decidiu excomungar o clero.

Inocêncio XI foi um homem asceta, bondoso e generoso com os pobres, lutou fortemente contra o nepotismo do clero, embora esta prática acabaria logo no pontificado de Inocêncio XII, em 1692.

Além disso, reformou a administração da cúria e ordenou as finanças do Vaticano.

Também escreveu sobre a Eucaristia, matéria de moral e de sistemas morais, assim como do sigilo da confissão.

Após uma longa enfermidade, morreu em 12 de agosto de 1689, no Palácio do Quirinal, o que gerou tristeza em todo o povo romano; foi sepultado em São Pedro.

Inocêncio XI foi beatificado por Pio XII em 7 de outubro de 1956. Sua festa é celebrada hoje (12), aniversário de sua morte. 

A Agência Católica de Informação - ACI Digital, faz parte das agências de notícias do Grupo ACI, um dos maiores geradores de conteúdo noticioso católico em cinco idiomas e que, desde junho de 2014, pertence à família EWTN Global Catholic Network, a maior rede de televisão católica do mundo, fundada em 1981 por Madre Angélica em Irondale, Alabama (EUA), e que atinge mais de 85 milhões de lares em 110 países e 16 territórios.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O sábado e o Domingo na visão de Ratzinger

Dia do Senhor’(Ap 1,10), o dia no qual Ele (Jesus) entrava entre os seus e os seus iam ao seu encontro." | Vatican News

"Nos três primeiros séculos de perseguição na Igreja primitiva, os cristãos não tinham o direito público do domingo e tal celebração externa não podia ter lugar. Quando Constantino, a partir do século IV, transforma o Cristianismo em religião do Império, encontramos em diversas fontes a celebração dos dois dias."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

No livro "Chi ci aiuta a vivere? Su Dio e l’uomo" ("Quem nos ajuda a viver? Sobre Deus e o homem"), Joseph Ratzinger escreve que aproximadamente no ano 110 d.C. Inácio, bispo de Antioquia, era levado de navio da Síria para Roma para ser devorado pelas feras. Durante esta viagem, com as mãos acorrentadas, escreveu sete cartas às comunidades cristãs que estavam ao longo do seu itinerário. Em uma destas cartas está a frase: «Nós não celebramos mais o sábado, mas vivemos observando o dia do Senhor (o domingo), no qual surgiu também a nossa vida...» (Magn. 9, 1).

Ou seja, os cristãos são formalmente descritos como pessoas que vivem de acordo com o domingo. A observância do domingo determina o seu ritmo de vida, caracteriza a sua íntima forma de vida. O domingo é para eles, por assim dizer, o lugar na trama do tempo onde se chega à própria vida, se experimenta o que a vida realmente significa.

Esta experiência de vida autêntica continua durante toda a semana. Permanece, por assim dizer, o tom fundamental que persiste no ruído da semana e cujo eco nos permite reencontrar sempre a saída, em direção à luz.

Depois de "Domingo, maior do que o Dia do Sábado Judaico", Pe. Gerson Schmidt* nos propõe a reflexão "O sábado e o Domingo na visão de Ratzinger":

"Joseph Ratzinger, em seu livro Obras Completas (Volume XI), que aborda sobre a Teologia da Liturgia – O Fundamento Sacramental da Existência Cristã, descreve sobre o sábado e o domingo, tema que estamos aprofundando. Santo Inácio de Antioquia diz que “aquele que da vida nos antigos ordenamentos chegou à novidade, à esperança, não é mais um homem do sábado, mas vive segundo o Dia do Senhor". Ratzinger diz que “o ritmo sabático e a vida segundo o Dia do Senhor se contrapõem, portanto, como dois estilos de vida fundamentalmente diferentes: de uma parte, o ser colocados estavelmente sobre determinados trilhos normativos; de outra, o viver com base no que há de vir, com base na esperança. O teólogo alemão, que se tornou Papa Bento XVI, faz uma pergunta: Como se desenvolveu concretamente da observância do sábado para a celebração do domingo?

E responde: “Podemos considerar, por certo, que, já na época apostólica, o dia da Ressurreição se impôs por si mesmo como dia da Assembleia Cristã: era o ‘Dia do Senhor’(Apc 1,10), o dia no qual Ele(Jesus) entrava entre os seus e os seus iam ao seu encontro. Assembleia em torno do Ressuscitado significa que Ele partia de novo o pão para os seus (cf. Lc 24,30.35). Era um encontro com o Cristo presente, um encaminhar-se em direção a sua vinda final e em tudo isso, ao mesmo tempo, estava a presença da Cruz como a sua verdadeira elevação, como o evento do seu amor que se distribui em dom. O Novo Testamento, como, também, os escritos mais antigos do século II, confirmam muito claramente: o Domingo é o dia do culto dos cristãos”. Ratzinger embasa esses dados em outro teólogo alemão Willy Rordorf, em sua obra “Sabbat e Sonntag in der Alten Kirche, ou seja, o “Sabbat (judaico) e o Domingo na Igreja Antiga”[1].

O grande teólogo Joseph Ratzinger diz que a Ressurreição conecta criação e restauração, início e fim e cita o Hino Cristológico de São Paulo na Carta aos Colossenses. Afirma assim: “Mas o nexo com a temática da criação, que para o Sábado é essencial, era implícito, mesmo de uma forma mudada, na data do primeiro Dia da semana, isto é, o dia no qual teve início a criação: a Ressurreição conecta início e fim, criação e restauração. No grande hino Cristológico da Epístola aos Colossenses, Cristo vem chamado, seja o primogênito da criação (cf. Cl 1,15), seja o primogênito dos mortos (cf. Cl1,18), pelo qual Deus quer reconciliar todos consigo. Aqui encontramos, precisamente, a síntese que estava veladamente presente na data do primeiro dia e que, em seguida, deveria determinar a teologia do Domingo Cristão para o futuro. Nesse sentido, todo o conteúdo teológico do Sábado, embora de modo renovado, podia passar na celebração cristã do Domingo. Antes, a passagem do Sábado para o Domingo reflete, precisamente, a continuidade e a novidade da realidade Cristã”.

Nos três primeiros séculos de perseguição na Igreja primitiva, os cristãos não tinham o direito público do domingo e tal celebração externa não podia ter lugar. Quando Constantino, a partir do século IV, transforma o Cristianismo em religião do Império, encontramos em diversas fontes a celebração dos dois dias.  Ratzinger menciona também as Constituições Apostólicas, aqui já referendadas, citando dois textos interessantes. Um texto diz: “Transcorreis o sábado e o Dia do Senhor na alegria festiva, porque o primeiro, é o memorial da criação, e o outro aquele da Ressurreição”. Nessas Constituições Apostólicas, um pouco mais adiante, se lê: “Eu, Paulo, e eu, Pedro, ordenamos: escravos devem trabalhar cinco dias, no sábado e no domingo devem ter tempo para instrução catequética na igreja. O sábado, de fato, tem o seu fundamento na criação, o Dia do Senhor na Ressurreição”.

A mesma orientação encontramos em São Gregório de Nissa quando diz que esses dois dias tornam-se irmãos. Sobre essa fraternidade dos dois dias, já falávamos que São João Paulo II, na Carta Apostólica Dies Domini, disse que não faltaram, inclusive, setores da cristandade em que o sábado e o domingo foram observados como «dois dias irmãos»”[2]. Gregório de Nissa até faz uma pergunta: “Com qual olho vês o Dia do Senhor, tu que não tiveste em honra o sábado? Ou não sabes que esses dois dias são irmãos?”[3].

Mas conclui Ratzinger, referendando Willy Rordorf, que o dia espiritual pode ser ”colocado em um único dia, e naquele caso, o dia de Jesus Cristo, que é, ao mesmo tempo, o terceiro, o primeiro e o oitavo dia, expressão da novidade cristã, como também da síntese cristã, de todas as realidades, deve ter, necessariamente, a precedência”.

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
_______________

[1] RATZINGER, Joseph. Obras completas, Volume XI, Teologia da Liturgia – Fundamento Existencial da Vida Cristã, Edições CNBB, 2019, p. 229.
[2] JOÃO PAULO II, Dies Domini, 23.
[3] RATZINGER, Joseph. Obras completas, Volume XI, Teologia da Liturgia – Fundamento Existencial da Vida Cristã, Edições CNBB, 2019, p. 231, nota do rodapé.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 11 de agosto de 2024

Dia dos Pais: Seis pais de família católicos que alcançaram a santidade

Santos católicos pais de família (ACI Digital)

Dia dos Pais: Seis pais de família católicos que alcançaram a santidade

Por Redação central*

11 de agosto de 2024

Na Igreja Católica, houve homens que, em diferentes épocas, deram testemunho de uma verdadeira e santa paternidade. Por ocasião do Dia dos Pais, apresentamos alguns pais de família que alcançaram a santidade:

1. São José

Deus encomendou a são José uma grande responsabilidade e privilégio: ser o pai adotivo de Jesus Cristo e casto esposo da Virgem Maria.

São José era carpinteiro e descendente do rei Davi. Quando foi a Belém com Maria para se registrar no censo, ela deu à luz Jesus em um estábulo e, em seguida, tiveram que fugir para o Egito para evitar que o Menino fosse assassinado por ordem do rei Herodes.

São José educou Cristo e lhe ensinou o ofício de carpinteiro. É conhecido como “Padroeiro da Boa Morte”, porque, segundo a tradição, morreu acompanhado e consolado por Jesus e Maria.

Em um discurso, o papa Francisco destacou que são José soube descansar em Deus na oração, levantar-se com Jesus e Maria e ser uma voz profética em meio ao mundo.

2. São Luís Martin

São Luís Martin foi esposo de santa Zélia Guérin e pai de cinco filhas, entre as quais se destacam santa Teresa de Lisieux, doutora da Igreja, e Leônia, cuja causa de beatificação foi aberta em 2015.

Quando era jovem, Luís quis ser religioso da Congregação Hospitaleira do Grande São Bernardo, mas não foi admitido porque não sabia latim. Aprendeu o ofício de relojoeiro e se estabeleceu em Alençon (França), onde conheceu sua futura esposa.

Luís e Zélia se casaram em 12 de julho de 1858 e tiveram nove filhos, dos quais cinco mulheres sobreviveram. O casal tinha uma intensa vida espiritual e formou as meninas para que fossem boas católicas e cidadãs respeitáveis.

Zélia morreu de câncer em 1877. Luís cuidou de suas filhas e se mudaram para Lisieux. Com o passar dos anos, todas abraçaram a vida religiosa. O santo padecia de uma doença que foi o consumindo até que perdeu suas faculdades mentais. Morreu em 1894.

Em outubro de 2015, Luís e sua esposa Zélia foram o primeiro casal a ser canonizados juntos. Sua festa é celebrada em 12 de julho, dia de seu aniversário de casamento.

3. São Tomás More

São Tomás More nasceu em Londres em 1477 e, em 1505, casou-se com Jane Colt, com que teve um filho e três filhas. Entretanto, sua esposa morreu e ele contraiu um novo matrimônio com Alice Middleton.

São João Paulo II indicou que More foi “um marido e pai afetuoso e fiel, cooperando intimamente na educação religiosa, moral e intelectual dos filhos. A sua casa acolhia genros, noras e netos”.

Sua excelente carreira como advogado o levou ao parlamento inglês e, anos mais tarde, chegou a ocupar postos importantes do governo, depois que seu livro “Utopia” chamou a atenção do rei Henrique VIII.

Foi preso por se opor aos desejos do monarca de repudiar sua esposa para se casar com outra mulher e separa-se da Igreja Católica para formar a Igreja Anglicana.

Sua filha Margarida o visitava na prisão frequentemente e rezavam juntos. Por se manter forme em suas convicções, foi declarado traidor e decapitado em 6 de julho de 1535.

4. Santo Isidro Lavrador

Desde pequeno, Santo Isidro trabalhou lavrando, cultivando e na colheita em campos na Espanha.

Casou-se com uma camponesa que também se tornou santa: Maria da Cabeça. Ambos tiveram um filho que, segundo a tradição, caiu em um poço com uma cesta. Rezaram com fervor e, então, as águas começaram a subir até que o pequeno apareceu ileso.

Aos domingos à tarde, costumavam passear com sua família pelos campos. Depois de ter criado seu filho, santo Isidro e santa Maria da Cabeça decidiram se separar para ter uma vida entregue totalmente a Deus. Ele ficou em Madri e ela partiu para uma ermida.

Santo Isidro passou o resto de sua vida lavrando os campos e rezando. Morreu em 30 de novembro de 1172.

5. São Luís da França

Luís IX nasceu em 1214 e foi coroado rei dos franceses aos doze anos, sob a regência de sua mãe, que costumava lhe dizer: “Filho, prefiro te ver morto a ver-te em desgraça de Deus pelo pecado mortal”.

Em 1234, foi declarado maior de idade e assumiu suas funções de monarca. Casou-se com a virtuosa Margarida de Provença, que lhe ajudaria a alcançar a santidade. Ambos tiveram 11 filhos.

O rei se distinguiu por sua bondade, justiça, caridade e piedade. Educou seus filhos assim como sua mãe fez com ele.

Participou das cruzadas para recuperar os lugares santos e frear as invasões muçulmanas. Na segunda cruzada, ficou doente de disenteria perto de Cartago (norte da África). Morreu em agosto de 1270.

Deixou um “testamento espiritual” ao filho que o sucederia, o futuro Felipe III, no qual deu instruções para ser um governante sábio, justo e santo.

6. Santo Estêvão da Hungria

Santo Estêvão foi rei da Hungria, esposo da beata Gisela da Baviera e pai de santo Américo.

Teve um grande carinho pela Igreja e procurava ser um exemplo de piedade para seus súditos. Costumava se disfarçar para sair à noite para ajudar quem precisava.

Educou eu filho com esmero e lhe deixou escritos vários conselhos sobre as virtudes que um monarca deve cultivar.

Juntos, defenderam o reino do ataque de Conrado II, imperador do Sacro Império Romano Germânico. Entretanto, o jovem faleceu durante uma caça. Ao receber a notícia, Estêvão exclamou: “O Senhor o deu a mim, o Senhor o tirou de mim. Bendito seja Deus”.

O rei nomeou como sucessor seu sobrinho Pedro Orseolo. O santo morreu em 15 de agosto de 1038, dia da solenidade da Assunção da Virgem Maria, de quem foi grande devoto.

*A Agência Católica de Informação - ACI Digital, faz parte das agências de notícias do Grupo ACI, um dos maiores geradores de conteúdo noticioso católico em cinco idiomas e que, desde junho de 2014, pertence à família EWTN Global Catholic Network, a maior rede de televisão católica do mundo, fundada em 1981 por Madre Angélica em Irondale, Alabama (EUA), e que atinge mais de 85 milhões de lares em 110 países e 16 territórios.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/52824/dia-dos-pais:-seis-pais-de-familia-catolicos-que-alcancaram-a-santidade

As crises no caminho da fé

As crises no caminho da fé (Arquidiocese de Passo Fundo)

As crises no caminho da fé 

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

A leitura do capítulo 6 do Evangelho de São João (1 Reis 19,4-8, Salmo 33, Efésios 4,30-5,2 e João 6,41-51), que nos acompanha nestes domingos da Liturgia dominical, iniciou meditando sobre a milagrosa multiplicação do cinco pães e dois peixes. O evangelista registra que uma multidão se alimentou. A seguir, Jesus convida a quantos tinha saciado a esforçarem-se em buscar um alimento que permanece para a vida eterna. Quer ajudar a multidão a compreender o significado daquele prodígio que realizou saciando a fome física e depois prepara a multidão para aceitar o segundo anúncio: “Eu sou o pão que desceu do céu”. Comer deste pão significa alimentar-se para a vida eterna.  

A multiplicação do pão para saciar a fome gerou euforia a ponto de quererem proclamar Jesus rei. Mas, o segundo convite “eu sou o pão que desceu do céu” gerou murmurações a respeito de Jesus. No contexto bíblico, murmurar é uma atitude de um povo descrente. A motivação da murmuração é a pretensão satânica de querer impor a Deus a própria lógica humana, de enquadrá-lo nos esquemas construídos pelos humanos. “A incredulidade agora se direciona contra a encarnação do Cristo, contra o escândalo da sua humanidade que contradiz e torna absurda a sua proposta divina de ser “o pão descido do céu”. A visibilidade da carne e da humanidade que deveria ser um instrumento de graça, uma transparência da presença amorosa de Deus no meio dos homens, torna-se para os olhos incrédulos um obstáculo que impede de intuir no “filho de José” o Filho de Deus. O escândalo da encarnação e da cruz, porém, são a força que derrota a sabedoria humano “murmuradora” (Cardeal Gianfranco Ravasi).  

O Livro dos Reis medita a crise vivida por Elias. Ele começa a sua missão de profeta de forma triunfal, segundo a compreensão humana, e pensa que isto converterá todo o povo para Deus. Mas isto não se confirma e passa a ser perseguido pela rainha. Foge para o deserto e pede a Deus: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais”. Esta fuga para o deserto torna-se uma peregrinação para o início do povo de Deus. Alimentado duas vezes pelo anjo, lhe é dito: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”. Coloca-se quarenta dias pelo caminho até chegar ao monte Horeb, também conhecido por Monte Sinai, onde Deus, por mediação de Moisés, estabeleceu aliança com o Povo através dos dez mandamentos. Elias alimentado com o pão, a água e a Palavra de Deus renasce como profeta, no mesmo lugar onde nasceu o povo de Deus. 

A Carta aos Efésios convida “não contristeis o Espírito Santo”, isto é, não tornar muito triste o Espírito Santo pela incredulidade e o pecado. “Toda amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isto deve desaparecer no meio de vós, como toda espécie de maldade”.  A vida divina oferecida pelo Espírito Santo, o pão descido do céu e a Palavra de Deus são o fundamento da ética cristã. “Sede bons uns para com os outros, sede compassivos; perdoai-vos mutuamente, como Deus vos perdoou por meio de Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos que ele ama. Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor”.  

Somos peregrinos no mundo rumo a Deus. Uma peregrinação na qual estamos sujeitos a crises inesperadas, também no âmbito da fé. Porém a divina providência oferece “o pão vivo descido do céu” para não desanimarmos. A exortação a Elias vem dirigida a nós: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa: verdadeira fé e oração abrem a mente e o coração, não os fecham

++ O Papa, ataques e assassinatos seletivos não são uma solução ++ (ANSA)

Fechar-se na fortaleza impenetrável das convicções e esquemas rígidos, realizando práticas religiosas que apenas servem para confirmar o que já se pensa, impede um diálogo sincero, uma aproximação entre irmãos e de encontrar verdadeiramente o Senhor", foi o que disse em síntese o Papa Francisco em sua alocução antes de rezar o Angelus neste XIX Domingo do Tempo Comum.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Silenciar e colocar-se à escuta de Deus, acolhendo a sua voz para além dos nossos esquemas e superando os medos com a sua ajuda.

Antes de rezar o Angelus com os peregrinos reunidos na Praça São Pedro sob um calor de 36°C, o Papa comentou o Evangelho de João proposto pela liturgia do XIX Domingo do Tempo Comum, que fala da reação dos judeus à afirmação de Jesus: “Desci do céu”, e "se escandalizam"!

Estar atentos aos preconceitos e à presunção

Eles se perguntam como é possível que um filho de um carpinteiro, cuja mãe e parentes são pessoas comuns, conhecidas, normais, como tantos outros, poderia ter "descido do céu". Em outras palavras, de "como Deus poderia se manifestar de forma tão comum?". E Francisco explica:

Eles estão bloqueados na própria fé, pelo preconceito, bloqueados pelo preconceito em relação às suas origens humildes e também bloqueados pela presunção, portanto, de não terem nada a aprender d’Ele. Os preconceitos e a presunção, quanto mal nos fazem! Impedem um diálogo sincero, uma aproximação entre irmãos. Estejamos atentos aos preconceitos e à presunção. Eles têm seus próprios esquemas rígidos e não há espaço em seus corações para o que não tem a ver com eles, para o que não conseguem catalogar e arquivar nas estantes empoeiradas de suas seguranças.

O fechamento do coração

No entanto - observou o Papa - "são pessoas que observam a lei, dão esmolas, respeitam os jejuns e os momentos de oração". E mesmo Cristo tendo realizado vários milagres, isso "não os ajuda a reconhecer n’Ele o Messias". Por quê?

Porque realizam as suas práticas religiosas não tanto para ouvir o Senhor, mas para encontrar nelas a confirmação do que pensam. São fechados à Palavra do Senhor e buscam uma confirmação para os próprios pensamentos. Isto é demonstrado pelo fato de sequer se preocuparem em pedir uma explicação a Jesus: limitam-se a murmurar entre si a respeito dele, como que para se tranquilizarem, uns aos outros, sobre aquilo de que estão convencidos, e se fecham, são fechados como que em uma fortaleza impenetrável. E assim não conseguem acreditar. O fechamento do coração, quanto mal faz, quanto mal faz!

A verdadeira fé e oração, quando verdadeiras, abrem a mente e o coração

E isso - observou o Papa - pode acontecer também a nós, na nossa vida de fé e na nossa oração:

Pode acontecer-nos, isto é, que em vez de ouvirmos verdadeiramente o que o Senhor tem para nos dizer, nós buscamos d’Ele e dos outros somente uma confirmação daquilo que pensamos, uma confirmação das nossas convicções, nossos juízos, que são pré-conceitos. Mas este modo de nos dirigirmos a Deus não nos ajuda a encontrar Deus verdadeiramente, nem a abrir-nos ao dom da sua luz e da sua graça, para crescer no bem, para fazer a sua vontade e para superar os fechamentos e as dificuldades.

“A fé e oração, quando são verdadeiras, abrem a mente e o coração, não os fecham. Quando encontras uma pessoa que na mente, na oração, são fechadas, essa fé e essa oração não são verdadeiras”

Então, o convite do Santo Padre a nos perguntarmos:

Na minha vida de fé, sou capaz de realmente fazer silêncio dentro de mim e de me colocar na escuta de Deus? Estou disposto a acolher a sua voz para além dos meus esquemas e superar também, com a sua ajuda, os meus medos?

Que Maria - disse ao concluir - nos ajude a ouvir com fé a voz do Senhor e a fazer com coragem a sua vontade.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF