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quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu

Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu (A12)
03 de outubro
País: Brasil (Rio Grande do Norte)
Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu

Hoje a Igreja Católica celebra a memória dos Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, interior da capitania do Rio Grande, atual estado do Rio Grande do Norte.

Protomártir é o termo utilizado para designar o primeiro mártir cristão de um país.

Estes mártires foram vítimas de dois massacres que ocorreram no ano de 1645, durante a invasão dos holandeses, nas localidades de Cunháu e Uruaçu. Ambos os ataques foram ordenados pelo judeu-alemão Jacó Rabe.

Das muitas vítimas nos dois massacres, foram possíveis ser identificadas apenas trinta brasileiros que foram santificados por darem sua vida em testemunho da sua fé.

O primeiro massacre ocorreu no dia 16 de julho de 1645, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no engenho de Cunhaú, município de Canguaretama. Durante a celebração da missa, o padre André de Soveral foi surpreendido juntamente com os fiéis, que foram trancados dentro da igreja e brutalmente assassinados.

O segundo ocorreu em 3 outubro, na comunidade de Uruaçu, município de São Gonçalo do Amarante. Novamente durante uma celebração da missa, as portas da igreja foram fechadas e o padre Ambrósio Francisco Ferro e os fiéis que participavam da celebração foram assassinados com mais violência e brutalidade.

A beatificação ocorreu em 5 de março de 2000 pelo Papa João Paulo II. Já a canonização ocorreu em 15 de outubro de 2017, pelo Papa Francisco.

Colaboração: Nathália Lima

Os Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu estão também retratados no chamado "Painel dos Homens", no interior do Santuário Nacional de Aparecida.

Thiago Leon | A12

Reflexão:

“Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma" (Mt 10, 28). O sangue de católicos indefesos, muitos deles anônimos crianças, velhos e famílias inteiras servirá de estímulo para fortalecer a fé das novas gerações de brasileiros, lembrando sobretudo o valor da família como autêntica e insubstituível formadora da fé e geradora de valores morais.” (Trecho da homilia de São João Paulo II na missa de beatificação dos mártires em 05 de março de 2000)

Oração:

Senhor Deus, concedei a nós, que invocamos a intercessão dos Santos mártires e a proteção do Céu, que nos alcancem a mesma fé e a mesma caridade que os inflamava! Alcançai-nos também a Vossa graça para que possamos também nós, deixarmos o precioso e belo exemplo de constância e perseverança na vida cristã. Santíssima Virgem Maria, Rainha dos Mártires, rogai por nós! Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

“Maior que teu coração”: contrição e reconciliação (1)

Combate, proximidade,  missão (Opus Dei)

“Maior que teu coração”: contrição e reconciliação

Só Deus é maior que nosso coração, e por isso só Ele pode curá-lo, reconciliá-lo até o fundo. Sexto artigo da série “Combate, proximidade, missão”.

10/09/2024

Parte do fascínio que Jesus provocava em seus contemporâneos devia-se à sua capacidade de curar o incurável. O Senhor atraía também muito interesse pelo caráter surpreendente de seus prodígios, pela força e originalidade de sua pregação, por sua simpatia e seu bom humor, porque aparecia como o Messias prometido nas Escrituras... mas muitos aproximavam-se dele sobretudo pela cura milagrosa de enfermos. Havia se espalhado a notícia de que leprosos, paralíticos, cegos, surdos-mudos ou pessoas com problemas de mobilidade, haviam sido curados graças às suas palavras e seus gestos.

Mas aquele misterioso médico curava os corpos também para mostrar um poder maior: curar as almas. Jesus reconcilia como só Deus poderia fazer: vem curar o fundo de nosso coração. “O que é mais fácil dizer: teus pecados estão perdoados, ou dizer: levanta-te e anda? Pois, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder de perdoar os pecados – disse ao paralítico – eu te digo: levanta-te, pega o leito e vai para casa” (Lc 5, 23-24). O que interessa ao Senhor, sobretudo, é curar nossa cegueira interior: aquela que nos impede de perceber tudo o que recebemos dele; quer curar nossa mudez, nossa incapacidade de nomear o mal que há em nós; a surdez que nos impede de ouvir a voz de Deus e as necessidades de nosso próximo; nossa paralisia para caminhar rumo ao que nos pode tornar verdadeiramente livres; ou a lepra que nos faz acreditar que somos indignos de um Deus que nunca se cansa de nos procurar. Cada momento da vida de Cristo, e em especial sua paixão e sua ressurreição, manifesta seu desejo de curar. A única coisa de que precisa é encontrar em nós esse mesmo desejo. A cura só é possível se não escondermos nossa ferida diante de quem tem o poder de curar.

Deus é maior que nosso coração

“Tudo vem de Deus, que, por Cristo, nos reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação”, escreve São Paulo aos de Corinto. “Com efeito, em Cristo, Deus reconciliou o mundo consigo, não imputando aos homens as suas faltas e colocando em nós a palavra da reconciliação” (2 Cor 5, 18-19). As primeiras comunidades cristãs, talvez pelo contraste com a dura lógica social que as rodeava, foram compreendendo que a reconciliação com Deus e com os outros era um dom que só podia vir do alto. Percebiam que nós não podemos “causar” o perdão de Deus com nossa penitência ou com nossos atos de reparação, mas podemos apenas aceitar com agradecimento o regalo gratuito – a “graça” – que ele nos oferece.

É fácil que, sem perceber, nos vejamos aplicando ao perdão de Deus a lógica de um perdão excessivamente humano. Para uma mentalidade estritamente legalista, o importante é o pagamento de uma sanção, a quantia que se deve reparar, o esforço por voltar a um equilíbrio anterior ao dano. Essa lógica, porém, precisamente com o desespero silencioso que ela pode gerar em quem não tem como reparar, é o que Jesus veio superar. “Repara que entranhas de misericórdia tem a justiça de Deus! – Porque, nos julgamentos humanos, castiga-se a quem confessa a sua culpa; e no divino perdoa-se”[1].

A primeira carta de São João também traz esta notícia consoladora, com palavras que podem nos encher de paz: “Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas” (1 Jo 3, 19-20). Jesus diz muitas vezes que veio nos salvar e não nos condenar[2], mas mesmo assim podem surgir facilmente em nosso interior vozes que nos inquietam: a de uma esperança frágil, que convida a jogar a toalha, porque não acredita plenamente que Deus pode perdoar tudo; ou a de uma soberba que não suporta constatar mais uma vez a própria debilidade.

O Papa nos alenta a ir ao encontro dessas vozes: “Tu, irmã, irmão, se teus pecados te assustam, se teu passado te inquieta, se tuas feridas não cicatrizam, se tuas contínuas quedas te desmoralizam e parece que perdeste a esperança, por favor não temas. Deus conhece tuas debilidades e é maior que teus erros. Deus é maior que nossos pecados, muito maior. Pede apenas uma coisa: que não guardes dentro de ti tuas fragilidades, tuas misérias; mas que as leves a Ele, as coloques diante dele, e os motivos de desolação converter-se-ão em oportunidades de ressureição”[3].

Nesse mesmo sentido, São Josemaria convidava a prestar atenção aos personagens que se aproximam de Jesus, conscientes de não ter nenhuma possibilidade de pagar a fatura de sua cura, nem a física e nem a espiritual. Essa convicção abre-lhes, porém, as portas da verdadeira vida espiritual, o espaço da gratuidade, onde essa “graça” é o mais importante: “Talvez penses que os teus pecados são muitos, que o Senhor não poderá ouvir-te. Não é assim porque Ele tem entranhas de misericórdia (...). E observemos o que nos conta São Mateus, quando coloca um paralítico diante de Jesus. Aquele doente não faz nenhum comentário: fica ali simplesmente, na presença de Deus. E Cristo, comovido por essa contrição, por essa dor de quem sabe não merecer, não demora a reagir com a sua misericórdia habitual: Tem confiança, que te são perdoados os teus pecados[4].

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[1] São Josemaria, Caminho, n. 309

[2] Cfr. por exemplo Jo 3, 17; 12, 47.

[3] Francisco, Homilia, 25/03/2022.omilia HoH

[4] São Josemaria, Amigos de Deus, n. 253

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/maior-que-teu-coracao-contricao-e-reconciliacao/

Sínodo: um processo imparável

Papa Francisco no encontro internacional dos Párocos (Vatican Media)

Há quem tenha muita esperança no Sínodo, sublinhe a necessidade de mudanças e peça a aplicação do método sinodal na vida das comunidades. Mas há muitas resistências. A segunda sessão da XVI Assembleia do Sínodo dos bispos decorre de 2 a 27 de outubro.

Rui Saraiva – Portugal

Imparável. Creio que seja esta a palavra que melhor define o estado do processo sinodal em curso na Igreja. A expressão não é minha, mas do padre redentorista Rui Santiago. Subscrevo e confirmo.

A liberdade do povo de Deus

O missionário da Congregação do Santíssimo Redentor afirma a sua profunda esperança no Sínodo, como sendo “uma espécie de solavanco eclesial que vai desencadear processos que são imparáveis. Tenho muita esperança no Sínodo”, diz.

Para o sacerdote, mais importante do que o documento final do Sínodo, é o processo que está desencadeado. Porque na História da Igreja “vai haver um antes e um depois deste Sínodo”, salienta.

“É a diferença entre um Sínodo do qual se espera um belíssimo documento, a um Sínodo, como é o caso deste, em que, seja qual for o documento final, é o que menos interessa. Porque o processo está desencadeado”. “Este processo é de facto imparável”, sublinha o missionário.

O padre Rui Santiago destaca ainda a liberdade que o povo de Deus sente neste processo sinodal. O “Sínodo está a ser um desencadear desta liberdade”. “O que eu acho que há de histórico neste momento tem a ver com a liberdade que o povo de Deus sente”, declara.

Para o sacerdote, é também importante serem faladas neste Sínodo as questões sobre a estrutura da Igreja, mas mais significativo é fazer a experiência sinodal.

Resistências e inércias

Mas há muitas “resistências” ao Sínodo, como revela o teólogo José Eduardo Borges de Pinho, membro da Equipa Sinodal da Conferência Episcopal Portuguesa, em entrevista à Rádio Renascença e à Agência Ecclesia publicada em julho passado.

“Não me admira muito que haja resistências, não me admira muito que haja inércias”, afirma o professor jubilado da Universidade Católica Portuguesa, acentuando a necessidade de mudanças profundas na Igreja.

“Na minha leitura, há aqui mudanças, mudanças profundas que têm de ser feitas. São mudanças naturalmente de mentalidade, mas são, no fundo, verdadeiras conversões. Conversão do modo de proceder, do modo de olhar, do sentido das prioridades”, refere.

O teólogo alerta para o facto de que “as pessoas não desistem do poder” e preconiza que é necessária uma mudança com “humildade” e “disponibilidade”.

Também de resistências à mudança se falou na Assembleia Mundial “Párocos pelo Sínodo” que decorreu em Roma de 29 de abril a 2 de maio. Neste encontro, que reuniu cerca de 200 párocos de todo o mundo, foi possível ouvir da boca dos sacerdotes, durante a partilha de experiências, que as principais resistências ao Sínodo vêm de padres e bispos.

Quem refere este facto é o padre Sérgio Leal, pároco de Anta e Guetim na diocese do Porto, que esteve nesta Assembleia Mundial por indicação da Conferência Episcopal Portuguesa. “Há ainda muita dificuldade em implementar processos sinodais nas dioceses”, afirma.

“Aquilo que diziam os padres na partilha era que os impedimentos não eram da parte dos fiéis, porque desses até se encontrava muita expectativa no processo sinodal, mas, quer no presbitério, quer da parte do bispo, tantas vezes, se encontravam resistências à implementação destes processos sinodais”, diz o sacerdote.

Relações, percursos e lugares no caminho da Igreja

Entretanto, foi apresentado em julho o Instrumentum Laboris (instrumento de trabalho) para a segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos bispos que decorre em Roma de 2 a 27 de outubro deste ano de 2024.

O documento tem como título “Como ser Igreja sinodal missionária”, recorda as etapas diocesanas, nacionais e continentais e os três anos de um caminho de reflexão, de escuta e de discernimento nas comunidades eclesiais de todo o mundo. Apresenta três partes com elementos essenciais da dinâmica sinodal: Relações, Percursos e Lugares.

No Instrumentum Laboris (IL) é pedida uma conversão das “relações”. Salienta a necessidade de “animar as relações ao serviço da unidade, no concreto de uma partilha de dons que liberta e enriquece todos”, refere o texto.

Neste documento a parte dedicada aos percursos, “põe em evidência os processos que asseguram o cuidado e desenvolvimento das relações, em particular a união a Cristo com vista à missão e à harmonia da vida comunitária”.

Destaque especial para a importância do discernimento e para os processos de decisão, sendo sublinhado que na “Igreja sinodal toda a comunidade, na livre e rica diversidade dos seus membros, é convocada para rezar, escutar, analisar, dialogar, discernir e aconselhar na tomada de decisões pastorais”.

Por sua vez, a parte do IL dedicada aos lugares convida a que seja superada “uma visão estática segundo um modelo piramidal”, ordenado por graus sucessivos como a paróquia, a diocese e a conferência episcopal.

É sublinhada a necessidade de serem valorizados os conselhos paroquiais e diocesanos como “instrumentos essenciais para o planeamento, a organização, a execução e a avaliação das atividades pastorais”. Conselhos que podem incluir aspetos de “estilo sinodal” como “processos decisórios sinodais e lugares da prática da prestação de contas” refere o documento.

Promover a aplicação do Sínodo

O IL deixa claro que o processo sinodal iniciado em 2021 pelo Papa Francisco com o tema “Por uma Igreja Sinodal: participação, comunhão e missão”, não se conclui em 2024 com a segunda sessão da XVI Assembleia.

Declara que as duas sessões, de 2023 e 2024 “fazem parte de um processo mais amplo que, de acordo com as indicações da Constituição Apostólica Episcopalis communio, não terminará no final de outubro de 2024”. Assinala o “caminho de conversão e de reforma que a segunda sessão convidará toda a Igreja a realizar”.

“Estamos ainda a aprender como ser Igreja sinodal missionária, mas é uma missão que experienciámos poder empreender com alegria”, diz o texto. O documento destaca especialmente a importância da metodologia sinodal da Conversação no Espírito, no caminho percorrido até ao momento.

A este propósito recordo as palavras do padre Sérgio Leal, que já aqui citei sobre o encontro “Párocos pelo Sínodo” e que, na sua qualidade de especialista em sinodalidade, considera que “a Secretaria Geral do Sínodo deveria promover um processo de aplicação do Sínodo”.

A Rede Sinodal em Portugal

E promover a aplicação do Sínodo, suscitando comunicação e sinergias, é o objetivo do site ‘Rede Sinodal em Portugal’ (www.redesinodal.pt), lançado a 6 de janeiro de 2024, na Epifania do Senhor. Esta plataforma inspira-se no livro “Não temos medo – Reflexões sobre a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e o caminho sinodal”, uma obra que nasceu do dinamismo de um grupo de leigos, leigas, sacerdotes e religiosas que partilharam em livro as suas reflexões.

Este livro da Paulinas Editora tem fotos de João Lopes Cardoso, foi coordenado por mim e conta com o prefácio de Paulo Portas, o posfácio de Paulo Terroso e os textos de Bento Amaral, Filipa Lima, Filipe Anacoreta Correia, Helena Ferro de Gouveia, João Paiva, Joaquim Franco, José Luís Borga, José Manuel Pureza, José Maria Brito, Matilde Trocado, Paulo Mendes Pinto, Rita Sacramento Monteiro, Sandra Bartolomeu, Sérgio Leal, Sílvia Monteiro, Sofia Salgado e Sónia Neves.

Foi assim que tomando inspiração neste livro surgiu a “Rede Sinodal em Portugal”. Um site que tem como missão abrir um espaço de informação sobre o Sínodo, apresentando num mesmo lugar o entusiasmo de quem está em movimento fazendo caminho juntos, na pluralidade e diversidade, promovendo o método sinodal em diálogo com o mundo.

O site foi anunciado a todos os bispos e dioceses de Portugal e respetivas comissões sinodais, colocando-se ao seu serviço, tendo sido pedidos contributos sobre o andamento dos respetivos processos de trabalho sinodal. Dessa primeira abordagem surgiu em março de 2024 uma síntese sobre o pulsar do Sínodo em Portugal. Foram também promovidos cinco encontros presenciais em cinco diferentes dioceses: Aveiro, Coimbra, Porto, Guarda e Lisboa.

A importância da experiência do método sinodal

E fazer a experiência do método sinodal da “Conversação no Espírito” é essencial para caminhar em conjunto neste processo sinodal. Este método tem um grande potencial de “projeção pastoral de um plano pastoral diocesano ou paroquial”.

O padre Sérgio Leal assinala que “este processo de Conversação no Espírito é um processo fundamental, até para “a resolução de conflitos numa comunidade”. “Permite escutar o outro, ser escutado e sobretudo escutar o Espírito Santo”, afirma o sacerdote.

A XVI Assembleia Geral do Sínodo dos bispos vai escutar o Espírito Santo?

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

O que acontecerá com meu anjo da guarda se eu morrer?

Renata Sedmakova | Shutterstock

Fernando Cárdenas Lee, Foyer de Charite - publicado em 02/11/22 - atualizado em 02/10/24

O anjo da guarda nos acompanha até o fim da nossa vida, então parece que sua tarefa termina quando morremos, mas realmente o que acontece com ele?

O Catecismo da Igreja Católica do nosso anjo da guarda diz:

Entre os anjos e os homens existe uma comunhão muito estreita: desde o seu início até à morte, a vida humana está rodeada pela sua guarda ( CEC 336 ).

Desta forma, a tarefa dos santos anjos é proteger os homens e buscar a sua salvação, e quando falamos em salvação nos referimos ao corpo e à alma.

Na morte há “a separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção, enquanto a sua alma vai ao encontro de Deus, esperando ser reunida ao seu corpo glorificado” ( CIC 997 ).

É neste momento que os anjos são invocados para que esta separação seja sem dor ou perturbação.

Os anjos da guarda do corpo

Uma vez que ocorre a separação da alma e do corpo, os anjos continuam a proteger o corpo do falecido.

Esta tutela que o anjo faz do local onde repousa o corpo sem vida no túmulo é um indício da dignidade do corpo humano que não desaparece com a morte. Não é um objeto ou coisa que possa ser manipulado ou reificado, mesmo que já esteja falecido.

É um corpo de pessoa humana que é propriedade de Deus e que é parte integrante da pessoa humana.

Para onde vai o anjo quando a alma segue seu destino?

Como o anjo é totalmente santo e já tomou sua livre decisão por Deus, ele não pode acompanhar a alma nem ao purgatório nem ao inferno. Mas o anjo da guarda pode continuar ajudando e intercedendo pela alma que está no purgatório, e não mais por aquela que está no inferno.

A ajuda que prestam aos que estão no purgatório é muito variada: convidam-nos e exortam-nos a rezar pelas almas do purgatório, tocam o nosso coração pedindo-nos que rezemos por estes nossos irmãos que estão naquele lugar de purificação.

Louvor e gratidão eternos

As almas que chegam à presença de Deus unem-se ao coro dos anjos e dos santos para cantar o hino de louvor e ação de graças.

Por outro lado, os anjos da guarda não podem mais intervir em favor daquelas almas que decidem rejeitar o amor e a misericórdia de Deus. Eles louvam e adoram a justiça de Deus.

Para que junto com eles, possamos cantar um cântico de adoração onde “toda lágrima será enxugada dos seus olhos, e não haverá mais morte, nem choro, nem gritos, nem fadiga, porque o velho mundo já passou” (Ap. 21:4).

Fonte: https://es.aleteia.org/2022/11/02/despues-de-la-muerte-que-pasa-con-los-angeles

O sofrimento e o amor (1)

Homem rezando (Presbíteros)

O sofrimento e o amor

Dois modos de encarar a mesma dor

Faz alguns anos, no espaço de um mês, tive que ficar muito perto de dois grandes sofrimentos: dois casos de pais que haviam perdido um filho adolescente de maneira repentina e trágica. Conversei longamente com o primeiro e, uns trinta dias mais tarde, com o outro.

O primeiro afundara-se numa dor insuportável, que lhe abalou os alicerces da vida e lhe asfixiou a fé. Repetia depois, ao longo dos anos, num desabafo amaríssimo e cheio de rancor, que a sua vida tinha perdido o sentido, que não sabia se Deus existia ou não, mas que não se importava, porque já o tinha “apagado” e não queria saber mais dEle. Fechado na sua solidão desesperada, definhava e tornava difícil a existência dos que conviviam com ele. E é que, sem a luz da fé, o homem fica abandonado ao turbilhão da vida, é como um cego golpeado por um mundo cruel e incompreensível, sem mais alternativa que o terror ou a revolta, a frieza estóica, a resignação gelada ou o desespero.

O segundo pai sofreu tanto como o primeiro. Perder um filho é uma das maiores dores da vida, se não a máxima. Mas não permitiu que o sofrimento lhe vendasse os olhos nem se encapsulou na sua dor. No meio das lágrimas, fixou com força o olhar da alma em Cristo crucificado e, unido a Ele, rezou: Pai, seja feita a vossa vontade! Dentro do seu coração dizia: “Não entendo essa tua vontade, Pai, mas eu creio em Ti, eu espero em Ti, eu Te amo acima de todas as coisas”.

No velório, ver esse pai –e a mãe igualmente, com o mesmo espírito- a rezar junto do corpo do filho, não causava constrangimento, mas comunicava uma serenidade superior a qualquer paz que se possa experimentar nesta terra, e elevava a todos para Deus, cuja presença lá se apalpava. Era uma serenidade estranha e poderosa, misturada com uma dor muito forte, que ficava sendo um enigma para os frios e os descrentes. Era mesmo um lampejo da sabedoria da Cruz de que fala São Paulo (Cf. 1 Cor 1,18-25).

“Entender” e “saber”

Como este segundo pai, nós também muitas vezes não “entendemos” o sofrimento, e é natural. É difícil compreender a doença incurável, a incapacitação física, a ruína psicológica dos que amamos, o desastre econômico… Não “entendemos”, mas… “sabemos” – com a certeza indestrutível da fé -, que Deus é Pai, que Deus é amor (I Jo 4,8) e, portanto –como diz com cálido otimismo São Paulo-, nós sabemos que Deus faz concorrer todas as coisas para o bem daqueles que o amam (Rom 8,28); faz concorrer também, e muito especialmente, os sofrimentos que Ele mesmo nos envia, ou os que Ele permite, ainda que os não queira, porque causados pela maldade dos homens.

Então, essa nossa fé –dom precioso de Deus que não queremos extinguir–, nos permite o paradoxo inefável de sofrer e ter paz, de sofrer e manter no íntimo da alma uma misteriosa e fortíssima serenidade, uma imorredoura esperança. Assim sofreu Cristo na Cruz e assim sofreram os santos.

Os que se entregam nas mãos de Deus Pai sentem que a Cruz se lhes torna doce –uma Cruz sem Cruz-, e os inunda de uma suavidade amável. Eles escutam e escutarão sempre as palavras de Cristo, que nos diz, na hora da dor: Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai o meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mt 11,28-30).

E chegarão a exclamar, como Santa Teresa de Ávila: “Ó Senhor, o caminho da Cruz é o que reservais aos vossos amados!”

A dor que faz amadurecer

Num conto intitulado O espelho, João Guimarães Rosa descreve, simbolicamente, uma experiência que os místicos cristãos conhecem em profundidade.

O protagonista da estória empreende a aventura de descobrir o seu verdadeiro rosto –o seu autêntico eu – num espelho-símbolo. Tenta olhar de tal modo que depure da sua figura tudo o que é superficial, animal, passional e espúrio, e acaba não vendo nada: “Eu não tinha formas, rosto?”. Prosseguindo na experiência, só “mais tarde, ao fim de uma ocasião de sofrimentos grandes”, quando “já amava –já aprendendo, isto seja, a conformidade e a alegria”, é que começou a ver-se como o esboço inicial de um menino, que emergia do vazio, isto é, viu o seu rosto verdadeiro, que começava a nascer. No final da estória, o protagonista pergunta-se: “Você chegou a existir?”.

O escritor lembra-nos, com isso, que a pessoa que não sofreu, não aprendeu a amar de verdade; e que a pessoa que não aprendeu a amar, não amadureceu; pode-se dizer que ainda não está “feita”, ainda não “existe”.

Nós…, “existimos”? Somos aquele que deveríamos ser, aquele que Deus espera de nós? A resposta –sim ou não- dependerá quase sempre de como sabemos sofrer. Tem muita razão o poeta que diz: “As pessoas que não conhecem a dor são como igrejas sem benzer ”

Deus nos “faz” com o sofrimento, modela-nos como um escultor, dá-nos a qualidade de um verdadeiro homem ou mulher, de um verdadeiro filho de Deus. A Cruz –poderíamos dizer- é a grande ferramenta formativa de Deus.

Três meses antes de morrer, São Josemaria Escrivá fazia um rápido balanço da sua vida, e resumia: “Um olhar para trás… Um panorama imenso: tantas dores, tantas alegrias. E agora tudo alegrias, tudo alegrias… Porque temos a experiência de que a dor é o martelar do Artista, que quer fazer de cada um, dessa massa informe que nós somos, um crucifixo, um Cristo, o alter Christus [o outro Cristo] que temos de ser”

Essa visão essencialmente cristã é a que lhe inspirou sempre a pregação sobre a dor, baseada na sua própria experiência de alma enamorada de Deus: “Não te queixes, se sofres –escrevia-. Lapida-se a pedra que se estima, que tem valor. Dói-te? –Deixa-te lapidar, com agradecimento, porque Deus te tomou nas suas mãos como um diamante… Não se trabalha assim um pedregulho vulgar”.

Deus sempre nos faz bem por meio da Cruz, seja qual for, quando nós o “deixamos” fazer. Assim como nos salvou pela Cruz, assim também nos aperfeiçoa e nos santifica por meio da Cruz. Não exclusivamente mediante a Cruz –também nos santificam muitas alegrias, trabalhos que amamos, carinhos que nos enriquecem…–, mas certamente não sem ela.

Fonte:  PeFaus@1928 (Adaptação de um trecho do livro de F. Faus: A sabedoria da Cruz)

https://presbiteros.org.br/o-sofrimento-e-o-amor/

Reze todos os dias com o Papa Francisco pelo Sínodo dos Bispos

Papa Francisco (Vatican Media)

A segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade começa nesta quarta-feira, 2 de outubro, em Roma. Em véspera dos trabalhos, o Pontífice pediu comunhão em oração de 2 a 27 de outubro: "convido a rezar comigo todos os dias, juntamente com todos aqueles que participam na Assembleia Sinodal que começa amanhã. Também podemos fazer isso pela plataforma da Rede Mundial de Oração, Click To Pray. Conto com vocês!".

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco fez um convite especial nesta terça-feira (01/09), véspera da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, através da sua conta oficial na rede social X. Diz a mensagem:

“Convido-vos a rezar comigo todos os dias, juntamente com todos aqueles que participam na Assembleia Sinodal que começa amanhã. Também podemos fazer isso pela plataforma da Rede Mundial de Oração, Click To Pray. Conto com vocês!”

A plataforma digital sugerida pelo Papa Francisco está presente em 89 países e procura mobilizar os católicos através da oração e da ação diante dos desafios da humanidade e da missão da Igreja. Em especial, duas iniciativas estão sendo compartilhadas pela Rede Mundial de Oração do Papa. A primeira é "Reza pelo Sínodo em Click to Pray". Através da oração, a plataforma convida a acompanhar a Igreja neste período de assembleia, pedindo os dons da escuta e do discernimento, para poder avançar em conjunto no caminho da fé. E a segunda é a Campanha de Oração "Adote um sinodal" (#prayforthesynod): ao inserir o e-mail, a plataforma designa o nome de um dos mais de 350 membros do Sínodo para que seja acompanhado por orações e guiado pelo Espírito Santo até o encerramento da assembleia em 27 de outubro.

O convite do Papa, assim, reforça o pedido já feito pelo cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo, durante a apresentação da segunda sessão da assembleia em coletiva de imprensa em setembro, para que todos os fiéis e as comunidades religiosas, de modo especial as de vida contemplativa, rezem “para que os membros da Assembleia possam ser dóceis à voz do Espírito Santo”. Inclusive durante os trabalhos haverá “uma alternância de momentos de oração pessoal, de diálogo e de comunhão entre nós, de comunhão fraterna na escuta e no amor recíproco e de comunhão na oração”, confirmou o cardeal.

O Sínodo dos Bispos

A segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade começa nesta quarta-feira, 2 de outubro, em Roma. Um retiro espiritual de dois dias, guiado pelas meditações do Pe. Dominicano Timothy Radcliffe e pela Ir. Ignazia Angelini, precede os trabalhos que seguem até o dia 27 de outubro. A grande novidade é a celebração penitencial na Basílica de São Pedro presidida pelo Papa Francisco nesta terça-feira, 1º de outubro, com o testemunho de três vítimas que sofreram com abusos, guerra e com a indiferença da sociedade em migrante. Já na noite de 11 de outubro, também no Vaticano, na Praça dos Protomártires, onde, segundo a tradição, ocorreu o martírio de Pedro, será realizada uma oração ecumênica com a presença do Pontífice. A data pretende recordar a abertura, no mesmo dia de 62 anos atrás, do Concílio Vaticano II. Em 21 de outubro haverá mais um dia de retiro espiritual em vista do discernimento sobre a redação do esboço do documento final. 

Os trabalhos da assembleia serão orientados pelo texto-base do Instrumentum Laboris (IL) publicado no início de julho, inclusive em português. O documento - estruturado em cinco partes - está em continuidade com todo o processo sinodal iniciado em 2021 e apresenta propostas para uma Igreja cada vez mais "sinodal em missão", mais próxima do povo, menos burocrática e na qual todos os batizados participem de sua vida. Entre os pontos de reflexão estão a valorização da mulher e a necessidade de transparência e prestação de contas.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santos Anjos da Guarda

Santos Anjos da Guarda (A12)
02 de outubro
País de origem: Espanha
Santos Anjos da Guarda

A celebração especialmente dedicada aos Anjos da Guarda começou na Espanha, no final do ano 400, propagando-se por toda a Europa em poucos séculos. O dia 2 de outubro foi estabelecido em 1670, pelo Papa Clemente X.

O anjo da guarda nos ampara e nos defende dos perigos na nossa vida terrena. No salmo 90 nós podemos ler: "Porque aos seus anjos Ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos, eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra".

São Francisco de Sales nos esclarece que a tarefa dos anjos é levar as nossas orações à bondade misericordiosa do Altíssimo e de nos informar se elas foram atendidas. Assim sendo, as graças que recebemos nos são dadas por Deus, que é o princípio e o fim de nossa vida, e os mensageiros destas graças são os anjos.

O Papa São João XXIII em uma Meditação para a Festa dos Anjos da Guarda, escreve assim: "Devemos lembrar quão admirável foi a intenção da Providência divina em confiar aos anjos a missão de zelar por toda a humanidade e pelos seres humanos individualmente, para que não sejam vítimas dos graves perigos que enfrentam."

Colaboração: Nathália Lima

Reflexão:

Os anjos da guarda têm missão semelhante à das mães. Na infância são muito exigidos e solicitados, socorrendo as crianças nas situações de perigo. E no fim de cada dia de trabalho intenso, os pais ensinam as crianças a agradecerem a ele, e assim vai se estabelecendo uma relação extremamente íntima entre cada criança e seu anjo protetor. Não importa que ele não tenha um nome ou um rosto. Cada criança tem o seu anjo da guarda.

Oração:

"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a Piedade Divina, sempre me rege, me guarda, me governa e ilumina, agora e sempre. Amém!”.

Fonte: https://www.a12.com/

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Relíquias de santa Teresinha estarão hoje em celebração especial de seu dia em São Paulo

A urna com as relíquias de santa Teresinha já estiveram na basílica Nossa Senhora do Carmo, em Bela Vista (SP) | Facebook/Basílica Nossa Senhora do Carmo | ACI Digital

Por Monasa Narjara*

1 de outubro de 2024

Hoje, dia de santa Teresinha do Menino Jesus, as relíquias peregrinas da santa carmelita estarão em uma celebração especial na paróquia santa Teresinha, em São Paulo (SP).

A veneração das relíquias da santa da pequena via, que são um fêmur e ossos do pé de Teresinha podem ser veneradas na igreja de Higienópolis depois da celebração de cada missa dedicada a santa, que acontecerão às 7h, 9h, 10h30, 12h, 15h30, 18h e 19h30.

É a quarta vez que a urna com as relíquias de santa Teresinha visita o Brasil. Desta vez, foi por um pedido da Ordem dos Freis Carmelitas Descalços no Brasil à basílica de Santa Teresinha em Lisieux, na França. A peregrinação começou em 1º de fevereiro em Trindade (GO) e já visitou cerca de 70 cidades brasileiras. Os carmelitas informaram a ACI Digital que esta visita das relíquias da santa francesa ao Brasil ocorre no marco de dois jubileus, a celebração dos 150 anos do nascimento de santa Teresinha, que foi comemorado em janeiro de 2023, e pela celebração dos 100 anos da sua canonização, que ocorrerá em 2025.

Os últimos locais do Brasil a receberem a peregrinação serão: o mosteiro de santa Teresa, em Mirandópolis (SP), nos dias 2 e 3/10; a paróquia santa Teresinha, em Jardim Santa Terezinha, da diocese de São Miguel Paulista, em São Paulo (SP) no dia 4/10; o santuário Mãe de Deus, a catedral e casa geral dos Frades e Mensageiros do Espírito Santo da diocese de Santo Amaro, também São Paulo (SP) nos dias 5 e 6/10;  a igreja da Ordem Terceira do Carmo, em São Paulo (SP) no dia 7/10; a paróquia santa Teresinha da diocese de Guarulhos (SP) no dia 8/10; a diocese de Mogi das Cruzes (SP) no dia 9/10; o Hospital das Clínicas de São Paulo (SP) no dia 10/10; o mosteiro de São Bento de São Paulo (SP) nos dias 10 e 11/10 e a diocese de São João Del Rei (MG) no dia 12/10.

Depois que as relíquias visitarem a diocese de São João Del Rei voltam a paróquia santa Tere­sinha, em Higienópolis (SP) para a última semana de peregrinação no Brasil entre os dias 13 a 20 de outubro. Segundo a paróquia, durante esta semana, a veneração às relíquias de santa Teresinha acontecerá das 7h às 20h30.

Santa Teresinha do Menino Jesus

Marie-Françoise-Thérèse Martin conhecida como santa Teresa de Lisieux ou Teresinha do Menino Jesus é uma das santas mais populares do Brasil. Ela nasceu no dia 2 de janeiro de 1873, em Alençon, na França e foi a filha mais nova dos santos Luís e Zélia Martin que também eram muito tementes a Deus. Eles tiveram oito filhos antes de Teresa: Quatro morreram ainda pequenos e as outras quatro: Maria, Paulina, Leônia e Celina também foram freiras como a santa.

Aos 15 anos, Teresinha entrou no Mosteiro das Carmelitas, em Lisieux com a autorização do papa Leão XIII. Sua grande experiência com Deus desde pequena, relatado em seus diários, intitulado: “História de uma alma” trouxe ensinamentos sobre a “infância espiritual” ou “pequena via” que se baseia na confiança amorosa em Deus que é Pai. Teresinha acreditava que seu caminho em direção a Deus era ser como criança, e assim O buscava nesta via de abaixamento que transbordava na vida fraterna e no amar sem medidas.

Teresinha morreu aos 24 anos em 30 de setembro de 1897. Foi beatificada em 1923 e canonizada em 17 de maio de 1925 pelo papa Pio XI que falando sobre a nova santa disse: “esta menina tão sincera, que floresceu no jardim fechado do Carmelo, tendo acrescentado ao seu nome o do Menino Jesus, exprimiu vivamente em si a sua imagem; portanto, é preciso dizer que quem venera Teresa venera e louva o exemplo divino, que ela copiou em si”.

Em 19 de outubro de 1997, no domingo missionário, Teresa de Lisieux foi proclamada doutora da Igreja pelo papa são João Paulo II, devido os seus escritos autobiográficos.

“Entre os "Doutores da Igreja" Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face é a mais jovem, mas o seu caminho espiritual é tão maduro e ousado, as intuições de fé presentes nos seus escritos são tão vastas e profundas, que merecem que ela seja colocada entre os grandes mestres do espírito”, disse o papa são João Paulo II na época.

Em 2023 foi comemorado os 150 anos do nascimento da santa e 100 anos da sua beatificação. E para celebrar esta ocasião, o papa Francisco, devoto da santa, escreveu no dia 15 de outubro deste ano a Exortação Apostólica C’est la Confiance sobre a confiança no amor misericordioso de Deus.

“Século e meio depois do seu nascimento, Teresa está mais viva do que nunca no meio da Igreja em caminho, no coração do Povo de Deus. Está a peregrinar conosco, fazendo o bem sobre a terra, como tanto desejou. O sinal mais belo da sua vitalidade espiritual são as inúmeras «rosas» que vai espalhando, isto é, as graças que Deus nos concede pela sua intercessão cheia de amor, para nos sustentar no percurso da vida”, escreveu papa Francisco na Exortação Apostólica dedicada a Teresinha.

*Monasa Narjara é jornalista da ACI Digital desde 2022 e foi jornalista na Arquidiocese de Brasília entre 2014 a 2015.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/59437/reliquias-de-santa-teresinha-estarao-hoje-em-celebracao-especial-de-seu-dia-em-sao-paulo

Ontem e hoje

A natureza e o ser humano (Sociedade dos Psicólogos)

ONTEM E HOJE 

Dom Genival Saraiva
Bispo emérito de Palmares (PE) 

O ontem e o hoje da história da humanidade tem registros luminosos e sombrios, auspiciosos e pavorosos, no seu respectivo contexto. Na leitura e compreensão dessa realidade, o ponto de partida é a constatação, o reconhecimento da interação entre a natureza e o ser humano, entre o tempo e o ser humano. A ciência e a religião, sob o seu próprio ângulo, identificam e explicam as mais variadas expressões da causalidade dessa coexistência, dessa convivência, harmoniosa ou traumática, ao longo da história. A convivência harmoniosa entre a natureza e o ser humano é explicada e testemunhada, fartamente, pela ciência. Da mesma forma, no olhar da religião, como se lê no Gênesis, livro histórico da Sagrada Escritura, essa coexistência/convivência tem “o dedo de Deus”, como, simbolicamente, Michelangelo expressou na pintura do afresco sobre a relação entre Deus e Adão. No teto da Capela Sistina, “o dedo de Deus está esticado ao máximo, mas o dedo de Adão está com as últimas falanges contraídas. O sentido da arte é explicar que Deus sempre está lá, mas a decisão de buscá-lo é do homem.” Ao se contemplar o mundo da natureza e o mundo das pessoas, na perspectiva do tempo, ontem e hoje, são inumeráveis as constatações de convergência e de ruturas dessa interação harmoniosa que vêm das origens. As ciências da natureza, entre as quais está a Física, que é o “estudo dos fenômenos naturais e do comportamento da matéria”, mostram que a regularidade é uma de suas leis. A Filosofia, por sua vez, sempre ensinou que “a natureza não dá saltos” porque há ritmo próprio para tudo acontecer. Um exemplo concreto confirma a máxima filosófica: a regeneração da vegetação nativa de áreas queimadas na Mata Atlântica, na Amazônia e no Cerrado “leva mais de três décadas”, conforme os especialistas. Os incêndios que estão acontecendo em diversos continentes são vistos como uma anormalidade causada pelas intervenções humanas, em alguns casos, de forma criminosa, um absurdo impensável. As secas prolongadas e as inundações, além das cotas registradas, historicamente, estão dizendo que a situação conhecida hoje é consequência das agressões humanas à natureza, no decurso de séculos. 

Sob o aspecto social, sempre houve registro de conflito de interesse entre pessoas, grupos e nações, conforme o patamar de cada momento da história. Em que pese o nível mais elevado de conquistas, atualmente, em determinados campos da vida social, como educação e saúde, alguns casos se agravaram na sociedade contemporânea, chegando-se ao perigo da institucionalização da violência urbana e rural; registra-se essa realidade em ambientes de lazer, como no acesso aos estádios e nos próprios estádios, como também em locais de trabalho, como se constata em escolas, no trânsito e no meio rural. Na convivência social, houve no passado e persistem hoje casos de intransigência, de intolerância étnico-racial, religiosa, política. A esse respeito, escreve uma educadora: “Na Idade Média, as pessoas, por serem canhotas, algo tão pueril em nosso tempo, poderiam ir parar na fogueira, pois a mão esquerda era considerada a mão do demônio. Até a década de 60, algumas escolas brasileiras amarravam a mão esquerda de alunos canhotos a fim de que eles aprendessem a escrever com a mão direita, exemplo clássico de opressão e coerção. Hoje vemos que isso era um equívoco sem tamanho e eu espero que as pessoas enxerguem esse erro também com os gêneros.” Ao referir-se a sexo e gênero, ela esclarece: “sexo é biologia, fisiologia, é o seu órgão genital; gênero é a construção social, é identidade, como a pessoa se sente e o que ela é no mundo, e isso vai muito além do sexo biológico. É também extremamente errado falar em opção sexual. Ninguém opta por ser homossexual e sofrer as opressões que a sociedade impõe, as pessoas o são, simplesmente. É como ser destro ou canhoto” O magistério do Papa Francisco nessa matéria é muito clara: “homossexualidade não é crime, mas é pecado”. Esse é o ensinamento do Catecismo da Igreja Católica, n. 2358: “Um número considerável de homens e mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente radicadas. Esta propensão, objetivamente desordenada, constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar na sua vida a vontade de Deus e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício do Senhor as dificuldades que podem encontrar devido à sua condição.” Diante dessa constatação, disse o Papa: “Quem sou eu para julgar?” 

No mundo político, ao longo dos tempos, o leitmotiv, o “motivo condutor” predominante entre os povos é a conquista do poder. Aristóteles, “em sua obra intitulada Política”, já se referia à tipologia das “formas de governo”: – monarquia, aristocracia, democracia e suas previsíveis “degenerações”. Na monarquia, em razão da hereditariedade, o poder se concentra numa pessoa, o monarca, o soberano e, por isso, com facilidade, pode tornar-se uma tirania. Na aristocracia, o poder é compartilhado por “um grupo de pessoas aptas a governar”; por ser uma “casta política”, uma oligarquia, quase sempre provém do “mesmo partido, classe ou família”, não se preocupa com o bem comum e, dessa maneira, pode cair no perigo de “legislar em causa própria”. A democracia é conhecida como “governo do povo, para o povo, com o povo, caracterizando-se como efetivo exercício da cidadania; o acesso ao governo acontece via processo eleitoral; a sua degeneração é a demagogia: “arte ou poder de conduzir o povo”, manipulando-o, portanto, segundo seus interesses. De conformidade com o calendário eleitoral, os eleitores se vão exercer sua cidadania, ao participar das eleições de 2024, para escolha de prefeitos e vereadores nos municípios brasileiros O debate, que é inerente à democracia, tem a finalidade de formar, de conscientizar os eleitores em vista de uma escolha criteriosa. Por certo, na maioria dos casos, os debates entre candidatos estão se caracterizando pela pobreza de ideias e pela falta de propostas consistentes para a formulação de políticas públicas de boa qualidade. A degeneração da democracia, como ensinava Aristóteles, também chega à população hoje mediante agressões verbais e físicas entre candidatos que, assim agindo, revelam a incapacidade de realizar debates em nível elevado, respeitoso, cívico. Outra degeneração é a força do poder econômico, através da compra de votos que continua ativa, com algumas apreensões de “dinheiro em espécie”, por parte das autoridades competentes. Candidato “ficha limpa”, como diz o povo, “já era”; mas, como a generalização é sempre problemática e podendo ser injusta, seguramente, há casos de candidatos e de administradores “ficha limpa”, embora sejam poucos, diante desse universo numeroso. 

Que lições a história de ontem deixa pra quem tem hoje a responsabilidade de escrever a história para o presente e o amanhã, considerando a relação intrínseca entre o mundo da natureza e o ser humano, entre o tempo e o mundo das pessoas? 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa Francisco: rezamos por um estilo de vida sinodal e pela missão da Igreja

Por uma missão comum (POM)

Na intenção de oração de outubro divulgada através da Rede Mundial de Oração do Papa, Francisco nos pede para rezar para que, “como sinal da corresponsabilidade”, sejam promovidas a participação e a comunhão “entre sacerdotes, religiosos e leigos”.

https://youtu.be/BYVU1kJs5_Y

Vatican News

"Por uma missão comum" é a intenção de oração do Papa Francisco para o mês de outubro, divulgada nesta segunda-feira (30/09), um tema vinculado à assembleia geral do Sínodo que se aproxima.

O Santo Padre diz na mensagem de vídeo que "todos os cristãos somos responsáveis pela missão da Igreja. Todos os sacerdotes. Todos".

Percorrer juntos o caminho da sinodalidade

Em seu discurso pelo 50º aniversário do Sínodo dos Bispos, o Papa Francisco afirmou que “a sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do Terceiro Milênio”. Este enfoque requer uma escuta mútua e uma colaboração estreita entre todos os membros da Igreja.

Os sacerdotes não somos os chefes dos leigos, somos seus pastores. Jesus nos chamou a uns e a outros. Não a uns acima dos outros, nem a uns de um lado e a outros de outro, mas sim em complementaridade. Somos comunidade. Por isso, devemos caminhar juntos percorrendo o caminho da sinodalidade.

Como sinal de sinodalidade está também a realização do vídeo que acompanha suas palavras: as imagens foram produzidas pela Diocese de Brooklyn, com a ajuda de De Sales Media, a colaboração da Secretaria Geral do Sínodo, e com o apoio da Fundação da Rede Mundial de Oração do Papa.

Somos corresponsáveis na missão

Não importa se alguém é “condutor de ônibus” ou “camponesa” ou “pescador”, destaca o Papa Francisco na videomensagem, a missão é a mesma: “dar testemunho com nossas vidas. E sermos corresponsáveis na missão da Igreja”.

Os leigos, os batizados, são Igreja em sua própria casa, e devem cuidar dela. O mesmo que nós, os sacerdotes, os consagrados. Cada um oferecendo o melhor que sabe fazer. Somos corresponsáveis na missão, participamos e vivemos na comunhão da Igreja.

Missão partilhada entre sacerdotes, religiosos e leigos

As imagens que acompanham a mensagem do Papa Francisco contam precisamente a riqueza do povo santo de Deus: os diversos ministros dentro e fora das paróquias, os distintos carismas, os momentos de vida em comum. A própria realização deste vídeo pela Diocese de Brooklyn, com a participação de um grupo de profissionais leigos da comunicação religiosa, é um exemplo de missão comum e solidária.

Rezemos para que a Igreja continue a apoiar de todas as formas um estilo de vida sinodal, como sinal de corresponsabilidade, promovendo a participação, a comunhão e a missão partilhada entre sacerdotes, religiosos e leigos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF