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domingo, 25 de agosto de 2024

Reflexão para o XXI Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Esse Jesus a quem no Evangelho de hoje, Pedro faz a seguinte profissão: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” é aquele quem nos ensina a amar, servindo.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A segunda leitura deste domingo, tirada da Carta de São Paulo aos Efésios é aquela famosa reflexão do Apóstolo na qual ele diz que as mulheres deverão ser submissas a seus maridos como a Igreja, a Cristo. Tal afirmação, da submissão da mulher ao marido, nos parece anacrônica, além de misturar algo que foi cultural (a submissão da mulher) com a submissão da Igreja a Cristo, que deverá ser sempre atual. Mas afinal, o que Paulo queria dizer aos Efésios e hoje a nós, cristãos do século XXI?

Seu objetivo está no versículo 21, quando escreve: “Submetei-vos uns aos outros no temor de Cristo”.  Em Cristo, como não poderia deixar de ser, está todo o fundamento e norma de comportamento de todo ser humano. Como cristãos, seguimos uma pessoa, Jesus Cristo e não uma ideia. Por isso, vale refletir sobre como o Mestre se relacionava com as pessoas, para daí seguirmos seu exemplo.

Olhando nos Evangelhos, especialmente o capítulo 13 de João, o Senhor sempre se relacionou como aquele que serve. Já começou tal modo de se relacionar desde a encarnação, como lemos em Lucas, e o terminou no grande serviço do Calvário, quando nos redimiu. Sua vida e a de Maria, sua Mãe e nossa, também foi de serviço. Portanto, Paulo nos quer dizer que nosso relacionamento deverá sempre ser de serviço.

Esse serviço deverá ser por amor, caso contrário não será cristão. Entendemos agora por que Paulo escreve: “E vós maridos, amai vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela,.”

Ora, se é o amor cristão que deve embasar nossos relacionamentos, todos eles terão uma dimensão sacramental. Quando alguém procura servir o outro, está amando-o com o amor de Cristo e nisso veicula a ação salvífica de Jesus.

Posto isto, vamos vivenciar o que nos diz a primeira leitura, tirada do livro de Josué: “Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”. Esta frase dita por Josué, explicita sua adesão e a de sua família ao Senhor. É uma adesão afetiva, não apenas aos mandamentos do Senhor, mas a Ele mesmo.

Esse Jesus a quem no Evangelho de hoje, Pedro faz a seguinte profissão: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” é aquele quem nos ensina a amar, servindo.

Podemos concluir nossa reflexão, pedindo ao Senhor que nos dê um coração semelhante ao dele, para que nossa vida seja um eterno serviço, porque amamos! E exatamente porque amamos, servimos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Opção fundamental

A quem iremos, Senhor? (uniSALESIANO)

Opção fundamental 

Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

Nos últimos domingos a liturgia dominical nos proporcionou a leitura e a meditação do capítulo seis do Evangelho de São João. Inicia com a multiplicação milagrosa de cinco pães e dois peixes por Jesus gerando euforia na multidão. Depois deste fato, Jesus se reencontra com a multidão na sinagoga de Cafarnaum onde acontece um discurso, em forma de perguntas e respostas, sobre os temas da fé, da eucaristia, do mistério da encarnação, da vida e da vida eterna. Quanto mais avança o ensinamento mais aumenta a tensão e os ouvintes são conduzidos fazerem a sua opção. O texto deste domingo (Josué 24,1-2.15-18, Salmo 33, Efésios 5,21-32 e João 6,60-69) relata a conclusão onde uns abandonam o seguimento de Jesus e Pedro reafirma o seguimento.  

O evangelista aponta que “muitos discípulos de Jesus que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” […] A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele”. O que aconteceu com estes discípulos acontece em todos os períodos da história. Em nossa forma de ver as coisas, poderíamos esperar que Jesus se explicasse melhor, abrandasse ou mudasse o ensinamento para que estes discípulos continuassem a caminhar com Ele. Em vez disso, se direciona aos doze e diz: “Vós também vos quereis ir embora?” 

Esta pergunta provocativa de Jesus é direcionada a todos os ouvintes de todos os tempos e, hoje, diretamente a nós. Também hoje muitos ficam “escandalizados” diante dos ensinamentos de Jesus que parecem “duros” demais para serem aceitos e colocados em prática. As opções vão desde o abandono total de Jesus; outros desvirtuam o valor dos ensinamentos e os adaptam ao seu gosto. Jesus espera uma resposta pessoal de cada um, não aceita uma opção superficial ou formal, mas deseja que o fiel participe do seu modo de pensar, querer e agir. 

“Vós também vos quereis ir embora?” A resposta de Pedro: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”, torna-se referência para todos os cristãos de todos os tempos. A trajetória de vida de São Pedro testemunha a opção fundamental feita por Jesus e todo bem que Pedro realizou movido pela fé em Jesus Cristo. 

Na vida de fé, como no cotidiano, existem momentos decisivos. Situações onde precisamos tomar decisões fundamentais que determinarão os passos seguintes da vida. Tomar decisões por vezes é dramático, mas é necessário. Somos conduzidos a tomar decisões devido a nossa condição humana de seres livres. Assim Jesus nos considera e nos conduz como seres livres, que depois de mostrar as múltiplas opções, faz os ouvintes se definirem. A liberdade está no coração da fé e da moral. 

Josué, depois de introduzir o povo de Deus na nova terra, provoca-o a se manifestar se quer continuar a servir o Senhor Deus que o conduziu até ali. O mesmo fez Jesus depois de se dar a conhecer melhor. Não se constrói uma verdadeira fé senão sobre uma plena educação à liberdade. Uma liberdade não somente de qualquer coisa ou de alguém, isto é dos condicionamentos externos e internos, mas também a liberdade para realizar algo e sobretudo para alguém. A liberdade na Sagrada Escritura é uma questão de relacionamento: certamente é ser livre de qualquer coisa, mas sobretudo é ser livre para qualquer coisa e para alguém. Ser livre não é para a anarquia, mas é optar para servir a Deus e aos irmãos, livres do pecado para servir a justiça, livre da mentira para servir a verdade. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa no Angelus: não é fácil seguir Jesus, precisamos estar próximos na oração e humildade

Angelus de 25 de agosto de 2024 - Papa Francisco (Vatican News)

"Não é fácil seguir o Senhor, compreender o seu modo de agir", concordou Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (25/08). O caminho se dá, orientou o Pontífice, estando mais próximos dele, do Evangelho, recebendo a graça nos Sacramentos, rezando e imitando Jesus na humildade e na caridade: assim "experimentamos a beleza de tê-lo como Amigo, e percebemos que só Ele tem 'palavras de vida eterna'".

https://youtu.be/5OJPgSM6i2w

Andressa Collet - Vatican News

Neste domingo (25/08), de tradicional oração mariana do Angelus com o Papa na Praça São Pedro, Francisco refletiu sobre o evangelho do dia (Jo 6,60-69) que se refere à famosa resposta de São Pedro, que diz a Jesus: «a quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). "É uma linda resposta e expressão" que testemunha a amizade e a confiança que ligam os discípulos a Cristo, comentou o Pontífice na alocucação que precedeu o Angelus.

Pedro, explicou o Papa, pronunciou essa expressão num "momento crítico" e de discurso de Jesus, que muitos não compreenderam e o abandonaram. "Os Doze, porém, não: permaneceram", ponderou Francisco, porque encontraram em Jesus "palavras de vida eterna".

"Não é fácil segui-Lo. No entanto, entre os muitos mestres daquele tempo, Pedro e os outros apóstolos só encontraram nele a resposta à sede de vida, à sede de alegria, à sede de amor que os anima; só graças a Ele experimentaram a plenitude de vida que procuram, além dos limites do pecado e até da morte. Portanto, eles não vão embora: na verdade, todos, exceto um, apesar de muitas quedas e arrependimentos, permanecerão com Ele até o fim (ver João 17:12)."

Como seguir o Senhor?

O Papa, então, insiste na explicação da dificuldade de compreender "o que o Mestre diz e faz". As escolhas de Jesus, continua Francisco, "muitas vezes ultrapassam a mentalidade comum":

“Também para nós, de fato, não é fácil seguir o Senhor, compreender o seu modo de agir, fazer nossos os seus critérios e os seus exemplos: para nós não é fácil. Porém, quanto mais estamos próximos dEle - quanto mais aderimos ao seu Evangelho, recebemos a sua graça nos Sacramentos, permanecemos na sua companhia na oração, o imitamos na humildade e na caridade -, mais experimentamos a beleza de tê-lo como Amigo, e percebemos que só Ele tem “palavras de vida eterna”.”

Ao finalizar, o Papa pediu a intercessão de Maria, "que acolheu Jesus, Palavra de Deus, na sua carne", para nos ajudar a ouvir Jesus, começando por questionar como anda a nossa proximidade com Ele:

"Então nos perguntamos: como Jesus está presente na minha vida? Quanto me deixo tocar e provocar com suas palavras? Posso dizer que também são para mim -'palavras de vida eterna? A você, irmão, irmã, eu pergunto: as palavras de Jesus são para você - também para mim - palavras de vida eterna?"

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Luís Nono

São Luís Nono (A12)
25 de agosto
País: França
São Luís Nono

Luís nasceu no Castelo de Poissy, próximo a Paris, França, em 1214. Foi o quarto filho de Luís VIII, conhecido como “O Leão” pelo seu zelo religioso e bravura marcial, e Branca de Castela, filha, sobrinha, esposa, irmã e tia de reis. Os pais muito se esmeraram na sua educação, proporcionando-lhe ótimos preceptores. Branca repetia a Luís: “Meu filho, eu gostaria muito mais de ver-te na sepultura, do que maculado por um só pecado mortal”.

Em 1226, voltando de uma campanha vitoriosa sobre os hereges albigenses do sul da França, Luís VIII faleceu em Montpellier. Seus últimos desejos incluíam que o filho, então com 12 anos, fosse coroado e a esposa o tutelasse. Assim, a 30 de novembro deste ano, Luís IX herdou o trono, e apesar da pouca idade já possuía bastante sabedoria. Como regente, Branca teve que enfrentar as ameaças inglesas, as pretensões da nobreza feudal francesa e uma nova revolta dos albigenses.

Em 1234, com 20 anos, Luís IX pôde assumir formalmente o governo da França. Manteve, porém, Branca ao seu lado, obediente e respeitoso. No ano seguinte casou-se com Margarida, filha de um conde, com quem foi muito feliz e teve dez filhos, cinco meninos e cinco meninas.

Como os seus próprios pais, Luís IX teve todo o interesse na educação dos filhos, instruindo-os pessoalmente no desprezo pelas vaidades e prazeres do mundo e no amor a Deus. Normalmente os chamava ao seu quarto à noite, depois da oração das Completas, educando-os na piedade.

Ensinou-lhes a rezar diariamente o Pequeno Ofício de Nossa Senhora, os fazia ir às Missas de preceito e os explicava a necessidade da mortificação e da penitência. Às sextas-feiras, não permitia que usassem ornamentos na cabeça, pois foi o dia da coroação de espinhos de Nosso Senhor. Manuscritos de instruções que deixou para sua filha Isabel, futura rainha de Navarra, nada deixam a dever a nenhum esclarecido diretor espiritual.

Luís era humilde e penitente, buscando a oração e a caridade. Quando alguns nobres o criticavam por participar diariamente da Santa Missa, respondia, não sem ironia: “Se eu dedicasse tempo dobrado para os jogos ou para a caça, ninguém repreenderia!”

Seu governo foi tão excelente como a sua educação aos filhos. Enquanto os demais reinos europeus e alhures passavam por convulsões, a França teve o seu período mais pacífico e próspero da monarquia. Baniu com sabedoria hábitos ruins, como a blasfêmia e os juramentos ímpios, e com tal rigor que o Papa Clemente IV procurou atenuá-lo. Acabou também com os duelos, os jogos de azar e as casas de prostituição. À sua irmã, a beata Isabel, deu as terras de Longchamp para a construção de uma abadia das Irmãs de Santa Clara.

Procurou pacificar e reconciliar conflitos, em particular entre a França e a Inglaterra. Tinha cuidados especiais para com a boa administração dos bens do Estado e a aplicação da Justiça. Por exemplo, os juízes designados para as províncias do reino não podiam ali adquirir bens, nem seus filhos serem por eles empregados, de modo a evitar injustiças locais.

E nomeava juízes extraordinários para examinar sua conduta e rever seus julgamentos: em caso de desonestidade, primeiro punia-se com severa penitência, como se fôra ele mesmo o responsável, e depois aplicava uma punição também severa e adequada. Mas aos magistrados honestos e honrados, premiava com largueza e promovia a funções mais altas. Frequentemente exercia pessoalmente a justiça, sem demora ou burocracia, em audiências abertas a todos após a Missa, sob um carvalho no bosque de Vincennes, local que por isso ficou famoso.

Cuidava dos pobres com solicitude. Apoiou as corporações de ofício, regulando os seus costumes, de modo a prover estrutura e estabilidade às organizações do povo, valorizando a sua autonomia. Fundou hospitais e mosteiros; a um monge tomado pela lepra, visitava regularmente, levando alimentos melhores e ajudando-o a comer, dando-os na boca do enfermo. Construiu a Sainte-Chapelle, santuário embelezado para receber relíquias, sobretudo a Coroa de Espinhos de Jesus que adquiriu do imperador de Constantinopla Balduíno II.

Junto a Robert de Sorbon, fundou em 1257 a Universidade de Sorbonne, e acompanhou com grande atenção o acabamento da Catedral de Notre-Dame. Convidava São Boaventura e São Tomás de Aquino para a sua mesa, bem como São Domingos e São Francisco de Assis. Considerava os religiosos instrumentos de Deus para combater as heresias, projeto ao qual dedicou extremo zelo, aliado ao estabelecimento da Fé e da disciplina cristã.

Em meio às suas obrigações de Estado, recitava diariamente as Horas Litúrgicas, lia assiduamente a Sagrada Escritura e os Padres da Igreja. Confessava frequentemente, exigindo que o sacerdote o açoitasse com um flagelo trazido por ele mesmo, e não permitia que este o chamasse de “majestade”, pois neste Sacramento não era rei, mas filho, e o confessor não lhe era súdito, mas pai.

Em 1245 Luís ficou gravemente doente. O povo, que o amava, organizou vigílias, procissões e outros atos piedosos, intercedendo a Deus pela sua recuperação. Ele fez o voto de, se curado, ir resgatar a Terra Santa aos muçulmanos. E isto foi possível em 1248, com o início da VII Cruzada. A armada chegou ao Egito em 1249, e a cidade de Damietta foi capturada. Seguiram para o Cairo e depois Mansourah, defendida pelos muçulmanos.

Um ataque precipitado de Robert de Artois, que liderava parte das tropas, sem esperar o auxílio dos demais, e a sua decisão de perseguir os inimigos dentro da cidade, onde os cruzados ficaram separados e encurralados nas ruas estreitas, levou à derrota completa. Em Damietta, cercados, sem reabastecimentos ou ajuda, a fome e depois a doença, provocada pelo apodrecimento de grande quantidade de cadáveres, que acometeu também Luís, levaram os cristãos a se renderem, e ele foi capturado.

Luís foi liberto mediante rico resgate, e permaneceu no Oriente Médio por mais quatro anos, supervisionando a reforma de várias fortificações cristãs. Em 1252, recebeu a notícia do falecimento da sua mãe e voltou à França, onde chegou em 1254. Tratou então da administração e organização do reino, conseguindo um acordo de paz com Henrique III da Inglaterra em 1258.

A partir de 1267, com o apoio do Papa Clemente IV, Luís iniciou a convocação para a VIII Cruzada. Em 1270 os combatentes chegaram a Cartago, mas, mais uma vez, a falta de provisões, e de água potável, favoreceu o surgimento de doenças, morrendo Jean Tristan, filho de Luís. O rei, também doente, ainda procurou com esforço instruir os outros filhos que lá estavam, especialmente o herdeiro Filipe.

Na véspera da sua morte, pediu a Sagrada Comunhão e quis ser colocado no chão, sobre cinzas e com os braços em cruz. Faleceu em 25 de agosto de 1270, após um mês de tormentos.

São Luís IX foi um dos primeiros leigos a ser canonizado, à parte os mártires dos primeiros séculos. Em sua sepultura, foram registrados milagres e curas. Ele é Padroeiro dos Terciários Franciscanos.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São Luís IX é, em tudo, um modelo para os homens públicos de todos os tempos, incluindo e enfatizando este nosso século. Naturalmente, antes de ser um “homem público”, é um homem particular, isto é, suas qualidades sociais são necessariamente fruto do seu empenho na santificação pessoal. Não existe outo caminho para as relações humanas felizes. E a santificação começa, também obrigatoriamente, pela humildade. Esta não significa um “apequenar-se” medroso, por fraqueza, da pessoa, mas lidar responsavelmente com o que lhe cabe fazer. Tanto um médico quanto um pedreiro, por exemplo, podem ser bons, educados, honestos e competentes nas suas respectivas funções. Assim, São Luís não deixou de exercer as suas prerrogativas – e obrigações – de autoridade, mas a utilizou de forma correta e para os objetivos corretos. Sendo humilde, submeteu-se, com o valor e esforço indispensáveis, aos ensinamentos de Deus, através da Santa Igreja, acolhendo e obedecendo à graça. E por isso obteve o resultado admirável, ficaríamos tentados a dizer quase milagroso, de dominar as próprias paixões e manter a inocência e pureza de coração, em meio a todas as honrarias e fáceis tentações de poder e prazer inerentes à sua condição de monarca absoluto, num dos países mais ricos do mundo, e a quem não se costuma ousar contradizer. Um exemplo disso é que, possuindo os mais altos títulos da nobreza, assinava os documentos simplesmente com “Luís de Poissy”, cidade onde recebera o Batismo. Ele considerava, e estava certo, que a sua maior dignidade era a de ter sido batizado, remido da mancha do Pecado Original, e ter sido recebido por amor gratuito na família dos filhos de Deus. Pela humildade, obteve o governo de si próprio, dos filhos, do Estado. As consequências dessa livre escolha estabeleceram na França um dos seus melhores períodos na História, talvez o melhor. Em tudo Luís promoveu a equidade, paz e progresso: na cultura, nas questões de trabalho, na justiça, na organização; na busca de acordos conciliatórios e nas necessidades de guerra; na moralidade de comportamento na corte e no país, no combate às heresias, no apoio às necessidades da Igreja e na evangelização. Como base, investiu na espiritualidade, na caridade, na convivência com santos. Parece significativo que respeitasse particularmente as sextas-feiras, dia da coroação de espinhos de Jesus, e obtivesse esta mesma Coroa. E, literalmente, em mais de um sentido. Físico, como relíquia santa, e na participação dos sofrimentos, na cruz que teve de suportar, exatamente por combater o bom combate na reivindicação da Terra Santa. Mas não pereceu pela falta da água batismal ou do alimento eucarístico; e por isso a sua morte não foi doença espiritual, mas experiência de ressurreição.

Oração:

Ó Senhor da Glória, que tudo governais com perfeição, concedei-nos pela intercessão de São Luís IX a humildade verdadeira e o desejo de Vos servir, em tudo buscando discernir a Vossa vontade e priorizando as necessidades e ensinamentos da Igreja, para realizar com maturidade espiritual aquilo o que nos destinais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 24 de agosto de 2024

Arquidiocese de Brasília vai instituir Catequistas no Ministério de Catequista

Catedral Metropolitana de Brasília (arqbrasilia)

Pela primeira vez, Arquidiocese de Brasília vai instituir Catequistas no Ministério de Catequista

No próximo domingo (25/08), dia em que a Santa Igreja celebra a vocação dos Leigos e Catequistas, a Arquidiocese de Brasília vai comemorar a data na Celebração Eucarística onde, pela primeira vez, catequistas da Arquidiocese serão instituídos no Ministério de Catequista. A Santa Missa será presidida pelo Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, na Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, às 10h30.

  • agosto 23, 2024

“Não tenhais medo: se o Senhor vos chamar para este ministério, segui-o! Sereis participantes na mesma missão de Jesus de proclamar o seu Evangelho”. Papa Francisco (setembro de 2022). Foi com essa frase do Santo Padre que a Comissão Arquidiocesana de Catequese anunciou a Celebração Eucarística na qual serão instituídos 96 catequistas da Arquidiocese no Ministério de Catequista.

“Somos privilegiados e agradecidos a Deus pela graça de vivermos e testemunharmos este momento histórico na Arquidiocese de Brasília com a Instituição dos primeiros Ministros da Catequese. Desde a publicação, em 2021, do Antiquum Ministerium, os catequistas esperam ansiosamente por este acontecimento. Logicamente foi preciso criar os meios, inclusive litúrgicos, para que este coroamento de nossa caminhada catequética se tornasse realidade. É um triunfo, é uma glória, mas, acima de tudo, é um reconhecimento! Desejamos manifestar nosso júbilo por termos sido contemplados pelo amor e pela misericórdia do Senhor, que vê em nós capacidade para assumirmos mais um serviço a Deus e a nossa Igreja”, explica Brasiliana de Castro Pereira, Coordenadora Arquidiocesana da Catequese.

Brasiliana destacou que a Comissão Arquidiocesana recebeu a inscrição de catequistas de várias Paróquias da Arquidiocese para serem instituídos no Ministério de Catequista “Dom Paulo buscou atender à demanda ouvindo os padres da Arquidiocese. Então, tivemos inscrições de catequistas nos quatro Vicariatos”.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

ECUMENISMO: Anglicanos abandonam o termo “igreja” em novas igrejas

O Estudo Conclui Que A Igreja Da Inglaterra Precisa Refletir Mais Profundamente Sobre Os Propósitos Por Trás Da Fundação De Novas Igrejas Foto: MovimientoFetOrg

Anglicanos abandonam o termo “igreja” em novas igrejas

Cerca de 900 destas “coisas novas” foram estabelecidas nos últimos dez anos, e nenhuma das 11 dioceses estudadas utilizou “igreja” como o descritor principal destes desenvolvimentos.

22 DE AGOSTO DE 2024 - ELIZABETH OWENS - ECUMENISMO

(ZENIT News / Londres, 22/08/2024).- Num recente relatório independente, foi revelado que as dioceses anglicanas começaram a evitar usar o termo “igreja” para descrever novas iniciativas emergentes em suas paróquias, o que gerou um debate sobre a teologia atualmente aplicada na Igreja da Inglaterra. O relatório, intitulado “ Novas coisas: uma investigação teológica sobre o trabalho de criação de novas igrejas em 11 dioceses da Igreja da Inglaterra ”, destaca como cerca de 900 dessas “coisas novas” foram estabelecidas nos últimos dez anos, sem que nenhuma das 11 dioceses estudadas usaram “igreja” como o principal descritor destes desenvolvimentos.

Este relatório, publicado pelo Centro de Teologia e Pesquisa em Plantação de Igrejas em Cranmer Hall, Durham, e preparado pelo Rev. Will Foulger, levanta sérias questões sobre a diversidade de abordagens eclesiológicas que coexistem dentro da Igreja da Inglaterra. Segundo o estudo, as dioceses adotaram termos como “culto”, “congregação” ou “comunidade” para definir estas novas iniciativas, refletindo diferenças significativas na forma como as formas eclesiais tradicionais, como o culto e os sacramentos, são compreendidas e praticadas.

A rápida emergência desta nova linguagem eclesial, que está a moldar a missão e o ministério dentro da Igreja, levou alguns a questionar se estas novas formas estão a forçar uma redefinição do que significa ser uma igreja na Igreja de Inglaterra. O relatório observa que esta mudança na linguagem e na abordagem foi tão rápida que deixou alguns sectores, especialmente aqueles com uma forte adesão às formas tradicionais, a sentirem-se excluídos da conversa sobre a criação de novas igrejas.

Apesar da extensão destas iniciativas, o relatório também revela que apenas cinco das 900 “coisas novas” podem ser consideradas parte da tradição católica, sublinhando a natureza predominantemente evangélica deste movimento. Além disso, muitas destas iniciativas, embora inicialmente promissoras, tiveram dificuldade em manter-se, especialmente na sequência da pandemia e de outros desafios, como a dificuldade em nomear líderes adequados.

O estudo conclui que a Igreja da Inglaterra precisa de refletir mais profundamente sobre os propósitos por trás da fundação de novas igrejas e como esses propósitos se alinham (ou não) com os valores teológicos fundamentais da instituição. A falta de uma justificação teológica sólida para muitas destas novas iniciativas deixou uma lacuna entre as reivindicações teológicas e a prática real, o que poderia comprometer a integridade teológica da atividade missionária da Igreja.

Fonte: https://es.zenit.org/2024/08/22/anglicanos-abandonan-el-termino-iglesia-en-nuevas-iglesias/

Papua Nova Guiné: Conversões refletem a presença de Deus

Crianças da ilha Kiriwina, Papua - Nova Guiné | ACN.

Papua Nova Guiné: Poucos dias antes de visita do papa, conversões refletem a presença de Deus

Por Andrés Henríquez*

23 de agosto de 2024

Os primeiros missionários católicos chegaram à Papua - Nova Guiné, país na Oceania, há apenas 70 anos. Em meio a um contexto onde a fé é tão recente, o padre Martín Prado, que atua pastoralmente no país, destacou as conversões que ocorrem “através de coisas muito simples que refletem que é Deus quem está por trás delas”.

O papa Francisco vai visitar a Papua Nova Guiné no âmbito de uma viagem apostólica entre 2 e 13 de setembro na Oceania que o levará também à Indonésia, Timor Leste e Singapura.

O missionário do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), que está no país há dez anos, disse à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) que a fé dos locais é como “a fé de uma criança” com a qual ele consegue aprender muito. “Aqui os cristãos têm uma fé muito viva e simples”, disse ele.

No entanto, o padre Prado disse que “ainda persiste uma forte influência da espiritualidade indígena”, o que dificulta “uma compreensão completa da fé cristã”. Muitos ainda têm fortes raízes nas suas tradições ancestrais, “que não são compatíveis com o Evangelho”.

Padre Martín Prado, de Vanimo, Papua - Nova Guiné. ACN.

“As crenças em espíritos e as superstições ainda persistem e muitas vezes se misturam com a fé católica. O trabalho do missionário é ajudar os cristãos a ver o que não se encaixa e assim mudar isso”, disse ele.

O seu trabalho, continua ele, dá frutos, e muitos moradores conseguem discernir por si próprios entre o que é falso e o que é verdadeiro “mesmo sem saber ler ou sem ter recebido um catecismo especial”.

“No entanto, se não se cuida a vida de oração e de dedicação aos outros, é muito fácil que a fé se misture com superstições e outros elementos superficiais”, acrescentou.

A importância da visita papal

Segundo o padre Prado, a viagem do papa foi “uma grande surpresa e alegria para todos”. O padre disse também que devido ao acesso limitado à internet e às redes sociais na ilha, poucos tinham conhecimento da notícia.

“Estamos todos muito entusiasmados, trabalhando para poder receber o Santo Padre da melhor forma possível, apesar da precariedade e simplicidade com que vivemos”, disse.

Quanto aos frutos pastorais da visita, o missionário espera que a fé e a vida espiritual dos fiéis sejam fortalecidas, destacando que as pessoas se preparam com grande entusiasmo para a chegada do papa Francisco, rezando o rosário todas as noites, organizando palestras e workshops de confissão nos quais milhares de pessoas participaram. “Foi muito emocionante”, disse o padre Prado.

“As pessoas esperam com entusiasmo e fervor a chegada do Santo Padre, buscando aquele encontro com Deus que desejam”, disse ele.

O desafio da juventude

“Os jovens não têm modelos para seguir nem se inspirar e poucos têm o apoio e o acompanhamento dos pais para se comprometerem pela vida. Formar boas famílias é um desafio, mas estamos vendo como, aos poucos, as coisas vão mudando”, destacou o padre.

O padre Prado encorajou os católicos de todo o mundo a rezar pelo país, pela população local e pela viagem do papa. Da mesma forma, pediu para rezar muito pelos missionários e pelas vocações papuásias ao sacerdócio, “que é o que pode realmente alcançar a mudança”.

“Em 2019, iniciamos um grupo para rezar pelas vocações e desde então o número de sacerdotes dobrou. Começamos a ver surgir vocações locais, que nunca tivemos antes: agora são três seminaristas e dois noviços”, concluiu.

*Andrés Henríquez é um jornalista venezuelano especializado em religião e política. Mais de 5 anos de experiência em meios bilingues. É membro da Federação Regnum Christi.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/58917/papua-nova-guine-poucos-dias-antes-de-visita-do-papa-conversoes-refletem-a-presenca-de-deus

A contumélia na perspectiva de Santo Tomás de Aquino

A contumélia (conceito)

A contumélia na perspectiva de Santo Tomás de Aquino 

Dom João Santos Cardoso
Arcebispo de Natal (RN)

A contumélia refere-se a uma ofensa verbal ou injúria proferida contra alguém visando atingir sua honra e reputação. Expressa-se, principalmente, por meio de palavras com a intenção de humilhar, desacreditar ou insultar o outro, podendo também incluir gestos ou ações que tenham a mesma força expressiva. Na teologia moral, a contumélia é considerada uma violação da caridade e da justiça, pois atinge a dignidade da pessoa ofendida. 

Santo Tomás de Aquino trata a contumélia, na Suma Teológica, no Tratado sobre a Justiça, na Questão 72. Em quatro artigos, ele analisa a natureza, a gravidade e as implicações morais desse comportamento, oferecendo uma reflexão que continua atual. 

No primeiro artigo, Santo Tomás entende que a contumélia consiste principalmente em palavras, pois estas são os meios mais eficazes de expressar pensamentos e intenções. Embora ações possam também desonrar, é por meio das palavras que a contumélia se manifesta mais claramente, pois elas trazem ao conhecimento de outros aquilo que desonra uma pessoa. Ele destaca que a contumélia é uma forma de injustiça, pois ao tornar público um defeito ou falha, seja verdadeira ou falsa, prejudica-se a honra e a dignidade do próximo. 

No segundo artigo, ele explora a gravidade da contumélia, considerando-a um pecado mortal quando há intenção deliberada de difamar alguém. Nesse caso, ela se torna semelhante ao furto e à rapina por violar a justiça e a caridade. No entanto, como a gravidade do pecado pode variar conforme a intenção e as circunstâncias, se a ofensa for proferida com a intenção de corrigir, a contumélia pode ser considerada um pecado venial. 

No terceiro artigo, Santo Tomás trata da paciência e da resistência às ofensas verbais. Ele sugere que, embora a paciência seja uma virtude, não é sempre necessário suportar a contumélia passivamente. Em certos casos, é legítimo e necessário repelir a ofensa, especialmente para corrigir o ofensor ou proteger a comunidade de influências negativas. No entanto, isso deve ser feito com moderação e por motivos corretos, e não por vaidade ou desejo de vingança. 

No quarto artigo, Santo Tomás identifica a ira como a origem mais comum da contumélia, visto que ela frequentemente surge como uma resposta impulsiva à provocação, uma forma imediata de vingança verbal. Ele também reconhece que a soberba e a estultícia podem predispor alguém a cometer contumélias, pois esses vícios enfraquecem a razão e aumentam a tendência de desonrar o próximo. 

A análise de Santo Tomás sobre a contumélia permanece atual, especialmente diante da proliferação de ofensas e discursos de ódio nas mídias sociais e nos ambientes digitais. O princípio de que a contumélia fere a dignidade humana e viola a justiça continua válido, independentemente do meio pelo qual a ofensa é proferida. Em um mundo onde a comunicação é instantânea e global, as palavras têm um poder ainda maior de causar danos, tornando a reflexão de Santo Tomás relevante e essencial para as questões éticas e morais contemporâneas. 

Eticamente, a contumélia desafia o princípio da dignidade humana e o dever de respeito mútuo, sendo condenada pela teologia moral como um pecado contra a caridade, pois envenena as relações humanas e contraria o mandamento do amor. Religiosamente, é vista como uma afronta ao desígnio divino de convivência harmoniosa. Juridicamente, pode ser considerada difamação ou injúria, sujeita a sanções civis ou penais, refletindo o reconhecimento social de que a honra e a reputação são bens jurídicos protegidos. A análise de Santo Tomás nos convida a refletir sobre a responsabilidade que temos ao usar as palavras e o impacto que elas podem ter na vida do outro, bem como nos aponta o dever de cultivar a caridade, a paciência e a moderação nas relações humanas e sociais. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

53º Congresso Eucarístico Internacional, um chamado à fraternidade mundial

Foto de arquivo (Vatican News)

De 8 a 15 de setembro, Quito sediará o 53º Congresso Eucarístico Internacional sob o tema “Fraternidade para curar o mundo”. Durante o evento, católicos de todo o mundo refletirão sobre a Eucaristia e o seu impacto global pelas Missas, a fraternidade, além de conferências e atividades culturais.

Lúcia Elvira - Cidade do Vaticano

Quito se prepara para ser o centro do 53º Congresso Eucarístico Internacional, evento que reunirá bispos, sacerdotes, religiosas, leigos e fiéis católicos de diversas nações e jurisdições eclesiásticas. O congresso, a ser realizado de 8 a 15 de setembro, terá como tema “Fraternidade para curar o mundo”, inspirado na citação bíblica do Evangelho de São Mateus (Mt 23,8) “Vós sois todos irmãos”. O encontro buscará aprofundar o mistério eucarístico e a sua influência na humanidade nos tempos atuais.

Abertura com Missa solene

No domingo, 8 de setembro, às 10 horas, hora local, uma Missa solene de abertura marcará o início do Congresso na Esplanada do Parque Bicentenário. Na celebração, 1.600 meninos e meninas da Arquidiocese de Quito receberão a Primeira Comunhão, símbolo do início de uma semana repleta de espiritualidade e comunidade.

Reflexões sobre um mundo ferido

Na segunda-feira, 9 de setembro, o Congresso abrirá com uma série de apresentações sobre as feridas que afetam a humanidade, desde conflitos armados até crises ambientais. Juan Manuel Cotelo, cineasta católico, juntamente com outros palestrantes renomados, abordará como estas fraturas podem ser curadas pela fé e pela Eucaristia.

A fraternidade redimida em Cristo

A terça-feira, 10 de setembro, será dedicada ao tema da fraternidade, que ferida pelo pecado e pela divisão, pode ser restaurada em Cristo. A irmã Daniela Cannavina, secretária-geral da Confederação Latino-Americana de Religiosos (CLAR), entre outros, compartilhará testemunhos inspiradores de figuras emblemáticas da fé que viveram e promoveram esta redenção.

Eucaristia e transfiguração do mundo

Na quarta-feira, 11 de setembro, dom Andrew Cozzens, bispo de Crookston (Minnesota), destacará a transfiguração do mundo por meio da Eucaristia, convidando os fiéis a refletir sobre a presença de Cristo em suas vidas. Na parte da tarde, uma palestra sobre a fraternidade exigida pelo Sagrado Coração de Jesus, proferida por dom José Ignacio Munilla.

Uma Igreja Sinodal

Na quinta-feira, 12 de setembro, o tema da sinodalidade estará no centro das atenções. Será discutido como a Igreja, em sua missão, procura ser um espaço de comunhão e participação ativa para todos os seus membros, leigos e clérigos. Figuras como o cardeal Mauro Gambetti, vigário geral de Sua Santidade para o Estado da Cidade do Vaticano, juntamente com Mary We, Assessora do Conselho de Apostolado dos Leigos da Arquidiocese de Taipei, na China, conduzirão estas reflexões.

Eucaristia: salmo da fraternidade

Na sexta-feira, 13 de setembro, o Congresso centrar-se-á na Eucaristia como salmo que louva e encoraja a fraternidade entre os filhos de Deus. Este tema será desenvolvido pelo cantor e compositor católico Pablo Martínez, que convidará os participantes a contemplar a Eucaristia como expressão máxima da comunhão com Deus e com os outros.

Procissão Eucarística

No sábado, 14 de setembro, o Congresso continuará com uma Missa solene celebrada às 16h na igreja de São Francisco. A seguir será realizada uma procissão eucarística que percorrerá as ruas do centro histórico de Quito, decoradas com tapetes florais, e terminará na Basílica do Voto Nacional, onde terá lugar a bênção com o Santíssimo Sacramento.

Missa de encerramento, Statio Orbis

No domingo, 15 de setembro, será celebrada a Statio Orbis, Missa que marcará o encerramento do Congresso e na qual será anunciado o local do próximo evento, que será realizado em quatro anos.

Durante estes sete dias, Quito se tornará o centro da reflexão sobre a Eucaristia e a fraternidade, destacando a sua relevância em um mundo em constante mudança. O Congresso promete ser um momento de renovação espiritual e uma oportunidade para os católicos de todo o mundo fortalecerem os seus laços de fraternidade e fé.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Bartolomeu - Apóstolo

São Bartolomeu - Apóstolo (A12)
24 de agosto
País: Israel
São Bartolomeu - Apóstolo

Bartolomeu, também chamado Natanael, nasceu em Caná, uma pequena aldeia a 14 quilômetros de Nazaré, na Galileia. Foi um dos 12 Apóstolos de Jesus (cf. os quatro Evangelhos e Ato dos Apóstolos), porém apenas uma citação bíblica lhe dá destaque (Jo 1,45-51):

“Filipe encontra Natanael e diz-lhe: ‘Achamos Aquele de Quem Moisés escreveu na Lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José’. Respondeu-lhe Natanael: ‘Pode, porventura, alguma coisa boa vir de Nazaré?’ Filipe retrucou: ‘Vem e vê’. Jesus viu Natanael que vinha ao Seu encontro, e disse a seu respeito: ‘Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade’. Natanael perguntou-Lhe: ‘Donde me conheces?’ Respondeu Jesus: ‘Antes que Filipe te chamasse, Eu te vi quando estavas debaixo da figueira’. Natanael exclamou: ‘Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o rei de Israel!’ Jesus replicou-lhe: ‘Crês porque Eu te disse que te vi debaixo da figueira? Verás coisas maiores do que esta’. E concluiu: ‘Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem’”.

O comentário depreciativo de Bartolomeu a Filipe está de acordo com o que era a esperança judaica do Messias na época de Jesus, isto é, um grande personagem, governante, profeta ou general, de alta linhagem, e com poderes terrenos para suplantar o Império Romano. Jamais uma pessoa oriunda de um pequeno, pobre e esquecido vilarejo como Nazaré da Galileia.

São Bartolomeu acompanhou Jesus nos três anos de Sua vida pública, testemunhando as Suas obras e ensinamentos. Conheceu pessoalmente Nossa Senhora, presenciou a Ascensão do Senhor e recebeu o Espírito Santo em Pentecostes. Mas também abandonou o Mestre na Sua Paixão. Como todos nós, exceto Maria Santíssima, pecou; mas, sobretudo, arrependeu-se e acabou por dar a sua vida pelo Cristo – no que devemos igualmente imitá-lo, para além do pecado...

 A Tradição indica que Bartolomeu, depois da separação dos Apóstolos, evangelizou na Europa Oriental, talvez também na Índia. Já os evangelhos apócrifos indicam que morreu martirizado na Armênia, por volta do ano 68. O certo é que ele levou a Fé às regiões da Europa Oriental. Sua festa litúrgica é em 24 de agosto, que parece ser o dia provável do seu falecimento.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A melhor descrição de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: “Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento”. Deus gosta da sinceridade. Mesmo quando pensamos e agimos de forma errada, pois só quem é sincero poderá ver a Verdade, que é Ele mesmo, na realidade, e por isso será capaz de se arrepender, quando for o caso, ou manter-se fiel, se diante de pressões ou tentações. O primeiro comentário de Bartolomeu sobre Jesus não é lisonjeiro, mas é claramente a expressão do que pensavam os israelitas sobre o prometido Messias: deveria ser um grande homem, cuja origem não poderia ser um vilarejo qualquer. E Bartolomeu não se intimada em manifestá-lo claramente, ainda que com certa rudeza, na intimidade do amigo Filipe. Ainda assim, não se pode assumir que Bartolomeu fosse particularmente grosseiro, debochado ou desrespeitoso, pois os Apóstolos eram homens simples que não necessariamente primavam por uma refinada educação; muitas vezes a forma direta e incisiva de se expressar é apenas rústica, mas sem má intenção. Por fim, sincero é também o desejo de Bartolomeu da vinda do Messias. Queremos Deus com a mesma intensidade? E que Deus esperamos? Sejam antes rústicas que má intencionadas as nossas expectativas com relação a Deus, se ainda não as polimos e refinamos: também não esperamos nós, eventualmente, só coisas grandiosas e de aparência clara, por parte de Deus? Quanto não vemos Deus sob o nosso próprio interesse? Com didática divina, e sabendo da alma boa de Bartolomeu, que precisava ainda ser purificada, Deus o elogia, para incitar o diálogo que levaria à adesão do discípulo ao Mestre. Também de forma sincera, pois ainda não conhecia Jesus, e supunha naturalmente não ser conhecido por Ele, pergunta, surpreso, de onde vem este conhecimento. A resposta de Jesus, “Eu te vi quando estavas sob a figueira", de alguma forma revela imediatamente a Bartolomeu que Jesus é, de fato, o Messias. E em primeiro lugar porque o Senhor explicita, “Antes que Filipe te chamasse”. Como Jesus poderia saber deste pormenor, se não fosse “o Filho de Deus”, que tem um poder superior aos homens? Debaixo da figueira – algo muito particular, que só Deus poderia saber. Talvez um questionamento na alma, durante uma meditação? Deus nos vê no mais íntimo… ... aceitamo-Lo, então, como Bartolomeu? Pois o seu reconhecimento e aceitação da divindade de Cristo foi imediata e total: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!”. E para confirmar que ele estava certo, Jesus ainda acrescenta que mesmo este conhecimento íntimo, profundo e sobrenatural é pouco diante do que Bartolomeu testemunhará: “Verás coisas maiores do que esta”. E Sua conclusão reforça e define categoricamente Quem Ele é: “Em verdade, em verdade vos digo: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. São Bartolomeu expressa o que nós mesmos, talvez, pensamos… e como ele devemos ser corrigidos por Cristo. O fundamental, o crucial, de fato o que decide a nossa vida, é: agimos então como ele, aceitando e nos submetendo de boa vontade à divindade e autoridade do Senhor, obedecendo-O com amor? Até o extremo, e à morte? Somos sinceros como Bartolomeu, para merecermos o mesmo elogio de Cristo? Porque um homem sem falsidade, sem mentira, é alguém que está na Verdade, que estará com Deus no Paraíso. O pouco que há sobre Bartolomeu diz muito sobre nós.

Oração:

Senhor Deus da Verdade, que tudo podeis ver, concedei-nos pela intercessão de São Bartolomeu a plena sinceridade da alma e da Razão, o desejo puro, reto e intensíssimo de Vós, o agradecimento infinito de Vos reconhecer, conhecer e amar na Santa Igreja, a humildade e alegria de Vos receber e obedecer, e a inefável Adoração que mereceis na Eucaristia; pois nada disso merecemos, e nos escolhestes para existirmos, sermos católicos e termos preferencialmente as Vossas dádivas, sobretudo os Sacramentos, de sermos verdadeiramente pelo Batismo Vossos filhos protegidos, resgatados do pecado e destinados para o Céu! Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF