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terça-feira, 24 de setembro de 2024

O rico está perdido por causa de sua cegueira para com os pobres

O rico e o pobre Lázaro, livro evangélico do imperador Otão III, tesouro da Catedral de Aachen | 30Giorni

O rico está perdido por causa de sua cegueira para com os pobres

Arquivo 30Giorni 10/2004

“O risco para a Europa é que ela perceba a situação dos pobres com uma mentalidade rica, enquanto a Igreja aborda isso com um coração pobre”. A homilia do presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz durante a missa de encerramento das Semanas Sociais da França em 26 de setembro de 2004.

pelo Cardeal Roger Etchegaray

Estamos aqui reunidos para o Dia do Senhor, o dia do programa mundial de cada cristão, “filho da Ressurreição”.

Aqui estamos em torno da mesa eucarística, a mesa que inspira e estimula mais do que todas as mesas, porque reúne os novos homens da nova manhã de Páscoa para um mundo a ser continuamente inventado. Estamos na boa escola de André Boissard, Marius Gonin, Eugène Duthoit e tantos outros que a fé pascal projetou na aventura das Semanas Sociais da França, há cem anos. Somos todos verdadeiramente novos aqui para acreditar que a nossa Europa, chamada «velho mundo», pode ter um lampejo de juventude, graças ao fermento do qual o Evangelho guarda o segredo.

Esta missa é “pela Europa”. O último acto dos nossos dias lança-nos a todos nas mãos de Deus. A Europa não pode esquecer, entre as suas raízes, as suas raízes cristãs. Mas de que valem as melhores raízes se já não fornecem seiva? E como pode haver uma seiva separada das raízes que lhe deu força e cor?

A Europa que se forma é muito mais do que um tesouro a desenterrar, um legado a defender! Na precariedade das suas instituições, participa no plano criador de Deus para que o homem, feito à sua imagem, seja a alma do mundo, o homem total cuja dimensão religiosa integra as outras numa unidade viva.

Trata-se de fazer da Europa uma casa digna do homem. Não se trata tanto de procurar onde construir os muros da Europa, é o próprio homem, hoje, que está rodeado de muros; e devemos ajudá-lo a habitar uma Europa na qual possa assumir a sua verdadeira estatura, graças aos valores espirituais através dos quais o homem se torna plenamente tal.

Esta manhã ouvimos as reações e depois as conclusões das propostas formuladas pelos seis fóruns que ontem lotaram. Estou feliz por ver entrar nos estaleiros onde se constrói a Europa numerosos leigos, os «católicos sociais», como eram tautologicamente chamados há cem anos. Os sacerdotes e os bispos devem esclarecer-vos a todos na diversidade das vossas análises e apoiar-vos através da complexa rede das vossas solidariedades. Foi dito que, ao pôr em prática uma encíclica social, os cristãos preparam a seguinte, para que nada escape, mais cedo ou mais tarde, ao olhar materno da Igreja.

Mas poucos sabem seu pensamento social, um pensamento muitas vezes confundido com um tema opcional! Perto das próprias fontes da fé, este ensinamento fala-nos ora no imperativo, ora no optativo, nunca no opcional. Precisamos de pontos de referência visíveis e firmes, especialmente numa época tão indecisa e flutuante como a nossa, em que a privatização da fé transforma rapidamente os conflitos de ideias em guerras religiosas. Mais do que nunca, as Semanas Sociais são chamadas a desempenhar um papel importante como universidade popular e itinerante, ao alcance de todos, especialmente dos jovens, que têm tão pouca vontade de um futuro verdadeiramente pouco atraente.

Entre as seis obras que estabelecestes, gostaria de falar daquilo que o Evangelho deste domingo sugere para a nossa meditação: a obra da pobreza, da abertura e da partilha. A parábola de Lázaro e do rico acompanhou-me, seguiu-me, abalou-me onde quer que o Papa João Paulo II me enviasse pelo mundo. Vamos tentar entender bem a parábola. Damos ao rico o adjetivo “mau”; Cristo apenas diz “havia um homem rico”, só isso: ele não era mau. Falamos do “mendigo Lázaro”, mas Cristo só diz “um pobre coberto de feridas”, só isso; ele não pediu nada. A distância que os separava na terra não era grande, apenas a soleira de uma porta; mas a cegueira ou o simples esquecimento dos ricos para com os pobres foi suficiente para criar entre eles a distância infinita entre o céu e o inferno.

Pedro cura o aleijado, Matteo del Pollaiolo, baixo-relevo de mármore do cibório de Sisto V, Basílica de São Pedro, Cidade do Vaticano | 30Giorni

É claro que nada é mais urgente do que lutar contra a pobreza, esta ferida aberta no lado da humanidade. Mas onde se esconde e que tipo de pobreza é esta? A “nova pobreza” que as sociedades de abundância produzem não é um sinal da sua fragilidade?

O risco para a Europa é que ela perceba a situação dos pobres com uma mentalidade rica, enquanto a Igreja se aproxima dela com um coração pobre. Daí o gigantesco mal-entendido entre pobreza económica e pobreza evangélica. Como explicar hoje que podemos conciliar uma pobreza a combater com uma pobreza a abraçar depois do Pobrezinho de Assis? Como encontrar espaço para a gratuidade de um ato de amor numa civilização mercantil? A felicidade da pobreza aparece como um luxo ou uma zombaria. Reviver as suas raízes evangélicas significa para a Europa aprender a olhar o mundo como Jesus, desde o monte das Bem-aventuranças, e ousar proclamar: “Bem-aventurados os pobres!”. Sim, bem-aventurados aqueles que se recusam a prostrar-se diante dos ídolos do dinheiro e do poder.

Só há verdadeira partilha na pobreza. Só há verdadeira riqueza na partilha. Pobreza, partilha, abertura, este último termo da trilogia é uma janela, ou melhor, uma grande porta para o mundo, para todos os continentes além dos mares. Mas aqui está um continente em que a Europa pouco pensa, embora seja o mais próximo, a ponto de quase fazer parte dele, mesmo que culturalmente seja o mais distante: a Ásia. Porque, em última análise, a Europa não é senão uma pequena península do imenso continente que se estende da Extremadura ao Extremo Oriente, e não podemos esquecer isto no nosso desejo de solidariedade universal. Conheci um idoso sacerdote chinês que, quando jovem, tinha caminhado de Xangai a Paris para estudar...

Irmãos e irmãs, vejam até onde pode levar uma homilia sobre a Europa!... até à República Popular da China! É hora de parar. Ou melhor, entrarmos imediatamente juntos no mistério da Eucaristia que nos coloca no centro das nossas responsabilidades sociais. O homem moderno, muitas vezes decepcionado ou traído pelas próprias obras, espera muito da Igreja, mais do que reconhece. Ela não espera que ela lhe ensine coisas que ele pode aprender mesmo sem ela, mas que ela lhe diga o que só ela pode lhe dizer, como São Pedro, com calma audácia: «Não tenho prata nem ouro, mas o que eu eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” ( At 3:6).

Andar! A Eucaristia oferece-nos simplesmente o encontro com o Ressuscitado, Aquele que escava e ao mesmo tempo sacia uma fome de justiça mais forte que a dos homens.

Que esta missa seja para a Europa uma antecipação da nova Terra e dos novos Céus, uma comunidade feliz por viver plenamente uma fraternidade de homens e mulheres reconciliados pela morte e ressurreição do Salvador «para a glória de Deus e a salvação do mundo ».

Rezemos para que a Europa se torne um lugar cada vez mais luxuriante de esperança humana, daquela esperança que é filha de Deus.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Peña Parra: todo bispo é um evangelizador, anunciar Deus em um mundo distraído

A ordenação episcopal de dom José-Luis Serrano Pentinat, presidida pelo substituto Peña Parra (Vatican Media)

O substituto da secretaria de Estado presidiu a ordenação episcopal de dom José-Luis Serrano Pentinat, nomeado novo bispo coadjutor de Urgell, na Espanha: “Seja um irmão para os bispos, mestre e exemplo para os sacerdotes, pastor para os fiéis, amigo dos pobres, conforto para os que sofrem”

Vatican News

“Leve a palavra de Deus a um mundo distraído, sobretudo aos jovens, cujos corações ardem de esperança”, lembrando que todo bispo “é para seu povo, em primeiro lugar, um evangelizador”, sempre na certeza das orações e do apoio de todos. É uma recomendação cheia de afeto e gratidão por aquele que realizou um serviço em sinal de “obediência”, “humildade” e “competência”, feita pelo arcebispo Peña Parra, substituto da Secretaria de Estado, a Dom José-Luis Serrano Pentinat, seu secretário pessoal nomeado pelo Papa como bispo coadjutor de Urgell, na Espanha.

Serviço diplomático no mundo

Peña Parra presidiu a celebração da ordenação episcopal no sábado, 21 de setembro, na Catedral de Santa Maria a La Seu, em Urgell, repleta de parentes, amigos de dom Serrano e também de uma grande delegação da Secretaria de Estado, que veio renovar a estima e a proximidade com o prelado, que nela trabalhou por cerca de cinco anos, depois de seu serviço diplomático em Moçambique, Nicarágua e Brasil. Terras nas quais, destacou o substituto em sua homilia, ele “conheceu o fervor da evangelização e a preocupação da Igreja com a justiça social” e “aprendeu como é fiel a palavra dada pelo Senhor, que nos sustenta em cada desafio”.

A vocação desde sua juventude

Tantos foram os desafios enfrentados por dom Serrano ao longo dos anos, “não sem sacrifício”, disse Peña Parra, mas sempre “com generosidade e dedicação” e, sobretudo, com a certeza de uma forte “vocação” aceita desde sua juventude em Tivissa e continuada durante os anos de formação no seminário, como estudante de teologia em Roma, depois em seu serviço como pároco e professor no seminário diocesano. “Essa vocação, sempre a mesma e sempre nova, levou-o a ouvir e seguir Cristo no serviço diplomático da Santa Sé: um seguimento cada vez mais exigente e empolgante, que ampliou os horizontes de sua missão sacerdotal da Espanha para a Itália e, depois, para todo o mundo”, disse dom Peña Parra.

Bispo evangelizador

Agora, a nova missão em Urgell a pedido do Papa e, nesta data, a ordenação como bispo e sucessor dos Apóstolos na festa de São Mateus, o apóstolo evangelista. Uma coincidência “providencial”, para Peña Parra: “Você é chamado a se tornar como ele; um homem santo, um fiel sucessor dos Apóstolos e uma testemunha apaixonada da Boa Nova, que é o Evangelho de Jesus. De fato, todo bispo é para seu povo, em primeiro lugar, um evangelizador”.

Vida nova

O substituto Peña Parra recordou as palavras dos bispos reunidos no Concílio Vaticano II para lembrar ao novo prelado a meta e o objetivo para os quais sua comissão se move: Cristo, “o homem perfeito”, o Ressuscitado. “Quem segue Cristo, o homem perfeito, também se torna mais homem”, disseram os Padres do Concílio. “O Senhor - acrescentou o arcebispo - acende a esperança da vocação: Ele chama aqueles que não esperam, aqueles que não têm nenhum mérito. E sua palavra é uma palavra de salvação, que dá nova vida”.

Isso é demonstrado pela história do apóstolo Mateus, um publicano, um pecador, “uma vida servil ao poder e ao dinheiro” que, após o chamado de Jesus - uma única palavra, “segue-me” - encontra “liberdade e força”. E Mateus responde “sim”. “Caro dom José Luis, faça o mesmo! No Evangelho, a verdade de nossa vida é contada: sua vida conte a verdade do Evangelho”, exortou dom Peña Parra. O chamado de Jesus, acrescentou, “surpreende e renova a vida: salva-nos do tédio, da indiferença, da falta de sentido, o grande mal do coração!”

Lançar as redes no mar agitado deste tempo

“Duc in Altum” foi a recomendação do arcebispo Peña Parra. Uma expressão fortemente ecoada por João Paulo II em seus últimos anos. “Duc in altum”, diz o Senhor nesta hora a você, querido irmão e amigo. Você foi chamado para tarefas que dizem respeito à Igreja universal. Você é chamado para lançar a rede do Evangelho no mar agitado deste tempo...”. 

Levar a palavra de Deus aos jovens

Daí, o mandato de ser “irmão dos bispos”, começando pelo arcebispo Joan Enric, “conselheiro, mestre, exemplo, para os presbíteros”, “pastor para os fiéis, amigo dos pobres, conforto para os que sofrem”, bem como “testemunha da justiça e da verdade para todos os homens”. Uma missão “sublime” a ser alimentada pela oração: “Você aprendeu a reconhecer a voz de Cristo: leve sua palavra a um mundo distraído, sobretudo aos jovens, cujos corações ardem de esperança. As cinzas do egoísmo e da vaidade não apagaram esse fogo!”

Apoio e oração

Sem ansiedade, sem medo: “O Senhor escolhe instrumentos inadequados, para que fique claro que esse poder vem d’Ele, não de nós”, concluiu Peña Parra. “Que seu novo ministério seja, portanto, vivido com serenidade de espírito e firme confiança... Nós lhe asseguramos não apenas nossa gratidão e estima fraterna, mas, acima de tudo, nossa intensa oração”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora das Mercês

Nossa Senhora das Mercês (Templário de Maria)
24 de setembro
Nossa Senhora das Mercês

Dia 24 de setembro comemora-se um título expressivo de Maria, invocada como Nossa Senhora das Mercês ou da Misericórdia. Esta bela invocação remonta ao século XIII, época da dominação maometana na Península Ibérica. Os epígonos de Maomé faziam também incursões nas regiões litorâneas francesas e italianas. Muitos cristãos eram aprisionados e levados como escravos para o norte da África. Condenados a trabalhos forçados e a muitas privações, embora a maioria dos discípulos de Cristo permanecesse fiel à sua fé, vários, porém, desertavam. Para alcançarem a liberdade trocavam o Evangelho pelo Alcorão.

Pedro Nolasco recebeu da Virgem Maria uma pulcra inspiração para fundar uma Ordem religiosa inteiramente devotada ao auxílio e redenção dos cristãos cativos. Dia 10 de agosto do ano de 1218, o Bispo de Barcelona na Espanha, D. Berenguer de Palou, com toda a solenidade, na Catedral, estando presente o monarca Jaime I, de Aragão, e grande número de católicos, presidiu a uma cerimônia que marcaria a História da Igreja. Com efeito, Pedro Nolasco e Treze Cavalheiros se consagraram a Deus e se propunham oficialmente a se dedicarem à Redenção dos cristãos escravos que corriam grande perigo, inclusive, de traírem sua crença religiosa. Grandes os benefícios prestados pelos mercedários àqueles que estavam sob o jugo dos mouros. A ordem aprovada pelo Papa se espalhou pela Europa e, descoberta a América, estes religiosos viram um campo aberto para suas atividades, agora junto aos selvagens, depois, na proteção dos escravos africanos.

No século XVII em pleno ciclo do ouro, nas Minas Gerais, a Irmandade de Nossa Senhora das Mercês se estabeleceu em Ouro Preto. Espalhou-se depois para outras regiões mineiras como Diamantina, São João Del Rei, Mariana, Sabará, Santa Bárbara onde belos templos lhe foram edificados. Isto ocorreu também em outras partes do Brasil como São Luís do Maranhão, Belém do Pará, Rio de Janeiro. O padre Antônio Vieira assim se expressou sobre esta devoção: “Nossa Senhora da Vitória é dos conquistadores; Nossa Senhora das Mercês é de todos, porque a todos indiferentemente está prometendo e oferecendo todas as mercês que lhe pedirem. Nos tesouros das Mercês desta Senhora não só há para o soldado vitória, para o desterrado pátria, para o descaminhado luz, para o contemplativo favores do Céu, mas nenhum título há no mundo com que a Virgem Maria seja invocada que debaixo do amplíssimo nome de Nossa Senhora das Mercês não esteja encerrado e que esta Senhora se não deva pedir com igual confiança. Estais triste e desconsolado? Não é necessário chamar pela Senhora da Consolação, valei-vos a Senhora das Mercês que Ela vos fará mercê de vos consolar. Estais aflito e angustiado, não é necessário chamar pela Senhora das Angústias, valei-nos da Senhora das Mercês e Ela vos fará mercê em vossas pretensões […] De sorte que em todos os despachos que a Senhora costuma dar em tão diferentes tribunais, como os que tem pelo mundo, todos estão avocados a este título das Mercês, porque por ele se fazem todos.”

Neste contexto histórico do consumismo deste início do terceiro milênio, a Senhora das Mercês liberta da escravidão do luxo, dos gastos inúteis do pecado. Cumpre orar a ela para não deixar o mundo cair nas garras do terrorismo internacional e que ela dê paz às nações. Título, portanto, atualíssimo este e venturosos os que se colocarem sob a égide desta Madona mui poderosa, invocando-a com denominação tão expressiva.

Oração a Nossa Senhora das Mercês

Virgem Maria, Mãe das Mercês,
com humildade acorremos a Vós,
certos de que não nos abandonais
por causa de nossas limitações e faltas.

Animados pelo vosso amor de Mãe,
oferecemos-vos nosso corpo para que o purifiqueis,
nossa alma para que a santifiqueis,
o que somos e o que temos, consagrando tudo a Vós.

Amparai, protegei, bendizei e guardai
sob a vossa maternal bondade a todos
e a cada um dos membros desta família
que se consagra totalmente a Vós.

Ó Maria, Mãe e Senhora nossa das Mercês,
apresentai-nos ao vosso Filho Jesus,
para que, por vosso intermédio
alcancemos, na terra, a sua Graça
e depois a vida eterna.

Amém!

Fonte: https://templariodemaria.com/hoje-a-igreja-celebra-nossa-senhora-das-merces-a-virgem-da-misericordia/

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Conheça esses curiosos apelidos dados aos Papas

Domínio Público | Aleteia Editar

Yohana Rodríguez - publicado em 23/09/24

Águia predadora, Cão e cobra, Papa bom... Esses são alguns dos apelidos que as pessoas atribuíam aos papas, conheça-os!

Embora normalmente nos referimos aos Papas Católicos de diferentes maneiras – Santo Padre, Sumo Pontífice, Vigário de Cristo – em algumas ocasiões, cada pontífice é conhecido por um apelido único que resume seu pontificado ou alguma parte de sua contribuição à Igreja.

Neste artigo partilhamos convosco os apelidos mais emblemáticos e curiosos que os Papas tiveram nos últimos 300 anos:

Pio VII - " águia predadora"

O Papa Pio VII (1800-1823) viveu o seu pontificado em tempos instáveis: a figura de Napoleão Bonaparte crescia rapidamente em toda a Europa e o seu emblema - o de Napoleão - era uma águia.

Naquela época, os franceses, depois de terem passado por 10 anos de guerra, começavam a sentir falta da monarquia e da Igreja Católica. Napoleão, percebendo esta reação, procurou ganhar o poder do Papa. Ele é conhecido como Águia de Rapina, porque o Pontífice foi sequestrado por Bonaparte para expandir e assumir o controle.

Leão XII - "Cão e a cobra"

Papa Leão

É conhecido como Canis et coluber (O Cão e a Serpente) porque, nas profecias de São Malaquias , este pontífice é retratado como um vigia (cão) contra os pagãos (cobras) que queriam causar divisão na Igreja Católica.

Leão XIII - “Papa dos trabalhadores”

O Papa Leão XIII (1878-1903) tinha um grande interesse pelos direitos dos trabalhadores. Escreveu a encíclica Rerum Novarum , onde estipulava que o trabalhador deveria obter um emprego onde sua dignidade fosse respeitada e obtivesse um bom salário.

É considerado o Papa que uniu a Igreja à realidade do mundo de hoje.

São Pio - "Papa da Eucaristia"

São Pio

Antigamente, os católicos comungavam uma vez por ano, por isso Pio X, ao longo do seu pontificado, escreveu decretos e cartas incentivando os fiéis a consumirem a Eucaristia regularmente. 

São João XXIII - "O bom pai"

Você consegue imaginar um Pontífice que se distingue pelo bom humor? Isso aconteceu com o Papa João XXIII (1958-1963), que era conhecido pelo seu caráter gentil e alegre. Quando morreu, recebeu também o apelido de “o Papa mais querido da história”.

No seu pontificado, fez grandes esforços para unir o mundo moderno e a Igreja. Convidou os fiéis a serem ativos na fé e na busca da justiça e da paz.

São Paulo VI - "O Papa Peregrino"

Podemos pensar que viajamos demais até conhecermos a vida de São Paulo VI (1963-1978), conhecido como o Papa viajante por ter sido o primeiro a pegar um avião e ter viajado pelos cinco continentes.

Viajou em 10 ocasiões que hoje são o precedente para os seguintes pontífices que seguiriam seu exemplo para evangelizar em diferentes partes do mundo. Sua primeira viagem foi à Terra Santa em 1964.

São João Paulo II - Papa dos jovens, Papa viajante

São João Paulo II (1978-2005) foi um Papa amado pelos fiéis da Igreja. Considerava de grande importância o apostolado, especialmente junto aos jovens. Por isso, ele inaugurou a Jornada Mundial da Juventude em Roma, em 2000. 

Ele também teve grande fama como papa viajante com um recorde de 1.160.420 quilômetros, mais ou menos o equivalente a 29 viagens ao redor do mundo.

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/09/23/conoce-estos-curiosos-apodos-que-le-adjudicaron-a-los-papas

Hoje é celebrado o beato Padre Victor, brasileiro e ex-escravo

Beato Padre Victor (ACI Digital)
23 de setembro
País: Brasil
Beato Padre Victor

Por Redação central*

23 de set de 2024

O beato Francisco de Paula Victor, brasileiro e ex-escravo, apontado pelo papa Francisco como “modelo para todos os sacerdotes, chamados a ser humildes servidores do povo de Deus”, é celebrado hoje, 23 de setembro.

Francisco de Paula Victor nasceu em Campanha (MG), filho da escrava Lourença de Jesus, no dia 12 de abril de 1827. Oito dias depois, foi batizado e sua madrinha foi a dona da fazenda onde nasceu, Marianna Bárbara Ferreira, que teve papel fundamental para sua educação.

Exercia a profissão de alfaiate, mas, em seu coração, Deus o chamava ao sacerdócio. Esse sonho era praticamente impossível na época da escravidão. Dizia-se que, no dia em Francisco de Paula que se tornasse padre “as galinhas começariam a ter dentes”. O futuro beato teve apoio em sua madrinha, que procurou o padre da cidade para saber se seria possível realizar o sonho de Victor.

A oportunidade apareceu em 1848, quando o bispo de Mariana (MG), Dom Antônio Ferreira Viçoso, visitou Campanha. Victor logo o procurou e manifestou o desejo de ser padre, pedido que foi aceito e o alfaiate ingressou no seminário em 5 de junho de 1849. Foi ordenado sacerdote em 14 de junho de 1851 e permaneceu em Campanha como coadjutor até o ano seguinte, quando foi transferido para Três Pontas (MG) como vigário e mais tarde pároco. Só saiu de lá 53 anos depois ao morrer, no dia 23 de setembro de 1905.

Seu ministério foi marcado pela catequese e instrução do povo, edificando a Escola Sagrada Família para crianças e jovens. Padre Victor pregou não só com as palavras, mas pelo seu testemunho de amor a Deus.

Quando morreu, toda a cidade, que já o venerava, foi tomada por grande comoção. Conta-se que seu corpo ficou exposto por três dias e exalava um perfume agradável. Padre Victor foi enterrado Igreja Matriz de Nossa Senhora D’Ajuda, construída por ele.

Em junho de 2015, o papa Francisco autorizou a Congregação para a Causa dos Santos a promulgar decreto concernente ao milagre atribuído à intercessão do sacerdote, que aconteceu com uma moradora de Três Pontas. A professora Maria Isabel de Figueiredo sonhava em ser mãe, mas, descobriu que tinha uma das trompas obstruída e, depois de uma gravidez ectópica (fora do útero), teve que retirar a trompa que estava boa. Isso não a desviou de seu sonho e ela pediu a intercessão de Padre Victor durante uma novena em 2009. Um ano depois, engravidou e deu à luz Sofia.

Padre Francisco de Paula Victor foi beatificado em 14 de novembro de 2015, na cidade de Três Pontas, em celebração presidida pelo então o bispo de Campanha, dom Diamantino Prata de Carvalho. No dia seguinte, após a oração do Ângelus em Roma, o papa Francisco comentou a beatificação.  “Pároco generoso e excelente na catequese e na ministração dos sacramentos, se distingue sobretudo pela sua grande humildade. Possa o seu extraordinário testemunho servir de modelo para todos os sacerdotes, chamados a ser humildes servidores do povo de Deus”, disse na ocasião.

*A Agência Católica de Informação - ACI Digital, faz parte das agências de notícias do Grupo ACI, um dos maiores geradores de conteúdo noticioso católico em cinco idiomas e que, desde junho de 2014, pertence à família EWTN Global Catholic Network, a maior rede de televisão católica do mundo, fundada em 1981 por Madre Angélica em Irondale, Alabama (EUA), e que atinge mais de 85 milhões de lares em 110 países e 16 territórios.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/49715/hoje-e-celebrado-o-beato-padre-victor-brasileiro-e-ex-escravo

São Pio de Pietrelcina: Cruz, perseguição e glória

São Pio de Pietrelcina (Guadium Press)
23 de setembro
País: Itália
São Pio de Pietrelcina

Redação (Sexta-feira, 20-09-2019, Gaudium Press) Bem no centro da região da Campânia, a poucos quilômetros da comuna de Benevento, encontra-se a pequena cidade agrícola de Pietrelcina. Ali, numa casa simples, composta de apenas alguns cômodos, vivia a família de Grazio Forgione e Maria Giuseppa Di Nunzio, em cujo seio nasceu, no dia 25 de maio de 1887, um menino a quem chamaram Francisco.

Vocação religiosa desde a mais tenra idade

O pequeno gostava de rezar e amiúde exercia o ofício de coroinha na paróquia. Em tenra idade manifestou aos pais seu desejo de ser frade capuchinho e eles nunca se opuseram. Grazio, pelo contrário, foi trabalhar longe de casa a fim de obter o necessário para o filho estudar, enquanto sua esposa, “uma mulher do povo, mas com traços de grande senhora”, rezava assiduamente por ele.

Aos cinco anos o menino começou a ser favorecido com fenômenos místicos, como êxtases e aparições, mas ocultou-os até a idade adulta, entre outros motivos, por considerá-los algo corriqueiro, que podia suceder com qualquer um. Embora fosse em muitos aspectos uma criança comum, nem sempre ia brincar com os outros meninos de sua idade, porque muitos blasfemavam ou eram libertinos e ele jamais pronunciou palavras indecorosas.

Em janeiro de 1903, antes mesmo de completar dezesseis anos, ingressou como noviço no convento de Morcone, recebendo o nome de Frei Pio de Pietrelcina. No momento da partida, Maria Giuseppa lhe disse: “Meu filho, meu coração está estraçalhado. Mas não penses agora na dor de tua mãe; se São Francisco te chamou, vai em paz”.

“O demônio me quer para si”

A profissão solene deu-se no dia 27 de janeiro de 1907. Contudo, uma misteriosa enfermidade o obrigou a retornar a Pietrelcina em maio, pois os médicos acreditavam que os ares da terra natal o curariam. A doença, em meio à qual sofria terríveis tormentos espirituais, havia ainda de se prolongar por quase sete anos. O demônio queria arrancá-lo das mãos de Jesus, enquanto ele ardia em desejo de ser sacerdote.

Em 10 de agosto de 1910, foi ordenado na Catedral de Benevento. Todavia, devido a seu estado de saúde, continuou vivendo junto à família a maior parte do tempo e auxiliando o pároco no labor pastoral da cidadezinha. Nessa época padeceu tremendos ataques diabólicos, a respeito dos quais comentava: “O demônio me quer para si a todo custo”.

O Pe. Agostinho de São Marcos, seu diretor espiritual, relata que, ao perguntar-lhe sobre o acontecido naqueles anos, São Pio disse: “Não posso revelar a razão pela qual o Senhor me quis em Pietrelcina, faltaria com a caridade…” Misteriosa resposta ainda não interpretada…

Confessor com extraordinários carismas

Em 1916 retornou afinal à vida comunitária, desta vez no convento de San Giovanni Rotondo. Não demorou para que inúmeras almas necessitadas de orientação espiritual começassem a procurar o novo frade, cujo principal conselho era claro e simples: Comunhão e Confissão frequentes.

As visões celestiais da infância voltaram e se tornaram habituais. Ele mesmo contava aos diretores espirituais, com toda a simplicidade: “­Nosso Senhor me apareceu…” ou “Jesus veio e me disse…”

Favorecido com o dom do discernimento dos espíritos, via o que se passava no interior das almas e nas consciências. Por esse motivo, as filas para seu confessionário se tornaram tão longas que foi preciso distribuir números para ordená-las. Também possuía o conhecimento infuso das línguas estrangeiras e o dom da bilocação, entre muitos outros carismas extraordinários.

Sua rotina diária consistia em rezar, ler e, principalmente, atender Confissões. Ao receberem através dele o Sacramento da Reconciliação, os penitentes recobravam a paz, e suas Missas atraíam tanto que alguns diziam: “Quem o viu celebrar uma vez, nunca se esquecerá”.

Entretanto, ele proclamaria sempre, com total humildade: “Reconheço muito bem que não há nada em mim que tenha sido capaz de atrair os olhares deste dulcíssimo Jesus. Somente sua boa vontade cumulou minha alma de tantos bens”.

Início de um doloroso calvário

Em 1918, tal como Santa Teresa de Jesus, recebeu a graça da transverberação. No dia 5 de agosto, relata o Padre Pio em uma carta, viu diante de si, “com os olhos da inteligência”, um personagem celeste que “tinha na mão uma espécie de ferramenta semelhante a uma longuíssima lâmina de ferro com uma ponta bem afiada, da qual parecia sair fogo”. Quando dito personagem cravou a lâmina em sua alma, sentiu-se morrer e mais tarde declarou que “foi fisicamente ferido no costado”.

Já alguns anos antes, em 1911, aparecera-lhe nas palmas das mãos “algo vermelho como a figura de uma moeda, acompanhado de uma forte dor no centro daquele círculo avermelhado”. Na sola dos pés acontecia um fenômeno semelhante. Desaparecidos os sinais, o sofrimento continuava: “Parece-me que o coração, as mãos e os pés estão transpassados por uma espada, tamanha é a dor que sinto”.

Após a celebração da Santa Missa em 20 de setembro de 1918, encontrando-se no coro, apareceu-lhe outra vez o misterioso personagem, agora com as mãos, os pés e o lado sangrando. Quando este se retirou, o Padre Pio percebeu que suas “mãos, pés e costado estavam traspassados e jorravam sangue”. A partir desse momento os estigmas do capuchinho passaram a sangrar regularmente, sem cicatrizar ou provocar infecção alguma.

Apesar de ele instar à Divina Providência para lhe tirar aqueles sinais, que tantas aflições e incompreensões causavam, nunca pediu para eliminar a dor que lhe produziam. Aprouve a Nosso Senhor que seu fiel servo O imitasse num calvário que durou cinquenta anos, para sua “confusão e humilhação indescritível e insuportável”.

Multidões o assediam no convento

Embora São Pio tentasse escondê-los, a notícia dos estigmas se ­espalhou de maneira assombrosa para os padrões da época. De todas as partes do mundo vinham pedidos de oração e “com frequência agradecimentos por graças recebidas”.

O convento de San Giovanni Rotondo passou a ser assediado por multidões que queriam confessar com o capuchinho estigmatizado ou desejavam vê-lo celebrar a Santa Missa. Nos dias de bom tempo, distribuíam-se milhares de Comunhões e o número de conversões era tão grande que levou o provincial dos capuchinhos a declarar: “Tudo isto constitui para mim o verdadeiro prodígio e demonstra que o Senhor quis revelar este seu eleito para o bem das almas e a glória de seu nome”.

Padre Pio chegou a passar dezesseis horas no confessionário, num mesmo dia. Em carta a seu diretor espiritual, confidenciou: “Não tenho um minuto livre: todo o tempo é utilizado para tirar os irmãos dos laços de satanás. Bendito seja Deus”.

Mas não eram só os sofrimentos espirituais que preocupavam São Pio. Prova disso é que, vendo anos mais tarde a necessidade de haver na cidade um bom hospital, pôs-se a campo para construir a Casa Alívio do Sofrimento, a qual, segundo Pio XII, se transformou “num dos hospitais mais bem equipados da Itália”.

Invejas e incompreensões desatam a perseguição

Tendo crescido a celebridade do Santo a ponto de alcançar os jornais mais famosos da época, levantaram-se contra ele, e contra os frades de seu entorno, a inveja, a incompreensão e a calúnia.

Bento XV, Pontífice então reinante, o considerava um “homem verdadeiramente extraordinário, dos que Deus envia à terra de vez em quando, para a conversão dos homens”. Contudo, isso não impediu que membros do clero secular encaminhassem ao Papa relatórios pedindo providências contra aquele “estranho” religioso.

Em 1919, Dom Pasquale Gagliardi, Arcebispo de Manfredônia, em cuja jurisdição se encontra o convento de San Giovanni Rotondo, começou a reunir documentos e testemunhos contra o santo capuchinho. E enviou uma denúncia ao Santo Ofício, suplicando ao Sumo Pontífice que “pusesse freio à idolatria que se comete no convento pelas ações do Padre Pio e pelos irmãos que estão com ele”.

Cabe assinalar que, já naquela época, Dom Gagliardi era acusado por alguns fiéis de praticar simonia e ter costumes depravados, fatos mais tarde confirmados durante uma visita apostólica. Durante seu governo, a Arquidiocese de Manfredônia estava em ruína.

As queixas do prelado e de alguns sacerdotes desataram uma verdadeira perseguição contra o Padre Pio. A eles se uniria o Pe. Agostinho Gemelli, médico e religioso franciscano que, embora jamais tivesse examinado os estigmas, proclamou provirem de “um estado morboso, uma condição psicopática ou serem efeito de uma simulação”. Um dos biógrafos de São Pio chega a qualificar o Pe. Gemelli de “filósofo da perseguição”.

Uma década de intervenções do Santo Ofício

Impulsadas pelo ódio dos seus detratores, as suspeitas contra o Padre Pio continuaram a crescer. Em ­junho de 1922, menos de seis meses depois de ter falecido Bento XV, o Santo Ofício emitiu disposições destinadas a isolá-lo de seus devotos.

É-lhe proibido mostrar as chagas, falar delas ou permitir que as osculem. Trocam-lhe o diretor espiritual, com quem fica suspensa toda comunicação epistolar. Vedam-lhe responder qualquer carta ou aconselhar quem quer que fosse, e mandam aos seus superiores afastá-lo de San Giovanni Rotondo, “quando o clima popular o permitir”, o que acaba não acontecendo.

Como os fiéis não se conformam e o seguem procurando, o Santo Ofício declara, em 1923, “que não se confirma a sobrenaturalidade dos fatos atribuídos ao Padre Pio e exorta os fiéis a conformarem-se com essa declaração”. Nos anos subsequentes, Dom Gagliardi e os sacerdotes descontentes continuam bombardeando o Santo Ofício com acusações. A transferência do religioso para outro convento ainda é inviável, por receio a tumultos.

Em 1931 o Santo Ofício o proíbe de celebrar em público e retira-lhe a permissão para ouvir Confissões. Não se trata de uma condenação oficial, mas de “restrições impostas por prudência”. As incessantes acusações e calúnias de Dom Gagliardi e seus agentes haviam alcançado seu objetivo, pelo menos em parte.

A reação do santo frade, ao tomar conhecimento de cada proibição, era elevar os olhos ao Céu e abandonar-se à vontade Deus. Tudo aceitou com humildade e resignação, ainda que soubesse serem injustas aquelas penas. “Não podendo mais falar de Deus aos homens, intensificou seu colóquio com Deus, falando-Lhe dos homens”.

Os que tinham a graça de se aproximar dele saíam entusiasmados por sua pessoa e aliviados de suas misérias e dores. “A luz que suas virtudes irradiam não fica obscurecida pelas nuvens com as quais se tenta, em vão, dificultar seu caminho e ascensão a Deus”.

Quase trinta anos de apostolado fecundo

Em 14 de julho de 1933, o Santo Ofício amenizou as proibições. Uma carta do seu Secretário, Cardeal Donato Sbarretti, autoriza-o a celebrar a Santa Missa na igreja do convento e a confessar os religiosos fora do templo.

Na festa de Nossa Senhora do Carmo, a multidão de devotos que enchia a igreja para revê-lo o encontra irreconhecível: envelhecido, cabelos encanecidos, ombros pesados, passo incerto. “Era um varão de dores, que voltava a estar com seus fiéis”.

Aos poucos lhe restabeleceram também a faculdade de ouvir Confissões e, embora as ressalvas do Santo Ofício não lhe tivessem sido retiradas – nem confirmadas por um processo e uma sentença -, “iniciou-se para o Padre Pio uma época feliz, que haveria de durar até 1960. Feliz no sentido de um apostolado livre e fecundo. Foram quase trinta anos durante os quais afluíram a San Giovanni Rotondo centenas de milhares de peregrinos e durante os quais se multiplicaram as conversões, curas e graças recebidas”.

Em 3 de outubro de 1960, um desafortunado comunicado de imprensa do Vaticano noticiava o retorno a Roma de Mons. Carlo Maccari, que estivera em San Giovanni Rotondo como visitador apostólico. A infeliz redação do informe fez eclodir uma avalanche publicitária: em um mês circularam mais de oitocentas notícias contra São Pio, em toda a Itália!

Desta vez as calúnias não atingiam apenas sua pessoa, mas também as finanças e a administração da Casa Alívio do Sofrimento. Um dos artigos chegou à insolência de qualificá-lo de “o capuchinho mais rico do mundo”.

O triunfo do Padre Pio

Numerosos livros foram escritos sobre as perseguições sofridas pelo Padre Pio, desmentindo as acusações contra ele vertidas, revelando a má-fé dos seus detratores e relatando os fatos em todos os seus detalhes. Assim sendo, não temos a intenção de usar o exíguo espaço deste artigo para esgotar o tema, mas sim para pôr em realce o quanto pela cruz se chega à luz!

Os sofrimentos físicos provocados pelos estigmas, os esforços quase sobre-humanos do seu fecundíssimo labor pastoral e as calúnias e perseguições que crucificaram sua alma se reverteram em glória ainda nesta terra.

Já em 1962, dezenas de Bispos e Arcebispos participantes do Concílio Vaticano II o visitaram. Entre eles estava Dom Karol Wojtyla, à época Bispo Auxiliar de Cracóvia. Dois anos depois, o Pró-Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Alfredo Ottaviani, comunicava-lhe ser vontade do Papa Paulo VI que “o Padre Pio volte ao seu ministério em plena liberdade”. As turbas acorreram novamente a San Giovanni Rotondo, desejosas de vê-lo e de tocar nas chagas de suas mãos ou ao menos em seu hábito.

Em 20 de setembro de 1968, quinquagésimo aniversário de sua estigmatização, o Padre Pio percebe que está próximo o seu fim. No dia 22, terminada sua Missa matutina, o povo o aclama. Por volta das dez e meia, já pálido e trêmulo, mal tem forças para levantar suas mãos frias e abençoar uma numerosa multidão, da janela da velha igreja. Difícil é descrever a alegria e os aplausos, o agitar das mãos e lenços, para corresponder às suas saudações.

À tarde, porém, depois da última bênção aos fiéis que assistiram à Missa, se retira a seus aposentos. Conta-nos o padre guardião que nesse momento “a janela da cela do Padre Pio se fechou para sempre, encerrando atrás de si a lembrança de um homem a quem todos os que dele se aproximavam aprenderam a chamar de Pai!”

Às duas horas da madrugada do dia 23, depois de receber a Unção dos Enfermos, com o rosário nas mãos e nos lábios os nomes de Jesus e Maria, sua alma voou ao Céu. Tinha oitenta e um anos. Uma imensa quantidade de pessoas acorreu para venerar aqueles santos restos. E narram as crônicas do convento que ali não se deu “o funeral, mas sim o triunfo do Padre Pio”. Começava, na eternidade, a vida de um dos Santos mais cultuados atualmente na Itália e no mundo todo.

Por Padre Fernando Néstor Gioia Otero, EP

1 – RIPABOTTONI, OFMCap, Alejandro de. Padre Pío de Pietrelcina. Perfil biográfico. San Giovanni Rotondo: Padre Pio da Pietrelcina, 2018, p.12.
2 – Idem, p.25-26.
3 – Idem, p.47.
4 – Idem, ibidem.
5 – Idem, p.89.
6 – Idem, p.124.
7 – SÃO PIO DE PIETRELCINA. Carta 500. Ao Pe. Benedetto, 21 de agosto de 1918. In: Epistolario. 3.ed. San Giovanni Rotondo: Padre Pio da Pietrelcina, 1995, v.I, p.624.
8 – Idem, p.623
9 – RIPABOTTONI, op. cit., p.72.
10 – SÃO PIO DE PIETRELCINA. Carta 68. Ao Pe. Agostino, 21 de março de 1912. In: Epistolario, op. cit., p.144.
11 – SÃO PIO DE PIETRELCINA. Carta 510. Ao Pe. Benedetto, 22 de outubro de 1918. In: Epistolario, op. cit., p.64.
12 – RIPABOTTONI, op. cit., p.77.
13 – Idem, p.79.
14 – Idem, p.80.
15 – SÃO PIO DE PIETRELCINA. Carta 537. Ao Pe. Benedetto, 3 de junho de 1919. In: Epistolario, op. cit., p.672.
16 – PIO XII. Discurso aos participantes de um simpósio sobre as enfermidades coronárias, 9/5/1956.
17 – RIPABOTTONI, op. cit., p.81.
18 – CHIRON, Yves. El Padre Pío. El capuchino de los estigmas. 9.ed. Madrid: Palabra, 2014, p.147.
19 – Cf. Idem, p.146.
20 – Cf. PERONI, Luigi. Padre Pio. O São Francisco de nosso tempo. São Paulo: Paulinas, 2002, p.140-141.
21 – CHIRON, op. cit., p.154.
22 – Idem, ibidem.
23 – CASTELLI, Francesco. Padre Pio sob investigação. A “autobiografia” secreta. São Paulo: Paulinas, 2009, p.360.
24 – Idem, ibidem.
25 – CHIRON, op. cit., p.221.
26 – RIPABOTTONI, op. cit., p.90.
27 – Idem, p.85.
28 – CHIRON, op. cit., p.221.
29 – Idem, ibidem.
30 – Idem, p.310.
31 – CASTELLI, op. cit., p.362.
32 – RIPABOTTONI, op. cit., p.165.
33 – Idem, p.170.

Fonte: https://gaudiumpress.org/content/105256-sao-pio-de-pietrelcina-cruz-perseguicao-e-gloria/

Papa a jovens músicos: cantem a esperança para aqueles que a perderam

Francisco ao encontrar os participantes da edição de 2023 do "Christmas Contest"  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

O talento das novas gerações está no centro do discurso entregue aos participantes do "Christmas Contest", o concurso promovido pela Fundação Pontifícia Gravissimum Educationis, que reúne canções inéditas de todo o mundo inspiradas no Natal. Francisco recebeu os participantes: “precisamos do talento e da criatividade dos jovens, movidos não pelos ídolos do dinheiro e do sucesso, mas pela paixão pela beleza, pela fraternidade, por Jesus que dá sentido à vida”.

Edoardo Giribaldi - Vatican News

“Precisamos do talento dos jovens, da criatividade, movidos não pelos ídolos do dinheiro e do sucesso, mas pela paixão pela beleza, pela fraternidade, pelo Senhor Jesus que salva e dá sentido à nossa vida”. Uma mensagem de esperança e de reconhecimento foi expressa pelo Papa Francisco em discurso entregue nesta segunda-feira (23/09) aos participantes do Christmas Contest, o concurso promovido pela Fundação Pontifícia Gravissimum Educationis - Cultura para a Educação, que reúne canções inéditas inspiradas no Natal de todo o mundo, dando às melhores a chance de serem apresentadas no cenário do prestigioso Concerto de Natal no Vaticano.

Um concurso que é “oportunidade de crescimento humano"

Um concurso descrito por Francisco como “especial”, que tem como objetivo ser uma “oportunidade para o crescimento humano”:

Gostaria de lembrar com vocês, jovens cantores e músicos empenhados em promover os valores do Natal, que o nascimento de Jesus foi acompanhado por um canto celestial: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados”.

A vocação artística expressa na juventude

O Papa recorda como “a Encarnação de Jesus Cristo” tenha “inspirado inúmeros artistas de todas as línguas e culturas ao longo dos séculos, que traçaram caminhos de fraternidade no mundo”. Isso “traz a verdadeira paz ao mundo, e como precisamos dela hoje!”, observa Francisco, enfatizando o “talento”, bem como a “originalidade”, das “histórias” e das “vozes” como ferramentas disponíveis aos participantes para fazer parte “dessa grande trilha”. “E é sempre o mesmo Amor de Deus, feito homem em Jesus Cristo, que fala ao coração de vocês”, acrescenta Francisco.

Durante a juventude, com o desejo de expressar a vocação artística de vocês, no caminho humano e cristão de todos vocês, de diferentes maneiras, sentem a atração do mistério do Amor encarnado e o manifestam por meio do canto e da música.

Uma voz para aqueles que perderam a esperança

O Papa então indica as vozes dos participantes como uma canção de “esperança”, para o benefício “daqueles que a perderam por tantas razões: miséria, doença, guerra, migração forçada, problemas na família, na escola, com os amigos”. O desejo final de Francisco é que “alguns desses jovens” possam ser “tocados” pelo testemunho cantado pelos presentes.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“Sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tg 1,22)

(Crédito: Revista Cidade Nova)

“Sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”  (Tg 1,22) | Palavra de Vida Setembro de 2024

por Organizado por Patrizia Mazzola com a comissão da Palavra de Vida   publicado em 26/08/2024.

O tema relativo a ouvir e praticar é uma questão fundamental da qual Tiago, o autor do versículo deste mês, trata com insistência. Com efeito, a carta continua, mais adiante: “Aquele, porém, que se debruça sobre a Lei perfeita, que é a da liberdade, e nela persevera, não como um ouvinte distraído, mas praticando o que ela ordena, será feliz naquilo que faz” (Tg 1,25). E é precisamente esse esforço de conhecer as Suas Palavras e vivê-las que nos liberta e nos dá alegria.

Poderíamos dizer que o versículo bíblico deste mês é propriamente a causa da prática conhecida como “Palavra de Vida”, que se espalhou no mundo inteiro. Chiara Lubich escolhia uma frase de sentido completo da Escritura – no início uma vez por semana, depois uma vez por mês – e a comentava no grupo. Depois se encontravam e partilhavam os frutos daquilo que a frase tinha realizado por meio das experiências de vida. Assim, ia-se criando uma comunidade unida que mostrava de forma embrionária as transformações sociais que ela era capaz de realizar.

“Embora na sua simplicidade, a iniciativa ofereceu uma contribuição notável para a redescoberta da Palavra de Deus no mundo cristão do século XX”1, transmitindo um “método” para viver o Evangelho e compartilhar os seus efeitos.

“Sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”

A carta de Tiago retoma o que Jesus anunciou para fazer viver e experimentar a realidade do Reino dos céus entre nós: declara bem-aventurado quem ouve a sua Palavra e a guarda2; reconhece como sua mãe e seus irmãos aqueles que a ouvem e a põem em prática3; compara a Palavra à semente que, se cair em terra boa, isto é, naqueles que a ouvem com um coração bom e generoso e a guardam, faz com que produzam frutos com a sua perseverança4.

“Em cada Palavra sua Jesus exprime todo o seu amor por nós”, escreve Chiara Lubich. “Vamos concretizá-la, assumi-la como coisa nossa. Experimentemos quanta potência de vida ela irradia em nós e ao nosso redor quando a vivemos. Apaixonemo-nos pelo Evangelho até o ponto de deixar-nos transformar nele e de transbordá-lo sobre os outros. [...] Sentiremos claramente, de modo palpável, a libertação de nós mesmos, dos nossos limites, das nossas escravidões. E não é só: já que demos a Jesus a liberdade de viver em nós, veremos explodir a revolução de amor que Ele provocará no ambiente social que nos envolve.5” 

“Sede praticantes da Palavra, e não meros ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” 

Como colocar em prática a Palavra? Olhemos à nossa volta e façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para nos colocarmos a serviço dos necessitados com pequenos ou grandes gestos de cuidado mútuo, transformando as estruturas injustas da sociedade, combatendo a violência, incentivando gestos de paz e de reconciliação, crescendo na sensibilidade e nas ações em favor do nosso planeta.

Assim, uma autêntica revolução irromperá na nossa vida, na vida da nossa comunidade, no ambiente de trabalho em que atuamos.

O amor se manifesta nas ações sociais e políticas que buscam construir um mundo melhor. Em Lámud, cidade da Amazônia peruana, a 2.330 metros acima do nível do mar, como fruto da dedicação de uma pequena comunidade dos Focolares às pessoas mais frágeis, nasceu um centro para idosos que recebeu o nome da fundadora do Movimento. 

“O centro foi inaugurado em plena crise de pandemia e acolhe 50 pessoas idosas e solitárias. A casa, os móveis, as louças e até os alimentos, tudo foi doado pela comunidade próxima. Foi um desafio, cheio de dificuldades e obstáculos, mas em março de 2022 o Centro Chiara Lubich celebrou o seu primeiro aniversário, abrindo as portas à cidade com uma festa, da qual também as autoridades políticas participaram. Os dois dias de comemoração angariaram novos voluntários, adultos e crianças, que querem se dedicar aos vovôs solitários, ampliando o círculo familiar deles.6”

1) LUBICH, Chiara. Parole di Vita, Introduzione, org. Fabio Ciardi, (Opere di Chiara Lubich 5), Roma: Città Nuova 2017, p. 9, [trad. nossa]. 

2) Cf. Lc 11,28.

3) Cf. Lc 8,21.

4) Cf. Lc 8,15.

5) LUBICH, Chiara. A Palavra em fatos. Palavra de Vida, setembro de 2006.

6) Bilancio di Comunione 2022Movimento dei Focolari, in https://www.focolare.org/wp-content/uploads/2024/01/BdC-2022-2.pdf, p.67, [trad. nossa].

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/editorial/inspira/4026-sede_praticantes_da_palavra_e_nao_meros

domingo, 22 de setembro de 2024

São Maurício e companheiros mártires

São Maurício (nossasagradafamilia)
22 de setembro
País: Egito
São Maurício e companheiros mártires

São Maurício e seus Companheiros Mártires são venerados como heróis da fé e mártires cristãos que testemunharam sua devoção a Cristo em face de grande perseguição e martírio. A história de São Maurício e seus companheiros é um exemplo notável de fidelidade religiosa e coragem diante das adversidades.

Maurício, também conhecido como Maurício de Tebas, nasceu no século III em Tebas, no Egito. Ele era um oficial do exército romano e, por causa de sua ascendência africana, provavelmente fazia parte da Legião Tebana, uma unidade militar romana composta por cristãos da região do Egito. A Legião Tebana era conhecida por sua disciplina e lealdade, mas também por sua fé cristã.

Durante o reinado do imperador Maximiano, em 287 d.C., o exército romano foi ordenado a perseguir cristãos em Agaunum, na atual Suíça, que se recusaram a adorar os deuses romanos. Maurício e seus companheiros se recusaram a participar da perseguição e a oferecer sacrifícios aos deuses pagãos. Eles afirmaram que só adorariam a Deus, o Deus dos cristãos.

A recusa dos soldados cristãos em obedecer às ordens do imperador enfureceu Maximiano. Ele ordenou que a Legião Tebana fosse exterminada. Os soldados cristãos foram submetidos a torturas cruéis e, finalmente, foram martirizados por causa de sua fé. Maurício, como líder, também enfrentou um martírio particularmente terrível: foi decapitado.

Além de São Maurício, a Legião Tebana era composta por centenas de soldados cristãos que compartilharam seu destino. Todos eles se recusaram a renunciar à sua fé cristã, mesmo diante de ameaças e tormentos. Suas ações corajosas e sua disposição em enfrentar o martírio coletivo os tornaram exemplos de firmeza na fé.

A devoção a São Maurício e seus Companheiros Mártires se espalhou rapidamente pela cristandade primitiva, e eles foram venerados como santos e mártires. Suas relíquias foram preservadas e reverenciadas ao longo dos séculos.

A festa de São Maurício e seus Companheiros Mártires é celebrada em 22 de setembro na Igreja Católica. Eles são lembrados como símbolos de coragem, fidelidade e determinação na defesa da fé cristã, mesmo diante das piores adversidades. Seu legado continua a inspirar os cristãos a permanecerem firmes em sua fé, independentemente das circunstâncias, e a enfrentar os desafios com a mesma coragem que esses mártires demonstraram há tantos séculos.

São Maurício e companheiros mártires, roguem por nós!

Fonte: https://www.nossasagradafamilia.com.br/

Reflexão para XXV Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Lutemos pela pureza de nossa fé. Ela será autêntica se vivermos o que nos diz São Tiago na segunda leitura de hoje. ”Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. De onde vêm as guerras? De onde vêm as brigas entre vós?”

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

Já havia na Antiguidade uma presença muito grande de grupos de pessoas que não acreditavam em nada. Eram formados principalmente pelos ricos e os intelectuais. Evidentemente, nem todos os ricos e intelectuais eram materialistas e descrentes, muitos acreditavam na vida após a morte.

Sua lei era: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos!” (Is 22,13). Junto a esses havia alguns judeus que deixaram a fé de seus antepassados e se uniram aos grupos de infiéis.

Contudo, a vida honesta e coerente dos crentes incomodava a consciência dos descrentes. Esse incômodo está escrito na primeira frase da primeira leitura de hoje, extraída do livro da Sabedoria. “Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos reprova as faltas contra a nossa disciplina.”

Hoje também temos esses grupos de materialistas e as perseguições, mesmo que veladas, são reais. Também Jesus não escapou às garras dessa gente. A presença, mesmo que silenciosa, de uma pessoa de vida exemplar, incomoda e agride aqueles que optaram por viver desonestamente.

Quando formos perseguidos, deveremos rezar por aqueles que nos perseguem e maltratam, mas ao mesmo tempo nos alegrar porque nosso testemunho de fé em Deus é vivo e incomoda. Mas se nada nos acontece, deveremos rever nossa vida, alguma coisa está errada em nosso anúncio.

No Evangelho acontece algo que se enquadra dentro desse espírito mundano. Os judeus, com seus líderes, não entendem o messianismo de Jesus. Eles esperam um messias triunfante, vitorioso nos moldes dos valores deste mundo. Contudo, Jesus os desnorteia quando diz que ele irá “ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão.

”Para seus discípulos, Cristo pede que o sigam no serviço a todos e em se colocarem como últimos, exatamente contrário em relação ao pedido da mãe de João e de Tiago, para que seus filhos ocupassem os primeiros lugares, ao lado de Jesus.

Também em nosso mundo, inclusive no mundo religioso, quantas pessoas não aspiram e lutam para uma posição de destaque na Igreja, na paróquia, na congregação religiosa! Quantas pessoas que ocupam lugar de importância não o usam para serem servidas e tirarem proveito para si e para seus interesses corporativos!

Lutemos pela pureza de nossa fé. Ela será autêntica se vivermos o que nos diz São Tiago na segunda leitura de hoje. ”Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. De onde vêm as guerras?  De onde vêm as brigas entre vós?”

E o Apóstolo ensina “... a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento.”

Vivamos nossa fé na pureza de sentimentos e na entrega total de nossa vida a Jesus Cristo. Que ele viva em nós! Que nossa riqueza e nossa sabedoria sejam viver ao máximo a fé cristã.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF