Translate

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Da cítara da Cruz brota um canto novo

Santa Missa durante Sínodo dos Bispos, em 9 de outubro de 2024.   (Vatican Media)

"O Catecismo da Igreja Católica afirma que nas “últimas palavras da cruz que orar e entregar-se são um só e mesmo ato” (CIgC,2605). Sugere que não existe verdadeira oração sem entrega oblativa e que na entrega de nosso ser, realizamos um ato verdadeiro de oração."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Na mensagem aos membros da Família dos Cartuxos, o Papa Francisco recordava que São Bruno, "consciente de que a caminhada pelas longas estradas da santidade não se concebe sem a obediência à Igreja, mostra-nos também que o verdadeiro caminho no seguimento de Cristo exige o entregar-se nas suas mãos, manifestando no abandono de si um acréscimo de amor". E "no coração do deserto, lugar de prova e de purificação da fé, o Pai conduz os homens por um caminho de despojamento que se opõe a qualquer lógica do possuir, do sucesso e da felicidade ilusória."

Nos aproximamos da abertura do Jubileu 2025, "um tempo no qual se experimenta que a santidade de Deus nos transforma". Ao Povo de Deus foi pedido preparar o evento jubilar com a oração. Para ajudá-lo nesse sentido, foram elaborados alguns cadernos, dentre os quais "Apontamentos sobre a Oração", de autoria dos monges cartuxos - que levam uma "vida escondida com Cristo, como a Cruz silenciosa plantada no coração da humanidade redimida".

No texto, os cartuxos falam do "Canto Novo", tema que inspirou a reflexão desta semana do padre Gerson Schmidt*, intitulada "Da cítara da Cruz brota um canto novo":

"O Dicastério para a Evangelização oferece diversos Cadernos sobre a Oração, preparativa para a celebração do Jubileu 2025. Este ano de 2024 foi proclamado pelo Papa Francisco como o Ano da oração, vivendo a preparação do Jubileu da Esperança do ano que vem.

Depois do ano dedicado à reflexão sobre os documentos e ao estudo dos frutos do Concílio Vaticano II, o Santo Padre anunciou o Ano da Oração já em 21 de janeiro de 2024, por ocasião do Quinto Domingo da Palavra de Deus. Já na sua Carta de 11 de fevereiro de 2022, dirigida ao Pró-Prefeito, a D. Rino Fisichella, para encarregar o Dicastério para a Evangelização do Jubileu, o Papa tinha escrito: «Desde já, apraz-me pensar que o ano que precede o evento jubilar, 2024, possa ser dedicado a uma grande 'sinfonia' de oração. Antes de mais, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, de o escutar e de o adorar». Portanto, no caminho de preparação para o Jubileu, as dioceses são convidadas a promover a centralidade da oração individual e comunitária.

O Dicastério disponibilizou algumas ferramentas úteis para entender melhor e redescobrir o valor da oração. Para além das 38 catequeses sobre a Oração que o próprio Papa Francisco proferiu de 6 de maio de 2020 a 16 de junho de 2021, foi publicada pela Libreria Editrice Vaticana uma coleção de "Apontamentos sobre a Oração". Trata-se de 8 volumes destinados a recolocar no centro a relação profunda com o Senhor, através das múltiplas formas de oração contempladas na rica tradição católica.

O caderno de número 06 – A Igreja em Oração é de contribuição e autoria dos Monges Cartuxos que trazem para nós uma riqueza muito grande. Vamos aprofundar esse caderno em alguns programas. O Papa Francisco introduz esses cadernos sobre a oração, dizendo assim: “agora é o momento de preparar o ano de 2024, que será inteiramente dedicado à oração. De fato, em nosso tempo sentimos, cada vez mais forte, a necessidade de uma verdadeira espiritualidade, capaz de responder às grandes indagações que surgem diariamente em nossa vida, provocadas por um cenário mundial não exatamente tranquilo... (  ). Neste ano, somos convidados a nos tornar mais humildes e a abrir espaço à oração que brota do Espírito Santo. É ele quem sabe colocar em nossos corações e em nossos lábios as palavras certas para sermos ouvidos pelo Pai. A oração no Espírito Santo é a que nos une a Jesus e nos permite aderir à vontade do Pai. O Espírito Santo é o Mestre interior que indica o caminho a seguir; graças a Ele, a oração de uma só pessoa pode se tonar oração de toda a Igreja e vice-versa”.

Os monges cartuxos falam do “Canto Novo” que Jesus cantou durante toda a sua vida, mas o entoou de maneira perfeita e plena quando, fazendo-se acompanhar pela cítara da cruz, disse: “Pai, em tuas mãos eu entrego o meu Espírito”.  O Catecismo qualifica esse grito e canto de Jesus, dizendo que “todas as misérias da humanidade de todos os tempos, escrava do pecado e da morte, todos os pedidos e intercessões da história da salvação estão recolhidos neste grito do Verbo encarnado” (CIgC,2606). Os cartuxos, em seu rico subsídio sobre a oração, referendam o autor Francois-Xavier Durrwell, que afirma: “Quando chega a hora de passar deste mundo para o Pai, Jesus, com todo o seu ser, torna-se Ele mesmo oração, Ele, o filho é todo voltado para Deus. Páscoa de morte e ressurreição é o mistério de Jesus transformado em oração”[1]. O Catecismo da Igreja Católica afirma que nas “últimas palavras da cruz que orar e entregar-se são um só e mesmo ato” (CIgC,2605). Sugere que não existe verdadeira oração sem entrega oblativa e que na entrega de nosso ser, realizamos um ato verdadeiro de oração.

O mesmo autor mencionado, em outro de seu livro “El Espíritu Santo em la Iglesia”, aprofunda ainda mais essa entrega de Cristo transformada em oração oblativa: “o Mistério da Cruz gloriosa é o mistério trinitário tornado interior ao mundo. Só na morte gloriosa de Jesus e, em nenhum outro lugar, o Espírito esteve tão presente no mundo; nunca antes o Espírito fora dado da maneira como se derramou na morte gloriosa: ‘Ainda não havia o Espírito, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado’(Jo 7,39)”.

Os monges escrevem: “O lado transpassado do Corpo Pascal de Jesus, de seu corpo crucificado e ressuscitado, do qual ‘imediatamente’ brotam ‘sangue e água’, é a única Fonte do Espírito. E o espírito é aquele que nos ensina a orar, porque ‘Deus enviou aos nossos corações seu filho que clama Abbá Pai’ e Ele intercede em nosso favor com gemidos inexprimíveis, suprindo nossa incapacidade de orar como convém (Rm 8,26)”[2]. A experiência diária que fazemos de nossa fraqueza que nunca termina nos dispõe a viver em total dependência da misericórdia do Pai, a receber tudo, literalmente tudo, dele. “Como o Filho, o cordeiro imolado e ressuscitado, também nós carregamos eternamente as nossas feridas, sinais da nossa fraqueza e da nossa morte. Mas, sobretudo, sinais da nossa ressurreição. Porque, como foi para Ele, assim também para nós, por meio das nossas feridas que a Glória do Pai pode ser derramada em nossa carne e em nossa vida”. É como dizia Paulo VI: O amor até a doação da vida, até o fim (Jo 13,1) é o “cântico novo” que o noivo ensina à sua noiva. É o cântico que Cristo doou à sua Igreja.

Cada um de nós está destinado não apenas a ser uma “pessoa de oração”, mas a “tornarmo-nos oração”, como se disse de São Francisco, que “não era tanto um homem que ora, mas sim todo ele transformado em oração viva”[3]."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
____________________

[1] Monges Cartuxos – A Igreja em Oração – Cadernos sobre a Oração 6, p. 34.
[2] Idem, 35.
[3] CELANO, Tomás de. Vita seconda, LXI, 95. In: Monges Cartuxos – A Igreja em Oração – Cadernos sobre a Oração 6, p. 23.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 15 de outubro de 2024

A comunicação silenciosa entre as plantas

Crédito: Getty Images

A comunicação silenciosa entre as plantas

Author: Sven Batke

Role: The Conversation*

12 outubro 2024

Pela manhã, minha filha de seis anos entrou no nosso quarto e começou a ler uma história de um livro. Ela leu palavra por palavra em cada página, formando lentamente frases completas. Às vezes, ela tropeçava e pedia ajuda com algumas "palavras engraçadas" — mas, quando o livro acabou, ela havia nos contado uma história sobre um urso na neve.

A comunicação verbal é uma das muitas razões pelas quais os seres humanos se tornaram tão bem-sucedidos como espécie. Desde alertar uns aos outros sobre perigos até comunicar informações complexas, nossa capacidade de falar tem sido crucial.

Mas não são apenas os seres humanos e outros animais que desenvolveram uma comunicação sofisticada. Muitas pessoas pensam nas plantas como seres passivos, mas elas têm sua própria maneira de interagir umas com as outras. Esta ideia já existe há algum tempo, tendo inspirado até mesmo filmes de Hollywood, como Avatar.

Mas a ciência recente está mostrando que os sistemas de comunicação das plantas podem ser mais complexos do que imaginávamos.

Estas redes de comunicação são sensíveis e estão em equilíbrio. Imagine o quão afetado nosso mundo seria se os sistemas de rede global sofressem uma pane de repente.

Os recentes apagões cibernéticos da CrowdStrike são apenas um exemplo de como estes sistemas são delicados e de como a comunicação é importante — e este também é o caso das plantas.

Para entender como organismos que não conseguem falar transmitem informações uns aos outros, é importante compreender que os seres humanos também têm um sistema de comunicação não verbal. Isso inclui nossos sentidos de visão, olfato, audição, paladar e tato.

Por exemplo, as empresas de gás natural adicionam uma substância química chamada mercaptano ao gás natural, dando a ele aquele cheiro característico de "ovo podre" para nos alertar sobre vazamentos. Pense também em como desenvolvemos a linguagem de sinais, enquanto muitas pessoas são hábeis em leitura labial.

Além destes sentidos, também temos a equilibriocepção (a capacidade de manter o equilíbrio e a postura corporal), a propriocepção (a percepção da posição relativa e da força das partes do nosso corpo), a termocepção (a sensação de mudanças de temperatura) e a nocicepção (a capacidade de sentir dor). Todas estas habilidades permitiram que os seres humanos se tornassem altamente sofisticados na comunicação e no envolvimento com o mundo natural.

Outras espécies, particularmente as plantas, usam seus sentidos para espalhar informações à sua própria maneira.

O que os vizinhos estão fazendo?

A maioria de nós está familiarizada com o cheiro de grama recém-cortada. Os voláteis, ou substâncias químicas, liberados pela grama, que associamos a este cheiro, são uma maneira de comunicar a outras plantas próximas que um predador — ou, neste caso, um cortador de grama — está presente, provocando um ajuste nas defesas das plantas.

Em vez de usar sinais auditivos, as plantas utilizam uma comunicação induzida por substâncias químicas. Mas a comunicação das plantas não se restringe aos voláteis.

Recentemente, cientistas descobriram quão bem conectadas as plantas são — e com que eficiência são capazes de enviar mensagens para seus pares por meio de suas raízes, sinais elétricos, uma rede subterrânea de fungos e micróbios do solo. O sistema de patrulha da vizinhança das plantas foi descoberto.

Por exemplo, a eletrofisiologia é uma área científica relativamente nova que estuda como os sinais elétricos dentro e entre as plantas são comunicados e interpretados.

Com os grandes avanços no setor de tecnologia e inteligência artificial (IA), observamos um crescimento acelerado e significativo nesta área de pesquisa nos últimos anos.

Os cientistas podem estar prestes a fazer descobertas notáveis, com avanços recentes que integram a comunicação de sinais elétricos dentro e entre as plantas em estufas modernas para monitorar e controlar a irrigação de plantações ou detectar deficiências nutricionais.

Os cientistas conseguem isso inserindo pequenas sondas elétricas, semelhantes a agulhas de acupuntura, para testar como mudanças nos sinais elétricos se relacionam com o desempenho da planta, como o transporte de água, nutrientes e a conversão de luz em açúcares importantes.

Os pesquisadores chegaram a influenciar o comportamento das plantas enviando sinais elétricos a partir de telefones celulares, fazendo com que elas executassem respostas básicas, como abrir ou fechar as folhas em uma planta carnívora.

Grande parte da comunicação entre as plantas acontece no subsolo, facilitada por grandes redes de fungos conhecidas como 'rede global florestal' ou 'internet das árvores' (Crédito: Getty Images)

Em breve, poderemos ser capazes de traduzir completamente a linguagem das nossas plantas.

Grande parte da comunicação entre as plantas acontece no subsolo, facilitada por grandes redes de fungos conhecidas como "wood wide web" — "rede global florestal", em tradução livre, uma analogia à world wide web (www), a rede digital que permite usufruir do conteúdo transferido pela internet.

Esta rede de fungos conecta árvores e plantas no subsolo, permitindo que compartilhem recursos como água, nutrientes e informações. Por meio deste sistema, árvores mais velhas podem ajudar as mais novas a crescer, e as árvores podem avisar umas às outras sobre ameaças, como pragas.

É como uma internet subterrânea para árvores e plantas, ajudando-as a se apoiar e se comunicar umas com as outras. A rede é extensa — acredita-se que mais de 80% das plantas estejam conectadas —, o que faz dela um dos sistemas de comunicação mais antigos do mundo.

Assim como a internet nos permite conectar, compartilhar ideias, conhecimento e informações que podem influenciar a tomada de decisões, a wood wide web permite que as plantas usem fungos simbióticos para se preparar para as mudanças ambientais.

No entanto, perturbar o solo por meio do uso de produtos químicos, do desmatamento ou das mudanças climáticas pode interromper os nós de comunicação, ao afetar os ciclos de água e nutrientes nessas redes, tornando as plantas menos informadas e conectadas. Ainda não foram realizadas muitas pesquisas sobre os efeitos da interrupção dessas redes.

Mas sabemos que o comportamento responsivo das plantas, como as respostas de defesa e a regulação dos genes, pode ser alterado por sua rede de fungos se elas estiverem conectadas a uma.

Portanto, esta desconexão da comunicação pode torná-las mais vulneráveis, dificultando a proteção e a restauração de ecossistemas ao redor do mundo. Ainda há muita coisa que os cientistas precisam aprender sobre essas redes altamente complexas.

Sabemos que é importante ajudar as crianças a aprender a ler para que elas possam navegar pelo mundo ao seu redor. Isso é tão importante quanto garantir que não desconectemos a comunicação das plantas. Afinal, dependemos das plantas para nosso bem-estar e sobrevivência.

* Sven Batke é chefe do departamento de pesquisa e intercâmbio de conhecimento e professor de ciência botânica na Universidade Edge Hill, no Reino Unido.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c206g47157yo

Jogar traz mais benefícios do que apenas diversão

Zamrznuti tonevi | Obturador

Karen Hutch - postado em 15/10/24

Você sabia que brincar não é apenas uma atividade para crianças e para diversão? Tem muito mais benefícios do que você imagina, explica o Dr. Stuart Brown.

Com certeza você se lembra daqueles momentos da sua infância em que saía para brincar com os amigos qualquer jogo de bola, o típico “esconde-esconde”, o jogo de “pega-pega” e inúmeras brincadeiras que aumentam a criatividade de cada pessoa. Sem dúvida, brincar traz grandes benefícios para o desenvolvimento das crianças e para a saúde dos adultos. 

Isto é explicado pelo Doutor Stuart Brown numa palestra TED, proferida em 2008 e que ainda é muito relevante, pois dedicou extensos anos de investigação a esta área. O Doutor dedica-se, entre outras coisas, a promover este tipo de atividades, principalmente nesta época em que muitos trocaram a bola por um tablet , o escorregador por uma cadeira de jogador e a vista de um parque pela vista de um ecrã de plasma. . 

Além da diversão

Obturador

Muitos adultos pensam que brincar e se divertir é só para crianças. No entanto, o Dr. Brown explicou que quando jogamos, ocorre um grande impacto em nosso cérebro. Brincar traz uma série de benefícios psicológicos que influenciam a aprendizagem da criança, bem como sua adaptação e desenvolvimento como indivíduo e membro da sociedade. 

Tipos de jogos

Stuart propõe uma categorização para jogos, sejam eles para adultos ou crianças. As categorias são as seguintes:

1 - Jogo violento

Isso inclui jogos de esquiva, bem como caça ao tesouro ou jogos de força com corda, entre outros. Através dessas atividades há maior regulação emocional, domínio cognitivo e físico. 

2 - Jogo ritual

Refere-se a esportes que possuem regras e estrutura. A vantagem desses jogos é que aprendemos a trabalhar em equipe com outras pessoas para planejar uma estratégia e atingir o objetivo. 

3 - O jogo imaginativo

Nesta categoria podemos encontrar atividades como: colorir, pintar, artesanato, inclui ainda oratória e comédia, onde você deve improvisar. Esses tipos de hobbies estimulam a criatividade no cérebro e aumentam a capacidade de imaginação. 

4 - Jogo corporal

Nesta categoria encontramos jogos que têm a ver com a gravidade, ou seja, atividades como caminhadas, atividades aquáticas como mergulho com snorkel ou simplesmente dançar. 

5 - Brinque com objetos

Como o próprio nome indica, são jogos que envolvem a manipulação de algum material, por exemplo o xadrez, a construção com Lego , um jogo de tabuleiro como o Jenga , a construção de abrigos para brincar, entre muitos outros. Desta forma trará benefícios cognitivos, concentração e coordenação. 

Como voltar a jogar como adultos?

Drazen Zigic | Obturador

1 - Encontre um hobby que você goste

Você pode experimentar um esporte ou atividade artística; Lembre-se que existem centenas de opções, vale a pena mudar até encontrar aquela que mais gosta de fazer. 

2 - Dê um passeio descalço

Especialistas apontam que andar descalço, assim como fazem as crianças, seja no jardim ou em algum lugar de sua preferência, favorece a saúde mental e psicológica. Graças às diferentes texturas que pode sentir nos pés. 

Você pode até fazer uma atividade com seus filhos como pintar com os pés; Tudo que você precisa é de papel branco e tintas acrílicas. Eles passarão ótimos momentos de diversão e estimulação cerebral. 

3 - Dance como se ninguém te visse

Você pode colocar sua playlist preferida e dar ritmo aos seus passos, seja sozinho, com a família ou com o parceiro; Esta é uma ótima maneira de aliviar o estresse, fazer exercícios e também se divertir. Lembre-se que você não precisa ser dançarino profissional, apenas dance! 

Como você vê, existem muitas maneiras de se divertir e ao mesmo tempo cuidar da saúde física e emocional e estimular a mente.

Fonte: https://es.aleteia.org/2024/10/15/jugar-tiene-mas-beneficios-que-solo-la-diversion

10 Conselhos de São Josemaria para os professores

15 de outubro - Dia do Professor (Opus Dei)

São Josemaria dizia que “é grande e formosa a tarefa docente” e que é uma “profissão nobilíssima e da máxima importância”. Oferecemos alguns conselhos que dava a professores.

14/10/2024

1. Fazem falta mestres e professores que saibam ensinar perfeitamente as ciências e as artes humanas, infundindo ao mesmo tempo no ânimo dos alunos um profundo sentido cristão da vida. (Carta 5, 6).

2. Tiveste a grande sorte de encontrar mestres de verdade, amigos autênticos, que te ensinaram sem reservas tudo quanto quiseste saber; não precisaste de artimanhas para lhes “roubar” a sua ciência, porque te indicaram o caminho mais fácil, embora a eles lhe tenha custado duro trabalho e sofrimentos descobri-lo… Agora, toca-te a ti fazer outro tanto, com este, com aquele, com todos!. (Sulco, 733)

3. Professor: que te entusiasme fazer compreender aos alunos, em pouco tempo, o que a ti te custou horas de estudo chegar a ver com clareza. (Sulco, 229)

4. O desejo de “ensinar”, e “ensinar com toda a alma”, cria nos alunos um agradecimento que constitui terreno idôneo para o apostolado. (Sulco, 230)

5. Não esqueças que antes de ensinar é preciso fazer. - "Coepit facere et docere", diz de Jesus Cristo a Sagrada Escritura: começou a fazer e a ensinar. Primeiro, fazer. Para que tu e eu aprendamos. (Caminho, 342)

6. É urgente, dizia, formar bons mestres e professores, com um preparo profundo: com ciência humana, com conhecimentos pedagógicos, com doutrina católica e com virtudes pessoais; e que– pelos seus próprios méritos, pelo seu esforço pessoal – cheguem prestigiosamente a todos os ambientes do ensino. (Carta 5, 4)

7. Faz falta, numa palavra, que haja muitos que saibam fazer da sua profissão um instrumento de progresso civil e um instrumento de santificação para si mesmos e para os demais, com abnegação, com espírito de serviço e com entusiasmo humano; que, ao exercitarem sua nobre tarefa docente nos mais variados setores da ciência, dirigidos pela fé, possam repetir aquelas palavras da Sabedoria: eu estudei lealmente, e reparto sem inveja, e não escondo a riqueza que ela encerra. (Carta 5, 4)

8. No entanto – deixai-me que insista mais uma vez –, toda essa tarefa que nos espera no campo do ensino não poderá ser eficaz se não se apoia também num sólido prestígio profissional. Daí a obrigação grave – de todos os que se dedicam a esse trabalho – de tomar providências para melhorar a formação científica e didática: com um estudo sério e intenso. (Carta 5, 14)

9. Filhas e filhos queridíssimos, o labor apostólico que nos espera no campo do ensino é imenso e urgente. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre uma montanha, nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. (Carta 5, 31)

10. No entanto – deixai-me que insista mais uma vez –, toda essa tarefa que nos espera no campo do ensino não poderá ser eficaz se não se apoia também num sólido prestígio profissional. Daí a obrigação grave – de todos os que se dedicam a esse trabalho – de tomar providências para melhorar a formação científica e didática: com um estudo sério e intenso. (Carta 5, 14)

Leia a Carta nº 5 de São Josemaria sobre a missão do Opus Dei e dos leigos cristãos no campo da educação e do ensino.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/10-conselhos-de-sao-josemaria-para-os-professores/

Das Obras de Santa Teresa de Jesus, virgem

Santa Teresa D'Ávila (liturgiadashoras)

Das Obras de Santa Teresa de Jesus, virgem

(Opusc. De libro vitae, cap.22,6-7.14)            (Séc. XVI)

Lembremo-nos sempre do amor de Cristo

Com tão bom amigo presente, com tão esforçado chefe, tudo se pode sofrer. Serve de ajuda e dá reforço; a ninguém falta. É amigo verdadeiro. Sempre tenho visto claramente que, para contentarmos a Deus e para que nos faça ele mercês, quer que seja por intermédio desta humanidade sacratíssima, na qual declarou Sua Majestade ter posto suas complacências. 

É o que muitíssimas vezes e muito bem tenho visto por experiência, e também mo disse o Senhor. Tenho compreendido claramente que por esta porta havemos de entrar, se quisermos que nos mostre grandes segredos a soberana Majestade. De modo que não se queira outro caminho, ainda que se esteja no cume da contemplação. Por aqui se vai seguro. É por meio deste Senhor nosso que nos vêm todos os bens. Ele ensinará o caminho: contemplemos sua vida, porque não há modelo melhor. 

O que mais queremos, do que ter a nosso lado tão bom amigo, que não nos deixará nos trabalhos e nas tribulações, como fazem os amigos deste mundo? Bem-aventurado quem o amar de verdade e sempre o trouxer junto de si. Olhemos o glorioso São Paulo de cujos lábios, por assim dizer, não saía senão o nome de Jesus, tão bem gravado o tinha no coração. Desde que entendi isto, tenho considerado atentamente alguns santos, grandes contemplativos, tais como São Francisco, Santo Antônio de Pádua, São Bernardo, Santa Catarina de Sena. Com liberdade havemos de andar neste caminho, entregues às mãos de Deus. Se Sua Majestade quiser elevar-nos à categoria de seus íntimos e confidentes dos seus segredos, vamos de boa vontade. 

Quando pensarmos em Cristo, sempre nos lembremos do amor com que nos concedeu tantas graças e da grande ternura que nos testemunhou em nos dar tal penhor do muito que nos ama, pois amor pede amor. Procuremos sempre ir considerando estas verdades e estimulando-nos a amar. Porque, uma vez que nos conceda o Senhor a graça de que este amor nos seja impresso no coração, tudo nos será mais fácil: faremos grandes coisas muito depressa e com pouco trabalho.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

A popularidade do Papa diminui nos 6 países mais populosos da América Latina

O Papa Francisco Já Foi Uma Figura Muito Popular Na América Latina, Agora Ele Está Vendo Um Declínio Em Sua Preferência Foto: Pew Research Center

O Papa Francisco enfrenta uma mudança de atitude na América Latina e nos Estados Unidos em 2024.

13 DE OUTUBRO DE 2024

Por JORGE ENRIQUE MÚJICA

(ZENIT News / Roma, 13.10.2024).- Uma década depois de sua eleição como Papa, Francisco, que já foi uma figura muito popular na América Latina, vê agora um declínio em sua favorabilidade entre o público da região, de acordo com um recente Pesquisa de 2024 do Pew Research Center. A pesquisa, que coletou dados da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, destaca tanto o declínio do apoio quanto o aumento das críticas ao pontífice nascido na Argentina.

Brasil e México ainda estão quentes, mas esfriando

Em dois dos maiores países católicos da região, Brasil e México, o Papa Francisco continua relativamente popular, com 68% dos adultos a expressarem uma opinião favorável sobre ele. No entanto, estes números representam um declínio em comparação com as ondas iniciais de entusiasmo que acompanharam os seus primeiros anos como papa. Esta tendência de declínio do apoio é consistente em toda a região, onde as opiniões positivas diminuíram acentuadamente ao longo da última década. 

A recepção dividida no Chile

O Chile se destaca pela ambivalência em relação a Francisco. Apenas metade dos entrevistados chilenos tem uma opinião favorável do Papa, com 48% expressando opiniões positivas e 36% tendo opiniões negativas. Embora as opiniões favoráveis ​​ainda superem as desfavoráveis, a recepção morna do Papa no Chile é notável em comparação com outras nações latino-americanas.

Uma diminuição significativa na Argentina

A mudança mais surpreendente vem da terra natal de Francisco, a Argentina. Em 2013-2014, esse número caiu para 64% em 2024. Este declínio acentuado sugere que, mesmo na sua terra natal, o vínculo outrora forte do Papa com o público diminuiu significativamente, refletindo uma insatisfação mais ampla ou uma desconexão com a sua liderança.

Mais críticas, menos neutralidade

Na América Latina, surgiram duas grandes mudanças na opinião pública desde o início do papado de Francisco: um aumento nas opiniões desfavoráveis ​​e uma redução naqueles que permanecem neutros ou não o conhecem. No México, por exemplo, a proporção de adultos que expressam uma opinião negativa sobre o Papa triplicou desde 2013 (27% contra 9%). Entretanto, o número de pessoas que não estão familiarizadas com o papa ou que não têm certeza da sua opinião diminuiu significativamente, à medida que a presença global de Francisco se consolidou.

Católicos versus protestantes: um fosso crescente

Apesar do declínio geral, os católicos latino-americanos ainda veem o Papa Francisco de forma mais favorável do que outros grupos religiosos, como os protestantes ou os não afiliados religiosamente. Contudo, a proporção de católicos com uma opinião positiva também está a diminuir. A popularidade inicial do papa entre as denominações está a diminuir, e os adultos protestantes e não religiosos estão cada vez mais cépticos em relação à sua liderança.

Apoio estável, mas mutável nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, o Papa Francisco mantém um índice de aprovação de 57% entre os adultos, semelhante aos números registados em 2013. A sua aprovação atingiu o pico em 2015 e 2017, quando 70% dos americanos o viam de forma positiva, mas a sua posição diminuiu nos últimos anos.

As tendências observadas na América Latina refletem-se nos Estados Unidos, onde as opiniões desfavoráveis ​​sobre o Papa quase duplicaram desde 2018. Além disso, menos pessoas relatam que não ouviram falar do Papa ou que têm dúvidas sobre ele, indicando que o The American O público está cada vez mais polarizado nas suas opiniões sobre o pontífice.

A afiliação religiosa continua a desempenhar um papel nestas opiniões. Os católicos nos Estados Unidos (75%) têm muito mais probabilidade de ter uma opinião favorável do Papa Francisco do que os protestantes (51%) ou aqueles sem filiação religiosa (56%).

O que está por trás das mudanças?

Embora o relatório do Pew Research Center não se aprofunde nas causas destas mudanças, os dados refletem a evolução das atitudes em relação ao Papa, à medida que a sua liderança enfrenta desafios globais e questões divisivas. Parte do declínio pode dever-se às posições do papa sobre questões controversas, como as alterações climáticas, a migração e a justiça social, que suscitaram elogios e críticas. Em regiões como a América Latina, onde o catolicismo está profundamente interligado com a cultura e a política, as mudanças no sentimento público em relação às figuras religiosas podem ser influenciadas por fatores sociais e económicos mais amplos.

Apesar destas flutuações, o Papa Francisco continua a ser um líder moral e espiritual de importância global. No entanto, o declínio da sua popularidade sugere que a outrora ampla onda de entusiasmo que saudou o seu papado deu lugar a perspectivas mais matizadas, e por vezes críticas, sobre o seu papel e influência.

À medida que o mundo observa as próximas fases do seu papado, será revelador ver se esta tendência descendente continua ou se o Papa poderá reacender o calor que outrora desfrutou na região que há muito tempo é o coração do catolicismo.

Jorge Henrique Mujica

Fonte: https://es.zenit.org/2024/10/13/decae-la-popularidad-del-papa-en-los-6-paises-mas-poblados-de-latinoamerica/

Santa Teresa D'Ávila

Santa Teresa D'Ávila (A12)
15 de outubro
País: Espanha (Gotarrendura)
Santa Teresa D'Ávila

Nascida no dia 28 de março de 1515, foi educada com os irmãos dentro do exemplo e dos princípios cristãos. Seu amor ao Cristo a fez planejar fugir de casa aos sete anos, para entregar-se ao martírio. Na adolescência, Teresa afastou-se um pouco da vida exemplar e apegou-se as vaidades humanas. Seu pai a conduziu então para estudar no colégio das agostinianas, mas uma grave doença a obrigou a voltar para casa.

Neste período, pela primeira vez, Teresa passou por experiências espirituais e, com vinte anos, decidiu se tornar religiosa. Desta vez fugiu com sucesso para morar no Convento Carmelita de Ávila. Vivia atormentada por pensamentos e tentações. Após outro período de doença grave, Teresa concluiu que era hora de converter-se de verdade e empregou todas as forças do coração em sua definitiva vivência da religião, tomando o nome de Teresa de Jesus.

Aos trinta e nove anos, ocorreu sua plena conversão. Pequena e sempre adoentada, ninguém entendia como conseguia subir e descer montanhas para percorrer os conventos da Espanha. Em 1560, teve a inspiração de um novo Carmelo, onde se vivesse sob as regras originais. Dois anos depois, fundou o primeiro convento das Carmelitas Descalças da Regra Primitiva, em Ávila.

Apesar de toda esta atividade, ainda encontrava espaço para transmitir ao mundo suas reflexões e experiências místicas. Registrou toda sua vida e espiritualidade mística em livros como: "O Caminho da Perfeição", "As Moradas", "A Autobiografia", e outros.

Doente, morreu no dia 04 de outubro de 1582, aos sessenta e sete anos. O Papa Paulo VI, em 1970, proclamou Santa Teresa D'Ávila, Doutora da Igreja, a primeira mulher a obter este título.

Colaboração: Nathália Lima

Reflexão:

Nada podemos saber, falar ou escutar da oração que não seja algo vivido ou experimentado. Em Teresa, mestra da oração, é estreita e forte a relação entre experiência e oração. Sua vida de oração foi determinada por grandes momentos: o encontro espontâneo com Deus, intercalando-se por um tempo de oração difícil e de relações tensas, e que se encerra em um encontro acalentador e plenificante.

Oração:

Senhor Deus de bondade, ajudai-nos a repetir com Santa Teresa a oração que brota da relação amorosa com Deus e viver nossa vida como verdadeiros herdeiros do Reino de Deus. Por Cristo nosso Senhor. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

Papa: Cântico das Criaturas, um grande ensinamento sobre o cuidado da criação

O afresco da Pregação aos Pássaros, das Histórias de São Francisco, na Basílica Superior de Assis | Vatican News

Por ocasião da XXIV Semana da Língua Italiana no Mundo, a Embaixada da Itália junto à Santa Sé, em colaboração com o Pátio dos Gentios, organizou um evento para estudar e celebrar o oitavo centenário da famosa composição de São Francisco de Assis. O cardeal Ravasi: não vamos perder a nossa admiração pela criação.

Fausta Speranza - Vatican News

É necessário continuar “o trabalho de conscientização no cuidado da criação”, “há um grande ensinamento naquela oração que há oito séculos nunca deixou de bater e que São Francisco compôs no final de sua vida”. Foi assim que o Papa Francisco, através da mensagem enviada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, expressou encorajamento pela iniciativa que aconteceu na manhã desta terça-feira (15/10) na sede da Embaixada da Itália junto à Santa Sé, 800 anos após a redação do Cântico das Criaturas por São Francisco.

Os fundamentos da língua italiana

O evento foi desejado pelo embaixador Francesco Di Nitto para o aniversário especial, mas também por ocasião da XXIV Semana da Língua Italiana no Mundo, uma vez que o Cântico constitui a base do desenvolvimento da língua italiana, além de ser um símbolo da proteção da criação. A iniciativa foi realizada em colaboração com o Pátio dos Gentios e sob o patrocínio do Comitê Nacional para a celebração do 8º centenário da morte de São Francisco de Assis.

Os palestrantes

O eco da riqueza cultural e espiritual do Cântico das Criaturas ao longo dos séculos foi revivido no discurso do cardeal Gianfranco Ravasi, presidente emérito do Pontifício Conselho para a Cultura, e no de Roberto Antonelli, presidente da Accademia Nazionale dei Lincei. A profundidade poética emergiu nas palavras de Davide Rondoni, presidente do Comitê Nacional para as celebrações do oitavo centenário da morte de São Francisco de Assis.

O encontro foi realizado no Palazzo Borromeo e moderado pela jornalista Grazia Serra | Vatican Media

Do Cântico, uma visão positiva da natureza

Entre outros, o cardeal Ravasi citou referências dos Salmos que foram as fontes de inspiração para o Cântico. Em um admirável percurso de referências e curiosidades, o cardeal deu o sentido daquele horizonte cósmico no qual as criaturas são as “letras da criação”, que é, portanto, como um livro aberto. Ele citou o Salmo 104, explicando que talvez não esteja entre as fontes diretas do Cântico, mas enfatizando que ele representa um dos mais admiráveis “cânticos das criaturas” bíblicas. E recordou o conceito subjacente que emerge, em particular, dos versículos 13,5 do Livro da Sabedoria e que encontra eco em São Francisco: a palavra é impotente para expressar a grandeza de Deus, mas a partir da beleza das criaturas cósmicas se ascende ao criador.

O Cântico, portanto, louvor a Deus e às suas criaturas, que se desdobra com intensidade e vigor em suas obras, torna-se também um hino à vida. O cardeal Ravasi também enfatizou como a oração de São Francisco é permeada por uma visão positiva da natureza, uma vez que a imagem do Criador se reflete na criação. Daí o senso de fraternidade entre o homem e toda a criação, que é muito diferente do contemptus mundi, ou seja, o desapego e o desprezo pelo mundo terreno, marcado pelo pecado e pelo sofrimento, típico de outras tendências religiosas medievais. Assim, a criação se torna um meio grandioso de louvar ao Criador. E esse sentimento de admiração diante da natureza deve ser preservado hoje, recomendou o cardeal, enfatizando a importância de não perder a admiração e as maravilhas da criação.

A participação do cardeal Ravasi | Vatican Media

Um texto literário refinado e não ingênuo

O presidente Antonelli falou sobre a escrita e o valor literário do texto do Santo de Assis, também conhecido como Cântico do Irmão Sol. Ele lembrou que a simplicidade do sentimento expresso é refletida por uma sintaxe simples, mas também explicou que os versos são agrupados em pequenos blocos facilmente reconhecíveis, diferenciados tematicamente. A questão é que a homogeneidade desses blocos é garantida por dispositivos formais calculados que - ele enfatizou - os críticos modernos reabilitaram como refinados e cuidadosos, não ingênuos como se pensava na era romântica. Entre outras considerações, Antonelli lembrou como estudos recentes esclareceram a raiz da Úmbria de termos que até recentemente eram interpretados como francesismos. Um exemplo da profundidade cultural que, 800 anos depois, continua a fascinar e desafiar.

Um hino à fraternidade

Rondoni enfatizou, por sua vez, o apelo de São Francisco ao valor de uma humanidade que deve permanecer tal, recusando-se a reduzir as pessoas a usuários de tecnologia e preservando o senso de fraternidade que o santo experimentou em sua própria pele e que conota precisamente o humano. O texto do Cântico, explicou, "foi acompanhado de música, composta pelo próprio Francisco, e agora perdida, mas mantém seu valor poético, particularmente na forma de ’prosa rítmica assonante”. O Cântico, portanto, disse Rondoni, também sugere que não se pode renunciar à riqueza poética.

O manuscrito litúrgico iluminado do século XIII, exibido para a ocasião pela BAV | Vatican Media

O manuscrito litúrgico da Biblioteca do Vaticano

Por ocasião do encontro, a Biblioteca Apostólica Vaticana colocou à disposição para exibição no Palazzo Borromeo um precioso manuscrito litúrgico do século XIII, no qual uma extraordinária miniatura faz referência a dois momentos fundamentais da vida de São Francisco de Assis: o sermão aos pássaros e os estigmas. Uma escolha diferente, comparada à hipótese de expor uma cópia do Cântico, desejada pelo prefeito Mauro Mantovani, para dar um sentido ao desenvolvimento cultural que tomou vida a partir do próprio Cântico, e ilustrada pela diretora do Departamento de Manuscritos, Claudia Montuschi.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Cardeal You: ainda vale a pena ser padre, somos chamados a ser felizes

Cardeal You (Presbíteros)

Cardeal You: ainda vale a pena ser padre, somos chamados a ser felizes

22 de abril de 2024

L’Osservatore Romano conversa com o prefeito do Dicastério para o Clero em vista do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no domingo, 21 de abril

Em vista do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, no domingo, 21 de abril, o L’Osservatore Romano fez algumas perguntas ao cardeal prefeito do Dicastério para o Clero, Lazarus You Heung-sik.

O que é uma vocação?

Antes de pensar em qualquer aspecto religioso ou espiritual, eu diria o seguinte: a vocação é essencialmente o chamado para ser feliz, para tomar a vida em suas próprias mãos, para realizá-la plenamente e não desperdiçá-la. Esse é o primeiro desejo que Deus tem para cada homem e mulher, para cada um de nós: que nossa vida não se apague, que não seja desperdiçada, que brilhe em sua melhor forma. E, por isso, Ele se fez próximo em Seu Filho Jesus e quer nos atrair para o abraço de Seu amor; assim, graças ao Batismo, nos tornamos parte ativa dessa história de amor e, quando nos sentimos amados e acompanhados, nossa existência se torna um caminho para a felicidade, para uma vida sem fim. Um caminho que se encarna e se realiza em uma escolha de vida, em uma missão específica e em muitas situações cotidianas.

Mas como se reconhece uma vocação e qual é a sua relação com os desejos?

Sobre esse assunto, a rica tradição da Igreja e a sabedoria da espiritualidade cristã têm muito a nos ensinar. Para sermos felizes – e a felicidade é a primeira vocação compartilhada por todos os seres humanos – é necessário que não cometamos erros em nossas escolhas de vida, pelo menos as fundamentais. E os primeiros sinais de trânsito a serem seguidos são justamente nossos desejos, o que sentimos em nosso coração ser bom para nós e, por meio de nós, para o mundo ao nosso redor. No entanto, todos os dias experimentamos como nos enganamos, porque nossos desejos nem sempre correspondem à verdade de quem somos; pode acontecer que sejam fruto de uma visão parcial, que surjam de feridas ou frustrações, que sejam ditados por uma busca egoísta de nosso próprio bem-estar ou, ademais, às vezes chamamos de desejos o que na realidade são ilusões. Então é necessário discernimento, que é basicamente a arte espiritual de entender, com a graça de Deus, o que devemos escolher em nossa vida. O discernimento só é possível se ouvirmos a nós mesmos e ouvirmos a presença de Deus em nós, superando a tentação muito atual de fazer com que nossos sentimentos coincidam com a verdade absoluta. É por isso que o Papa Francisco, no início das catequeses de quarta-feira dedicadas ao discernimento, nos convidou a enfrentar o esforço de cavar dentro de nós mesmos e, ao mesmo tempo, não esquecer a presença de Deus em nossas vidas. Eis que uma vocação é reconhecida quando colocamos nossos desejos profundos em diálogo com o trabalho que a graça de Deus realiza em nós; graças a esse confronto, a noite de dúvidas e questionamentos vai se dissipando e o Senhor nos faz entender qual caminho seguir.

Esse diálogo entre as dimensões humana e espiritual está cada vez mais no centro da formação dos sacerdotes. Em que ponto estamos?

Esse diálogo é necessário e, às vezes, talvez o tenhamos negligenciado. Não devemos correr o risco de pensar que o aspecto espiritual pode se desenvolver separadamente do aspecto humano, atribuindo assim uma espécie de “poder mágico” à graça de Deus. Deus se fez carne e, portanto, a vocação para a qual nos chama está sempre encarnada em nossa natureza humana. O mundo, a sociedade e a Igreja precisam de sacerdotes que sejam profundamente humanos, cuja característica espiritual possa ser resumida no mesmo estilo de Jesus: não uma espiritualidade que nos separe dos outros ou que nos torne mestres frios de uma verdade abstrata, mas a capacidade de encarnar a proximidade de Deus com a humanidade, Seu amor por cada criatura, Sua compaixão por qualquer pessoa marcada pelas feridas da vida. Isso requer pessoas que, embora frágeis como todo mundo, em sua fragilidade tenham maturidade psicológica suficiente, serenidade interior e equilíbrio afetivo.

São muitos, entretanto, os sacerdotes que passam por situações de dificuldade e sofrimento. O que o senhor pensa sobre isso?

Antes de mais nada, sinto-me muito tocado com isso. Dediquei quase toda a minha vida ao cuidado da formação sacerdotal, ao acompanhamento e à proximidade com os sacerdotes. Hoje, como prefeito do Dicastério para o Clero, sinto-me ainda mais próximo dos sacerdotes, de suas esperanças e de suas fadigas. Não faltam elementos de preocupação, pois em muitas partes do mundo há um verdadeiro mal-estar na vida dos sacerdotes. Os aspectos da crise são muitos, mas penso que, em primeiro lugar, precisamos de uma reflexão eclesial em duas frentes. Primeiro: precisamos repensar nossa maneira de ser Igreja e de viver a missão cristã, na cooperação efetiva de todos os batizados, porque os padres muitas vezes estão sobrecarregados, com as mesmas tarefas – não apenas pastorais, mas também jurídicas e administrativas – de muitos anos atrás, quando eram efetivamente mais numerosos. Em segundo lugar, é preciso rever o perfil do sacerdote diocesano, porque, mesmo não sendo chamado à vida religiosa, ele deve redescobrir o valor sacramental da fraternidade, de sentir-se em casa no presbitério, junto com o bispo, os irmãos sacerdotes e os fiéis, porque, especialmente nas dificuldades de hoje, essa pertença pode sustentá-lo no serviço pastoral e acompanhá-lo quando a solidão se torna pesada. No entanto, há necessidade de uma nova mentalidade e de novos caminhos de formação, porque muitas vezes um sacerdote é educado para ser um líder solitário, um “só homem no comando”, e isso não é bom. Somos pequenos e cheios de limitações, mas somos discípulos do Mestre. Movidos por Ele, podemos fazer muitas coisas. Não individualmente, mas juntos, sinodalmente. “Discípulos missionários – repete o Santo Padre – se pode ser somente juntos”.

Os sacerdotes estão “equipados” para enfrentar a cultura de hoje?

Esse é um dos principais desafios que enfrentamos hoje, tanto na formação inicial quanto na permanente. Não podemos ficar fechados em formas sagradas e fazer do padre um mero administrador de ritos religiosos; hoje estamos vivendo um tempo marcado por muitas crises globais, com certos riscos ligados ao crescimento da violência, da guerra, da poluição ambiental, da crise econômica, tudo isso que repercute na vida das pessoas em termos de insegurança, angústia, medo do futuro. E há uma grande necessidade de sacerdotes e leigos capazes de levar a alegria do Evangelho a todos, como profecia de um mundo novo e uma bússola de orientação no caminho da vida. Sempre se é um discípulo, mesmo quando se é diácono, padre ou bispo há muitos anos. E o discípulo sempre tem de aprender com o único Mestre, que é Jesus.

Mas, a seu ver, ainda vale a pena se tornar um padre hoje?

Apesar de tudo, sempre vale a pena seguir o Senhor nesse caminho, deixar-se seduzir por Ele, dedicar a vida ao Seu projeto. Podemos olhar para Maria, essa jovem donzela de Nazaré que, embora surpresa com o anúncio do anjo, escolheu arriscar a fascinante aventura do chamado, tornando-se Mãe de Deus e Mãe da humanidade. Com o Senhor, nada está perdido! E eu gostaria de dizer uma palavra a todos os sacerdotes, especialmente àqueles que estão desanimados ou feridos no momento: o Senhor nunca quebra Sua promessa. Se Ele o chamou, não lhe faltará a ternura de Seu amor, a luz do Espírito, a alegria do coração. De diferentes modos, Ele se manifestará em sua vida de sacerdote. Gostaria que essa esperança chegasse aos padres, diáconos e seminaristas de todas as partes do mundo, para confortá-los e encorajá-los. Não estamos sozinhos, o Senhor está sempre conosco! E Ele quer que sejamos felizes!

Créditos: https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2024-04/cardeal-you-prefeito-clero-entrevista-monda-osservatore-romano.html

Fonte: https://presbiteros.org.br/cardeal-you-ainda-vale-a-pena-ser-padre-somos-chamados-a-ser-felizes/

Do Tratado Contra Fabiano, de São Fulgêncio de Ruspe, bispo

Sacramento da Eucaristia (Comunidade Coração Fiel)

Do Tratado Contra Fabiano, de São Fulgêncio de Ruspe, bispo

(Cap.28,16-19:CCL91A,813-814)          (Séc.VI)

A participação no corpo e sangue do Senhor nos santifica

Atesta o santo Apóstolo que se realiza na oblação dos sacrifícios aquilo mesmo que nosso Salvador ordenou, ao dizer: Porque o Senhor Jesus, na noite em que iria ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em minha memória. Do mesmo modo, tomou também o cálice, depois de ter ceado, dizendo: Este é o cálice da nova Aliança em meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em minha memória. Pois todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor até que venha(1Cor 11,23-26).  

Por esta razão se oferece o sacrifício, a fim de anunciar a morte do Senhor e realizar o memorial daquele que entregou a vida por nós. Ele mesmo diz: Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos (Jo 15,13). Portanto, tendo Cristo morrido por nós por amor, quando no momento do sacrifício fazemos memória de sua morte, rogamos que nos conceda a caridade pela vinda do Espírito Santo. Pedimos e suplicamos que, pela mesma caridade com que Cristo aceitou ser crucificado por nós, também nós, pela graça do Espírito Santo, possamos considerar o mundo como crucificado e a nós, crucificados para o mundo. Imitando a morte de nosso Senhor, como Cristo que morreu para o pecado, morreu uma vez por todas e porque vive, vive para Deus (cf. Rm 6,10-11), nós igualmente caminhemos com vida nova (Rm 6,4). E recebido o dom da caridade, morramos para o pecado e vivamos para Deus.  

Pois a caridade de Deus foi derramada em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,5). Com efeito, a própria participação no corpo e sangue do Senhor, quando tomamos seu pão e bebemos de seu cálice, já nos persuade a morrer para o mundo e a ter nossa vida escondida com Cristo em Deus, crucificando nossa carne com seus vícios e concupiscências (cf. Cl 3,3; Gl 5,24).  

Acontece então que todos os fiéis que amam a Deus e ao próximo, embora não bebam do cálice do sofrimento corporal, bebem do cálice da caridade do Senhor. Por ele inebriados, mortificam seus membros ainda na terra e, revestidos do Senhor Jesus Cristo, não cuidam do corpo de maneira a satisfazer-lhe os desejos; não contemplam as coisas visíveis, mas as invisíveis. Desta forma se bebe o cálice do Senhor quando se conserva a santa caridade. Sem ela, mesmo que alguém lance o corpo ao fogo para ser queimado, de nada lhe aproveita. Mas pelo dom da caridade é-nos concedido ser na realidade aquilo mesmo que celebramos misticamente no sacrifício.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF