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domingo, 6 de outubro de 2024

Reflexão para o XXVII Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

A Liturgia deste domingo nos fala da dignidade do ser humano, ao relatar a formação da mulher como término da criação do homem.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O fato de Deus conceder ao homem a faculdade de dar nome aos animais, significa atribuir-lhe uma senhoria sobre os demais seres criados. Contudo nenhum deles completava Adão, que continuava só, sem ter alguém com quem dialogar, alguém que fosse companheiro.

Deus então vai completar sua criação criando a companheira do homem, Eva. Deus o faz tirando da costela de Adão, de seu lado, exatamente porque é companheira. A criação está terminada. Agora tudo irá depender do ser humano.

O relato finda com a seguinte orientação: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.” Na visão do autor do Livro do Gênesis, a união do homem e da mulher é mais forte que a própria geração.

Deixar aqueles que geraram, que deram a vida para se unir a uma outra pessoa, e ser com ela uma só carne, o ser humano completo, eis a orientação do autor do Gênesis. Com o passar do tempo os legisladores judeus foram relaxando esta visão de complementação e possibilitando a cada um, homem e mulher, a troca de parceiros de caminhada. Jesus, ao ser interrogado sobre isso, corrige tal costume dizendo que esse não era o projeto de Deus e retoma a questão da indissolubilidade da união conjugal, mais forte que os laços que unem pais e filhos. Homem e mulher, unidos em matrimônio formam uma unidade corpórea indissolúvel.

Ao final Jesus elogia as crianças e diz que o Reino dos céus são das pessoas que são como elas, ou seja, pessoas simples de coração, abertas à Palavra de Deus, obedientes por amor.

Para se entender por que o matrimonio é indissolúvel é necessário ter o coração, o acolhimento de uma criança e deixar-se moldar pelo coração de Deus.

No dia de hoje, especialmente, rezemos pelos casais que passam por dificuldades e por aqueles que se preparam para o matrimônio, para que o tempo de noivado cumpra seu papel, sendo propício à elaboração de um projeto de vida.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“É essencial” estar abertos à vida, diz papa Francisco aos esposos

Papa Francisco saúda os fiéis na janela do Palácio Apostólico no Vaticano | Vatican Media

Por David Ramos*

6 de outubro de 2024

“Tenham filhos”, disse o papa Francisco aos casais, em suas palavras antes da oração do Ângelus de hoje (6) na Praça de São Pedro, no Vaticano. Ele enfatizou que no matrimônio “é essencial estar abertos ao dom da vida”.

O papa disse que no Evangelho de hoje(Mc 10, 2-16) “Jesus nos fala do amor conjugal”, respondendo a uma pergunta feita pelos fariseus, “uma pergunta provocatória a Jesus sobre um assunto controverso: o repúdio da esposa por parte do marido”.

“Eles gostariam de arrastá-lo para uma polêmica, mas Ele não permite, na verdade, Ele aproveita a ocasião para chamar sua atenção para um discurso mais importante: o valor do amor entre o homem e a mulher no plano de Deus”, disse.

O papa disse que, em uma época em que “a condição da mulher no matrimônio era de grande desvantagem em relação a do homem”, Jesus “lembra-lhes que o Criador quis que a mulher e o homem fossem iguais em dignidade e complementares na diversidade, para serem a ajuda um do outro, companhia, mas ao mesmo tempo estímulo e desafio para crescer”.

A entrega dos cônjuges deve ser “sem ‘meias medidas’”

O Senhor, disse o papa, ressalta a necessidade de que a doação dos cônjuges “seja plena” e “sem ‘meias medidas’”.

Essa entrega mútua, disse, é “destinada a durar não ‘até que eu sinta vontade’, mas para sempre, acolhendo um ao outro e vivendo juntos como ‘uma só carne’”.

“Isso não é fácil, isso exige fidelidade, mesmo nas dificuldades, exige respeito, sinceridade, simplicidade”, disse ele, observando que também “requer estar aberto ao confronto, às vezes à discussão, quando necessário, mas sempre pronto para o perdão e a reconciliação”.

“E eu recomendo: marido e mulher briguem, tudo o que quiserem, desde que façam as pazes antes que termine o dia. Sabem por quê? Porque a guerra fria no dia seguinte é perigosa. 'E me diga, Papa, como se faz as pazes?' Apenas com um carinho, assim (o Papa mostra tocando o rosto), mas nunca cheguem ao fim do dia sem fazer as pazes”.

“Tenham filhos!”

O papa Francisco então encorajou os cônjuges a estarem “abertos à vida, àquilo que Deus lhes envia”, porque “para os cônjuges é essencial estar aberto ao dom da vida, dos filhos, que são o mais belo fruto do amor, a maior bênção de Deus, uma fonte de alegria e esperança para cada lar e para toda a sociedade”.

“Tenham filhos”, incentivou. “Ontem tive um grande consolo porque era o dia da Gendarmaria [do Vaticano] e um gendarme veio com seus oito filhos. Era lindíssimo de ver”, contou.

O papa destacou que “o amor é exigente, sim, mas é belo, e quanto mais nos deixamos envolver por ele, mais descobrimos, nele, a verdadeira felicidade”.

“E, agora, cada um pede ao seu coração: como é o meu amor? É fiel? É generoso? É criativo? Como são as nossas famílias? Estão abertas à vida, ao dom dos filhos?”, disse, pedindo ao final de sua mensagem que “a Virgem Maria ajude os esposos cristãos”.

*David Ramos é editor-chefe da ACI Prensa. Cobriu as viagens do papa Francisco para o Equador, Paraguai, México, Colômbia, Chile e Peru.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/59521/e-essencial-estar-abertos-a-vida-diz-papa-francisco-aos-esposos

O Matrimônio no projeto de Deus

Cardeal Dom Paulo Cezar Costa - Arcebispo de Brasília (arqbrasilia)

O Matrimônio no projeto de Deus

27º Domingo do Tempo Comum

Cardeal Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

05 de outubro de 2024

A palavra de Deus, deste domingo, mostra o matrimônio no projeto de Deus. Já na criação, Deus tem um projeto de amor para o homem e a mulher: «Deus, desde o início da criação, os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne». Papa Francisco nos explica esse Evangelho: «O Evangelho deste domingo (cf. Mc 10, 2-16) oferece-nos a palavra de Jesus sobre o matrimônio. A narração abre-se com a provocação dos fariseus que perguntam a Jesus se é lícito que um marido repudie a esposa como previa a lei de Moisés (vv. 2-4). Antes de tudo, Jesus, com a sabedoria e a autoridade que Lhe vêm do Pai, ameniza a prescrição mosaica dizendo: “Pela dureza dos vossos corações, ele — ou seja, o antigo legislador — vos deixou escrito este mandamento” (v. 5). Trata-se, portanto, de uma concessão que serve para remediar as falhas causadas pelo nosso egoísmo, mas não corresponde à intenção originária do Criador.

E aqui Jesus retoma o Livro do Gênesis: “Desde o início da criação [Deus] os criou varão e mulher; por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua esposa e os dois serão um só” (vv. 6-7). E conclui: “Não divida o homem o que Deus uniu” (v. 9). O projeto originário do Criador não inclui o homem que se casa com a mulher e, se as coisas não funcionam, a repudia. Não. Ao contrário, inclui o homem e a mulher chamados a reconhecerem-se, a completarem-se, a ajudarem-se reciprocamente no matrimônio.

Esse ensinamento de Jesus é muito claro e defende a dignidade do matrimônio, como união de amor que requer a fidelidade. Aquilo que consente que os esposos permaneçam unidos no matrimônio é um amor de doação recíproca amparado pela graça de Cristo. Se, ao contrário, prevalecer nos cônjuges o interesse individual, a própria satisfação, então a sua união não poderá resistir.

E a mesma página evangélica recorda-nos, com grande realismo, que o homem e a mulher, chamados a viver a experiência da relação e do amor, podem dolorosamente fazer gestos que a põem em crise. Jesus não admite tudo o que pode levar ao naufrágio da relação. Faz isso para confirmar o desígnio de Deus, no qual sobressaem a força e a beleza da relação humana. A Igreja, por um lado, não se cansa de confirmar a beleza da família como nos foi recomendada pela Escritura e pela Tradição; ao mesmo tempo, esforça-se por fazer sentir concretamente a sua proximidade materna a quantos vivem a experiência de relações interrompidas ou levadas adiante de maneira sofrida e fadigosa.

O modo de agir do próprio Deus com o seu povo infiel — isto é, conosco — ensina-nos que o amor ferido pode ser sanado por Deus através da misericórdia e do perdão. Por isso à Igreja, nestas situações, não é pedida imediata e unicamente a condenação. Ao contrário, face às tantas dolorosas falências conjugais, ela sente-se chamada a viver a sua presença de amor, de caridade e de misericórdia, para reconduzir a Deus os corações feridos e desorientados”. (Papa Francisco, Angelus, 7 de outubro de 2018so)

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Papa anuncia Consistório para 8 de dezembro: dom Jaime Spengler será cardeal

Novo Consistório (Vatican Media)

No Angelus, Francisco anunciou o Consistório para a criação de 21 novos cardeais em 8 de dezembro. Eles vêm de todas as partes do mundo, incluindo do Brasil: dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, também presidente da CNBB e do Celam, será cardeal.

Salvatore Cernuzio - Vatican News

Do Irã à Indonésia, do Japão às Filipinas, da Costa do Marfim à Argélia, até o Brasil, com dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre/RS, e a Itália, incluindo o novo vigário da diocese de Roma. De surpresa, como se tornou habitual nos últimos 12 anos de pontificado, o Papa Francisco leu da janela do Palácio Apostólico, após o Angelus deste domingo (06/10), a lista dos novos cardeais aos quais concederá a púrpura no dia 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição.

As periferias do mundo com as grandes arquidioceses ou as personalidades da Cúria Romana estão entrelaçadas na lista do Pontífice que, também para este seu décimo Consistório, quer devolver o rosto de uma Igreja universal que abraça todas as latitudes.

““A proveniência deles expressa a universalidade da Igreja que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra. A inclusão na diocese de Roma manifesta, portanto, o vínculo inseparável entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares espalhadas pelo mundo”.”

A lista inclui o nome de dom Baldassarre Reina, que o Papa anunciou que irá se tornar o novo vigário de Roma, sucedendo o cardeal Angelo De Donatis, que foi nomeado Penitenciário-Mor em abril. Entre os futuros cardeais também está o núncio Angelo Acerbi, com 99 anos de idade, provavelmente o cardeal mais idoso criado até o momento. Acerbi estará entre os cardeais que, por motivos de idade, não votarão em um futuro conclave. Os nomes italianos também incluem o de Roberto Repole, arcebispo de Turim, teólogo e um dos membros do Sínodo sobre a Sinodalidade. 

Há três nomes da Cúria. Em primeiro lugar, o Pe. Fabio Baggio, scalabriniano, subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Baggio é também diretor-geral e pessoa de contato direto do Papa Francisco para o Borgo Laudato si' e o Centro De Alta Formação Laudato si'. Em seguida, o arcebispo Rolandas Makrickas, lituano, 51 anos, em 2021 nomeado comissário extraordinário para a Basílica Papal de Santa Maria Maior, e dom George Kovakaad, indiano, uma figura conhecida do público em geral como organizador das viagens papais.

Aqui está a lista dos futuros cardeais:

1. S.E. Dom Angelo ACERBI, Núncio Apostólico

2. S.E. Dom Carlos Gustavo CASTILLO MATTASOGLIO, Arcebispo de Lima (Peru).

3. S.E. Dom Vicente BOKALIC IGLIC C.M., Arcebispo de Santiago del Estero (Primado da Argentina).

4. S.E. Dom Luis Gerardo CABRERA HERRERA, O.F.M., Arcebispo de Guayaquil (Equador).

5. S.E. Dom Fernando Natalio CHOMALÍ GARIB, Arcebispo de Santiago do Chile (Chile).

6. S.E. Dom Tarcisio Isao KIKUCHI, S.V.D., Arcebispo de Tóquio (Japão).

7. S.E. Dom Pablo Virgilio SIONGCO DAVID, Bispo de Kalookan (Filipinas).

8. S. E. Dom Ladislav NEMET, S.V.D., Arcebispo de Beograd -Smederevo (Sérvia).

9. S.E. Dom Jaime SPENGLER, O.F.M., Arcebispo de Porto Alegre (Brasil).

10. S.E. Dom Ignace BESSI DOGBO, Arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim).

11. S.E. Dom Jean-Paul VESCO, O.P., Arcebispo de Alger (Argélia).

12. S.E. Dom Paskalis Bruno SYUKUR, O.F.M., Bispo de Bogor (Indonésia).

13. S.E. Dom Dominique Joseph MATHIEU, O.F.M. Conv., Arcebispo de Teerã Ispahan (Irã).

14. S.E. Dom Roberto REPOLE, Arcebispo de Turim (Itália).

15. S.E. Dom Baldassare REINA, Bispo Auxiliar de Roma, ex-vice-gerente e, atualmente, Vigário Geral da Diocese de Roma.

16. S.E. Dom Francis LEO, Arcebispo de Toronto (Canadá).

17. S.E. Dom Rolandas MAKRICKAS, Arcipreste Coadjutor da Basílica Papal de Santa Maria Maior.

18. S.E. Dom Mykola BYCHOK, C.S.R., Bispo da Eparquia dos Santos Pedro e Paulo de Melbourne dos Ucranianos.

19. R.P. Timothy Peter Joseph RADCLIFFE, OP, teólogo.

20. R. P. Fabio BAGGIO, C.S., Subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

21. Mons. George Jacob KOOVAKAD, funcionário da Secretaria de Estado, responsável pelas viagens.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 5 de outubro de 2024

Santa Ir. Faustina Kowalska

Santa Faustina (santafaustina.com.br)
05 de outubro
País: Polônia

Santa Faustina Kowalska
(1905 – 1938)

Co-fundadora espiritual

Nasceu em 25 de agosto de 1905 como a terceira de dez filhos da família de Marianna e Stanisław Kowalski, agricultores do interior de Głogowiec, da paróquia de Świnice Warckie. No batismo recebeu o nome de Helena. Estudou por menos de três anos; aos 16 anos foi trabalhar para famílias ricas em Aleksandrów Łódzki e Łódź para sustentar a si mesma e ajudar os pais. Após uma visão de Jesus sofrendo e um ano de serviço em Ostrówek, no município de Klembów, em 1º de agosto de 1925, ingressou na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia, onde recebeu o nome de Irmã Maria Faustina. Ao longo de seus treze anos de vida religiosa, ela viveu em muitas casas da Congregação, mais longamente em Cracóvia, Vilnius, Płock e Varsóvia, desempenhando as funções de cozinheira, jardineira e porteira. Ela sofria de tuberculose pulmonar e do trato digestivo. Por esse motivo, foi internada duas vezes para um tratamento prolongado no hospital de Prądnik, em Cracóvia.

Aparentemente, aquela vida muito comum escondia uma profunda união com Deus e uma grande missão profética confiada por Ele. Faustina experimentou muitas graças extraordinárias, alcançando os ápices da união com Deus na terra. Através dela, Jesus lembrou ao mundo a verdade bíblica sobre o amor misericordioso de Deus por cada pessoa e convocou a proclamá-la ao mundo com uma nova força. Com este objetivo, Ele também transmitiu novas formas de culto à Divina Misericórdia, que são: a imagem com a inscrição “Jesus, eu confio em Vós, a Festa da Divina Misericórdia no primeiro domingo após a Páscoa, o Terço da Divina Misericórdia e a oração na hora de Sua agonia na cruz, conhecida como a Hora da Misericórdia. Jesus fez grandes promessas ligadas a cada uma delas, bem como à promoção da devoção à Misericórdia, sob a condição de cuidar de uma atitude de entrega a Deus (fazendo Sua vontade) e de misericórdia para com o próximo. No cumprimento dessa missão profética, Irmã Faustina foi auxiliada por seu diretor espiritual, o Beato Padre Michał Sopoćko, e por seu confessor em Cracóvia, o Padre Józef Andrasz, SJ. A partir do carisma e da experiência mística de Santa Faustina surgiu na Igreja o Movimento Apostólico da Divina Misericórdia, que assume a missão da santa de proclamar ao mundo o mistério da misericórdia de Deus por meio do testemunho de vida, da ação, da palavra e da oração.

Faustina faleceu em 5 de outubro de 1938 no convento da Congregação em Cracóvia-Łagiewniki. Em 1966, seus restos mortais foram transferidos do cemitério conventual para a capela do convento. Desde a beatificação, realizada em 18 de abril de 1993 pelo Papa João Paulo II, uma pequena urna contendo relíquias repousa no altar, abaixo da imagem venerada de Jesus Misericordioso, no Santuário em Cracóvia-Łagiewniki. Em 30 de abril de 2000, o Papa João Paulo II a canonizou, incluindo-a entre os santos, e transmitiu a mensagem da Misericórdia que ela registrou em seu Diário por ordem de Jesus para toda a Igreja e o mundo no terceiro milênio da fé.

Em 25 de agosto de 1995, a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, cumprindo sua missão carismática, reconheceu a Irmã Faustina como sua co-fundadora espiritual.

Ir. M. Elżbieta Siepak ISMM

Tradução: Robert Janowski
Revisão gramatical: Felipe Mascarenhas dos Santos Soares

Revisão final: Maida Tavares da Silva

Fonte: https://www.santafaustina.com.br/santa-ir-faustina-kowalska/

Do Livro sobre a vida cristã, de São Gregório de Nissa, bispo

O bom combate da fé (cancaonova)

Do Livro sobre a vida cristã, de São Gregório de Nissa, bispo

(PG46,295-298)       (Séc.IV)

Combate o bom combate da fé

Se há em Cristo nova criação, passou a antiga (2Cor 5,17). Nova criação é o nome dado à inabitação do Espírito Santo no coração puro e irrepreensível, liberto de toda maldade, cobiça e ignomínia. Pois o homem que tem ódio ao pecado e se entrega com todo o empenho ao serviço da virtude e que, tendo mudado de vida, recebeu em si a graça do Espírito, este homem se fez todo novo, restaurado e reconstruído. Ainda mais isto: Purificai-vos do velho fermento para serdes nova massa (1Cor 5,7). E esta: Festejemos, não com o velho fermento, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade (1Cor 5,8). Estas citações concordam com o que foi dito sobre a nova criação.

Sem dúvida alguma o tentador arma ciladas para nós. A natureza humana é em si mesma fraca demais para obter vitória sobre ele. Por isto o Apóstolo nos ordena cobrir-nos com as armaduras celestes: Vesti a couraça da justiça, tende os pés calçados com o zelo para propagar o Evangelho da paz e ficai de pé, de rins cingidos com a verdade (cf. Ef 6,14). Vês quantos modos de te salvar o Apóstolo te sugere. Todos se dirigem ao mesmo caminho, ao mesmo fim. Por eles com facilidade se efetua o curso da vida que temem mira a perfeição dos mandamentos de Deus. Em outro lugar diz o mesmo Apóstolo: Pela paciência corramos à luta que nos foi designada, contemplando o autor e consumador da fé, Jesus (Hb 12,1-2).

Por esta razão é necessário a quem desdenha completamente as grandes coisas desta vida e rejeita toda glória mundana, que também renuncie junto com a vida até à própria alma. Renúncia da alma significa não seguir nunca a sua vontade mas a de Deus, e tomá-la como excelente guia. Em seguida, nada possuir que não seja comum. Porque assim estará mais desembaraçado para realizar com presteza, na alegria e esperança, aquilo que o superior ordena, como servo de Cristo, liberto para o comum serviço dos irmãos. Isto quer o Senhor, quando diz: Quem dentre vós quiser ser o primeiro e o maior, faça-se o último e o servo de todos (cf. Mc 9,35).

Na realidade, este serviço aos homens deve ser gratuito, e um tal servo irá sujeitar-se a todos e servir os irmãos como um devedor insolvente. Quanto àqueles que ocupam cargos de direção, devem eles assumir maiores trabalhos que os outros, portar-se com mais humildade que os subordinados e demonstrar a imagem e o exemplo do Servo. Considerem um depósito de Deus aqueles que foram confiados à sua fidelidade.

Assim, pois, cabe aos que governam cuidar dos irmãos, à semelhança de bons educadores em relação às crianças que lhes foram entregues pelos pais. Se for este o sentir dos subordinados ou dos superiores, os primeiros obedecerão com alegria às ordens e determinações, e os outros, por sua vez, terão prazer em guiar os irmãos à perfeição. Se tiverdes atenções uns para com os outros, levareis na terra a vida dos anjos.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Cardeal Paulo Cezar Costa participa da última etapa do Sínodo em Roma

Sínodo dos Bispos (Vatican Media)

Nesta quarta-feira, 2 de outubro, teve início a segunda e última sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em Roma, cujo tema central é a Sinodalidade, que tem guiado os trabalhos desde 2021.

02 de outubro de 2024

Entre os participantes de destaque está o Arcebispo de Brasília, Cardeal Paulo Cezar Costa, que expressou alegria em poder representar a capital brasileira no Sínodo: “É uma honra poder representar Brasília neste importante momento e reforçar o convite para que o Santo Padre esteja conosco em uma data tão simbólica”, afirmou ele antes de embarcar para Roma.

Dom Paulo levou consigo três cartas de convite ao Papa Francisco. As correspondências, escritas por ele, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, solicitam a presença do Santo Padre em Brasília, em julho de 2025, para a celebração dos 65 anos da fundação da Cidade e da Arquidiocese. “Vamos convidar o Papa para visitar o Brasil no próximo ano, se Deus quiser, em julho, no Ano Jubilar. Este é um ano difícil, mas nada é impossível para Deus. Portanto, estejam unidos a nós, rezando por nós”, disse o Cardeal.

Dom Paulo Cezar também destacou a importância da sinodalidade para o futuro da Igreja: “Rezem, estejam unidos a nós para que possa ser um momento bonito também na vida da Igreja. A Igreja que está buscando se colocar no caminho sinodal. Estamos em uma etapa decisiva, da qual esperamos que saia um documento que possa orientar toda a vida e caminhada da Igreja”. Ele também ressaltou a diversidade de participantes no Sínodo, que inclui cerca de 270 Bispos, leigos e teólogos, formando um grupo plural e dedicado ao futuro da Igreja.

Dom Paulo tem se destacado por sua defesa de uma Igreja mais inclusiva e voltada para as questões sociais. Sua participação ativa no Sínodo reforça a importância de um diálogo aberto e a necessidade de mudanças que aproximem a Igreja dos fiéis.

O Sínodo se estenderá até o final de outubro, e a expectativa é que o processo seja concluído com um documento que possa nortear a Igreja em sua missão de estar mais próxima de seus fiéis e de enfrentar os desafios contemporâneos com maior inclusão e transparência.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Papa Francisco: é preciso divulgar ao mundo o valor de ser família

Papa Francisco; o encontro com a Associação "Italian Family Business" na manhã deste sábado - 05/10 (Vatican Media)

“Assim como a missão da Igreja, a atividade da associação está enraizada em um território no qual são chamados a enriquecer pelo testemunho de laços familiares. Divulguem o valor de ser família. No início, a família, não as pessoas [isoladas], a família.”. Palavras do Papa Francisco aos membros da Associação Italiana de Empresas Familiares que ele recebeu neste sábado (05/10), no Vaticano.

Vatican News

Na manhã deste sábado (5) o Papa Francisco recebeu no Vaticano os membros da Associação Italiana de Empresas Familiares. O Pontífice iniciou recordando que “a Igreja é a família de Deus e olha com simpatia para tudo o que é familiar” e logo destacou: “primeiro as pessoas [isoladas] e depois a família? Não, primeiro a família e dentro da família as pessoas. As pessoas isoladas estão 'em órbita' em relação à humanidade e também à comunidade cristã. Comunidade, em primeiro lugar. A Igreja é família de Deus”. O Papa, assim, enfatizou que a entidade se caracteriza “pelo delicado equilíbrio entre família e trabalho, que se expressa em coragem e responsabilidade empresarial”.

A gestão da casa e o cuidado

Ponderando os objetivos da associação, Francisco disse ainda: “é bom, é construtivo quando a coragem e a responsabilidade andam juntas”. Especificando que “a ação que vem do coração é ousada, não se retrai em si mesma, mas sabe como olhar para o futuro; a responsabilidade, portanto, é o segredo da economia, uma palavra que significa ‘a gestão da casa’ e é, portanto, uma expressão do cuidado. Cuidado para com sua empresa, cuidado para com sua família, cuidado da nossa casa comum, cuidado das gerações futuras”.

Divulgar o valor de ser família

Em seguida o Papa disse aos presentes que, assim como a missão da Igreja, a atividade da associação está enraizada em um território no qual são chamados a enriquecer “seja pelo testemunho de laços familiares seja pela seriedade de seu compromisso profissional”. Esclarecendo “de fato, que tudo está conectado, nada é isolado. Mesmo se a fraternidade entre as pessoas e os povos esteja tão ferida e a casa comum tenha as marcas da injusta ganância humana, tudo está conectado”. Francisco pediu que todos “possam habitar a dimensão local com um coração universal! E quando trabalharem em e para diferentes partes do mundo, divulguem o valor de ser “família”. E novamente reiterou: “no início, a família, não as pessoas [isoladas], a família”.

Nada deve ser ‘enterrado’ daquilo que nos foi confiado!

Concluindo o encontro, o Papa ainda disse: “é por isso que eu os convido a ampliar seus corações e seus olhos, a cultivar em casa e na empresa a escuta entre diferentes gerações. Convido a acreditar na vocação de seus filhos - seja ela qual for - e a abrir portas e janelas para aqueles que querem seguir um pedaço do caminho com vocês”. 

“Recordemos da parábola dos talentos: nada deve ser ‘enterrado’ daquilo que nos foi confiado! Portanto, não tenham medo e sigam em frente com confiança.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Benedito

São Benedito (A12)
05 de outubro
Paías: Itália
São Benedito

São Benedito, cuja festa é celebrada no dia 5 de outubro, é uma figura venerada na tradição católica, que deixou um profundo impacto tanto pela sua vida simples quanto pela espiritualidade fervorosa que o caracterizou. Ele era filho de escravos africanos e experimentou desde cedo as dificuldades da discriminação racial.

Nascido em 1526, na Sicília, Itália, ele era filho de escravos africanos e experimentou desde cedo as dificuldades da discriminação racial. Benedito ingressou na Ordem Franciscana como irmão leigo, onde dedicou sua vida à oração, ao serviço aos necessitados e à penitência. É venerado por muitos católicos brasileiros que com carinho e fervor o invocam como São Benedito, o Negro.

A biografia de São Benedito é marcada por sua humildade e devoção à Eucaristia. Ele passava longas horas diante do Santíssimo Sacramento, mergulhando em profunda contemplação. Por sua origem e disposição para servir a todos é reconhecido como padroeiro dos escravos e dos cozinheiros.

Sua simplicidade e amor pelo próximo eram igualmente notáveis, dedicando-se a cuidar dos pobres, doentes e órfãos. Sua reputação de santidade cresceu rapidamente, e muitos buscavam sua orientação espiritual.

Colaboração: Yara Fonseca

Reflexão:

O legado de São Benedito transcende sua época, inspirando gerações futuras a viverem com compaixão, humildade e devoção à fé católica. Seu exemplo nos lembra da importância da igualdade e da valorização da dignidade de cada ser humano, independentemente de sua origem étnica. Hoje, ele é símbolo de esperança para aqueles que enfrentam a discriminação racial e nos convida a viver na simplicidade do amor universal.

Oração:

São Benedito, humilde servo de Deus, que em sua vida terrena encontrou força e consolo na Eucaristia e no serviço aos necessitados, interceda por nós junto ao Senhor. Que possamos seguir seu exemplo de amor, humildade e devoção, e que sua intercessão nos guie em nossos momentos de dificuldade. Ajude-nos a reconhecer a dignidade de todos os seres humanos, independentemente de sua origem, e a trabalhar pela justiça e igualdade. São Benedito, rogai por nós, para que possamos viver uma vida de fé profunda e caridade sincera. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

O sofrimento e o amor (3)

Homem rezando (Presbíteros)

O sofrimento e o amor

A cruz que ensina a amar

Sim, cada uma das nossas dores traz uma mensagem de Cristo que pergunta por nós. Do alto da Cruz, Ele olha-nos pessoalmente, chama-nos pelo nosso nome e nos pergunta: “Não queres aprender a sofrer comigo? Não queres transformar a tua dor em amor? Não queres ter um sofrimento santificador?”

Quando nos decidiremos a isso? Quando perceberemos estas interrogações afetuosas, estas sugestões da graça de Deus? “Perante esse pequeno desaforo –Deus nos diz-, por que não respondes com um silêncio paciente e humilde como o meu, sem ódio nem discussões? Se te custa aguentar o caráter daquela pessoa, por que não te esforças por viver melhor a compreensão e a desculpa amável? Quando alguém te ofende, por que -sem deixares de defender serenamente o que é justo- não te esforças por perdoar, como Deus te perdoa?”

E, assim, quando as dores físicas ou morais –os desgostos, as decepções, os fracassos, os fastios, o tédio, a solidão, a depressão…- nos acabrunham, a voz cálida de Cristo crucificado convida-nos a ser generosos e a subir um degrau na escada do amor: a crescer na mansidão, na bondade e na grandeza de alma; a aumentar a confiança em Deus; a ser mais desprendidos de êxitos, bem-estar e posses materiais; sobretudo, a meter-nos mais decididamente na fogueira de amor que é o coração de Cristo, com desejos inflamados de corresponder, de desagravá-lo, de imitá-lo, de unir-nos ao seu Sacrifício redentor. Todos esses sentimentos fazem grande a alma cristã.

Queremos fazer este aprendizado cada vez melhor? Meditemos com frequência a Paixão de Jesus. É uma prática espiritual que, ao longo dos séculos, alimentou o amor e a generosidade de milhões de cristãos. Peguemos muitas vezes os relatos detalhados da Paixão, que os quatro Evangelhos conservam como um tesouro; ou livros que comentem piedosamente a Paixão e Morte de Cristo; e fiquemos contemplando, representando as cenas com a imaginação, “metendo-nos” nelas, e dialogando com o Senhor.

“Queres acompanhar Jesus de perto, muito de perto?… Abre o Santo Evangelho e lê a Paixão do Senhor. Mas ler só, não: viver. A diferença é grande. Ler é recordar uma coisa que passou; viver é achar-se presente num acontecimento que está ocorrendo agora mesmo, ser mais um naquelas cenas. Deixa, pois, que teu coração se expanda, que se coloque junto do Senhor…

Procuremos proceder assim, porque, então, choraremos os nossos pecados, que tão dolorosamente rasgaram o corpo e a alma de Cristo; teremos ânsias de reparar esses nossos males, oferecendo ao Senhor os nossos sofrimentos com espírito de penitência; e as nossas dores nos parecerão pequenas em comparação com as de Jesus: “O que vale, Jesus, diante da tua Cruz, a minha; diante das tuas feridas, os meus arranhões? O que vale, diante do teu Amor imenso, puro e infinito, esse pesadume de nada que me puseste às costas?”

E ainda chegaremos mais longe. Desejaremos identificar-nos com Cristo, para “redimir” com Ele, para salvar o mundo com Ele.

A cruz que faz “co-redimir”

Há umas palavras de São Paulo que encerram um grande mistério, ou seja, que encerram uma verdade muito sobrenatural e profunda sobre a vida nova do cristão. São as seguintes: Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. Completo na minha carne o que falta às tribulações de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja (Cl 1, 24).

A rigor, nada falta à Paixão de Cristo, pois o sacrifício de Jesus mereceu infinitamente a redenção de todos os crimes e pecados do mundo. Mas o Senhor quis que os cristãos, membros do seu Corpo Místico, “outros Cristos”, pudessem associar-se ao seu sofrimento redentor, unindo a ele os seus próprios padecimentos.

Na Carta Apostólica já antes citada sobre o Sentido cristão do sofrimento, o Papa João Paulo II, desenvolve uma bela reflexão sobre esta verdade: “O Redentor sofreu em lugar do homem e em favor do homem. Todo homem tem a sua participação na Redenção. E cada um dos homens é também chamado a participar daquele sofrimento, por meio do qual se realizou a Redenção; é chamado a participar daquele sofrimento por meio do qual foi redimido também todo o sofrimento humano. Realizando a Redenção mediante o sofrimento, Cristo elevou ao mesmo tempo o sofrimento humano ao nível da Redenção. Por isso, todos os homens, com o seu sofrimento, podem tornar-se participantes do sofrimento redentor de Cristo” (n. 19).

E, mais adiante, glosando a frase de São Paulo que agora meditamos, o Papa complementa essa reflexão: “O sofrimento de Cristo criou o bem da Redenção do mundo. Este bem é em si mesmo inexaurível e infinito. Ninguém lhe pode acrescentar coisa alguma. Ao mesmo tempo, porém, Cristo, no mistério da Igreja, que é o seu Corpo, em certo sentido abriu o próprio sofrimento redentor a todo o sofrimento humano. Na medida em que o homem se torna participante dos sofrimentos de Cristo –em qualquer parte do mundo e em qualquer momento da história—tanto mais ele completa, a seu modo, aquele sofrimento, mediante do qual Cristo operou a Redenção do mundo” (n. 24).

Neste mundo em que, ao lado de tantas bênçãos de Deus e tantas almas boas, se deixam sentir com força os ventos e tempestades do pecado, as almas generosas que sofrem com amor, unidas ao Senhor, são como que “outros Cristos”, que contrabalançam com a sua “Cruz” o peso dos crimes do mundo. Tornados eles próprios uma só coisa com Cristo sofredor, são esses homens e mulheres bons –os santos, os mártires, os inocentes, os doentes, as crianças, os “humilhados e ofendidos”…- os que mantêm no mundo, como uma tocha acesa, a esperança da salvação. Uma só mulher humilde que oferece, na sua cama de hospital, seus sofrimentos a Deus, faz mais pelo bem do mundo do que muitos dos que o governam.

Estamos perante a dimensão mais alta a que a Cruz elevou as dores humanas.

Que alegria podermos dizer como São Paulo: Estou pregado à Cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim! (Gl 2, 19-20). Que alegria poder ter nos lábios e no coração as palavras de Cristo: Eu vim para servir e dar a vida para a redenção de muitos! (Mt 20,28).

Com esta visão grandiosa da fé, entendem-se os ardores dos santos. “Não peças perdão a Jesus apenas de tuas culpas –dizia São Josemaria Escrivá-; não O ames com o teu coração somente… Desagrava-O por todas as ofensas que Lhe têm feito, que Lhe fazem e que Lhe hão de fazer…; ama-O com toda a força de todos os corações de todos os homens que mais O tenham amado…”. “Que importa padecer, se se padece por consolar, para dar gosto a Deus Nosso Senhor, com espírito de reparação, unido a Ele na Cruz…, numa palavra: se se padece por Amor?”

Agora já não nos parece estranha a sede de Cruz, de sofrimento, que tinham os grandes santos; um desejo que não era doentio, mas uma “chama viva de amor”, que lhes fazia ter ânsias de identificar-se com Jesus na Cruz.

É paradigmática a cena de São Francisco de Assis no Monte Alverne. Era a manhã de 14 de setembro de 1224, festa da exaltação da Santa Cruz. Retirado nas solidões dos Apeninos, o Poverello rezava ajoelhado diante da sua cela, antes de que raiasse a alva. Tinha as mãos elevadas e os braços estendidos, e pedia: “Ó Senhor Jesus, há duas graças que eu te pediria conceder-me antes de morrer. A primeira é esta: que na minha alma e no meu corpo, tanto quanto possível, eu possa sentir os sofrimentos que tu, meu doce Jesus, tiveste que sofrer na tua cruel Paixão! E o segundo favor que desejaria receber é o seguinte: que, tanto quanto possível, possa sentir em meu corpo esse amor desmedido em que tu ardias, tu, o Filho de Deus, e que te levou a querer sofrer tantas penas por nós, miseráveis pecadores”.

A oração foi ouvida. Um serafim, que trazia em si a imagem de um crucificado, imprimiu-lhe as chagas de Cristo nas mãos, nos pés e no lado. Francisco, até no corpo, tornou-se visivelmente um “outro Cristo”.

Fonte:  PeFaus@1928 (Adaptação de um trecho do livro de F. Faus: A sabedoria da Cruz)

https://presbiteros.org.br/o-sofrimento-e-o-amor/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF