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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Cardeal Tempesta: O Círio de Nazaré, fé, tradição e cultura

Círio de Nazaré (Vatican News)

A história do Círio de Nazaré remonta ao século XVIII, mais precisamente ao ano de 1700.

Cardeal Orani João Tempesta, O.Cist. - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

O Círio de Nazaré é uma das maiores e mais importantes manifestações religiosas do Brasil, ocorrendo anualmente em Belém do Pará, no segundo domingo de outubro. Na realidade a preparação se inicia um ano antes, já se começa a vivenciar com meses de antecedência e continua após o grande momento Círio. São mais de uma dezena de procissões. Esse evento grandioso mobiliza milhões de pessoas que, movidas pela fé e devoção a Nossa Senhora de Nazaré, participam das diversas celebrações que compõem a festa. Com quase três séculos de tradição, o Círio de Nazaré representa não apenas um evento religioso, mas também uma expressão cultural e social profundamente enraizada na vida do povo paraense.

A história do Círio de Nazaré remonta ao século XVIII, mais precisamente ao ano de 1700. De acordo com a tradição, um humilde lavrador chamado Plácido José de Souza encontrou uma pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré às margens do igarapé Murutucu, em Belém. Surpreendido pela descoberta, ele levou a imagem para sua casa. No entanto, no dia seguinte, a imagem misteriosamente desapareceu e foi encontrada novamente no mesmo local onde havia sido descoberta. Esse evento foi interpretado como um sinal divino, e a partir de então, começou a se difundir a devoção.

Dom Orani com o Papa Francisco (Vatican News)

O primeiro Círio foi realizado em 1793, organizado pelo então capitão-mor Francisco de Souza Coutinho, como uma procissão em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré. O termo círio vem do latim cereus, que significa vela grande, simbolizando a luz que guia os fiéis. Desde então, o Círio cresceu em proporções e importância, tornando-se a maior celebração religiosa mariana do mundo.

O ponto central do Círio de Nazaré é a grande procissão que ocorre no segundo domingo de outubro. Durante a procissão, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré é conduzida da Catedral Metropolitana de Belém até a Basílica Santuário de Nazaré, num percurso de cerca de 3,6 quilômetros. O evento atrai milhões de romeiros de várias partes do Brasil e até de outros países, que acompanham a caminhada movidos pela fé e pelo desejo de agradecer ou pedir graças.

Um dos símbolos mais marcantes dessa procissão é a corda. Com cerca de 400 metros de comprimento, essa corda é carregada pelos fiéis, que a seguram como um gesto de sacrifício e devoção. Muitos fazem promessas e cumprem-nas durante o Círio, percorrendo o trajeto de joelhos, descalços ou carregando réplicas da imagem, sempre em sinal de gratidão ou súplica.

Outro momento de destaque é a passagem da berlinda, o carro que transporta a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Ornamentada com flores e adornos, a berlinda é aplaudida e reverenciada por todos durante o percurso. A emoção e a devoção dos participantes são palpáveis, transformando as ruas de Belém num mar de fé e espiritualidade.

Embora a procissão do domingo seja o momento mais icônico, o Círio de Nazaré é uma festividade que dura mais de um mês e envolve uma série de eventos religiosos e culturais. Uma das celebrações mais conhecidas é o Círio Fluvial, realizado no sábado anterior à grande procissão, quando a imagem de Nossa Senhora de Nazaré percorre os rios da região numa embarcação, seguida por centenas de barcos decorados. Esse evento reforça a conexão dos paraenses com as águas, um elemento essencial na vida e na economia da Amazônia.

Há também a Romaria Rodoviária, em que a imagem percorre as estradas da região, e a Trasladação, uma procissão noturna que antecede o Círio, levando a imagem do Colégio Gentil para a Catedral de Belém. Além das celebrações religiosas, o Círio também é um momento de forte expressão cultural. As feiras, festas e eventos artísticos que ocorrem durante o período são oportunidades de valorizar a cultura paraense, com destaque para a culinária típica, como o famoso pato no tucupi e a maniçoba.

O Círio de Nazaré é também um evento de grande relevância cultural e econômica. Durante o período da festa, a cidade de Belém recebe milhares de turistas, o que gera uma movimentação significativa na economia local, especialmente nos setores de turismo, alimentação e comércio. Hotéis, restaurantes, lojas de artigos religiosos e artesanato veem um aumento expressivo na demanda, o que reforça a importância do Círio para o desenvolvimento econômico da região.

Além disso, o Círio é uma oportunidade de resgate e valorização das tradições locais. A cultura amazônica, com sua riqueza de expressões artísticas, musicais e gastronômicas, ganha destaque nas festividades. O Círio é também tema de inúmeras obras de arte, literatura e pesquisas acadêmicas, que procuram entender e documentar a importância desse evento para o imaginário e a identidade do povo paraense.

Em 2004, o Círio de Nazaré foi reconhecido como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reforçando o valor cultural e histórico dessa celebração para o Brasil.

O Círio de Nazaré é uma celebração que une diferentes gerações em torno de um mesmo propósito: a devoção a Nossa Senhora de Nazaré. Famílias inteiras participam das procissões, e muitos paraenses crescem com o Círio fazendo parte de suas vidas desde a infância. Essa transmissão de fé e tradição é um dos aspectos mais bonitos do Círio, garantindo que, apesar das transformações sociais e tecnológicas, a essência dessa festividade continue viva.

Nos últimos anos, o Círio de Nazaré tem se adaptado aos novos tempos, com transmissões ao vivo pela televisão e internet, permitindo que mesmo aqueles que não podem estar fisicamente presentes possam acompanhar e vivenciar a festa. A pandemia de Covid-19, por exemplo, impôs mudanças significativas na forma de realização das celebrações, mas não diminuiu a devoção dos fiéis.

O tema deste ano, “Perseverar na oração com Maria, Mãe de Jesus”, reflete uma mensagem de fé contínua e esperança. Esta temática convida os fiéis a se manterem firmes na oração, buscando inspiração no exemplo de Maria, que esteve sempre presente em momentos cruciais da vida de Cristo.

Destaca, além disso, a importância da constância na fé e no diálogo com Deus, especialmente em tempos desafiadores. Maria, como mãe de Jesus, é vista pelos cristãos como um exemplo de devoção e confiança no plano divino. Ela acompanhou seu Filho com amor e coragem, mesmo diante de momentos de dor e incerteza, como na crucificação. Esse tema convida os fiéis a imitarem sua perseverança, mantendo viva a chama da oração, independentemente das dificuldades que possam surgir.

Ao focar na oração, o Círio de 2024 oferece uma mensagem de esperança, mostrando que, assim como Maria foi sustentada pela fé, todos aqueles que perseverarem no contato com Deus também encontrarão forças para enfrentar as provações da vida. A oração é vista como uma ponte que une o humano ao divino, e Maria, por sua proximidade com Jesus, é a grande intercessora. Assim, o tema busca inspirar os devotos a não esmorecerem, mas a seguirem em frente, firmes na fé e confiantes no amparo celestial que a Mãe de Jesus oferece.

O Círio de Nazaré é muito mais do que uma festa religiosa. É manifestação de fé, cultura e identidade que transcende fronteiras e une milhões de pessoas em torno de um objetivo comum: celebrar e homenagear Nossa Senhora de Nazaré. Com quase 300 anos de história, essa festividade continua a emocionar e inspirar, mantendo viva a chama da devoção mariana no coração do povo paraense e brasileiro.

Além de ser um momento de renovação espiritual, o Círio de Nazaré é um importante pilar cultural e econômico para a região Norte do Brasil, reafirmando a riqueza das tradições amazônicas e seu papel no cenário nacional. O Círio não é apenas uma procissão, mas uma verdadeira expressão de fé, comunidade e esperança, que se renova a cada outubro nas ruas de Belém.

Nossa Senhora de Nazaré, do seu trono da graça, interceda por todos os seus devotos e nos ajude a ver e caminhar com Jesus!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 13 de outubro de 2024

Crianças podem pular o café da manhã?

Crianças podem pular o café da manhã? Confira dicas para os pequenos terem fome ao acordar — Foto: Adobe Stock

O desjejum é uma das três principais refeições do dia e, para ter fome nesta hora, os cuidados já devem começar na noite anterior, com um jantar mais cedo, menos telas e menos atividades esportivas noturnas.

Por Silvana Reis, g1

10/10/2024 03h30  Atualizado há 2 dias

☕🥐🥣 Nem todos sentem fome ao acordar, mas pular o café da manhã não pode ser uma opção, segundo os especialistas. E isso vale tanto para crianças quanto para adultos.

🕡 No caso dos pequenos, quanto mais cedo eles entram na escola, mais difícil parece ser para os pais ver os filhos fazendo uma refeição matinal completa. Mas o desjejum é uma das três principais refeições do dia e não pode ser negligenciado.

Mas qual o tamanho do problema? Um estudo feito a partir de dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, com estudantes do 9º ano, em 2012 e 2015, concluiu que a prevalência de omissão do café da manhã (consumo por menos de cinco dias por semana) foi de 38,1% em 2012 e 35,6% em 2015, sendo mais elevada entre meninas e estudantes de escolas privadas.

A omissão dessa refeição foi mais elevada entre os alunos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E as capitais brasileiras pertencentes às regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram as maiores prevalências de omissão do café da manhã.

Primeiro passo: acordar (um pouco) mais cedo

Para contornar a falta de apetite pela manhã, antes da escola, é recomendável procurar despertar as crianças com mais tranquilidade e sem estresse. Às vezes, é preciso acordar um pouco mais cedo para ter menos correria. Em algumas situações, pode ser preciso também dormir mais cedo na noite anterior.

Além dos cuidados citados, a hora o jantar na véspera também pode impactar na fome pela manhã. Crianças que realizam muitas atividades noturnas, principalmente esportivas, chegam tarde em casa, acabam jantando mais tarde e dormindo logo em seguida.

“Além de não ter um sono reparador, pois o trato digestivo estará em plena atividade, elas podem apresentar episódios de refluxo gastresofágico e podem acordar sem fome. O ideal é jantar pelo menos 2 horas antes de deitar”-se, orienta a médica especialista em nutrologia pediátrica Tania Mara Perini.

O uso de telas no período noturno também deve ser evitado, pois altera a qualidade e o tempo de sono.

“As famílias estão deixando de fazer acordos e ter regras dentro de casa. A permissividade e o mal exemplo dos adultos favorecem domicílios disfuncionais, onde crianças dormem a hora que querem, acordam sob “berros” e não mais com beijos de bom dia. Já saem de casa mal-humorados e descarregam nos ‘lanches’, também permissivos para terem alguma sensação de ‘recompensa’”, afirma Perini.

Tenha em mente: jejum prolongado tem impacto

O jejum prolongado em crianças pode levar a queda do rendimento escolar e a prejuízos nutricionais importantes. Laticínios e cereais, por exemplo, podem não ser recuperados durante o resto do dia.

“Essas crianças podem apresentar algum mal-estar físico, como dor de cabeça, tontura, fraqueza e enjoo. Esses sintomas são típicos da hipoglicemia (teor de glicose no sangue inferior ao normal) causada por muitas horas sem se alimentar”, acrescenta a médica.

Crianças e adolescentes que “pulam” o café da manhã acabam exagerando nas calorias ao longo do dia e apresentam maiores chances de obesidade infantil, conforme análise de 40 estudos envolvendo mãos de 320 mil crianças e adolescentes de 2 a 20 anos, destaca a nutricionista materno infantil Monica Assunção, docente da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas e PhD em Saúde da Criança e do Adolescente.

Além da obesidade, este hábito pode também desencadear o desenvolvimento do diabetes tipo 2, síndrome metabólica, fatores de risco cardiometabólico e problemas de saúde psicossocial.

O que oferecer e o que não colocar na mesa?

Pesquisas de âmbito internacional destacam a importância do café da manhã para o desempenho cognitivo, escolar e qualidade nutricional, necessária para os processos fisiológicos.

Entre os erros mais comuns no café da manhã das crianças, estão:

  • 🚫Bebidas açucaradas, como sucos prontos
  • 🚫achocolatados em excesso
  • 🚫produtos ultraprocessados, como biscoitos, salgados tipo chips, embutidos (presunto, mortadela, blanquet, salsicha)
  • 🚫iogurtes adoçados
  • 🚫leite fermentado
  • 🚫cereais adoçados

Um café da manhã adequado para crianças e adolescentes precisa ter:

  • 1 porção de proteína (ex: leite ou derivados lácteos semi-desnatados; ovos; iogurte natural, que pode ser adoçado com frutas, mel* ou granola)
  • 1 porção de carboidrato (Ex: pão – de preferência integral -, milho cozido, cará cozido, amaranto, tapioca, cuscuz de milho, aipim e bolos caseiros, como cenoura, banana e maçã que, podem ser adoçados com frutas como as passas).
  • 1 porção de fruta

*Algumas preparações contemplam diferentes grupos alimentares, como vitamina de frutas; mingau e panqueca de cereais.

*apenas crianças acima de 2 anos podem consumir mel

Açúcares devem ser evitados, mas crianças acima de 2 anos podem consumir açúcar com moderação. Se a criança resistir demais em adoçar o iogurte com mel e granola, o tipo de açúcar mais recomendado é o mascavo e, em seguida, o demerara. O refinado é o mais condenado por especialistas.

A nutricionista Assunção orienta que, para contornar a falta de apetite antes da escola, vale ofertar pequenas porções onde a diversidade seja mais importante do que a quantidade neste horário.

E o que não pode faltar?

“Não pode faltar o laticínio, que é fonte de proteína de alto valor biológico, de cálcio, de gordura. Porém, deve-se respeitar intolerâncias e culturas. Vegetarianos e crianças com alergias e intolerâncias alimentares devem ser orientados por profissional capacitado”, orienta a médica Perini.

Fonte: https://g1.globo.com/saude/noticia/2024/10/10/criancas-o-cafe-da-manha-veja-como-lidar-com-a-falta-de-fome-das-criancas-ao-acordar.ghtml

Apostas desportivas, lotaria, casino… Jogar ou não jogar?

FOTO DO SNEHIT | Obturador

Ombeline Renard - publicado em 11/10/24

Aleteia questionou a possibilidade, ou não, de os cristãos jogarem jogos de azar ou viverem com a ilusão de enriquecerem da noite para o dia.

Do jogo online aos casinos e jogos de lotaria: quão bom é jogar assim e quais as consequências? O termo dependência do jogo ou jogo patológico é atribuído, segundo dados do Governo do México, àquelas pessoas que têm um impulso irreprimível para jogar e/ou apostar. Esta pode tornar-se uma doença crónica e progressiva devido à falta de controlo sobre os impulsos para participar em jogos deste tipo.

Há quem comece a jogar uma vez a cada 15 dias, até que esse vício progrida e passe a maior parte do tempo jogando e apostando. A razão? Muitos deles sonham com outra vida. Dê a si mesmo o que você não pode pagar, pare de contar, mime seus entes queridos. Doe parte dos lucros para uma associação. Ou simplesmente não viver mais os finais de mês difíceis, a ansiedade da conta no vermelho, as dívidas que se acumulam. Em suma, o (grande) empurrão que poderá mudar tudo. 

Um momento suspenso

Para alguns, será uma raspadinha durante um passeio. Para outros, uma visita ao casino. Cada um tem seu método. E se dá frutos ou não - porque muitas vezes é preciso dizer que não dá frutos - não importa, "o que importa é esta vibração, este momento suspenso pouco antes do resultado. Uma mistura de emoção e esperança que permanece intacto" com cada tentativa. Porque somos sonhadores. Se for permitido? É verdade que, como cristão, surge a questão.

O que as Sagradas Escrituras dizem sobre o jogo?

RSplaneta | Obturador

Certamente, na Paixão segundo São João, há menção de soldados lançando sortes, provavelmente com dados, sobre as roupas de Jesus (  Jo 19,24  ). Uma passagem infame. Caso contrário, não muito, exceto algumas advertências aqui e ali contra a ganância (“Você não pode servir a Deus e ao dinheiro”,  Lucas 16:1-13 ). Não há menção explícita ou condenação da loteria. De facto, como o trabalho é constantemente encorajado ("comerás o teu pão com o suor do teu rosto",  Gn 3-19 ), o bom senso gostaria de nos empurrar mais para um do que para o outro. 

Voltar ao catecismo

O artigo 2.413  do  Catecismo da Igreja Católica  (CIC) vem em seu auxílio ao ser mais claro sobre esta questão. “Os jogos de azar (jogos de cartas, etc.) ou as apostas não são em si contrários à justiça.

Tornam-se moralmente inaceitáveis ​​quando privam uma pessoa do que é necessário para satisfazer as suas necessidades e as dos outros. A paixão pelo jogo corre o risco de se tornar uma séria escravidão. Ou seja, ele não atira pedras em quem, por diversão ocasional, tenta a sorte com moderação.

Pelo contrário, é mais grave em caso de dependência ou perigo económico para a pessoa ou família. Esta passagem também se encontra no artigo dedicado ao sétimo mandamento, sobre o roubo, colocado num título dedicado ao respeito pela propriedade alheia.

Portanto, tomemos cuidado com a ilusão do dinheiro fácil e com a loucura da grandeza que pode rapidamente levar à perda da liberdade e perturbar o equilíbrio de uma economia sábia. Para evitar ultrapassar esta tênue linha de demarcação ou sucumbir à tentação do “sempre mais”, não há segredo: estabeleça regras. Baixa quantidade, baixa regularidade.  

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/10/11/apuestas-deportivas-loteria-casino-jugar-o-no-jugar

História de Nossa Senhora de Nazaré

Nossa Senhora de Nazaré (cancaonova)

História de Nossa Senhora de Nazaré

por Equipe Tenda do Senhor

De acordo com a tradição, São José esculpiu uma imagem de Nossa Senhora em madeira, em Nazaré, e São Lucas a pintou. Essa imagem foi levada para o mosteiro de Cauliniana, na Espanha.

Posteriormente, já no século VI, no ano de 711, foi levada para Portugal.

A Imagem fica escondida durante 400 anos

Com a invasão dos Mouros a Portugal, o rei Rodrigo fugiu levando, entre outras relíquias, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

Antes de morrer, Frei Romano escondeu a imagem numa gruta, onde ficou por mais de 400 anos. No entanto, em 1182, quando alguns pastores andavam pela região, a encontraram. Foi quando a imagem começou a ser venerada.

Milagre de Nossa Senhora de Nazaré

Num dia de muita neblina, o cavaleiro Diego Fuas Roupinho perseguia uma caça que, por causa da cerração, caiu num abismo. O cavaleiro não sabia que corria para o abismo e vinha rezando para Nossa Senhora de Nazaré. Antes que caísse, o cavalo, de repente, parou.

Quando a cerração se dissipou, ele percebeu o que tinha acontecido. Após esse milagre, a vila onde ocorreu passou a ser chamada de Vila de Nossa Senhora de Nazaré. Ali ele construiu uma pequena capela. Hoje existe uma grande Igreja em homenagem à Nossa Senhora.

Devoção a Nossa Senhora de Nazaré

Os Jesuítas foram os primeiros a propagar a devoção de Nossa Senhora de Nazaré por toda a região de Portugal e, posteriormente, para toda a Europa.

A principal casa de estudos e noviciado do mosteiro Jesuíta em Portugal é dedicada a Nossa Senhora de Nazaré.

Devoção a Nossa Senhora de Nazaré no Brasil

No dia 8 de setembro de 1630, após uma grande tempestade, um pescador saiu para ver suas redes no mar de Saquarema. Ao passar diante de um morro, ele viu uma forte luz e foi verificar o que era, encontrando uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré.

Ele levou a imagem pra casa onde reuniu outros pescadores para fazerem orações. No dia seguinte, a imagem reapareceu no local onde havia sido encontrada. Isso aconteceu por duas vezes. Todos entenderam que era para construir uma capela naquele local.

Muitos milagres aconteceram a partir de então e a capela ficou pequena, sendo necessário construir uma igreja bem maior. Sua festa é celebrada no dia 8 de setembro.

Círio de Nazaré

Apesar da devoção no Brasil começar em Saquarema, tornou-se muito forte em Belém do Pará, sob influência dos padres jesuítas e onde tem a maior festa católica do mundo dedicada à Mãe de Jesus.

A festa é celebrada desde 1793 e acontece no segundo domingo de outubro, atraindo mais de 2 milhões de pessoas todo ano. Acontece uma grande procissão, onde todos levam velas saindo de uma igreja com a Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, que é levada num percurso se 5 quilômetros para outra igreja.

Existe também a procissão de carros, motos e a grande procissão de barcos.

Oração a Nossa Senhora de Nazaré

Ó Virgem Imaculada de Nazaré, fostes na terra criatura tão humilde a ponto de dizer ao Anjo Gabriel: Eis aqui a escrava do Senhor. Mas por Deus fostes exaltada e preferida entre todas as mulheres, para exercer a sublime missão de Mãe do Verbo Encarnado.

Adoro e louvo ao Altíssimo que vos elevou a essa excelsa dignidade e vos preservou da culpa original. Quanto a mim, soberbo e carregado de pecados, sinto-me confundido e envergonhado perante vós.

Entretanto, confiando na bondade e ternura de vosso Coração Imaculado e maternal, peço-vos a força de imitar a vossa humildade e participar da vossa caridade a fim de viver unido, pela graça, ao vosso divino filho Jesus, assim como vós viveste no retiro de Nazaré.

Para alcançar essa graça (fazer o pedido), quero com imenso afeto e filial devoção, saudar-vos como o arcanjo Gabriel: Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Nossa Senhora de Nazaré, rogai por nós. Amém.

Fonte: https://tendadosenhor.com.br/historia-de-nossa-senhora-de-nazare/

Reflexão para o XXVIII Domingo do Tempo Comum (B)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Quando o Papa canoniza homens e mulheres, canoniza pessoas que foram sábias aos olhos de Deus, fazendo opção por aquilo que é eterno.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

A liturgia de hoje nos questiona sobre a autêntica sabedoria, aquela que leva a uma felicidade sem limites, a uma total realização, em todos os âmbitos da vida.

Os bens que almejamos nos trazem dependência e não nos dão segurança. Ao contrário, nos brutalizam, tornando-nos gananciosos e opressores. O autor da primeira leitura preferiu a Sabedoria ao poder , à riqueza, à beleza , à saúde, “pois o esplendor que dela irradia não se apaga”. Em seguida diz que todos bens vieram com ela. A sabedoria está em discernir, em saber escolher aquilo que é duradouro, que não perece e nos sacia plenamente.

No Evangelho vemos um homem rico em bens deste mundo, mas desejoso dos bens eternos. Ele busca Jesus e lhe pergunta o que fazer para ganhar a vida eterna. Jesus lhe responde dizendo que  a vida eterna está no relacionamento  fraterno: entre outras coisas, não matarás,  não cometerás adultério, não roubarás. O homem se mostra um justo, pois nada transgrediu desde a juventude. Contudo, ainda não chegou à perfeição.

Jesus, então, fez a proposta libertadora, após lhe dirigir um olhar amoroso: Só uma coisa te falta. Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me! ” Não basta não ter feito mal, é preciso ser misericordioso! Por isso o Mestre acrescenta para seus discípulos a dificuldade de um rico entrar no céu. É necessário que ele se deixe tocar pela graça de Deus e dê à sua riqueza um sentido social, fraterno. Quem fizer isso participará da nova sociedade, a dos filhos de Deus.

A segunda leitura nos fala da força da Palavra de Deus, da sua capacidade de realizar em nós o que o Espírito nos fizer pedir ao Pai.

Quando o Papa canoniza homens e mulheres, canoniza pessoas que foram sábias aos olhos de Deus, fazendo opção por aquilo que é eterno.

Abriram mão de riqueza, juventude, saúde, de tudo que era lícito e louvável aos olhos do mundo e também da religião, para se colocarem mais próximos a Jesus, para se tornarem cidadãos do céu. Foram livres em partilhar não apenas bens materiais, mas suas vidas.

Por isso estão eternizados, recordados sempre como amigos de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, e vivendo plenamente a felicidade. São homens literalmente realizados!

Que o exemplo dos santos revigore também em nós o desejo de alcançar a santidade, testemunhando no dia-a-dia o amor a Deus e aos irmãos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Presbíteros-discípulos

Presbíteros-discípulos (AJN1)

PRESBÍTEROS-DISCÍPULOS

Dom João Santos Cardoso
Arcebispo de Natal (RN)

O Documento de Aparecida (DAp 199) afirma que “o Povo de Deus sente a necessidade de presbíteros-discípulos: que tenham uma profunda experiência de Deus, configurados com o coração do Bom Pastor, dóceis às orientações do Espírito, que se nutram da Palavra de Deus, da Eucaristia e da oração”. No parágrafo 201, acrescenta: “A primeira exigência é que o pároco seja um autêntico discípulo de Jesus Cristo, porque só um sacerdote enamorado do Senhor pode renovar uma paróquia. Mas, ao mesmo tempo, deve ser um ardoroso missionário que vive o constante desejo de buscar os afastados e não se contenta com a simples administração.” 

Essas duas passagens revelam a necessidade urgente de presbíteros que, mais do que administradores, executores de ritos e de atividades, sejam discípulos de Jesus e missionários ardorosos do mistério do Reino de Deus, comprometidos com a transformação da realidade à luz do Evangelho. Mas, então, o que significa ser discípulo? 

A palavra “discípulo” é comumente usada para designar um aluno ou seguidor de uma doutrina. No contexto cristão, porém, esse conceito vai além: o discípulo de Cristo não é alguém que apenas aprende uma doutrina e torna-se capaz de ensiná-la, mas alguém que estabelece uma relação pessoal de amizade profunda com o Mestre. Na antiguidade, os mestres formavam discípulos para que aprendessem e propagassem suas ideias. Contudo, Jesus rompe com esse paradigma. Ele não chama os discípulos para aderir a uma doutrina, ideias, ideologia ou conjunto de leis, mas os convida a se encontrarem com Ele e estabelecerem uma comunhão viva com Sua pessoa (DAp 131-133). 

O discipulado cristão tem dois elementos essenciais: não é o discípulo que escolhe o mestre, mas é o próprio Mestre quem escolhe seus discípulos; além disso, os discípulos são chamados para estar com o Senhor e participar de Sua missão (DAp 131). Quando Jesus convida os discípulos de João Batista, “Vinde e vede” (Jo 1,39), Ele não está chamando-os para aprender uma doutrina, mas para viver em comunhão com Ele. O discipulado, portanto, exige uma entrega total e liberdade interior para seguir o Mestre aonde Ele for (Mt 19,16-26). 

A relação entre o discípulo e Jesus é uma participação viva no mistério de Sua relação trinitária. Na parábola da videira e dos ramos (Jo 15,1-8), Jesus descreve esse vínculo profundo. Ele não quer que sejamos apenas servos, mas amigos e irmãos, compartilhando de Sua vida divina e da missão de transformar o mundo. Essa amizade com Jesus transforma o discípulo, moldando sua vida e suas motivações, de modo que ele possa fazer novas todas as coisas (DAp 132). 

Ser discípulo implica também carregar a cruz, assim como o próprio Cristo a carregou. A esse respeito, Jesus é muito claro: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mc 8,34). A renúncia e o sacrifício fazem parte do caminho do discípulo (DAp 140). Em um mundo que valoriza o prazer e a busca pelo conforto, o chamado de Jesus ao sacrifício pode parecer estranho. No entanto, essa entrega é o que dá sentido à vida cristã, pois é na doação de si que o discípulo encontra a verdadeira vida. 

Embora o discipulado comporte a cruz, ele também é marcado pela profunda alegria de ter encontrado o Senhor. O Documento de Aparecida lembra que “ser cristão não é uma carga, mas um dom” (DAp 23). A verdadeira alegria do discípulo nasce do encontro com Jesus, que dá sentido à vida e à missão. Essa alegria não é superficial, mas enraizada na fé, e se expressa em cada ato de amor e serviço ao próximo (DAp 32). 

Fonte: https://www.cnbb.org.b

O Papa: a verdadeira riqueza não são os bens deste mundo, mas ser amados por Deus

Angelus de 13/10/2024 - Papa Francisco (Vatican News)

Comentando a passagem do Evangelho de Marcos sobre o rico que corre ao encontro de Jesus para perguntar-lhe como herdar a vida eterna, o Pontífice recordou que todos precisamos da felicidade, mas que esta não se encontra nas riquezas, mas no “arriscar o amor”, doando tudo aos pobres e seguindo-o.

https://youtu.be/q-JCMdHNjjQ

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (13/10), com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.

Um domingo bonito e ensolarado em que o Pontífice refletiu a passagem do Evangelho de Marcos que fala de "um homem rico que corre ao encontro de Jesus e lhe pergunta: 'Bom Mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?'. Jesus o convida a deixar tudo e segui-lo, mas o homem, entristecido, vai embora porque - diz o texto - 'possuía muitos bens'".

"Podemos ver os dois movimentos desse homem: no início, ele corre, para ir até Jesus; no final, porém, ele vai embora triste. Primeiro ele corre ao encontro de Jesus, depois vai embora", disse Francisco, detendo-se nesses dois movimentos.

"Em primeiro lugar, esse homem vai a Jesus correndo. É como se algo em seu coração o impelisse: de fato, embora tenha muitas riquezas, ele está insatisfeito, carrega uma inquietação dentro de si, está em busca de uma vida mais plena", disse ainda o Papa, acrescentando:

Como fazem muitas vezes os doentes e os possessos, ele se lança aos pés do Mestre; é rico, mas precisa de cura. Jesus o olha com amor; então, ele propõe uma “terapia”: vender tudo o que tem, dar aos pobres e segui-lo.

"Mas, nesse momento", sublinhou Francisco, "chega uma conclusão inesperada: o homem fica com o rosto triste e vai embora! Tão grande e impetuoso foi o desejo de encontrar Jesus, quão frio e rápido foi o afastamento Dele".

Nós também carregamos no coração uma necessidade irreprimível de felicidade e de uma vida cheia de significado; no entanto, podemos cair na ilusão de pensar que a resposta está na posse de coisas materiais e seguranças terrenas. Jesus, por outro lado, quer nos reconduzir à verdade de nossos desejos e nos fazer descobrir que, na realidade, o bem que almejamos é o próprio Deus, o seu amor por nós e a vida eterna que Ele e somente Ele pode nos dar.

De acordo com o Papa, "a verdadeira riqueza é sermos olhados com amor por Ele, como Jesus faz com aquele homem, e amarmos uns aos outros fazendo de nossa vida um dom para os outros".

Por isso, Jesus nos convida a “arriscar o amor”: vender tudo para dar aos pobres, o que significa despojar-nos de nós mesmos e de nossas falsas seguranças, estar atentos aos necessitados e compartilhar nossos bens, não apenas coisas, mas o que somos: nossos talentos, nossa amizade, nosso tempo e assim por diante.

"Irmãos e irmãs, aquele homem rico não quis arriscar o amor e foi embora com o rosto triste. E nós? Perguntemo-nos: a que o nosso coração está apegado? Como saciamos nossa fome de vida e felicidade? Sabemos partilhar com quem é pobre, com quem está em dificuldade ou precisa de um pouco de atenção, de um sorriso, de uma palavra que o ajude a reencontrar a esperança? Lembremo-nos disto: a verdadeira riqueza não são os bens deste mundo, mas ser amados por Deus e aprender a amar como Ele", concluiu o Papa, pedindo a "intercessão da Virgem Maria para nos ajudar a descobrir o tesouro da vida em Jesus".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Teófilo de Antioquia

São Teófilo de Antioqui (A12)
13 de outubro
Localização: Antioquia
São Teófilo de Antioqui

São Teófilo de Antioquia foi o sexto bispo da Igreja de Antioquia, sucedendo ao bispo Eros. Ele viveu no século II e teve um papel relevante na defesa da fé cristã em um período de intensa perseguição e debates teológicos. De origem pagã, Teófilo se converteu ao cristianismo, impactado pela leitura das Escrituras, e tornou-se um importante apologista. Seu principal trabalho, “Apologia a Autólico”, é uma defesa da fé cristã em resposta às críticas pagãs, mostrando uma compreensão profunda das Sagradas Escrituras e da filosofia grega.

Teófilo é lembrado por suas explicações sobre a criação do mundo e a divindade, bem como por ter sido o primeiro a usar a palavra “Trindade” (em grego “Trias”) para descrever a natureza divina de Deus, em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Ele também destacou a harmonia entre a fé cristã e a razão, refutando as acusações contra os cristãos com argumentos sólidos e baseados na lógica e nas Escrituras.

Durante seu episcopado em Antioquia, Teófilo enfrentou o desafio de consolidar a fé em uma comunidade que estava cercada por influências pagãs e hereges. Ele desempenhou um papel importante no fortalecimento da Igreja local, mantendo o ensino apostólico vivo e presente nas pregações e escritos que disseminou.

Sua dedicação à Igreja de Antioquia foi fundamental para o crescimento e a solidificação da fé cristã naquela região. Sua obra apologética não apenas ajudou a refutar as acusações dos pagãos, mas também serviu para instruir e edificar os cristãos que buscavam uma maior compreensão de sua fé.

São Teófilo faleceu em 183 d.C. e é venerado pela Igreja Católica e Ortodoxa como um dos primeiros defensores do cristianismo primitivo, sendo sua festa celebrada no dia 13 de outubro.

Reflexão:

A espiritualidade de São Teófilo de Antioquia é marcada pela busca da verdade através da razão e da fé. Ele via a criação como uma manifestação do amor e da sabedoria de Deus, defendendo que o conhecimento de Deus só pode ser plenamente alcançado através da leitura das Escrituras e da meditação sobre as obras da criação. A partir de sua conversão, Teófilo dedicou-se a combater as falsas doutrinas e a exaltar a Trindade como o fundamento da fé cristã. Em seus escritos, Teófilo expressa uma espiritualidade profundamente enraizada no amor a Deus e na defesa da fé, buscando sempre trazer a luz da verdade divina para aqueles que viviam em trevas espirituais. Ele enfatizou a importância da humildade, da obediência a Deus e da prática das virtudes cristãs como caminho para a salvação.

Oração:

Ó São Teófilo de Antioquia, defensor da fé e servo fiel de Cristo, intercede por nós para que possamos, assim como tu, viver nossa fé com coragem e sabedoria. Ensina-nos a buscar a verdade com humildade e a defender o Evangelho com a força do Espírito Santo. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sábado, 12 de outubro de 2024

Papa: o mundo precisa do nosso testemunho comum, não da divisão dos cristãos

Oração Ecumênica dos Padres Sinodais, presidida pelo Papa Francisco (Vatican Media)

"A unidade dos cristãos e a sinodalidade estão ligadas" e ambas devem ser percorridas por um caminho ecumênico, enalteceu Francisco em homilia esta sexta-feira (11/10), por ocasião da Vigília Ecumênica com os padres sinodais: "hoje exprimimos a nossa vergonha pelo escândalo da divisão dos cristãos, de não testemunharmos juntos o Senhor Jesus. Este Sínodo é uma oportunidade para ultrapassar os muros que ainda persistem entre nós". "O mundo precisa de um testemunho comum", fiel à missão da Igreja.

Andressa Collet - Vatican News

A sexta-feira (11/10) dos padres sinodais foi finalizada com uma Vigília Ecumênica na Praça dos Protomártires, dentro do Vaticano. A data recorda a abertura do Concílio Vaticano II, como recordou o Papa Francisco em homilia, "que marcou a entrada oficial da Igreja Católica no movimento ecumênico". A homilia não foi lida pelo Santo Padre, mas entregue aos participantes. A Praça dos Protomártires Romanos é uma homenagem aos primeiros mártires da Igreja de Roma, que testemunharam com o próprio sangue a fé em Cristo. "Que estes mártires fortaleçam em nós a certeza de que nos aproximamos uns dos outros ao aproximarmo-nos de Cristo", porque "quanto mais os cristãos estão próximos de Cristo, tanto mais próximos estão uns dos outros".

Assim, enalteceu o Pontífice, "a unidade dos cristãos e a sinodalidade estão ligadas" e ambas devem ser percorridas através de um caminho ecumênico. Em ambos os processos, continuou o Papa, "não se trata tanto de construir algo, mas sim de acolher e fazer frutificar o dom que já recebemos. E como é que é o dom da unidade? A experiência sinodal ajuda-nos a descobrir alguns aspectos".

Oração Ecumênica dos Padres Sinodais, presidida pelo Papa Francisco (Vatican Media)

A unidade é uma graça

O Papa começou, então, a trazer alguns ensinamentos sobre a unidade. O primeiro, de que ela é "uma graça, um dom imprevisível" "cujos tempos e modos não podemos prever":

“O verdadeiro protagonista não somos nós, mas o Espírito Santo que nos guia para uma maior comunhão. Tal como não sabemos de antemão qual será o resultado do Sínodo, também não sabemos exatamente como será a unidade a que somos chamados.”

A unidade é um caminho

Outro dos ensinamentos do processo sinodal é que "a unidade é um caminho: amadurece em movimento, durante o percurso. Cresce no serviço recíproco, no diálogo da vida, na colaboração entre todos os cristãos". Um caminho, porém, que deve ser percorrido "segundo o Espírito (cf. Gal 5, 16-25)", numa peregrinação comum “ao ritmo de Deus”.

Oração Ecumênica dos Padres Sinodais, presidida pelo Papa Francisco (Vatican Media)

A unidade é harmonia

Um terceiro ensinamento é que "a unidade é harmonia", feita da beleza da Igreja, como acontece no Sínodo, através da "variedade dos seus rostos" e no caminho do Espírito Santo:

"A unidade não é uniformidade, nem é o resultado de compromissos ou equilíbrios. A unidade cristã é harmonia na diversidade dos carismas suscitados pelo Espírito para a edificação de todos os cristãos."

A unidade para a missão

Por fim, tal como a sinodalidade, "a unidade é para a missão", num testemunho dos padres conciliares "quando afirmaram que a nossa divisão «é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura» (UR, 1)":

"O movimento ecumênico nasceu do desejo de testemunhar juntos, na companhia dos outros, não afastados uns dos outros ou, pior ainda, uns contra os outros. Neste lugar, os Protomártires recordam-nos que hoje, em muitas partes do mundo, cristãos de diferentes tradições dão juntos a vida por causa da fé em Jesus Cristo, vivendo o ecumenismo do sangue. O seu testemunho é mais forte do que qualquer palavra, porque a unidade vem da Cruz do Senhor."

Ao final da homilia, o Papa recordou da celebração penitencial realizada antes de iniciar a segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos em andamento no Vaticano até 27 de outubro. Francisco reforçou a necessidade de se promover "um caminho para a plena unidade, em harmonia uns com os outros e com toda a criação:

“Hoje exprimimos também a nossa vergonha pelo escândalo da divisão dos cristãos, pelo escândalo de não testemunharmos juntos o Senhor Jesus. Este Sínodo é uma oportunidade para melhorar, para ultrapassar os muros que ainda persistem entre nós. Concentremo-nos no chão comum do nosso mesmo Batismo, que nos impele a ser discípulos missionários de Cristo, com uma missão comum. O mundo precisa de um testemunho comum, o mundo precisa que sejamos fiéis à nossa missão comum.”

Oração Ecumênica dos Padres Sinodais, presidida pelo Papa Francisco (Vatican Media)
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Solenidade de Nossa Senhora Aparecida

Nossa Senhora Aparecida (Diocese de Anápolis)

SOLENIDADE DE NOSSA SENHORA APARECIDA

Dom Carmo João Rhoden
Bispo Emérito de Taubaté (SP) 

Solenidade de Nossa Senhora Aparecida. 12/10/24 (Jo 2, 1-11). 

1 – Quero antes de tudo felicitar, a nossos irmãos e irmãs, pois celebramos hoje solenemente a padroeira Nossa Senhora Aparecida. Ela é invocada na Igreja com muitíssimas denominações: Nossa Senhora de Lourdes, Fátima, Carmo, Loreto, Laurent etc. Trata – se sempre da mesma personagem, Maria a Mãe de Jesus, do verbo encarnado, do Salvador. Não pode ser ocasião de divisão, menos ainda, de desunião aquela que é a Mãe do redentor. Antes da separação (ruptura) da Igreja Ortodoxa todos os cristãos à veneravam. (Maria) tributando-lhe um culto especial: o de hiperdulia. Somente a Trindade e a Santíssima Eucaristia nós rendemos o culto máximo: o de Latria, ou seja, de adoração. Aos Santos, em geral, veneramos pois formam de modo especial a grande família dos redimidos. Repito: Maria é especialíssima para nós católicos, pois, sendo Ela a Mãe do Salvador, foi para isso escolhida desde sempre pelo Pai, assumida pelo Verbo encarnado, como Mãe e santificada, desde o início pelo Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Precisava mais? Podia ter acontecido algo melhor? Não.  Somente Ela podia chama-lo de Filho aqui na terra. Ela esteve ao lado de Jesus, do nascimento à sepultura. Foi saudada pelo anjo Gabriel (Lc 1,26) e também por Isabel, como a mãe do Senhor (Lc 1, 42). 

2 – Ela é a padroeira do Brasil, assim foi assumida desde o encontro de sua imagem no rio paraíba. Aparecida tornou-se, então, a cátedra Mariana para a evangelização. A partir dela, continua a dizer ainda hoje: “fazei tudo o que Ele vos disser”. (Jo 2,5). Na Cruz, o filho moribundo, a deu como mãe ao discípulo João. (Jo 19,26). Hoje, João sou eu, és tu, somos todos nós. Por isso, somos mais felizes ainda. Temos, como mãe aquela que é a genitora de Jesus: o Verbo encarnado. Nós a estamos ouvindo, para assim seguirmos Jesus Cristo? A resposta é nossa: minha, tua.  

3 – Hoje, em dia, a honra e a venera, não quem vai a Aparecida como peregrino, mas aquele (aquela) que segue Jesus Cristo como discípulo na vida. Ela foi verdadeiramente, não apenas a Mãe do Salvador, mas também sua melhor discípula. Ser sua mãe foi certamente a maior graça, mas segui-lo foi sua especial missão, pessoalmente assumida e integralmente cumprida. Viva Nossa Senhora Aparecida excelsa padroeira do Brasil. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF