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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Os dez mandamentos

Os dez mandamentos (A12)

Os dez mandamentos

Dom Pedro Cipollini
Bispo de Santo André (SP)

A maioria de nós já ouviu falar nos dez mandamentos da Lei de Deus ou Decálogo. A Bíblia tem um nome para estes mandamentos; “As Dez Palavras de Javé”(cf. 34,28;Dt 4,13 e 10,4) ou  tábuas da Lei. Estes mandamentos formam a base da aliança de Deus com o Povo reunido no monte Sinai. O número dez não tem sentido ou valor simbólico, mas sim pedagógico, pois permite decorar estes mandamentos contando-os pelos dedos das mãos. Nos Evangelhos Jesus se refere a estes mandamentos e os apóstolos os indicam como obrigatórios na nova ordem da salvação trazida por Jesus Cristo ( cf. Mt 19,17,Mc 10, 19; Lc 18,20; Rm 13,9, etc.). 

O decálogo tem valor universal como síntese dos valores religiosos e morais. Mas hoje na sociedade que vivemos, eles estão esquecidos. Vale a pena recordar quais são estes dez mandamentos da lei de Deus: 1. Amar a Deus sobre todas as coisas. 2. Não tomar seu santo nome em vão. 3.Descansar nos domingos e festas. 4.Honrar pai e mãe. 5. Não matar. 6. Não cometer adultério. 7.Não roubar. 8.Não levantar falso testemunho. 9. Não desejar a mulher do próximo. 10. Não cobiçar as coisas alheias.  

Estes mandamentos são entregues a Moisés por um Deus que se apresenta como libertador. Ele tirou o povo da escravidão do Egito. Se o povo não quiser voltar a ser escravo, deve observar estes mandamentos. Eles são expressão da vontade do próprio Deus. Mais do que preceitos éticos e morais, estes mandamentos indicam a pertença ao povo de Deus. Quando o indivíduo observa-os, ele está dentro do povo de Deus, ao não observá-los ele se coloca fora, rompe com a aliança, com a comunhão com Deus e com a comunidade de pertença. 

Mas o que significam estes mandamentos em nossa época onde predomina o relativismo, que pretende ser o homem não só capaz de pensar a verdade, mas fazer sua própria verdade ou seja, cada um é lei para si mesmo e para os outros. Então para que o Decálogo? Para nos fazer recuperar a inocência original, na qual fomos criados por Deus e que perdemos pelo pecado. Pecado que é construir uma sociedade com base no egoísmo e não no amor, o qual o ser humano intui ser a lei maior que rege o universo, como escreve o poeta Dante na sua “Divina Comédia”: “Amor que move o sol e as estrelas”. 

No fundo do coração de cada ser humano está escrita a lei natural, a lei do amor, a consciência do bem e do mal, consciência perdida pela desagregação interna da pessoa. Porém ao entregar o Decálogo a Moisés, Deus confirma a lei natural inscrita na consciência de cada ser humano, por mais que ele tente negar que a vida plena está em fazer o bem e evitar o mal. No fundo de sua consciência o homem descobre uma lei que ele não se impôs, mas que vem de fora, é a voz da consciência, a voz de Deus. 

Os dez mandamentos não são um jugo para maltratar o homem, mas caminho de crescimento e libertação, eles possibilitam uma vida mais humana, digna e honrada: “Minha lei será a vossa alegria e delícia”(Ez 36,24). O que seria a humanidade sem leis justas que mostram e facilitam o caminho da liberdade para todos? Os dez mandamentos são os marcos que indicam ao homem o caminho para a verdade, liberdade e felicidade. 

Aos poucos eles estão sendo relegados ao passado e esquecidos.  Portanto é bom lembrar o que escreveu G. K. Chesterton: “As civilizações no seu apogeu declinam, porque esquecem as coisas evidentes”.  

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Cardeal Ignazio Suharyo explica como é seguir Jesus no país da "Pancasilla"

Vitral com Nossa Senhora de Fátima na Igreja de São Barnabé em Tangerang, Indonésia.  (ANSA)

Segundo dados da Conferência Episcopal Indonésia, existem cerca de 10,5 milhões de católicos nas 34 províncias indonésias, em um total de mais de 275 milhões de habitantes, de maioria muçulmana. Em entrevista à Agência Fides, o arcebispo de Jacarta fala da presença católica no Arquipélago desde os primórdios e como esta teve participação até mesmo na independência do país em 1947.

por Paolo Affatato

Ao entrar no complexo da Catedral de Jacarta, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, um display com a imagem do Papa Francisco faz a contagem regressiva e informa aos fiéis quantos dias faltam para sua chegada à capital indonésia. O mesmo cronômetro é encontrado na igreja, onde os fiéis param para rezar diante da estátua da Pietà ou diante da Virgem com rosto indonésio. Do outro lado da rua avista-se a grande mesquita Istiq'lal, e também ali, onde se realizará um encontro inter-religioso com o Papa, os preparativos são intensos.

No clima de expectativa pela visita do Papa Francisco, o cardeal Ignatius Suharyo Hardjoatmodjo, arcebispo de Jacarta desde 2010, fala em uma entrevista à Agência Fides (publicada em duas partes) sobre os motivos da peregrinação papal e as esperanças que suscitam no país de maioria islâmica mais populoso do mundo.

Cardeal Suharyo, o senhor poderia traçar-nos um perfil da Igreja Católica na Indonésia?

A Indonésia é um país muito grande e a situação varia muito, de ilha para ilha, em todos os níveis: geografia física, contexto social, cultural e religioso, nível de desenvolvimento e educação. Esta grande diversidade é certamente uma riqueza, mas objetivamente representa também um problema, ou seja, um desafio a ser enfrentado para a unidade da nação. Em linha de máxima, os católicos na Indonésia vivem em harmonia com o resto da nação, com os diferentes componentes da sociedade, cuja grande maioria professa o Islã. Também na extensão e na presença da Igreja Católica no arquipélago podemos notar grandes diferenças: se formos a Flores, na província de Nusa Tenngara oriental, encontraremos uma ilha onde a maior parte da população é católica; se formos para Sumatra Ocidental, a porcentagem se aproxima de zero. Em uma situação muito diversificada, então, o critério comum é viver e testemunhar a nossa fé com simplicidade e mansidão, e desfrutar de boas relações com todo o resto do povo. Segundo dados da Conferência Episcopal Indonésia, existem cerca de 10,5 milhões de católicos nas 34 províncias indonésias, num total de mais de 275 milhões de habitantes.

Alguma breve informação histórica sobre a presença da fé católica na Indonésia?

Depois dos primeiros contatos com alguns missionários franciscanos no século XIV, os primeiros missionários portugueses chegaram à região das ilhas Molucas no início de 1500 e levaram para lá o Evangelho. Também o grande apóstolo São Francisco Xavier, padroeiro das missões, desembarcou na metade de 1500 e atuou no que hoje é território indonésio. Depois, com a presença dos colonizadores holandeses (que aqui permaneceram por 350 anos), favoráveis ​​ao calvinismo, a difusão da fé católica foi prejudicada e sofreu um revés. Somente no século XIX o governo das Índias Orientais Holandesas concedeu aos católicos liberdade de missão. Aqui em Java recordamos a presença do missionário holandês Frans Van Lith, que no início do século XX evangelizou o centro da ilha e fundou o primeiro Seminário.

É uma história muito longa, e o sua última passagem, aquela mais próximo de nós, começa com a Proclamação da Independência da Indonésia em 1947. É preciso recordar que então a Santa Sé foi uma das primeiras a reconhecer a nova nação que obteve o independência. Desde 1947 um representante do Vaticano já estava oficialmente presente em Jacarta. Este é um ponto importante na história da Igreja Católica no Arquipélago. E, voltando, antes da independência, os missionários católicos presentes estavam ao lado da população local e partilhavam com ela o desejo de se tornar uma nação, manifestando-se já no início do século XX.

De que forma essa proximidade se manifestou?

No período colonial, primeiro holandês e depois japonês – durante a Segunda Guerra Mundial – os missionários expressaram muito claramente a visão de serem favoráveis à independência da Indonésia. Ainda mais depois da Carta Apostólica Maxixmum Illud de Bento XV. Quero recordar, por exemplo, a figura de um jesuíta que se tornará, em 1940, o primeiro bispo indonésio: Alberto Soejapranata, aluno do Seminário Van Lith, hoje um dos heróis nacionais reconhecidos pelo Estado. Soejapranata promoveu explicitamente a independência da nação, em um vasto movimento que tinha muitas almas, como a comunista, a islâmica e a nacionalista.

Portanto, desde o início, os católicos indonésios sentem-se plenamente integrados na nação...

Pode-se afirmar que eles são parte integrante da nação desde o início. Ainda hoje compartilhamos e recordamos o lema do bispo Alberto Soejapranata: ser cem por cento católicos e cem por cento indonésios. Podemos dizer que em toda a parte, em toda a Indonésia, os católicos vivem este espírito de pertença. Ele queria dizer que, como católicos, temos consciência de ser chamados a ser santos, a seguir os passos de Cristo, a ser suas testemunhas nesta parte do mundo. E como indonésios, amamos o nosso país, olhando para ele e vivendo nele com a inspiração da nossa fé. Na nossa história de hoje, este espírito significa ser generoso, caridoso e compassivo para com o nosso país, para com toda a vasta população indonésia.

Como se expressa hoje esta abordagem no contexto específico da Indonésia, tão vasto e plural?

Esta atitude de amor à pátria hoje exprime-se e clarifica-se no praticar na vida quotidiana dos valores da “Pancasila”, a “Carta dos cinco princípios” que está na base da Constituição.

Gostaria de dar um exemplo prático: na nossa Arquidiocese de Jacarta, no quinquênio de 2016 a 2020, refletimos, como comunidade, sobre um dos princípios da Pancasila a cada ano, traduzindo-o na vida quotidiana, considerando-o da específica perspectiva da nossa fé, fortalecendo assim quer a nossa fé como a nossa pertença à Indonésia.

Estudamos o primeiro princípio – a fé no único Deus – à luz do documento Deus Caritas Est e celebramos naquele ano o Jubileu da Misericórdia: Deus é amoroso e misericordioso conosco. O segundo princípio é a humanidade. A pergunta que nos fizemos foi a do Evangelho: quem é o meu próximo? Se pensarmos que a Indonésia é composta por mais de sete mil grupos étnicos, com culturas, histórias e tradições diferentes. O meu próximo é cada uma destas pessoas, do vasto mosaico indonésio.

Ao atualizar o terceiro princípio, a unidade da Indonésia, vimos que hexiste uma consequência direta: somos diferentes mas todos ligados pela mesma humanidade, e isto constrói a unidade do país. O lema da Indonésia é precisamente “unidade na diversidade”. Quisemos expressar isso de especial maneira no culto mariano, representando a Virgem Maria, nossa mãe - da qual existem várias figuras e rostos diferentes, dependendo dos estilos e culturas da Indonésia - com um rosto comum a todos: nasceu assim “Maria mãe de todas as etnias”, representada com as cores da nação e com a garuda, a águia nacional, e essa estátua está na Catedral de Jacarta. Também rezamos e distribuímos milhares de Rosários nas cores branca e vermelha, as cores nacionais.

Como vocês atualizaram os dois últimos princípios da Pancasila?

Para o quarto princípio, a democracia guiada pela sabedoria, aprofundamos a nossa compreensão da sabedoria cristã, graças a um discernimento comunitário, uma experiência de profunda sinodalidade que nos reconduziu às origens da nação indonésia e nos levou a pensar sobre o nosso futuro não individualmente, mas juntos e como comunidade inserida em uma nação mais ampla. Tivemos também a ocasião de refletir sobre a hierarquia na Igreja, que só faz sentido se concebida como serviço, e vivida com o método da escuta, porque o Espírito Santo fala na comunidade: assim o princípio da democracia, de uma forma ou outra, entra também na vida da comunidade eclesial, com uma prática de sinodalidade.

Ao abordar o quinto princípio, a justiça social, chegou a pandemia e pudemos ainda mais vivenciar a atenção aos pobres e aos doentes, aos que se encontram em estado de necessidade e são os mais necessitados e vulneráveis, sem distinção de crença, etnia, cultura. Para sancionar esta opção preferencial, recolocamos no complexo da catedral uma estátua que representa “Jesus sem teto”, para recordat a cada um de nós que Cristo se faz presente nos pobres, nos marginalizados, nos deserdados.

*Agência Fides

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Santa Maria, Rainha

Santa Maria, Rainha

No dia 22 de agosto celebra-se a festa de Santa Maria Rainha. Com São Josemaria contemplamos a cena: "Enche-te de segurança: nós temos por Mãe a Mãe de Deus, a Santíssima Virgem Maria, Rainha do Céu e do Mundo".

22/08/2022

És toda formosa, e não há mancha em ti. - És horto cerrado, minha irmã, Esposa, horto cerrado, fonte selada. - Veni coronaberis. - Vem, serás coroada (Cant 4, 7, 12.8).
Se tu e eu tivéssemos tido poder, tê-la-íamos feito também Rainha e Senhora de toda a criação.
Um grande sinal apareceu no céu: uma mulher com uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. - O vestido, de sol. - A lua a seus pés (Ap 12, 1). Maria, Virgem sem mancha, reparou a queda de Eva; e esmagou com seu pé imaculado a cabeça do dragão infernal. Filha de Deus, Mãe de Deus, Esposa de Deus.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo coroam-na como Imperatriz que é do Universo.
E rendem-lhe preito de vassalagem os Anjos..., e os patriarcas e os profetas e os Apóstolos..., e os mártires e os confessores e as virgens e todos os santos..., e todos os pecadores, e tu e eu.
Santo Rosário, 5º mistério glorioso

É justo que o Pai e o Filho e o Espírito Santo coroem a Virgem Santíssima como Rainha e Senhora de toda a criação.

- Aproveita-te desse poder e, com atrevimento filial, une-te a essa festa do Céu. - Eu coroo a Mãe de Deus e minha Mãe com as minhas misérias purificadas, porque não tenho pedras preciosas nem virtudes.
- Anima-te!
Forja, 285

A Maternidade divina de Maria é a raiz de todas as perfeições e privilégios que a adornam. Por esse título, foi concebida imaculada e está cheia de graça, é sempre virgem, subiu ao céu em corpo e alma, foi coroada Rainha de toda a criação, acima dos anjos e dos santos. Mais que Ela, só Deus. A Santíssima Virgem, por ser Mãe de Deus, possui uma dignidade, de certo modo infinita, do bem infinito que é Deus. Não há perigo de exageros. Nunca aprofundaremos bastante este mistério inefável; nunca poderemos agradecer suficientemente à Nossa Mãe a familiaridade que nos deu com a Santíssima Trindade.
Amigos de Deus, 276

Enche-te de segurança: nós temos por Mãe a Mãe de Deus, a Santíssima Virgem Maria, Rainha do Céu e do Mundo
Forja, 273

Senhora, Mãe de Deus e minha Mãe, nem por sombras quero que deixes de ser a Dona e a Imperatriz de toda a criação.
Forja, 376

Ela intercede

Rainha da paz, rogai por nós! Experimentaste fazê-lo, ao menos, quando perdes a tranquilidade?

Santa Maria é - assim a invoca a Igreja - a Rainha da paz. Por isso, quando se conturba a tua alma, ou o ambiente familiar ou profissional, ou a convivência na sociedade ou entre os povos, não cesses de aclamá-la com esse título: "Regina pacis, ora pro nobis!" - Rainha da paz, rogai por nós! Experimentaste fazê-lo, ao menos, quando perdes a tranquilidade?... - Ficarás surpreso com a sua eficácia imediata.
Sulco, 874

Sempre que te vejas com o coração seco, sem saber o que dizer, recorre com confiança à Virgem Santíssima. Dize-lhe: Minha Mãe Imaculada, intercedei por mim. Se a invocares com fé, Ela te fará saborear - no meio dessa secura - a proximidade de Deus.
Sulco, 695

Se a nossa fé for débil, recorramos a Maria. Conta São João que, devido ao milagre das bodas de Caná, que Cristo realizou a pedido de sua Mãe, os seus discípulos creram nEle. A nossa Mãe intercede sempre diante do seu Filho para que nos atenda e se nos revele de tal modo que possamos confessar: Tu és o Filho de Deus.
Amigos de Deus, 285

Sejamos audazes. Contamos com o auxílio de Maria, Regina Apostolorum. E Nossa Senhora, sem deixar de se comportar como Mãe, sabe colocar os seus filhos em face de suas precisas responsabilidades. Aos que dEla se aproximam e contemplam a sua vida, Maria faz sempre o imenso favor de os levar até à cruz, de os colocar bem diante do exemplo do Filho de Deus. E nesse confronto em que se decide a vida cristã, Maria intercede para que a nossa conduta culmine com uma reconciliação do irmão menor - tu e eu - com o Filho primogênito do Pai.
É Cristo que passa, 149

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/santa-maria-rainha/

NAZARENO: Os denários do "Preço de Sangue" e o sonho de Prócula (O suicídio de Judas, Jesus perante Herodes e Pilatos) - (55)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 55 - Os denários do "Preço de Sangue" e o sonho de Prócula (O suicídio de Judas, Jesus perante Herodes e Pilatos)

O destino do Nazareno está marcado. Enquanto isso, no pátio, com a cabeça coberta por um capuz, um homem ronda inquieto. É Judas Iscariotes. Encostado no umbral da porta, testemunhou a última troca de palavras entre Jesus e Caifás. O que se seguiu logo depois, com o Nazareno sendo alvo de insultos e cusparadas, e os sacerdotes em tumulto, deixou-o profundamente perturbado. "Rabi, disseste que és o messias, por que não manifestas teu poder? Enquanto dizia isso, sentia crescer dentro de si a raiva e a aflição pelo que havia feito.

Então Judas, que o entregara, vendo que Jesus fora condenado, sentiu remorsos e veio devolver aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, dizendo: “Pequei, entregando um santo inocente”. Anás e Caifás o receberam com frieza e profundo desprezo. Os chefes dos sacerdotes, tomando as moedas disseram: “Não é lícito depositá-las no tesouro do Templo, porque se trata de preço de sangue”.

Nesse meio tempo, Judas, depois de deixar o palácio, consegue uma corda forte e, saindo pela Porta dos Essênios, chega ao vale de Geena, que serve de depósito de lixo e onde os gases da putrefação ocasionalmente causam incêndios. Encontra uma figueira que parece estar pendurada em um pequeno penhasco e ali se enforca. O galho da árvore não era suficiente para suportar seu peso e suas convulsões. O galho se quebra e o corpo de Iscariotes cai se espatifando sobre as pedras.

Por fim chegou a luz do dia, daquela sexta-feira, 7 de abril. Tudo está prestes a se cumprir. Naquela noite, uma mulher teve pesadelos. Seu nome era Claudia Procula, era a esposa de Pôncio Pilatos, conselheira de seu marido, o governador enviado por César àquela terra. Cláudia sonhou com Jesus de Nazaré e "viu" o mal que estava prestes a se voltar contra ele. Sussurrou algumas palavras no ouvido do marido quando ele saiu do quarto. Um centurião bateu à porta de madeira dos aposentos do governador: "Os sacerdotes estão vindo para trazer um homem, Jesus de Nazaré, para julgamento", disse-lhe o oficial. A notícia sobre o novo acusado que estava sendo trazido pelos sacerdotes o irritou muito.

Então de Caifás conduziram Jesus ao pretório. Pilatos, então, saiu para fora ao encontro deles e disse: “Que acusação trazeis contra este homem?”. Responderam-lhe: “Se não fosse um malfeitor, não o entregaríamos a ti”. Falam os chefes dos sacerdotes: “Encontramos este homem subvertendo a nossa nação, impedindo que se paguem os impostos a César e pretendendo ser Cristo Rei”.

Entendem imediatamente que o governador acha difícil acreditar nas acusações. O governador, tendo verificado que Jesus era galileu e, portanto, estava sob a autoridade do tetrarca da Galileia e da Pereia, transferiu-o a Herodes.

Também o tetrarca está na cidade nos dias de Páscoa e fica em seu palácio aguarda o Nazareno sentado no salão mais suntuoso do palácio. Interrogou-o com muitas perguntas; ele, porém, nada lhe respondeu.

A tensão aumenta ainda mais. Herodes, juntamente com a sua escolta, tratou-o com desprezo e escárnio; e, vestindo-o com uma veste brilhante, remeteu-o a Pilatos.

Quando o Nazareno saiu da sala, Herodes se aproximou dele e, cheio de raiva pelo silêncio de seu interlocutor, sibilou: “Tu não te pareces nem um pouco com um rei! Em ti, vejo apenas um louco!".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Maternidade e quatro fatos incríveis que você não sabia

Nataliisaff | Obturador

Karen Hutch - postado em 22/08/24

A maternidade é uma grande fase em que muitas mudanças ocorrem no corpo da mulher e se cria uma conexão especial com seu filho. Aqui compartilhamos dados incríveis

A maternidade é uma experiência transformadora que vai além do biológico, é uma jornada cheia de amor, sacrifício e crescimento pessoal. Ser mãe implica um compromisso profundo e constante, onde todos os dias se vive um misto de desafios e alegrias.

Desde a primeira batida de um coração que se forma, desde que uma linda vida nova está sendo criada em seu ventre, até o momento em que os filhos iniciam seu próprio caminho. 

Portanto, a maternidade é um ato de dedicação incondicional. Não se trata apenas de criar os filhos, mas dentro da parentalidade há a formação de pessoas integrais, com valores, fé e amor a Deus, sendo o refúgio emocional que proporciona segurança e amor em todas as fases da vida.

Uma aventura chamada maternidade

Chanintorn.v | Obturador

Desde o primeiro dia torna-se uma aventura fascinante e, embora por vezes exaustiva, é repleta de momentos de ternura e realização, tornando-se uma das experiências mais gratificantes e significativas que uma mulher pode viver. 

Sabendo que é uma jornada única que as mulheres percorrem somente pela graça de Deus, mostramos a vocês estes quatro fatos fascinantes sobre a maternidade em suas diferentes etapas.

1 O bebê acredita que é um com sua mãe.

Depois de ter passado vários meses no ventre da mãe, ao nascer, o bebê aprenderá durante os primeiros três a oito meses de sua vida extrauterina que é um ser independente da mãe. 

É por isso que o bebê busca estar o tempo todo com a mãe. Os primeiros meses são muito importantes no cuidado e atenção do bebê, dizem os especialistas, pois com o tempo o bebê vai descobrindo que existe um mundo ao qual ele pode se adaptar.

2 Microquimerismo: um vínculo para a vida

Produção AYO | Obturador

De acordo com estudos realizados por muitos especialistas – incluindo patologistas do Centro Médico de Leiden, na Holanda, bem como um grupo de especialistas liderado pela pesquisadora indiana Sandhya Shrivastava – a mãe adquire células do filho enquanto ele está no útero. 

Essas células permanecem na mãe mesmo após o nascimento do bebê, o que - já foi confirmado em outras pesquisas - atuam como agentes curativos, pois podem prevenir a depressão na mãe, além de prevenir o câncer de mama. 

Esses estudos fornecem uma explicação biológica para o motivo pelo qual mãe e filho mantêm uma conexão especial ao longo da vida.

3 Detector de perigo

Quando os filhos chegam, o corpo e a mente da mulher-mãe mudam completamente. Um estudo revelou que a chamada “substância cinzenta” muda no cérebro das mulheres quando engravidam. 

Essa mudança no cérebro das mães faz com que elas gerem mais empatia e se mantenha por até mais dois anos após o nascimento do bebê, o que também aumenta sua capacidade de detectar o humor do filho e qualquer possível ameaça a ele.

4 O poder da voz de uma mãe

Uma equipe de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Stanford (EUA) descobriu que a voz da mãe sobre os filhos tem um efeito calmante, uma vez que os circuitos cerebrais estão subjacentes à percepção da voz da mãe.

Quando uma mãe conversa com seu filho, ela aumenta a oxitocina, que produz carinho e bem-estar, reduzindo assim o cortisol, que causa estresse e ansiedade. Sem dúvida, a maternidade é um presente de Deus cheio de maravilhas.

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/08/22/la-maternidad-y-cuatro-increibles-datos-que-no-conocias

O Espírito ensina a Noiva a orar. Os Salmos, sinfonia de oração na Bíblia

O Espírito e a Esposa (Opus Dei)

Na Praça São Pedro, Francisco prosseguiu seu ciclo de catequeses sobre o Espírito Santo e recordou que a Igreja vive o Ano da Oração em preparação ao Jubileu de 2025, aconselhando a meditação do Livro dos Salmos.

19/06/2024

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!

Em preparação para o próximo Jubileu, convidei a dedicar o ano de 2024 "a uma grande “sinfonia” de oração". [1] Com a catequese de hoje, gostaria de recordar que a Igreja já possui uma sinfonia de oração, cujo compositor é o Espírito Santo, e é o Livro dos Salmos.

Como em cada sinfonia, nele há vários “movimentos”, ou seja, diferentes tipos de oração: louvor, ação de graças, súplica, lamentação, narração, reflexão sapiencial e outros, tanto na forma pessoal como na forma coral de todo o povo. São os cânticos que o próprio Espírito pôs nos lábios da Esposa, a Igreja. Como recordei da última vez, todos os Livros da Bíblia são inspirados pelo Espírito Santo, mas o Livro dos Salmos também o é, no sentido de que está cheio de veia poética.

Os salmos ocuparam um lugar privilegiado no Novo Testamento. Com efeito, houve e ainda há edições que contêm o Novo Testamento e os Salmos juntos. Na minha escrivaninha tenho uma edição em ucraniano do Novo Testamento e dos Salmos, de um soldado que morreu durante a guerra, que me foi enviada; ele rezava na frente com este livro. Nem todos os salmos - nem tudo de cada salmo - podem ser repetidos e feitos próprios pelos cristãos e ainda menos pelo homem moderno. Às vezes eles refletem uma situação histórica e uma mentalidade religiosa que já não são nossas. Isto não significa que não sejam inspirados mas que, sob certos aspectos, estão ligados a um período e a uma fase provisória da revelação, como acontece também com grande parte da legislação antiga.

O que mais nos recomenda a aceitação dos salmos é que eles constituíram a oração de Jesus, de Maria, dos Apóstolos e de todas as gerações cristãs que nos precederam. Quando os recitamos, Deus ouve-os com aquela grandiosa “orquestração”, que é a comunhão dos santos. Segundo a Carta aos Hebreus, Jesus entra no mundo com o versículo de um salmo no coração: "Eis que venho, ó Deus, para cumprir a tua vontade" (cf. Hb 10, 7; Sl 40, 9); e, segundo o Evangelho de Lucas, deixa o mundo com outro salmo nos lábios: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23, 46; cf. Sl 31, 6).

Ao uso dos salmos no Novo Testamento segue-se o dos Padres e de toda a Igreja, que fazem deles um elemento fixo na celebração da Missa e na Liturgia das horas. "Toda a Sagrada Escritura exala a bondade de Deus - diz Santo Ambrósio - mas de modo particular o doce Livro dos Salmos". [2] O doce livro dos salmos. Pergunto-me: recitais às vezes os salmos? Lede a Bíblia e recitai um salmo. Por exemplo, quando estais um pouco tristes por ter pecado, recitais o salmo 50? Há muitos salmos que nos ajudam a ir em frente. Adquiri o hábito de recitar os salmos, garanto-vos que no final sereis felizes.

Mas não podemos viver apenas da herança do passado: é necessário fazer dos salmos a nossa oração. Escreveu-se que, num certo sentido, devemos tornar-nos nós mesmos “autores” dos salmos, fazendo-os nossos e rezando com eles. [3] Se há salmos, ou apenas versículos, que falam ao nosso coração, é bom repeti-los e recitá-los durante o dia. Os salmos são orações “para todas as estações”: não há estado de espírito nem necessidade que não encontre neles as melhores palavras para os transformar em oração. Diversamente de todas as outras preces, os salmos não perdem a eficácia por causa da repetição, aliás, aumentam-na. Por quê? Porque são inspirados por Deus e “exalam” Deus cada vez que alguém os lê com fé.

Se nos sentimos sobrecarregados de remorsos e culpas, pois somos pecadores, podemos repetir com David: "Tende piedade de mim, ó Deus, no vosso amor; / na vossa grande misericórdia" (Sl 51, 3). Se quisermos exprimir uma forte ligação pessoal com Deus, digamos: "Ó Deus, Vós sois o meu Deus, / procuro-vos desde a aurora, / a minha alma tem sede de Vós, / a minha carne anseia por Vós / numa terra árida, sedenta, sem água" (Sl 63, 2). Não foi por acaso que a Liturgia inseriu este salmo nas Laudes do Domingo e das solenidades. E se o medo e a angústia nos assaltam, vêm em nosso socorro aquelas palavras maravilhosas: "O Senhor é o meu pastor [...]. Ainda que eu atravesse um vale escuro, / nada temerei" (Sl 23, 1.4).

Os salmos permitem-nos não empobrecer a nossa oração, reduzindo-a apenas a pedidos, a um contínuo “dai-me, dai-nos...”. Aprendamos com o nosso Pai, que antes de pedir o “pão nosso de cada dia” diz: “Santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade”. Os salmos ajudam-nos a abrir-nos a uma prece menos centrada em nós mesmos: uma oração de louvor, de bênção, de ação de graças; e ajudam-nos também a tornar-nos voz de toda a criação, envolvendo-a no nosso louvor.

Irmãos e irmãs, que o Espírito Santo, que ofereceu à Igreja Esposa as palavras para rezar ao seu divino Esposo, nos ajude a fazê-las ressoar na Igreja de hoje e a fazer deste ano de preparação para o Jubileu uma verdadeira sinfonia de oração. Obrigado!


[1] Carta a D. Fisichella para o Jubileu de 2025 (11 de fevereiro de 2022).

[2] Comentário aos Salmos I, 4, 7: CSEL 64, 4-7.

[3] JOÃO CASSIANO, Conlationes, X, 11: SCh 54, 92-93.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/4-o-espirito-ensina-a-noiva-a-orar-os-salmos-sinfonia-de-oracao-na-biblia/

Catequese completa do papa Francisco sobre a descida do Espírito Santo sobre Jesus no rio Jordão

Papa Francisco fala a fiéis hoje (21) em audiência geral na Sala Paulo VI, no Vaticano. | Vatican News

Catequese completa do papa Francisco sobre a descida do Espírito Santo sobre Jesus no rio Jordão.

Por Papa Francisco*

21 de agosto de 2024

O papa Francisco deu hoje (21) a sexta catequese do ciclo intitulado O Espírito e a Esposa que começou em 29 de maio e que hoje foi centrada na vinda do Espírito Santo sobre Jesus no batismo no rio Jordão.

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje reflitamos sobre o Espírito Santo que desce sobre Jesus no batismo do Jordão e, d’Ele, se difunde no seu corpo, que é a Igreja. No Evangelho de Marcos, a cena do batismo de Jesus é assim descrita: «Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado no Jordão por João. E assim que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito que desceu sobre Ele como uma pomba. E do céu ouviu-se uma voz: “Tu és o meu Filho muito amado: em ti pus toda a minha complacência”» (Mc 1, 9-11).

Toda a Trindade marcou encontro, naquele momento, nas margens do Jordão! É o Pai que se faz presente com a sua voz; é o Espírito Santo que desce sobre Jesus sob forma de pomba; e é aquele que o Pai proclama como seu Filho amado, Jesus. É um momento muito importante da Revelação, é um momento importante da história da salvação. Far-nos-á bem reler esta passagem do Evangelho.

O que aconteceu de tão importante no batismo de Jesus, para induzir todos os evangelistas a narrá-lo? Encontramos a resposta nas palavras que Jesus pronuncia, pouco tempo depois, na sinagoga de Nazaré, com clara referência ao acontecimento do Jordão: «O Espírito do Senhor está sobre mim; foi por isto que me consagrou com a unção» (Lc 4, 18).

No Jordão, Deus Pai “ungiu com o Espírito Santo”, ou seja, consagrou Jesus como Rei, Profeta e Sacerdote. Com efeito, no Antigo Testamento, os reis, os profetas e os sacerdotes eram ungidos com óleo perfumado. No caso de Cristo, em vez do óleo físico, há o óleo espiritual que é o Espírito Santo; em vez do símbolo, há a realidade: é o próprio Espírito que desce sobre Jesus.

Jesus está cheio do Espírito Santo desde o primeiro instante da sua Encarnação. Mas esta era uma “graça pessoal”, incomunicável; agora, pelo contrário, com esta unção, recebe a plenitude do dom do Espírito, mas para a sua missão que, como cabeça, comunicará ao seu corpo, que é a Igreja, e a cada um de nós. Por isso, a Igreja é o novo “povo real, povo profético, povo sacerdotal”. O termo hebraico “Messias” e o vocábulo correspondente em grego “Cristo” - Christós - ambos referidos a Jesus, significam “ungido”: foi ungido com o óleo da alegria, ungido com o Espírito Santo. O nosso próprio nome “cristãos” será explicado pelos Padres em sentido literal: cristãos significa “ungidos à imitação de Cristo”.

Na Bíblia um Salmo fala de um óleo perfumado derramado sobre a cabeça do sumo sacerdote Aarão e que desce até à orla da sua veste (cf. Sl 133, 2). Esta imagem poética do óleo que desce, usada para descrever a felicidade de viver juntos como irmãos, tornou-se realidade espiritual e realidade mística em Cristo e na Igreja. Cristo é a cabeça, o nosso Sumo Sacerdote; o Espírito Santo é o óleo perfumado e a Igreja é o corpo de Cristo no qual se difunde.

Vimos por que, na Bíblia, o Espírito Santo é simbolizado pelo vento e, aliás, recebe dele o próprio nome, Ruah - vento. Vale a pena perguntar-nos também por que é simbolizado pelo óleo e que ensinamento prático podemos obter deste símbolo. Na Missa de Quinta-Feira Santa, consagrando o óleo chamado “Crisma”, o bispo, referindo-se a quantos receberão a unção no Batismo e na Confirmação, diz: «Que esta unção os penetre e santifique, para que, libertados da corrupção nativa e consagrados como templo da sua glória, propaguem o perfume de uma vida santa». É uma aplicação que remonta a São Paulo, que aos Coríntios escreve: «Sim, diante de Deus nós somos o perfume de Cristo» (2 Cor 2, 15). A unção faz de nós perfume, e também uma pessoa que vive com alegria a sua unção perfuma a Igreja, perfuma a comunidade, perfuma a família com este aroma espiritual.

Sabemos que, infelizmente, às vezes os cristãos não difundem o perfume de Cristo, mas o mau cheiro do próprio pecado. E nunca nos esqueçamos: o pecado afasta-nos de Jesus, o pecado transforma-nos em óleo mau. E o diabo - não vos esqueçais disto - normalmente, o diabo entra pelos bolsos - tende cuidado! E isto, no entanto, não nos deve desviar do compromisso de realizar, na medida do possível e cada um no seu ambiente, esta sublime vocação de ser o bom perfume de Cristo no mundo. O perfume de Cristo emana dos “frutos do Espírito”, que são «amor, alegria, paz, magnanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio de si» (Gl 5, 22). Paulo disse-o, e como é bom encontrar uma pessoa com estas virtudes: uma pessoa com amor, uma pessoa alegre, uma pessoa que cria a paz, uma pessoa magnânima, não mesquinha, uma pessoa benevolente que acolhe todos, uma pessoa bondosa. É bom encontrar uma pessoa boa, uma pessoa fiel, uma pessoa mansa, não orgulhosa... Se nos esforçarmos por cultivar estes frutos e quando encontrarmos estas pessoas, então, sem nos darmos conta, alguém sentirá ao nosso redor um pouco da fragrância do Espírito de Cristo. Peçamos ao Espírito Santo que nos torne mais conscientes, ungidos, ungidos por Ele.

*O papa Francisco, nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires (Argentina), é o primeiro papa da América Latina na história da Igreja Católica, assumindo o papado em 13 de março de 2013. O seu estilo de proximidade e a sua ênfase na misericórdia deixaram uma marca distintiva em seu pontificado.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/58881/catequese-completa-do-papa-francisco-sobre-a-descida-do-espirito-santo-sobre-jesus-no-rio-jordao

Papa recebe os fundadores da Fazenda da Esperança

Papa recebe os fundadores da Fazenda da Esperança (Vatican Media)

Frei Hans Stapel, Nelson Giovanelli, Iraci Leite e Lucilene Rosendo relataram ao Papa Francisco os frutos e a amplitude da Fazenda da Esperança.

Vatican News

Nesta quarta-feira (21/08), os fundadores da Fazenda da Esperança participaram de uma audiência privada com o Santo Padre, no Vaticano.

Estavam presentes Frei Hans Stapel, Nelson Giovanelli, Iraci Leite e Lucilene Rosendo, que visitaram a Rádio Vaticano/Vatican News depois do encontro com o Pontífice, de quem receberam uma linda mensagem de encorajamento:

"Aos filhos da Esperança, filhas da Esperança, membros da Família da Esperança, digo-lhes somente uma coisa que está na palavra de Deus: a esperança não decepciona. A esperança é uma âncora que está cravada lá no céu, e nós temos que estar agarrados a essa corda da esperança. Não percam a esperança! Rezem por mim, e eu o faço por vocês."

Durante o encontro com o Papa Francisco, foram debatidos assuntos de extrema importância, como a Associação Internacional de Fiéis Família da Esperança e o trabalho realizado pela Obra Social como um todo. Este momento representa um reconhecimento e uma oportunidade de compartilhar com o Pontífice as iniciativas que são realizadas e os frutos colhidos, como afirmou Fr. Hans:

"Com grande alegria, fomos hoje ao Santo Padre, a primeira vez nós quatro, para falar do nosso carisma, como tudo começou, com entusiasmo, e se espalhou no mundo inteiro. Hoje, são 170 fazendas em 26 países. O Papa escutou com grande alegria, nos deu muita coragem, disse: com liberdade, vão para frente, segurem lá na esperança no céu e levem-na aqui para a terra, coragem! Deu a sua benção e nós saímos, só Deus sabe, com muita esperança!"

A entrevista completa ao quarteto está disponível no nosso semanal Porta Aberta

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Humanos têm 'salto' de envelhecimento aos 44 e 60 anos, sugere estudo

Crédito: Getty Images

Humanos têm 'salto' de envelhecimento aos 44 e 60 anos, sugere estudo

Um novo estudo publicado na revista científica Nature Aging sugere que o corpo humano passa por dois picos importantes de mudanças moleculares — algo que os autores relacionam ao envelhecimento — um por volta dos 44 anos, e outro aos 60 anos.

A pesquisa, conduzida por um grupo da Stanford Medicine, universidade na Califórnia, EUA, sugere que muitas de nossas moléculas e microrganismos aumentam ou diminuem drasticamente em quantidade quando alcançamos essas idades.

As suspeitas levantadas, aponta Claudia Kimie Suemoto, professora de geriatria da USP (Universidade de São Paulo) não ligada à pesquisa, podem indicar a necessidade de aumentar o cuidado de áreas específicas da saúde em determinados estágios da vida.

Como o estudo foi feito e quais são suas limitações

Os pesquisadores analisaram milhares de moléculas em pessoas de 25 a 75 anos, seus microbiomas — as bactérias, vírus e fungos que vivem no organismo humano — e colheram evidências que a abundância da maioria das moléculas e microrganismos não muda de forma gradual e cronológica.

"Não estamos apenas mudando gradualmente ao longo do tempo; há mudanças realmente dramáticas", disse Michael Snyder, PhD, professor de genética e autor sênior do estudo, em uma publicação da Universidade Stanford.

Os autores afirmam que essas grandes mudanças provavelmente impactam nossa saúde — o número de moléculas relacionadas a doenças cardiovasculares mostrou mudanças significativas em ambos os períodos, e aquelas relacionadas à função imunológica mudaram em pessoas no início dos 60 anos.

Os pesquisadores monitoraram mudanças relacionadas à idade em mais de 135.000 moléculas e microrganismos diferentes, totalizando quase 250 bilhões de pontos de dados distintos.

Os dados foram obtidos por coletas de sangue e outras amostras biológicas dos participantes a cada poucos meses, para viabilizar a análise de diferentes de moléculas, incluindo RNA, proteínas e metabólitos, assim como mudanças nos microbiomas dos participantes.

"Eles descobriram que milhares de moléculas e microrganismos passam por mudanças em sua abundância, aumentando ou diminuindo — cerca de 81% de todas as moléculas estudadas mostraram flutuações não lineares em quantidade, o que significa que mudaram mais em certas idades do que em outras", diz a publicação no site da universidade.

"Quando buscaram por agrupamentos de moléculas com as maiores mudanças em quantidade, perceberam que essas transformações ocorreram principalmente em dois períodos: na metade dos 40 anos e no início dos 60 anos."

Suemoto, professora da USP, destaca, entre os pontos positivos, que a análise utilizou métodos modernos e avançados, capazes de realizar a leitura de bilhões de dados.

Mas os resultados, embora ofereçam pistas interessantes sobre o envelhecimento humano, não podem ser considerados absolutos.

"A revista na qual o estudo foi publicado é bastante conceituada, o que indica que o conteúdo passou por uma revisão importante. Mas há limitações", explica Suemoto.

A professora cita o número pequeno de participantes (108 pessoas) até 75 anos (embora o envelhecimento continue após essa idade), e sua localização restrita, apenas indivíduos que residiam no estado da Califórnia, nos EUA, como alguma delas.

"Idealmente esse número seria muito maior, e com populações diversas, incluindo outros países. Entendo também que isso tornaria o estudo muito mais caro e demorado."

Outro ponto, analisa Suemoto, é o tempo de acompanhamento dos participantes.

"Os pesquisadores analisaram dados de pessoas de diferentes idades - entre 25 e 75 anos - durante um período médio de 1,7 anos [o período máximo que uma pessoa foi acompanhada é de 6,8 anos]. Idealmente, todos os participantes teriam a mesma idade, e seriam acompanhados até os 80 anos ou mais."

Riscos de doenças como Alzheimer e doenças cardiovasculares aumentam acentuadamente na velhice | Crédito,Getty Images

As pistas que o estudo oferece

Snyder, professor de genética na Stanford, e seus colegas foram inspirados a investigar a taxa de mudanças moleculares e microbianas pela observação de que o risco de desenvolver muitas doenças associadas à idade não aumenta de forma incremental com os anos.

"Por exemplo, os riscos de doenças como Alzheimer e doenças cardiovasculares aumentam acentuadamente na velhice, em comparação com um aumento gradual do risco para aqueles com menos de 60 anos", diz o texto no site da universidade.

Já o grande agrupamento de mudanças na metade dos 40 anos surpreendeu os cientistas.

A princípio, eles assumiram que a menopausa ou a perimenopausa estava impulsionando grandes mudanças nas mulheres do estudo, distorcendo o grupo inteiro. Mas quando separaram o grupo de estudo por sexo, descobriram que a mudança também estava ocorrendo nos homens na metade dos 40 anos.

"Isso sugere que, enquanto a menopausa ou perimenopausa pode contribuir para as mudanças observadas nas mulheres na metade dos 40 anos, provavelmente há outros fatores, mais significativos, influenciando essas mudanças tanto em homens quanto em mulheres. Identificar e estudar esses fatores deve ser uma prioridade para futuras pesquisas", disse Xiaotao Shen, um dos autores do estudo, ao site da Stanford.

Em pessoas na faixa dos 40 anos, foram observadas mudanças significativas no número de moléculas relacionadas ao metabolismo de álcool, cafeína e lipídios, bem como alterações associadas a doenças cardiovasculares, pele e músculos.

Para os com 60 anos, as mudanças moleculares estavam mais relacionadas ao metabolismo de carboidratos e cafeína, função renal, regulação imunológica, doenças cardiovasculares, assim como pele e músculos.

À Stanford, Snyder sugere que algumas dessas mudanças podem estar ligadas a fatores comportamentais ou de estilo de vida específicos desses grupos etários, e não apenas a fatores biológicos.

Por exemplo, a disfunção no metabolismo do álcool pode ser consequência de um aumento no consumo de álcool por pessoas na casa dos 40 anos, uma fase frequentemente marcada por maior estresse.

A equipe pretende investigar mais a fundo os fatores que impulsionam essas mudanças.

"É importante replicar esses resultados em amostras maiores e de diferentes localidades, mas saber que existem momentos de maior vulnerabilidade pode ajudar na orientação de práticas de vida mais saudáveis, especialmente em torno dessas idades críticas. Mesmo que estilo de vida saudável seja importante em todas as fases da vida, talvez seja ainda mais crucial nesses momentos", avalia a professora de geriatria Claudia Kimie Suemoto.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx2xlgen75ko

Francisco recorda São Pio X: rezemos pelos catequistas, corajosos na missão

O Papa ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (21/08) (Vatican Media)

"Recolocar Jesus Cristo no centro da atenção de todos os fiéis foi também o grande desejo de São Pio X, cuja festa celebramos hoje", enalteceu Francisco ao se dirigir aos fiéis de língua alemã na Audiência Geral desta quarta-feira (21/08). Ao recordar do santo, o Pontífice lembrou do trabalho dos catequistas. No Brasil, a Igreja celebra no domingo (25/08) o dia deles, com uma romaria em Aparecida que começa no fim do mês.

Andressa Collet - Vatican News

“Ungidos pelo Espírito Santo, dom inefável do Altíssimo, renovemos o nosso empenho missionário em levar o perfume de Cristo a todo o mundo.”

Assim o Papa Francisco se dirigiu aos peregrinos de língua portuguesa presentes na Audiência Geral desta quarta-feira (21/08) na Sala Paulo VI, comentando a catequese sobre o Batismo de Jesus. Difundir "o bom perfume de Cristo" na vida dos irmãos, com a graça do Espírito Santo, também foi a exortação do Pontífice dirigida aos fiéis de língua francesa e espanhola, "dando testemunho de amor, alegria, paz, afabilidade e bondade".

Aos peregrinos de língua alemã, o Papa também refletiu sobre o Espírito Santo que leva o Povo de Deus ao encontro de Jesus. Além disso, Francisco lembrou que nesta quarta-feira, 21 de agosto, a Igreja celebra Pio X (Riese, 1835 - Roma, 1914), no civil José Melchiorre Sarto:

"No Batismo no Jordão, Deus, o Pai celestial, revelou Jesus como seu Filho amado. Recolocar Jesus Cristo no centro da atenção de todos os fiéis foi também o grande desejo de São Pio X, cuja festa celebramos hoje. Que pela sua intercessão, o Senhor os conceda fazer sempre a experiência da sua amorosa proximidade."

Catecismo de São Pio X

Papa Pio X governou a Igreja de 1903 a 1914, quando morreu em Roma. Em 1951, foi beatificado pelo Papa Pio XII e o mesmo Pontífice o proclamou santo em 1954. Ao centro da sua vida e magistério estava a preocupação pastoral, em uma sociedade onde se advertia, cada vez mais, uma crise de fé. Dessa forma, Pio X procurou difundir, o máximo possível, a catequese entre os cristãos.

O famoso catecismo, que traz o seu nome ("Catecismo de São Pio X), por exemplo, foi adotado na Itália com um método clássico de “perguntas e respostas”, mais adequado à formação de jovens e adultos, com "linguagem clara e concisa" sobre a essência da doutrina católica. Foi elaborado precisamente para pessoas simples, em uma sociedade onde a cultura ainda não havia atingido todas as classes sociais. E o Papa Francisco, ao final da Audiência Geral, retomou a importância de quem procura incentivar a transmissão da fé:

“Hoje, comemoração de São Pio X, em muitas partes do mundo se celebra o Dia do Catequista. Pensemos aos nossos catequistas e  às nossas catequistas que levam adiante tanto trabalho e, em algumas partes do mundo, são os primeiros a levar adiante a fé. Rezemos hoje pelos catequistas, para que o Senhor os torne corajosos e para que possam seguir em frente.”

Romaria Nacional de Catequistas em Aparecida

No Brasil, o Dia do Catequista será celebrado no próximo domingo, 25 de agosto, para homenagear quem procura compartilhar a mensagem do Evangelho e orientar para o crescimento da fé.  Já de 30 de agosto a 1º de setembro, em Aparecida (SP), no Santuário Nacional de Nossa Aparecida, a Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB vai promover a Romaria Nacional de Catequistas sobre várias temáticas, entre elas, "catequese, mídias digitais e inteligência artificial". Os participantes também terão contato com projetos comuns para a Igreja no Brasil em torno da Iniciação à Vida Cristã. As inscrições e os materiais para divulgação da Romaria podem ser acessados através do site da CNBB (cnbb.org.br).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF