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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

São Januário (São Gennaro)

São Junuário (A12)
19 de setembro
País: Itália
São Januário (São Gennaro)

Januário (Gennaro em italiano) nasceu em Nápoles, cidade italiana aos pés do vulcão Vesúvio, na segunda metade do século III. Uma fonte cita que seu nome seria Prócolo, da família romana dos Ianuarii. Foi eleito bispo de Benevento, cidade próxima de Nápoles, parece que ainda jovem, em reconhecimento pela sua bondade, caridade e zelo pela Fé. Na época, o cristianismo implicava em alto risco de vida, pelas perseguições pagãs dos imperadores romanos. Em 304, Dioclesiano, de fato, iniciou a última e talvez a mais violenta perseguição contra a Igreja, antes da paz de Constantino em 313. Todos os representantes do clero eram, potencialmente, as principais vítimas.

Há informações contraditórias a respeito do martírio de Januário, mas o que parece mais certo é que foi preso junto com outros cristãos, incluindo o diácono Sósio, ao ir à prisão confortar fiéis encarcerados. Conduzidos até Puzzuoli, pequena cidade próxima de Nápoles, foram julgados e condenados à morte. Algumas versões citam uma tentativa de queimá-los numa fogueira, da qual saíram ilesos; mais certo é que foram, depois disso ou diretamente, levados à arena da cidade, para serem mortos por leões famintos.

Os animais, contudo, apenas lamberam os pés dos condenados; foi então decretada a sua morte por decapitação. Era o dia 19 de setembro do ano 305. O sangue de Januário, como frequentemente acontecia com os mártires, foi recolhido como relíquia por fiéis.

Este sangue, coagulado, conservado sem qualquer produto químico ao longo dos séculos numa ampola de vidro na catedral de Nápoles, foi exibido ao público pela primeira vez em 1305, já sendo um milagre o fato de simplesmente se ter mantido inalterado, sem se decompor totalmente, como seria natural. Mas em 17 de agosto de 1389, com testemunhos verbais de cerca de 5.000 pessoas, ele se liquefez espontaneamente, e posteriormente tornou a ficar coagulado.

O fenômeno tornou a se repetir ao longo do tempo; em 1728 Montesquieu (crítico da Igreja) o observou duas vezes, certificando que não se tratava de artifício; em 1902 o sangue foi examinado espectroscopicamente diante de testemunhas pelo Dr. Sperindeo, que declarou não haver dúvida de que se trata de sangue humano. A igreja sempre permite que o fenômeno seja investigado pela Ciência, que até o presente não tem reposta para ele.

O milagre costuma acontecer três vezes por ano, observado diretamente por multidões: no primeiro sábado que precede o primeiro domingo de maio, em memória da primeira translação do recipiente de com o sangue; em 19 de setembro, memória litúrgica de São Januário e data do seu martírio; e em 16 de dezembro, quando a intercessão de São Januário impediu a destruição da cidade pela catastrófica erupção do Vesúvio em 1631. Além da passagem do estado sólido para o líquido, a cor do sangue muda de escuro para vermelho vivo, o peso duplica, e é alterado o volume – independentemente de condições de temperatura ou quaisquer outros parâmetros naturais.

Historicamente, a intercessão de São Januário, pedida pelos fiéis de Nápoles em diversas situações críticas, como a erupção vulcânica, a peste que dizimou toda a região menos a cidade em 1884, em situações de guerra, carestia, etc., naturalmente levou a que ele fosse proclamado patrono da cidade. Também as igrejas ortodoxas o veneram como santo e mártir.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

São Januário, e também seus companheiros de martírio, resistiram à fogueira das vaidades e soberba pagãs, tornando dóceis, pela Fé e amor a Cristo, as feras das tentações de apostasia. A espada decapitou a morte para longe das suas almas, em total independência dos parâmetros naturais, e evitou a catastrófica erupção de uma condenação infinita para eles. A evidência do milagre proporcionado pelo sangue de São Januário é tão contundente que é difícil entender a descrença de tantos homens quanto à Igreja. A argumentação de que a Ciência “algum dia” o poderá explicar é, diante das circunstâncias, uma pobre e feia desculpa, que se apoia não nos fatos observáveis e mensuráveis – científicos – mas numa má vontade evidente de quem se recusa a reconhecer uma verdade cabal e indiscutível. Só uma mentalidade tão absurdamente relativista, da qual não se pode duvidar que chegue em algum momento a questionar se 2+2=4, pode fornecer o tanto de estupidez necessária para recusar até mesmo uma mínima disposição sincera para ao menos ouvir a mensagem da Boa Nova de Jesus. Ao invés disso, de forma irracional, arbitrária e preconceituosa, decreta a vazia soberba humana, por meio do mundanismo atual, dogmaticamente, que só o engenho humano tem explicação para o que existe, ainda que o mesmo engenho humano comprove, na prática, a impossibilidade desta noção. Este contraste, que contraria a Razão e o bom senso, além das evidências diretas, é um alerta monumental para a crítica situação do Homem, presentemente tão preocupado e obstinado em rejeitar a realidade e a Verdade, situação esta mais grave ao longo da História na medida em que o entendimento e o conhecimento de Deus são potencialmente mais acessíveis, e a Sua negação cada vez menos desculpável. Assim é que o mistério da liberdade humana, que Deus nos concedeu, e portanto a responsabilidade em relação a ela, agravam as escolhas que fazemos, tanto pessoal quanto socialmente. Nem por isso devemos desesperar da Sua Misericórdia, até porque Ele mesmo a garantiu a todos que O procuram sinceramente, mas sem dúvida é tempo de conscientemente buscar com coragem a santidade, como fizeram São Januário e companheiros, pois ela é o único caminho que conduz à paz.

Oração:

Senhor Deus, que nos concedestes por amor gratuito e eterno a existência e a Salvação por meio do martírio de Cristo, concedei-nos por intercessão de São Januário a solidificação da nossa Fé, de modo a que possamos aumentar o peso e o volume dos atos de caridade em favor do próximo e para a Vossa glória, e ao mesmo tempo a diluição cada vez maior dos nossos pecados no Sangue de Cristo, a fim de obtermos o Vosso perdão e a vida celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Medjugorje e a atitude da Igreja

BOSNIA-ITALY-VATICAN-RELIGION-CHRISTIANITY  (AFP or licensors)

Comissões de Estudo e pronunciamentos dos bispos: publicamos um amplo trecho da apresentação de monsenhor Armando Matteo, secretário do Dicastério para a Doutrina da Fé, que reconstrói a cronologia dos eventos.

Armando Matteo*

O fenômeno das presumidas aparições de Nossa Senhora em Medjugorje diz respeito aos eventos que começaram em 24 de junho de 1981 na paróquia de São Tiago em Medjugorje, administrada pelos Padres Franciscanos O.F.M., da Província da Herzegovina, na Diocese de Mostar-Duvno, na antiga Iugoslávia (hoje Bósnia-Herzegovina).

No final da tarde daquele dia, duas meninas, Ivanka Ivanković e Mirjana Dragičević, foram a Podbrdo, no sopé da colina Crnica. De repente, Ivanka vê Nossa Senhora (que não apareceu para Mirjana). As duas meninas continuam seu caminho para a aldeia. No mesmo dia, por volta das 18 horas, seis jovens veem no mesmo lugar a figura de Maria com uma criança em seus braços: além de Ivanka e Mirjana, estão presentes Vicka Ivanković, Ivan Dragičević, Ivan Ivanković e Milka Pavlović. Marija Pavlović e Jakov Čolo, que ainda estão entre os seis videntes, juntaram-se aos outros no dia seguinte, 25 de junho.

Em 21 de julho do mesmo ano, Sua Excelência dom Pavao Zanić, Bispo de Mostar-Duvno, reuniu-se com os seis “videntes”, que lhe contaram sua experiência recente. O Ordinário continua convencido de que “os jovens não mentem”. Ele também manifestará essa convicção alguns dias depois, por ocasião da administração da Crisma na paróquia de Medjugorje. Posteriormente, em 19 de novembro de 1983, Sua Excelência dom Pavao Zanić enviou à então Congregação para a Doutrina da Fé um relatório confidencial sobre a presumida aparição de Maria, expressando suas “dúvidas muito fortes” a respeito.

Em 12 de outubro do ano seguinte, a Conferência Episcopal Iugoslava emitiu uma declaração sobre os presumidos eventos em Medjugorje, lembrando a competência da autoridade eclesiástica para avaliar as aparições e proibindo peregrinações oficiais a Medjugorje.

Em 19 de maio de 1986, a Comissão diocesana encarregada de avaliar as presumidas aparições em Medjugorje emitiu seu juízo: para 11 membros contra 4 Non constat de supernaturalitate.

No mesmo ano, o Pró-Núncio em Belgrado expressou uma opinião negativa sobre o trabalho da Comissão diocesana. A então Congregação para a Doutrina da Fé decidiu confiar à Conferência Episcopal Iugoslava um novo exame do caso.

No ano seguinte, em 9 de abril, a Comissão da Conferência Episcopal Iugoslava iniciou seu trabalho, que durou até abril de 1991. No dia 10 daquele mês, foi publicado o relatório final da Comissão da Conferência Episcopal Iugoslava sobre o fenômeno de Medjugorje, conhecido como a Declaração de Zadar (Zara). A qual cito:

“Os bispos têm acompanhado as aparições em Medjugorje desde o início através do bispo da diocese, da comissão episcopal e da comissão da Conferência Episcopal Iugoslava para Medjugorje. Com base na investigação realizada até agora, não é possível afirmar que se trata de aparições e fenômenos sobrenaturais. No entanto, os numerosos fiéis que vêm a Medjugorje de vários lugares e que são movidos por motivos religiosos e de outra natureza precisam da atenção e do cuidado pastoral, em primeiro lugar, do bispo da diocese e, em seguida, também de outros bispos, de modo que uma devoção saudável à Santíssima Virgem Maria possa ser promovida em Medjugorje e com Medjugorje em harmonia com o ensinamento da Igreja. Para esse fim, os bispos fornecerão indicações litúrgico-pastorais adequadas e, por meio da comissão, continuarão a acompanhar e a lançar luz sobre os acontecimentos de Medjugorje”.

Passemos para 1994. É em 28 de outubro daquele ano que dom Ratko Perić, o novo Ordinário de Medjugorje, pede a João Paulo II que constitua uma Comissão para um veredicto definitivo sobre as “aparições”. Em julho de 1995, é preanunciada uma visita de João Paulo II a Medjugorje durante a viagem apostólica a Sarajevo. O Papa, em algumas cartas privadas, havia de fato se expressado positivamente sobre Medjugorje e sobre seu desejo de visitar o local. Informado sobre isso, dom Perić pediu à então Congregação para a Doutrina da Fé que evitasse tal visita, que de fato não ocorreu.

Em 2 de março de 1998, solicitada pelo Bispo de Saint-Denis-de-La Reunion, a então Congregação para a Doutrina da Fé respondeu que as peregrinações privadas a Medjugorje eram permitidas, desde que Medjugorje não fosse declarado um local de aparições autênticas. Também foi declarado que a posição de dom Perić sobre o juízo constat de non supernaturalitate não é a da Congregação para a Doutrina da Fé.

Nos anos que se seguiram, houve várias consultas entre a então Congregação para a Doutrina da Fé e a nova Conferência Episcopal da Bósnia-Herzegovina com relação a um novo exame de toda a documentação. A Conferência Episcopal da Bósnia-Herzegovina, no entanto, afirma que não está em condições de realizar um novo exame, nem o considera oportuno.

O ponto de virada foi em 14 de janeiro de 2008, quando Bento XVI decidiu instituir uma Comissão internacional para avaliar os presumidos fenômenos sobrenaturais de Medjugorje. O Presidente dessa Comissão é o Cardeal Camillo Ruini. Em janeiro de 2014, após cerca de seis anos de trabalho, a Comissão internacional emitiu seu juízo. As conclusões da Comissão Ruini não foram tornadas públicas, e isso ocorreu a pedido explícito da então Congregação para a Doutrina da Fé.

Esta última, nos anos seguintes, preparou uma série de aprofundamentos de todo o caso relacionado a Medjugorje. Foi solicitado o parecer de dois especialistas, que chegaram a resultados muito diferentes daqueles da Comissão Ruini.

Em dezembro de 2015, tendo recebido toda a documentação, o Papa Francisco tomou em suas mãos toda decisão sobre Medjugorje.

Posteriormente, em 11 de fevereiro de 2017, o Papa Francisco nomeou dom Henryk Hoser como Enviado Especial da Santa Sé para examinar a situação pastoral em Medjugorje, enquanto em 14 de janeiro de 2019, uma provisão do Pontífice foi tornada pública, segundo a qual “é possível organizar peregrinações a Medjugorje, desde que se tome cuidado para evitar que sejam interpretadas como uma autentificação dos eventos”.

Por fim, em 27 de dezembro de 2021, o Papa Francisco nomeou Sua Excelência dom Aldo Cavalli como novo Visitador apostólico em caráter especial para a Paróquia de Medjugorje, por tempo indeterminado e ad nutum Sanctae Sedis. Dom Cavalli sucedeu o Arcebispo polonês Henryk Hoser, que faleceu em 13 de agosto do mesmo ano.

*(secretário do Dicastério para a Doutrina da Fé)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Programas dos primeiros 26 grandes eventos jubilares disponíveis on-line

Abertura da Porta Santa no Jubileu da Misericórdia, em 8 de dezembro de 2015 (Vatican News)

Disponíveis no site - em breve em todas as línguas - os programas serão constantemente atualizados com informação de apoio aos peregrinos, dando-lhes também a oportunidade de se inscreverem para participar nos diversos eventos.

Edoardo Giribaldi - Cidade do Vaticano

Os programas dos primeiros 26 grandes eventos jubilares foram publicados no site do Jubileu 2025, na seção “Calendário Jubileu”, e em breve estarão disponíveis em todas as línguas.

Consultando os vários programas é possível conhecer os momentos e principais atividades relativas a cada evento. Eles serão ainda mais enriquecidos com detalhes nos próximos meses. Além disso, na página web de cada evento será também disponibilizado para download um manual com as principais indicações de apoio aos peregrinos, e o cartaz que poderá ser divulgado. No site também é possível inscrever-se para participar nos diversos eventos jubilares.

Eventos de jubileu

Os 26 grandes eventos jubilares são o Jubileu do Mundo das Comunicações (24-26 de janeiro de 2025), dirigido a todas as figuras profissionais do mundo da comunicação. Segue-se o Jubileu das Forças Armadas, Polícia e Segurança (8 a 9 de fevereiro de 2025), dirigido a todos os membros das forças militares e policiais, polícias de trânsito, operadores de segurança, veteranos, associações militares diversas, academias militares, capelanias e ordinariatos militares.

Jubileu dos Diáconos (21-23 de fevereiro de 2025) para todos os diáconos permanentes, e o Jubileu do Mundo do Voluntariado (8-9 de março de 2025) para os voluntários de cada associação, membros de organizações sem fins lucrativos, operadores de ONGs e assistentes sociais.

Além disso, o Jubileu dos Missionários da Misericórdia (28-30 de março de 2025), os sacerdotes selecionados de todo o mundo que receberam do Papa as suas próprias faculdades de absolver os pecados, que são da estrita competência da Sé Apostólica e de um mandato especial como pregadores durante o Jubileu Extraordinário da Misericórdia de 2016.

No programa, também o Jubileu dos Enfermos e o Mundo da Saúde (5-6 de abril de 2025) dirigido a todos os doentes e profissionais ligados ao mundo da saúde; o Jubileu das Pessoas com Deficiência (28-29 de abril de 2025) dirigido a todas as pessoas com deficiência, juntamente com os seus acompanhantes; o Jubileu dos Trabalhadores (1 a 4 de maio de 2025) dirigido a todos os trabalhadores de todas as categorias; o Jubileu dos Empresários (4 a 5 de maio de 2025) e o Jubileu das Bandas Musicais (10 a 11 de maio de 2025) para todos os membros de bandas militares, institucionais, amadoras, folclóricas, de cidades, desportivas, escolares e universitárias.

Realizar-se-á então o Jubileu das Irmandades (16-18 de maio de 2025) com os membros pertencentes às irmandades religiosas; o Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos (30 de maio de 2025 - 1 de junho de 2025), o Jubileu dos Movimentos, Associações e novas Comunidades (7 a 8 de junho de 2025) que envolverá todos os membros dos movimentos eclesiais, associações, novas comunidades e grupos de oração.

Entre os eventos, por fim, o Jubileu Santa Sé (9 de junho de 2025); o Jubileu do Desporto (14-15 de junho de 2025); o Jubileu dos Seminaristas (23-24 de junho de 2025); o Jubileu dos Bispos (25 de junho de 2025); o Jubileu dos Sacerdotes (25-27 de junho de 2025); o Jubileu da Consolação (15 de setembro de 2025), dirigido a todos aqueles que vivem um momento de dor e aflição, devido a doenças, lutos, violências e abusos sofridos.

Serão realizados ainda o Jubileu dos Operadores de Justiça (20 de setembro de 2025), destinado às pessoas envolvidas no mundo da justiça secular, canônica e eclesiástica; o Jubileu dos Catequistas (26-28 de setembro de 2025); o Jubileu dos Migrantes (4-5 de outubro de 2025); o Jubileu da Vida Consagrada (8-9 de outubro de 2025) que terá como protagonistas todos os religiosos e religiosas, monges e monjas, noviços e noviças. Além disso, o Jubileu da Espiritualidade Mariana (11-12 de outubro de 2025) para todos os membros dos movimentos marianos, irmandades e diversos grupos de oração. Finalmente, o Jubileu dos Coros (21-23 de novembro de 2025) e o Jubileu dos Reclusos (14 de dezembro de 2025).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Escutando o grito silencioso das árvores

Estas árvores estão a salvo, a menos que você apareça GETTY IMAGES)

Escutando o grito silencioso das árvores

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz 
Bispo de Campos (RJ)

Vivenciando e celebrando o Tempo da Criação não poderíamos deixar de meditar e ouvir no Dia Nacional das Árvores que se comemora desde o ano de 1965 no 21 de setembro, o seu grito sereno e silencioso; porém dramático diante do biocídio das queimadas.  

Tem se dito que as árvores são as naves mães da biodiversidade, informação plenamente correta pois o Dr. Martin Gossner observando no Parque Nacional da Floresta da Baviera, uma árvore de 600 anos, 52 metros de altura e 02 metros de diâmetro, analisando os nichos ecológicos que ela acolhia contou 2041 animais de 257 espécies, que recebiam proteção e moradia.  

Também estão entre os melhores aspiradores de CO 2, ajudando de forma vital em manter o ar saudável. Embelezam e dão harmonia aos biomas, climatizando o lar natural para todas as criaturas. Mas além destas “virtudes” ambientais afirma o engenheiro florestal Peter Wohlleben assim como nós, elas se comunicam, mantêm relacionamentos, formam famílias, cuidam das doentes e da sua geração, têm memória e lutam pela sua existência.  

Se pensamos bem, elas nos ensinam e inspiram no cuidado e relacionamento com a criação, despertam a nossa resistência diante da degradação e destruição da natureza, educam nossa capacidade de conexão e compaixão para com todas as criaturas, e a valorizar como um todo a vida planetária. Elas são muito mais que uma commodity, uma tora, ou energia para queimar e consumir, são as guardiãs e testemunhas da vida.  

Preservá-las e defendê-las é missão sagrada, significa proteger nossa vida e futuro na Terra. Esquecer das árvores ou desconsiderá-las na miopia do lucro fácil ou da ilusão de novas Babéis artificiais sem vida e sem Deus é caminhar inevitavelmente para a destruição da humanidade. Ao lembrarmos o doce lenho da Cruz que acolheu Jesus morto, abraçamos e abençoamos todas as árvores nossas amigas e irmãs aliadas no cuidado e preservação da nossa Casa Comum. Deus seja louvado! 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Encontro do Cardeal Dom Paulo Cezar com os crismandos de Brasília

Dom Paulo Cezar e os crismandos de Brasília (arqbrasilia)

Encontro do Cardeal Arcebispo de Brasília com os crismandos reúne mais de sete mil pessoas

Na manhã de domingo (15/09), a Arquidiocese de Brasília vivenciou um momento muito bonito de comunhão e unidade, durante o Encontro do Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, com os crismandos da Arquidiocese, no Centro de Evangelização Renascidos em Pentecostes, localizado no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, modelo 369, chácara 379.

16 de setembro de 2024

Com o tema central “Caminhem com os pés na terra, vivendo com o coração no céu” (São João Bosco) e o lema: “Buscai as coisas do alto” (Cl 3,1), o evento contou com a participação de mais de sete mil pessoas, que vivenciaram momentos de muita espiritualidade e formação.

“A Crisma é o Sacramento da maturidade, é o Sacramento onde o adolescente, o jovem e o adulto diz para si mesmo, para sua família, mas diz também para toda a comunidade: eu quero ser católico, eu quero seguir Jesus Cristo com beleza. Neste caminho de maturidade está também a inserção na vida da comunidade, a inserção através de diversas iniciativas da vida da paróquia, onde cada crismando é chamado a ir percebendo qual é o seu dom, o que deve fazer na vida da comunidade, como a sua vida deve se tornar riqueza na comunidade. A Crisma é esse momento bonito, de compromisso com Cristo e de viver esse compromisso na comunidade, se doando e participando, sendo um dom na vida da comunidade”, frisa o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa.

Durante o evento, os crismandos participaram de uma feira vocacional, especialmente organizada para apresentar a variedade de carismas e vocações que a Santa Igreja oferece aos fiéis, para que sigam nas vocações que Deus sonhou para cada um e, assim, possam encontrar o seu caminho de maior proximidade com Deus, em busca da santidade.

“A Feira Vocacional no Encontro dos Crismando é um momento muito importante para auxiliar os jovens a discernir a vocação, ao chamado de Deus, aquilo que Deus quer para cada um de nós. Então, a Feira Vocacional é justamente esse auxílio que a Arquidiocese de Brasília, por meio da Pastoral Vocacional, oferece aos jovens para que possam fazer a vontade de Deus. É um momento muito frutuoso, com várias congregações e muitos religiosos participando desse momento, justamente para mostrar a beleza da Igreja nos seus carismas e, sobretudo, na vida feliz em servir a Deus. Peço que rezem pelas vocações, porque ‘A messe é grande, mas os operários são poucos’ (Mt 9,37)”, destaca padre Osmar Júnior, Coordenador da Pastoral Vocacional da Arquidiocese de Brasília.

Um dos momentos mais esperados pelo crismandos no encontro é o quadro “Diz aí, Dom Paulo”, no qual os jovens têm a oportunidade de fazer diversas perguntas ao Cardeal. “Para mim, esse momento de poder conversar com Dom Paulo foi muito especial, porque sempre foi meu sonho falar com alguém que tem tanto entendimento dentro da Igreja Católica. Então, como o encontro foi tão bom e tive essa oportunidade, significou muito para mim. Me surpreendeu a resposta do Cardeal, mas na verdade já esperava que seria uma boa resposta. Dom Paulo realmente é uma pessoa muito abençoada e eu gostei muito de ter feito a pergunta. Ele também interagiu com as pessoas e isso significa muito. Então, eu gostei muito da resposta dele e isso esclareceu todas as minhas dúvidas. Eu pretendo ser catequista. Acredito que essa será minha maior realização, pois quero sempre trabalhar dentro e fora da minha paróquia, e nunca abandonar minha fé”, declara Beatriz Aloque, Crismanda de 15 anos da Paróquia São José Operário (Vicente Pires).  

O trabalho dos Catequistas na formação dos crismandos é fundamental, pois garante que os ensinamentos de Cristo cheguem até eles de forma clara e efetiva, para que tenham uma real mudança de mentalidade.

“Ser catequista, no primeiro momento, é transmitir a Doutrina da nossa Igreja Católica Apostólica Romana, além de orientar o jovem que busca o Sacramento a encontrar sua identidade, viver sua vocação e se encontrar nessa Igreja que é única, Católica e Apostólica, para que ele possa viver sua verdadeira identidade com base na Doutrina, estabelecendo uma vivência firme e própria na fé”, salienta Antonio Alberto Sá Farias, Catequista há 14 anos.

Para a organização do evento, a cada Encontro de Dom Paulo com os Crismandos, a Catequese se fortalece ainda mais na Arquidiocese de Brasília. “Esse encontro tem sido uma graça de Deus e está tomando proporções que nós não estamos conseguindo espaço suficiente para acolher tantos jovens que querem estar com Dom Paulo. São verdadeiramente apaixonados pela homilia dele, pelo jeito com que ele se aproxima, pelo carisma que ele tem com os jovens. Essa integração entre e a Igreja e o jovem, intermediada por Dom Paulo, tem sido um diferencial na nossa Catequese de crismandos. Então, eu entendo que isso é uma mudança de vida na nossa Catequese, uma mudança de hábitos dos nossos catequizandos e de nós mesmos, catequistas. É um novo pensar para a nossa Igreja aqui de Brasília. Inclusive, quero dar até um testemunho, pois muitos Bispos têm comentado sobre esse encontro e estão querendo adotar essa ideia, pois acharam maravilhosa”, destaca Brasiliana de Castro Pereira, Coordenadora Arquidiocesana da Catequese.

O sentimento de real pertencimento à Santa Igreja reinou no coração dos crismandos. “Hoje é um dia em que a gente pode aprender muito sobre a Crisma e sobre a nossa Igreja. A Crisma é a nossa chance de viver a fé Católica. Então, está sendo uma experiência incrível. A gente pode cada vez mais aprender sobre a nossa fé e sobre Jesus. Agora, temos a oportunidade de estudar e por decisão própria confirmar o nosso Batismo”, finaliza Ester Alcântara, crismanda de 14 anos do Colégio Everest.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Na caminhada do ano litúrgico

Santa Missa na Esplanada de Taci Tolu, Timor Leste  (Vatican Media)

"O ano litúrgico se apresenta como um verdadeiro “sacramento”, como um instrumento no qual e pelo qual Deus se faz presente, como na humanidade de Cristo, a sua vida divina mediante o Espírito Santo. O ano litúrgico não celebra o mistério de Cristo de forma genérica, mas celebra-o nos seus diversos momentos e episódios a que chamamos “mistérios”; por meio deles Cristo realizou nossa salvação, em sua morte e Ressurreição".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

“Na liturgia, brilha o mistério pascal, pelo qual o próprio Cristo nos atrai a Si e chama à comunhão. (Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis, de Bento XVI)”

O Ano Litúrgico é a articulação do calendário anual da liturgia da Igreja Católica. No Rito Romano inicia no primeiro domingo do Advento, no final de novembro/início de dezembro e termina na última semana do Tempo Comum. Consiste em um calendário de celebrações estruturado em torno do mistério pascal de Cristo, com o ciclo maior da Páscoa e o ciclo menor do Natal; um ciclo de leituras bíblicas para a celebração da Eucaristia todos os dias do ano e um ciclo de leituras bíblicas e patrísticas, bem como de outros textos, para a Liturgia das Horas.

No programa passado, Pe. Gerson Schmidt* nos trouxe a reflexão "Deus se manifesta no tempo da história do homem". No programa de hoje, o tema é "Na caminhada do ano litúrgico":

"Diz assim o subsídio para o Ano Jubilar: “O Tempo litúrgico da Páscoa, impregnado da presença do Ressuscitado, envolve o tempo do homem, o nosso tempo, com impulso protetor, a fim de que a confiança não esmoreça, a esperança não se abale e a caridade não se renda. “Homo viator spe erectus”, diz um provérbio antigo medieval: o homem pode caminhar pelas estradas da vida graças a esperança que lhe permite manter uma postura ereta, de ressuscitado, e olhar para o futuro com confiança. Para caminhar como viajantes rumo a um destino, é importante sentir-se amparado pela esperança. E a esperança para nós, cristãos, tem um nome: chama-se Jesus. O tempo Pascal é o tempo que a Igreja nos leva a confiar no Ressuscitado e nos entregar a Ele, para experimentar como indivíduos e como comunidade cristã a sua presença viva e ativa que sussurra no coração de cada um a sua saudação pascal: “A Paz esteja convosco!”[1].

É precisamente no espaço de um ano, isto é, no espaço de uma volta completa da terra em torno do sol, que hoje a liturgia, enquanto o lugar privilegiado do encontro com Deus, nos torna participantes de todo o mistério de Cristo, fazendo-nos percorrer sacramentalmente, e não apenas como simples lembrança, as etapas de sua existência terrena, tornando-nos assim já hoje, de algum modo, partícipes de sua vida divina. O ano litúrgico se apresenta como um verdadeiro “sacramento”, como um instrumento no qual e pelo qual Deus se faz presente, como na humanidade de Cristo, a sua vida divina mediante o Espírito Santo. O ano litúrgico não celebra o mistério de Cristo de forma genérica, mas celebra-o nos seus diversos momentos e episódios a que chamamos “mistérios”; por meio deles Cristo realizou nossa salvação, em sua morte e Ressurreição[2].

E o Catecismo da Igreja Católica, no número 1168, sobre o compasso do ano litúrgico na Igreja, aponta assim: “Partindo do Tríduo Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade. Progressivamente, dum lado e doutro desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia. Ele é realmente “o ano da graça do Senhor” (Lc 4,19). A economia da salvação realiza-se no quadro do tempo, mas a partir do seu cumprimento na Páscoa de Jesus e da efusão do Espírito Santo, o fim da história é antecipado, pregustado, e o Reino de Deus entra no nosso tempo”. Entenda-se a palavra “economia de salvação” não no sentido usual de ajuste financeiro, mas como o modo de proceder pedagógico de Deus, que se manifesta gradativamente ao ser humano, culminando com a revelação em Cristo Jesus.

E no número 1171 do Catecismo descreve assim: “O ano litúrgico é o desenrolar dos diferentes aspectos do único mistério pascal. Isto vale particularmente para o ciclo das festas em torno do mistério da Encarnação (Anunciação, Natal, Epifania), que comemoram o princípio da nossa salvação e nos comunicam as primícias do mistério da Páscoa”. A Páscoa, portanto, sempre estará por detrás de qualquer celebração, qualquer ato litúrgico, qualquer ação da Igreja, mesmo no Tempo Comum das ações cotidianas vivenciadas por Cristo, que sempre estarão em vista de sua entrega total.

A homilia Pascal do bispo São Basílio de Selêucia recupera a tônica pascal que perpassa todo o ano litúrgico: “Realmente na cruz obteve o triunfo sobre os nossos pecados, mergulhou na mística água do Batismo as vestes de nossa injustiça, e atirou para o fundo do mar todas as nossas faltas. Pensa na fonte do santo Batismo e apregoa a graça. Pois o Batismo é a síntese de todos os bens, a purificação do mundo, a restauração da natureza, o perdão total, o remédio que nada custa, a esponja que limpa a consciência, a veste que não envelhece com o tempo, o útero que concebe virginalmente, o sepulcro que dá vida aos que foram enterrados, o abismo em que somem os pecados, o túmulo de Satanás, o sinete e baluarte dos que foram assinalados, a fonte que extingue a geena, o anfitrião da ceia do Senhor, a graça dos antigos e novos mistérios, já prenunciada em Moisés, e a glória pelos séculos dos séculos. Amém”[3].

Tal importância do sacramento primordial, que nos faz pertencer à comunidade de fé e à filiação divina. O ciclo litúrgico não se repete em nós e na comunidade, mas se atualiza com um vigor ainda maior e mais intenso, a cada etapa do ano que celebramos. O nosso batismo se renova pela caminhada de fé celebrada em cada mistério, inseridos na Igreja particular e universal."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
________________

[1] BARBA, Maurizio. Cadernos do Concilio de número 13 – Os tempos Fortes do Ano litúrgico, Edições CNBB, p.33.
[2] Idem, p. 52.
[3] São Basílio de Selêucia. Hom. in Sanctum Pascha: SCh 187,275-277, Vincentium Riccardo interprete.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Paulo, apóstolo e mestre da Torá

Capa do livro "Paulo, apóstolo e mestre da Torá completa" (Vatican News)

O novo livro do padre Germano Lori e padre Francesco Giosuè Voltaggio, publicado pelas edições Paulinas, destaca a importância da educação judaica do Apóstolo Paulo, missionário que, com zelo, percorreu, incansavelmente, o coração do Império Romano para anunciar o mistério pascal de Cristo. No prefácio, o cardeal Pizzaballa afirma: “A figura de Paulo emerge com toda a sua riqueza”.

Débora Donnini – Cidade do Vaticano

Uma imersão na vida, nos escritos e no pensamento do Apóstolo dos Gentios é proposta no livro “Paulo, apóstolo e mestre da Torá completa”. O prefácio, assinado por Sua Beatitude, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, Patriarca de Jerusalém dos Latinos, recorda a importância da tradução “ex-novo”, que os dois autores fizeram das fontes extra bíblicas, jurídicas e patrísticas; expressa também a esperança de que “a obra encontre a devida difusão no campo dos estudos da exegese bíblica”. O Cardeal escreve ainda: “Uma das características peculiares da obra é estar profundamente ancorada nas Escrituras e em constante diálogo com elas”.

Novidades

A grande obra, com mais de 500 páginas, foi elaborada por dois sacerdotes italianos, Padre Germano Lori e Padre Francesco Giosuè Voltaggio, ambos “fidei donum” do Patriarcado Latino de Jerusalém. Durante anos, os sacerdotes estiveram comprometidos, não apenas no estudo científico da pesquisa bíblica, mas também dedicando as suas vidas ao anúncio do Evangelho na Terra Santa. Juntos, decidiram criar uma obra, que pretendia ser inovadora, sob diversos pontos de vista, dirigida não apenas para o setor acadêmico, mas para quem quisesse descobrir, plenamente, o alcance de São Paulo para a fé e o pensamento cristão. Os autores começam sua obra ressaltando a matriz cultural do Apóstolo: formação religiosa judaica, educação helenística e cidadania romana.

Em entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News, Padre Francesco Giosuè Voltaggio fala, antes de tudo, da formação de Paulo no contexto judaico, “iniciada não só nas Escrituras, mas também na tradição oral de Israel, na releitura das Escrituras, cuja tradição oral, à luz da sua realização última, desemboca na novidade do Messias”. Daí, nasce o título do livro: “Paulo, apóstolo e mestre da Torá completa”.

O primeiro aspecto, sobre o qual os autores insistem, portanto, é precisamente o “judaísmo” de São Paulo, “nem sempre valorizado suficientemente”, como observa Padre Voltaggio, que acrescenta: “Em segundo lugar, fizemos uma revisão da cronologia da vida de Paulo, com base particular no possível resultado do seu julgamento, estudando em profundidade, sobretudo, o sistema jurídico do Império Romano, que propõe também a sua possível libertação da prisão, no ano 62, segundo as decisões jurídicas romanas daquela época".

Enfim, o sacerdote explica: “Em relação à questão da autenticidade das Cartas “Deuteropaulinas” (Efésios, Colossenses, I Tessalonicenses) e das Cartas pastorais (I e II Timóteo e Tito), tentamos rever, criticamente, as posições consolidadas na exegese de hoje, ao longo dos tempos".

Entrevista com padre Francesco Giosuè Voltaggio (Vatican News)

Conversão

Os autores dedicam espaço particular à conversão de Saulo, que, neste sentido, foi relevante o martírio de Estêvão, como explica ainda Padre Francesco Voltaggio: “Certamente, a aparição de Cristo a São Paulo foi uma manifestação sobrenatural, mas, sua conversão, de alguma maneia, dependeu de um processo por etapas. Achamos que uma das etapas fundamentais foi, como os Atos dos Apóstolos narram no capítulo sétimo, o fato de Paulo não ter sido apenas testemunha ocular do martírio de Santo Estêvão, mas ter aprovado seu assassinato. Ao ver como Estêvão perdoou seus inimigos, o amor de um homem pelos seus inimigos ou por aqueles que o matavam, certamente causou uma marca profunda na psicologia de Paulo, como também de modo implícito em alguns de seus escritos, mas, naturalmente, a sua conversão verdadeira e própria". Aqui, Padre Voltaggio, acrescenta: “Na tradição judaica, encontramos um lindo texto, que diz: 'Quem foi o maior herói de todos?' Alguns dizem: 'Aquele que consegue converter seu inimigo em amigo'."

Além das suas origens judaicas, a formação na cultura helenística e a cidadania romana foram fundamentais na vida de São Paulo. O apóstolo, judeu da diáspora, de língua e cultura gregas, foi educado também em Tarso, um centro famoso, também no que diz respeito à cultura, em particular, à retórica e filosofia helenísticas, uma importante escola de filosofia estoica. Tudo isso emerge em seus escritos.

O nome de Paulo era Saulo, em hebraico (שאול, Shaʾul), como recorda ainda Padre Voltaggio: Paulo era cidadão romano, tanto é verdade que, muitas vezes, se apresentava com o nome latino Paulus ou com o grego Pàulos (Παλος). Ele sabia confrontar-se com o mundo helenístico, com o mundo romano e com os procuradores Romanos; reivindicava seus direitos como cidadão romano, como também se nota em seus escritos, encarava a autoridade civil, inclusive a de Roma, como uma realidade desejada por Deus para o bem dos homens. De fato, Roma representava o ponto alto do seu projeto de evangelização, tanto que, precisamente, na Caput mundi, morreu como mártir".

Evangelização

No volume dos dois sacerdotes italianos, podem ser reconstituídas as viagens de Paulo, a obra de evangelização, a relação com as primeiras comunidades cristãs e com Pedro. Certamente, este foi um testemunho importante para os dias de hoje, como observa o autor do volume: “Paolo nunca agia sozinho. Antes de tudo, embora fosse depositário de uma revelação extraordinária de Jesus Cristo, o apóstolo foi apresentado por Ananias e por uma comunidade. Com o apoio de Barnabé, começou a fazer parte da primeira comunidade cristã de Antioquia, que o envia em missão; mantinha contato direto com a tradição apostólica e com os primeiros Pilares da Igreja, apesar de algumas tensões com Pedro, que sempre chamava Cefas, tinha grande respeito por ele e com ele mantinha profunda comunhão e unidade”.

Ainda segundo o autor do volume, “Paulo transmitia o que recebia, trabalhava em equipe e, em particular, colaborava com famílias missionárias, como Áquila e Priscila, e com mulheres, que mantinham um papel importante, como Lídia, nos Atos dos Apóstolos, mas sempre foi membro ativo na comunidade evangelizadora. Logo, ele nunca evangelizava sozinho, mas com a força impetuosa da primeiríssima comunidade. Em Paulo emerge, claramente, a instituição e o carisma coessenciais na Igreja”.

Segundo suas Cartas às primeiras comunidades cristãs, espalhadas por todo o Império Romano, nota-se que Paulo teve que enfrentar diversos problemas, como explica o Padre Voltaggio: “Os problemas enfrentados pelas primeiras comunidades eram inúmeros e isso deveria servir de grande esperança para a Igreja de hoje. As primeiras comunidades eram atacadas em várias frentes, por exemplo, a forte religiosidade pagã, muitas vezes, era ligada ao poder ou à forte identidade judaica. Mas, o que mais fez Paolo sofrer, desde os primeiros momentos, foram as tribulações no âmbito das primeiras comunidades; os falsos apóstolos, que tentavam desviar as comunidades da radicalidade e da genuinidade do Querigma, do anúncio totalmente centrado na gratuidade do amor de Deus, em Cristo. Essas grandes perseguições afetaram as primeiras comunidades, que, mais tarde, receberam uma força enorme”.

Cartas Paulinas

No volume, os autores italianos abordaram também a questão da discussão entre exegetas sobre a distinção das Cartas de São Paulo entre as Cartas “protopaulinas”, consideradas autênticas (Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Filipenses, I Tessalonicenses e Filêmon); as Cartas “Deuteropaulinas”, cuja autenticidade é discutida (Efésios e Colossenses), e as “Pastorais”, cuja autenticidade é, geralmente, considerada mais improvável (I e II Timóteo e Tito). Neste sentido, os autores sugerem um olhar diferente para aprofundar o debate: “Achamos que tais datações podem ser revistas criticamente, porque não dispomos de detalhes suficientes para datar, com exatidão, as Cartas Paulinas, exceto alguns casos raros. No caso das Cartas “Deuteropaulinas” e “Pastorais”, fizemos uma revisão de todos os dados. Sem entrar em detalhes – porque seria muito longo e são muitas as variações de uma Carta para a outra – jamais devemos esquecer que Paulo não escreveu todas as Epístolas de próprio punho. Muitas vezes, ele as ditou a algum secretário ou escriba, entre seus colaboradores. Tanto é verdade que na Carta aos Romanos lê-se: ‘Também eu, o Terceiro que escrevi a Carta, os saúdo no Senhor’. Isso pode explicar as várias diferenças de estilos ou conteúdos, porque a contribuição do escriba ou do editor também poderia ter sido bastante substancial, obviamente, sem prejudicar a íntima ligação com Paulo”.

Enfim, um dos autores do volume, Padre Voltaggio, sintetiza sua entrevista, dizendo: “Gostaríamos de rever todas estas datações e, sobretudo, a questão da sua autenticidade, à luz de dados certos, quanto possível. Seguimos esta linha, obviamente, com liberdade crítica e honestidade científica".

Imagem do apóstolo São Paulo na Praça São Pedro (Vatican News)

Graças, Fé, Querigma

Foram vários os temas da teologia paulina abordados no livro. Os autores recordam, por exemplo, que Paulo não apresenta a oposição entre fé e Lei, mas sim entre justificação pela fé e justificação através da Lei. Para entendermos isso, temos que voltar à etimologia, diz Padre Voltaggio: “Em hebraico, a lei se chama ‘Torá’, depois, foi traduzida para o grego como ‘Nomos’ e para o latim com ‘Lex’. Esta tradução, talvez, é a única possível, porém não expressa toda a riqueza semântica, ou seja, o significado do termo Torá significa ensino. Na Torá, que, antes de tudo, é o Pentateuco - os primeiros cinco livros da Bíblia - não há prescrições legais, primariamente, mas a história de salvação realizada por Deus”.

Para entender a teologia de Paulo, devemos referir-nos à sua formação Judaica, o autor explica: “Os judeus afirmam que a Lei é uma ‘graça’. Logo, por um lado, Paulo não podia se opor à Lei, ou seja, à Torá, e, por outro, à fé, porque a Torá foi dada por Deus e o próprio Cristo diz que não veio para abolir a Torá, mas para dar-lhe pleno cumprimento”.

Enfim, para o Padre Voltaggio, isso significa que Paulo se opõe, antes de tudo, à justificação pela Lei e à justificação pela fé: “Paulo está ciente de que o homem não tem toda a capacidade de cumprir a Lei, apenas com suas forças. Por isso, ele precisa de Cristo, que é o único Justo, que nos dá a Lei realizada no seu Espírito. Por conseguinte, a fé Nele e a Graça que nos permitem realizar as obras da Lei e, depois, as obras da fé, porque as obras são importantes para Paulo, são frutos da Graça, da aceitação do Querigma e da fé em Cristo”.

Para compreender, plenamente, a missão de Paulo de Tarso, é fundamental também recordar a importância do anúncio do Querigma, a Boa Nova da morte e ressurreição de Cristo. É precisamente este aspecto, que mais impressiona o coautor do livro, como conclui o Padre Voltaggio: “Paulo não perdia tempo em muitas discussões, mas era um grande missionário itinerante e cheio de zelo; sua ação 'motora' era levar o Querigma, isto é, o tesouro do mistério Pascal de Cristo, que ele experimentou em sua vida. Acho que é isso que o mundo espera de nós”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Tentações típicas do diabo para arruinar casamentos

Aliança trincada (Obturador)

Pílulas da Fé - publicada em 31/08/17

O diabo sabe claramente que se trabalhar para destruir o casamento, poderá desvendar e destruir toda a estrutura da sociedade.

É verdade que muitos de nós saímos de férias, mas há alguém que nunca sai de férias e, aliás, nunca sairá de férias. Você consegue adivinhar quem poderia ser? O diabo ! Isso mesmo, diabo! Ele trabalha 25 horas por dia, oito dias por semana e 366 dias por ano.

Na verdade, ele é um dos trabalhadores mais consistentes do mundo! Pai das Mentiras e Assassino desde o Princípio, Príncipe deste mundo, antiga serpente, Lúcifer, Satanás, demônio, diabo, todos esses são nomes para o diabo encontrados nos Textos Sagrados das Escrituras.

Os santos cunharam outros nomes que destacam diferentes aspectos de suas más intenções, aqui estão alguns:

São Tomás de Aquino chama o diabo de  O Tentador .

Santo Agostinho chama isso de  cachorro raivoso  na coleira, é melhor você manter distância!

Santo Inácio, que nos deu os Exercícios Espirituais e as Regras para o Discernimento dos Espíritos (explicando em parte a obra do diabo em nossas vidas), chama o diabo de  Inimigo  da natureza humana. No dia da festa litúrgica de São Martinho de Tours ele chama o diabo de “ Bloco ”.

Por fim, São Pedro, em uma de suas cartas, chama o diabo de  Leão que ruge  que procura devorar quem pode. Somos chamados a resistir!

Um dos principais ataques do diabo à sociedade moderna é lançar seus mísseis contra a mais antiga instituição estabelecida por Deus,  a família . O casamento é a união entre homem e mulher, marido e mulher, unidos num sacramento que chamamos de  Santo Matrimônio , aberto a ter filhos e a educá-los no amor e no temor do Senhor.

O diabo sabe claramente que se puder trabalhar para destruir a instituição da família, poderá ajudar a desvendar e  destruir  todo o tecido da sociedade. Os historiadores dizem-nos que uma vez que a família se desfaz, a sociedade  rapidamente se desintegra  .

Sendo este o caso, quais são algumas das tentações típicas que o diabo lança sobre os casais para enfraquecer e eventualmente destruir a família? Neste pequeno artigo apresentaremos cinco das tentações mais insidiosas, mas  comuns  , que o Pai da Mentira e o Assassino desde o Princípio lança contra a família.

1. Vivam juntos. União livre. Coabitação. Casamento experimental.

Listamos vários títulos para os numerosos acordos de casais que militam contra o Sacramento do Santo Matrimônio.

Há duas gerações, um casal católico que escolhesse uma das condições de vida acima mencionadas seria visto como radical, renegado, pária e um  escândalo flagrante  em todo o mundo. Hoje em dia, se um casal passa a viver junto em um casamento semelhante, é quase normal.

Muitos jovens dizem: “Temos que experimentar primeiro, verificar se temos química”. “Temos que ver se funciona, se somos compatíveis.”

Entretanto, estão dispostos a viver fora do  estado de graça , pondo assim em risco a sua salvação eterna, sem falar no mau exemplo que dão às crianças nascidas nestas circunstâncias.

Os casais que vivem neste estado estão se tornando uma verdadeira  epidemia . Pior ainda, a sociedade fica insensível a acreditar que isso é normal e correto. Nos bastidores deste cenário está ninguém menos que o diabo, o mentiroso!

2. Uniões do mesmo sexo.

Embora as uniões homossexuais tenham sido legalizadas, isso não significa que sejam  corretas . Tal como no caso do aborto, que foi legalizado nos Estados Unidos em 1973, isso não significa que as uniões legalizadas entre pessoas do mesmo sexo sejam morais.

O que é legal nem sempre é moral.

A Sagrada Escritura nos ensina que remontando ao Livro do Gênesis que Deus criou o homem e a mulher, Adão e Eva, e disse que o homem deve deixar seu pai e sua mãe para se unir à sua esposa:

“O que Deus uniu, entre homem e mulher, ninguém se separe” (Gênesis 3).

Por trás desta mentira das uniões entre pessoas do mesmo sexo está o diabo.

3. Adultério.

No Sermão da Montanha Jesus elevou o amor, a fidelidade e a pureza a um nível muito mais elevado. Jesus disse:

“Vocês já ouviram: não cometerão adultério. Mas eu vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher com desejo sexual já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mateus 5, 27-28).

Uma das interpretações modernas desta passagem, em relação ao Sacramento do Santo Matrimônio, é que mesmo que um homem casado não cometa o ato de  adultério físico  com outra mulher, ele ainda pode cometer adultério de outras maneiras, através dos olhos dela, em  sua mente  e nas profundezas do seu coração.

É claro que uma das formas mais comuns de adultério moderno são os homens casados ​​(e às vezes mulheres) que assistem  pornografia . Sem sombra de dúvida, isto está a tornar-se cada vez mais comum, causando  estragos  e destruindo famílias.

Mais uma vez, por trás de grande parte da indústria pornográfica não está apenas um demônio, mas uma enorme  multidão de demônios ! Uma das frases mais comuns que tenta minimizar a gravidade de ver pornografia, principalmente entre homens, é a seguinte: “Bom, meninos serão meninos. Os homens serão homens.”

Ao mesmo tempo, famílias estão sendo destruídas e crianças ficam gravemente feridas e com cicatrizes para o resto da vida.

4. Não estar aberto à vida.

Anos atrás, os casais se casavam e queriam que os filhos viessem o mais rápido possível. Casais com 6, 8, 10 ou 12 filhos eram quase a norma. Sempre foi assim, mesmo que financeiramente o casal não tivesse abundância.

Hoje é exatamente o oposto. Os casais se casam e sua mentalidade é como podemos  evitar  ter filhos.

Para muitos, a filosofia é a seguinte: vamos ter a nossa casa, o nosso carro novo, a nossa televisão de ecrã grande, o nosso iate, o nosso resort, e depois de todos estes bens materiais serem adquiridos, então talvez seja altura de ter um filho ou um filho. garota Dois, no máximo.

Numa sociedade saturada pelo materialismo, pelo hedonismo, pelo egocentrismo e pelo utilitarismo, a coisa prevalece sobre trazer ao mundo uma  nova entidade  com alma e uma existência imortal que chamamos de pessoa humana.

Esta atmosfera contraceptiva e anti-vida é  promovida e cultivada pelo diabo. Nosso Deus é um  Deus de vida . O diabo é um mentiroso e um assassino desde o início.

5. Falta de comunicação.

É preciso dizer, a nível social, que muitos casais, desde o início do casamento, nunca aprenderam verdadeiramente a dialogar. Eles nunca aprenderam a importante  arte da comunicação .

A comunicação é uma arte com a qual nenhum de nós nasce. Deve ser aprendido. Portanto, antes de chegarmos ao dia de pronunciar a fidelidade nos bons e nos maus momentos, na saúde e na doença, nos ricos e nos pobres, até que a morte nos separe, os casais devem estar conscientes da extrema  necessidade de comunicar , da arte da comunicação, e faça tudo ao seu alcance para nunca desistir de melhorar suas habilidades de comunicação.

Mesmo nesse processo, o diabo pode  atuar  como um verme no caminho da vida dos casais, bloqueando a comunicação das seguintes formas:

  • O diabo pode convencer um casal de que é melhor  não conversar  para evitar conflitos.
  • O diabo pode tentar um parceiro a proferir  palavras ofensivas  que agem como picadas de abelha.
  • O diabo pode agir de tal maneira que um queira falar sobre tudo e o outro não queira dizer nada.
  • O diabo pode convencer um casal a  evitar falar com Deus . Resumindo, Deus ajuda os casais a se comunicarem bem.
  • Por último, o diabo pode levar um casal a  falar mais com outra pessoa (ex-namorados ou mesmo novos “amigos” do sexo oposto) do que com o próprio cônjuge, em grande prejuízo do casamento.

Em conclusão, cabe a todos os cristãos estar profundamente conscientes das obras do diabo, que está empenhado em destruir a humanidade. Um dos seus primeiros ataques é à  Instituição da Família , ao berço da criança, à  Igreja Doméstica  e ao futuro da humanidade.

Voltemos à Sagrada Família: São José, Maria e Jesus, pedimos a vossa intercessão, ajudando-nos a ter consciência dos ataques astutos do diabo, ajuda-nos a rejeitar as suas tentações e encoraja tudo o que é puro, nobre e digno de louvor .

Artigo publicado por Faith Pills

Fonte: https://es.aleteia.org/2017/08/31/tentaciones-tipicas-del-diablo-para-arruinar-matrimonios

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

Apascenta as minhas ovelhas (Catequizar)

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 46,4-5: CCL 41,531-533)       (Séc.V)

O exemplo de Paulo

Estando Paulo, certa ocasião, em grande indigência e preso pela proclamação da verdade, alguns irmãos enviaram-lhe com que acudir a suas necessidades. Agradecido, responde-lhes: Fizestes bem provendo-me do necessário. Eu, porém, aprendi a bastar-me em qualquer situação. Sei ter muito e sei passar privações. Tudo posso naquele que me dá forças. No entanto fizestes bem em enviar-me aquilo de que preciso (cf. Fl 4,10-14).  

Mas desejando mostrar o que é que lhe interessava neste gesto em seu favor – não houvesse acaso entre eles algum dos que se apascentam a si e não as ovelhas – não se alegra tanto por ter sido socorrido em sua necessidade, quanto se congratula com eles por sua liberalidade. O que procurava então? Diz: Não porque espero dádivas para mim, mas porque busco frutos para vós (Fl 4,17). Não para que me sacie eu, mas para que não fiqueis vazios vós.  

Que aqueles que não podem, como Paulo, sustentar-se com o trabalho de suas mãos, aceitem o leite das ovelhas, supram as suas necessidades, mas não descuidem a fraqueza das ovelhas. Não procurem isto para o próprio proveito, como se anunciassem o Evangelho só para atender a sua penúria, mas tenham em mira a luz da palavra da verdade a fim de iluminar os homens. Pois parecem-se com lâmpadas, como foi dito: Estejam vossos rins cingidos e lâmpadas acesas (Lc 12,35); e: Ninguém acende uma lâmpada e a põe debaixo da vasilha, mas sobre o candelabro a fim de iluminar aqueles que estão em casa; assim brilhe vossa luz diante dos homens para que vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus (Mt 5,15-16).  

Se para teu uso acendessem em casa uma lâmpada, não lhe porias mais óleo para não se extinguir? Todavia, se mesmo com óleo a lâmpada não brilhasse, não seria de modo algum digna de ser posta no candelabro, mas logo quebrada. O bastante para viver, por necessidade se aceita, por caridade se dá. Não seja o Evangelho um objeto venal, como se fosse o preço que recebem os que o anunciam para terem com que viver. Se assim o vendem, por uma ninharia vendem uma coisa preciosa. Do povo recebem o sustento necessário; do Senhor, a recompensa de seu ministério. Não é o povo o indicado para dar a recompensa àqueles que servem ao Evangelho na caridade. Estes esperam sua recompensa da mesma fonte de que os outros aguardam a sua salvação.  

Por que então são repreendidos? Por que censurados? É que, bebendo o leite e cobrindo-se com a lã, descuravam as ovelhas. Procuravam apenas seu interesse, não o de Jesus Cristo.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Brasileiros participam de entronização de Nossa Senhora Aparecida em basílica nos EUA

Entronização de Nossa Senhora Aparecida na basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição em Washington, DC. | Crédito: Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição | ACI Digital

Mais de 6 mil brasileiros participam de entronização de Nossa Senhora Aparecida em basílica nos EUA.

Por Nathália Queiroz*

16 de setembro de 2024

Mais de 6 mil brasileiros participaram da missa de entronização de Nossa Senhora Aparecida na basílica da Imaculada Conceição, em Washington, DC, o maior templo católico dos EUA, no sábado (14).

“Que alegria estarmos aqui hoje! Que bom estarmos aqui!”, disse na homilia o bispo de Fall River, Massachusetts, dom Edgar da Cunha, brasileiro natural de Jacuíbe (BA). “Graças a Deus, conseguimos, pela primeira vez na história reunir o povo fiel da comunidade brasileira aqui nos EUA, vindos de tantas partes distantes deste país, da Florida a Califórnia, para juntos celebrarmos esse encontro e esse evento que permanecerá na história e perdurará na nossa memória”.

Nossa Senhora Aparecida na basílica da Imaculada Conceição em Washington, DC. Crédito: Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição | ACI Digital

A missa da entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida foi celebrada em português pelo arcebispo emérito de Boston, cardeal Seán O’Malley. O núncio apostólico nos EUA, dom Christophe Pierre, nove bispos e mais de 50 padres concelebraram a missa.

Bispos na entronização de Nossa Senhora Aparecida. Crédito: Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição | ACI Digital

A basílica estava lotada, havia muitas pessoas em pé e outras sentadas no chão. A maioria dos participantes vestia uma camiseta azul com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que foi vendida antes do evento como forma para arrecadar dinheiro para os custos da entronização.

Fiéis participam da missa da entronização de Nossa Senhora Aparecida. Crédito: Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição|  ACI Digital

“Estamos aqui para comemorar, celebrar, honrar, a Bem-Aventurada Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora Aparecida. Pedir sua intercessão e suas bênçãos, como também prometer imitá-la em suas virtudes”, continuou dom Edgar que mora há mais de 45 anos nos EUA.

Para ele, “esse não é um encontro social, cultural, político ou de entretenimento, mas sim, uma peregrinação, um momento para nos encontrarmos com Deus, com nossa Mãe Maria, com nossos irmãos na fé e um momento de verdadeira demonstração de fé”.

“Em Aparecida, Deus ofereceu ao Brasil a sua própria Mãe. Que Nossa Senhora Aparecida interceda por todos nós ao seu filho Jesus”, concluiu.

Fiéis levam uma imagem de Nossa Senhora Aparecida durante a missa. Crédito: Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição | ACI Digital

A organização da entronização da imagem de Nossa Senhora Aparecida em Washington, DC., começou há dois anos, liderada pela vice-reitora de estratégias globais da Universidade Católica da América (UCA), Duilia de Mello. Ela conseguiu a ajuda de dom Edgar, que envolveu mais de 20 líderes de comunidades católicas brasileiras de todos os EUA. Assim, a entronização se tornou uma grande peregrinação de brasileiros.

“É uma grande honra receber cada um de vocês que vieram de diferentes lugares em peregrinação para participar deste evento histórico e profundamente simbólico para nossas nações, Brasil e EUA”, disse Duilia de Mello antes de começar a missa.

“Hoje, a capital americana também se torna o lar da padroeira do Brasil. A entronização de Nossa Senhora Aparecida na Basílica do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição nos une ainda mais. A partir de agora, temos um local sagrado para venerá-La e para depositar nossas preces aos seus pés”, continuou.

“Acolher a imagem de nossa mãe significa abrir nosso coração para seguir seu Filho Jesus e ‘fazer tudo o que Ele nos disser’”, concluiu.

Fiéis rezam a Nossa Senhora Aparecida. Crédito: Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição | ACI Digital

Além da missa, os brasileiros saíram em procissão nas ruas com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, rezaram o terço e tiveram pregações. O dia terminou com um momento de louvor e adoração com a irmã Kelly Patrícia.

*Nathália Queiroz - Escrevo para a ACI Digital há oito anos e desde 2023 sou correspondente do Brasil para o telejornal EWTN Notícias. Sou certificada em espanhol pelo Instituto Cervantes. Tenho experiência em redação de conteúdo religioso para mídias católicas em português e espanhol e em tradução de sites religiosos. Sou casada, tenho três filhos e sou catequista há mais de 15 anos. Escrevo de Petrópolis (RJ).

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF