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segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Deus perdoa tudo?

Droits Gérés / Direitos Gerenciados | ALETEIA

Valdemar de Vaux - publicado em 05/10/24

Uma pergunta para o pecador desesperado, uma afirmação para o impenitente: Deus realmente perdoa tudo? A fé cristã proclama um Deus misericordioso, mas ninguém pode afirmar ser salvo apesar Dele.

As cartas do apóstolo João, lidas especialmente no Natal, não são os escritos mais conhecidos do Novo Testamento. Contudo, a primeira carta contém uma frase que deveria confortar os corações cheios de culpa: “Se o nosso coração nos acusa, Deus é maior do que o nosso coração” ( 1Jo 3,20 ). Na verdade, o pecador desesperado é atormentado por uma pergunta persistente, que é uma afirmação ao impenitente: Deus perdoa tudo?

Se a consciência dos pecados cometidos é um passo essencial na batalha espiritual, o seu reverso é por vezes formidável: o desespero e a culpa. Contudo, a fé cristã proclama um Deus misericordioso que não se cansa de ver como os corações perdidos voltam para Ele. Uma preocupação quase maternal, como sublinha o profeta Isaías: “Pode uma mulher esquecer-se do seu filho, não pode ter ternura pelo seu filho? ventre? Mesmo que ela o esqueça, eu não te esquecerei” (Is 49, 15).

A esperança do bom ladrão

Através da Encarnação, o Pai deu até um passo decisivo em direção às suas criaturas. Jesus, o Filho, que veio a este mundo, «sabia o que havia no homem, sendo ele mesmo homem» (Jo 2,25) . Ele mesmo passou pela prova da tentação – tão comum a todo ser humano – e deu exemplo de vida evangélica, dando a vida e vencendo a morte. Assim ele mostrou a todos os homens como Deus é amor: “Assim como o Pai me amou, eu também vos amei [...] Chamo-vos amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai, eu vos dei a conhecer”. (Jo 15, 9-15) Ou, para dizer com São Paulo: “Cristo me amou, entregou-se por mim” (Gl 2, 20) .

A ressurreição do Salvador é fonte de grande esperança para todos, assim como a história do Bom Ladrão ( cf. Lc 23, 39-43). Na Cruz, no ápice do seu crime, Jesus prometeu: “Hoje você estará comigo no Paraíso”. Mas isso não acontece automaticamente. Não porque Deus queira deixar algumas pessoas de fora, mas porque algumas pessoas decidem deixar Deus de fora. O Mau Ladrão é um destes últimos, quando seu companheiro ousa fazer um ato de fé: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”.

A parábola do filho pródigo ( cf. Lc 15,11-32) é muito clara: o Pai está sempre de braços abertos, à espera do pecador. Mas o pecador precisa de contrição, de olhar para dentro de si e reconhecer que se distanciou da fonte de todo o bem. “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores” (Mt 9,13), lembra-nos Jesus, e poderíamos acrescentar “pecadores arrependidos”.

Pode um cristão realmente conhecer a Deus se não tiver experimentado sua infinita misericórdia? Então ele será mais tolerante com o vizinho. Certamente, um discípulo de Cristo é antes de tudo um pecador perdoado.

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/10/05/dios-lo-perdona-todo

Dia do Nascituro

Dia do Nascituro (CNBB)

Comissão para a Vida e a Família da CNBB publica “Nota sobre o Dia do Nascituro”, dia 8 de outubro

A Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por ocasião do Dia do Nascituro, no dia 8 de outubro, publicou na sexta-feira, 4 de outubro, uma “Nota sobre o Dia do Nascituro”, na qual reafirma o compromisso na defesa da vida humana desde a concepção até a morte natural.

Publicada no contexto da Semana Nacional da Vida 2024, que neste ano, tem como tema: “Idosos, memória viva da nossa história” e o lema “Na velhice darão frutos” (Salmos 92, 15), a nota pede que os católicos voltem “novamente o olhar cuidadoso para aqueles que ainda não nasceram, celebramos e renovamos nosso compromisso com a cultura da vida, inspirada no Evangelho de Jesus Cristo, em todas as etapas, como nos recorda o Papa Francisco em sua Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, “Um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento”.

O documento estimula ainda a realização de ações nas comunidades católicas para marcar esta data,  como o gesto concreto “Sinal da Esperança”. “No dia 08 de outubro, façamos em um gesto de propagação da ‘Luz de Cristo’ para poder iluminar e proteger as vidas vulneráveis e indefesas”. A nota convida a ascender o maior número de velas e a rezar juntos a ‘Oração do Nascituro’, como um momento de devoção e unidade.

Veja a íntegra do documento:
Nota sobre o Dia do Nascituro

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Santa Justina de Pádua

Santa Justina de Pádua (A12)
07 de outubro
Localização: Antioquia
Santa Justina de Pádua

No dia 7 de outubro, a Igreja Católica comemora a festa de Santa Justina, conhecida por debater com o filósofo pagão Cipriano, que chegou a converter-se ao cristianismo pelo impacto que lhe gerou o testemunho de sabedoria e convicção da jovem. Este episódio a tornou conhecida como defensora incansável da fé em Jesus Cristo.

Nascida no século II, em Antioquia, uma das cidades mais importantes do Império Romano, Santa Justina cresceu em uma família pagã, mas desde cedo demonstrou uma inclinação para a fé cristã.

Desde jovem, Santa Justina enfrentou desafios em sua busca por Deus. Ela foi perseguida por seu pai, que era um adorador dos deuses romanos, devido à sua conversão ao cristianismo. No entanto, sua fé inabalável e sua determinação em seguir os ensinamentos de Jesus Cristo a ajudaram a superar as adversidades e a perseverar em sua jornada espiritual.

A vida de Santa Justina foi marcada por milagres e feitos notáveis. Seu profundo amor por Deus a levou a realizar votos privados de castidade e a aceitar a coroa do martírio durante a perseguição de Diocleciano.

Sua vida e a devoção é até hoje fonte de inspiração para todos aqueles que buscam a Deus e a verdade, lembrando-nos sempre do poder da fé e do amor em nossas vidas.

Colaboração: Yara Fonseca

Reflexão:

A espiritualidade de Santa Justina era profunda e inspiradora. Ela dedicou sua vida à oração, à caridade e ao serviço aos necessitados, mostrando uma compaixão genuína por todos. Seu legado perdura através da devoção e da inspiração que ela ofereceu a gerações de cristãos, que encontram na sua história um exemplo de fé e coragem.

Oração:

Ó Santa Justina, modelo de fé inabalável e coragem inigualável, olhai por nós em nossas horas de desafio e dúvida. Que possamos encontrar a força para defender nossas convicções e permanecer firmes na nossa fé, esperança e caridade. Intercedei por nós junto a Deus, para que possamos seguir vosso exemplo de amor e compaixão para com todos os nossos irmãos e irmãs. Santa Justina, rogai por nós. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

Dom Jaime Spengler será cardeal

Dom Jaime Spengler será cardeal (CNBB)

Dom Jaime Spengler é anunciado entre os 21 novos cardeais a serem criados pelo Papa Francisco

06/10/2024

O Papa Francisco anunciou neste domingo, 6 de outubro, a criação de 21 novos cardeais num Consistório a ser celebrado no dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição. Entre eles, está o arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Jaime Spengler. Aos 64 anos, dom Jaime também tem atuado na presidência do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), para a qual foi eleito poucas semanas depois de sua eleição para a Presidência da CNBB, em 2023.

Além de dom Jaime, foram escolhidos para o cardinalato bispos e padres que atuam na cúria romana e de outras partes do mundo, como Argentina, Peru, Equador, Chile, Japão, Filipinas, Sérvia, Costa do Marfim, Argélia, Indonésia, Irã, Itália, Canadá e Ucrânia.

“A proveniência deles expressa a universalidade da Igreja que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra. A inclusão na diocese de Roma manifesta, portanto, o vínculo inseparável entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares espalhadas pelo mundo”, afirmou o Papa Francisco.

Papa Francisco durante a oração do Angelus na qual anunciou a criação de novos cardeais | Foto: Vatican Media

Em vídeo enviado de Roma, dom Jaime manifestou gratidão ao Papa Francisco pela indicação e recordou o clero e o povo de Deus da arquidiocese de Porto Alegre e, especialmente, os que foram marcados pelas tragédias climáticas no Rio Grande do Sul, com as enchentes; no Centro-Oeste, com as queimadas; e na Amazônia, com as secas. Também dirigindo-se aos bispos do Brasil e da América Latina e do Caribe, dom Jaime fez votos de que “juntos possamos cooperar da melhor forma para promover o Evangelho em todas as realidades da nossa sociedade”.

“Caminhemos juntos na comunhão a fim de que possamos promover já entre nós o Reino de Deus e a sua justiça. Muito obrigado, em primeiro lugar, novamente ao Santo Padre, mas um obrigado também à proximidade, à fraternidade de cada irmão e de cada irmã. Deus a todos abençoe!”

Biografia e trajetória eclesial

Dom Jaime Spengler nasceu em 6 de setembro de 1960, em Gaspar (SC). Ingressou na Ordem dos Frades Menores, também conhecida por Ordem de São Francisco (Franciscanos) em 20 de janeiro de 1982, pela admissão no Noviciado na cidade de Rodeio (SC). Cursou Filosofia no Instituto Filosófico São Boaventura, de Campo Largo (PR), e Teologia no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ), concluindo-o no Instituto Teológico de Jerusalém, em Israel.

Foi ordenado sacerdote em 17 de novembro de 1990, na sua cidade natal. Fez doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, e atuou dentro da Ordem dos Frades Menores em diversas missões e cidades do país até 2010, quando foi nomeado pelo Papa Bento XVI como bispo auxiliar da arquidiocese de Porto Alegre. A ordenação episcopal, presidida por dom Lorenzo Baldisseri, núncio apostólico no Brasil na ocasião, ocorreu dia 5 de fevereiro de 2011, na paróquia São Pedro Apóstolo, em Gaspar.

Dom Jaime Spengler é arcebispo metropolitano de Porto Alegre desde 18 de setembro de 2013, quando foi nomeado pelo Papa Francisco que, concomitantemente, recebeu o pedido de renúncia de dom Dadeus Grings. Escolheu como seu lema episcopal “Gloriar-se na Cruz” (Cl 6,14) – In Cruce Gloriari.

No quadriênio de 2011 a 2015, foi membro da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenado e a Vida Consagrada da CNBB. Em 2015, foi eleito presidente desta comissão. Entre os destaques de sua atuação à frente do colegiado, consta a aprovação das novas Diretrizes para a Formação de Presbíteros da Igreja no Brasil, em 2018.

Em maio de 2019, foi eleito primeiro vice-presidente da CNBB. No mesmo quadriênio, foi bispo referencial da CNBB para o Colégio Pio Brasileiro, em Roma, vice-presidente da Comissão Especial para o Acordo Brasil-Santa Sé da CNBB e bispo referencial CNBB – Regional Sul 3 para Vida Consagrada e Ministérios Ordenados.

No dia 24 de abril de 2023, foi eleito presidente da CNBB para o quadriênio 2023-2027. Semanas depois, no dia 17 de maio, foi eleito presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam). A partir desta função, foi nomeado padre sinodal da XVI Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, cuja segunda etapa ocorre em Roma até o próximo dia 27

Papa Francisco recebe dom Jaime Spengler em visita à Santa Sé | Foto: Vatican Media
Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Quando a saída é pela leitura

Quando a saída é pela leitura (Vatican News)

Livro de Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset mostra a verdade sobre as condições de leitura nas unidades prisionais do país.

Vatican News

Ler pode ser uma sentença de liberdade? A resposta está em novo livro de Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset – “Leitura e cárcere - (entre) linhas e grades, o leitor preso e a remição de pena”, (editora Appris). A obra conduz à reflexão sobre desigualdade social, funcionamento dos sistemas de segurança e de justiça, condições dos espaços de privação de liberdade e fins e justificativas da pena. E conta a impactante experiência da autora durante entrevistas com presos em projeto de extensão de leitura que coordenou durante cinco no curso de Direito da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc Xanxerê). 

Resultado do trabalho de doutorado de Rossaly em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o livro lança luz a um problema latente da Justiça brasileira:  o país ocupa o terceiro lugar, não honroso, no ranking dos países que mais encarceram no mundo.  A Lei de Execução Penal (LEP), que completa 40 anos em 2024, dispõe sobre a remição de parte do tempo de execução da pena por estudo ou trabalho: a cada livro lido, quatro dias a menos atrás das grades.  “A remição de pena por meio de leitura foi introduzida no Brasil, em 2011, no contexto do sistema penal porque não havia nem trabalho nem escola para os presos. A função da leitura nesse contexto não foi por benesse, havia um vazio já no sistema que devia ser tratado. A possibilidade de diminuir dias de pena de condenados pela Justiça por meio da leitura não demandava investir financeiramente no sistema prisional, bastava dar livros aos presos”, diz a autora, que é facilitadora de Justiça Restaurativa.

Livro de Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset | Vatican News

Realizada durante cinco anos na unidade prisional da cidade de Xanxerê, estado de Santa Catarina, Brasil, a pesquisa constatou que há mínimas condições de leitura no cárcere.  Rossaly conta no livro “Leitura e cárcere” uma de suas entrevistas mais marcantes: “Um preso foi baleado na perna pelo próprio pai, aos nove anos, ao tentar defender a mãe das violências dele. Este preso relatou que ficava tão interessado na narrativa da leitura que, quando as luzes eram apagadas na prisão, às 22h, ele podia ficar com a TV ligada até meia-noite e era o momento em que lia com a luz tênue da televisão”.

“Leitura e cárcere” mostra o envolvimento de presos com a leitura, inclusive casos dos que passaram a indicar livros aos filhos e criaram o hábito de ler.  “Mas também houve presos que diziam que gostavam sim de leitura, regidos por um imaginário de que ler é bom e transforma. Só que, por outra via, eram capturados pelo dizer do inconsciente e acabavam afirmando que liam mesmo só para sair antes da prisão, interpelados pelo jogo da língua na história, o simbólico significante, que constitui a ordem do discurso”, completa Rossaly.

O Brasil enfrenta muitos desafios para avançar na remição de pena por meio da leitura.  Pesquisa do Conselho Nacional de Justiça mostra que, em 2023, apenas 11 das 27 unidades federativas do país declaram ter estrutura para implantação de bibliotecas nos presídios. “Resolução que faz parte do Plano Nacional de Fomento à Leitura nos Ambientes de Privação de Liberdade do ano de 2021 diz que o preso poderá ter acesso à leitura por meio de audiobook, ampliando o direito a pessoas não alfabetizadas. Se considerar que uma biblioteca digital possui mais de 50 mil livros disponíveis, ler com tablets poderia facilitar o acesso, mas como essa universalização será viável se poucos são até mesmo os livros de papel no cárcere? Por essa normativa, cada comarca deve instituir uma comissão de validação para homologação e a leitura será validada, não mais avaliada. Mas não há biblioteca, nem tampouco bibliotecário, nem acervo bibliográfico nas unidades prisionais”, lembra a autora, que é Secretária da Pastoral Carcerária do estado de Santa Catarina e continua fazendo visitas semanalmente na unidade prisional de Xanxerê.

Sobre a autora: Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestra em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Graduada em Letras Português-Inglês e respectivas Literaturas pela Facepal (Palmas-PR) e em Língua e Literatura Espanhola pela Unoesc. Desde 2001, é professora e pesquisadora de Língua Portuguesa na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc Xanxerê). É autora também do livro “Língua e Direito: uma relação de nunca acabar”. 

Fonte> https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 6 de outubro de 2024

O mito da neutralidade tecnológica

Redes Sociais E Smartphones Mudaram Os Primeiros A Adotá-Los Foto: Retirado Da Interne (ZENIT News)

O mito da neutralidade tecnológica

A polarização não é a razão do desaparecimento do mito da neutralidade tecnológica. As tecnologias nunca foram neutras. O que chama a atenção é que essa verdade, evidente para os teóricos há décadas, está permeando a população.

01 DE OUTUBRO DE 2024 03:11 ZENIT OPINIÃO EDITORIAL

Michael Toscano*

(ZENIT News – First Things / EUA, 01.10.2024).- O estado da manivela raramente se resolve em dez anos, mas foi o que aconteceu comigo. Passei duas décadas, de 1999 a 2019, em Nova York, onde vi como as mídias sociais e os smartphones mudaram os primeiros usuários. A minha leitura de Neil Postman e Marshall McLuhan convenceu-me de que “o mito da neutralidade tecnológica” era precisamente isso. Em conversas com amigos, muitas vezes no centro da cidade, discuti a ideia de que estas tecnologias estavam simplesmente a acrescentar capacidades técnicas às nossas vidas. Eles tiveram um efeito espiritual, cultural e político negativo. Eles substituíram melhores formas de ser e agir, ao mesmo tempo que deram poder a certos grupos sobre outros. Afirmei que a primeira questão sobre qualquer tecnologia era em que tipo de pessoas ela nos transformava. Não convenci quase ninguém.

Hoje, o Instituto de Estudos da Família, do qual sou diretor executivo, está a liderar esforços para exigir a verificação da idade nas plataformas de redes sociais e sites pornográficos, bem como para enfraquecer o controlo dos smartphones sobre a vida das crianças. Em Agosto de 2022, juntamente com os nossos amigos do Centro de Ética e Políticas Públicas, publicámos um relatório apelando a uma ação legislativa sobre estas questões. Dois anos depois, testemunhamos mais de uma dúzia de leis estaduais, incluindo uma que recebeu a assinatura do governador apenas nove meses após a sua publicação. Os meus colegas e eu adoraríamos receber o crédito por esta breve lacuna entre o relatório e a lei. Mas penso que isso anuncia algo muito mais importante: os dias de deferência para com as Big Tech estão a chegar ao fim.

O fato de estas medidas procurarem resolver uma crise de saúde mental juvenil aumenta, sem dúvida, a sua urgência e apelo político. Mas mais coisas estão acontecendo. Há apenas cinco anos, parecia inimaginável que os legisladores considerassem que as suas responsabilidades incluíam a formação de tecnologia para o benefício do público. A súbita viragem para a regulamentação é uma surpresa para todos. E as redes sociais e os smartphones são apenas um caso. Tecnologias de vários tipos estão a ser arrastadas para a contestação social e política. O mito da neutralidade tecnológica desmorona.

Em março de 2024, o YouGov publicou uma pesquisa de opinião com mais de mil adultos que constatou uma forte divisão política em torno da inteligência artificial. Mais eleitores de Biden veem a IA de forma positiva do que negativa; entre os eleitores de Trump, o sentimento é inverso, com mais do dobro de opiniões negativas do que positivas. Parece que a IA é uma questão partidária. Uma pesquisa de abril de 2022 com mais de uma dúzia de tecnologias, também realizada pelo YouGov, confirma o padrão. Apesar de alguma sobreposição, os eleitores de Biden, por uma ampla margem, pensam que a IA, a realidade virtual, os carros autónomos, a carne cultivada em laboratório e a edição genética são “bons para a sociedade”, enquanto os eleitores de Trump pensam que são “maus”.

A tecnologia tornou-se o centro das lutas no Capitólio e das plataformas dos dois principais candidatos presidenciais. Kamala Harris defende o New Deal Verde, que equivale a uma transformação quase total da nossa economia industrial: das pequenas (fogões a gás, chuveiros, lâmpadas) às grandes (carros eléctricos, baterias de estado sólido, estações de carregamento). de uma forma muito grande (produção laboratorial dos alimentos do mundo, uma revisão completa da nossa infraestrutura energética). Através de milhares de estímulos, mandatos e regulamentos, a nossa velha ordem tecnológica, em torno da qual organizamos as nossas vidas, comunidades e nações, está a ser gerida até desaparecer e a ser substituída.

Embora Trump tenha adoptado uma abordagem mais fragmentada, a sua visão tecnológica é também notavelmente coerente. Ele defende a velha ordem tecnológica como intrínseca ao modo de vida americano. Ele se opõe à obsolescência burocrática das tecnologias por diversas razões, incluindo a funcionalidade. Ele se opõe à transição obrigatória para veículos elétricos. Opõe-se à transformação do sector energético num sector baseado em energias renováveis, que considera incapazes de sustentar uma potência industrial florescente. Tal como um príncipe medieval, ele vê como seu dever proteger os empregos – e, portanto, os meios de subsistência e as comunidades – daqueles ameaçados por mudanças tecnológicas desnecessárias. Ele cortejou membros do sindicato United Auto Workers cujos empregos estão vulneráveis ​​devido à transição burocraticamente coagida para motores elétricos. Estas posturas são expressões tecnológicas dos instintos protecionistas de Trump. A sua preservação da velha ordem tecnológica, no entanto, é contrabalançada por um apelo a um esforço heróico para expandi-la, dominando o espaço e fundando uma indústria liderada pelos americanos que constrói carros voadores.

Estas propostas revelam que a tecnologia está sujeita a políticas partidárias. Os motores de combustão são tecnologia republicana; motores elétricos, democrata. As tecnologias republicanas servem os Estados Unidos e o interior do país; As tecnologias democráticas servem o planeta e as elites costeiras e globais. As tecnologias republicanas expandem o poder dos americanos, individual e coletivamente; As tecnologias democráticas permitem aos burocratas (empresas e estatais) gerir o nosso consumo de energia. Independentemente do que você pense dessas visões, elas não são ideologicamente neutras.

A polarização não é a razão do desaparecimento do mito da neutralidade tecnológica. As tecnologias nunca foram neutras. O que chama a atenção é que essa verdade, evidente para os teóricos há décadas, está permeando a população. Há muito tempo que espero por este dia e ainda assim muitas coisas vão correr mal. Por um lado, a tecnologia será humanizada ao submeter-se à política, à arte de ordenar as coisas para o bem comum. As pessoas usarão todo o poder que tiverem para alinhar as tecnologias com os interesses das suas famílias, comunidades e nação, e não ficarão de braços cruzados enquanto o seu modo de vida é destruído em benefício de outros.

Por outro lado, a tecnologia tornar-se-á humana, demasiado humana, num sentido mais sombrio. À medida que as grandes empresas tecnológicas e as burocracias estatais abandonam a máscara da imparcialidade, a mudança tecnológica irá consolidar-se de formas ainda mais divisivas. Em The Coming Wave (2023), Mustafa Suleyman, cofundador da DeepMind e CEO da Microsoft AI, ataca a noção de neutralidade tecnológica e declara abertamente que “a tecnologia é uma forma de poder”. Apela aos governos e às organizações internacionais para que desenvolvam uma estrutura regulatória de “contenção”, isto é, dando a empresas como a Microsoft o poder de monopólio sobre tecnologias como a IA e mantendo-as longe de “maus atores” como os coletes amarelos em França, os apoiantes de Bolsonaro no Brasil e os defensores do Brex. no Reino Unido. Esses grupos são considerados perigosos demais para terem uma opinião sobre as tecnologias do “futuro”. Tal julgamento, feito abertamente, sugere que uma era de luta e força não está longe.

Lembremo-nos do que causou os tumultos dos coletes amarelos. Macron tinha cobrado um novo imposto sobre a gasolina e reduzido o limite de velocidade, a fim de tornar os condutores susceptíveis à rede francesa de radares fotográficos – medidas que, como explicou Matthew Crawford, foram vistas pela classe trabalhadora francesa como uma punição pela sua dependência (e preferência por) carros a gasolina. Durante longos meses de agitação, os coletes amarelos destruíram quase 60% de toda a rede de radares de velocidade da França. O governo agiu contra a velha ordem tecnológica dependente dos combustíveis fósseis através de um ajustamento tecnocrático que impôs custos àqueles que ficaram de fora da nova ordem tecnológica; A ação foi respondida pelos lesados ​​com um contra-ataque feroz contra o regime sucessor. O governo francês foi forçado a recuar, embora continue destemido pelos seus objetivos mais amplos. A briga nas ruas foi decidida pela polícia brandindo cassetetes e balas de borracha.

Os conflitos eclodem em todo o mundo, com uma intensidade típica de uma luta que envolve o modo de vida, e mesmo a sobrevivência, de populações e classes inteiras. Inspirados pelos protestos dos camionistas de longo curso no Canadá, os agricultores bloquearam as ruas de Bruxelas e de outras cidades europeias com colunas de tratores e pulverizaram-nas com estrume líquido, para se oporem à obsolescência burocrática das técnicas e máquinas agrícolas em relação à rede da UE. agenda de emissões zero. Em Julho de 2022, o presidente do Sri Lanka fugiu do país num avião militar para escapar a uma enorme onda de agitação por parte dos pobres, ameaçados de fome pela proibição governamental de fertilizantes químicos. Os protestos violentos contra tratores, desencadeados por mudanças tecnológicas forçadas, também se tornaram persistentes na Índia. Não se engane: a transição verde exige uma transformação tecnológica que terá consequências sociais e políticas revolucionárias.

A defesa do próprio modo de vida é uma das motivações mais poderosas da política. Este impulso primordial luta contra uma reestruturação total do nosso regime tecnológico em torno das necessidades percebidas da Terra, com a sobrevivência da raça humana supostamente em jogo.

Será que o mito da neutralidade tecnológica realmente fracassará? Os acontecimentos mostram que o país está sob forte tensão. Mas após um período de resposta, ou mesmo suspensão, poderá ser reafirmada. É notável que, para começar, ela tenha ocupado o terreno do bom senso, à medida que a revolução industrial deu origem a confrontos politicamente explosivos entre o trabalho e o capital, transformou as sociedades à medida que a vida agrária foi eclipsada pela existência assalariada urbana, e trouxe consigo inimagináveis força letal para a condução da guerra. A tecnologia abalou o Ocidente no século XIX e no início do século XX.

Que eu saiba, não foi escrita nenhuma história social do mito da neutralidade tecnológica, mas a minha hipótese é que ele surgiu como um compromisso entre trabalho e capital, à medida que proletários não qualificados aumentavam as fileiras do trabalho e o número de artesãos qualificados. A luta por um salário justo, e não pelo controle dos meios de produção (ou seja, da tecnologia), tornou-se a ordem do dia. Mas isso, novamente, é um palpite. O que sabemos é que durante a sua breve vida, a neutralidade tecnológica sofreu muito. A guerra mecânica da Primeira Guerra Mundial, a bomba atómica da Segunda Guerra Mundial, a revolução dos contraceptivos sexuais da década de 1960 poderiam tê-la destruído, mas não o fizeram. Receio que desta vez não será diferente. No liberalismo, o vencedor é neutro. Não devemos cair novamente nessa falsa promessa.

*Michael Toscano é diretor executivo do Instituto de Estudos da Família.

Reflexão para o XXVII Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

A Liturgia deste domingo nos fala da dignidade do ser humano, ao relatar a formação da mulher como término da criação do homem.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

O fato de Deus conceder ao homem a faculdade de dar nome aos animais, significa atribuir-lhe uma senhoria sobre os demais seres criados. Contudo nenhum deles completava Adão, que continuava só, sem ter alguém com quem dialogar, alguém que fosse companheiro.

Deus então vai completar sua criação criando a companheira do homem, Eva. Deus o faz tirando da costela de Adão, de seu lado, exatamente porque é companheira. A criação está terminada. Agora tudo irá depender do ser humano.

O relato finda com a seguinte orientação: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.” Na visão do autor do Livro do Gênesis, a união do homem e da mulher é mais forte que a própria geração.

Deixar aqueles que geraram, que deram a vida para se unir a uma outra pessoa, e ser com ela uma só carne, o ser humano completo, eis a orientação do autor do Gênesis. Com o passar do tempo os legisladores judeus foram relaxando esta visão de complementação e possibilitando a cada um, homem e mulher, a troca de parceiros de caminhada. Jesus, ao ser interrogado sobre isso, corrige tal costume dizendo que esse não era o projeto de Deus e retoma a questão da indissolubilidade da união conjugal, mais forte que os laços que unem pais e filhos. Homem e mulher, unidos em matrimônio formam uma unidade corpórea indissolúvel.

Ao final Jesus elogia as crianças e diz que o Reino dos céus são das pessoas que são como elas, ou seja, pessoas simples de coração, abertas à Palavra de Deus, obedientes por amor.

Para se entender por que o matrimonio é indissolúvel é necessário ter o coração, o acolhimento de uma criança e deixar-se moldar pelo coração de Deus.

No dia de hoje, especialmente, rezemos pelos casais que passam por dificuldades e por aqueles que se preparam para o matrimônio, para que o tempo de noivado cumpra seu papel, sendo propício à elaboração de um projeto de vida.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“É essencial” estar abertos à vida, diz papa Francisco aos esposos

Papa Francisco saúda os fiéis na janela do Palácio Apostólico no Vaticano | Vatican Media

Por David Ramos*

6 de outubro de 2024

“Tenham filhos”, disse o papa Francisco aos casais, em suas palavras antes da oração do Ângelus de hoje (6) na Praça de São Pedro, no Vaticano. Ele enfatizou que no matrimônio “é essencial estar abertos ao dom da vida”.

O papa disse que no Evangelho de hoje(Mc 10, 2-16) “Jesus nos fala do amor conjugal”, respondendo a uma pergunta feita pelos fariseus, “uma pergunta provocatória a Jesus sobre um assunto controverso: o repúdio da esposa por parte do marido”.

“Eles gostariam de arrastá-lo para uma polêmica, mas Ele não permite, na verdade, Ele aproveita a ocasião para chamar sua atenção para um discurso mais importante: o valor do amor entre o homem e a mulher no plano de Deus”, disse.

O papa disse que, em uma época em que “a condição da mulher no matrimônio era de grande desvantagem em relação a do homem”, Jesus “lembra-lhes que o Criador quis que a mulher e o homem fossem iguais em dignidade e complementares na diversidade, para serem a ajuda um do outro, companhia, mas ao mesmo tempo estímulo e desafio para crescer”.

A entrega dos cônjuges deve ser “sem ‘meias medidas’”

O Senhor, disse o papa, ressalta a necessidade de que a doação dos cônjuges “seja plena” e “sem ‘meias medidas’”.

Essa entrega mútua, disse, é “destinada a durar não ‘até que eu sinta vontade’, mas para sempre, acolhendo um ao outro e vivendo juntos como ‘uma só carne’”.

“Isso não é fácil, isso exige fidelidade, mesmo nas dificuldades, exige respeito, sinceridade, simplicidade”, disse ele, observando que também “requer estar aberto ao confronto, às vezes à discussão, quando necessário, mas sempre pronto para o perdão e a reconciliação”.

“E eu recomendo: marido e mulher briguem, tudo o que quiserem, desde que façam as pazes antes que termine o dia. Sabem por quê? Porque a guerra fria no dia seguinte é perigosa. 'E me diga, Papa, como se faz as pazes?' Apenas com um carinho, assim (o Papa mostra tocando o rosto), mas nunca cheguem ao fim do dia sem fazer as pazes”.

“Tenham filhos!”

O papa Francisco então encorajou os cônjuges a estarem “abertos à vida, àquilo que Deus lhes envia”, porque “para os cônjuges é essencial estar aberto ao dom da vida, dos filhos, que são o mais belo fruto do amor, a maior bênção de Deus, uma fonte de alegria e esperança para cada lar e para toda a sociedade”.

“Tenham filhos”, incentivou. “Ontem tive um grande consolo porque era o dia da Gendarmaria [do Vaticano] e um gendarme veio com seus oito filhos. Era lindíssimo de ver”, contou.

O papa destacou que “o amor é exigente, sim, mas é belo, e quanto mais nos deixamos envolver por ele, mais descobrimos, nele, a verdadeira felicidade”.

“E, agora, cada um pede ao seu coração: como é o meu amor? É fiel? É generoso? É criativo? Como são as nossas famílias? Estão abertas à vida, ao dom dos filhos?”, disse, pedindo ao final de sua mensagem que “a Virgem Maria ajude os esposos cristãos”.

*David Ramos é editor-chefe da ACI Prensa. Cobriu as viagens do papa Francisco para o Equador, Paraguai, México, Colômbia, Chile e Peru.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/59521/e-essencial-estar-abertos-a-vida-diz-papa-francisco-aos-esposos

O Matrimônio no projeto de Deus

Cardeal Dom Paulo Cezar Costa - Arcebispo de Brasília (arqbrasilia)

O Matrimônio no projeto de Deus

27º Domingo do Tempo Comum

Cardeal Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

05 de outubro de 2024

A palavra de Deus, deste domingo, mostra o matrimônio no projeto de Deus. Já na criação, Deus tem um projeto de amor para o homem e a mulher: «Deus, desde o início da criação, os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne». Papa Francisco nos explica esse Evangelho: «O Evangelho deste domingo (cf. Mc 10, 2-16) oferece-nos a palavra de Jesus sobre o matrimônio. A narração abre-se com a provocação dos fariseus que perguntam a Jesus se é lícito que um marido repudie a esposa como previa a lei de Moisés (vv. 2-4). Antes de tudo, Jesus, com a sabedoria e a autoridade que Lhe vêm do Pai, ameniza a prescrição mosaica dizendo: “Pela dureza dos vossos corações, ele — ou seja, o antigo legislador — vos deixou escrito este mandamento” (v. 5). Trata-se, portanto, de uma concessão que serve para remediar as falhas causadas pelo nosso egoísmo, mas não corresponde à intenção originária do Criador.

E aqui Jesus retoma o Livro do Gênesis: “Desde o início da criação [Deus] os criou varão e mulher; por isso o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua esposa e os dois serão um só” (vv. 6-7). E conclui: “Não divida o homem o que Deus uniu” (v. 9). O projeto originário do Criador não inclui o homem que se casa com a mulher e, se as coisas não funcionam, a repudia. Não. Ao contrário, inclui o homem e a mulher chamados a reconhecerem-se, a completarem-se, a ajudarem-se reciprocamente no matrimônio.

Esse ensinamento de Jesus é muito claro e defende a dignidade do matrimônio, como união de amor que requer a fidelidade. Aquilo que consente que os esposos permaneçam unidos no matrimônio é um amor de doação recíproca amparado pela graça de Cristo. Se, ao contrário, prevalecer nos cônjuges o interesse individual, a própria satisfação, então a sua união não poderá resistir.

E a mesma página evangélica recorda-nos, com grande realismo, que o homem e a mulher, chamados a viver a experiência da relação e do amor, podem dolorosamente fazer gestos que a põem em crise. Jesus não admite tudo o que pode levar ao naufrágio da relação. Faz isso para confirmar o desígnio de Deus, no qual sobressaem a força e a beleza da relação humana. A Igreja, por um lado, não se cansa de confirmar a beleza da família como nos foi recomendada pela Escritura e pela Tradição; ao mesmo tempo, esforça-se por fazer sentir concretamente a sua proximidade materna a quantos vivem a experiência de relações interrompidas ou levadas adiante de maneira sofrida e fadigosa.

O modo de agir do próprio Deus com o seu povo infiel — isto é, conosco — ensina-nos que o amor ferido pode ser sanado por Deus através da misericórdia e do perdão. Por isso à Igreja, nestas situações, não é pedida imediata e unicamente a condenação. Ao contrário, face às tantas dolorosas falências conjugais, ela sente-se chamada a viver a sua presença de amor, de caridade e de misericórdia, para reconduzir a Deus os corações feridos e desorientados”. (Papa Francisco, Angelus, 7 de outubro de 2018so)

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Papa anuncia Consistório para 8 de dezembro: dom Jaime Spengler será cardeal

Novo Consistório (Vatican Media)

No Angelus, Francisco anunciou o Consistório para a criação de 21 novos cardeais em 8 de dezembro. Eles vêm de todas as partes do mundo, incluindo do Brasil: dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, também presidente da CNBB e do Celam, será cardeal.

Salvatore Cernuzio - Vatican News

Do Irã à Indonésia, do Japão às Filipinas, da Costa do Marfim à Argélia, até o Brasil, com dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre/RS, e a Itália, incluindo o novo vigário da diocese de Roma. De surpresa, como se tornou habitual nos últimos 12 anos de pontificado, o Papa Francisco leu da janela do Palácio Apostólico, após o Angelus deste domingo (06/10), a lista dos novos cardeais aos quais concederá a púrpura no dia 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição.

As periferias do mundo com as grandes arquidioceses ou as personalidades da Cúria Romana estão entrelaçadas na lista do Pontífice que, também para este seu décimo Consistório, quer devolver o rosto de uma Igreja universal que abraça todas as latitudes.

““A proveniência deles expressa a universalidade da Igreja que continua a anunciar o amor misericordioso de Deus a todos os homens da terra. A inclusão na diocese de Roma manifesta, portanto, o vínculo inseparável entre a Sé de Pedro e as Igrejas particulares espalhadas pelo mundo”.”

A lista inclui o nome de dom Baldassarre Reina, que o Papa anunciou que irá se tornar o novo vigário de Roma, sucedendo o cardeal Angelo De Donatis, que foi nomeado Penitenciário-Mor em abril. Entre os futuros cardeais também está o núncio Angelo Acerbi, com 99 anos de idade, provavelmente o cardeal mais idoso criado até o momento. Acerbi estará entre os cardeais que, por motivos de idade, não votarão em um futuro conclave. Os nomes italianos também incluem o de Roberto Repole, arcebispo de Turim, teólogo e um dos membros do Sínodo sobre a Sinodalidade. 

Há três nomes da Cúria. Em primeiro lugar, o Pe. Fabio Baggio, scalabriniano, subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Baggio é também diretor-geral e pessoa de contato direto do Papa Francisco para o Borgo Laudato si' e o Centro De Alta Formação Laudato si'. Em seguida, o arcebispo Rolandas Makrickas, lituano, 51 anos, em 2021 nomeado comissário extraordinário para a Basílica Papal de Santa Maria Maior, e dom George Kovakaad, indiano, uma figura conhecida do público em geral como organizador das viagens papais.

Aqui está a lista dos futuros cardeais:

1. S.E. Dom Angelo ACERBI, Núncio Apostólico

2. S.E. Dom Carlos Gustavo CASTILLO MATTASOGLIO, Arcebispo de Lima (Peru).

3. S.E. Dom Vicente BOKALIC IGLIC C.M., Arcebispo de Santiago del Estero (Primado da Argentina).

4. S.E. Dom Luis Gerardo CABRERA HERRERA, O.F.M., Arcebispo de Guayaquil (Equador).

5. S.E. Dom Fernando Natalio CHOMALÍ GARIB, Arcebispo de Santiago do Chile (Chile).

6. S.E. Dom Tarcisio Isao KIKUCHI, S.V.D., Arcebispo de Tóquio (Japão).

7. S.E. Dom Pablo Virgilio SIONGCO DAVID, Bispo de Kalookan (Filipinas).

8. S. E. Dom Ladislav NEMET, S.V.D., Arcebispo de Beograd -Smederevo (Sérvia).

9. S.E. Dom Jaime SPENGLER, O.F.M., Arcebispo de Porto Alegre (Brasil).

10. S.E. Dom Ignace BESSI DOGBO, Arcebispo de Abidjan (Costa do Marfim).

11. S.E. Dom Jean-Paul VESCO, O.P., Arcebispo de Alger (Argélia).

12. S.E. Dom Paskalis Bruno SYUKUR, O.F.M., Bispo de Bogor (Indonésia).

13. S.E. Dom Dominique Joseph MATHIEU, O.F.M. Conv., Arcebispo de Teerã Ispahan (Irã).

14. S.E. Dom Roberto REPOLE, Arcebispo de Turim (Itália).

15. S.E. Dom Baldassare REINA, Bispo Auxiliar de Roma, ex-vice-gerente e, atualmente, Vigário Geral da Diocese de Roma.

16. S.E. Dom Francis LEO, Arcebispo de Toronto (Canadá).

17. S.E. Dom Rolandas MAKRICKAS, Arcipreste Coadjutor da Basílica Papal de Santa Maria Maior.

18. S.E. Dom Mykola BYCHOK, C.S.R., Bispo da Eparquia dos Santos Pedro e Paulo de Melbourne dos Ucranianos.

19. R.P. Timothy Peter Joseph RADCLIFFE, OP, teólogo.

20. R. P. Fabio BAGGIO, C.S., Subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

21. Mons. George Jacob KOOVAKAD, funcionário da Secretaria de Estado, responsável pelas viagens.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF