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terça-feira, 15 de outubro de 2024

Jogar traz mais benefícios do que apenas diversão

Zamrznuti tonevi | Obturador

Karen Hutch - postado em 15/10/24

Você sabia que brincar não é apenas uma atividade para crianças e para diversão? Tem muito mais benefícios do que você imagina, explica o Dr. Stuart Brown.

Com certeza você se lembra daqueles momentos da sua infância em que saía para brincar com os amigos qualquer jogo de bola, o típico “esconde-esconde”, o jogo de “pega-pega” e inúmeras brincadeiras que aumentam a criatividade de cada pessoa. Sem dúvida, brincar traz grandes benefícios para o desenvolvimento das crianças e para a saúde dos adultos. 

Isto é explicado pelo Doutor Stuart Brown numa palestra TED, proferida em 2008 e que ainda é muito relevante, pois dedicou extensos anos de investigação a esta área. O Doutor dedica-se, entre outras coisas, a promover este tipo de atividades, principalmente nesta época em que muitos trocaram a bola por um tablet , o escorregador por uma cadeira de jogador e a vista de um parque pela vista de um ecrã de plasma. . 

Além da diversão

Obturador

Muitos adultos pensam que brincar e se divertir é só para crianças. No entanto, o Dr. Brown explicou que quando jogamos, ocorre um grande impacto em nosso cérebro. Brincar traz uma série de benefícios psicológicos que influenciam a aprendizagem da criança, bem como sua adaptação e desenvolvimento como indivíduo e membro da sociedade. 

Tipos de jogos

Stuart propõe uma categorização para jogos, sejam eles para adultos ou crianças. As categorias são as seguintes:

1 - Jogo violento

Isso inclui jogos de esquiva, bem como caça ao tesouro ou jogos de força com corda, entre outros. Através dessas atividades há maior regulação emocional, domínio cognitivo e físico. 

2 - Jogo ritual

Refere-se a esportes que possuem regras e estrutura. A vantagem desses jogos é que aprendemos a trabalhar em equipe com outras pessoas para planejar uma estratégia e atingir o objetivo. 

3 - O jogo imaginativo

Nesta categoria podemos encontrar atividades como: colorir, pintar, artesanato, inclui ainda oratória e comédia, onde você deve improvisar. Esses tipos de hobbies estimulam a criatividade no cérebro e aumentam a capacidade de imaginação. 

4 - Jogo corporal

Nesta categoria encontramos jogos que têm a ver com a gravidade, ou seja, atividades como caminhadas, atividades aquáticas como mergulho com snorkel ou simplesmente dançar. 

5 - Brinque com objetos

Como o próprio nome indica, são jogos que envolvem a manipulação de algum material, por exemplo o xadrez, a construção com Lego , um jogo de tabuleiro como o Jenga , a construção de abrigos para brincar, entre muitos outros. Desta forma trará benefícios cognitivos, concentração e coordenação. 

Como voltar a jogar como adultos?

Drazen Zigic | Obturador

1 - Encontre um hobby que você goste

Você pode experimentar um esporte ou atividade artística; Lembre-se que existem centenas de opções, vale a pena mudar até encontrar aquela que mais gosta de fazer. 

2 - Dê um passeio descalço

Especialistas apontam que andar descalço, assim como fazem as crianças, seja no jardim ou em algum lugar de sua preferência, favorece a saúde mental e psicológica. Graças às diferentes texturas que pode sentir nos pés. 

Você pode até fazer uma atividade com seus filhos como pintar com os pés; Tudo que você precisa é de papel branco e tintas acrílicas. Eles passarão ótimos momentos de diversão e estimulação cerebral. 

3 - Dance como se ninguém te visse

Você pode colocar sua playlist preferida e dar ritmo aos seus passos, seja sozinho, com a família ou com o parceiro; Esta é uma ótima maneira de aliviar o estresse, fazer exercícios e também se divertir. Lembre-se que você não precisa ser dançarino profissional, apenas dance! 

Como você vê, existem muitas maneiras de se divertir e ao mesmo tempo cuidar da saúde física e emocional e estimular a mente.

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/10/15/jugar-tiene-mas-beneficios-que-solo-la-diversion

10 Conselhos de São Josemaria para os professores

15 de outubro - Dia do Professor (Opus Dei)

São Josemaria dizia que “é grande e formosa a tarefa docente” e que é uma “profissão nobilíssima e da máxima importância”. Oferecemos alguns conselhos que dava a professores.

14/10/2024

1. Fazem falta mestres e professores que saibam ensinar perfeitamente as ciências e as artes humanas, infundindo ao mesmo tempo no ânimo dos alunos um profundo sentido cristão da vida. (Carta 5, 6).

2. Tiveste a grande sorte de encontrar mestres de verdade, amigos autênticos, que te ensinaram sem reservas tudo quanto quiseste saber; não precisaste de artimanhas para lhes “roubar” a sua ciência, porque te indicaram o caminho mais fácil, embora a eles lhe tenha custado duro trabalho e sofrimentos descobri-lo… Agora, toca-te a ti fazer outro tanto, com este, com aquele, com todos!. (Sulco, 733)

3. Professor: que te entusiasme fazer compreender aos alunos, em pouco tempo, o que a ti te custou horas de estudo chegar a ver com clareza. (Sulco, 229)

4. O desejo de “ensinar”, e “ensinar com toda a alma”, cria nos alunos um agradecimento que constitui terreno idôneo para o apostolado. (Sulco, 230)

5. Não esqueças que antes de ensinar é preciso fazer. - "Coepit facere et docere", diz de Jesus Cristo a Sagrada Escritura: começou a fazer e a ensinar. Primeiro, fazer. Para que tu e eu aprendamos. (Caminho, 342)

6. É urgente, dizia, formar bons mestres e professores, com um preparo profundo: com ciência humana, com conhecimentos pedagógicos, com doutrina católica e com virtudes pessoais; e que– pelos seus próprios méritos, pelo seu esforço pessoal – cheguem prestigiosamente a todos os ambientes do ensino. (Carta 5, 4)

7. Faz falta, numa palavra, que haja muitos que saibam fazer da sua profissão um instrumento de progresso civil e um instrumento de santificação para si mesmos e para os demais, com abnegação, com espírito de serviço e com entusiasmo humano; que, ao exercitarem sua nobre tarefa docente nos mais variados setores da ciência, dirigidos pela fé, possam repetir aquelas palavras da Sabedoria: eu estudei lealmente, e reparto sem inveja, e não escondo a riqueza que ela encerra. (Carta 5, 4)

8. No entanto – deixai-me que insista mais uma vez –, toda essa tarefa que nos espera no campo do ensino não poderá ser eficaz se não se apoia também num sólido prestígio profissional. Daí a obrigação grave – de todos os que se dedicam a esse trabalho – de tomar providências para melhorar a formação científica e didática: com um estudo sério e intenso. (Carta 5, 14)

9. Filhas e filhos queridíssimos, o labor apostólico que nos espera no campo do ensino é imenso e urgente. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha, nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. (Carta 5, 31)

10. No entanto – deixai-me que insista mais uma vez –, toda essa tarefa que nos espera no campo do ensino não poderá ser eficaz se não se apoia também num sólido prestígio profissional. Daí a obrigação grave – de todos os que se dedicam a esse trabalho – de tomar providências para melhorar a formação científica e didática: com um estudo sério e intenso. (Carta 5, 14)

Leia a Carta nº 5 de São Josemaria sobre a missão do Opus Dei e dos leigos cristãos no campo da educação e do ensino.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/10-conselhos-de-sao-josemaria-para-os-professores/

Das Obras de Santa Teresa de Jesus, virgem

Santa Teresa D'Ávila (liturgiadashoras)

Das Obras de Santa Teresa de Jesus, virgem

(Opusc. De libro vitae, cap.22,6-7.14)            (Séc. XVI)

Lembremo-nos sempre do amor de Cristo

Com tão bom amigo presente, com tão esforçado chefe, tudo se pode sofrer. Serve de ajuda e dá reforço; a ninguém falta. É amigo verdadeiro. Sempre tenho visto claramente que, para contentarmos a Deus e para que nos faça ele mercês, quer que seja por intermédio desta humanidade sacratíssima, na qual declarou Sua Majestade ter posto suas complacências. 

É o que muitíssimas vezes e muito bem tenho visto por experiência, e também mo disse o Senhor. Tenho compreendido claramente que por esta porta havemos de entrar, se quisermos que nos mostre grandes segredos a soberana Majestade. De modo que não se queira outro caminho, ainda que se esteja no cume da contemplação. Por aqui se vai seguro. É por meio deste Senhor nosso que nos vêm todos os bens. Ele ensinará o caminho: contemplemos sua vida, porque não há modelo melhor. 

O que mais queremos, do que ter a nosso lado tão bom amigo, que não nos deixará nos trabalhos e nas tribulações, como fazem os amigos deste mundo? Bem-aventurado quem o amar de verdade e sempre o trouxer junto de si. Olhemos o glorioso São Paulo de cujos lábios, por assim dizer, não saía senão o nome de Jesus, tão bem gravado o tinha no coração. Desde que entendi isto, tenho considerado atentamente alguns santos, grandes contemplativos, tais como São Francisco, Santo Antônio de Pádua, São Bernardo, Santa Catarina de Sena. Com liberdade havemos de andar neste caminho, entregues às mãos de Deus. Se Sua Majestade quiser elevar-nos à categoria de seus íntimos e confidentes dos seus segredos, vamos de boa vontade. 

Quando pensarmos em Cristo, sempre nos lembremos do amor com que nos concedeu tantas graças e da grande ternura que nos testemunhou em nos dar tal penhor do muito que nos ama, pois amor pede amor. Procuremos sempre ir considerando estas verdades e estimulando-nos a amar. Porque, uma vez que nos conceda o Senhor a graça de que este amor nos seja impresso no coração, tudo nos será mais fácil: faremos grandes coisas muito depressa e com pouco trabalho.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

A popularidade do Papa diminui nos 6 países mais populosos da América Latina

O Papa Francisco Já Foi Uma Figura Muito Popular Na América Latina, Agora Ele Está Vendo Um Declínio Em Sua Preferência Foto: Pew Research Center

O Papa Francisco enfrenta uma mudança de atitude na América Latina e nos Estados Unidos em 2024.

13 DE OUTUBRO DE 2024

Por JORGE ENRIQUE MÚJICA

(ZENIT News / Roma, 13.10.2024).- Uma década depois de sua eleição como Papa, Francisco, que já foi uma figura muito popular na América Latina, vê agora um declínio em sua favorabilidade entre o público da região, de acordo com um recente Pesquisa de 2024 do Pew Research Center. A pesquisa, que coletou dados da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, destaca tanto o declínio do apoio quanto o aumento das críticas ao pontífice nascido na Argentina.

Brasil e México ainda estão quentes, mas esfriando

Em dois dos maiores países católicos da região, Brasil e México, o Papa Francisco continua relativamente popular, com 68% dos adultos a expressarem uma opinião favorável sobre ele. No entanto, estes números representam um declínio em comparação com as ondas iniciais de entusiasmo que acompanharam os seus primeiros anos como papa. Esta tendência de declínio do apoio é consistente em toda a região, onde as opiniões positivas diminuíram acentuadamente ao longo da última década. 

A recepção dividida no Chile

O Chile se destaca pela ambivalência em relação a Francisco. Apenas metade dos entrevistados chilenos tem uma opinião favorável do Papa, com 48% expressando opiniões positivas e 36% tendo opiniões negativas. Embora as opiniões favoráveis ​​ainda superem as desfavoráveis, a recepção morna do Papa no Chile é notável em comparação com outras nações latino-americanas.

Uma diminuição significativa na Argentina

A mudança mais surpreendente vem da terra natal de Francisco, a Argentina. Em 2013-2014, esse número caiu para 64% em 2024. Este declínio acentuado sugere que, mesmo na sua terra natal, o vínculo outrora forte do Papa com o público diminuiu significativamente, refletindo uma insatisfação mais ampla ou uma desconexão com a sua liderança.

Mais críticas, menos neutralidade

Na América Latina, surgiram duas grandes mudanças na opinião pública desde o início do papado de Francisco: um aumento nas opiniões desfavoráveis ​​e uma redução naqueles que permanecem neutros ou não o conhecem. No México, por exemplo, a proporção de adultos que expressam uma opinião negativa sobre o Papa triplicou desde 2013 (27% contra 9%). Entretanto, o número de pessoas que não estão familiarizadas com o papa ou que não têm certeza da sua opinião diminuiu significativamente, à medida que a presença global de Francisco se consolidou.

Católicos versus protestantes: um fosso crescente

Apesar do declínio geral, os católicos latino-americanos ainda veem o Papa Francisco de forma mais favorável do que outros grupos religiosos, como os protestantes ou os não afiliados religiosamente. Contudo, a proporção de católicos com uma opinião positiva também está a diminuir. A popularidade inicial do papa entre as denominações está a diminuir, e os adultos protestantes e não religiosos estão cada vez mais cépticos em relação à sua liderança.

Apoio estável, mas mutável nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o Papa Francisco mantém um índice de aprovação de 57% entre os adultos, semelhante aos números registados em 2013. A sua aprovação atingiu o pico em 2015 e 2017, quando 70% dos americanos o viam de forma positiva, mas a sua posição diminuiu nos últimos anos.

As tendências observadas na América Latina refletem-se nos Estados Unidos, onde as opiniões desfavoráveis ​​sobre o Papa quase duplicaram desde 2018. Além disso, menos pessoas relatam que não ouviram falar do Papa ou que têm dúvidas sobre ele, indicando que o The American O público está cada vez mais polarizado nas suas opiniões sobre o pontífice.

A afiliação religiosa continua a desempenhar um papel nestas opiniões. Os católicos nos Estados Unidos (75%) têm muito mais probabilidade de ter uma opinião favorável do Papa Francisco do que os protestantes (51%) ou aqueles sem filiação religiosa (56%).

O que está por trás das mudanças?

Embora o relatório do Pew Research Center não se aprofunde nas causas destas mudanças, os dados refletem a evolução das atitudes em relação ao Papa, à medida que a sua liderança enfrenta desafios globais e questões divisivas. Parte do declínio pode dever-se às posições do papa sobre questões controversas, como as alterações climáticas, a migração e a justiça social, que suscitaram elogios e críticas. Em regiões como a América Latina, onde o catolicismo está profundamente interligado com a cultura e a política, as mudanças no sentimento público em relação às figuras religiosas podem ser influenciadas por fatores sociais e económicos mais amplos.

Apesar destas flutuações, o Papa Francisco continua a ser um líder moral e espiritual de importância global. No entanto, o declínio da sua popularidade sugere que a outrora ampla onda de entusiasmo que saudou o seu papado deu lugar a perspectivas mais matizadas, e por vezes críticas, sobre o seu papel e influência.

À medida que o mundo observa as próximas fases do seu papado, será revelador ver se esta tendência descendente continua ou se o Papa poderá reacender o calor que outrora desfrutou na região que há muito tempo é o coração do catolicismo.

Jorge Henrique Mujica

Fonte: https://es.zenit.org/2024/10/13/decae-la-popularidad-del-papa-en-los-6-paises-mas-poblados-de-latinoamerica/

Santa Teresa D'Ávila

Santa Teresa D'Ávila (A12)
15 de outubro
País: Espanha (Gotarrendura)
Santa Teresa D'Ávila

Nascida no dia 28 de março de 1515, foi educada com os irmãos dentro do exemplo e dos princípios cristãos. Seu amor ao Cristo a fez planejar fugir de casa aos sete anos, para entregar-se ao martírio. Na adolescência, Teresa afastou-se um pouco da vida exemplar e apegou-se as vaidades humanas. Seu pai a conduziu então para estudar no colégio das agostinianas, mas uma grave doença a obrigou a voltar para casa.

Neste período, pela primeira vez, Teresa passou por experiências espirituais e, com vinte anos, decidiu se tornar religiosa. Desta vez fugiu com sucesso para morar no Convento Carmelita de Ávila. Vivia atormentada por pensamentos e tentações. Após outro período de doença grave, Teresa concluiu que era hora de converter-se de verdade e empregou todas as forças do coração em sua definitiva vivência da religião, tomando o nome de Teresa de Jesus.

Aos trinta e nove anos, ocorreu sua plena conversão. Pequena e sempre adoentada, ninguém entendia como conseguia subir e descer montanhas para percorrer os conventos da Espanha. Em 1560, teve a inspiração de um novo Carmelo, onde se vivesse sob as regras originais. Dois anos depois, fundou o primeiro convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva, em Ávila.

Apesar de toda esta atividade, ainda encontrava espaço para transmitir ao mundo suas reflexões e experiências místicas. Registrou toda sua vida e espiritualidade mística em livros como: "O Caminho da Perfeição", "As Moradas", "A Autobiografia", e outros.

Doente, morreu no dia 04 de outubro de 1582, aos sessenta e sete anos. O Papa Paulo VI, em 1970, proclamou Santa Teresa D'Ávila, Doutora da Igreja, a primeira mulher a obter este título.

Colaboração: Nathália Lima

Reflexão:

Nada podemos saber, falar ou escutar da oração que não seja algo vivido ou experimentado. Em Teresa, mestra da oração, é estreita e forte a relação entre experiência e oração. Sua vida de oração foi determinada por grandes momentos: o encontro espontâneo com Deus, intercalando-se por um tempo de oração difícil e de relações tensas, e que se encerra em um encontro acalentador e plenificante.

Oração:

Senhor Deus de bondade, ajudai-nos a repetir com Santa Teresa a oração que brota da relação amorosa com Deus e viver nossa vida como verdadeiros herdeiros do Reino de Deus. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

Papa: Cântico das Criaturas, um grande ensinamento sobre o cuidado da criação

O afresco da Pregação aos Pássaros, das Histórias de São Francisco, na Basílica Superior de Assis | Vatican News

Por ocasião da XXIV Semana da Língua Italiana no Mundo, a Embaixada da Itália junto à Santa Sé, em colaboração com o Pátio dos Gentios, organizou um evento para estudar e celebrar o oitavo centenário da famosa composição de São Francisco de Assis. O cardeal Ravasi: não vamos perder a nossa admiração pela criação.

Fausta Speranza - Vatican News

É necessário continuar “o trabalho de conscientização no cuidado da criação”, “há um grande ensinamento naquela oração que há oito séculos nunca deixou de bater e que São Francisco compôs no final de sua vida”. Foi assim que o Papa Francisco, através da mensagem enviada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, expressou encorajamento pela iniciativa que aconteceu na manhã desta terça-feira (15/10) na sede da Embaixada da Itália junto à Santa Sé, 800 anos após a redação do Cântico das Criaturas por São Francisco.

Os fundamentos da língua italiana

O evento foi desejado pelo embaixador Francesco Di Nitto para o aniversário especial, mas também por ocasião da XXIV Semana da Língua Italiana no Mundo, uma vez que o Cântico constitui a base do desenvolvimento da língua italiana, além de ser um símbolo da proteção da criação. A iniciativa foi realizada em colaboração com o Pátio dos Gentios e sob o patrocínio do Comitê Nacional para a celebração do 8º centenário da morte de São Francisco de Assis.

Os palestrantes

O eco da riqueza cultural e espiritual do Cântico das Criaturas ao longo dos séculos foi revivido no discurso do cardeal Gianfranco Ravasi, presidente emérito do Pontifício Conselho para a Cultura, e no de Roberto Antonelli, presidente da Accademia Nazionale dei Lincei. A profundidade poética emergiu nas palavras de Davide Rondoni, presidente do Comitê Nacional para as celebrações do oitavo centenário da morte de São Francisco de Assis.

O encontro foi realizado no Palazzo Borromeo e moderado pela jornalista Grazia Serra | Vatican Media

Do Cântico, uma visão positiva da natureza

Entre outros, o cardeal Ravasi citou referências dos Salmos que foram as fontes de inspiração para o Cântico. Em um admirável percurso de referências e curiosidades, o cardeal deu o sentido daquele horizonte cósmico no qual as criaturas são as “letras da criação”, que é, portanto, como um livro aberto. Ele citou o Salmo 104, explicando que talvez não esteja entre as fontes diretas do Cântico, mas enfatizando que ele representa um dos mais admiráveis “cânticos das criaturas” bíblicas. E recordou o conceito subjacente que emerge, em particular, dos versículos 13,5 do Livro da Sabedoria e que encontra eco em São Francisco: a palavra é impotente para expressar a grandeza de Deus, mas a partir da beleza das criaturas cósmicas se ascende ao criador.

O Cântico, portanto, louvor a Deus e às suas criaturas, que se desdobra com intensidade e vigor em suas obras, torna-se também um hino à vida. O cardeal Ravasi também enfatizou como a oração de São Francisco é permeada por uma visão positiva da natureza, uma vez que a imagem do Criador se reflete na criação. Daí o senso de fraternidade entre o homem e toda a criação, que é muito diferente do contemptus mundi, ou seja, o desapego e o desprezo pelo mundo terreno, marcado pelo pecado e pelo sofrimento, típico de outras tendências religiosas medievais. Assim, a criação se torna um meio grandioso de louvar ao Criador. E esse sentimento de admiração diante da natureza deve ser preservado hoje, recomendou o cardeal, enfatizando a importância de não perder a admiração e as maravilhas da criação.

A participação do cardeal Ravasi | Vatican Media

Um texto literário refinado e não ingênuo

O presidente Antonelli falou sobre a escrita e o valor literário do texto do Santo de Assis, também conhecido como Cântico do Irmão Sol. Ele lembrou que a simplicidade do sentimento expresso é refletida por uma sintaxe simples, mas também explicou que os versos são agrupados em pequenos blocos facilmente reconhecíveis, diferenciados tematicamente. A questão é que a homogeneidade desses blocos é garantida por dispositivos formais calculados que - ele enfatizou - os críticos modernos reabilitaram como refinados e cuidadosos, não ingênuos como se pensava na era romântica. Entre outras considerações, Antonelli lembrou como estudos recentes esclareceram a raiz da Úmbria de termos que até recentemente eram interpretados como francesismos. Um exemplo da profundidade cultural que, 800 anos depois, continua a fascinar e desafiar.

Um hino à fraternidade

Rondoni enfatizou, por sua vez, o apelo de São Francisco ao valor de uma humanidade que deve permanecer tal, recusando-se a reduzir as pessoas a usuários de tecnologia e preservando o senso de fraternidade que o santo experimentou em sua própria pele e que conota precisamente o humano. O texto do Cântico, explicou, "foi acompanhado de música, composta pelo próprio Francisco, e agora perdida, mas mantém seu valor poético, particularmente na forma de ’prosa rítmica assonante”. O Cântico, portanto, disse Rondoni, também sugere que não se pode renunciar à riqueza poética.

O manuscrito litúrgico iluminado do século XIII, exibido para a ocasião pela BAV | Vatican Media

O manuscrito litúrgico da Biblioteca do Vaticano

Por ocasião do encontro, a Biblioteca Apostólica Vaticana colocou à disposição para exibição no Palazzo Borromeo um precioso manuscrito litúrgico do século XIII, no qual uma extraordinária miniatura faz referência a dois momentos fundamentais da vida de São Francisco de Assis: o sermão aos pássaros e os estigmas. Uma escolha diferente, comparada à hipótese de expor uma cópia do Cântico, desejada pelo prefeito Mauro Mantovani, para dar um sentido ao desenvolvimento cultural que tomou vida a partir do próprio Cântico, e ilustrada pela diretora do Departamento de Manuscritos, Claudia Montuschi.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Cardeal You: ainda vale a pena ser padre, somos chamados a ser felizes

Cardeal You (Presbíteros)

Cardeal You: ainda vale a pena ser padre, somos chamados a ser felizes

22 de abril de 2024

L’Osservatore Romano conversa com o prefeito do Dicastério para o Clero em vista do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no domingo, 21 de abril

Em vista do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, no domingo, 21 de abril, o L’Osservatore Romano fez algumas perguntas ao cardeal prefeito do Dicastério para o Clero, Lazarus You Heung-sik.

O que é uma vocação?

Antes de pensar em qualquer aspecto religioso ou espiritual, eu diria o seguinte: a vocação é essencialmente o chamado para ser feliz, para tomar a vida em suas próprias mãos, para realizá-la plenamente e não desperdiçá-la. Esse é o primeiro desejo que Deus tem para cada homem e mulher, para cada um de nós: que nossa vida não se apague, que não seja desperdiçada, que brilhe em sua melhor forma. E, por isso, Ele se fez próximo em Seu Filho Jesus e quer nos atrair para o abraço de Seu amor; assim, graças ao Batismo, nos tornamos parte ativa dessa história de amor e, quando nos sentimos amados e acompanhados, nossa existência se torna um caminho para a felicidade, para uma vida sem fim. Um caminho que se encarna e se realiza em uma escolha de vida, em uma missão específica e em muitas situações cotidianas.

Mas como se reconhece uma vocação e qual é a sua relação com os desejos?

Sobre esse assunto, a rica tradição da Igreja e a sabedoria da espiritualidade cristã têm muito a nos ensinar. Para sermos felizes – e a felicidade é a primeira vocação compartilhada por todos os seres humanos – é necessário que não cometamos erros em nossas escolhas de vida, pelo menos as fundamentais. E os primeiros sinais de trânsito a serem seguidos são justamente nossos desejos, o que sentimos em nosso coração ser bom para nós e, por meio de nós, para o mundo ao nosso redor. No entanto, todos os dias experimentamos como nos enganamos, porque nossos desejos nem sempre correspondem à verdade de quem somos; pode acontecer que sejam fruto de uma visão parcial, que surjam de feridas ou frustrações, que sejam ditados por uma busca egoísta de nosso próprio bem-estar ou, ademais, às vezes chamamos de desejos o que na realidade são ilusões. Então é necessário discernimento, que é basicamente a arte espiritual de entender, com a graça de Deus, o que devemos escolher em nossa vida. O discernimento só é possível se ouvirmos a nós mesmos e ouvirmos a presença de Deus em nós, superando a tentação muito atual de fazer com que nossos sentimentos coincidam com a verdade absoluta. É por isso que o Papa Francisco, no início das catequeses de quarta-feira dedicadas ao discernimento, nos convidou a enfrentar o esforço de cavar dentro de nós mesmos e, ao mesmo tempo, não esquecer a presença de Deus em nossas vidas. Eis que uma vocação é reconhecida quando colocamos nossos desejos profundos em diálogo com o trabalho que a graça de Deus realiza em nós; graças a esse confronto, a noite de dúvidas e questionamentos vai se dissipando e o Senhor nos faz entender qual caminho seguir.

Esse diálogo entre as dimensões humana e espiritual está cada vez mais no centro da formação dos sacerdotes. Em que ponto estamos?

Esse diálogo é necessário e, às vezes, talvez o tenhamos negligenciado. Não devemos correr o risco de pensar que o aspecto espiritual pode se desenvolver separadamente do aspecto humano, atribuindo assim uma espécie de “poder mágico” à graça de Deus. Deus se fez carne e, portanto, a vocação para a qual nos chama está sempre encarnada em nossa natureza humana. O mundo, a sociedade e a Igreja precisam de sacerdotes que sejam profundamente humanos, cuja característica espiritual possa ser resumida no mesmo estilo de Jesus: não uma espiritualidade que nos separe dos outros ou que nos torne mestres frios de uma verdade abstrata, mas a capacidade de encarnar a proximidade de Deus com a humanidade, Seu amor por cada criatura, Sua compaixão por qualquer pessoa marcada pelas feridas da vida. Isso requer pessoas que, embora frágeis como todo mundo, em sua fragilidade tenham maturidade psicológica suficiente, serenidade interior e equilíbrio afetivo.

São muitos, entretanto, os sacerdotes que passam por situações de dificuldade e sofrimento. O que o senhor pensa sobre isso?

Antes de mais nada, sinto-me muito tocado com isso. Dediquei quase toda a minha vida ao cuidado da formação sacerdotal, ao acompanhamento e à proximidade com os sacerdotes. Hoje, como prefeito do Dicastério para o Clero, sinto-me ainda mais próximo dos sacerdotes, de suas esperanças e de suas fadigas. Não faltam elementos de preocupação, pois em muitas partes do mundo há um verdadeiro mal-estar na vida dos sacerdotes. Os aspectos da crise são muitos, mas penso que, em primeiro lugar, precisamos de uma reflexão eclesial em duas frentes. Primeiro: precisamos repensar nossa maneira de ser Igreja e de viver a missão cristã, na cooperação efetiva de todos os batizados, porque os padres muitas vezes estão sobrecarregados, com as mesmas tarefas – não apenas pastorais, mas também jurídicas e administrativas – de muitos anos atrás, quando eram efetivamente mais numerosos. Em segundo lugar, é preciso rever o perfil do sacerdote diocesano, porque, mesmo não sendo chamado à vida religiosa, ele deve redescobrir o valor sacramental da fraternidade, de sentir-se em casa no presbitério, junto com o bispo, os irmãos sacerdotes e os fiéis, porque, especialmente nas dificuldades de hoje, essa pertença pode sustentá-lo no serviço pastoral e acompanhá-lo quando a solidão se torna pesada. No entanto, há necessidade de uma nova mentalidade e de novos caminhos de formação, porque muitas vezes um sacerdote é educado para ser um líder solitário, um “só homem no comando”, e isso não é bom. Somos pequenos e cheios de limitações, mas somos discípulos do Mestre. Movidos por Ele, podemos fazer muitas coisas. Não individualmente, mas juntos, sinodalmente. “Discípulos missionários – repete o Santo Padre – se pode ser somente juntos”.

Os sacerdotes estão “equipados” para enfrentar a cultura de hoje?

Esse é um dos principais desafios que enfrentamos hoje, tanto na formação inicial quanto na permanente. Não podemos ficar fechados em formas sagradas e fazer do padre um mero administrador de ritos religiosos; hoje estamos vivendo um tempo marcado por muitas crises globais, com certos riscos ligados ao crescimento da violência, da guerra, da poluição ambiental, da crise econômica, tudo isso que repercute na vida das pessoas em termos de insegurança, angústia, medo do futuro. E há uma grande necessidade de sacerdotes e leigos capazes de levar a alegria do Evangelho a todos, como profecia de um mundo novo e uma bússola de orientação no caminho da vida. Sempre se é um discípulo, mesmo quando se é diácono, padre ou bispo há muitos anos. E o discípulo sempre tem de aprender com o único Mestre, que é Jesus.

Mas, a seu ver, ainda vale a pena se tornar um padre hoje?

Apesar de tudo, sempre vale a pena seguir o Senhor nesse caminho, deixar-se seduzir por Ele, dedicar a vida ao Seu projeto. Podemos olhar para Maria, essa jovem donzela de Nazaré que, embora surpresa com o anúncio do anjo, escolheu arriscar a fascinante aventura do chamado, tornando-se Mãe de Deus e Mãe da humanidade. Com o Senhor, nada está perdido! E eu gostaria de dizer uma palavra a todos os sacerdotes, especialmente àqueles que estão desanimados ou feridos no momento: o Senhor nunca quebra Sua promessa. Se Ele o chamou, não lhe faltará a ternura de Seu amor, a luz do Espírito, a alegria do coração. De diferentes modos, Ele se manifestará em sua vida de sacerdote. Gostaria que essa esperança chegasse aos padres, diáconos e seminaristas de todas as partes do mundo, para confortá-los e encorajá-los. Não estamos sozinhos, o Senhor está sempre conosco! E Ele quer que sejamos felizes!

Créditos: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2024-04/cardeal-you-prefeito-clero-entrevista-monda-osservatore-romano.html

Fonte: https://presbiteros.org.br/cardeal-you-ainda-vale-a-pena-ser-padre-somos-chamados-a-ser-felizes/

Do Tratado Contra Fabiano, de São Fulgêncio de Ruspe, bispo

Sacramento da Eucaristia (Comunidade Coração Fiel)

Do Tratado Contra Fabiano, de São Fulgêncio de Ruspe, bispo

(Cap.28,16-19:CCL91A,813-814)          (Séc.VI)

A participação no corpo e sangue do Senhor nos santifica

Atesta o santo Apóstolo que se realiza na oblação dos sacrifícios aquilo mesmo que nosso Salvador ordenou, ao dizer: Porque o Senhor Jesus, na noite em que iria ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em minha memória. Do mesmo modo, tomou também o cálice, depois de ter ceado, dizendo: Este é o cálice da nova Aliança em meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em minha memória. Pois todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor até que venha(1Cor 11,23-26).  

Por esta razão se oferece o sacrifício, a fim de anunciar a morte do Senhor e realizar o memorial daquele que entregou a vida por nós. Ele mesmo diz: Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos (Jo 15,13). Portanto, tendo Cristo morrido por nós por amor, quando no momento do sacrifício fazemos memória de sua morte, rogamos que nos conceda a caridade pela vinda do Espírito Santo. Pedimos e suplicamos que, pela mesma caridade com que Cristo aceitou ser crucificado por nós, também nós, pela graça do Espírito Santo, possamos considerar o mundo como crucificado e a nós, crucificados para o mundo. Imitando a morte de nosso Senhor, como Cristo que morreu para o pecado, morreu uma vez por todas e porque vive, vive para Deus (cf. Rm 6,10-11), nós igualmente caminhemos com vida nova (Rm 6,4). E recebido o dom da caridade, morramos para o pecado e vivamos para Deus.  

Pois a caridade de Deus foi derramada em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,5). Com efeito, a própria participação no corpo e sangue do Senhor, quando tomamos seu pão e bebemos de seu cálice, já nos persuade a morrer para o mundo e a ter nossa vida escondida com Cristo em Deus, crucificando nossa carne com seus vícios e concupiscências (cf. Cl 3,3; Gl 5,24).  

Acontece então que todos os fiéis que amam a Deus e ao próximo, embora não bebam do cálice do sofrimento corporal, bebem do cálice da caridade do Senhor. Por ele inebriados, mortificam seus membros ainda na terra e, revestidos do Senhor Jesus Cristo, não cuidam do corpo de maneira a satisfazer-lhe os desejos; não contemplam as coisas visíveis, mas as invisíveis. Desta forma se bebe o cálice do Senhor quando se conserva a santa caridade. Sem ela, mesmo que alguém lance o corpo ao fogo para ser queimado, de nada lhe aproveita. Mas pelo dom da caridade é-nos concedido ser na realidade aquilo mesmo que celebramos misticamente no sacrifício.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Jesus e a verdade

Moisés, Elias e Jesus juntos na Transfiguração (Aleteia)

JESUS E A VERDADE 

Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO) 

Na Vigésima oitava semana do Tempo comum do Evangelho de Marcos, um Jovem se aproximou de Jesus e perguntou: Bom Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna? (Mc 10,17). 

Uma pergunta que ecoou pelos séculos. Todos nos aproximamos de Jesus com ela. Seguimos pelo mundo sustentados por esta única esperança, de um dia sermos acolhidos na eternidade. 

Entretanto, entre o desejo e a concretização do desejo residem muitas coisas. 

É possível iludir-se com uma vida perfeita, e nada é mais danoso e prejudicial para a dinâmica do Evangelho e do Reino que esta extasia de si mesmo. A autocontemplação é sempre fruto de um egoísmo arraigado no recôndito mais sombrio da alma. 

Ao ser perguntado por Jesus o que já havia feito para alcançar a vida eterna, o jovem respondeu o que sabia, pois seguia os mandamentos desde a sua juventude. 

Estes mandamentos, com os quais havia se acostumado, e em certo sentido lhe eram relativamente fáceis de serem observados, porque era rico, nunca haviam lhe questionado a partir de dentro. 

O seu aproximar-se de Jesus não foi sincero. Ele esperava ter a sua conduta validada e voltar para casa feliz! Esperava ser elogiado, mas se decepcionou quando Jesus lhe disse que não era suficiente apenas viver os mandamentos, era preciso mais. 

 Jesus não transige quanto aos princípios. Ele mesmo já havia dito aquilo que foi o maior escândalo para os judeus ao afirmar: “ouvistes o que está escrito, mas eu vos digo” (Mt 5). 

O que estava escrito era uma referência direta a Moisés e as leis. Um famoso rabino estadunidense, Jacob Neusner, falecido em 2016, em seu livro, Um Rabino conversa com Jesus, expõe a essa fissura recorrente entre o judaísmo e o cristianismo. 

Em seu diálogo imaginário com Jesus, Neusner concorda com quase tudo que o Mestre lhe diz. Concorda com os ensinamentos sobre o amor ao próximo e evolui num diálogo bastante promissor, envolvendo inclusive o modo cristão de rezar e a veneração à Virgem Maria. 

Neusner, contudo, reconhece que têm um ponto de inflexão quando Jesus afirma, “ouvistes o que está escrito, mas eu vos digo”!  A este ponto, o Rabino, melancolicamente, despede-se de Jesus, desejando-lhe boa sorte e afirmando que Jesus não era maior que Moisés. Exatamente aqui reside o mistério do discipulado que, tanto aquele Jovem, quanto Neusner, não foram capazes de colher, e é o principal para nós: Jesus é maior que Moisés. Ele nunca escondeu isso, e nós nunca duvidamos. 

Há muitas implicações práticas sobre a afirmação de Jesus, pois não se trata somente de uma disputa figurativa semelhante àqueles que discutiam pelo caminho para saber quem era o maior. É bem mais que isso! É o desvelar teológico de uma esperança há muito sucumbida no coração de Israel, e que pode sucumbir também no nosso. 

Assim, poderíamos enumerar que a lei, os profetas, o culto, os sacrifícios, fizeram parte da esperança do Povo de Deus, mas Jesus não pertence a nenhum deles. Jesus é aquele que de quem os profetas falaram, é o sacrifício perfeito para a nossa salvação e é a Lei vivente. 

Ele tem autoridade sobre tudo e todos. Se Ele diz que a lei não vale mais, então ela não vale. Se Ele diz que a riqueza não é mais sinal das graças de Deus, então elas não é. Se Ele diz que não é pela força, violência e esperteza que se entra no Reino, então é assim mesmo. 

O jovem desiludido não estava disposto e não podia compreender a seriedade do discipulado, por isso deu meia volta e foi embora. 

Com Jesus não podemos mais olhar para o futuro. Ele é o futuro! Nele a história se firmou e se consumou. É isso que muitos teimam em contestar. Ao olhar novamente para lei ou para os sacrifícios humanos como busca de uma graça que Cristo já nos conquistou, comete-se um reducionismo no cerne da própria fé, como já alertou São Paulo: Depois de terem sido libertados pela Graça, desejais novamente voltar a escravidão? 

Para concluir, e encontrar uma saída plausível para ser e fazer discípulo neste tempo, vale o raciocínio de Dostoievsky, em seu livro os Demônios, quando afirma: “Se alguém me provasse que Cristo está fora da verdade, e se realmente ficasse estabelecido que a verdade está fora de Cristo, eu preferiria Cristo à verdade”. Assim somos nós, pois ou Cristo é a verdade ou a verdade não existe. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

São Calisto

São Calisto (A12)
14 de outubro
País:Itália
São Calisto

Calisto nasceu em Roma no século II, num bairro pobre e foi escravo. Trabalhando para um comerciante, fracassou nos negócios e foi obrigado a indenizar o patrão, mas decidiu fugir. Encontrado, foi deportado para a ilha da Sardenha e punido com trabalhos forçados. Porém, foi nesta prisão que sua vida se iluminou.

Nas minas da Sardenha, ele tinha contato direto com os cristãos que também cumpriam penas por causa da sua religião. Ao vê-los suportando o desterro, a humilhação e as torturas sem nunca perder a fé e a esperança, em Cristo, Calisto se converteu.

Depois de alguns anos, Calisto reconquistou sua liberdade e estabeleceu-se na cidade de Anzio, tornando-se diácono. Quando o Papa Zeferino assumiu o governo, chamou o diácono para trabalhar com ele e o nomeou responsável pelos cemitérios da Igreja.

Chamados de catacumbas, estes cemitérios subterrâneos da Via Ápia, em Roma, tiveram importância vital para os cristãos. Além de ali enterrarem seus mortos, as catacumbas serviam também para cerimônias e cultos, principalmente durante os períodos de perseguição.

Com a morte do Papa Zeferino, o clero e o povo elegeram Calisto para substituí-lo. Ele era misericordioso com os pecadores e dizia: "Todo pecado pode ser perdoado pela Igreja, cumpridas as devidas penitências". O Papa Calisto governou por seis anos. Em 222 ele se tornou vítima da perseguição, foi espancado e assassinado durante um confronto entre cristãos e pagãos.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.

Reflexão:

As catacumbas de São Calisto estão entre as maiores e mais imponentes de Roma. Surgiram pela metade do século segundo e fazem parte de um complexo que ocupa uma área de 15 hectares de terreno, com uma rede de galerias de quase 20 quilômetros, em diversos planos, e atingem uma profundidade superior a 20 metros. Nelas encontraram sepultura dezenas de mártires, pontífices e muitíssimos cristãos.

Oração:

Senhor, nosso Deus e Pai dos Mártires, que o sangue derramado pelos mártires da missão, sobretudo nos dias de hoje, seja fonte de vida para o mundo e de libertação para os mais pobres. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF