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sábado, 28 de setembro de 2024

Dos Tratados sobre os salmos, de Santo Hilário, bispo

(Crédito: liturgiadashorasonline)

Dos Tratados sobre os salmos, de Santo Hilário, bispo

(Ps 64,14-15:CSEL 22,245-246)                 (Séc.IV)

O rio impetuoso alegra a cidade de Deus

O rio de Deus enche-se a transbordar; e o trigo sois vós que o preparais; deste modo preparais a terra (Sl 64,10). Não há dúvida quanto à significação do rio. Pois o Profeta diz: O rio impetuoso alegra a cidade de Deus (Sl 45,5). E o próprio Senhor diz no Evangelho: Quem beber da água que eu lhe der, de seu seio brotarão rios de água viva, que jorra para a vida eterna (Jo 4,14). E de novo: Do seio daquele que crer em mim, como está escrito, jorrarão rios. Queria com isto significar o Espírito Santo que iriam receber aqueles que nele cressem (Jo 7,38-39). Portanto, este rio de Deus transborda de água. Pelos dons do Espírito Santo somos inundados e, correndo daquela fonte de vida, o rio de Deus cheio de águas se derrama em nós. Encontramos também o trigo preparado. 

Que trigo é este? Certamente aquele que nos prepara para o consórcio com Deus, pela comunhão do santo corpo, que nos insere, em seguida, na comunhão do santo corpo. É este o sentido do salmo que diz: O trigo sois vós que o preparais; deste modo preparais a terra. Com este trigo, embora já sejamos salvos no presente, preparamo-nos para o futuro. 

Para nós, renascidos pelo sacramento do batismo, é imensa a alegria quando percebemos em nós certas primícias do Espírito Santo, quando se insinua a compreensão dos sacramentos, a ciência da profecia, a palavra da sabedoria, a firmeza da esperança, os dons de cura e o domínio sobre os demônios vencidos. Quais gotas de chuva tudo isto vai nos penetrando e aos poucos aquilo que germinou se multiplica em frutos copiosos.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

A Palavra que na liturgia arde o coração

Celebração da Santa Missa na Basílica de São Pedro (Vatican Media)

"Tal como os discípulos de Emaús, é na Liturgia celebrativa e na Leitura orante que nosso coração necessita arder ao ouvir as Escrituras, reconhecendo o Ressuscitado na fração do pão e, como consequência disso, partir para a missão, anunciando que o Ressuscitado vive entre nós, seja no caminhar, seja na celebração, seja na fração cotidiana do pão de cada dia."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

 "A beleza intrínseca da liturgia tem, como sujeito próprio, Cristo ressuscitado e glorificado no Espírito Santo, que inclui a Igreja na sua ação". Neste sentido, ao falar da participação dos fiéis na celebração do mistério da fé, a Constituição Sacrosanctum Concilium (n. 48) recomenda que os fiéis «sejam instruídos pela palavra de Deus; alimentem-se à mesa do corpo do Senhor; deem graças a Deus; aprendam a oferecer-se a si mesmos, ao oferecer juntamente com o sacerdote, que não só pelas mãos dele, a hóstia imaculada; que, dia após dia, por Cristo Mediador, progridam na unidade com Deus e entre si».

Na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis, Bento XVI afirma que o "Sínodo dos Bispos refletiu demoradamente sobre a relação intrínseca entre fé eucarística e celebração, pondo em evidência a ligação entre a norma da oração (lex orandi) e a norma de fé (lex credendi) e sublinhando o primado da ação litúrgica. É necessário viver a Eucaristia como mistério da fé autenticamente celebrado, bem cientes de que «a inteligência da fé (intellectus fidei) sempre está originariamente em relação com a ação litúrgica da Igreja".

Neste sentido, Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje a reflexão "A Palavra que na liturgia arde o coração":

"Nunca atravessamos o mesmo rio na caminhada da Igreja e da liturgia. Num mesmo rio que atravessamos não há repetição ou mesmice, porque as águas antigas já se foram rio abaixo e nós não permanecemos os mesmos. De igual maneira, é o ciclo pascal e o ano litúrgico, que é atualizado em nós e a na vida comunitária. Nunca há repetição. Nunca existe monotonia. Os ritos, mesmo repetitivos, trazem sempre uma graça nova de salvação, que faz arder em nós a vida renovada batismal. Diz São Basílio de Selêucia: “O corpo do Ressuscitado, retirado da Cruz e colocado no sepulcro, vive agora permanentemente ao lado do homem, antes de tudo nas Escrituras, porque é Ele quem fala quando a Palavra de Deus é anunciada na Igreja. Ela, no poder do Espírito Santo, proclamada na Assembleia litúrgica, não é letra morta, mas Palavra viva que revive no Cristo Vivo. O que é a Liturgia da Palavra senão o diálogo interpessoal com o Cristo, Palavra viva? A Deus que fala, por intermédio das leituras, o povo responde com cânticos e a ele adere com a profissão de fé. Neste tempo pascal (homilia da Páscoa), somos chamados a fazer arder o nosso coração, como os discípulos de Emaús, na escuta atenta da Palavra de Salvação”[1].

Tal como os discípulos de Emaús, é na Liturgia celebrativa e na Leitura orante que nosso coração necessita arder ao ouvir as Escrituras, reconhecendo o Ressuscitado na fração do pão e, como consequência disso, partir para a missão, anunciando que o Ressuscitado vive entre nós, seja no caminhar, seja na celebração, seja na fração cotidiana do pão de cada dia.

Devemos ter atitude semelhante à dos discípulos de Emaús escutando com ardor ao Senhor que nos fala por meio da Sua Palavra. Na Liturgia celebrada, nosso coração necessita arder ao ouvir as Escrituras, reconhecendo o Ressuscitado na partilha do pão e, como consequência disso, partirmos para a missão. Os discípulos foram ao encontro dos apóstolos em Jerusalém para comunicar o que havia lhes acontecido no caminho e como O reconheceram vivo e ressuscitado na fração do pão. Não poderiam guardar para si essa Boa Notícia, que lhes ardia a alma, impulsionando para proclamar aos outros a bombástica novidade. Viveram dois momentos da celebração eucarística atual: a Liturgia da Palavra (no caminho em direção a Emaús) e a Liturgia Eucarística (a fração do Pão à noite). A atitude dos discípulos de Emaús, abrasados pela Palavra e pela partilha, é a mesma que Jeremias no capitulo 20 de seu livro: “Seduzistes-me, Senhor; e eu me deixei seduzir! Dominastes-me e obtivestes o triunfo. Sou objeto de contínua irrisão, e todos zombam de mim. Cada vez que falo é para proclamar a aproximação da violência e da devastação. E dia a dia a palavra do Senhor converte-se para mim em insultos e escárnios.  E, a mim mesmo, eu disse: Não mais o mencionarei, nem falarei em seu nome. Mas em meu seio havia um fogo devorador que se me encerrara nos ossos. Esgotei-me em refreá-lo, e não o consegui” (Is 20,7-9). Jeremias também não conseguiu frear o fogo abrasador de sua alma. Cabe a nós, de igual maneira, proclamar esse ardente anúncio: Cristo Vive e está Ressuscitado!

O caderno número 02, em preparação ao Ano Jubilar 2025, intitulado “A Revelação como Palavra de Deus”, falando da Dei Verbum, recupera, em seu anexo, um Discurso do Papa Bento XVI, aos participantes no Congresso Internacional por ocasião do 40º aniversário da Constituição Dogmática Dei Verbum, datado de 16 de setembro de 2005. Dizia assim o Papa Bento XVI: “A Constituição dogmática Dei Verbum, de cuja elaboração fui testemunha participando pessoalmente como jovem teólogo nos debates acesos que a acompanharam, abre-se com uma frase profundamente significativa:  "Dei Verbum religiose audiens et fidenter proclamans, Sacrosancta Synodus..." (A Palavra de Deus, ouvindo religiosamente e proclamando-a com confiança, o sagrado Concilio...). São palavras com as quais o Concílio indica um aspecto qualificante da Igreja:  ela é uma comunidade que escuta e anuncia a Palavra de Deus. A Igreja não vive de si mesma, mas do Evangelho e dele tira sempre de novo a orientação para o seu caminho. Trata-se de uma observação que cada cristão deve acolher e aplicar a si mesmo:  só quem se coloca antes de tudo à escuta da Palavra pode depois tornar-se anunciador. De facto, ele não deve ensinar a sua própria sabedoria, mas a sabedoria de Deus, que muitas vezes, aos olhos do mundo, parece loucura (cf. 1 Cor 1, 23)”. E conclui o Papa Bento assim: “Neste contexto, gostaria sobretudo de evocar e recomendar a antiga tradição da Lectio divina:  a leitura assídua da Sagrada Escritura acompanhada pela oração realiza aquele diálogo íntimo no qual, lendo, escutamos Deus que fala e, rezando, Lhe respondemos com confiante abertura do coração (cf. DV 25). Esta práxis, se for promovida de maneira eficaz, levará a Igreja disto estou convencido a uma nova primavera espiritual. Este ponto firme da pastoral bíblica, a Lectio divina, deve ser por isso ulteriormente encorajada, mediante o uso também dos métodos novos, atentamente ponderados, ao passo com os tempos. Jamais devemos esquecer que a Palavra de Deus é lâmpada para os nossos passos e luz sobre o nosso caminho (cf. Sl 118/119, 105)”.

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
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[1] Cadernos do Concilio de número 13, Edições CNBB, p. 31-32.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Venceslau

São Venceslau (A12)
28 de saetembro
País: República Tcheca
São Venceslau

Venceslau, nascido em 907, era filho de Vratislau, regente do ducado da Boêmia (atual República Tcheca), sábio e homem de caráter, e foi educado pela avó, Santa Ludmila, no Catolicismo. O pai morreu em 920 guerreando contra os húngaros, e antes de falecer lhe deixou expressamente o trono, apesar de Venceslau ter apenas 13 anos.

A Boa Nova de Cristo tinha chegado há pouco tempo na Boêmia, com São Cirilo e São Metódio, e não possuía ainda raízes fortes; por isso a corte era dividida, e a rainha, Draomira, era pagã, além de cruel e ambiciosa, como seu filho mais novo, Boleslau. A mãe assumiu a regência e iniciou a perseguição aos cristãos, expulsando os missionários católicos e declarando que o Catolicismo não era mais a religião oficial do ducado, e tentou paganizar Venceslau, mas sem sucesso.

Os representantes provinciais do ducado, porém, conseguiram estabelecer a vontade de Vratislau, depondo a impopular Draomira, e Venceslau assumiu o governo em 921, com 14 anos. Seu primeiro ato, a conselho da santa avó, foi restabelecer oficialmente o Catolicismo, promovendo a volta de missionários, especialmente monges beneditinos, e construindo igrejas.

Com raiva, Draomira contratou assassinos que estrangularam Ludmila com seu próprio véu.

Em pouco tempo, Venceslau conquistou a simpatia, confiança e apoio do povo, pela liderança e bondade cristãs; manteve-se casto de corpo e alma, sendo virtuoso e caridoso como poucos príncipes jovens. Rezava durante muitas horas e dedicou cuidado aos pobres, doentes, presos, viúvas e órfãos, a quem pessoalmente ajudava, consolava e transmitia a Fé.

Contestado por um opositor, o duque Radislau, que aspirava ao governo, enfrentou o risco de uma guerra fratricida; para evitá-la, propôs decidir a questão num duelo pessoal com ele, aliás muito mais capacitado para o combate do que Venceslau. Radislau aceitou, e quando estava a ponto de acertar o legítimo regente com uma lança, dois anjos apareceram e o mandaram parar. Radislau caiu do cavalo e, ao levantar-se, pediu perdão, jurando fidelidade ao seu senhor, no que foi imediatamente atendido. Seguiu-se um período de paz.

Em 929, para evitar uma outra guerra, Venceslau aceitou a soberania das pretensões do império germânico sobre a Boêmia, mantendo porém a sua autoridade no território do ducado. Seus adversários na corte, incluindo sua mãe e seu irmão, irados com esta atitude sábia e diplomática, decidiram matá-lo. Em 28 de setembro de 935, Venceslau foi convidado para a festa de batismo do seu sobrinho, filho de Boleslau, e em determinado momento dirigiu-se sozinho à capela para rezar. Draomira sugeriu então ao filho mais novo que este seria o momento apropriado, e Boleslau matou o irmão com uma espada ou um punhal.

Poucos dias depois Draomira morreu tragicamente. Boleslau I, “o Cruel”, assumiu o governo.

 São Venceslau é padroeiro da Boêmia, da Hungria e da Polônia, bem como dos exércitos tchecos, e herói nacional do seu povo.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

No mundo repaganizado de hoje, hipocritamente são criticados com azedume os crimes das gerações passadas, enquanto que, por motivos mesmo mundanamente muito menos significativos que o governo de um ducado, pais e mães matam os filhos, especialmente através do aborto, e filhos matam os pais e se matem entre si, com muito mais frequência. Questões relativas ao uso de drogas são responsáveis por inúmeros assassínios entre familiares… e isto parece incomodar pouco a grande mídia e os responsáveis maiores pela sociedade, nos seus cargos governamentais. Mas os crimes hediondos de Draomira não são maiores do que o das mães abortistas, e Boleslau I assumiu o governo de um território impossível de manter perenemente às custas de perder o governo da própria alma imortal. A insensatez deste novo Caim almejava também a ambição pessoal, que levou o ducado a confrontos e mortes desnecessários, e não ao benefício da população e do país, como a sabedoria diplomática de Venceslau (que incluía o bom senso de compreender a impossibilidade de derrotar, à frente de um ducado, os exércitos de um grande império). Venceslau venceu antes de tudo o duelo pessoal na escolha entre o Bem e o mal, o mais importante, e trocou um ducado terreno e instável pelo Reino, Celeste e infinito; incerto é futuro dos assassinos de todos os tempos, e os responsáveis que os facilitam e/ou permitem agir, pois só podemos pedir, em sincera oração, pelas suas conversões antes da morte.

Oração:

Senhor, Deus da vida, concedei-nos por intercessão de São Venceslau a graça de guerrear contra o mal, pela oração e caridade, e contarmos com a Vossa proteção contra as lançadas das tentações que pretendem governar o território das nossas almas; dignai-Vos igualmente impedir, pela Vossa Misericórdia, a destruição muito possível das nações em conflito, e dos crimes abominavelmente covardes contra os nascituros. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

https://www.a12.com/

A solidão

A solidão (Mood Psi)

A solidão

Dom João Santos Cardoso
Arcebispo de Natal (RS)

Geralmente, enfatizamos o aspecto negativo da solidão, como canta Alceu Valença: “a solidão é fera, a solidão devora”, personificando-a como uma força avassaladora e feroz que permeia e está presente em tudo, no cosmos, no silêncio e na escuridão da noite, e até nas ruas, onde a vida aparentemente vibrante pode ser substituída pela sensação de vazio. Na solidão, o tempo se alonga e se arrasta, causando um “descompasso no coração”, refletindo a dor emocional e o vazio que acompanham quem a experimenta. 

A solidão pode se manifestar em qualquer lugar. Ela se revela no anonimato das grandes cidades e no distanciamento emocional dos conglomerados urbanos, onde, apesar da proximidade física entre as pessoas, elas amargam o isolamento e a indiferença. Nem mesmo as interações superficiais das redes sociais e as conexões digitais conseguem preencher o vazio existencial. 

Apesar dessa visão sombria, a solidão possui um lado positivo, que pode ser cultivado na introspecção e para o autoconhecimento. Os místicos veem na solidão um caminho para a reconexão com o divino e com o próprio eu. No âmbito filosófico, Nietzsche, em particular, reconhece os desafios da solidão, mas a exalta como uma virtude moral e um antídoto contra o conformismo. Para ele, a solidão torna-se fecunda, funcionando como uma ferramenta de transformação pessoal, autossuficiência e criação. Portanto, a solidão não é um estado de isolamento a ser temido, mas uma condição essencial para a liberdade interior e o florescimento espiritual. 

Segundo Nietzsche, a solidão é fundamental para a autenticidade e a criação de novos valores. Ele critica o modo como a vida em sociedade distrai os indivíduos com suas exigências diárias, impedindo o silêncio necessário para o amadurecimento. Em Aurora (aforisma 177), ele critica os que habitam as grandes cidades e se perdem nos ruídos e nas distrações da vida pública, impedindo a verdadeira produtividade. Somente na solidão, longe das influências externas, os indivíduos podem cultivar suas próprias ideias e alcançar uma profundidade autêntica. 

A solidão, segundo Nietzsche, é uma forma de resistência à massificação. “O homem receoso não sabe o que é estar só; há sempre um inimigo atrás de sua cadeira” (Aurora, aforisma 249). A metáfora do “inimigo” sugere que aqueles que projetam seus medos internos no ambiente ao redor impossibilitam uma verdadeira experiência de solitude. Esse medo impede o indivíduo de enfrentar a si mesmo e de experimentar uma introspecção genuína. A solidão, em vez de ser uma experiência negativa, é uma oportunidade para o crescimento pessoal e a liberdade interior. 

Para os que temem a solidão, ela parece insuportável, pois a ausência de distrações os força a confrontar seus medos. No entanto, é justamente na solidão que o indivíduo se distancia das pressões sociais e pode reconquistar seu eu e produzir novos valores. Segundo Nietzsche, embora traga tédio e desalento, a solidão oferece a oportunidade de acessar a profundidade interior, proporcionando momentos de recolhimento comparáveis a uma “poção tonificante” retirada do próprio íntimo. “Quem se entrincheira totalmente contra o tédio, entrincheira-se também contra si mesmo: nunca lhe será dado beber a mais tonificante poção do seu próprio manancial íntimo” (Humano, Demasiado Humano, aforisma 200). 

A solidão também é uma resposta à alienação que a vida em sociedade pode causar. O homem, quando imerso na multidão, acaba vivendo como os outros, perdendo sua autenticidade. Ao se isolar no “deserto”, ele recupera sua bondade e reencontra sua verdadeira essência, longe das influências superficiais que permeiam a sociedade. “E é por isso que vou para a solidão — para não beber das cisternas que estão dispostas para todos. […]. Tenho então necessidade do deserto para voltar a ser bom” (Aurora, aforisma 491). 

Enfim, a solidão é um meio necessário para a reconexão com o próprio eu, com Deus, e é uma fonte de força criativa. Apenas ao se afastar do barulho da vida cotidiana, o indivíduo pode criar algo novo e significativo, transcendendo as limitações impostas pela massificação social. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa em Bruxelas: que a Igreja se torne serva de todos, sem subjugar ninguém

Papa se reuniu com membros da Igreja belga na Basílica do Sagrado Coração de Koekelberg (Vatican Media)

Francisco definiu a Igreja belga como uma "encruzilhada em movimento", propondo à reflexão três palavras: evangelização, alegria, misericórdia.

Vatican News

Na Basílica do Sagrado Coração de Koekelberg, em Bruxelas, o Papa se reuniu com os Bispos, Sacerdotes, Diáconos, Consagrados/as, Seminaristas e Agentes de Pastoral.

Francisco definiu a Igreja belga como uma "encruzilhada em movimento", propondo à reflexão três palavras: evangelizaçãoalegriamisericórdia.

Para o Pontífice, a crise da fé que vive o Ocidente impele a regressar ao essencial, isto é, ao Evangelho: "A crise – cada uma delas – é um momento que nos é oferecido para nos sacudir, para nos questionar e para mudar. É uma oportunidade preciosa".

De um cristianismo instalado se passou a um cristianismo “minoritário”, ou seja, um cristianismo de testemunho, em que se exige coragem. "Sejam padres que não se limitam a conservar ou a gerir um patrimônio do passado, mas pastores apaixonados por Jesus Cristo". O Papa ressaltou a importância de percursos comunitários, recordando que na Igreja há lugar para todos e ninguém deve ser uma fotocópia do outro. E o processo sinodal deve ser um regresso ao Evangelho para perguntar-se como fazê-lo chegar a uma sociedade que já não o escuta ou que se afastou da fé.

Para isso, serve a alegria suscitada por Jesus. Em todos os âmbitos, na pregação, na celebração, no serviço e no apostolado devem transparecer a alegria do coração, porque esta suscita interrogações e atrai também aqueles que estão longe. A alegria é o caminho que conduz à felicidade.

Por sua vez, o Evangelho, acolhido e partilhado, recebido e dado, conduz-nos à alegria porque faz descobrir que Deus é o Pai da misericórdia, que se comove conosco, que nos levanta das nossas quedas, que nunca desiste de nos amar.

"Gravemos isto no nosso coração: Deus nunca desiste de nos amar. 'Até mesmo se eu cometi algo de grave?' Deus nunca deixa de te amar." 

É a misericórdia, prosseguiu o Papa, que pode salvar mesmo em casos de abusos, que geram sofrimentos e feridas atrozes, minando até mesmo o caminho da fé.

"E é necessária tanta misericórdia, para não ficar com um coração de pedra diante do sofrimento das vítimas, para as fazer sentir a nossa proximidade e lhes oferecer toda a ajuda possível, para aprender com elas a ser uma Igreja que se torna serva de todos sem subjugar ninguém. Sim, porque uma das raízes da violência é o abuso de poder, quando usamos as nossas funções para esmagar ou manipular os outros."

A misericórdia é a palavra-chave para os prisioneiros, acrescentou. "Jesus mostra-nos que Deus não se afasta das nossas feridas e impurezas. Ele sabe que todos nós podemos errar, mas ninguém é um fracassado. Ninguém está perdido para sempre. (...) Misericórdia, sempre misericórdia."

O quadro do pintor belga Magritte, intitulada “O Ato de Fé”, é a imagem que Francisco deixa à Igreja local, uma Igreja que nunca fecha as portas, que oferece a todos uma abertura para o infinito, que sabe olhar mais além. "Esta é a Igreja que evangeliza, que vive a alegria do Evangelho, que pratica a misericórdia."

Caminhem juntos, concluiu o Papa: "Sem o Espírito, não acontece nada de cristão. É o que nos ensina a Virgem Maria, nossa Mãe". 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

São Vicente de Paulo

São Vicente de Paulo (A12)
27 de setembro
País: França
São Vicente de Paulo

Vicente de Paulo nasceu em 1581, na cidade de Pouy, Landes, no sul da França, e foi batizado no mesmo dia. Foi o terceiro filho de um casal de camponeses muito fervorosos, e sua mãe educou os seis filhos no catolicismo. Já em criança, Vicente ajudava nos trabalhos familiares, principalmente nos cuidados ao rebanho.

O século da sua vida foi conhecido como um apogeu francês, destacando-se o reinado de Luís XIV, o “Rei sol”, cuja magnificência da corte ficou famosa. Mas na verdade a maior parte da realidade francesa era caracterizada por crianças abandonadas, prostituição, pobreza, guerras e revoluções internas, ignorância religiosa nas áreas rurais e lamentável estado de boa parte do clero.

Os pais de Vicente muito se esforçaram para que ele pudesse ter o melhor estudo possível, ao perceberem sua potencialidade, e com a ajuda de um benfeitor, o advogado Comet, ele teve a oportunidade de estudar com os franciscanos, e ao mesmo tempo educar os filhos dele. Aprendeu Humanidades na cidade de Dax, e em 1596, aos 15 anos, foi estudar Teologia em Toulouse, para o que seus pais venderam uma junta de bois. Ordenou-se sacerdote em 1600, e começou a dar aulas particulares para complementar a renda.

Uma senhora, viúva, que gostava das suas pregações e sabendo da sua difícil condição financeira, deixou-lhe em herança uma propriedade e certa quantia de dinheiro, que estavam só os cuidados de um comerciante na cidade de Marselha. Vicente prontificou-se a viajar até lá para receber e doar o valor total aos pobres, e na volta, embarcando de Marselha para Narbonne, seu navio foi capturado por piratas turcos, que o venderam como escravo em Túnis, na Tunísia, África.

Foi revendido a outro homem, que ao morrer o incluiu como herança para um sobrinho fazendeiro. Este era um ex-católico que, por medo da perseguição muçulmana, adotara o islamismo; uma das suas três esposas encantou-se com as músicas que Vicente cantava ao rezar, e pediu-lhe que explicasse o significado do que dizia.

Assim evangelizada, repreendeu o marido por ter abandonado aquela religião… o patrão se arrependeu e voltou à Fé católica. Em 1607, este homem e Vicente foram juntos para a França, escondidos dos muçulmanos, chegando a Paris em 1608. Em Avignon, o vice-legado do Papa concedeu de volta a Vicente as suas credenciais sacerdotais, e seu companheiro entrou para a vida monacal.

Nomeado capelão da rainha Margarida (Margot) de Valois pelo rei Henrique IV, em 1610, assumiu também a função de esmoler, isto é, distribuidor de esmolas, e a assistência espiritual de um hospital. Em 1612 o bispo de Paris o nomeou vigário de Clichy, um bairro na periferia da cidade. Dois anos depois, recebe a função de educar os filhos do casal Gondi, uma das mais influentes famílias francesas, bem como do cuidado espiritual e pastoral dos serviçais da família, sete mil pessoas em inúmeras propriedades em solo francês.

Esta experiência lhe proporcionou constatar, por quatro anos, o abismo material e social, além do espiritual e moral, entre os mais e menos favorecidos. Desenvolveu-se nele assim a base do futuro carisma vicentino no modo de atender às necessidades dos mais pobres.

Em 1617, numa dessas propriedades, em Folleville, constatando a carência espiritual da população quanto à confissão, a própria marquesa de Gondi, sabendo da situação por Vicente, lhe pediu que orientasse os católicos do local para que buscassem o Sacramento da Reconciliação, e não se perdessem as almas. Depois de um famoso sermão, a procura pelo confessionário foi tão grande que se fez necessária a ajuda de outros padres da região. A marquesa também disponibilizou muito dinheiro para que Vicente instituísse uma obra de pregação quinquenal aos camponeses das suas terras.

Muito tocado pelas ocorrências em Folleville, e desejando um auxílio mais próximo junto à população, ele passou a trabalhar como pároco na periferia de Châtillon-le-Dombes, onde uma nova situação aconteceu, sendo também importante para definir os moldes da sua obra futura. Toda uma família encontrava-se doente, sem que pudessem cuidar uns dos outros, e passavam fome e necessidades. Ao saber disso, Vicente pediu, na homilia, ajuda para eles. De modo surpreendente, muitas senhoras providenciaram alimento e companhia à família, e Vicente determinou-se a organizar esta forma de caridade: surgiu a instituição das “Servas dos Pobres”.

Vicente voltou à casa dos Gondi, buscando mais auxílio para os camponeses. Nas suas relações com a nobreza em geral, soube tocar-lhe o coração para o cuidado dos mais pobres. Em seguida, foi para Paris, onde eram muitas as carências, onde repetiu e ampliou a atuação das senhoras de Châtillon-le-Dombes: as Senhoras da Caridade, Damas da Caridade, Confraria das Irmãs da Caridade ou Confraria da Caridade, hoje conhecida internacionalmente como Associação Internacional de Caridades, iniciada em agosto de 1617, foi oficializada em dezembro do mesmo ano, e era formada por senhoras de posse que tinham tempo e recursos disponíveis para atender os menos favorecidos. As confrarias, rapidamente, se espalharam pelo país.

Em 1625 Vicente, também em Paris, fez uma nova fundação, a Congregação da Missão (Padres da Missão), também conhecidos como Padres Lazaristas (o nome vem da sua primeira casa, o Leprosário de São Lázaro), com o auxílio financeiro da família Gondi. Seu carisma é voltado principalmente para a evangelização nas áreas rurais, e fazem o voto obrigatório de apostolado com os pobres, em qualquer lugar; atuam por missões populares, e também cuidam da direção de seminários, pois uma outra grande preocupação de Vicente era a boa formação dos padres, que por isso também criou seminários.

Assim, às terças feiras, pregava para os seminaristas, e recebia sábios e nobres que buscavam conselhos. Sempre que possível, de outubro a junho, todos os anos, Vicente ia pessoalmente pregar nas áreas rurais. Em Paris fomentou ardentemente a prática dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola (nos quais se preparara em anos anteriores), principalmente entre o clero.

Em 1633 Vicente fundou outra congregação feminina, inovadora para a época, que em tempo recorde obteve a aprovação do Bispo de Lyon. As Filhas da Caridade (“Irmãs Vicentinas”), ainda hoje a maior família religiosa feminina da Igreja, não atuam como monjas dedicadas à contemplação monástica, mas “terão por mosteiro as casas dos enfermos, por cela um quarto de aluguel, por capela a igreja das paróquias, por claustro as ruas da cidade ou as salas dos hospitais, por clausura a obediência, por grades o temor de Deus e por véu a santa modéstia”. Este modo de atuação visava cooperar e ampliar os trabalhos das Damas da Caridade, e teve por cofundadora Santa Luísa de Marillac.

São Vicente de Paulo faleceu em Paris, aos 27 de setembro de 1660, com a idade de 79 anos, tendo participado ativa e decisivamente na reforma católica do século XVII na França. Seu corpo, exumado 52 anos depois, foi encontrado incorrupto, e está exposto à visitação na Capela de São Vicente de Paulo, em Paris; o coração está conservado em um relicário na Capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Ele é o patrono de todas as Associações católicas de caridade, e também, na França, da Assistência Pública.

 As três fundações de São Vicente inspiraram muitas outras com o seu carisma, de modo a Família Vicentina é o conjunto de congregações, organismos, movimentos, associações, grupos e pessoas que, de forma direta ou indireta, prolongam no tempo a sua obra de dedicação no serviço aos pobres. Está presente nos cinco continentes, com mais de 225 ramos incluindo religiosos e leigos. Os mais conhecidos são, além das três fundações originais, a Sociedade de São Vicente de Paulo (também conhecida por Conferências de São Vicente de Paulo ou Conferências Vicentinas, para leigos, fundada pelo beato Frederico Ozanam em 1833, Paris), a Associação da Medalha Milagrosa, a Juventude Vicentina Mariana e os seculares Lazaristas.

A Família Vicentina cuida dos abandonados, órfãos, idosos, inválidos, doentes, moças em perigo, sendo talvez a instituição católica e cristã, dedicada à caridade pura, de maior extensão geográfica e no tempo, agindo em leprosários, orfanatos, hospitais, escolas, manicômios, asilos, etc.. Os vicentinos possuem um imenso acervo escrito do seu fundador, embora ele não tenha se dedicado ao labor literário; são correspondências (só 400 forma para Santa Luísa de Marillac) e documentos redigidos por ele ou alocuções e conferências suas anotados por outros.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Como deixa evidente a Família Vicentina, dentro da Igreja, todos podem ser caridosos, de inúmeras formas muito concretas, sendo que as pessoas abastadas, sem deixarem de o ser, podem enriquecer também no espírito: a experiência de São Vicente de Paulo evidenciou não apenas a solicitude amorosa de senhoras camponesas como também a sincera preocupação da marquesa Gondi e outras nobres, não apenas com o material, como também pelas necessidades espirituais dos mais desfavorecidos financeiramente: aliás, o primeiro incentivo que ela fez a São Vicente foi para incrementar as confissões, de modo a salvar almas – a mesma e primeira preocupação dele no cuidado com os pobres, a salvação das almas. A Igreja nunca pode ser entendida como um mero veículo de mitigação de carências materiais, mas sim como a legítima anunciadora da Boa Nova da salvação trazida por Jesus, cuja exigência é a conversão das almas para Deus e assim, como consequência e não premissa, externa seus bons frutos também pela caridade material. A caridade bem organizada, como percebeu São Vicente, realiza melhor a sua função, mas é a miséria espiritual que deve ser atendida primeiro, como ele fez atendendo às confissões. Na História da Igreja, o destaque às contribuições femininas mostra, pela primeira vez no correr dos séculos, a verdadeira e correta valorização das mulheres, começando obviamente por Nossa Senhora. A mulher, pela sua própria feminilidade, querida e portanto expressamente criada por Deus, é algo sublime e sem dúvida precisa ser corretamente entendida, algo que desde Eva, e muito claramente nos tempos atuais, o diabo quis desfigurar, exatamente porque sua missão específica constitui a base da santa organização natural que Deus quis para o ser humano: de modo que, tentando primeiramente Eva, por sua influência sobre Adão, e atualmente incentivando uma “igualdade” mentirosa e impossível através de muitos e diversificados meios, o demônio induz ao pensamento de que as mulheres não devem se preocupar em ser mães, esposas, as principais responsáveis pelos lares, mas devem “competir” com os homens em outras atividades, particularmente as laborais – supervalorizando o dinheiro (e a sua “liberdade”) em detrimento da família – e assim obtendo o evidente e facilmente observável caos social presente, com os flagelos do divórcio, das uniões apenas civis e não abençoadas por Deus, da recusa a gerar filhos que chega ao assassinato por meio de abortos. Ora, a célula da sociedade é a família, e a base da família é a esposa; se esta não quer assumir o que a caracteriza como mulher, como mãe, um dom de geração de vida infinita exclusivo, que só é compartilhado com Deus, como ter famílias e portanto sociedades santas e equilibradas? O diabo é muito mais inteligente do que o ser humano, e da mesma forma que agiu com Eva, age e agirá até o final dos tempos: apresentando o mal como um bem, e o Bem como um mal, procurando enganar as pessoas de modo que, além de perderem o Paraíso Terrestre, não cheguem ao Paraíso Celeste… poderia Deus, que é perfeito, criar a mulher, caracterizada particularmente pela maternidade, de modo a que fosse infeliz gerando filhos?? Esta é a vocação natural da mulher, embora Deus as chame também, conforme a Sua sabedoria, para as vocações religiosas; ocorrem ainda exceções de vida nas quais, por circunstâncias diversas, os homens e mulheres nãos se casam sem terem o chamado para a vida consagrada: exceções, não a regra, e muitas vezes não por escolha pessoal, mas devidas a problemas sérios. O católico que não compreende isso, e eventualmente aceita ideias diferentes avassaladoramente despejadas por ideologias contrárias e irreconciliáveis com a Fé, devem se questionar seriamente sobre o seu conhecimento e fidelidade ao ensinamento de Deus e da Sua Doutrina, pois colocam suas almas em imenso risco – e na prática podem já estar agindo de forma herética.

Oração:

Senhor Deus, que na Vossa infinita bondade e sabedoria criastes os homens e as mulheres para viverem na alegria da caridade, concedei-nos por intercessão de São Vicente de Paulo a proteção contra os piratas de alma, para que, sendo Vossos escravos, possamos libertar-nos a nós mesmos dos enganos do pecado e auxiliar os irmãos a fazerem o mesmo, na prática da caridade a todas as suas necessidades; e assim, tendo o coração preservado no relicário das virtudes, tenhamos o corpo e a alma incorruptos no Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Quantas missas existem na Igreja Católica?

Ref:510 | ALETEIA

Por Luis Carlos Frías - publicado em 25/09/24

Missa de cura, missa de réquiem, missa votiva, hino... Algumas destas expressões são de natureza litúrgica, referindo-se a uma celebração ou intenção particular, enquanto outras apontam uma característica do mistério da nossa fé. Por que faríamos esta distinção e quantas missas realmente existem?

A primeira e mais fundamental coisa que todos os católicos devem ter em mente é que não há muitas Missas, a Missa é uma só. Pode ser celebrado de diferentes formas (ritos) e com diferentes intenções, mas é um porque acreditamos num só Deus, porque temos uma única fé que nos vem de um único batismo e porque fazemos parte de uma única comunidade chamada a Igreja.

São Justino, mártir, descreve a santa missa

Os números 1322 a 1419 do Catecismo da Igreja Católica dão-nos luz e doutrina sólida sobre a Sagrada Eucaristia com palavras sábias e sinceras, enraizadas na Palavra, na Tradição e na reflexão magisterial.

Ali encontramos uma descrição da santa Missa, escrita por volta do ano 155 d.C. por São Justino (mártir da Igreja Grega primitiva, filósofo e apologista Padre). Depois de tantos anos, a validade de suas palavras é surpreendente:

“No dia chamado dia do sol, todos os que vivem na cidade ou no campo reúnem-se num só lugar. As memórias dos Apóstolos e os escritos dos profetas são lidos durante o maior tempo possível.

Terminado o leitor, toma a palavra quem preside para incitar e exortar à imitação de coisas tão belas.

Então todos nos levantamos juntos e oramos por nós mesmos [...] e por todos os outros onde quer que estejam, [...] para que possamos ser considerados justos em nossas vidas e ações e ser fiéis aos mandamentos para alcançar assim a salvação eterna . Quando esta oração termina, nos beijamos.

Depois, aquele que preside traz aos irmãos pão e um copo de mistura de água e vinho. O presidente os pega e eleva louvor e glória ao Pai do universo, em nome do Filho e do Espírito Santo, e dá longos agradecimentos por termos sido julgados dignos desses dons. Terminadas as orações e as ações de graças, todos os presentes aclamam dizendo: Amém. [...]

Quando aquele que preside agradece e o povo responde, aqueles entre nós que se chamam diáconos distribuem pão, vinho e água “eucaristizados” a todos os presentes e os levam aos ausentes (Apologia, 1, 67 e 65).

CIC, nº 1345 )

A semelhança que, essencialmente, os diferentes ritos reconhecidos pela Igreja guardam com o que é narrado por São Justino é um exemplo claro de como a Igreja preserva com carinho o que recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo na Última Ceia (a primeira Missa). :

"Quando chegou a hora, (Jesus) sentou-se à mesa com os apóstolos e disse-lhes: 'Desejo muito comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer; pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra. no Reino de Deus' [...] E tomou o pão, deu graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: 'Isto é o meu corpo que será entregue por vós; Depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue, que será derramado por vós’” (Lucas 22,7-20; cf. Mt 26,17-29; Mc 14). :12-25; 1Cor 11,23-26).

Um memorial vivo

A Igreja, desde o seu início, celebra a “partição do pão” ordenada por Nosso Senhor, repetindo os seus gestos e palavras, não como um acto de memória (como se fosse uma simples recordação de um acontecimento histórico), mas como um acto apostólico. comemorativo; isto é, dos Apóstolos e seus sucessores

A palavra “memorial” tem um significado particular, pois indica a celebração viva; isto é, a santa Missa, que torna real, atual e presente o mistério completo de Jesus.

Uma missa, muitos adjetivos relacionados à liturgia

Tendo esclarecido o ponto de que a Santa Missa é uma só, paremos agora para reconhecer alguns dos adjetivos de uso litúrgico e celebrativo:

1 - Missa Solene, cantada ou rezada

Esses termos expressam vários graus de solenidade, dependendo da ocasião que está sendo celebrada. Entre elas está a Missa Pontifícia, que o Bispo celebra em ocasiões muito especiais, como a dedicação da sua Igreja Catedral.

2 - Missa Crismal

É aquele presidido pelo Bispo na Quinta-feira Santa, em que são abençoados os santos óleos.

3 - Missa Votiva

É comemorado para encorajar a devoção dos fiéis a alguns dos mistérios da nossa fé.

4 - Missa de Preceito

É o que obriga todos os fiéis.

5 - Missa de corpo, almas ou réquiem

É aquele que se celebra por um falecido em particular ou de forma geral pelos fiéis falecidos. Entre estas encontramos as Missas Gregorianas que são celebradas durante 30 dias consecutivos para o descanso eterno de uma pessoa falecida.

6 - Cantamisa

É a primeira missa celebrada por um novo sacerdote.

7 - Missa Concelebrada

É aquele que se celebra com dois ou mais Ordenados. É sempre presidida por um deles e é uma missa, não várias.

8 - Missa de Galo

É aquele que se celebra à meia-noite em algumas solenidades ou festas particulares; por exemplo, o santo padroeiro de uma comunidade.

Adjetivos não exclusivos ou exclusivos

Marco Vombergar | ALETEIA

Existem também outros tipos de adjetivos que apontam uma característica do mistério da nossa fé:

9 - Missa Curativa

Esta expressão indica essencialmente a intenção pela qual a Santa Missa é celebrada, mas este adjetivo não lhe é exclusivo, nem exclui o mesmo benefício de qualquer outra Missa. Tentar particularizar esta característica geral implicaria abrir a porta a um grave erro: pensar que há Missas que não oferecem este benefício. 

10 - Missa Tradicional

Esta expressão indica, na prática, um rito particular, o de São Pio V – também conhecido como Missa Tridentina –, mas este adjetivo não é exclusivo deste rito, mas antes destaca esta característica geral. A realidade é que todas as Missas reconhecidas pela autoridade da Igreja, como já vimos, têm a mesma fonte ou origem; Ou seja, partilham a mesma tradição, a da Última Ceia do Senhor.

Neste sentido, todas as missas são tradicionais. Note-se a conveniência de chamar estas celebrações pelo nome do rito particular – Tridentino –, e não pela característica geral que partilha com outros ritos.

“Fonte e culminação de toda a vida cristã”

Constituição Apostólica Lumen Gentium , do Concílio Vaticano II, reconhece que a Eucaristia é “fonte e ápice de toda a vida cristã” (n. 11). Diante de um mistério tão surpreendente, não podemos deixar de abordar a Santa Missa com devoto e profundo respeito, consciência de estar no limiar do céu, e com disposição amorosa, ecoando aquelas palavras do Centurião Romano: "Senhor, não sou digno disso. entre em minha casa, mas uma palavra sua será suficiente para me curar” (Mt 8,8).

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/09/25/cuantas-misas-hay-en-la-iglesia-catolica

Arquidiocese de Goiânia recebe relíquias de padre Pio

Crostas das feridas de padre Pio | Fundação São Pio

Por Natalia Zimbrão*

26 de setembro de 2024

A arquidiocese de Goiânia (GO) vai receber entre os dias 5 e 9 de outubro relíquias de são Pio de Pietrelcina, o padre Pio, que poderão ser veneradas em várias igrejas. As relíquias virão diretamente dos EUA.

As relíquias que estarão disponíveis para veneração são crostas das feridas de são Pio, o lenço do santo usado durante a missa para enxugar suas lágrimas, uma mecha de seu cabelo, a luva branca e um pedaço do manto de padre Pio.

No dia 5 de outubro, as relíquias poderão ser veneradas no santuário basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO); no dia 6, estrão no santuário Basílica Sagrada Família, em Goiânia; no dia 7, na catedral metropolitana de Goiânia; no dia 8, na paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges, Goiânia; e no dia 9, na paróquia Nossa Senhora da Assunção, também na capital de Goiás.

São Pio de Pietrelcina

Padre Pio nasceu em Pietrelcina, Itália, em 25 de maio de 1887. Seu nome era Francisco Forgione e tomou o nome de frei Pio de Pietrelcina em honra a são Pio V, quando recebeu o hábito de franciscano capuchinho. Foi ordenado padre em 10 de agosto de 1910.

Em 1918, recebeu os estigmas. “Eu estava no coro fazendo a oração de ação de graças da missa… me apareceu Cristo que sangrava por toda parte. De seu corpo chagado saíam raios de luz que mais pareciam flechas que me feriam os pés, as mãos e o lado”, descreveu padre Pio a seu diretor espiritual.

“Quando voltei a mim, encontrei-me no chão e com chagas. As mãos, os pés e o lado sangravam e me doíam até me fazer perder todas as forças para me levantar. Sentia-me morrer, e teria morrido se o Senhor não tivesse vindo me sustentar o coração que sentia palpitar fortemente em meu peito. Arrastei-me até a cela. Recostei-me e rezei, olhei outra vez minhas chagas e chorei, elevando hinos de agradecimento a Deus”, disse.

Durante sua vida, atribuíram-lhe muitos milagres como curas, diziam que podia ler as almas, levitar e o dom da bilocação.

Padre Pio morreu em 23 de setembro de 1968. Foi canonizado pelo papa são João Paulo II em 2002.

*Natalia Zimbrão é formada em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É jornalista da ACI Digital desde 2015. Tem experiência anterior em revista, rádio e jornalismo on-line.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/59383/arquidiocese-de-goiania-recebe-reliquias-de-padre-pio

Papa chega a Luxemburgo, primeira etapa da 46ª Viagem Apostólica do Pontificado

Chegada do Papa Francisco ao Aeroporto de Luxemburgo (Vatican Media)

O primeiro compromisso oficial do Santo Padre em Luxemburgo será a visita ao Grão Duque de Luxemburgo, no Palácio Grão-Ducal, seguido pelo encontro com o primeiro-ministro. Após o Papa se deslocará até o Cercle Cité para o Encontro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático.

Vatican News

Do Sudeste Asiático, com uma parada na Oceania, ao coração da Europa. Treze dias após retornar de sua visita ao Extremo Oriente, Francisco chega a Luxemburgo para a 46ª viagem internacional de seu pontificado, onde ficará até as 18h15 (hora local) de hoje, quando então partirá para a Bélgica. O A321 da companhia ITA Airways, com a comitiva papal e 64 jornalistas a bordo, decolou do Aeroporto de Fiumicino às 8h29 (horário de Roma) e pousou no Aeroporto Internacional de Luxemburgo-Findel poucos minutos antes das 10h.

Partida do Santo Padre

Por volta das 7 horas da manhã, antes de se dirigir ao aeroporto romano, como sempre faz antes de cada viagem, o Santo Padre recebeu na Casa Santa Marta dez pessoas em situação de rua, mulheres e homens que encontram abrigo durante a noite sob a Colunata de Bernini da Praça de São Pedro e em ruas das cercanias. Os sem-teto estavam acompanhados pelo cardeal Konrad Krajewski, esmoler do Santo Padre.

"Pour servir" é o lema da viagem a Luxemburgo e refere-se a Cristo, que veio "não para ser servido, mas para servir". Assim, seguindo o exemplo de seu Mestre, a Igreja é chamada a estar a serviço da humanidade.

Já o lema da visita à Bélgica é “En route, avec Espérance” ("No caminho, com esperança"), que ressoa como um chamado a caminharmos juntos na estrada que é a história do país, mas é também o Evangelho, o caminho de Jesus Cristo, nossa Esperança.

O primeiro compromisso oficial do Santo Padre em Luxemburgo será a visita ao Grão Duque de Luxemburgo, no Palácio Grão-Ducal, seguido pelo encontro com o primeiro-ministro. Após o Papa se deslocará até o Cercle Cité para o Encontro com as Autoridades, a Sociedade Civil e o Corpo Diplomático.

Luxemburgo e Bélgica, dois países são sedes de instituições financeiras e administrativas da União Europeia e adquiriram um peso político maior nos últimos anos. O tema da paz será central nesta nova peregrinação de Francisco, precisamente em um contexto em que o continente corre o risco de ser arrastado novamente para um conflito.

Papa se despede das autoridades presentesna pista do Aeroporto Fiumicino (Vatican Media)

O embarque do Papa rumo a Luxemburgo

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Cosme e São Damião

São Cosme e São Damião (A12)
26 de setembro
País: Arábia
São Cosme e São Damião

Cosme e Damião nasceram na cidade de Egéia, na Arábia, por volta do ano 260. Eram provavelmente gêmeos, e foram muito bem formados espiritualmente pela mãe. Foram estudar ciências e medicina na Síria, então um destacado centro de estudos. Optando pela Medicina, dedicaram-se e distinguiram-se não só pela técnica e conhecimento, mas também pela ação espiritual e caridade na cura dos doentes.

De fato, evangelizavam através da profissão, esta de si mesma direcionada ao bem do próximo; e curavam não só o corpo como a alma, obtendo muitas conversões. Num mundo paganizado e materialista, chamavam também a atenção por não cobrarem pelos atendimentos, chegando a ficarem conhecidos como “anárgiros”, isto é, “sem prata” em Grego.

Os irmãos viveram na época da perseguição aos cristãos do imperador romano Diocleciano. O seu sucesso despertava a inveja em falsos curandeiros, além da intolerância oficial, e acabaram sendo denunciados e presos, tanto por feitiçaria (pois diversas curas eram obtidas pela ação milagrosa de Deus, através das suas intercessões) e por viverem e divulgarem uma religião proibida pelo governo.

Interrogados pelo juiz Lísias, na Cilícia (na Ásia Menor, atualmente correspondente quase toda à Turquia), confirmaram ser católicos: “Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo, e pelo Seu poder. Ele é.” Intimados a abjurarem da Fé e falarem aos pacientes somente sobre os deuses romanos, recusaram-se e foram condenados a morrer.

Primeiro apedrejamento, depois flechadas, e fogo, nada os matou, continuavam incólumes. Procuraram afogá-los, mas anjos os salvaram. Durante esses eventos, ambos davam graças a Deus por serem considerados dignos de sofrerem pelo Cristo, e muitos dos seus pacientes que não haviam se convertido antes, diante desses milagres, o fizeram. Por fim faleceram, decapitados, com certeza no início do século IV, talvez em 303.

 A fama destes santos se espalhou rapidamente, e entre 526 e 530 foi edificada uma basílica em sua honra, em Roma. Esta solenidade aconteceu em 26 de dezembro, que passou a ser a data da sua festa. Eles são citados no Cânon da Missa, e padroeiros dos médicos, das faculdades de Medicina, dos farmacêuticos e das parteiras.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Santos Cosme e Damião, São Lucas, e outros santos médicos católicos ao longo da História sempre procuraram a cura do corpo e da alma dos seus pacientes, em função do Médico dos Médicos, Jesus Cristo. Realmente Jesus curou muitos doentes do corpo, e mais ainda os da alma, sem desprezar a importância da condição física das pessoas, que, contudo, não é mais importante do que a saúde espiritual. E se nem todos têm a vocação médica, sem dúvida todos os católicos têm a missão do apostolado para a cura, saúde e salvação das almas, mesmo que eventualmente contra regras de governos. E da mesma forma que a ética médica exige que os doutores não se neguem a cuidar de um doente, também os batizados não podem se negar a sarar as moléstias espirituais, suas e dos irmãos, recorrendo a Cristo. O “deus” deste mundo é o dinheiro, ou pelo menos é através dele que mais evidentemente se manifestam, de uma forma ou de outra, as concupiscências humanas. Embora normalmente necessário para uma vida digna, o dinheiro não é, como o corpo, de importância maior (para este ou para a alma do) que a verdadeira comunhão com Deus, que prevalece espiritualmente. É lícito e justo que o ser humano busque o suficiente para a sua vida material, incluindo, na medida do possível, o que é um justo conforto, mas esta “justiça” deve ser avaliada não sob as aspirações mundanas, materiais e físicas, mas sim sob a lei de Deus. Portanto, nada há de ilegítimo ou intrinsecamente errado em desejar e possuir bens materiais, desde que honestamente, e em muitos casos devem ser buscados em situações específicas, por exemplo, é escandaloso que num hospital não haja os materiais, por caros que sejam, necessários ao cuidado dos pacientes; também não é possível educar sem recursos como livros, etc.; um vestuário decente e belo (não obrigatoriamente luxuoso, e muito menos de acordo com “modas” absurdas e muitas vezes imorais) não tem nada de condenável; o investimento que se faz num lazer sadio, como esporte ou viagem, é legítimo; enfim, as atividades normais da vida humana e as suas despesas, bem proporcionadas e não levianas, egoístas ou exageradas de qualquer forma não afrontam a Deus, e sempre podem e devem ser orientadas para a Sua glória, através do bom cuidado com cada ser humano. E para além disso, há também a muito virtuosa (e às vezes imprescindível) necessidade de, no louvor a Deus, oferecer-Lhe o que há de melhor: sempre que possível, que sejam ricas e belas as igrejas e os materiais de culto ao Senhor, porque é Dele que nos vêm todos os bens (e, ao contrário do que muitos apregoam mentirosamente, no fundo por ódio a Deus, não é o valor destas coisas oferecidas sensatamente a Ele que resolverão a pobreza material no mundo…), e a Sua infinita Majestade exige sim um tratamento respeitoso, que inclui também bens materiais. Por fim, mesmo o que é legitimamente possuído em termos materiais pelo ser humano pode, livremente, ser oferecido a Deus em qualquer forma de caridade aos irmãos, não só o que nos é supérfluo, mas até o que nos é necessário, como é o exemplo do próprio Cristo e de inúmeros santos; mas não devemos esquecer que, santos, os temos mendigos e reis: não é a posse material, maior ou menor, que condena ou edifica o homem, mas sim o apego a ela, e o que se faz com reta ou má intenção com as coisas criadas que Deus nos concedeu para administrar, desde Adão e Eva (cf. Gn 1,28). Santos Cosme e Damião preferiram ser “anárgiros”, mas o que cobrassem justamente não os teria feito menos santos: em qualquer caso, o fundamental é que idolatraram o falso deus do dinheiro, e ao contrário se importaram não só com o corpo dos seus pacientes, mas com a sua humanidade, que é ainda mais importante na alma. No Brasil, ficou muito popular a distribuição de doces às crianças, no dia da festa de São Cosme e Damião. Este costume, ainda que bem intencionado, não é de origem católica, mas sim espírita, pois o espiritismo também considera santos católicos na sua concepção, que não é igual à da Igreja. De modo que os motivos desta oferta infantil não têm base na Doutrina, e não convém aceitá-la, ao menos pelos católicos; uma explicação mais detalhada exigiria mais espaço do que o disponível aqui, mas pode-se e deve-se buscá-la na Igreja. (Por outro lado, nos tempos atuais, até mesmo a simples prudência não o aconselha, pois existem por exemplo relatos de pessoas distribuindo na rua ou em casas doces misturados com drogas para as crianças que inocentemente vão solicitá-los).

Oração:

Pai santo, que nos curastes pelas chagas de Jesus, concedei-nos pela intercessão de São Cosme e São Damião o não nos afogarmos nas falsidades desta vida, resistindo às flechas das tentações e apedrejamento espiritual e moral tão típicos dos nossos dias, mas que abrasados sim pelo fogo do Espírito Santo, demos graças a Deus por sermos considerados dignos de sofrer em qualquer medida pelo Cristo. Pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF